segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 13ª rodada da Eredivisie

Zwolle 2x3 ADO Den Haag (sábado, 24 de novembro)




NAC Breda 0x3 Ajax (sábado, 24 de novembro)




Fortuna Sittard 3x0 Heracles Almelo (sábado, 24 de novembro)




PSV 3x0 Heerenveen (sábado, 24 de novembro)




Emmen 1x2 Excelsior (domingo, 25 de novembro)




Utrecht 5x0 De Graafschap (domingo, 25 de novembro)




Willem II 1x3 Vitesse (domingo, 25 de novembro)




Feyenoord 1x0 Groningen (domingo, 25 de novembro)




VVV-Venlo 2x2 AZ (domingo, 25 de novembro)

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Tempo ganho

A Holanda já não tinha do que reclamar na Liga das Nações. Ganhou mais um motivo para comemorar, após o tardio empate contra a Alemanha (ANP)
Mesmo depois da vitória categórica sobre a França, era importante que a seleção da Holanda não perdesse de vista sua real perspectiva na Liga das Nações da UEFA. Por mais que a reação tivesse sido comprovada, por mais que a classificação às semifinais fosse possível, não ser rebaixada em seu grupo (e isso a Laranja não seria) já era um desempenho digno. A atuação ruim, em boa parte do jogo contra a Alemanha, deixava claras as limitações holandesas. Só que a equipe fez um gol, a cinco minutos do fim. Apostou no "abafa" puro e simples. E deu certo: a Laranja conseguiu chegar às semifinais do torneio europeu de amistosos.

Pelo que se viu durante 85 minutos da partida na Veltins Arena, alcançar o lugar entre os quatro semifinalistas seria bem difícil. Por problemas físicos de Denzel Dumfries e Steven Bergwijn (o atacante chegou até a sentir dores no tornozelo), Ronald Koeman preferiu poupar os dois, levando Kenny Tete a ser o lateral direito titular, com Quincy Promes indo para o ataque. Já no primeiro minuto de jogo, já dava para notar que os cansaços físico e mental tornavam a Holanda um time pior: Joshua Kimmich lançou, e Thilo Kehrer chutou por cima da meta defendida por Jasper Cillessen, perto do gol.

Para tentar diminuir o ritmo do jogo em seu início, a Laranja preferia trocar passes quando tinha a bola nos pés. Era a única solução para evitar que a Alemanha fosse eficiente e veloz, em seu esquema com três zagueiros, apostando na velocidade pelos lados - tanto o direito, com Kimmich e Kehrer, quanto o esquerdo, com Serge Gnabry e Nico Schulz. Bastou um lançamento alto de Kimmich, bem desviado por Gnabry, para Timo Werner ter espaço e arriscar um chute forte, no canto direito de Cillessen (que talvez pudesse estar melhor posicionado). Era o 1 a 0 de que a Alemanha precisava. Em vantagem, a Mannschaft fez da defesa holandesa o que quis, com rápidas trocas de passes. 

Promes não conseguia acompanhar Toni Kroos, e o meio-campista tinha espaço para desenvolver jogadas com Gnabry e Schulz, sobrecarregando Tete. Com boa marcação, nem Frenkie de Jong nem Georginio Wijnaldum tinham espaço para arriscar qualquer coisa. De quebra, a lentidão holandesa na defesa era visível, conforme Virgil van Dijk reconheceu: "Não deu certo para nós, não conseguíamos marcar por pressão. Nos gols deles, sempre estávamos um passinho atrás". Foi exatamente assim no gol de Leroy Sané, aos 20 minutos: o atacante saiu facilmente da marcação de Matthijs de Ligt, e nem mesmo o atraso no domínio da bola o impediu de finalizar no canto esquerdo de Cillessen - ainda com desvio em Tete.

