segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Parada obrigatória: Zwolle

O Zwolle teve no primeiro turno o desânimo estampado por Van den Berg (em primeiro plano). Mudou para tentar melhorar no returno (Henry Dijkman/VI Images)
Posição: 16º lugar, com 15 pontos (na frente pelo melhor saldo de gols)
Técnico: John van't Schip (até a 16ª rodada), Gert-Peter de Gunst (interino, na 17ª rodada) e Jaap Stam (a partir da 18ª rodada)
Time-base: Van der Hart (Boer); Ehizibue (Van Polen), Lam, Van den Berg e Paal; Dekker, Namli e Hamer (Leemans); Flemming; Van Crooij e Van Ooijen
Maiores vitórias: Zwolle 2x0 Excelsior (8ª rodada) e De Graafschap 0x2 Zwolle (14ª rodada) 
Maior derrota: Zwolle 1x4 Ajax (14ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado nas oitavas de final, pelo AZ
Competição europeia: nenhuma
Artilheiros: Mike van Duinen e Vito van Crooij (atacantes), ambos com 4 gols 
Destaque: Mike van Duinen (atacante)
Objetivo do início: vaga nos play-offs pela Liga Europa/meio de tabela
Avaliação: a fragilidade defensiva e a inconstância renderam um turno ruim, e sinalizaram fim de linha para o trabalho do técnico John van't Schip. A ver se o meio de tabela ainda pode ser alcançado
Fará intertemporada em... Mijas, balneário na Espanha, de 3 a 9 de janeiro

Quando a temporada começou, o Zwolle já tinha com que se preocupar. Havia um objetivo: escapar de uma campanha terrível como a do segundo turno em 2017/18, quando o clube só venceu três partidas, perdeu 13, e decaiu após atuações agradáveis no turno, terminando por ficar fora até da repescagem por vaga na Liga Europa. Para tanto, os "Dedos Azuis" teriam de se recompor sem boa parte dos destaques. O auxiliar técnico Dwight Lodeweges, o zagueiro Philippe Sandler, o meio-campista Younes Mokhtar, os atacantes Piotr Parzyszek e Stef Nijland: todos eles deixaram o clube. Restaria ver se os remanescentes (e as novidades, como o atacante Mike van Duinen e o meio-campo Clint Leemans) conseguiriam melhorar o time, ainda sob o comando de John van't Schip.

Não conseguiram. Porque os Zwollenaren formaram um time irregular. Ora os temores aumentaram - como nas três primeiras rodadas, com três derrotas. Ora, a esperança renascia - como entre a sexta e a oitava rodadas, com duas vitórias e um empate. Todavia, a defesa penava: lesões renitentes no joelho levaram Dirk Marcellis, experiente e firme na espinha dorsal do Zwolle, a anunciar o fim da carreira. Restou jogar aos leões o jovem Sepp van den Berg, 17 anos. Ainda houve uma lesão do lateral direito e capitão Bram van Polen; uma punição disciplinar ao reserva Darryl Lachman, que foi rebaixado ao time B; e até entre os goleiros, a irregularidade imperou - Diederik Boer, quase um estandarte do clube, começou mal a temporada, cedeu lugar a Mickey van der Hart, mas algumas falhas deste devolveram a vaga ao arqueiro de 38 anos.

O ataque foi pior ainda: penou pela falta de efetividade. Apenas 14 bolas na rede: só o De Graafschap marcou menos gols no Campeonato Holandês. Jogando em casa, o time foi o pior do campeonato: nas nove partidas no Mac³Park Stadion, só uma vitória. E não houve como segurar o técnico John van't Schip após o 5 a 0 para o AZ, nas oitavas de final da Copa da Holanda. A reta final do primeiro turno na Eredivisie foi péssima: um empate e três derrotas - a última, já sob o comando do interino Gert-Peter de Gunst. Pensar na repescagem pela Liga Europa só será possível em caso de uma reação irresistível, logo que o returno comece. Se o caso é de "um passo de cada vez", o Zwolle deve pensar no meio da tabela. A ver se o trabalho do novo técnico, Jaap Stam, emplaca já na intertemporada.

