terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Grandes laranjas: Jansen

Wim Jansen pode não ter sido o mais falado na Holanda de 1974 (e de 1978 também). Mas sua confiabilidade dentro de campo o tornou um dos mais regulares jogadores de sua geração (Nationaal Archief)


Entre tantos motivos que a tornaram conhecida, a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) na Copa de 1974 se notabilizou por estar bem dividida entre personalidades mais e menos destacadas. Os nomes temperamentais são mais falados - Johan Cruyff, claro, à frente. Mas os nomes coadjuvantes tiveram sua importância. E nesta terça, 25 de janeiro de 2022, a Holanda lamentou o falecimento daquele que, talvez, tenha sido o mais preponderante dos coadjuvantes da maior Laranja de todas: Wim Jansen, que sucumbiu a complicações do Mal de Alzheimer, que já o vitimava havia alguns anos.

Falando com os pés

Nascido em Roterdã, Jansen já teve seu destino futebolístico traçado desde a infância. Mais precisamente, desde os dez anos de idade. Foi quando ele chegou ao clube ao qual estará eternamente ligado: o Feyenoord. E lá "Wimpie", apelido que ganhou praticamente no ato de sua chegada, foi se formando como jogador. Apesar de mostrar grande qualidade nos lançamentos longos, Jansen não era tão ofensivo, ficando mais concentrado no meio-campo (pelos dois lados do setor) - e, às vezes, até mesmo jogando recuado na zaga, como um líbero.

Além da técnica, outra característica notável - e até incomum, naquela geração - de Jansen era sua timidez. Não se tratava de um jogador que falasse muito em campo, como Willem van Hanegem, seu colega de geração e de clube. O comportamento discreto legou a ele outro apelido que o tornou eternamente conhecido na torcida: "Stille Willem" ("Willem quieto", em holandês). O que não quer dizer que ele se abatesse com dificuldades: ainda na adolescência, em 1963, um problema no joelho quase se tornou crônico a ponto de por em perigo sua carreira no futebol, antes mesmo dela começar no Feyenoord. 

Mas Jansen insistiu na recuperação, conseguiu voltar aos campos em 1964... e em 1965, enfim, a estreia no time principal do Feyenoord: Jansen substituiu Frans Bouwmeester, durante a vitória por 1 a 0 diante do Fortuna '54 (um dos antecessores do atual Fortuna Sittard), pela 7ª rodada do Campeonato Holandês 1965/66. Demorou pouco para agradar: já em 1966, o jovem era considerado titular absoluto no meio-campo. A ponto de se tornar um dos primeiros jogadores neerlandeses a assinar um contrato profissional, naquele ano.

Jansen podia ser discreto. Mas com os pés, já estava falando grosso.


Regularidade invejável, no clube e na seleção

Já naqueles primeiros anos de Feyenoord, Jansen se fez notar positivamente. Podia armar menos jogadas ofensivas do que o colega (e amigo) Willem van Hanegem, podia ser menos forte fisicamente do que a dupla de zaga Theo Laseroms-Rinus Israël, mas ajudava muito o controle de jogo do time, sendo o principal nome da saída de bola. A ponto de um dos ícones daquela época em De Kuip, o atacante Coen Moulijn, confessar: "Preferia jogar com Wim [Jansen] a jogar com Van Hanegem. Wim era um cara legal, incrivelmente cuidadoso, e nunca entrava em pânico".

Com tamanha confiabilidade desde muito cedo, é previsível que a seleção tenha chegado cedo na carreira do meio-campista: em 4 de outubro de 1967, vinha sua primeira partida vestindo laranja, nas eliminatórias da Euro 1968, numa derrota para a Dinamarca (2 a 1, em Copenhague). No ano seguinte, o primeiro e único gol em suas 65 partidas pela seleção: Jansen fez um dos gols nos 2 a 0 sobre Luxemburgo, pelas eliminatórias da Copa de 1970.

Por 15 anos, a torcida do Feyenoord se acostumou a ver Jansen iniciando as jogadas de ataque, mais atrás, no meio-campo. E o título da Copa da UEFA foi um dos grandes momentos dessa trajetória (ANP)

A regularidade precoce no meio-campo e o comportamento discreto fora dele fariam com que Jansen raramente fosse alvo de atenção - e de problemas. No Feyenoord, por mais de uma década, "Stille Willem" seria nome certo no time titular. Logo, seria nome certo num dos momentos mais luminosos da história do Stadionclub. Títulos holandeses (1968/69, 1970/71, 1973/74)? Jansen estava lá, no meio-campo. Assim como na conquista da Copa da Holanda (1969/70). O primeiro título europeu de um clube neerlandês, na Copa dos Campeões de 1969/70? Jansen era nome certo, formando dupla firme no meio-campo com Franz Hasil. No título mundial interclubes de 1970? A mesma coisa. No título da Copa da UEFA, em 1973/74? Jansen já era sinônimo de Feyenoord a ponto de ter a braçadeira de capitão naquela decisão contra o Tottenham Hotspur.

Cruyff, Neeskens ou Van Hanegem foram símbolos mais visíveis. Mas Jansen foi um dos titulares mais absolutos da Holanda duas vezes vice-campeã mundial nos anos 1970 (VI Images)

Em termos de seleção numa geração tão polêmica quanto marcante, que colocou a Holanda no mapa do futebol mundial, Jansen escapou das discussões habituais para ser aquele titular tão confiável que nem recebe muita atenção, embora seja fundamental para o time. Esteve em campo durante todos os minutos da campanha icônica na Copa de 1974 - e reclamou sempre de não ter cometido pênalti em Bernd Hölzenbein, no gol de empate da Alemanha na decisão da Copa. Na caótica participação na Euro 1976, Jansen também esteve nas duas partidas decisivas. E mesmo já veterano, era um nome acima de desconfianças na Copa de 1978: só não repetiu a dose e esteve nos 630 minutos da Holanda naquele outro vice mundial porque deu lugar a Wim Suurbier, aos 30 minutos do segundo tempo da final perdida para a Argentina.

A bola de neve manchando

Com o tempo passando e a idade chegando, enfrentando alguns problemas no Feyenoord, tanto com o técnico Vaclav Jezek quanto com o diretor Peter Stephan, Jansen preferiu um fim meio abrupto no Stadionclub: anunciou que deixaria o clube em março de 1980, após 15 anos no time principal - e se dizia até "aliviado, sem dores no coração" ao deixar Roterdã. O que impressionou mesmo foi o rumo tomado pouco depois. Nem tanto na passagem seguinte imediata: como tantos companheiros de geração, Jansen teve uma passagem pelos Estados Unidos, atuando fugazmente ao lado de Johan Cruyff - amigo próximo e inesperado - no Washington Diplomats durante o resto do primeiro semestre de 1980. Naquele ano, também, a última partida pela seleção, em janeiro, numa derrota para a Espanha (1 a 0) em amistoso.

A surpresa viria quando Jansen voltou aos Países Baixos. Como que se "vingando" dos problemas sofridos nos últimos tempos de Feyenoord, o meio-campista escolheu... o Ajax. Chegando ao clube de Amsterdã ainda em 1980, sua estreia no time foi justamente num clássico contra o Feyenoord. Pelo menos, era para ser: durante o aquecimento pré-jogo, no gramado coberto de neve em De Kuip, Jansen teve um olho atingido por uma bola de neve, atirada por um torcedor (Youseph Buhsina era seu nome). Teve a visão tão prejudicada que só conseguiu jogar os primeiros 18 minutos daquele Klassieker que o Feyenoord venceria (4 a 2). Sem dúvida, a bola de neve manchara um pouco sua relação com o amor futebolístico com que estava rompido à época.

Ao voltar de rápida passagem pelos Estados Unidos, Jansen preferiu jogar pelo Ajax, arquirrival do Feyenoord. A torcida se magoou - e uma bola de neve num Klassieker provou isso (ANP)

Para completar, o Ajax cambaleava na época. Chegou a ficar no 6º lugar vexatório para os padrões Ajacieden, na temporada 1980/81. Fosse como fosse, Jansen foi valorizado em Amsterdã. Era um exemplo respeitado pela geração que surgia no time principal - Frank Rijkaard, Gerald Vanenburg, Wim Kieft, Marco van Basten. Viu o confrade Johan Cruyff retornar a Amsterdã no fim de 1981. E por fim, Jansen celebrou um título holandês pelo Ajax, em 1981/82. Foi o ponto final de sua carreira. Se não tivera um jogo comemorativo de sua carreira, quando entrou em campo pela última vez - num amistoso do Ajax contra a seleção da Bélgica, em 4 de junho de 1982, com vitória belga (4 a 2) -, teve lá sua celebração: terminou a partida erguido nos ombros e carregado por dois colegas de clube, o goleiro Piet Schrijvers e o volante Sören Lerby.

