Mostrando postagens com marcador Sparta Rotterdam. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sparta Rotterdam. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Guia da Eredivisie 2025/26: Sparta Rotterdam

Bruno Martins Indi é um dos bons reforços para o Sparta Rotterdam, que tentará manter a boa fase que vive há algumas temporadas (Yannick Verhoeven/Newhouse Media/MB Media/Getty Images)

Sparta Rotterdam

Cidade: Roterdã  
Estádio: Het Kasteel (capacidade para 11.026 torcedores)
Apelido: Kasteelheren (em holandês, "Donos do Castelo" - referência ao nome do estádio, "o castelo" em holandês) 
Títulos: 6 Campeonatos Holandeses (apenas um na era profissional, em 1958/59)
Ranking histórico:
Patrocínio: De Goudse Verzekeringen (seguradora)
Técnico: Maurice Steijn
Destaques: Tobias Lauritsen (atacante)
Fique de olho: Ayoub Oufkir (atacante) e Pelle Clement (atacante)
Brasileiros no elenco: nenhum
Temporada passada: 12º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: play-offs por vaga na Conference League/meio de tabela
Amistosos de pré-temporada:
28 de junho - PPSC (amador) 0x7 Sparta Rotterdam
2 de julho - Westlands Elftal (seleção regional) 0x8 Sparta Rotterdam
5 de julho - Dordrecht 1x7 Sparta Rotterdam
12 de julho - ADO Den Haag 0x2 Sparta Rotterdam
18 de julho - Sparta Rotterdam 3x3 De Graafschap
26 de julho - Willem II 3x1 Sparta Rotterdam
2 de agosto - Sparta Rotterdam 2x0 OFI Kreta (Gri)
Principais chegadas: Joël Drommel (G, PSV), Filip Bednarek (G, Lech Poznan-POL), Shurandy Sambo (D, Burnley-ING), Bruno Martins Indi (D, AZ), Jens Toornstra (M, Utrecht), Lance Duijvestijn (M, Excelsior), Mitchell van Bergen (A, Twente), Sayfallah Ltaief (A, Twente), [Mitchell van Bergen (A, Twente)] e [Nókvvi Thórisson (A, St. Louis City-EUA)]
Principais saídas: Nick Olij (G, PSV), Mike Eerdhuijzen (D, Utrecht), Djevencio van der Kust (D, Heracles Almelo), [Gjivai Zechiël (M, Feyenoord)], Jonathan de Guzmán (M, fim de contrato), [Carel Eiting (M, Twente)], [Kristian Hlynsson (M/A, Ajax)] e Mohamed Nassoh (A, NAC Breda) 

Legenda
Jogador (posição, clube)
Empréstimo
[retorno de empréstimo] 
[transferência em definitivo após empréstimo]

Vivendo bons momentos nos últimos anos, coisa com que não era acostumado (chegou mesmo a disputar a decisão da vaga holandesa na Conference League, em 2022/23), o Sparta Rotterdam chegou a temer a volta aos tempos de apenas tentar ficar na divisão de honra, quando começou mal na temporada passada. Aí voltou Maurice Steijn, o técnico da excelente campanha de dois anos atrás. Vieram alguns nomes emprestados que melhoraram o nível técnico, como os meias Gjivai Zechiël e Kristian Hlynsson. Os Spartanen, então, deixaram as ameaças de lado, terminaram a temporada no meio de tabela (quase voltaram à repescagem por lugar na Conference, até), e começam esta temporada 2025/26 com a agradável impressão de que o time segue em condições de fazer uma campanha segura.

Primeiro, porque Maurice Steijn está lá, cada vez mais querido pela torcida. Em segundo lugar, porque os reforços foram bastante adequados. Se o goleiro Nick Olij deixou Roterdã rumo ao PSV, de lá veio, emprestado, o goleiro Joël Drommel, que pode ter boas atuações. Se o zagueiro Mike Eerdhuijzen saiu rumo ao Utrecht, poucas reposições poderiam ser mais experientes do que Bruno Martins Indi, com vários jogos de Campeonato Holandês (e uma Copa do Mundo) no currículo. No meio, um experiente saiu, Jonathan de Guzman, mas outro chegou, com Jens Toornstra. E a vinda de Lance Duijvestijn, do Excelsior recém-promovido, pode ajudar na criação de jogadas para um ataque já entrosado, que conta com dois destaques em Shunsuke Mito e Tobias Lauritsen, e uma boa aposta em Ayoub Oufkir, titular da Holanda (Países Baixos) campeã europeia sub-19. Tudo isso para que o Sparta siga bem. E desta vez, sem solavancos.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Análise da temporada: Sparta Rotterdam

Com a ajuda de nomes como Zechiel, o Sparta conseguiu embalar num momento, afastar os medos do começo da temporada e ficar a salvo (ProShots)

Colocação final: 12º lugar, com 39 pontos (9 vitórias, 13 derrotas e 12 empates - na frente pelo maior saldo de gols, -4)
No turno havia sido: 16º colocado, com 12 pontos
Time-base: Olij; Bakari, Young (Meissen), Eerdhuijzen e Van Aanholt; Zechiel, Hlynsson (Kitolano) e Clement; Van Bergen (Nassoh), Lauritsen e Mito
Técnico: Jeroen Rijsdijk (até a 10ª rodada), Nourdin Boukhari (interino, na 11ª rodada) e Maurice Steijn (a partir da 12ª rodada)
Maior vitória: Sparta Rotterdam 4x0 Willem II (24ª rodada)
Maior derrota: Sparta Rotterdam 1x4 Utrecht (11ª rodada)
Principal jogador: Tobias Lauritsen (atacante) 
Artilheiro: Tobias Lauritsen (atacante), com 9 gols  
Quem deu mais passes para gol: Pelle Clement (meio-campista), com 4 gols
Quem mais partidas jogou: Nick Olij (goleiro), com 32 partidas
Copa nacional: eliminado na segunda fase, pelo Go Ahead Eagles
Competições continentais: nenhuma

O medo era grande. De um time que figurara nas duas mais recentes repescagens por vaga na Conference League, o Sparta Rotterdam caíra para a antepenúltima posição, que o forçaria a disputar a repescagem de acesso/permanência. Pior: o técnico Maurice Steijn, de tanto destaque em 2022/23, já estava de volta, mas os Spartanen demoravam a embalar novamente, pelo menos na reta final do primeiro turno. Para não voltar a sofrimentos anteriores, era bom reagir assim que 2025 começasse e a pausa de inverno acabasse. A ação começou na diretoria, que trouxe três reforços importantes no returno, todos por empréstimo: os meio-campistas Gjivai Zechiel e Kristian Hlynsson, e o atacante Mitchell van Bergen. Tudo isso já ajudou nas quatro rodadas iniciais do segundo turno, com dois empates e duas vitórias, fazendo a equipe de Roterdã ensaiar um respiro. Mas era pouco: a equipe ainda estava parada na 16ª posição. A necessidade de reação ficava cada vez mais urgente.

Para sorte do Sparta, o equilíbrio no meio da tabela era tão grande que possibilitava não só escapar rápido das últimas posições, como também partir rápido para a disputa por lugar na repescagem pela Conference League. Foi o que aconteceu com os Spartanen, a partir da maior vitória da temporada (4 a 0 no Willem II, na 24ª rodada): começava ali uma sequência de sete jogos sem derrota, com quatro vitórias, que içaram o time para a nona posição da tabela, que já o levaria de novo à repescagem. Uma reação notável. Justificada não só pela utilidade de quem chegou - Zechiel trouxe mais velocidade ao meio-campo; Hlynsson até ajudou o ataque, além de criar jogadas no meio; Van Bergen ocupou seu lugar na ponta direita -, mas também por quem já estava lá. Como Tobias Lauritsen, de gols importantes num time de ataque pouco eficaz (39 gols, o quinto pior ataque do campeonato). Ou o goleiro Nick Olij, seguro numa defesa que compensou (43 gols sofridos, a quinta melhor defesa). E resultados como o empate arrancado contra o Ajax (1 a 1, 30ª rodada) também animaram. É certo que a derrota final - 3 a 1 para o PSV, no jogo do título - impediu a repescagem. Mas pelo menos, o bom desempenho no returno (6ª melhor equipe) afastou os sustos da primeira metade da temporada.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Parada obrigatória: Sparta Rotterdam

O goleiro Olij era prudente antes da temporada começar. E lamenta o que ocorre com o Sparta Rotterdam: queda brusca em 2024/25, voltando a viver tempos difíceis (Bart Stoutesdijk/ANP/Getty Images)

Posição: 16º colocado, com 12 pontos
Técnico: Jeroen Rijsdijk (até a 10ª rodada), Nourdin Boukhari (interino, na 11ª rodada) e Maurice Steijn (a partir da 12ª rodada)
Time-base: Olij; Reith (Bakari), Eerdhuijzen, Meissen e Van Aanholt (Van der Kust); Kitolano, Verschueren e Clement; Neghli, Lauritsen e Nassoh 
Maiores vitórias: Willem II 1x2 Sparta Rotterdam (4ª rodada) e RKC Waalwijk 1x2 Sparta Rotterdam (6ª rodada) 
Maior derrota: Sparta Rotterdam 1x4 Utrecht (11ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado pelo Go Ahead Eagles, na segunda fase
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Camiel Neghli (atacante), com 5 gols
Objetivo do início: play-offs por vaga na Conference League
Avaliação: Sem ganhar um jogo pelo Campeonato Holandês há mais de três meses, o Sparta volta a viver um cenário temido que parecia ficar em segundo plano: voltar a se esforçar para se livrar da queda

Em um semestre, quanta coisa muda... que o diga o Sparta Rotterdam. Quando a temporada estava começando, a revista Voetbal International ressaltava o grande momento da história do clube, presente nas duas últimas repescagens por vaga da Holanda (Países Baixos) na Conference League. Mas o goleiro Nick Olij, presente nisso tudo, foi prudente: "Sabemos onde estávamos há três anos [o Sparta quase caiu, na temporada 2021/22]. Estávamos no outro lado da moeda". De fato, prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Porque os Spartanen começaram somente com três empates na temporada. Vencendo Willem II (2 a 1, 4ª rodada) e RKC Waalwijk (também 2 a 1, 6ª rodada), até rondou a zona de repescagem pela Conference, novamente. Contudo, aí começou a espiral negativa. Sem vitórias até a 10ª rodada, houve a primeira vítima: Jeroen Rijsdijk, primeiro técnico demitido dentro da Eredivisie na temporada.