domingo, 30 de dezembro de 2018

Parada obrigatória: NAC Breda

O NAC Breda segue em dificuldades, mas os gols de Rosheuvel (foto) e Te Vrede, mais o esforço, podem ajudar (Pro Shots)
Posição: 17º lugar, com 15 pontos (atrás do Zwolle pelo pior saldo de gols, -17 contra -13)
Técnico: Mitchell van der Gaag
Time-base: Van Leer; Sporkslede, Koch, Mets e Palmer-Brown; Verschueren e Nijholt; Rosheuvel, Kali e El Allouchi; Te Vrede
Maior vitória: NAC Breda 3x0 De Graafschap (2ª rodada)
Maior derrota: AZ 5x0 NAC Breda (1ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado pelo RKC Waalwijk, na primeira fase
Competições europeias: nenhuma
Artilheiro: Mitchell te Vrede (atacante), com 9 gols
Destaques: Mitchell te Vrede e Mikhail Rosheuvel (atacantes) 
Objetivo do início: Escapar do rebaixamento
Avaliação: Continua difícil para o time aurinegro escapar, no mínimo, da repescagem de acesso/descenso. Mas com o esforço, os gols de Te Vrede e o apoio da torcida, dá para sonhar com uma leve subida na tabela
Fará intertemporada em... Atamaría, na Espanha, de 5 a 11 de janeiro

A temporada já começou dramática para o NAC Breda. Ou melhor: a situação continuou dramática, já que o time aurinegro encerrara a temporada anterior em 14º lugar, duas posições acima da zona de repescagem/rebaixamento, com alguns destaques - Angeliño, por exemplo - e vários problemas. Um desses problemas seguiu nas rodadas iniciais: a posição de goleiro. Em 2017/18, a "Pérola do Sul" teve três nomes debaixo das traves (Andries Noppert, Mark Birighitti e Nigel Bertrams), sem que nenhum desse a menor segurança à torcida de Breda.

Pois bem: para este campeonato, a parceria oficial com o Manchester City rendeu o empréstimo do sérvio Arijanet "Aro" Muric, que chegaria para ser o arqueiro titular do NAC. Muric até jogou na goleada sofrida para o AZ, na primeira rodada. Aí, o destino atrapalhou o clube holandês: no City, o goleiro chileno Claudio Bravo se lesionou gravemente. Resultado: na hora, Muric foi chamado de volta, para ser reserva de Ederson na temporada. Só restou ao time holandês voltar a correr atrás de novos goleiros - sim, um titular e outro reserva. Pelo menos, ainda corriam os últimos dias da janela de transferências. E as salvações vieram com o experiente Theo Zwarthoed, para a reserva, e com Benjamin van Leer, emprestado pelo Ajax.

Problema resolvido (Van Leer é titular absoluto), restava ao NAC Breda solucionar as outras graves aflições, que mantiveram o time na última posição por boa parte do turno. A defesa era frágil: jogando com cinco ou quatro homens, não conseguia impedir os ataques adversários. Pelo menos, nas partidas em seu Rat Verlegh, a torcida ajudava num melhor desempenho: as quatro vitórias vieram no estádio de Breda. Aos poucos, alguns jogadores melhoraram: o lateral esquerdo Greg Leigh e, principalmente, os atacantes Mikhail Rosheuvel e Mitchell te Vrede. Vieram estreias úteis em campo, como a do jovem Sydney van Hooijdonk (sim, filho do ex-atacante Pierre). No fim do turno, uma sequência invicta - duas vitórias e um empate - tirou o NAC Breda da última posição. E se a situação segue dramática, pelo menos a equipe mostra mais esforço em campo para tentar ficar na primeira divisão.

sábado, 29 de dezembro de 2018

Parada obrigatória: De Graafschap

El Jebli foi uma das únicas razões de esperança para o De Graafschap, lanterna da Eredivisie (ANP/Pro Shots)