Plena reconciliação - e um amor na Escócia

O estremecimento com a torcida do Feyenoord, após sua "fase Ajax", acabou rápido. Ainda em 1982, Jansen foi convidado para voltar a Roterdã e trabalhar nas categorias de base do Stadionclub. Se tivera importância inquestionável em campo, começava ali a ser nome comum para os Feyenoorders também fora de campo: passaria os quatro anos seguintes trabalhando na base do clube, e se tornou auxiliar técnico em 1986.

A volta de Jansen ao ambiente do Feyenoord foi coroada com dois títulos da Copa da Holanda, fazendo a torcida esquecer a "mancha" e reconciliando-os plenamente (VI Images)

Mais alguns anos, e em 1990, Jansen chegaria ao posto de treinador principal do Feyenoord. Se teve de ver Ajax e PSV disputando o domínio no Campeonato Holandês, o ex-meia consolidou sua reconciliação com clube e torcida via Copa da Holanda: comandou o Feyenoord no bicampeonato pela KNVB Beker (1990/91 e 1991/92). Mais ainda: com nomes como o goleiro Ed de Goey, o zagueiro Henk Fräser e os atacantes Regi Blinker, József Kiprich e Gaston Taument, Jansen formou a base que seu sucessor e velho conhecido Willem van Hanegem aproveitaria para o título na Eredivisie, em 1992/93.

Mas Jansen teria outras experiências, em outros lugares, entre uma aparição e outra no Feyenoord. Treinar o Lokeren-BEL entre 1987 e 1988; auxiliar Leo Beenhakker na rápida passagem deste pela Arábia Saudita, entre 1993 e 1994; passar três anos no Sanfrecce Hiroshima japonês (1994 a 1997)... até chegar ao seu segundo "amor" como treinador: o Celtic. Nos Bhoys, Jansen passaria apenas uma temporada. Mas que temporada: numa disputa empolgante com o Rangers, ele comandou o time campeão escocês em 1997/98, com Henrik Larsson como destaque, evitando o que seria um decacampeonato dos Gers. Mesmo deixando o clube logo após aquela conquista, Jansen saiu pela porta da frente, deixando saudades no clube alviverde.

Jansen só treinou o Celtic por uma temporada (1997/98). Nem precisou de mais para marcar época nos Bhoys, com um título escocês marcante (VI Images)

Vieram mais três anos no Japão, treinadndo o Urawa Red Diamonds. Mas Jansen sabia: sua vida sempre seria mais completa em Roterdã. Mais precisamente, no Feyenoord. Diretor técnico por três anos (2005 a 2008); uma temporada como auxiliar técnico (2008/09), na malograda passagem de Gertjan Verbeek comandando o time de Roterdã; e os anos seguintes dirigindo as categorias de base, até que o Mal de Alzheimer se impusesse.

Sem problemas. A torcida do Feyenoord já não tinha mais mágoas: lamentou intensamente a morte de um dos maiores símbolos da história do clube. E se faltam ainda provas da importância de Jansen, talvez elas sejam dadas por duas frases. A primeira, de um outro símbolo Feyenoorder, Willem van Hanegem, nesta terça: "Já escrevo colunas há algum tempo para o Algemeen Dagblad [jornal de Roterdã], mas esta é dura. Porque conheci bem Wim e a família dele. E também porque não gosto de escrever com falecimentos como tema. Mas eu queria e devia uma homenagem, após o falecimento do homem com quem tive a honra de jogar". A outra, de alguém que foi símbolo do Ajax - bem, do futebol holandês em geral -, mas cujo carinho por Jansen era notório. Sobre ele, Johan Cruyff disse: "É uma das únicas quatro pessoas que merecem atenção quando falam sobre futebol".


Wilhelmus "Wim" Marinus Antonius Jansen
Data de nascimento: 28 de outubro de 1946, em Roterdã
Data de morte: 25 de janeiro de 2022, em Roterdã
Clubes: Feyenoord (1965 a 1980), Washington Diplomats-EUA (1980), Ajax (1980 a 1982)
Seleção: 65 jogos e 1 gol, entre 1967 e 1980

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Fichário: os jogos e os vídeos da 20ª rodada da Eredivisie

Vitesse 1x3 Groningen (sábado, 22 de janeiro de 2022)

Local: GelreDome (Arnhem)
Árbitro: Dennis Higler
Gols: Jorgen Strand Larsen, aos 39', Michael de Leeuw, aos 67', Daniël van Kaam, aos 71', Dominik Oroz, aos 76'
Jogo resumido: A partida começou equilibrada, mas a expulsão de Openda começou a abrir o caminho - e o Groningen, nas bolas paradas e nos erros do Vitesse, aproveitou para vitória elogiável

VITESSE
Jeroen Houwen; Danilho Doekhi, Enzo Cornelisse (Dominik Oroz, aos 46') e Jacob Rasmussen; Eli Dasa, Patrick Vroegh (Matus Bero, aos 46'), Toni Domgjoni (Daan Huisman, aos 46') e Maximilian Wittek; Adrian Grbic (Tomas Hajek, aos 75'), Thomas Buitink (Nikolai Baden Frederiksen, aos 75') e Loïs Openda. Técnico: Thomas Letsch 

GRONINGEN
Peter Leeuwenburgh; Mike te Wierik, Neraysho Kasanwirjo, Bart van Hintum e Bjorn Meijer; Damill Dankerlui (Daniel van Kaam, aos 68'), Melayro Bogarde (Romano Postema, aos 77') e Tomas Suslov; Paulos Abraham (Wessel Dammers, aos 77'), Jorgen Strand Larsen e Michael de Leeuw (Mohamed El Hankouri, aos 68'). Técnico: Danny Buijs


AZ 0x0 Cambuur (sábado, 22 de janeiro de 2022)

Local: AFAS Stadion (Alkmaar)
Árbitro: Bas Nijhuis
Jogo resumido: A linha de quatro marcadores se mostrou incansável, fechando espaços. Quando o AZ passou, o goleiro Sonny Stevens parou. E o Cambuur levará um ponto valioso para Leeuwarden, seguindo a boa campanha

AZ
Peter Vindahl; Aslak Witry, Sam Beukema, Hakon Evjen (Thijs Oosting, aos 65') e Owen Wijndal; Fredrik Midtsjø, Dani de Wit e Jordy Clasie; Yukinari Sugawara, Vangelis Pavlidis (Albert Gudmundsson, aos 65') e Jesper Karlsson. Técnico: Pascal Jansen

CAMBUUR
Sonny Stevens; Doke Schmidt, Calvin Mac-Intosch (Marco Tol, aos 74'), Erik Schouten e Sekou Sylla (Maxim Gullit, aos 58'); Robin Maulun (Jasper ter Heide, aos 85'), Nick Doodeman (Michael Breij, aos 58') e Jamie Jacobs; Patrick Joosten (Tamas Kiss, aos 75'), Roberts Uldrikis e Mitchel Paulissen. Técnico: Henk de Jong


Heerenveen 0x1 Zwolle (sábado, 22 de janeiro de 2022)

Local: Abe Lenstra (Heerenveen)
Árbitro: Martin van den Kerkhof
Gol: Bram van Polen, aos 11'
Jogo resumido: No ataque, um pênalti no começo foi aproveitado. Na defesa, esforço total para impedir o Heerenveen de trazer perigo. E o lanterna Zwolle começa a concretizar a tentativa de reação, com a segunda vitória seguida

HEERENVEEN
Xavier Mous; Milan van Ewijk, Sven van Beek, Nick Bakker (Rami Al-Hajj, aos 85') e Rami Kaib (Lucas Woudenberg, aos 46'); Nicolas Madsen (Benjamin Nygrén, aos 75'), Tibor Halilovic e Anas Tahiri (Ibrahim Dresevic, aos 46'); Anthony Musaba (Filip Stevanovic, aos 46'), Henk Veerman e Siem de Jong. Técnico: Johnny Jansen

ZWOLLE
Kostas Lamprou; Bram van Polen, Yuta Nakayama e Siemen Voet; Mees de Wit, Eliano Reijnders (Sai van Wermeskerken, aos 61'), Pelle Clement (Dean Huiberts, aos 67'), Thomas van den Belt e Mustafa Saymak (Maikel van der Werff, aos 86'); Daishawn Redan (Gervane Kastaneer, aos 61') e Oussama Darfalou. Técnico: Dick Schreuder


Willem II 0x1 Twente (sábado, 22 de janeiro de 2022)