A Alemanha abriu o placar rapidamente, com Werner. E comandou o jogo tranquilamente, por 85 minutos. Depois disso... (AFP)
Só mesmo por acaso a Holanda quase conseguiu marcar - aos 34', um cruzamento de Daley Blind foi afastado por Niklas Süle, mas o zagueiro mandou a bola acidentalmente no travessão ao interceptar a jogada. De resto, a Alemanha mandou. Poderia ter feito 2 a 0 antes mesmo de fazê-lo, aos 11', num chute de Werner que desviou em Van Dijk. Ou depois, aos 30', num arremate de Gnabry que Cillessen pegou. Ou aos 37', em finalização de Sané que desviou em De Ligt. Ou aos 40', num cabeceio de Gnabry para fora. Não importava: os alemães impunham seu ritmo, como havia muito não faziam. O desgaste holandês ficou claro na lesão muscular de Ryan Babel, que o tirou do jogo antes mesmo do final do primeiro tempo.

Javairô Dilrosun estreou pela seleção holandesa, veio o intervalo, começou o segundo tempo... e nada mudava. A Alemanha mantinha a vantagem sem grandes problemas, e a Holanda parecia cansada. As entradas de Thomas Müller e Marco Reus, nos germânicos, e de Luuk de Jong e Tonny Vilhena, nos visitantes, pareciam dar um ar de amistoso na acepção da palavra. Parecia não haver muita coisa mais para mudar o rumo da partida. Nas raras tentativas de gol, o time da casa parecia até mais perto de fazer 3 a 0.

Até que, aos 33 minutos do segundo tempo, Memphis Depay tentou o que vinha tentando desde o começo: jogadas individuais. Daquela vez, quase deu certo: o camisa 10 passou por três jogadores, chegou à grande área pela esquerda e forçou Manuel Neuer a fazer uma boa defesa. Era um despertar. Aos poucos, a Holanda começava a apelar para os cruzamentos e bolas altas, tentando aproveitar a qualidade de Luuk de Jong no jogo aéreo. Mas parecia infrutífero.

Parecia. Porque, após 85 minutos de superioridade alemã, após escanteio, Vilhena tocou, Luuk de Jong ajeitou com o pé esquerdo e Promes, da entrada da área, chutou colocado, no canto esquerdo de Neuer, para fazer o primeiro gol holandês. A derrota já era honrosa - e seria ainda mais se terminasse daquele jeito. Só que a comissão técnica holandesa pensou diferente: logo que o placar ficou em 2 a 1, os auxiliares fizeram um bilhete querendo mudar o esquema da Laranja para o "abafa". Frenkie de Jong ficaria na defesa, e Van Dijk seria mais um "atacante", ao lado de Luuk de Jong, enquanto Tete e Promes cruzariam mais e mais para a área alemã. Ronald Koeman apelou para o bilhete, como falou à televisão: "Eu recebi o bilhete de Dwight Lodeweges [auxiliar], mas não sabia o que estava escrito lá. Claro que conversei com Dwight e Kees van Wonderen [outro auxiliar] sobre táticas eventuais para o jogo, e que talvez viesse uma pressão no final. Mas com 2 a 0, eu não queria fazer nada, senão seria 4 ou 5 a 0 para a Alemanha. Com 2 a 1... sim".

A Alemanha até mesmo teve uma chance aos 87' (chute de Goretzka, para fora). Mas o que aconteceu? Ao contrário de tantas vezes em que a tática improvisada deu errado, deu certo: no último minuto, Vilhena cruzou. Luuk de Jong escorou. E Virgil van Dijk deu mais uma razão para ser incensado como o melhor zagueiro europeu da atualidade: finalização no canto esquerdo de Neuer, para um 2 a 2 tão injusto quanto emocionante, levando a Holanda a uma semifinal de Liga das Nações que ela não esperava.

Van Dijk: imponente na zaga, no gol, na comemoração (AFP)
Só restou ao time repetir os clichês de resultados conseguidos dramaticamente. Van Dijk começou: "Mostramos caráter. No intervalo, dissemos que precisávamos mostrar algo, precisávamos ter a revanche". Frenkie de Jong continuou: "É uma sensação ótima. No primeiro tempo, não tivemos controle nem resposta ao jogo deles, mas depois conseguimos, e avançamos mais e mais". No entanto, mais do que o resultado, a Holanda deve comemorar o que ganhou. Antes mesmo do jogo contra a Alemanha começar, a Laranja sabia: ganhou com esta Liga das Nações um time e um estilo de jogo confiáveis. Vergonha, já não passaria. Até mesmo a má atuação mostrou o que precisa ser melhorado. E a Holanda terá a chance de comprovar isso na semifinal da Liga das Nações. De qualquer modo, a seleção holandesa ganhou tempo para continuar sua reação.

Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 1

Alemanha 2x2 Holanda
Local: Veltins Arena (Gelsenkirchen)
Data: 19 de novembro de 2018
Árbitro: Ovidiu Hategan (Romênia)
Gols: Timo Werner, aos 9', e Leroy Sané, aos 20'; Quincy Promes, aos 85', e Virgil van Dijk, aos 90'

Holanda
Jasper Cillessen; Kenny Tete, Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Daley Blind; Marten de Roon, Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum (Tonny Vilhena); Quincy Promes, Ryan Babel (Javairô Dilrosun) (Luuk de Jong) e Memphis Depay. Técnico: Ronald Koeman

Alemanha
Manuel Neuer; Antonio Rüdiger, Mats Hummels e Niklas Süle; Thilo Kehrer, Joshua Kimmich, Toni Kroos, Serge Gnabry (Leon Goretzka) e Nico Schulz; Leroy Sané (Thomas Müller) e Timo Werner (Marco Reus). Técnico: Joachim Löw

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A reação está confirmada

Frenkie de Jong, Depay, Blind, De Roon, Vilhena, Wijnaldum, Aké... todos tiveram o final merecidamente feliz, com uma tremenda vitória da Holanda sobre a França (ANP)
A vitória por 3 a 0 sobre a Alemanha, na rodada passada da Liga das Nações, em outubro, já dava a impressão de que a seleção da Holanda estava recuperada e pronta para seguir em frente. No entanto, nada impedia que houvesse uma derrota para a França, nesta sexta-feira, em Roterdã, colocando o triunfo anterior na conta da "sorte de principiante". Afinal, o adversário era a seleção campeã mundial. Pois bem: depois do que se viu em 90 minutos, fora os acréscimos, já não são necessárias mais dúvidas ou desconfianças. A Laranja reagiu. Voltou a ser uma seleção de destaque. E provou isso no 2 a 0 sobre os Bleus, aumentando as chances de ir à fase final do torneio europeu de seleções.

Desde os primeiros minutos do jogo em De Kuip, já era notório que o time titular (o mesmo do triunfo sobre a Alemanha) tinha condições técnicas de causar problemas aos franceses - até porque o goleiro Hugo Lloris teve de aparecer bem já aos dois minutos, quando Memphis Depay cruzou a bola na área, da direita, e Georginio Wijnaldum arrematou forte para o rebote do arqueiro e capitão da seleção visitante. Parecia o começo de uma pressão irrespirável, diante de um estádio lotado. Não foi bem assim. Por causa da opção tática da França.

Os Bleus apostaram no estilo que tão certo deu na Copa vencida há alguns meses: deixavam a posse de bola (e até algum espaço) para a Holanda. Nos contra-ataques, bastava confiar na velocidade e na técnica de Kylian Mbappé - e nos avanços de Lucas Digne, pela esquerda. Foi assim que Antoine Griezmann teve uma chance (cabeceio pego por Jasper Cillessen, aos 11'). Foi assim que os gauleses passaram a ter mais posse de bola, no meio da etapa inicial - culminando no perigoso chute de Benjamin Pavard, por cima do gol de Cillessen, aos 28'.

O que não significava que a Holanda jogasse mal. Como já dito, o time da casa tinha espaços e tinha chances - como o chute de Depay, aos 15', para fora. Não faltava quem se destacasse: as seguras atuações de Virgil van Dijk, Denzel Dumfries e Daley Blind na defesa, o destaque sobressalente de Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum no meio, Memphis Depay enfim sendo o protagonista que sempre pôde ser no ataque. Só faltavam chances, num primeiro tempo que ia terminando meio sem emoções. 

Memphis Depay ouvirá elogios cada vez maiores: vive o grande momento de sua carreira. E Wijnaldum ouvirá: enfim, se destaca no meio-campo holandês (Peter Lous/Soccrates/Getty Images)
Mas veio uma, aos 44 minutos. Foi suficiente. Com um toque de sorte: após o cruzamento de Frenkie de Jong, Steven N'Zonzi desviou levemente na bola. E facilitou o domínio de Memphis, para chutar. Lloris fez a segunda de várias defesas notáveis no jogo em Roterdã. Mas deu o rebote. E Wijnaldum, livre para chegar ao ataque, pôde aproveitar e fazer 1 a 0. Nada estava definido, mas a vantagem era valiosa: dava tranquilidade. Até para tentar resistir à ofensiva francesa que talvez viesse no segundo tempo.