Posição: 18º lugar, com 12 pontos
Técnico: Henk de Jong
Time-base: Jurjus; Owusu, Sven Nieuwpoort, Van de Pavert e Tutuarima; Olijve, El Jebli e Bakker; Narsingh, Serrarens e Van Mieghem
Maior vitória: De Graafschap 2x0 Feyenoord (1ª rodada)
Maior derrota: Ajax 8x0 De Graafschap (16ª rodada)
Artilheiro: Youssef El-Jebli (meio-campista) e Fabian Serrarens (atacante), ambos com 3 gols
Destaque: Youssef El-Jebli (meio-campista)
Objetivo do início: Escapar do rebaixamento
Avaliação: Ao contrário dos outros promovidos da segunda divisão, o De Graafschap continua sofrendo. E dá poucas impressões de que conseguirá sair da zona de repescagem/rebaixamento
Fará intertemporada em... Girona, no norte da Espanha

Quando o De Graafschap estreou no Campeonato Holandês superando o Feyenoord, com facilidade até surpreendentemente (2 a 0, em casa), deu a impressão de que teria time capaz de sonhar com o meio da tabela na Eredivisie. A primeira impressão não foi a que ficou: ficou mesmo foi o inapelável 8 a 0 que o Ajax deu nos Superboeren, na 16ª rodada, penúltima antes da pausa de inverno. Entre a esperança e a dura realidade, veio uma piora inegável.

Tão inegável que o técnico Henk de Jong rapidamente mudou a equipe, ao longo do turno: na defesa, passou a se alternar entre quatro e cinco jogadores. No meio-campo, passou a privilegiar a marcação, com presença cada vez mais frequente de nomes como o volante Frank Olijve. Enquanto isso, para tentar os gols, a dependência cresceu sobre Youssef El-Jebli, Fabian Serrarens e Furdjel Narsingh. E os gols foram raros: apenas 12, o pior ataque do campeonato. Houve até atuações honrosas: contra o líder PSV, em casa, o time chegou a empatar, mas foi previsivelmente superado - 4 a 1.

Para piorar, a defesa continuou ruim. De volta, emprestado pelo PSV, o goleiro Hidde Jurjus anda distante do nome seguro e ágil que foi pelo De Graafschap, em 2015/16, quando despontou - para piorar, ainda se lesionou nas rodadas finais, sendo substituído por Agil Etemadi. Com um ou outro, foram 43 gols sofridos, índice só menor que o do Excelsior. Por essas e outras, ao contrário de Emmen e Fortuna Sittard, o De Graafschap dá a incômoda impressão de que, realmente, terá evitar a queda como seu único objetivo. A não ser que melhore. E rápido.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

A Holanda aprendeu (um pouco) a lição

Ronald Koeman era considerada a opção certa para aprumar a seleção holandesa em 2018. Aprumou (Pim Ras Fotografie)

Quando 2018 começou, o futebol holandês ainda lambia as feridas do péssimo ano anterior. Com a seleção, a ausência da Copa deixou definitivamente claro: algo precisava mudar, e urgentemente. E de certa forma, essa mesma impressão ficava, ao se olhar o desempenho dos clubes holandeses. Se PSV (futuro campeão da Eredivisie) e Ajax (vice) já monopolizavam a disputa pelo título nacional, ambos tinham seus tropeços feios: os Boeren, ao perderem para o Osijek-CRO já na terceira fase preliminar da Liga Europa, e o Ajax, ao cair tanto na terceira fase preliminar da Liga dos Campeões (para o Nice-FRA) quanto nos play-offs da Liga Europa (para o Rosenborg-NOR). Os Godenzonen, por sinal, tinham a própria crise para resolver, conflagrada pela demissão de Marcel Keizer e do conselheiro técnico Dennis Bergkamp, exatamente há um ano. 