Local: Willem II Stadion (Tilburg)
Árbitro: Edwin van de Graaf
Gols: Michal Sadílek, aos 40'
Jogo resumido: O Twente já tivera dois gols anulados antes de marcar o que lhe bastou para a vitória, consolidando a ótima temporada (quarto lugar, superando AZ e Vitesse) e aprofundando a queda do Willem II: já são dez jogos sem vencer para a equipe de Tilburg

WILLEM II
Timon Wellenreuther; Leeroy Owusu, Ulrik Jenssen, Emil Bergström e Max Svensson (Anargyros Kampetsis, aos 59'); Gorkem Saglam, Pol Llonch e Dries Saddiki (Godfried Roemeratoe, aos 75'); Ché Nunnely, Elton Kabangu e Mats Köhlert. Técnico: Fred Grim

TWENTE
Jeffrey de Lange; Giovanni Troupée, Robin Pröpper, Mees Hilgers e Gijs Smal; Manfred Ugalde (Ramiz Zerrouki, aos 75'), Michel Vlap e Michal Sadílek; Daan Rots (Virgil Misidjan, aos 83'), Ricky van Wolfswinkel e Dimitris Limnios (Vaclav Cerny, aos 83'). Técnico: Ron Jans


NEC 1x3 Feyenoord (domingo, 23 de janeiro de 2022)

Local: De Goffert (Nijmegen)
Árbitro: Pol van Boekel
Gols: Lasse Schöne, aos 17', Orkun Kökcü, aos 32' e aos 53', Alireza Jahanbakhsh, aos 64', e Guus Til, aos 90' + 1
Jogo resumido: O Feyenoord saiu atrás, mas se tornou mais rápido no decorrer do jogo, teve uma ótima atuação em Orkun Kökcü, e conseguiu envolver o NEC numa ótima goleada

NEC
Mattijs Branderhorst; Bart van Rooij, Iván Márquez, Rodrigo Guth (Mikkel Duelund, aos 75'), Cas Odenthal e Calvin Verdonk (Iliass Bronkhorst, aos 83'); Dirk Proper (Ole Romeny, aos 68'), Lasse Schøne e Magnus Mattson; Ali Akman (Jordy Bruijn, aos 67') e Elayis Tavsan. Técnico: Rogier Meijer

FEYENOORD
Justin Bijlow; Lutsharel Geertruida (Jens Toornstra, aos 71'), Gernot Trauner, Marcos Senesi e Tyrell Malacia; Fredrik Aursnes, Orkun Kökcü e Guus Til; Alireza Jahanbakhsh (Cyriel Dessers, aos 84'), Bryan Linssen (Denzel Hall, aos 84') e Reiss Nelson (Luis Sinisterra, aos 67'). Técnico: Arne Slot


PSV 1x2 Ajax (domingo, 23 de janeiro de 2022)

Local: Philips Stadion (Eindhoven)
Árbitro: Danny Makkelie
Gols: Brian Brobbey, aos 34', Mario Götze, aos 54', e Noussair Mazraoui, aos 77'
Jogo resumido: No primeiro tempo, um PSV retraído tentando (e quase conseguindo) conter o Ajax, que só marcou gol graças a um Brian Brobbey já contundido. No segundo, uma falha de Timber, o PSV empatou, e o clássico se animou, até o belo gol de Mazraoui - com a polêmica sobre a bola sair ou não - definir as coisas

PSV
Joël Drommel; Jordan Teze, Armando Obispo, Olivier Boscagli e Mauro Júnior: Mario Götze, Erick Gutiérrez (Yorbe Vertessen, aos 87'), Marco van Ginkel (Philipp Mwene, aos 63') e Joey Veerman (Bruma, aos 87'); Cody Gakpo e Ritsu Doan (Eran Zahavi, aos 87'). Técnico: Roger Schmidt

AJAX
Remko Pasveer; Noussair Mazraoui (Devyne Rensch, aos 90' + 1), Jurriën Timber, Lisandro Martínez e Nicolás Tagliafico; Ryan Gravenberch (Davy Klaassen, aos 70'), Steven Berghuis e Edson Álvarez; Antony, Brian Brobbey (Danilo, aos 36') e Dusan Tadic. Técnico: Erik ten Hag


Heracles Almelo 1x1 Go Ahead Eagles (domingo, 23 de janeiro de 2022)

Local: Polman/Erve Asito (Almelo)
Árbitro: Jannick van der Laan
Gols: Kaj Sierhuis, aos 32', e Isac Lidberg, aos 73'
Jogo resumido: Após um começo equilibrado, o Heracles Almelo abriu o placar, e teve chances até para ampliar a vantagem. Não o fez, e permitiu a reação do Go Ahead Eagles, que terminou melhor a partida para voltar a pontuar

HERACLES ALMELO
Janis Blaswich; Navajo Bakboord (Noah Fadiga, aos 81'), Marco Rente, Mats Knoester e Giacomo Quagliata; Lucas Schoofs (Sinan Bakis, aos 81'), Luca de la Torre e Orestis Kiomourtzoglou; Nikolai Laursen (Elias Sierra, aos 87'), Kaj Sierhuis e Bilal Basaçikoglu (Delano Burgzorg, aos 46'). Técnico: Frank Wormuth

GO AHEAD EAGLES
Andries Noppert; Cuco Martina (Bas Kuipers, aos 65'), Mats Deijl, Joris Kramer e Jay Idzes; Luuk Brouwers e Boyd Lucassen (Ogechika Heil, aos 65'); Philippe Rommens, Ragnar Oratmangoen e Iñigo Córdoba; Isac Lidberg. Técnico: Kees van Wonderen


Sparta Rotterdam 0x3 Utrecht (domingo, 23 de janeiro de 2022)

Local: Het Kasteel (Roterdã)
Árbitro: Erwin Blank
Gols: Anastasios Douvikas, aos 12', Mimoun Mahi, aos 47', e Sander van de Streek, aos 75'
Jogo resumido: O Utrecht acabou com a sequência de cinco jogos sem vitória da melhor maneira possível: com tranquilidade, vencendo o Sparta Rotterdam sem problemas

SPARTA ROTTERDAM
Tim Coremans; Dirk Abels, Bart Vriends, Tom Beugelsdijk (Achraf Madi, aos 90') e Aaron Meijers (Mica Pinto, aos 64'); Sven Mijnans (Bryan Smeets, aos 64'), Joeri de Kamps (Adil Auassar, aos 81'), Younes Namli (Mario Engels, aos 81') e Vito van Crooij; Lennart Thy e Adrián Dalmau. Técnico: Henk Fräser

UTRECHT
Fabian de Keijzer; Hidde ter Avest, Mark van der Maarel, Mike van der Hoorn e Django Warmerdam; Quinten Timber (Joris van Overeem, aos 72'), Sander van de Streek e Adam Maher; Mimoun Mahi (Remco Balk, aos 89'), Anastasios Douvikas (Moussa Sylla, aos 72') e Othman Boussaid (Bart Ramselaar, aos 81'). Técnico: René Hake


RKC Waalwijk 2x1 Fortuna Sittard (domingo, 23 de janeiro de 2022)

Local: Mandemakers Stadion (Waalwijk)
Árbitro: Serdar Gözübüyük 
Gols: Juriën Gaari, aos 2', Michiel Kramer, aos 20', e Mats Seuntjens, aos 65'
Jogo resumido: Um começo fulgurante, um ataque confiável para os padrões de um time pequeno no Campeonato Holandês, e o RKC Waalwijk venceu merecidamente para aliviar sua situação

RKC WAALWIJK
Etiënne Vaessen; Jurien Gaari, Melle Meulensteen, Dario van den Buijs e Shawn Adewoye; Ayman Azhil (Richard van der Venne, aos 83'), Vurnon Anita (Lars Nieuwpoort, aos 83') e Alexander Büttner (Luuk Wouters, aos 83'); Finn Stokkers, Michiel Kramer (Yassin Oukili, aos 70') e Jens Odgaard (Roy Kuijpers, aos 87'). Técnico: Joseph Oosting

FORTUNA SITTARD
Michael Verrips; Mickaël Tirpan (Tijjani Noslin, aos 88'), Martin Angha, Nigel Lonwijk (Ivo Pinto, aos 46'), Roel Janssen (Ryan Johansson, aos 83') e George Cox; Andreas Samaris (Arijanet Ferati, aos 46'), Ben Rienstra e Deroy Duarte; Mats Seuntjens e Zian Flemming. Técnico: Sjors Ultee

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Fichário: os jogos e os vídeos da 19ª rodada da Eredivisie

Zwolle 2x0 Willem II (sexta-feira, 14 de janeiro de 2022)