Só que... nada melhorou. Mesmo com o retorno de Maurice Steijn, o técnico da histórica campanha na temporada 2022/23, uma sequência de cinco derrotas empurrou o time do bairro de Spangen, em Roterdã, para a antepenúltima posição. Jogadores responsáveis por grandes momentos, como o supracitado Olij e o meio-campo Arno Verschueren, não rendem como já renderam anteriormente. O ataque, mesmo com tantas opções (Shunsuke Mito, Tobias Lauritsen, Camiel Neghli, Mohamed Nassoh, o brasileiro Kayky...), é o segundo pior da temporada - só 14 gols, junto ao Groningen. Os empates são excessivos (6), e o Sparta é o pior mandante do campeonato até aqui (nada de vitórias em nove jogos em Het Kasteel - quatro empates e cinco derrotas). Houve quem chegasse para ajudar, como o veterano Patrick van Aanholt na lateral esquerda, mas os Spartanen já estão sem vencer pela liga neerlandesa desde 21 de setembro do ano passado. Neste 2025, precisam reagir urgentemente para afastarem aquela realidade que parecia tão distante antes da temporada: brigar para não ser rebaixado.

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Guia da Eredivisie 2024/25: Sparta Rotterdam

Julian Baas é reforço para auxiliar um Sparta Rotterdam muito bem entrosado para tentar outra boa temporada no Campeonato Holandês (Sparta Rotterdam/Divulgação)

Sparta Rotterdam

Cidade: Roterdã  
Estádio: Het Kasteel (capacidade para 11.026 torcedores)
Apelido: Kasteelheren (em holandês, "Donos do Castelo" - referência ao nome do estádio, "o castelo" em holandês) 
Títulos: 6 Campeonatos Holandeses (apenas um na era profissional, em 1958/59)
Patrocínio: De Goudse Verzekeringen (seguradora)
Técnico: Jeroen Rijsdijk
Destaques: Koki Saito (atacante)
Fique de olho: Metinho (meio-campo)
Brasileiros no elenco: Metinho (meio-campo)
Temporada passada: 8º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: play-offs por vaga na Conference League
Amistosos de pré-temporada:
29 de junho - Excelsior ’20 (amador) 0x6 Sparta Rotterdam
3 de julho - VV Nieuwenhoorn (amador) 0x8 Sparta Rotterdam
6 de julho - Excelsior Maassluis 0x7 Sparta Rotterdam
13 de julho - ADO Den Haag 1x1 Sparta Rotterdam
19 de julho - Roda JC 0x1 Sparta Rotterdam
27 de julho - Willem II 2x4 Sparta Rotterdam
30 de julho - Sparta Rotterdam 4x1 PAS Lamia-GRE
3 de agosto - Sparta Rotterdam 2x1 NAC Breda
Principais chegadas: Boyd Reith (D, Roda JC), Teo Quintero (D, Deinze-BEL), Jafar Bynoe (M, Bologna-ITA), Metinho (M, Troyes-FRA), Julian Baas (M, Excelsior), Kayky (A, Manchester City-ING) e Mohamed Nassoh (A, PSV) 
Principais saídas: Bart Vriends (D, Adelaide United-AUS), Tijs Velthuis (D, Salernitana-ITA), Django Warmerdam (D, Excelsior) e [Koki Saito (A, SK Lommel-BEL - repassado ao Queens Park Rangers-ING)]

Legenda
Jogador (posição, clube)
Empréstimo
[retorno de empréstimo] 
[transferência em definitivo após empréstimo]

Nem mesmo a nova decepção de sequer chegar à final dos play-offs pela vaga holandesa na Conference League (eliminado pelo Utrecht na semifinal) ameniza o gosto delicioso que a torcida dos Spartanen está sentindo, nas temporadas recentes. Afinal de contas, fazia muito tempo - desde os anos 1980, mais precisamente - que o clube de Roterdã não tinha perspectivas tão boas, incluindo até mesmo chance de participação em torneios europeus. Melhor ainda é saber que o clube começa 2024/25 com boas possibilidades de repetir a dose.

Em primeiro lugar, o técnico Jeroen Rijsdijk já tem o grupo de jogadores na mão. Em segundo lugar, entre os titulares, a única perda mais sentida é a do atacante Koki Saito. E em terceiro lugar, o time está mais do que entrosado, com uma base pronta há pelo menos dois anos. No gol, Nick Olij, que por pouco não foi à Eurocopa com a Holanda (Países Baixos); no meio, o trio Jonathan de Guzmán-Joshua Kitolano-Tobias Lauritsen; e no ataque, se Saito está fora, Shunsuke Mito - boa participação pelo Japão no futebol masculino dos Jogos Olímpicos - e Tobias Lauritsen já têm um companheiro pronto no canadense Charles-Andreas Brym. Então, vieram poucas contratações, como o meio-campo Julian Baas. Porque, na verdade, o Sparta parece pronto, agradavelmente pronto, para mais uma boa campanha. 

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Análise da temporada: Sparta Rotterdam

Tobias Lauritsen se destacou, mais uma vez. E o Sparta Rotterdam novamente fez uma boa temporada e disputou os play-offs por vaga na Conference (Pieter Stam de Jonge/ANP/Getty Images)

Colocação final: 8º lugar, com 49 pontos (14 vitórias, 7 empates e 13 derrotas)
No turno havia sido: 7º lugar, com 22 pontos
Time-base: Olij; Bakari, Vriends, Eerdhuijzen (Velthuis) e Van der Kust; Verschueren (Metinho), De Guzman e Clement; Mito (Neghli), Lauritsen e Brym (Saito)
Técnico: Jeroen Rijsdijk
Maior vitória: Sparta Rotterdam 4x0 Fortuna Sittard (27ª rodada)
Maior derrota: Sparta Rotterdam 0x4 PSV (8ª rodada)
Principal jogador: Nick Olij (goleiro)
Artilheiro: Tobias Lauritsen (atacante), com 13 gols  
Quem deu mais passes para gol: Tobias Lauritsen (atacante), com 9 passes
Quem mais partidas jogou: Nick Olij (goleiro), com 35 partidas - as 34 da temporada regular, mais as quatro da repescagem pela Conference League
Copa nacional: eliminado pelo ADO Den Haag (segunda divisão), na segunda fase
Competições continentais: nenhuma

A temporada passada do Campeonato Holandês, com o sexto lugar, tinha sido tão impressionantemente positiva para o Sparta Rotterdam, desacostumado a rondar a parte de cima da tabela, que a temporada começou com uma dúvida: a base bastante mantida resistiria à perda do técnico Maurice Steijn para o Ajax? Já no passar do primeiro turno, era possível responder que sim. Afinal de contas, enquanto a experiência de Maurice Steijn no Ajax era tão curta quanto difícil, os Spartanen seguiram sua linha ao longo desta temporada. A começar pelo técnico: Jeroen Rijsdijk, auxiliar de Steijn, foi simplesmente "promovido" a técnico. E teve a sorte de contar com a permanência de boa parte dos destaques da Eredivisie passada. Que seguiram bem, por sinal. O goleiro Nick Olij continuou com seus reflexos e sua elasticidade, como dos melhores da liga; o experiente Jonathan de Guzman voltou a ser titular com mais frequência, estabilizando o meio-campo; e o norueguês Tobias Lauritsen seguiu sendo garantia de gols.