Quase 365 dias depois, a Holanda tem algo a comemorar em seu futebol. Não muito, mas tem. Porque a seleção e os grandes clubes parecem ter aprendido uma importante lição para fazerem o papel mais decente que são capazes de fazer: intensidade, rapidez, capacidade de adaptação tática (e alguma ousadia, diga-se de passagem) são itens fundamentais para o futebol atual. Quando o assunto é a seleção, é justo dizer: desde que sua contratação foi anunciada, Ronald Koeman parecia realmente ser o técnico mais adequado para organizar melhor uma geração que tinha talento aqui e ali, mas não tinha capacidade tática para explorar esse talento, muito menos para rivalizar com seleções em melhor situação.

Os amistosos de março (derrota para a Inglaterra, vitória sobre Portugal) já mostraram: no aspecto defensivo, havia um bom caminho, simbolizado na dupla cada vez mais promissora que formam Matthijs de Ligt e Virgil van Dijk. Faltava apenas ajustar o ataque, ainda sem força, prejudicado pela falta de movimentação das opções - Bas Dost ou Wout Weghorst. Koeman sabia: precisava resolver tudo isso na primeira metade do ano, para começar a Liga das Nações com um time bem definido para tentar fazer frente à França (que a Copa tornou campeã mundial) e à Alemanha. Os empates contra Eslováquia e Itália deram alguma preocupação, mas o importante era testar, não vencer.

Koeman testou. Começou a ver que estava dando certo no amistoso contra o Peru, que simbolizou uma troca de guarda muito importante: saía Wesley Sneijder, após 15 anos e 133 jogos, deixando as saudades do vice-campeonato na Copa de 2010 e o terceiro lugar na Copa de 2014, entrava Frenkie de Jong, já então elogiado como a promessa de um meio-campo organizador como a Laranja não tinha havia muito tempo. Já foi suficiente para uma atuação honrosa na derrota por 2 a 1 para a França, na estreia pela Liga das Nações, em setembro. 

Mais algumas coisas se assentaram: a titularidade de Jasper Cillessen no gol, a capacidade de Ryan Babel em reter a bola no ataque, o crescimento de Memphis Depay, a explosão de Frenkie de Jong. E a Oranje, enfim, mostrou sua reação na ótima vitória contra a Alemanha, em Amsterdã, em outubro. Confirmou-a no triunfo diante da França, em Roterdã, quando se reencontrou com o respeito que andava distante. E mesmo a atuação ruim contra a Alemanha, no jogo decisivo, foi consertada com a mudança tática, às pressas, que rendeu o empate em 2 a 2 e a vaga nas semifinais do torneio amistoso de seleções europeias. Se a seleção precisava de ânimo, precisava jogar bem, terminou 2018 com os objetivos plenamente cumpridos - e dando esperanças de continuar assim em 2019.

Frenkie de Jong não foi só a cara da reação da Holanda na seleção. Também foi a cara da reação do Ajax (ANP)
Se Frenkie de Jong é o símbolo dessa melhora da seleção, também pode ser considerado o símbolo de alguma melhora dos clubes holandeses. Se bem que talvez seu nome não seja o mais exato. Aqui, é melhor citar Dusan Tadic, cuja compra cacifou o Ajax, deixou claro que o time de Amsterdã queria falar grosso nesta temporada - e não só no Campeonato Holandês. Os destaques continuaram no time (Onana, De Ligt, De Jong, David Neres, Hakim Ziyech), outros chegaram (Daley Blind), e os Ajacieden conseguiram: não só mantêm acesa a disputa pelo título na Eredivisie, como enfim tiveram campanha digna de nota na Liga dos Campeões, voltando às oitavas de final.

O PSV não teve a mesma sorte: num grupo dificílimo, amargou a eliminação previsível. Se serve de consolo, porém, também é unânime que o time de Eindhoven mostrou merecer melhor sorte, com boas atuações contra todos os adversários que pegou na Champions League. E tal capacidade foi esbanjada no Campeonato Holandês: com vários jogadores em estado de graça (Angeliño, Jorrit Hendrix, Hirving Lozano, Luuk de Jong, Steven Bergwijn), por uma derrota os Boeren não conseguiram igualar o melhor turno da história da Eredivisie.