Surpresa: não veio. Os 45 minutos finais mostraram uma Holanda como não se via havia muito tempo: segura, imperturbável, ofensiva. Foram mais notáveis as defesas de Hugo Lloris (evitando dois chutes de Dumfries aos 62', espalmando falta de Memphis aos 73', outro arremate do camisa 10 aos 74', e finalmente, tentativa de Frenkie de Jong, já nos acréscimos) do que qualquer tentativa da seleção francesa. Graças à segurança esbanjada por Van Dijk, Blind, Matthijs de Ligt e Dumfries - este, cada vez mais firme na lateral direita. E também, diga-se de passagem, às atuações menos inspiradas de Griezmann e Mbappé.

Preciso nos desarmes, preciso nos passes: Frenkie de Jong teve uma atuação para justificar por que seu nome é cada vez mais falado (John Thys/ANP)
O final do jogo aumentou a pressão francesa, com N'Golo Kanté e Tanguy Ndombelé indo mais à frente, trazendo a bola. Mas a Holanda seguiu apostando nos contra-ataques. Memphis Depay mostrava maturidade insuspeita em outros tempos - segurando a bola, trazendo perigo, sendo o grande destaque da partida. Enfim, já nos acréscimos, veio o pênalti de Moussa Sissoko em Frenkie de Jong, outro luminar da partida. E a "cavadinha" de Memphis para o 2 a 0, rebaixando a Alemanha na Liga das Nações, tornando a Holanda a grande favorita em seu grupo na Liga A, levando De Kuip à loucura (15ª vitória seguida da seleção no estádio), motivando grande comemoração dos próprios jogadores.

Tão grande, aliás, que eles mesmos não sabiam como descrevê-la. "Estou sem palavras", exclamou Wijnaldum à emissora NOS. Discreto, Ronald Koeman só elogiou: "Eu não esperava que este grupo tivesse uma leitura tão boa do jogo, que jogasse tão maduro. A França não veio aqui para jogar bonito, então seria difícil ter paciência e esperar o momento certo. Por isso, merecem muitos cumprimentos". Depay mantinha a cabeça fria: "Por essas atuações, nota-se que estamos no caminho certo. Mas nada está ganho ainda".

De fato, a Holanda ainda precisa de um ponto para avançar à fase final da Liga das Nações. E uma vitória alemã em Gelsenkirchen, na terça, é bem possível. Mas já dá para dizer: será difícil conter a Laranja. Antes ainda havia incertezas se ela podia fazer frente. Agora não há mais: ela pode. A reação está confirmada.

Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 1
Holanda 2x0 França
Local: De Kuip (Roterdã)
Data: 16 de novembro de 2018
Árbitro: Anthony Taylor (Inglaterra)
Gols: Georginio Wijnaldum, aos 44'; Memphis Depay, aos 90' + 5

Holanda
Jasper Cillessen; Denzel Dumfries, Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Daley Blind; Marten de Roon, Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum (Nathan Aké); Steven Bergwijn (Quincy Promes), Ryan Babel (Tonny Vilhena) e Memphis Depay. Técnico: Ronald Koeman

França
Hugo Lloris; Benjamin Pavard, Raphaël Varane, Presnel Kimpembe e Lucas Digne; N'Golo Kanté e Steven N'Zonzi (Tanguy Ndombélé); Kylian Mbappé, Blaise Matuidi (Moussa Sissoko) e Antoine Griezmann; Olivier Giroud (Ousmane Dembélé). Técnico: Didier Deschamps

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Otimismo antes das decisões

Passeio de bicicleta até o treino, tranquilidade, sorrisos: mesmo antes de jogos importantes, há quanto tempo não se via a seleção da Holanda assim? (Pim Ras Fotografie)
Bem disse o jornalista Freek Jansen, da revista Voetbal International, ao falar sobre o clima na seleção holandesa antes das partidas pela Liga das Nações da UEFA, contra França (nesta sexta, em Roterdã) e Alemanha (na próxima terça, dia 19, em Gelsenkirchen): "Há um tempo, 'Laranja' era quase um palavrão para os jogadores. Agora, todos querem estar lá, todos gostam de estar lá". Fazia tempo que a Holanda não comovia tanto sua torcida quanto comoveu no 3 a 0 sobre a Alemanha, em outubro. E o clima de otimismo continua alto na Oranje para as últimas datas FIFA deste 2018.