E ao longo da temporada, o Sparta continuou mostrando solidez. Das 34 rodadas, só não esteve na zona da repescagem por vaga na Conference League em nove. Foi até melhor como visitante (quinto melhor) do que como mandante (10º lugar). Até mesmo num jogo que perdeu, mostrou qualidades - no jogo que deu o título ao PSV (derrota por 4 a 2, 32ª rodada), o time de Roterdã saiu na frente e foi adversário digno. E teve as novidades despontando ao longo da temporada. Na lateral esquerda, Djevencio van der Kust foi ocupando gradativamente a lacuna da saída de Django Warmerdam; no meio-campo, Metinho (brasileiro nascido na República Democrática do Congo) mostrou muita rapidez, às vezes até indo para o ataque. Nele, ladeando Lauritsen, enquanto Koki Saito se recuperava de uma lesão muscular, o canadense Charles-Andreas Brym compensou bem. Saito voltou, e fez mais uma dupla japonesa de sucesso na Eredivisie, com Shunsuke Mito - sem que o argelino Camiel Neghli negasse fogo, ao jogar. Resultado: novamente, o Sparta alcançou os play-offs por vaga na Conference League. Também ficou sem a vaga, é verdade, perdendo para o Utrecht. Mas... para um time que, há duas temporadas, sofreu para escapar do rebaixamento, estar há duas temporadas seguidas disputando a repescagem do lado de cima da tabela é uma rotina mais do que deliciosa.

domingo, 7 de janeiro de 2024

Parada obrigatória: Sparta Rotterdam

O Sparta Rotterdam superou as (poucas) mudanças que teve, e continua bem neste Campeonato Holandês (Hans van der Valk/BSR Agency/Getty Images)

Posição: 7º lugar, com 22 pontos
Técnico: Jeroen Rijsdijk
Time-base: Olij; Bakari, Vriends, Velthuis e Van der Kust (Warmerdam); De Guzmán, Verschueren (Clement) e Kitolano; Neghli, Lauritsen e Brym
Maior vitória: Volendam 1x4 Sparta Rotterdam (12ª rodada)
Maior derrota: Sparta Rotterdam 0x4 PSV (8ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado pelo ADO Den Haag (segunda divisão), na segunda fase
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Tobias Lauritsen (atacante), com 5 gols
Objetivo do início: meio de tabela/play-offs por vaga na Conference League
Avaliação: Os Spartanen assimilaram bem a mudança de técnico. Com um time parecido ao da ótima temporada passada, conseguem desempenho semelhante, que segue bastante satisfatório

Já no último dia da temporada passada, quando perdeu para o Twente na decisão dos play-offs da Holanda (Países Baixos) por vaga na Conference League, o Sparta Rotterdam teve uma notícia que poderia ser um solavanco após desempenho tão satisfatório em 2022/23: o técnico Maurice Steijn estava tomando o caminho do Ajax. Está certo que boa parte do grupo de jogadores seguiria, mas como reagiria à troca de comando - e às mudanças decorrentes dela? 16 rodadas depois, já se pode dizer que o Sparta reagiu muito bem a ela. Jeroen Rijsdijk manteve o que deveria ser mantido, escapou de problemas... e o time de Roterdã repete a dose da temporada passada, mantendo regularidade na zona da repescagem que disputou em 2022/23. Tanto que já está na sétima posição há quatro rodadas.

Desafios que surgiram com fatos como a lesão muscular do atacante Koki Saito, talvez o melhor dos Spartanen na Eredivisie anterior. Ou mesmo com a piora da equipe nos jogos em casa: o time é só o 11º lugar, considerando partidas no próprio estádio, e os resultados comprovam isso (em Het Kasteel, o time caiu até para o Almere City (2 a 1, 11ª rodada). Ainda assim, os destaques continuam aparecendo. A defesa se mantém bem - é a quinta melhor da Eredivisie -, e o goleiro Nick Olij é dos melhores de sua posição no campeonato (a ponto de ter sido convocado para a seleção). No meio-campo, Arno Verschueren segue bem na criação de jogadas. E ao lado de Tobias Lauritsen, o destaque do ataque, tanto o argelino Camiel Neghli quanto o canadense Charles-Andreas Brym se estabilizaram nas pontas. E o Sparta Rotterdam repete a dose: continua satisfazendo a torcida.

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Guia da Eredivisie 2023/24: Sparta Rotterdam

O Sparta Rotterdam até contratou gente, mas aposta na manutenção de vários destaques para repetir a ótima temporada que fez em 2022/23 (Divulgação/sparta-rotterdam.nl)

Sparta Rotterdam

Cidade: Roterdã  
Estádio: Het Kasteel (capacidade para 11.026 torcedores)
Apelido: Kasteelheren (em holandês, "Donos do Castelo" - referência ao nome do estádio, "o castelo" em holandês) 
Títulos: 6 Campeonatos Holandeses (apenas um na era profissional, em 1958/59)
Patrocínio: De Goudse Verzekeringen (seguradora)
Técnico: Jeroen Rijsdijk
Destaques: Koki Saito (atacante)
Fique de olho: Metinho (meio-campo)
Brasileiros no elenco: Metinho (meio-campo)
Temporada passada: 6º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: meio de tabela/play-offs por vaga na Conference League
Amistosos de pré-temporada:
7 de julho - VV Bergambacht 0x9 Sparta Rotterdam
14 de julho - Sparta Rotterdam 3x1 Zwolle 
22 de julho - Zulte Waregem-BEL 0x4 Sparta Rotterdam
25 de julho - Sparta Rotterdam 1x4 Mamelodi Sundowns-AFS
29 de julho - Willem II 0x3 Sparta Rotterdam
1º de agosto - ADO Den Haag 1x2 Sparta Rotterdam
5 de agosto - Sparta Rotterdam 1x0 RKC Waalwijk
Principais chegadas: Saïd Bakari (D, RKC Waalwijk), Tijs Velthuis (D, AZ), Django Warmerdam (D, Utrecht), Sergi Rosanas (D, FC Barcelona B-ESP), Pelle Clement (M, RKC Waalwijk), Metinho (M, Troyes-FRA), Agustin Anello (A, Lommel-BEL), Camiel Neghli (A, De Graafschap) e [Charles Andreas Brym (A, FC Eindhoven)]
Principais saídas: [Shurandy Sambo (D, PSV)], Adil Auassar (D, encerrou a carreira), Dirk Abels (D, Grasshopper-SUI), Mica Pinto (D, Vitesse), Aaron Meijers (D, RKC Waalwijk), Jeremy van Mullem (M, Cambuur) e Younes Namli (M, Zwolle)

Legenda
Jogador (posição, clube)
Empréstimo
[retorno de empréstimo] 
[transferência em definitivo após empréstimo]

O Sparta Rotterdam só poderia desejar que esta temporada fosse igual àquela que passou - a melhor surpresa do Campeonato Holandês em 2022/23, com um time muito sólido e consistente, que fez a torcida sonhar com um retorno a um torneio europeu após 38 anos. Porém, logo após a derrota para o Twente que deixou os Spartanen fora da Conference League, soube-se que haveria uma mudança, à força: começou a vazar o interesse que se confirmaria, e o técnico Maurice Steijn rumou para o Ajax. Muitos nomes foram cogitados, mas a opção pela promoção do auxiliar técnico Jeroen Rijsdijk deixou claro: o Sparta tentaria mexer o menos possível, para não desandar maionese tão deliciosa. Restaria esperar o que viria nas transferências.

Até agora, o Sparta está sendo poupado. É certo que alguns titulares do marcante 2022/23 saíram - o lateral direito Shurandy Sambo retornou ao PSV, os laterais esquerdos Mica Pinto e Aaron Meijers também deixaram o clube -, mas nada que não tenha sido reposto. Na canhota, por exemplo, os dois reforços podem manter o nível técnico (Django Warmerdam, para achar o tempo de jogo que não teve no Utrecht, e o espanhol Sergi Rosanas, vindo do time B do Barcelona). Melhor ainda, para o time do bairro de Spangen, em Roterdã, é ver que todos os grandes destaques ainda estão no clube. Na defesa, a segurança do goleiro Nick Olij, dos melhores do futebol holandês; no meio-campo, a experiência de Jonathan de Guzmán e a versatilidade de Arno Verschueren; no ataque, a velocidade de Koki Saito e os gols de Tobias Lauritsen. O que torna mais fácil a habituação dos reforços, como os meio-campistas Pelle Clement e Metinho, brasileiro nascido na República Democrática do Congo. Torna mais fácil ter bons resultados, como os vindos na janela de transferências. E torna também mais fácil realizar o objetivo de outra boa surpresa. Afinal, como o próprio Jeroen Rijsdijk reconheceu, o caso não é de mudar muito, e sim de manter o que o Sparta Rotterdam mostrou.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Análise da temporada: Sparta Rotterdam

Após sofrer na temporada passada, o Sparta Rotterdam recomeçou. Teve contratações que deram certo. E foi a surpresa mais positiva do campeonato (Hans van der Valk/BSR Agency/Getty Images)

Colocação final: 6º lugar, com 59 pontos
No turno havia sido: 6º lugar, com 31 pontos
Time-base: Olij; Sambo, Abels, Vriends (Eerdhuijzen/Auassar) e Mica Pinto; Van Mullem (De Guzmán), Verschueren e Kitolano; Van Crooij, Lauritsen e Saito
Técnico: Maurice Steijn
Maiores vitórias: Groningen 0x5 Sparta Rotterdam (34ª rodada)
Maior derrota: Ajax 4x0 Sparta Rotterdam (22ª rodada)
Principal jogador: Koki Saito (atacante) 
Artilheiros: Vito van Crooij (atacante) e Tobias Lauritsen (atacante), ambos com 12 gols 
Quem deu mais passes para gol: Vito van Crooij (atacante), com 11 passes
Quem mais partidas jogou: Joshua Kitolano (meio-campista), Vito van Crooij (atacante) e Tobias Lauritsen (atacante), todos com 38 partidas - as 34 da temporada regular, mais as quatro da repescagem pela Conference League
Copa nacional: eliminado pelo PSV, na segunda fase
Competições continentais: nenhuma

Na temporada passada, o Sparta Rotterdam sofreu até as últimas rodadas com a ameaça do rebaixamento. Decidiu arriscar com prática habitual em times nessa situação: trocou o técnico. Maurice Steijn, que já viria para este 2022/23, sucedeu Henk Fräser. Conseguiu manter o Sparta na primeira divisão, ganhando respaldo para preparar o trabalho de agora. Pelo menos desta vez, ficou claro: como a troca de técnicos foi acertada! Porque, nas mãos de Steijn, os Spartanen viveram momentos e alegrias há muito tempo não vividos pelos lados do bairro de Spangen, em Roterdã. Para isso, colaboraram também algumas mudanças de jogadores: praticamente todos os reforços vindos ao estádio Het Kasteel corresponderam plenamente. Substituindo o nigeriano Maduka Okoye, o goleiro Nick Olij vinha como o melhor arqueiro da segunda divisão passada - para ser o melhor goleiro da primeira divisão nesta, com agilidade e bom posicionamento que o fazem até ser considerado possível nome nas convocações da Holanda (Países Baixos). Shurandy Sambo, na lateral direita, cumpriu plenamente o objetivo do PSV ao emprestá-lo: ter ritmo de jogo e mostrar capacidade - que o fará retornar a Eindhoven com chances de ser titular.