Local: Mac³Park Stadion (Zwolle)
Árbitro: Jeroen Manschot
Gol: Thomas van den Belt, aos 25' e aos 78'
Jogo resumido: Para um time que inicialmente pediu adiamento do jogo (alguns nomes do grupo de jogadores testaram positivo para o coronavírus), até que o lanterna Zwolle aproveitou: foi muito mais intenso em campo, e mereceu a vitória que aumenta suas esperanças - e aflige mais o Willem II 

ZWOLLE
Kostas Lamprou; Bram van Polen, Yuta Nakayama e Siemen Voet; Rico Strieder (Kenneth Paal, aos 81'), Eliano Reijnders, Mees de Wit e Thomas van den Belt; Mustafa Saymak (Elikia Mbinga, aos 81'); Gervane Kastaneer (Daishawn Redan, aos 81') e Oussama Darfalou. Técnico: Dick Schreuder

WILLEM II
Timon Wellenreuther; Mats Köhlert, Emil Bergström, Nikos Michelis e Derrick Köhn (Vincent Schippers, aos 61'); Godfried Roemeratoe (Dries Saddiki, aos 89') e Pol Llonch (Anargyros Kampetsis, aos 76'); Ché Nunnely, Ringo Meerveld e Max Svensson (Elton Kabangu, aos 61'); Kwasi Wriedt. Técnico: Fred Grim


NEC 0x0 Heracles Almelo (sábado, 15 de janeiro de 2022)

Local: De Goffert (Nijmegen)
Árbitro: Joey Kooij
Jogo resumido: Uma partida esquecível na rodada, sem muitos lances de emoção no ataque, nem de um lado, nem de outro

NEC
Mattijs Branderhorst; Bart van Rooij, Iván Márquez, Cas Odenthal, Rodrigo Guth e Calvin Verdonk; Dirk Proper, Lasse Schöne e Magnus Mattson; Elayis Tavsan e Jordy Bruijn (Ali Akman, aos 20'). Técnico: Rogier Meijer

HERACLES ALMELO
Janis Blaswich; Noah Fadiga, Sven Sonnerberg, Mats Knoester e Giacomo Quagliata; Orestis Kiomourtzoglou, Luca de la Torre e Lucas Schoofs; Nikolai Laursen, Sinan Bakis (Rai Vloet, aos 65') e Bilal Basaçikoglu (Delano Burgzorg, aos 65'). Técnico: Frank Wormuth


Feyenoord 0x1 Vitesse (sábado, 15 de janeiro de 2022)

Local: De Kuip (Roterdã)
Árbitro: Allard Lindhout
Gols: Loïs Openda, aos 69'
Jogo resumido: Mais firme na defesa, o Vitesse aos poucos neutralizou o ataque do Feyenoord (já enfraquecido sem Sinisterra). E mais atento no ataque, o time visitante aproveitou um erro da defesa do Stadionclub para conseguir ótima vitória fora de casa

FEYENOORD
Justin Bijlow; Marcus Pedersen, Gernot Trauner, Lutsharel Geertruida (Jens Toornstra, aos 82') e Tyrell Malacia; Fredrik Aursnes, Orkun Kökcü e Guus Til; Alireza Jahanbakhsh, Bryan Linssen e Reiss Nelson (Cyriel Dessers, aos 68'). Técnico: Arne Slot

VITESSE
Jeroen Houwen; Danilho Doekhi, Riechedly Bazoer (Tomas Hajek, aos 89') e Jacob Rasmussen; Eli Dasa, Toni Domgjoni, Sondre Tronstad (Patrick Vroegh, aos 69') e Maximilian Wittek; Thomas Buitink (Dominik Oroz, aos 79'), Adrian Grbic (Daan Huisman, aos 79') e Loïs Openda. Técnico: Thomas Letsch


Twente 2x0 Heerenveen (sábado, 15 de janeiro de 2022)

Local: De Grolsch Veste (Enschede)
Árbitro: Pol van Boekel
Gol: Manfred Ugalde, aos 77', e Ricky van Wolfswinkel, aos 88'
Jogo resumido: Bem mais ofensivo desde o começo da partida, o Twente até demorou para abrir o placar, só encaminhando a vitória na reta final de jogo

TWENTE
Lars Unnerstall; Giovanni Troupée, Robin Pröpper (Julio Pleguezuelo, aos 43'), Mees Hilgers e Jayden Oosterwolde (Gijs Smal, aos 90' + 2); Jesse Bosch, Michel Vlap e Caspar Staring; Virgil Misidjan (Denilho Cleonise, aos 73'), Ricky van Wolfswinkel e Dimitris Limnios (Daan Rots, aos 73'). Técnico: Ron Jans

HEERENVEEN
Xavier Mous; Milan van Ewijk, Sven van Beek, Nick Bakker (Benjamin Nygrén, aos 82') e Rami Kaib; Rodney Kongolo, Tibor Halilovic e Anas Tahiri (Ibrahim Dresevic, aos 77'); Anthony Musaba, Siem de Jong (Henk Veerman, aos 70') e Filip Stevanovic (Rami Al-Hajj, aos 70'). Técnico: Johnny Jansen


Go Ahead Eagles 0x2 RKC Waalwijk (sábado, 15 de janeiro de 2022)

Local: De Adelaarshorst (Deventer)
Árbitro: Sander van der Eijk
Gols: Finn Stokkers, aos 21', e Michiel Kramer, aos 34'
Jogo resumido: O RKC Waalwijk dominou a partida, e seu ataque tarimbado encaminhou, já no começo da partida, o triunfo muito útil para fazer o time auriazul respirar contra a ameaça das últimas posições

GO AHEAD EAGLES
Warner Hahn; Mats Deijl, Gerrit Nauber, Justin Bakker e Bas Kuipers; Boyd Lucassen (Jay Idzes, aos 61'), Ragnar Oratmangoen e Luuk Brouwers; Isac Lidberg (Jacob Mulenga, aos 72'), Ogechika Heil (Philippe Rommens, aos 61') e Iñigo Córdoba (Frank Ross, aos 72'). Técnico: Kees van Wonderen

RKC WAALWIJK
Etiënne Vaessen; Juriën Gaari, Melle Meulensteen, Dario van den Buijs e Shawn Adewoye; Ayman Azhil, Vurnon Anita e Alexander Büttner (Luuk Wouters, aos 46'); Finn Stokkers, Michiel Kramer (Yassin Oukili, aos 72') e Jens Odgaard (Richard van der Venne, aos 58'). Técnico: Joseph Oosting


Utrecht 0x3 Ajax (domingo, 16 de janeiro de 2022)

Local: De Galgenwaard (Utrecht)
Árbitro: Serdar Gözübüyük
Gols: Antony, aos 4', e Brian Brobbey, aos 19' e aos 45' + 3
Jogo resumido: Para um time que teve algumas atribulações na pausa de inverno, até que o Ajax foi dominante demais. O time de Amsterdã sobrepujou o Utrecht com facilidade, encaminhando a vitória ainda no primeiro tempo

UTRECHT
Fabian de Keijzer; Hidde ter Avest, Mark van der Maarel, Mike van der Hoorn e Django Warmerdam; Quinten Timber, Sander van de Streek e Adam Maher (Joris van Overeem, aos 58'); Mimoun Mahi (Remco Balk, aos 80'), Anastasios Douvikas e Naoki Maeda (Othman Boussaid, aos 11'). Técnico: René Hake

AJAX
Remko Pasveer; Noussair Mazraoui, Jurriën Timber, Lisandro Martínez (Perr Schuurs, aos 70') e Daley Blind (Nicolás Tagliafico, aos 83'); Edson Álvarez, Steven Berghuis e Ryan Gravenberch (Kenneth Taylor, aos 70'); Antony (Amourricho van Axel Dongen, aos 86'), Brian Brobbey (Davy Klaassen, aos 70') e Dusan Tadic. Técnico: Erik ten Hag


Groningen 0x1 PSV (domingo, 16 de janeiro de 2022)

Local: Euroborg (Groningen)
Árbitro: Bas Nijhuis
Gols: Mario Götze, aos 10'
Jogo resumido: No começo, o PSV foi dinâmico, abriu rápido o placar e ensaiou vitória maior. A partir do segundo tempo, preferiu ser mais cauteloso, viu o Groningen ter chances de empate, mas afinal manteve a vitória e a liderança

GRONINGEN
Peter Leeuwenburgh; Damill Dankerlui, Mike te Wierik, Bjorn Meijer (Marin Sverko, aos 77') e Bart van Hintum; Cyril Ngonge (Paulos Abraham, aos 64'), Laros Duarte, Tomas Suslov (Wessel Dammers, aos 81') e Daniël van Kaam (Romano Postema, aos 63'); Michael de Leeuw (Melayro Bogarde, aos 77') e Jorgen Strand Larsen. Técnico: Danny Buijs