Razões para isso, não faltam. Primeiramente, o técnico Ronald Koeman terá os 24 jogadores convocados à disposição e em forma (ao contrário da França, que viu os cortes de Paul Pogba e Anthony Martial, e da Alemanha, que não terá Marc-Andre ter Stegen, Jérôme Boateng, Julian Draxler e Mark Uth - e tem dúvidas sobre as possibilidades de Marco Reus). Depois, porque só o fato de chegar à fase decisiva no grupo 1 da Liga A ainda em condições de ganhar a vaga na fase final da Nations League já anima uma seleção que andava em baixa. Koeman falou sobre isso, numa das entrevistas coletivas: "Quando veio o sorteio dos grupos, para muitos, estávamos fadados a sermos rebaixados. Parece que há mais em jogo do que o terceiro lugar do grupo...".

Koeman aproveita a calma do centro de treinamentos da Holanda - e vai formando uma equipe entrosada (VI Images)
De fato. Basta dizer que, mesmo se não se classificar, a Holanda tem grandes chances de se garantir como cabeça-de-chave das eliminatórias da Euro 2020. De quebra, a fase de "reformulação" parece encerrada. Koeman reconheceu: "Os jogadores já sabem o esquema, já sabem como atuar". Comemorou a calma maior oferecida pelo centro de treinamentos da federação, na bucólica Zeist: "Nós pedalamos juntos para os treinos. Todo mundo cresce junto. Isso deixa o time mais forte".  Símbolo disso foram as palavras de um dos mais experientes do grupo atual, Georginio Wijnaldum: "Se os resultados não vêm, a sensação naturalmente fica ruim. Agora, a sensação é muito boa. Nota-se que estamos todos do mesmo lado, que não há mais 'grupinhos'". 

Para os destaques técnicos, a própria boa fase de cada um amplia a confiança. Envolvido em oito dos últimos dez gols da Laranja, Memphis Depay confirma isso, bem que está dentro de campo (no Lyon) e fora: "Agora mostro o que acho importante, o que me deixa em paz. (...) Ainda quero ser o melhor, isso ainda está na minha cabeça, mas não vem antes de tudo. (...) E as coisas vêm juntas. Meu papel em campo também influencia isso. Não sou mais só o ponta, que joga pelos lados e vem para dentro. Ainda faço isso, mas em combinação com outras coisas. Semana passada [contra o Guingamp, pelo Campeonato Francês], eu joguei como '10', e foi ainda melhor".

Claro, ainda há coisas a resolver. Ronald Koeman, por exemplo, ainda teve de responder a perguntas sobre os porquês da convocação de Kenny Tete para a lateral direita, mesmo que Denzel Dumfries tenha ampliado as boas opiniões sobre ele, com a ótima atuação contra a Alemanha (e a sequência da boa fase no PSV): "Na minha lista de candidatos a lateral direito para a seleção, ele é, talvez, o mais completo. Todos os jogos em que atuou comigo, foi bem". 

Dilrosun, o único estreante na convocação da seleção: pode estrear, mas o alarido incomoda seu técnico no Hertha Berlin (ANP)
E há a indecisão no ataque, ainda sem um nome indiscutível (até por isso, a movimentação maior de Memphis Depay). Indecisão prejudicada pela lesão de Arnaut Danjuma Groeneveld, bem no amistoso contra a Bélgica. Restou chamar um estreante: Javairô Dilrosun, que começou bem a temporada no Hertha Berlin. Só que o húngaro Pál Dardai, técnico do Hertha, criticou a suposta precipitação: "Fico feliz pela convocação dele, mas acho que há festa demais. Se ele tivesse jogado até a pausa de inverno como fez no início, tudo bem. Mas precisa mudar muito e se desenvolver". Enquanto espera pelas perspectivas de estreia, Dilrosun só desconversou: "Continuo fazendo tudo normalmente".