Os reforços do meio-campo formaram uma mistura bem equilibrada de experiência (Jonathan de Guzmán) e juventude (Joshua Kitolano), tendo ainda a habilidade do belga Arno Verschueren. E no ataque, Tobias Lauritsen preencheu plenamente a lacuna deixada por Lennart Thy, o japonês Koki Saito foi das mais gratas revelações da temporada, e Vito van Crooij foi o destaque supremo (dividindo a artilharia do clube com Lauritsen, e sendo quem mais passes para gol deu). Com estilo de jogo bem definido, apostando bastante nos ataques pelas pontas, o Sparta foi altamente regular: sexto melhor mandante, quinto melhor visitante, sexto colocado no turno e no returno. Os destaques fizeram seus gols: Lauritsen, Van Crooij, Koki Saito... e o Sparta chegou à repescagem valendo vaga na Conference League. Poderia ser a volta a um torneio continental, após 38 anos. Não foi: o Twente, de fato, acabou sendo superior. Mas a tristeza da sequência do tabu pode e deve ser superada: o Sparta Rotterdam foi, de longe, a mais agradável surpresa do Campeonato Holandês.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Parada obrigatória: Sparta Rotterdam

O Sparta Rotterdam temia pelo que seria esta temporada, até por causa do mau começo. Mas o time se encaixou, os jogadores cresceram... e surgiu a melhor surpresa da temporada (Rene Nijhuis/Orange Pictures/BSR Agency/Getty Images)

Posição: 6ª colocação, com 24 pontos (na frente pelo melhor saldo de gols) 
Técnico: Maurice Steijn
Time-base: Olij; Sambo (Abels), Vriends, Auassar e Mica Pinto; De Guzmán e Verschueren; Mijnans (Kitolano), Van Crooij e Saito (Namli); Lauritsen
Maiores vitórias: Sparta Rotterdam 4x0 Volendam (5ª rodada) e Vitesse 0x4 Sparta Rotterdam (13ª rodada) 
Maior derrota: Feyenoord 3x0 Sparta Rotterdam (6ª rodada)
Copa da Holanda: enfrentará o PSV, na segunda fase
Competição europeia: nenhuma
Artilheiros: Arno Verschueren (meio-campista) e Vito van Crooij (atacante), ambos com seis gols 
Objetivo do início: meio de tabela/escapar do rebaixamento
Avaliação: Com um time consolidado e regular - no melhor sentido do termo -, o Sparta vai além de suas ambições, e é a melhor surpresa do Campeonato Holandês até agora

"O que vai ser do Sparta Rotterdam?" era uma pergunta bem plausível antes do Campeonato Holandês começar. Afinal de contas, os Spartanen só escaparam do rebaixamento na penúltima rodada - e contando com a chegada antecipada de Maurice Steijn, que só seria treinador nesta temporada mas já foi efetivado após a demissão de Henk Fräser. O time ainda perdeu vários jogadores que ajudaram na salvação, como o goleiro Maduka Okoye e o atacante Lennart Thy. Com muitas contratações, a desconfiança era grande sobre a capacidade dos "Donos do Castelo" em se restabelecerem na atual temporada, terem uma base rapidamente entrosada e viverem uma temporada mais segura. Ainda mais tendo em vista o mau começo de Campeonato Holandês, com duas derrotas e um empate.

Pois o Sparta reverteu surpreendente e elogiavelmente as expectativas. A partir desse início preocupante, foram só mais duas derrotas na temporada. Algumas das contratações mencionadas estabilizaram a equipe em campo: o veterano Jonathan de Guzmán não só deu a força necessária na marcação no meio, mas também foi um auxílio inesperado na frente - bem como Arno Verschueren. Pelo lado direito, Koki Saito foi um reserva que saltou para os titulares com boas atuações. Só "dificultou" mais as coisas, num setor que já tem jogadores muito úteis ao Sparta: Younes Namli, Vito van Crooij, Sven Mijnans... isso, sem contar Tobias Lauritsen, outro reforço, vindo para o ataque e já absoluto como titular. Serviu para ser, como mandante, melhor até do que o Ajax nas primeiras 14 rodadas. Serve para aumentar o sonho de, novamente, estar na repescagem por vaga na Conference.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Guia da Eredivisie 2022/23: Sparta Rotterdam

De Guzmán é a contratação mais experiente de um Sparta Rotterdam que, agora, tem tempo para fazer um time que não sofra como no ano passado (spartarotterdam.nl)

Sparta Rotterdam

Cidade: Roterdã  
Estádio: Het Kasteel (capacidade para 11.026 torcedores)
Apelido: Kasteelheren (em holandês, "Donos do Castelo" - referência ao nome do estádio, "o castelo" em holandês) 
Títulos: 6 Campeonatos Holandeses (apenas um na era profissional, em 1958/59)
Patrocínio: D&S (imobiliária)
Técnico: Maurice Steijn
Destaques: Adil Auassar (zagueiro/meio-campista)
Fique de olho: Nick Olij (goleiro)
Brasileiros no elenco: nenhum
Temporada passada: 14º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: meio de tabela/escapar do rebaixamento
Amistosos de pré-temporada:
2 de julho - Time de estrelas da região de Gouda 0x9 Sparta Rotterdam
6 de julho - Steeds Hooger (amador) 0x24 Sparta Rotterdam
12 de julho - Quick '20 (amador) 0x3 Sparta Rotterdam
15 de julho - Sparta Rotterdam 1x0 Heracles Almelo 
20 de julho - Willem II 1x1 Sparta Rotterdam (jogo interrompido por briga)
23 de julho - Beerschot-BEL 1x0 Sparta Rotterdam
26 de julho - VOC (amador) 1x5 Sparta Rotterdam
30 de julho - Sparta Rotterdam 3x1 Emmen
Principais chegadas: Nick Olij (G, NAC Breda), Shurandy Sambo (D, PSV), Mike Eerdhuijzen (D, Volendam), Omar Rekik (D, Arsenal-ING), Koki Saito (M, SK Lommel-BEL), Jonathan de Guzmán (M, OFI Creta-GRE), [Arno Verschueren (M, SK Lommel-BEL)], [Reda Kharchouch (M, Emmen)], Jason Lokilo (M, Gornik Leczna-POL), [Younes Namli (M, Krasnodar-RUS)] e Charles-Andreas Brym (A, FC Eindhoven)
Principais saídas: Maduka Okoye (G, Watford-ING), Tom Beugelsdijk (D, Helmond Sport), [Riza Durmisi (D, Lazio-ITA)], [Joeri de Kamps (M, Slovan Bratislava-ESQ)], Reda Kharchouch (M, Excelsior), Adrián Dalmau (A, fim de contrato) e Lennart Thy (A, Zwolle)

Legenda
Jogador (posição, clube)
Empréstimo
[retorno de empréstimo]
[transferência em definitivo após empréstimo]

Era para o trabalho do técnico Maurice Steijn ter começado só na preparação para esta temporada. As sérias dificuldades do time de Roterdã contra o rebaixamento, na temporada passada, forçaram esse trabalho a começar mais cedo: Steijn já assumiu no fogo das últimas rodadas, para tentar ajudar os Spartanen a se salvarem. Conseguiu: o Sparta ficou na Eredivisie. Mas teria de passar por uma grande reformulação. Não só pela saída algo turbulenta do antigo técnico, Henk Fräser, como pelas transferências de jogadores importantes. Uma delas, já sabida desde o início do ano: o goleiro Maduka Okoye, indo para o Watford. Outra, até surpreendente: o atacante Lennart Thy, importante nos últimos anos, retornou ao rebaixado Zwolle. Outra, providencial: sob suspeita após acusação de envolvimento num esquema de apostas com criptomoedas, o zagueiro Tom Beugelsdijk partiu para outro clube da segunda divisão, o Helmond Sport.