PSV
Joël Drommel; Jordan Teze, Olivier Boscagli, Armando Obispo e Mauro Júnior (Philipp Max, aos 90' + 3); Erick Gutiérrez e Marco van Ginkel (Joey Veerman, aos 64'); Mario Götze (Philipp Mwene, aos 90' + 5), Cody Gakpo e Ritsu Doan (Bruma, aos 64'); Maxi Romero (Yorbe Vertessen, aos 64'). Técnico: Roger Schmidt


Cambuur 1x1 Sparta Rotterdam (domingo, 16 de janeiro de 2022)

Local: Cambuurstadion (Leeuwarden)
Árbitro: Dennis Higler
Gols: Patrick Joosten, aos 33', e Adrián Dalmau, aos 77'
Jogo resumido: O Sparta Rotterdam começou atacando mais. Porém, a falha do goleiro Tim Coremans no gol do Cambuur impactou pesadamente. Só restou aos visitantes insistirem na etapa final, até o empate

CAMBUUR
Sonny Stevens; Jhondly van der Meer, Calvin Mac-Intosch, Erik Schouten e Alex Bangura; Robin Maulun (Michael Breij, aos 74'), Nick Doodeman e Mitchel Paulissen; Jamie Jacobs, Roberts Uldrikis e Patrick Joosten (Sam Hendriks, aos 87'). Técnico: Henk de Jong

SPARTA ROTTERDAM
Tim Coremans; Giannis Masouras (Laurent Jans, aos 46'), Bart Vriends, Tom Beugelsdijk e Aaron Meijers; Dirk Abels, Sven Mijnans, Younes Namli (Bryan Smeets, aos 73') e Vito van Crooij; Lennart Thy (Emmanuel Emegha, aos 90' + 2) e Adrián Dalmau. Técnico: Henk Fräser



Fortuna Sittard 1x2 AZ (domingo, 16 de janeiro de 2022)

Local: Fortuna Sittard Stadion (Sittard)
Árbitro: Rob Dieperink
Gols: Sam Beukema, aos 14', Yukinari Sugawara, aos 61', e Ben Rienstra, aos 85'
Jogo resumido: Em boa parte do jogo, o AZ impôs naturalmente sua superioridade. Tomou um susto até desnecessário no fim, mas garantiu sua sexta vitória seguida na Eredivisie, dando sequência à reação

FORTUNA SITTARD
Michael Verrips; Mickaël Tirpan, Martin Angha, Andreas Samaris (Ivo Pinto, aos 46'), Roel Janssen (Tijjani Noslin, aos 75') e George Cox; Arijanet Ferati (Tesfaldet Tekie, aos 62'), Ben Rienstra e Deroy Duarte; Zian Flemming e Mats Seuntjens. Técnico: Sjors Ultee

AZ
Peter Vindahl; Aslak Witry (Hakon Evjen, aos 64'), Sam Beukema, Pantelis Hatzidiakos e Owen Wijndal; Fredrik Midtsjø, Dani de Wit e Jordy Clasie (Tijjani Reijnders, aos 80'); Yukinari Sugawara, Vangelis Pavlidis (Albert Gudmundsson, aos 80') e Jesper Karlsson. Técnico: Pascal Jansen

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Eredivisie feminina até aqui: chegou a hora?

Romée Leuchter justificou a compra rumo ao PSV: é o símbolo do Ajax líder da Eredivisie feminina (Orange Pictures)

Há pelo menos cinco anos, o Ajax é um dos clubes que mais investe no futebol feminino dentro da Holanda (Países Baixos). Tem uma diretora específica para a modalidade - de grande história: Daphne Koster, ex-zagueira, ex-capitã da seleção holandesa. Teve muitos nomes de destaque nos campos. Naquela época, os títulos estavam vindo: bicampeonato nacional (2016/17 e 2017/18), tricampeonato da Copa da Holanda (2016/17, 2017/18, 2018/19). Porém, era pouco, para o tamanho das ambições Ajacieden entre as mulheres. E ver Twente e PSV, os rivais no futebol de mulheres, ganhando destaque e levando os títulos mais vistos, andava ferindo a autoestima do clube de Amsterdã. Pois bem: o turno da temporada 2021/22 do Campeonato Holandês feminino indica que a hora do Ajax (líder, com 25 pontos) voltar a comemorar pode estar perto.

Não que a equipe treinada por Danny Schenkel domine o campeonato longe disso. Na verdade, passou por mudanças ao longo das primeiras 14 rodadas antes de embalar, a partir da 9ª rodada. Algumas, à força: no gol, a titular Lize Kop se machucou em outubro, Isa Pothof tomou o lugar, mas logo foi desbancada por Regina van Dijk, titular da seleção holandesa sub-19. Outras, por necessidade: Marjolijn van den Bighelaar até começou jogando na temporada, mas perdeu espaço (ganho pela vida pessoal: está grávida). O que não mudou foram os destaques Ajacieden ao longo da Vrouwen Eredivisie. Não se fala aqui de veteranas como Stefanie van der Gragt ou Sherida Spitse, mas sim de duas novatas. Enfim, Victoria Pelova ganha o espaço que promete há algum tempo: no meio ou na ponta-esquerda, onde começou a atuar mais frequentemente, a camisa 23 lidera tecnicamente o Ajax. 

Mas o grande símbolo que leva as Amsterdammers à ponta é Romée Leuchter. Contratada antes da temporada, junto ao PSV, a atacante de 21 anos chegava com a grande oportunidade de sua carreira. Por enquanto, Leuchter está justificando tal contratação. Com velocidade e boa finalização, ela é a revelação do campeonato, por ora: ostenta a respeitável marca de 11 gols em 12 jogos. Tão respeitável que já fez dela uma convocada por Mark Parsons para a seleção - com boas chances de ficar para os próximos jogos e até estar na Euro que vem por aí, dependendo da continuação de sua excelente fase.

O Feyenoord faz bonito em sua estreia até aqui, com um bom desempenho defensivo - simbolizado em Van Diemen (Yannick Verhoeven/VK Sportphoto)

Se o Ajax lidera a liga neerlandesa, agora, se valendo do seu ataque, a surpresa mais agradável desta Eredivisie até agora tem a defesa como sua grande qualidade. Sim, o Feyenoord é um clube grande e tradicional... no futebol masculino. Na sua temporada de estreia com um time de mulheres, contudo, o Stadionclub faz melhor do que se esperava. Em primeiro lugar, manteve a liderança por muitas rodadas - agora, é 4º colocado, com 22 pontos. Em segundo lugar, no primeiro "Klassieker" da história do futebol feminino nos Países Baixos, goleou o arquirrival Ajax - 4 a 1, na 5ª rodada. Em terceiro lugar, a força defensiva (junto do Ajax, é a zaga menos vazada da liga - só 13 gols sofridos) já rendeu a uma das defensoras a estreia na seleção - a lateral direita Samantha van Diemen -, e alguns pedem chance até a mais jogadoras Feyenoorders, como a goleira Jacintha Weimar. Há destaques na frente - Sophie Cobussen, Pia Rijsdijk -, mas o Feyenoord se notabiliza, por enquanto, pelos gols que evita.

Só que, na frente do Feyenoord, estão os outros dois clubes tradicionais do futebol feminino da Holanda. Em segundo lugar, um ponto atrás do Ajax, vem o Twente. E o atual campeão da Eredivisie aposta no que sempre faz: na regularidade, com um time de destaques que brilham pouco mas acrescentam (e jogam) muito. A começar pelo gol: com as constantes lesões de Lize Kop, Daphne van Domselaar assumiu o lugar de reserva imediata para Sari van Veenendaal na seleção. Na zaga, Kika van Es é a experiência, enquanto Caitlyn Dijkstra é outra novata que aparece bem e já teve chance nas Leoas Laranjas. E o ataque traz o de sempre: uma Renate Jansen que desafia o tempo e continua confiabilíssima mesmo pouco notada, acrescentando ao crescimento fulgurante de Fenna Kalma, goleadora máxima da Eredivisie (20 gols em 12 jogos), forte fisicamente, com notável capacidade de finalização, uma revelação conhecida implorando para virar realidade - até em termos de seleção.