Mas só o fato de Koeman ter falado mais sobre o desequilíbrio técnico no Campeonato Holandês do que propriamente justificado qualquer coisa sobre a seleção já dá uma sensação de que algo mudou na seleção holandesa. E as partidas contra França e Alemanha podem consolidar o que o capitão dos Bleus, Hugo Lloris, já reconheceu: "Acho que Holanda voltou ao mais alto nível". Quaisquer resultados que não sejam duas derrotas comprovarão isso.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Um incentivo para o longo caminho

Seleção holandesa celebra vaga na Copa, atrai cada vez mais a torcida e tem time capaz de fazer bom papel na França em 2019. Mas o Campeonato Holandês ainda tem algo a melhorar (ANP)
Desde que se soube o caminho da repescagem pela última vaga europeia nas eliminatórias para a Copa do Mundo feminina, também se sabia: a seleção da Holanda tinha plenas condições de chegar ao segundo mundial de sua história. Era tecnicamente superior a Bélgica, Dinamarca e Suíça, que disputariam o lugar com as Leoas Laranjas. Porém, era necessário tomar todo o cuidado - até porque uma queda não faria nada bem para a campeã europeia, muito menos para o cenário interno do futebol feminino na Holanda. Pois bem: a Holanda cumpriu sua tarefa. Duas vitórias contra as dinamarquesas, uma vitória e um empate contra as suíças, e a Laranja estará na França em 2019. 

É um grande incentivo, aumentando cada vez mais o interesse externo no futebol feminino holandês. A euforia vista no caminho rumo ao título europeu, no ano passado, retornou na decisão da vaga na Copa, contra a Suíça. No jogo de ida, em Utrecht, na sexta passada, o estádio Galgenwaard estava lotado, e a vitória categórica por 3 a 0 só aumentou a festa; na volta, terça-feira, na cidade suíça de Schaffhausen, nem mesmo a expulsão precoce da meio-campista e capitã Anouk Dekker (logo aos sete minutos do primeiro tempo) impediu que a equipe holandesa mantivesse a segurança, abrisse o placar e não se abalasse com o empate em 1 a 1 - afinal, a Suíça precisaria de mais cinco gols para tirar a vaga. A torcida holandesa, então, deu um show: não raro, encobria as vozes dos adeptos da casa.

Miedema prometeu e fez: gols importantíssimos na decisão da vaga (ANP)
Melhor ainda foi ver o tamanho das qualidades técnicas que a Holanda tem, atualmente. E ver que elas corresponderam na hora exata. Reserva na primeira fase da repescagem, contra a Dinamarca, por voltar de lesão, Vivianne Miedema mostrou que, no mínimo, gostaria muito de ser titular: "Nas últimas semanas, mostrei bem como estou em campo. Todos sabem que estou em forma, quase toda bola que chuto entra". E a atacante do Arsenal comprovou isso: marcou um gol nos 3 a 0 da ida, outro no 1 a 1 da volta, e confirmou que tem condições de brilhar em 2019, afastando da memória as atuações algo decepcionantes de 2015, primeira Copa da Laranja (mesmo tendo apenas 19 anos então, Miedema já chamava a atenção).

A mesma coisa fizeram Lieke Martens e Shanice van de Sanden, também autoras de gols no 3 a 0, comprovando que formam com Miedema um dos melhores ataques da Europa na atualidade. E a segurança demonstrada pela seleção como um todo também foi motivo de alegria nas declarações de festejo pela classificação. De Martens ("Após a expulsão, pensei 'danou-se!'. Mas beleza, jogamos no 4-4-1 e deu certo"), de Sherida Spitse - 155 jogos pela Laranja ("Vamos à França! Foi difícil, mas aguentamos bem. Eu me surpreendi muito que elas [Suíça] não tenham pressionado. Não passamos por problemas, e conseguimos as melhores chances"), da ansiosa Jackie Groenen, ausente na Copa de 2015 ("Será minha primeira Copa. Era minha primeira Euro e a gente ganhou. Espero poder repetir isso").