Restou arregaçar as mangas e tentar, de novo, trabalhar. E até que a janela de transferências tem sido benéfica para o Sparta. Se Okoye saiu, Nick Olij, escolhido melhor goleiro da segunda divisão neerlandesa no NAC Breda, merece a aposta do clube do bairro de Spangen. Na defesa, Mike Eerdhuijzen pode aprender bastante ao lado do experiente Adil Auassar, agora se alternando comumente entre o miolo de zaga e o meio-campo, como volante. Falando nisso, foi nessa posição que veio a principal transferência do Sparta para a temporada: o experiente Jonathan de Guzmán, com Copa do Mundo no currículo (em 2014, pela Holanda). E Younes Namli, emprestado no returno da temporada passada, agora fica no time em definitivo, para criar jogadas a serem aproveitadas pelos destaques remanescentes do ataque: Vito van Crooij, Mario Engels, o recém-chegado Charles-Andreas Brym... Maurice Steijn agora tem mais tempo para trabalhar. Só se espera que o fim não seja aflitivo quanto o da temporada passada.

domingo, 19 de junho de 2022

Análise da temporada: Sparta Rotterdam

Thy fez a sua parte, mas o Sparta Rotterdam sofreu durante boa parte da temporada. Pelo menos, se aprumou na reta final para ficar na Eredivisie (Pro Shots)

Colocação final: 14º lugar, com 35 pontos (na frente pelo melhor saldo de gols)
No turno havia sido: 17º lugar, com 12 pontos 
Time-base: Okoye; Abels, Vriends, Beugelsdijk e Mica Pinto (Meijers/Durmisi); Verschueren e De Kamps; Engels, Auassar e Van Crooij; Thy
Técnico: Henk Fräser (até a 30ª rodada) e Maurice Steijn (a partir da 31ª rodada)
Maior vitória: Willem II 0x3 Sparta Rotterdam (12ª rodada)
Maior derrota: Utrecht 4x0 Sparta Rotterdam (1ª rodada) e Feyenoord 4x0 Sparta Rotterdam (21ª rodada)
Principal jogador: Lennart Thy (atacante)
Artilheiros: Lennart Thy (atacante) e Vito van Crooij (meio-campo), ambos com 5 gols 
Quem deu mais passes para gol: Vito van Crooij (meio-campo), com 4 passes
Quem mais partidas jogou: Lennart Thy (atacante), que jogou todas as 34 partidas
Copa nacional: eliminado pelo Vitesse, na segunda fase
Competições continentais: nenhuma

Da disputa da repescagem pelo lugar holandês na Conference League, em 2021/22, a um tremendo sofrimento para escapar do rebaixamento: como o Sparta Rotterdam caiu tanto em um ano? A resposta começa fora da área para ter consequências dentro. O início veio com o anúncio de Henk Fräser para ser auxiliar de Louis van Gaal na seleção masculina: inegavelmente, o foco diminuiu. Continuando fora das quatro linhas, discordâncias que atingiram o clímax com a demissão do diretor técnico Henk van Stee, no fim de 2021 - próximo a Van Stee, Fräser não se demitiu por pouco. E no campo de jogo, um time que dependia de brilhos esporádicos: Lennart Thy aqui, Vito van Crooij ali, alguma atuação excelente do goleiro Maduka Okoye acolá. Era pouco. Tanto que, em todo o primeiro turno, foram somente três vitórias nas 17 rodadas. E o anúncio da saída de Henk Fräser, quando a temporada acabasse, não ajudava muito.

Para tentar o socorro, alguns reforços vieram na janela de transferências de janeiro - incluindo o lateral dinamarquês Riza Durmisi, que até engrenou na posição, e o atacante Adrián Dalmau, que possibilitou mais variações na frente. Algumas mudanças táticas saíram a contento, como escalar o experiente Adil Auassar recuado na zaga. Ainda assim, as coisas não mudavam: com a reação do Zwolle, os Spartanen chegavam a terminar algumas rodadas na última colocação, até. A reta final se aproximava, o drama crescia cada vez mais... e mais uma medida intempestiva da diretoria (a demissão do auxiliar técnico Aleksandar Rankovic) antecipou a saída de Henk Fräser. Já anunciado para 2022/23, o treinador Maurice Steijn chegou mais cedo, com uma tremenda responsabilidade: tinha quatro rodadas para evitar o rebaixamento. E o time do bairro de Spangen, em Roterdã, conseguiu: um empate, três vitórias, e o Sparta assegurou mais um ano na Eredivisie. Mas ficou o aviso. Se Steijn ganhou um salvo-conduto com a façanha, terá de começar do zero sem Maduka Okoye (foi para o Watford-ING) nem Lennart Thy (foi para o Zwolle). É ver se o Sparta aprendeu a lição.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Parada obrigatória: Sparta Rotterdam

Com segurança e imponência no gol, Okoye é um dos raríssimos pontos positivos da decepcionante temporada do Sparta Rotterdam (Pro Shots)

Posição: 13ª colocação, com 13 pontos 
Técnico: Henk Fräser
Time-base: Okoye; Abels, Vriends, Beugelsdijk (Heylen) e Mica Pinto; Auassar e Osman (Masouras); Mijnans (Emegha), Smeets e Van Crooij; Thy
Maior vitória: Willem II 0x3 Sparta Rotterdam (12ª rodada)
Maior derrota: Sparta Rotterdam 0x4 Cambuur (7ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado pelo Vitesse, na segunda fase
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Bart Vriends (zagueiro) e Sven Mijnans (meio-campista), ambos com 3 gols
Objetivo do início: meio de tabela
Avaliação: De nada adianta o esforço do time na frente - incluindo até uma revelação -, se a defesa anda insegura. Além do mais, alguns problemas internos (e suspeitas sobre o foco do técnico Henk Fräser) aumentam as desconfianças sobre a capacidade de melhorar. Uma reação é necessária

Tecnicamente, o Sparta Rotterdam é até mais capacitado do que outros times que estão acima dele na tabela. A não ser por Abdou Harroui, todos os destaques permaneceram em Het Kasteel. No ataque, pouco a pouco, a revelação Emmanuel Emegha ganha chances e as justifica. A defesa pode não ser das mais técnicas, mas é extremamente esforçada - e no caso do goleiro Maduka Okoye, tem talento inegável (comprovado até pela transferência já acertada de Okoye para o Watford, a maior venda da história do clube). De mais a mais, na temporada passada, os Spartanen sonharam até com vaga na Conference League, tendo se classificado para os play-offs. Fica, então, a pergunta: por quê o time está patinando desde que o Campeonato Holandês começou? Mais uma: por quê está na 16ª colocação, posição que o forçaria a disputar a repescagem de acesso/descenso para evitar o rebaixamento?

Dentro de campo, talvez seja a incompetência ofensiva do segundo pior ataque da Eredivisie - 15 gols, desempenho só melhor do que o lanterna Zwolle. Talvez algum marasmo, que faz com que o clube perca jogos que não deveria, em tese - por exemplo, tomar 4 a 0 do Cambuur (7ª rodada). Talvez até algum azar, que traz derrotas até em jogos nos quais o desempenho nem foi tão ruim - aí entram jogos contra os grandes: o rival Feyenoord ganhou com o 1 a 0 feito no último minuto (11ª rodada), e o Ajax também "só" fez 1 a 0 (14ª rodada). Já fora das quatro linhas, o problema esteve na polêmica saída do diretor esportivo Henk van Stee, após críticas à diretoria. Aliado de Van Stee, o técnico Henk Fräser cogitou até sair junto. Ficou, mas já não tem o mesmo ambiente dos anos anteriores - e de todo modo, alguns duvidam se seu foco é o mesmo, após se tornar um dos auxiliares de Louis van Gaal na seleção masculina holandesa. Enfim, o Sparta Rotterdam precisa melhorar urgentemente, se quiser fazer jus ao que conquistou na temporada passada. É uma surpresa negativa.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Guia da Eredivisie 2021/22: Sparta Rotterdam

 
O Sparta se valeu da solidez que mostrou em campo para despontar e sonhar com vaga em torneio europeu. O técnico Henk Fräser teve o mérito reconhecido: será auxiliar técnico na seleção masculina (Pro Shots)

Sparta Rotterdam

Cidade: Roterdã  
Estádio: Het Kasteel (capacidade para 11.026 torcedores)
Apelido: Kasteelheren (em holandês, "Donos do Castelo" - referência ao nome do estádio, "o castelo" em holandês)
Títulos: 6 Campeonatos Holandeses (apenas um na era profissional, em 1958/59)
Patrocínio: D&S (imobiliária)
Técnico: Henk Fräser
Destaques: Lennart Thy (meio-campista/atacante)
Fique de olho: Emmanuel Emegha (atacante)
Brasileiros no elenco: nenhum
Temporada passada: 8º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: meio de tabela
Amistosos de pré-temporada:
3 de julho - Heracles Almelo 1x2 Sparta Rotterdam
10 de julho - Gent-BEL 3x3 Sparta Rotterdam
13 de julho - Telstar 0x0 Sparta Rotterdam
17 de julho - Royal Antwerp-BEL 0x1 Sparta Rotterdam
23 de julho - Sparta Rotterdam 1x2 NAC Breda
31 de julho - Excelsior 0x3 Sparta Rotterdam
7 de agosto - Willem II x Sparta Rotterdam - CANCELADO 
7 de agosto - Sparta Rotterdam 3x1 Team VVCS (amador)
Principais chegadas: Laurent Jans (D, Standard Liège-BEL), Kenzo Goudmijn (M, AZ) e Vito van Crooij (A, VVV-Venlo)
Principais saídas: Jeffry Fortes (D, dispensado), Lassana Faye (D, dispensado), Aaron Meijers (D, ADO Den Haag), Deroy Duarte (M, Fortuna Sittard), Laros Duarte (M, Groningen), Abdou Harroui (M, Sassuolo-ITA - empréstimo com opção de compra)[Wouter Burger (M, Feyenoord)], Danzell Gravenberch (A, De Graafschap) e Bradly van Hoeven (A, Almere City) 