Fenna Kalma segue na temporada atual como veio na passada: fazendo gols, sendo garantia de bola na rede para o Twente (Orange Pictures)

Já no PSV (3º lugar, com 23 pontos), há um problema: a dependência insistente nas veteranas. Sim, há jogadoras mais jovens capazes de ajudar, principalmente no ataque, possuindo Esmee Brugts, Naomi Pattiwael e a brasileira Letícia. Só que de nada isso adianta quando se vê que a goleadora e principal destaque dos Boeren na liga feminina é a boa e velha Desirée van Lunteren, recém-chegada do Ajax para monopolizar as ações ofensivas a partir da direita. Muito menos ao ver que Van Veenendaal prossegue titular no gol do time de Eindhoven - ainda que em má fase, diga-se de passagem.

No mais, entre os clubes menores, Zwolle e ADO Den Haag mostraram mais capacidade de sonhar com uma surpresa - com destaque para o clube de Haia, ostentando uma boa atacante em Kirsten van de Westeringh, e mostrando confiança nas palavras do técnico Sjaak Polak: "Não jogamos menos do que Ajax, PSV ou Twente". Cabe a eles tentarem comprovar tal capacidade em campo. Lá dentro, até agora, por ora, o Ajax está mais perto de conseguir o título grande que persegue com tanto investimento.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Parada obrigatória: a pandemia está aí, o equilíbrio também

Fala-se muito do Ajax, mas o fato é que o PSV lidera o Campeonato Holandês até agora - com Gakpo como grande destaque (Pro Shots)

Ainda há uma semana sobrando para os clubes se prepararem rumo à volta do Campeonato Holandês - na sexta, 14, com Zwolle x Willem II. E na maioria das vezes, esta semana de treinos será feita na Holanda (Países Baixos) mesmo. Poderia ser por vontade própria, mas a onda de infecções pelo coronavírus - variante ômicron à frente - praticamente força isso. Basta citar o que ocorreu com o planejamento de três grandes clubes do país, na preparação da pausa de inverno. O PSV pretendia embarcar para o balneário de Marbella, na Espanha, no dia 4 passado: vários casos positivos de infecção restringiram os trabalhos a Eindhoven, mesmo. O Ajax ainda teve o grupo viajando para o que se pretendiam ser alguns dias em Quinta do Lago, no Algarve, balneário português: bastaram vários testes positivos na delegação, já em Portugal, para que se decidisse pela volta imediata a Amsterdã. O Vitesse, idem: já estava em Alcantarilha, outra cidade praiana lusa, quando alguns casos positivos forçaram o retorno. Também há o cancelamento de viagens: o Feyenoord, por exemplo, desistiu de um amistoso contra o Club Brugge-BEL, pois teria de viajar à supracitada Marbella. Mesmo caso do Zwolle, que iria à Alemanha (mas não vai mais) pegar o Hannover 96-ALE. Provas definitivas de que a pandemia ainda está aí, impactando o futebol.

Se serve de consolo, não é só a pandemia que impacta a Eredivisie. O equilíbrio também. Porque o Ajax pode até ser o clube neerlandês mais badalado da atualidade - e com certa justiça -, mas o líder da liga dos Países Baixos é o PSV. Pois é: o PSV, mesmo goleado por Ajax (5 a 0) e Feyenoord (4 a 0 - este, em casa), está mandando na Holanda. Talvez porque tenha "só" - bote aspas nisso - mais competência. Talvez porque tenha uma qualidade: mesmo com tantos problemas de lesões no ataque (sem contar algumas infecções pelo coronavírus, como a do lateral esquerdo Philipp Max), o time de Eindhoven consiga se reinventar, para vencer os jogos que se espera de um clube grande como ele é. Coisa que o Ajax, tão arraigado a um estilo, às vezes não consegue fazer, como já exemplificaram a derrota para o Utrecht e o empate contra o Go Ahead Eagles - tropeços surpreendentes, em se tratando de Ajax. E o Feyenoord? Quem esperava ver um clube que andava tão maltratado deixar a crise do lado de fora do campo, para sonhar com um título, mesmo que ainda lhe faltem vitórias em momentos decisivos?

Mas o equilíbrio vai além da disputa pela liderança. No "subtopo" da tabela, disputando lugar no "mata-mata" por vaga na Conference League, além dos de sempre (Vitesse, AZ, Twente, Utrecht), o Cambuur se configura como a grande surpresa da temporada, no lado positivo, vindo como campeão da segunda divisão para sonhar com coisa maior. Assim como o Sparta Rotterdam, até agora, é a grande decepção: de classificado para a citada repescagem na temporada passada, o clube de Het Kasteel peleia contra a ameaça de rebaixamento.

A decisão da Supercopa da Holanda, com vitória do PSV, já era um indício de que, talvez, o Ajax não tivesse uma facilidade tão grande quanto a que teve no título de 2020/21. 18 rodadas depois, o equilíbrio está aí. E a pandemia também. A ver o efeito de um e de outro - e de certas ausências causadas pela Copa Africana de Seleções (Sangaré no PSV, Haller e Onana no Ajax) - no returno que começa na semana que vem.

Parada obrigatória: Zwolle

A comemoração da vitória sobre o Heracles Almelo. É esse o único ponto positivo de uma terrível campanha do Zwolle (Pro Shots)

Posição: 18ª colocação, com 6 pontos
Técnico: Art Langeler (até a 11ª rodada) e Dick Schreuder
Time-base: Lamprou; De Wit, Van Polen, Nakayama e Kersten (Paal/Voet); Huiberts, Van den Belt e Strieder (Saymak); Kastaneer, Tedic e Adzic (Reijnders/Redan)
Maior vitória: Utrecht 5x1 Zwolle (7ª rodada)
Maior derrota: Zwolle 1x0 Heracles Almelo (11ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as oitavas de final, nas quais enfrentará o NAC Breda (segunda divisão)
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Daishawn Redan (atacante), com 2 gols
Objetivo do início: escapar do rebaixamento
Avaliação: Contratações feitas no desespero, diretoria aparentemente desorganizada, técnico demitido, péssimo desempenho ofensivo, só uma vitória no turno: os "Dedos Azuis" terão de se esforçar imensamente para evitarem um dos piores desempenhos de um lanterna na história do campeonato

Quando assumiu o comando do Zwolle, o empresário Adriaan Visser buscava fazer do clube presença frequente e contínua no Campeonato Holandês. Visser saiu no fim do ano passado, e em que pese os grandes momentos dos "Dedos Azuis" (com destaque para o título da Copa da Holanda em 2013/14), as temporadas recentes já sinalizavam que o objetivo inicial estava cada vez mais difícil. Pois bem: no Campeonato Holandês atual, aparentemente, o Zwolle chegou ao seu limite. Para começo de conversa, em 18 jogos, só uma vitória até agora. O pior desempenho, em casa e fora dela. E uma visível incompetência na preparação para a temporada atual - basta citar que, se muitos saíram antes da Eredivisie, reforços como o volante Ryan Koolwijk só chegaram com o campeonato já em andamento. Aliás, Koolwijk é reserva até agora.

Dos que estão em campo, se há presenças esforçadas (como o capitão Bram van Polen, autor do único gol da única vitória - 1 a 0 no Heracles Almelo, na 10ª rodada), algumas falhas são notáveis. E isso se exemplifica principalmente no ataque: mesmo com nomes até dignos para um clube pequeno da Eredivisie - Luka Adzic, Slobodan Tedic, Gervane Kastaneer, Daishawn Redan -, o Zwolle é o time que menos chuta a gol no campeonato. Contratado para ajudar o clube a voltar a tempos mais seguros (dos quais fizera parte, treinando o time campeão da segunda divisão em 2011/12), o técnico Art Langeler desistiu logo após a 11ª rodada, preferindo sair. E cabe a Dick Schreuder - que já reagiu contra algumas críticas da imprensa - tentar uma salvação que já começa a bordejar o milagroso, com o Zwolle sete pontos atrás do penúltimo lugar. Se serve de estímulo, o Emmen não vencera até a 23ª rodada na Eredivisie passada, e quase se salvou. A esperança é a última que morre...