Então o campeonato está bom? Nem tanto: Ajax e PSV brilharam contra adversários cada vez mais fracos, entre médios e pequenos, enquanto o Feyenoord vive num limbo estranho: bom demais para "o resto", longe demais da dupla que comanda a liga. Os grandes tentam ajudar, como na iniciativa que se verá a partir de 2021, destinando 5% do lucro pelas participações em competições europeias para as equipes menores. Mas ainda parece longe o dia em que se voltará a ver um médio clube desafiar o trio de ferro, como terá acontecido há dez anos, com o título do AZ.

De todo modo, se a Holanda encerrou 2017 tendo mais perguntas do que respostas sobre o que precisava fazer, ela termina 2018 mostrando que aprendeu (um pouco) a lição. Não se revolucionou, mas soube melhorar em alguns aspectos para poder ter direito àquela gostosa esperança de fim de ano.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Citricultura: os hinos/canções dos clubes

Quarta-feira. A partir deste 26 de dezembro, o Espreme a Laranja inicia uma seção dedicada a apresentar ao leitor um pouco do modo holandês de acompanhar o futebol. Como é a mídia do futebol na Holanda? Como os jogos são transmitidos? Quais são os hábitos das torcidas? Os gritos? Os mascotes? Os uniformes? Sexta-feira, no Glob... quer dizer, às quartas, você sempre terá isso aqui no blog.

E para abrir a "Citricultura" (afinal, se a cultura de criação de laranjas é chamada "citricultura", nada mais natural do que nomear a seção assim), o blog começa com os hinos. Ao contrário do que ocorre no Brasil, nem todos os torcedores costumam cantá-los nas partidas. Aliás, às vezes, há clubes que tornam canções incidentais mais conhecidas do que os hinos oficiais.

É o caso do PSV. Durante as partidas, em Eindhoven, é muito mais comum ver "Simply the best", a famosa canção de Tina Turner escolhida para sonorizar a entrada do time em campo a cada partida. Ou mesmo ouvir a torcida cantar "PSV, wat ben je mooi" ("PSV, como você é lindo"), música criada pelos próprios torcedores, citando ídolos do clube (e o fundador Frits Philips), com a mesma melodia do "a cada dia te quero mais" criado na Argentina e popular no Brasil.


"Coen Dillen 
Willy [van der Kuijlen]
Cocu 
Van Nistelrooij 
[Adrie] Van Raaij [ex-presidente do clube], Guusje Hiddink 
PSV, wat ben je mooi [PSV, como você é lindo]

Oooohhhh, Fritsje Philips 
Luccie Nillis
Romariooooo"


O que não quer dizer que a torcida desconheça completamente o hino do PSV. Nem que ele não receba respeito. Se a marcha tem uma versão mais antiga, o próprio clube apoiou a versão de Guus Meeuwis - cantor popular na Holanda, nascido e criado em Eindhoven - para o hino, divulgando-a em seu canal no YouTube.



"Voor Rood-Wit gezongen (cantando pelo alvirrubro) 
vol man'lijke kracht (cheio de poder humano) 
een lied met ons allen (uma canção com todo o nosso poder) 
want eendracht maakt macht (porque a união faz a força) 

Wij trekken ten strijde (Nós vamos à luta) 
een strijd vol van vree (uma luta cheia de paz) 
vooruit nu Rood-Witten (A partir de agora, é pelo alvirrubro) 
vooruit PSV (Pelo PSV) [aqui, o resto da letra]"


Já no Ajax, a situação é diferente. O simpatizante aqui no Brasil pode até saber que, antes dos jogos, soa na Johan Cruijff Arena "Bloed, zweet en tranen" ("Sangue, suor e lágrimas"), canção de André Hazes (1951-2004), um dos cantores mais populares que a Holanda já teve - também veiculada em qualquer momento que peça homenagens (como no primeiro jogo em Amsterdã após a morte de Johan Cruyff, em 2016). Pode saber que, em jogos por competições continentais, a torcida sempre fará uma coreografia com bandeiras, ao som do "Va Pensiero", o canto dos escravos hebreus na ópera "Aída", de Giuseppe Verdi. Talvez alguns já saibam até que os intervalos dos jogos em Amsterdã sempre terão "Three little birds", de Bob Marley, nas caixas de som.