Legenda
Jogador (posição, clube)
Empréstimo
[retorno de empréstimo]

Quando o Campeonato Holandês passado começou, o Sparta Rotterdam já se daria por (muito) satisfeito caso passasse a temporada 2020/21 tranquilamente aboletado no meio da tabela. Por obra e talento de jogadores como o goleiro Maduka Okoye, o volante Abdou Harroui, o meio-campista Adil Auassar e o atacante Lennart Thy, os Spartanen voltaram a sonhar com um grande palco, ao figurarem nos play-offs por vaga na Conference League. Caíram para o Feyenoord sem muita resistência, é verdade. Mas só o fato do clube do bairro de Spangen, em Roterdã, ter voltado a sonhar em participar num torneio europeu (não aparece há 35 anos), já valeu para a torcida dos Spartanen. E o melhor para os adeptos do clube de Het Kasteel é notar que pouca coisa mudou. 

Em que pesem algumas saídas sentidas (como a de Abdou Harroui), alguns destaques continuaram vestindo a camisa listrada alvirrubra: Okoye (no caso dele, a camisa verde de goleiro), o lateral esquerdo Mica Pinto, o meio-campista Bryan Smeets, Thy. Há promessas - como Emmanuel Emegha, que deverá ter ainda mais espaço no time. Todos eles, comandados por Henk Fräser, discreto técnico que já começa a ganhar seu reconhecimento. Se não pela torcida, pela federação: Fräser acumulará o comando no Sparta ao cargo de auxiliar de Louis van Gaal - um ex-jogador do Sparta, aliás -, no retorno dele à seleção masculina da Holanda, já sendo considerado forte candidato à sucessão de Van Gaal. A espinha dorsal do time segue a mesma, apostando nos rápidos contra-ataques e na boa saída de bola do meio-campo. E a técnica razoável de alguns jogadores permite supor que o Sparta tem cacife para repetir a ótima temporada que fez no ano passado. Nada mal para um clube que penava com o risco de queda...

terça-feira, 25 de maio de 2021

Análise da temporada: Sparta Rotterdam

O Sparta até começou mal. Mas logo se estabilizou. E contando com destaques como Lennart Thy, embalou rumo a uma temporada inesperadamente agradável (Cor Lasker/ANP/Getty Images)

Colocação final: 8º lugar, com 47 pontos
No turno havia sido: 9º colocado, com 18 pontos
Time-base: Okoye; Abels, Beugelsdijk (Vriends), Heylen e Mica Pinto; Auassar e Harroui; Mijnans, Smeets e Deroy Duarte (Engels); Thy
Técnicos: Henk Fräser
Maior vitória: Sparta Rotterdam 6x0 ADO Den Haag (9ª rodada)
Maior derrota: Zwolle 4x0 Sparta Rotterdam (3ª rodada)
Principal jogador: Lennart Thy (atacante)
Artilheiro: Lennart Thy (atacante), com 13 gols
Quem deu mais passes para gol: Mario Engels (meio-campista), com 4 passes
Quem mais partidas jogou: Lennart Thy (atacante), com 35 partidas - todas as 34 partidas da temporada regular, mais uma na repescagem por vaga na Conference League
Copa nacional: eliminado pelo ADO Den Haag, na primeira fase
Competições continentais: nenhuma

Demorou perigosamente para o Sparta Rotterdam embalar no Campeonato Holandês. Enquanto os jogadores se entrosavam, no começo, a fragilidade defensiva era notável. A consequência: após quatro derrotas e três empates, a primeira vitória veio só na 8ª rodada (2 a 0 no RKC Waalwijk). Aos poucos, o técnico Henk Fräser foi consolidando a base da equipe, com mudanças aqui e ali - por exemplo, no gol: mal nas primeiras rodadas, o titular Benjamin van Leer cedeu lugar ao nigeriano Maduka Okoye. Com essas mudanças, o Sparta já se estabilizou no fim de 2020: com os tropeços dos adversários e cinco vitórias, o time alvirrubro saiu da região que todos esperavam (a zona de repescagem/rebaixamento) para o meio de tabela. Já era possível sonhar com coisa melhor. E o sonho ficou mais intenso na segunda metade da temporada. 

Esquema estabilizado, os nomes começaram a aparecer. Principalmente no meio-campo: volante técnico e dono de bom chute de fora da área, Abdou Harroui foi uma das revelações da temporada (não à toa, está na Euro sub-21 com a Holanda). No meio-campo, Bryan Smeets retomou o bom nível técnico. E escolhido como grande referência ofensiva, o alemão Lennart Thy cresceu e justificou isso à medida que o campeonato chegava ao fim. Nas rodadas finais, a firmeza dos Spartanen os permitia buscar resultados no fim (o 3 a 2 no Zwolle, na 28ª rodada, veio no último lance do jogo) ou mesmo causar surpresas (3 a 0 no Vitesse, na 32ª rodada). Mais do que isso: permitiu uma sequência invicta - nas últimas cinco rodadas, quatro vitórias e um empate, se tornando o quinto melhor time do returno. O que levou o Sparta à repescagem pela Conference League, sonhando em voltar às competições europeias após 36 anos. Sonho que acabou pelo rival citadino Feyenoord. Ainda assim, para um clube que era considerado candidato ao rebaixamento, a temporada acabou melhor do que a encomenda.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Parada obrigatória: Sparta Rotterdam

Harroui já vinha jogando bem, mesmo quando o Sparta Rotterdam estava mal. Tornou-se melhor e mais importante ainda quando a equipe arrancou na Eredivisie (Pro Shots/VI Images)

Posição: 9ª colocação, com 18 pontos
Técnico: Henk Fräser
Time-base: Okoye (Van Leer); Abels, Vriends, Heylen e Mica Pinto; Auassar, Harroui e Mijnans; Smeets; Deroy Duarte e Thy
Maior vitória: Sparta Rotterdam 6x0 ADO Den Haag (9ª rodada)
Maior derrota: Zwolle 4x0 Sparta Rotterdam (3ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado pelo ADO Den Haag, na primeira fase
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Lennart Thy (atacante), com 8 gols
Objetivo do início: escapar do rebaixamento/meio de tabela
Avaliação: Com péssimo começo de campeonato, os Spartanen temeram a aflição das últimas posições. Mas houve paciência, os destaques começaram a aparecer... e o time protagoniza uma recuperação notável

Do jeito como o Sparta começou a Eredivisie, era compreensível imaginar que o time do bairro de Spangen, em Roterdã, se tornava um dos mais combalidos candidatos ao rebaixamento. Nas oito primeiras rodadas, foram quatro empates e quatro derrotas. Pior ainda: o talento existente no meio-campo e no ataque, com nomes como Abdou Harroui e Lennart Thy, era desequilibrado pelas más atuações da defesa. Ora sem transmitir confiança à torcida - caso do goleiro Benjamin van Leer, que iniciou como titular mas falhou aqui e ali -, ora arruinando as atuações com alguma violência - caso do jogo contra o Zwolle, na terceira rodada, quando uma expulsão de Mica Pinto, ainda no primeiro tempo, abriu o caminho para a goleada sofrida (4 a 0). Certo que alguns empates tinham sabor de vitória - como contra o AZ, em casa, na 4ª rodada, quando um 4 a 0 no primeiro tempo foi revertido para um 4 a 4. Mas era insuficiente para minorar os rumores até de demissão do técnico Henk Fräser.