Parada obrigatória: Fortuna Sittard

Mats Seuntjens bem que se esforça, mas o Fortuna Sittard precisa de ajuda: com defesa ruim, o time não consegue sair do penúltimo lugar (Pro Shots)

Posição: 17ª colocação, com 13 pontos (atrás pelo pior saldo de gols)
Técnico: Sjors Ultee
Time-base: Van Osch; Ivo Pinto (Tirpan), Angha, Lonwijk (Janssen) e Cox; Tekie, Rienstra e Duarte; Flemming, Seuntjens e Noslin (Hansson)
Maior vitória: Fortuna Sittard 2x1 Twente (1ª rodada)
Maior derrota: Fortuna Sittard 0x5 Ajax (6ª rodada), Feyenoord 5x0 Fortuna Sittard (14ª rodada) e Ajax 5x0 Fortuna Sittard (18ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado pelo PSV, na segunda fase
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Mats Seuntjens (atacante), com 7 gols
Objetivo do início: escapar do rebaixamento/meio de tabela
Avaliação: Algumas perdas pioraram bastante o ataque. A defesa é a pior do campeonato, com sobras. E o trabalho em campo traz grandes dúvidas se o Fortuna conseguirá escapar do rebaixamento desta vez

O Fortuna Sittard escapou do rebaixamento até com mais tranquilidade do que se supunha, na temporada passada. Por quê não supor que poderia fazer o mesmo nesta? Bem, as saídas de Sebastian Polter e Lisandro Semedo já enfraqueceram bastante o ataque. E nomes como George Cox, que foram bem em 2020/21, não conseguem repetir o desempenho agora. Só isso já enfraqueceria os Fortunezen. O péssimo desempenho defensivo aprofundou a crise - 46 gols sofridos: nem mesmo o Cambuur, que levou 9 a 0 e tudo, sofreu tantos nesta Eredivisie. E não se notam muitos sinais de melhora no time auriverde, ao longo da trajetória. Ao contrário: algumas derrotas foram daquelas de envergonhar, como o 4 a 3 para o Go Ahead Eagles (11ª rodada), no qual o Fortuna chegou a ter 3 a 1 de vantagem.

Há quem mereça menção honrosa, é verdade. Na primeira vitória da temporada (2 a 1 no Twente, logo na primeira rodada), Toshio Lake veio do banco de reservas para brilhar com os dois gols. Além de Lake, Tijjani Noslin é outro egresso da base do time de Sittard que ganha espaço merecido no time de cima. E Mats Seuntjens, mesmo num time fraco, faz o que pode e justifica seu protagonismo. Ainda assim, a principal imagem do Fortuna ficou com o que aconteceu nos dois jogos contra o Ajax. No turno, em casa, um 5 a 0 inapelável (6ª rodada); na primeira partida do returno, em Amsterdã, os Ajacieden impuseram outro 5 a 0 sem a menor dificuldade (18ª rodada). Com desempenho tão fraco, fica até curioso notar que as chances de escapar do rebaixamento ainda são consideráveis: afinal, em pontos, o Fortuna Sittard está igual ao Sparta Rotterdam...

Parada obrigatória: Sparta Rotterdam

Com segurança e imponência no gol, Okoye é um dos raríssimos pontos positivos da decepcionante temporada do Sparta Rotterdam (Pro Shots)

Posição: 13ª colocação, com 13 pontos 
Técnico: Henk Fräser
Time-base: Okoye; Abels, Vriends, Beugelsdijk (Heylen) e Mica Pinto; Auassar e Osman (Masouras); Mijnans (Emegha), Smeets e Van Crooij; Thy
Maior vitória: Willem II 0x3 Sparta Rotterdam (12ª rodada)
Maior derrota: Sparta Rotterdam 0x4 Cambuur (7ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado pelo Vitesse, na segunda fase
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Bart Vriends (zagueiro) e Sven Mijnans (meio-campista), ambos com 3 gols
Objetivo do início: meio de tabela
Avaliação: De nada adianta o esforço do time na frente - incluindo até uma revelação -, se a defesa anda insegura. Além do mais, alguns problemas internos (e suspeitas sobre o foco do técnico Henk Fräser) aumentam as desconfianças sobre a capacidade de melhorar. Uma reação é necessária

Tecnicamente, o Sparta Rotterdam é até mais capacitado do que outros times que estão acima dele na tabela. A não ser por Abdou Harroui, todos os destaques permaneceram em Het Kasteel. No ataque, pouco a pouco, a revelação Emmanuel Emegha ganha chances e as justifica. A defesa pode não ser das mais técnicas, mas é extremamente esforçada - e no caso do goleiro Maduka Okoye, tem talento inegável (comprovado até pela transferência já acertada de Okoye para o Watford, a maior venda da história do clube). De mais a mais, na temporada passada, os Spartanen sonharam até com vaga na Conference League, tendo se classificado para os play-offs. Fica, então, a pergunta: por quê o time está patinando desde que o Campeonato Holandês começou? Mais uma: por quê está na 16ª colocação, posição que o forçaria a disputar a repescagem de acesso/descenso para evitar o rebaixamento?

Dentro de campo, talvez seja a incompetência ofensiva do segundo pior ataque da Eredivisie - 15 gols, desempenho só melhor do que o lanterna Zwolle. Talvez algum marasmo, que faz com que o clube perca jogos que não deveria, em tese - por exemplo, tomar 4 a 0 do Cambuur (7ª rodada). Talvez até algum azar, que traz derrotas até em jogos nos quais o desempenho nem foi tão ruim - aí entram jogos contra os grandes: o rival Feyenoord ganhou com o 1 a 0 feito no último minuto (11ª rodada), e o Ajax também "só" fez 1 a 0 (14ª rodada). Já fora das quatro linhas, o problema esteve na polêmica saída do diretor esportivo Henk van Stee, após críticas à diretoria. Aliado de Van Stee, o técnico Henk Fräser cogitou até sair junto. Ficou, mas já não tem o mesmo ambiente dos anos anteriores - e de todo modo, alguns duvidam se seu foco é o mesmo, após se tornar um dos auxiliares de Louis van Gaal na seleção masculina holandesa. Enfim, o Sparta Rotterdam precisa melhorar urgentemente, se quiser fazer jus ao que conquistou na temporada passada. É uma surpresa negativa.

Parada obrigatória: RKC Waalwijk

O RKC Waalwijk faz o que se esperava que ele faria: tenta escapar do rebaixamento. Por enquanto, consegue. E Odgaard (foto) ajuda nisso (Pro Shots)

Posição: 15ª colocação, com 16 pontos 
Técnico: Joseph Oosting
Time-base: Vaessen; Gaari, Touba, Van den Buijs, Meulensteen e Büttner; Bakari, Anita e Azhil (Bel Hassani); Odgaard e Kramer (Daneels)
Maior vitória: RKC Waalwijk 2x1 NEC (15ª rodada)
Maior derrota: RKC Waalwijk 0x5 Ajax (13ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as oitavas de final, nas quais enfrentará o ADO Den Haag (segunda divisão)
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Jens Odgaard (atacante), com 7 gols
Objetivo do início: escapar do rebaixamento
Avaliação: As dificuldades que os auriazuis de Waalwijk passam eram até esperadas. Mas mudanças providenciais na defesa e algumas atuações confiáveis no ataque deixam perspectivas de que é possível escapar da repescagem/do rebaixamento. A ver o que virá no returno

Bem que vencer o AZ na primeira rodada aumentou um pouco as expectativas da torcida do RKC Waalwijk. No entanto, ficar as oito rodadas seguintes sem vitória logo fez os adeptos dos Waalwijkers se lembrarem de qual é a realidade do clube auriazul: tentar escapar das últimas três posições. É isso que o time tentou fazer desde o primeiro turno. Algumas vezes, com mais surpresas positivas - por exemplo, no 2 a 2 com o Feyenoord, na 9ª rodada, ou mesmo ao avançar na Copa da Holanda. Outras vezes, tendo as duchas de água fria esperadas: foi assim na 17ª rodada, última do turno e penúltima de 2021, ao levar 4 a 1 do PSV em casa.

Se serve de consolo, algumas mudanças pontuais fazem crer que o RKC pode ter estofo para chegar mais forte à tentativa de fuga. Por exemplo, na defesa: contratado antes do começo da temporada, o goleiro português Joel Pereira mostrou algumas inseguranças - bastou para Etiënne Vaessen voltar a ser titular, e fazer algumas boas partidas. Além disso, quando é o caso de pegar um time mais forte, Dario van den Buijs tem sido usado como um "terceiro zagueiro", e já basta para obter alguns empates aqui e ali. E na frente, até que a parceria Michiel Kramer-Jens Odgaard faz seus gols aqui e ali - sem contar ajudas como a de Roy Kuijpers, que fez o gol da vitória contra o NEC (2 a 1, 16ª rodada) logo em sua estreia pelo clube. Todos fatores para ajudar a diminuir o peso que o RKC já desconfiava que carregaria.