E só imaginar o alcance que o futebol feminino poderá ter na Holanda, pré-Copa, já amplia a ansiedade nas jogadoras e na técnica Sarina Wiegman. Esta começou: "A Euro já foi impressionante, mas a Copa é ainda maior; é o maior evento feminino do esporte no mundo". Diante da festa dos torcedores, Miedema lembrou que o país-sede é facilmente acessível a uma "onda laranja", ao contrário do Canadá, em 2015: "Parecia que tinha mais holandeses do que suíços no estádio. Foi bonito de ver. Espero que todos vão à França". A federação também aposta alto no alcance da seleção: já se cogita um jogo de despedida antes da Copa na Johan Cruyff Arena ou em De Kuip, os grandes templos do futebol do país.

Merel van Dongen comemorou em campo - e apontou necessidades fora dele (Cor Vos)
Externamente, tudo parece bem. Internamente, ainda há alguma coisa a resolver com o futebol feminino holandês. A Eredivisie segue, com o PSV liderando após sete rodadas, três pontos à frente do Ajax. Porém, há coisas a melhorar. E o caminho foi apontado por uma integrante da seleção. Insatisfeita, a zagueira Merel van Dongen (hoje no Betis) usou sua conta no Twitter para desabafar em 23 de outubro: "Se eu estou bem, a sexta rodada já acabou desde a tarde de domingo [21 de outubro], às 17h. Essa atualização está (novamente) desatualizada, e como a conta oficial da Eredivisie feminina, não deveríamos esperar mais? Por exemplo, mais do que só colocar os jogos da rodada e os resultados? Ou estou dizendo uma loucura?"

O desabafo de Van Dongen continuou, com prints de comparação com as contas oficiais do futebol masculino: "É assim na Eredivisie dos homens: cheia de atualizações, informações, retuítes. Promover a Eredivisie feminina tem pouco a ver com ganhar dinheiro. Começa com valorização, e não custa (quase) nada. É só querer". Seguiu suspirando com a defasagem da conta da Eredivisie Vrouwen no Instagram: "É a rede social mais popular para grande parte do público alvo. Não é atualizada desde 17 de junho". Sem respostas, só restou à zagueira fazer piada: "Tudo bem, eles não devem abrir o Twitter desde a postagem passada".

Se a seleção cumpre bem sua tarefa (e tem respaldo da federação) na atração cada vez mais forte que o futebol feminino exerce sobre o torcedor na Holanda, ainda falta à federação estender esse incentivo massivo aos clubes. Jan van der Zee, diretor da federação mais dedicado à modalidade, reconheceu: "Espero que a vaga na Copa seja um chamado". De fato: seleção nenhuma se aguenta sem uma regularidade interna. Por ora, a Holanda está bem só no cenário externo. Avançar à Copa - e nela, fazer uma boa campanha - serve de incentivo no longo caminho.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 12ª rodada da Eredivisie

Zwolle 2x3 Willem II (sexta-feira, 9 de novembro)



Emmen 2x0 NAC Breda (sábado, 10 de novembro)



Vitesse 2x1 Utrecht (sábado, 10 de novembro)



De Graafschap 1x4 PSV (sábado, 10 de novembro)



VVV-Venlo 3x2 Fortuna Sittard (sábado, 10 de novembro)



Groningen 2x0 Heerenveen (domingo, 11 de novembro)



ADO Den Haag 0x1 AZ (domingo, 11 de novembro)



Excelsior 1x7 Ajax (domingo, 11 de novembro)



Heracles Almelo 0x2 Feyenoord (domingo, 11 de novembro)

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 11ª rodada da Eredivisie

Excelsior 2x4 Groningen (sexta-feira, 2 de novembro)



NAC Breda 2x1 Heracles Almelo (sábado, 3 de novembro)




PSV 1x0 Vitesse (sábado, 3 de novembro)




AZ 1x0 De Graafschap (sábado, 3 de novembro)




Ajax 2x0 Willem II (sábado, 3 de novembro)




Heerenveen 1x1 Emmen (domingo, 4 de novembro)




Utrecht 3x0 ADO Den Haag (domingo, 4 de novembro)



Fortuna Sittard 3x0 Zwolle (domingo, 4 de novembro)




Feyenoord 4x1 VVV-Venlo (quinta-feira, 6 de dezembro - previsto originalmente para domingo, 4 de dezembro)