Vieram alterações emergenciais para conter a sangria. A defesa ficou mais estável com o passar do tempo - e só para não dizer que era a mesma defesa, Maduka Okoye passou a ser o novo goleiro titular. Com mais segurança atrás, o pessoal da frente ganhou mais estabilidade. Harroui despontou como meio-campista promissor - principalmente nos chutes de fora da área e na saída de bola. Sven Mijnans virou titular de vez, também, e justificou a escolha com boas atuações. Thy, então, seguiu como o destaque dos Spartanen. A primeira vitória - 2 a 0 no RKC Waalwijk, na 8ª rodada - aliviou o ambiente. E aí, os "donos do castelo" (referência a Het Kasteel, nome do estádio do clube) decolaram na tabela. Até a 14ª rodada, foram cinco vitórias em sete rodadas - e mesmo nas derrotas, como o 1 a 0 do PSV na 10ª rodada, o Sparta vendeu caríssimo a queda. Com isso, de lanterna, quase sem escalas, o Sparta rumou para a 9ª colocação da tabela. Depende dele seguir em 2021 uma recuperação digna de parabéns.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Guia da Eredivisie 2020/21: Sparta Rotterdam

O nível técnico razoável permitiu ao Sparta estar no seguro meio da tabela quando a temporada passada foi interrompida. Contratações como a de Lennart Thy (foto) possibilitam repetir o desempenho (Divulgação/perfil do Sparta Rotterdam no Twitter)

Sparta Rotterdam

Cidade: Roterdã
Estádio: Het Kasteel (capacidade para 11.026 torcedores)
Apelido: Kasteelheren (em holandês, "Donos do Castelo" - referência ao nome do estádio, "o castelo" em holandês)
Títulos: 6 Campeonatos Holandeses (apenas um na era profissional, em 1958/59)
Patrocínio: D&S (imobiliária)
Técnico: Henk Fräser
Destaque: Mohamed Rayhi (atacante)
Fique de olho: Lennart Thy (meio-campista/atacante)
Brasileiros no elenco: nenhum
Quando a temporada passada foi interrompida, estava na... 11ª colocação
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: escapar do rebaixamento/meio de tabela
Amistosos de pré-temporada:
1º de agosto - Sparta Rotterdam 3x1 TOP Oss
9 de agosto - Feyenoord 3x0 Sparta Rotterdam
15 de agosto - Lens-FRA x Sparta Rotterdam - CANCELADO
18 de agosto - Telstar 0x0 Sparta Rotterdam
22 de agosto - Sparta Rotterdam 1x1 NAC Breda
27 de agosto - Sparta Rotterdam 1x1 RKC Waalwijk
4 de setembro - Sparta Rotterdam 1x1 ADO Den Haag
7 de setembro - Borussia Dortmund-ALE 2x1 Sparta Rotterdam
Principais chegadas: Benjamin van Leer (G, Ajax), Tom Beugelsdijk (D, ADO Den Haag), Michael Heylen (D, Emmen), Aaron Meijers (D, ADO Den Haag), Wouter Burger (M, Feyenoord), Lennart Thy (M/A, Zwolle) e Danzell Gravenberch (A, Dordrecht)
Principais saídas: Ariel Harush (G, dispensado), Jürgen Mattheij (D, CSKA Sofia-BUL), [Khalid Karami (D, Vitesse)], [Dante Rigo (M, PSV)], Ragnar Ache (A, Eintracht Frankfurt-ALE), [Patrick Joosten (A, Utrecht)] e [Joël Piroe (A, PSV)]
Valor de mercado: 10,98 milhões de euros (via Transfermarkt)

Até que a temporada passada foi melhor do que se pensava para os Spartanen. O mais antigo time em atividade no futebol profissional da Holanda (132 anos) não sofreu tanto quanto se esperava para ficar numa região segura da tabela. Claro, é impossível dizer em que região da tabela o clube de Roterdã terminaria no Campeonato Holandês interrompido. Ainda assim, é possível apontar que havia bons pontos nele. Por exemplo, a velocidade ofensiva, em rápidos contra-ataques.

Um dos responsáveis por essa velocidade, o atacante Ragnar Ache, já tinha a ida para o Eintracht Frankfurt acertada desde antes da pandemia. No entanto, contra uma perda, o clube de Spangen (bairro de Roterdã) pode responder com muitas contratações promissoras para um clube médio dos Países Baixos. Na zaga, a experiência (e algum "excesso de firmeza") de Tom Beugelsdijk, mudando de ares após tanto tempo de ADO Den Haag. No meio-campo - e também no ataque -, o alemão Lennart Thy tentará se dar bem em outro clube da Eredivisie, após fazer relativo sucesso no VVV-Venlo e no Zwolle. Além deles, ficaram no Sparta nomes como Abdou Harroui, Adil Auassar e Mohamed Rayhi. Tudo isso pode resultar num time firme o suficiente para se manter numa posição segura. Até com mais facilidade.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Parada obrigatória: Sparta Rotterdam

O Sparta Rotterdam está bem, seguro na tabela. Mas nesta parada, perdeu o destaque Dervisoglu. Fica a necessidade de acertar algumas coisas antes de seguir adiante (VI Images)

Posição: 11º colocado, com 23 pontos
Técnico: Henk Fräser
Time-base: Harush (Coremans); Abels, Vriends, Mattheij e Faye; Auassar, Harroui e Rayhi; Smeets; Dervisoglu e Ache
Maior vitória: Sparta Rotterdam 4x0 RKC Waalwijk (7ª rodada)
Maior derrota: AZ 5x1 Sparta Rotterdam (6ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado na segunda fase, pelo Willem II
Competição europeia: nenhuma
Artilheiros: Mohamed Rayhi (meio-campista), Halil Dervisoglu (atacante) e Ragnar Ache (atacante), todos com 5 gols
Objetivo do início: escapar do rebaixamento/meio de tabela
Avaliação: Com um estilo de jogo destemido (ainda mais em casa), o Sparta tem conseguido desempenho seguro, para um time vindo da segunda divisão. Só fica a dúvida: como será o returno sem Dervisoglu? Se for bom, dá para sonhar com mais coisas, ainda que remotamente
Fará os treinos da pausa de inverno em... Murcia, na Espanha, de 4 a 11 de janeiro
E amistosos? Contra o Beveren-BEL, em 10 de janeiro

A estreia neste Campeonato Holandês já dava sinais de que o Sparta Rotterdam voltava à primeira divisão para fazer coisas sérias: no clássico com o rival citadino Feyenoord, os Spartanen venciam por 2 a 1 em pleno De Kuip... até tomarem o 2 a 2 no último lance do jogo. De todo modo, era uma mostra de que Henk Fräser faria uma equipe mais ofensiva do que em seus trabalhos no ADO Den Haag e no Vitesse. Até porque tinha mais gente capaz disso - principalmente com a dupla ofensiva formada por Halil Dervisoglu e Ragnar Ache, que se entendeu de cara. Não adiantou a frustração do sul-africano Lars Veldwijk, cansado de só vir do banco de reservas (e vinha bem: Veldwijk fez quatro gols na Eredivisie): a dupla impulsionou o Sparta a ficar invicto nas quatro primeiras rodadas, sonhando com a zona de repescagem por vaga na Liga Europa.

A dupla mencionada ainda tinha o auxílio de Bryan Smeets: vindo do meio-campo ou sendo escalado num trio de atacantes, o ponta-de-lança deu o toque de criatividade nas jogadas ofensivas - até porque Abdou Harroui e Mohamed Rayhi seguravam as pontas na proteção à defesa. Nem sempre dava certo, como revelava o 4 a 1 do Ajax em pleno Het Kasteel, na quarta rodada - ou mesmo a troca de goleiros no decorrer do turno (Tim Coremans foi expulso num jogo, o israelense Ariel Harush entrou, ganhou ritmo e virou o titular da vez). Mas já era suficiente para uma campanha elogiável: jogando em casa, o time do bairro de Spangen só não foi melhor do que os três grandes e o AZ.

Porém, 2019 terminou, e 2020 chega forçando o Sparta a mudar no ataque: desde o começo da Eredivisie, se sabia que Dervisoglu deixaria o clube neste janeiro, rumo ao Brentford, da segunda divisão inglesa. E mesmo que tenha havido tentativas de prolongar a permanência do atacante em Roterdã, ele foi mesmo para o clube inglês. Resta aos Kasteelheren manter o desempenho seguro na tabela, até agora. Se a distância para a zona da repescagem já parece grande demais (seis pontos), ficar firme no meio da tabela, longe das últimas colocações, tem sido um satisfatório sinal à torcida.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Guia da Eredivisie 2019/20: Sparta Rotterdam

O volante Dante Rigo passará a temporada no Sparta antes de voltar ao PSV. E pode ajudar o time de Roterdã (Pro Shots)
Sparta Rotterdam

Cidade: Roterdã
Estádio: Het Kasteel (capacidade para 11.026 torcedores)
Apelido: Kasteelheren (em holandês, "Donos do Castelo" - referência ao nome do estádio, "o castelo" em holandês)
Títulos: 6 Campeonatos Holandeses (apenas um na era profissional, em 1958/59)
Patrocínio: D&S (imobiliária)
Técnico: Henk Fräser
Destaque: Lars Veldwijk (atacante)
Fique de olho: Dante Rigo (meio-campista)
Brasileiros no elenco: nenhum
Temporada passada: vice-campeão da segunda divisão (promovido via repescagem de acesso/descenso)
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: escapar do rebaixamento/meio de tabela)
Amistosos de pré-temporada:
26 de junho - VOC 1x3 Sparta Rotterdam
29 de junho - Combinado de Schiedam 0x6 Sparta Rotterdam
5 de julho - Sparta Rotterdam 1x0 Zaglebie Lubin-POL
14 de julho - Sparta Rotterdam 1x2 Maccabi Tel Aviv-ISR
17 de julho - Willem II 0x3 Sparta Rotterdam
20 de julho - Sparta Rotterdam 3x0 NAC Breda
24 de julho - Den Bosch 0x3 Sparta Rotterdam
27 de julho - Sparta Rotterdam 4x2 Groningen
Principais chegadas: Ariel Harush (G, Hapoel Beer Sheva-ISR), Jürgen Mattheij (D, Excelsior), Khalid Karami (D, Vitesse), Dante Rigo (M, PSV), [Laros Duarte (M, PSV)], Bryan Smeets (A, TOP Oss), Joël Piroe (A, PSV) e Denzel James (A, Noordwijk)
Principais saídas: Roy Kortsmit (G, dispensado), [Fankaty Dabo (D, Chelsea-ING)], Giliano Wijnaldum (D, dispensado), Royston Drenthe (D/M, dispensado) e Gregor Breinburg (M, De Graafschap)
Valor de mercado: 14,18 milhões de euros (via Transfer Markt)
Orçamento: 11 milhões de euros (via Voetbal International)