Parada obrigatória: Willem II

Alguns jogadores fazem o possível, mas uma terrível sequência na reta final de 2021 trouxe de volta ao Willem II o temor de precisar brigar para não cair (Pro Shots)

Posição: 14ª colocação, com 18 pontos (atrás pelo pior saldo de gols)
Técnico: Fred Grim
Time-base: Wellenreuther; Owusu, Michelis (Bergström), Jenssen e Köhn; Saglam, Llonch e Saddiki; Nunnely, Wriedt (Svensson) e Köhlert
Maior vitória: Vitesse 0x3 Willem II (2ª rodada)
Maior derrota: Ajax 5x0 Willem II (15ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado pelo RKC Waalwijk, na primeira fase
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Ché Nunnely (atacante) e Kwasi Wriedt (atacante), ambos com 4 gols
Objetivo do início: meio da tabela/escapar do rebaixamento
Avaliação: O começo deu alguns motivos para esperança, mas ela logo acabou. Terminando 2021 com péssima sequência sem vitórias no campeonato, os Tricolores de Tilburg já começam a temer que o desespero da temporada passada se repita nesta

O Willem II começou esta Eredivisie ainda assustado com o sufoco passado na temporada anterior, quando só garantiu a manutenção na primeira divisão na última rodada. Teve o ambiente renovado com um novo técnico, Fred Grim. E o começo dos Tricolores foi dos mais auspiciosos: em que pese tomar 4 a 0 do Feyenoord em casa na primeira rodada, depois veio uma ótima sequência. Foram seis jogos de invencibilidade, com cinco vitórias - uma das quais, sobre o líder PSV (2 a 1, na 7ª rodada). Com o trio de ataque (Ché Nunnely, Kwasi Wriedt, Mats Köhlert) se destacando e a defesa estabilizada - principalmente no gol, com Timon Wellenreuther emprestado às pressas para ser titular -, a equipe de Tilburg chegou a ocupar a terceira colocação na liga neerlandesa.

Mas o sonho de uma temporada diferente da passada começou a ser encerrado logo na rodada seguinte ao triunfo contra os de Eindhoven: derrota por 3 a 2 para o Heracles Almelo, em 2 de outubro. Começava ali a sequência que aflige o Willem II até agora. Desde então, o time não venceu mais pelo Campeonato Holandês. Pior ainda: após dois empates que renderam alguns pontos (ambos por 1 a 1, com o Twente na 9ª rodada, contra o Fortuna Sittard na 10ª), só derrotas entre a 11ª e a 18ª rodadas. Tal espiral negativa resultou obviamente em queda livre: de terceiros, os Tilburgers despencaram para o 14º lugar. De quebra, a queda na Copa da Holanda piorou mais as coisas. Fred Grim tentou mudar aqui e ali - Nikos Michelis passou a ser titular na zaga, por exemplo -, o ataque tem capacidade, mas é inegável: só um bom começo de ano nas primeiras rodadas de 2022 minorará o medo que a torcida já tem de que, outra vez, a queda será uma ameaça grande.

Parada obrigatória: Heracles Almelo

Burgzorg fez a sua parte até agora, mas o Heracles Almelo precisa melhorar um pouco para ter mais segurança na tabela (Pro Shots)

Posição: 13ª colocação, com 18 pontos (na frente pelo melhor saldo de gols)
Técnico: Frank Wormuth
Time-base: Blaswich; Fadiga, Rente, Knoester e Quagliata; Schoofs, Kiomourtzoglou e De la Torre (Vloet); Azzaoui (Basaçikoglu), Sierhuis (Bakis) e Burgzorg (Laursen)
Maior vitória: Heracles Almelo 4x2 Groningen (17ª rodada)
Maior derrota: Go Ahead Eagles 4x2 Heracles Almelo (9ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado pelo AZ, na segunda fase
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Delano Burgzorg (atacante), com 4 gols
Objetivo do início: vaga nos play-offs pela Liga de Conferências/meio de tabela
Avaliação: Algumas atuações boas no ataque, nomes confiáveis na defesa, mas os Heraclieden precisam de uma boa sequência de resultados para ganharem mais segurança na tabela

É até engraçado. O Heracles Almelo tem bons jogadores neste Campeonato Holandês. Na defesa, o goleiro Janis Blaswich segue confiável, enquanto o zagueiro Marco Rente é o nome que mais fez desarmes em todas as 18 rodadas até aqui. No ataque, Delano Burgzorg continua muito veloz na ponta direita, enquanto Kaj Sierhuis, vindo nesta temporada, cresceu aos poucos - e agora, além de trazer qualidade no meio da área, Sierhuis até mesmo é improvisado na ponta esquerda. O técnico alemão Frank Wormuth faz um trabalho razoável nos últimos anos, mantendo o time em posição segura na Eredivisie. De mais a mais, o time de Almelo pode ostentar, por exemplo, que não perdeu para o Ajax (o encontro na 11ª rodada foi 0 a 0). Por quê, então, uma campanha abaixo do que o time pode fazer?

Há algumas explicações possíveis. Em termos práticos, a diferença abissal entre o que os Heraclieden fazem em casa e fora dela. Jogando no Erve Asito (este é o nome "patrocinado" do estádio: para a torcida, sempre será o Polman), a equipe alvinegra é a sexta melhor do campeonato, vencendo o AZ além do citado empate com o Ajax; já quando sai dele, é a penúltima colocada, sem nenhuma vitória - oito jogos, sete derrotas, um empate. Em termos menos óbvios, talvez seja possível supor que Rai Vloet faça falta: destaque dos Almelöers há alguns anos, o meio-campista perdeu espaço ao se envolver em problemas fora dos campos - em novembro, Vloet guiava um carro que atropelou (e matou) uma criança de 4 anos, chegando a ser detido por um dia. Ou talvez seja simplesmente outro caso de um trabalho que simplesmente já passou do ponto. Tanto que Frank Wormuth já anunciou: deixará o clube ao fim da temporada. Precisará comandar uma boa sequência do Heracles, até para deixar uma boa impressão final.

Parada obrigatória: Groningen

Com belos gols, Ngonge é um dos raros destaques de um Groningen atrapalhado pelas perdas que teve com as transferências (Pro Shots)


Posição: 12ª colocação, com 19 pontos
Técnico: Danny Buijs
Time-base: Leeuwenburgh; Te Wierik (Dankerlui), Kasanwirjo, Dammers (Sverko) e Van Hintum; Duarte e Irandust; Ngonge, De Leeuw (El Hankouri) e Suslov; Strand Larsen
Maior vitória: Fortuna Sittard 1x4 Groningen (14ª rodada)
Maior derrota: PSV 5x2 Groningen (15ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as oitavas de final, nas quais enfrentará o NEC
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Cyril Ngonge (atacante), com 7 gols
Objetivo do início: vaga nos play-offs pela Liga das Conferências/vaga direta na Liga Europa
Avaliação: As perdas na fase inicial da temporada se fizeram sentir. E em que pesem as presenças ótimas de alguns jogadores, a sensação é de que um ciclo se fecha nos Groningers. E é bom se cuidar, para que tal fechamento não tenha nenhum trauma

Algumas saídas já eram anunciadas no Groningen desde a temporada passada - caso do goleiro Sergio Padt, indo para o Ludogorets-BUL. O Campeonato Holandês começou, e parecia que o time alviverde do norte conseguiria passar incólume pela janela de transferências. Só parecia: como vender atletas faz parte até do planejamento financeiro dos Groningers para fechar as contas, Azor Matusiwa e Gabriel Gudmundsson partiram para a França (Rennes e Lille, respectivamente) já com a Eredivisie em andamento. Azar do Groningen, que teve de ver uma base muito sólida ser remontada em meio ao campeonato. E a remontagem mostra alguns problemas. Há quem jogue bem, é justo reconhecer. Na defesa, Neraysho Kasanwirjo se mostrou compra certa: o zagueiro vindo do time B do Ajax mostrou talento até como líbero, às vezes, e sua técnica permite até que ele seja improvisado no meio-campo. E no ataque, além de Jorgen Strand Larsen seguir confiável, Cyril Ngonge se notabilizou pela velocidade e pela habilidade na ponta - como provou seu golaço na vitória sobre o AZ (2 a 0, 10ª rodada, um dos raros pontos positivos do clube na temporada).

Porém, também há gente que não embala - como o goleiro Peter Leeuwenburgh, que falhou aqui e ali, principalmente em chutes de fora da área. O esquema tático muda ao sabor do vento: o técnico Danny Buijs já tentou colocar o time com três zagueiros, com dois volantes (4-2-3-1), com o bom e velho 4-3-3... mas o Groningen segue distante de seus objetivos iniciais na temporada. Ainda pode alcançá-los: para um time médio do país, o nível técnico do grupo é bom. Mas é outro time a dar a incômoda impressão de que não consegue embalar porque precisa de reformulação ainda mais profunda - e melhor preparada. Pelo menos, Danny Buijs já deu o pontapé inicial indireto nisso, ao anunciar que deixa o Groningen tão logo a temporada acabe. Resta a ele conduzir o time de maneira um pouco melhor até lá.