(Torcida do Ajax cantando "Three little birds" no intervalo de Ajax 3x0 AEK, estreia do time na fase de grupos da Liga dos Campeões 2018/19)

Todavia, poucos sabem que aquela marcha que antecede a entrada em campo das equipes - o Ajax e o adversário da vez, seja quem seja - é... o hino do Ajax. Que vai aqui abaixo, com a letra:

"Hup, Ajax, hup 
Rood-witte schare (multidão alvirrubra) 
Dappere strijders, fier en koen (lutadores valentes e orgulhosos) 
Geen club die ons kan evenaren (não há clube que possa nos igualar) 
Rood en wit wordt kampioen (o alvirrubro será campeão) 

Hup, Ajax, hup 
Rood-witte schare 
Dappere strijders, fier en koen 
Een roep die geldt, dat is je ware (um grito que vale, pode ter certeza) 
Rood en wit wordt kampioen"


E no final de cada partida do Ajax, ganhando ou perdendo, uma canção que lembra à torcida de Amsterdã que o importante é a fidelidade: "Mijn club" ("Meu clube"), da banda Jiskefet. Não há torcedor Ajacied que não saiba este refrão abaixo (o vídeo é da Museumplein, praça em Amsterdã onde a torcida assistiu à final da Liga Europa, em 2017). Um refrão que, aliás, serve para qualquer torcedor, de qualquer time no mundo:


"Dit is mijn club, mijn ideaal (Este é meu clube, meu ideal)
Dit is de mooiste club van allemaal (Esse é o clube mais lindo de todos) 
Hier ligt mijn hart, mijn vreugde en mijn verdriet (Aqui está meu coração, minha alegria e minha tristeza) 
Het kan dooien, het kan vriezen (Pode ventar, pode estar congelante) 
We kunnen winnen of verliezen (Podemos vencer ou perder) 
Maar een betere club dan deze is er niet (Mas não há clube melhor do que este)"

O Feyenoord se alterna entre criações próprias e canções já conhecidas. As primeiras não faltam. O cantor Lee Towers é responsável por uma delas: "Mijn Feyenoord", que pode não ser o hino, mas é tão querida da torcida que é como se fosse. Qualquer adepto do Stadionclub na Holanda sabe os versos de cor e salteado - como se pode ver no vídeo abaixo, na recepção da taça aos campeões da Copa da Holanda em 2015/16:


"Feyenoord, Feyenoord
Niets is sterker dan dat ene woord (Nada é mais forte do que aquela palavra) 
Feyenoord, mijn Feyenoord (Feyenoord, meu Feyenoord)"


"Niets is sterker dan dat ene woord", aliás, virou lema absoluto da torcida. Assim como absoluto é o hit "Super Feyenoord", do grupo Champ. Começou a ser tocado na campanha do título do Stadionclub na Copa da UEFA 2001/02. E entrou para o cotidiano do clube a ponto de ser tocada segundos antes do pontapé inicial das partidas em De Kuip:


Mas se é para citar o maior sucesso entre os torcedores Feyenoorders, nenhum é maior do que o próprio hino do clube, que soa a cada vez que os jogadores sobem para o gramado, nas partidas. Sempre, com os torcedores cantando em uníssono com Jaap Valkhoff:


"Hand in hand, kameraden (De mãos dadas, camaradas) 
Hand in hand voor Feyenoord 1 (De mãos dadas pelo Feyenoord) 
Geen woorden maar daden (Sem palavras, apenas atos)
Leven Feyenoord 1 (Viva o Feyenoord 1)"

Então, onde estão as citações da torcida? Estão no trecho de "I will survive", na versão do grupo Hermes House Band, cantarolada sempre que o Feyenoord marca gols. E estão, principalmente, no indefectível "You'll never walk alone", na versão de Lee Towers, sempre ao fim dos jogos em De Kuip:

Também há citações em outros clubes holandeses: o AZ também evoca "You'll never walk alone", "Jump", do Van Halen, toca sempre que o Heracles Almelo entra em campo. A autoexplicativa "La cucamarcha" embala a alegria da torcida sempre que o Utrecht faz um gol. "L'Amour Toujours", de Gigi D'Agostino, também é a trilha sonora para quando o Heracles manda a bola para as redes. Por outro lado, os hinos de NAC Breda e Vitesse são as trilhas sonoras para as entradas dos clubes em campo. Se o AZ não veicula muito seu hino oficial, tem um hábito sempre que as partidas começam. Ao ouvirem o bordão "Rette kettette ketet!", os torcedores respondem: "A-Zet!" (como se diz "AZ" em holandês).
E assim, entre criações e derivações do que se faz na Europa, as torcidas holandesas dão o tom.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 17ª rodada da Eredivisie

VVV-Venlo 2x0 Zwolle (sexta-feira, 21 de dezembro)



Fortuna Sittard 0x0 Groningen (sábado, 22 de dezembro)



NAC Breda 4x2 Heerenveen (sábado, 22 de dezembro)



PSV 3x1 AZ (sábado, 22 de dezembro)



Excelsior 0x3 Heracles Almelo (sábado, 22 de dezembro)



Utrecht 1x3 Ajax (domingo, 23 de dezembro) 



De Graafschap 2x2 Vitesse (domingo, 23 de dezembro)


ADO Den Haag 2x2 Feyenoord (domingo, 23 de dezembro)



Emmen 0x2 Willem II (domingo, 23 de dezembro)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 16ª rodada da Eredivisie

Willem II 0x3 ADO Den Haag (sexta-feira, 14 de dezembro)



Zwolle 0x0 NAC Breda (sábado, 15 de dezembro)





AZ 2x1 Excelsior (sábado, 15 de dezembro)



Heracles Almelo 0x4 PSV (sábado, 15 de dezembro)



Vitesse 2x1 VVV-Venlo (sábado, 15 de dezembro)



Heerenveen 2x3 Utrecht (domingo, 16 de dezembro)




Ajax 8x0 De Graafschap (domingo, 16 de dezembro)



Groningen 1x2 Emmen (domingo, 16 de dezembro)



Feyenoord 0x2 Fortuna Sittard (domingo, 16 de dezembro)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 15ª rodada da Eredivisie

Fortuna Sittard 0x3 AZ (sexta-feira, 7 de dezembro)



PSV 6x0 Excelsior (sexta-feira, 7 de dezembro)



Willem II 1x5 Heerenveen (sábado, 8 de dezembro)



Zwolle 1x4 Ajax (sábado, 8 de dezembro)



ADO Den Haag 0x0 De Graafschap (sábado, 8 de dezembro)



Utrecht 3x1 Heracles Almelo (domingo, 9 de dezembro)



VVV-Venlo 0x0 Groningen (domingo, 9 de dezembro)



Emmen 1x4 Feyenoord (domingo, 9 de dezembro)



NAC Breda 2x1 Vitesse (domingo, 9 de dezembro)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Um jogo, um (ou dois) tuíte(s), um vídeo: a 14ª rodada da Eredivisie

Excelsior 3x3 Utrecht (sexta-feira, 30 de novembro)




Vitesse 1x1 Emmen (sábado, 1º de dezembro)




De Graafschap 0x2 Zwolle (sábado, 1º de dezembro)





AZ 0x2 Willem II (sábado, 1º de dezembro)






Heerenveen 3x1 Fortuna Sittard (sábado, 1º de dezembro)





Ajax 5x1 ADO Den Haag (domingo, 2 de dezembro)





Heracles Almelo 4x1 VVV-Venlo (domingo, 2 de dezembro)





Feyenoord 2x1 PSV (domingo, 2 de dezembro)






Groningen 5x2 NAC Breda (domingo, 2 de dezembro)