Legenda
Jogador (posição, clube)
Transferência definitiva
[Transferência definitiva após empréstimo]
Empréstimo
[retorno de empréstimo]

Durante boa parte da temporada passada, o Sparta Rotterdam rondou as primeiras posições da segunda divisão - e já se garantiu na repescagem de acesso/descenso, como o melhor time da Eerste Divisie entre a 3ª e a 11ª rodadas. Era até esperado, já que o tradicional clube de Roterdã já era considerado candidato à promoção desde o rebaixamento em 2017/18. Além do mais, o técnico Henk Fräser foi contratação acertada, conseguindo arrematar um time organizado e experiente dentro do futebol holandês (a ponto até de reavivar a carreira de Royston Drenthe, que já encerrara sua passagem pelos campos). Na repescagem decisiva, após passar pelo TOP Oss com facilidade na segunda fase, quase tudo vai a perder na decisão da vaga na Eredivisie, com uma derrota para o De Graafschap em pleno Kasteel (1 a 2). Todavia, a surpresa para a torcida foi a melhor possível: fora de casa, contra um clube que jogara a Eredivisie na temporada passada, o Sparta partiu firme na reta final do jogo de volta para fazer 2 a 0 e confirmar o bate-e-volta, retornando à primeira divisão.

Melhor ainda: as perspectivas são até boas para a equipe alvirrubra. É certo que as dispensas envolveram nomes conhecidos em Het Kasteel, como o goleiro Roy Kortsmit e o supracitado Drenthe. Todavia, os jogadores que desembarcam no Sparta mantêm uma base experiente quando o assunto é futebol holandês: o zagueiro Jürgen Mattheij teve alguns bons serviços no Excelsior, o lateral Khalid Karami foi empréstimo promissor do Vitesse, o volante belga Dante Rigo já mostrou algum talento nas raras chances que recebeu no PSV e terá mais ritmo de jogo antes de voltar a Eindhoven. Para melhorar, boa parte dos destaques da temporada do acesso segue no clube, como o atacante Lars Veldwijk (disputou a Copa Africana de Nações, pela África do Sul), o ponta Mohamed Rayhi, o meio-campista Adil Auassar. Se a experiência se impuser e o time se entrosar, o Sparta pode partir para o meio de tabela imediatamente após a volta.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

A pirâmide se reorganiza

O Sparta Rotterdam não precisa mais se preocupar com as mudanças na Eerste Divisie: está de volta à elite (Pieter Stam de Jonge/VI Images)

Sabe-se que a Eerste Divisie, a segunda divisão holandesa, é um campeonato meio estranho, até confuso. Afinal de contas, é o último estágio do profissionalismo no futebol do país – as divisões restantes são todas amadoras. Sem contar todos os cenários bizarros, já levemente presentes na primeira divisão: uma goleada extravagante aqui, um time fraquíssimo ali, um goleador em fase abençoada acolá... ah, e ainda há os famigerados play-offs pelo acesso ao final da temporada, com os tais “campeões de período” - em breve, você lerá sobre isto aqui no Espreme a Laranja.

Pelo menos, a edição 2015/16 da Eerste Divisie já está com sua definição relativamente adiantada. Nesta semana, o Sparta Rotterdam garantiu o título (e a volta à Eredivisie, após seis anos de ausência), com uma vitória por 3 a 1 sobre o Jong Ajax, o time Ajacied de aspirantes. E todos os participantes da Nacompetitie – nome dado pelos holandeses aos play-offs – já são conhecidos. O que dá mais tempo para se preparar rumo a uma substancial mudança a partir da próxima temporada.

Esta mudança reorganiza a “pirâmide” do futebol holandês de clubes. Tenta sacudir mais o nível técnico da segunda divisão, e também aumentar, ou mesmo estimular, uma profissionalização nos clubes. É a volta da Tweede Divisie, equivalente à terceira divisão, a partir de 2016/17. Existente entre 1956 e 1971, ela retornará para intermediar o caminho entre o amadorismo da Topklasse (hoje, a terceira divisão holandesa) e o (semi)profissionalismo da Eerste Divisie. 

Nesse retorno, a Tweede Divisie contará com 18 participantes: 14 promovidos da Topklasse (os sete primeiros da “conferência de sábado” e da “conferência de domingo” nas quais ela é dividida), mais quatro equipes aspirantes de clubes profissionais. Outra medida anunciada pela federação holandesa foi a obrigatoriedade de acesso e descenso entre a Eerste Divisie e a Tweede Divisie: o último colocado da segunda divisão cairá, enquanto o campeão da terceira será promovido. É algo opcional no cenário atual: o campeão da Topklasse, geralmente amador, pode optar entre subir para a segunda divisão ou ficar na terceira – afinal, os custos já aumentariam bastante em caso de opção pela promoção. E isso torna inexistente o rebaixamento da segunda para a terceira divisão.

Como se fosse um ensaio, já na temporada atual houve mudanças. Pelo menos para as equipes de aspirantes que disputam a Eerste Divisie - no caso, Jong Ajax e Jong PSV. A federação obrigou-as a jogar o torneio sob certas condições. Para cada partida na segunda divisão, ambos podem relacionar somente dois jogadores que estejam simultaneamente no elenco do time de cima; e qualquer jogador acima de 23 anos que tenha atuado por mais de dez vezes no time principal, ou que tenha atuado por dez vezes durante, no mínimo, 45 minutos pela Eredivisie na mesma temporada, estará automaticamente proibido de jogar as partidas da segunda divisão. Até justo: antes disso, até Jasper Cillessen chegara a jogar pelo Jong Ajax em alguns prélios...

Em meio a essas mudanças, a edição 2015/16 da Eerste Divisie viveu momentos complicados, antes mesmo de começar. Pela crise financeira que o aflige, o Twente desistiu de colocar no torneio sua equipe de aspirantes, o Jong Twente. Ou seja: ao invés de 20, foram 19 os participantes da segunda divisão. O que já dificultou cálculos na tabela, já que uma equipe folgava obrigatoriamente em cada rodada, e deixou várias equipes com números diferentes de jogos. 

Foi, aliás, o que possibilitou ao Sparta Rotterdam garantir o título na 35ª rodada, a quatro do final da temporada regular: a equipe tinha 32 partidas, uma a menos do que o VVV-Venlo, vice-líder com sete pontos atrás dos Rotterdammers. E seria justamente a equipe da cidade de Venlo a folgar na rodada. Bastava vencer o Jong Ajax que o título viria para os Kasteelheren (em holandês, “donos do castelo” – referência a Het Kasteel, estádio do Sparta). E venceram, no 3 a 1 citado no início desta coluna, abrindo dez pontos de vantagem a três rodadas do fim do torneio regular. A torcida não poupou na comemoração: invadiu o gramado para festejar o título.

Também houve sérias dificuldades em relação à manutenção do tradicional Fortuna Sittard, que esteve a um passo de perder sua licença profissional durante a temporada. Clube em que Mark van Bommel começou a jogar (e por que Bert van Marwijk passou como atleta e treinador), o FSC ficou sob o olhar próximo da federação, por ter uma dívida de 900 mil euros para pagar por sua licença. Pelo menos, houve a salvação: um grupo de empresários da cidade de Sittard ajudou com um pouco, os torcedores fizeram sua parte com algumas doações, e o Fortuna Sittard conseguiu pagar o débito, seguindo com a licença para atuar na segunda divisão.

Mas, claro, também há coisas boas a se olhar. Contando com os gols de Thomas Verhaar e as boas atuações de alguns jogadores ofensivos (destaque para o meio-campista Paco van Moorsel e o ponta Loris Brogno), mais a segurança oferecida pela defesa (aqui, merece menção o goleiro Roy Kortsmit), o Sparta teve um time talhado para disputar a segunda divisão. Uma boa sequência de oito vitórias seguidas foi fundamental para colocar o time na rota do título – a ponto de permitir uma derrota e três empates seguidos, sem grandes consequências, antes do triunfo decisivo contra o Jong Ajax.

De quebra, os play-offs pelo acesso prometem ser atraentes. Estão garantidas equipes tradicionais, como NAC Breda e Go Ahead Eagles, que tentarão voltar rapidamente à Eredivisie; outras, como Emmen e Almere City, nunca jogaram na elite em suas histórias. Sem contar a incerteza sobre penúltimo e antepenúltimo colocados da Eredivisie: não se sabe quem tentará a manutenção na primeira divisão, entre Willem II, Excelsior, De Graafschap e Cambuur.

Mas talvez o clube que simbolize a situação atual da segunda divisão da Holanda é o Achilles ’29, clube amador de Groesbeek: campeão da Topklasse em 2012/13, o time escolheu se profissionalizar e arriscar o acesso à segunda divisão. Não está bem atualmente: é o antepenúltimo colocado. Mas não cairia, se houvesse rebaixamento. E está profissionalizado, com maior estrutura. Pode ser o exemplo a ser seguido por quem participar da Tweede Divisie.

(Coluna originalmente publicada na Trivela, em 15 de abril de 2016)