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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Na mira

O Ajax vinha bem contra o Midtjylland, criava chances... mas faltava o gol. Por grande mérito de Gravenberch (centro), ele logo veio. E a vitória fácil foi concretizada (Pro Shots)

Talvez esta tenha sido a primeira partida realmente fácil que o Ajax teve em sua campanha na Liga dos Campeões. Aliás, podia ter sido facílima, tantas as chances que o time holandês teve para resolver o resultado contra o Midtjylland dinamarquês já no primeiro tempo. No entanto, os Ajacieden tiveram até sorte por acertarem rapidamente a mira na etapa complementar. E a vitória por 3 a 1 completou a tarefa que se esperava: vencer bem a equipe dinamarquesa, a mais fraca do grupo D, antes de partir para tentar uma vaga nas oitavas de final contra Liverpool (próxima rodada, em Anfield) e, principalmente, a adversária direta Atalanta (última rodada, em Amsterdã). De todo modo, essa vaga está na mira.

Na verdade, havia razões para o Ajax respeitar o Midtjylland. Primeiro, porque o time dinamarquês demonstrara capacidade para assustar, no 2 a 1 árduo da terceira rodada. Segundo, e principalmente, pelas várias lesões (Noussair Mazraoui, Davy Klaassen, Antony) que colocavam dúvidas sobre o time que entraria no gramado da Johan Cruyff Arena. Mas tanto Mazraoui quanto Klaassen puderam entrar em campo - Antony foi preservado no banco. E o Ajax começou bem, muito bem. Rápido pelas pontas, mantendo a posse de bola, seguindo no campo de ataque.

Tanto que as chances se avolumaram. Assim como a quantidade de gols desperdiçados: foi Lassina Traoré mandando por cima do gol aos 9', foi Zakaria Labyad perdendo uma primeira chance aos 10', foi Labyad cabeceando livre, na pequena área, para grande defesa do goleiro Jesper Hansen aos 17', foi Traoré perdendo duas grandes chances em sequência (aos 27', o burquinense chutou no travessão; aos 28', livre na área, novamente concluiu sobre o gol), foi Perr Schuurs arriscando um voleio torto aos 35'... para piorar, o Midtjylland deu leves sustos - como um arremate de Alexander Scholz, aos 42'. Parecia o típico caso de "quem não faz, toma". Criar, o Ajax criava. Ter superioridade, o Ajax tinha - até ampla. Mas de nada adiantaria se os gols não viessem.

As chances perdidas por nomes como Traoré (foto) poderiam ter feito falta ao Ajax. Mas o começo do segundo tempo já resolveu as coisas (Getty Images)

Para a sorte do time Amsterdammer, vieram tão logo o segundo tempo começou. Aliás, começaram vindo em grande estilo, a partir do chute preciso e perfeito de Ryan Gravenberch, coroando ótima atuação já aos 47'. Porém, Gravenberch só tivera a bola porque Dusan Tadic a passara antes. E o sérvio, discretamente, deu outra mostra de sua importância diferenciada no ataque Ajacied já aos 49': seu lançamento em profundidade deixou Mazraoui livre para tocar e fazer 2 a 0. 

A vitória estava encaminhada. E mesmo que outras chances tenham sido perdidas (como um cabeceio de Labyad, aos 55'), tanto o Ajax estava mais seguro em campo, menos apressado, como o Midtjylland apresentava fragilidades decepcionantes. Prova disso foi o lance do terceiro gol, aos 66': Traoré ganhou uma dividida aérea do zagueiro Erik Sviatchenko, com facilidade, e deixou David Neres livre para arrematar rumo às redes. Certo, houve o pênalti que Awer Mabil converteu no gol de honra dos visitantes dinamarqueses, aos 79'.

Mas era só uma nota de pé de página. O Ajax já cumprira o seu compromisso, de forma fácil que podia ter sido até facílima. Já está garantido na segunda fase de uma competição europeia, Liga dos Campeões ou Liga Europa. Na Champions League, mantém a vaga nas oitavas na mira - e em boas condições, segundo colocado do grupo D que é. Mas para chegar até ela, precisará superar Liverpool e Atalanta. Pelo que fez nesta quarta, tem condições de fazer isso. Quem sabe, com um pouco mais de eficiência.

Liga dos Campeões - fase de grupos - Grupo D

Ajax 3x1 Midtjylland-DIN

Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Data: 25 de novembro de 2020
Árbitro: Sergei Karasev (Rússia)
Gols: Ryan Gravenberch, aos 47', Noussair Mazraoui, aos 49', David Neres, aos 66', e Awer Mabil, aos 81'.

Ajax
André Onana; Noussair Mazraoui (Sean Klaiber), Perr Schuurs, Daley Blind (Lisandro Martínez) e Nicolás Tagliafico; Ryan Gravenberch, Zakaria Labyad (Quincy Promes) e Davy Klaassen (Edson Álvarez); David Neres, Lassina Traoré e Dusan Tadic. Técnico: Erik ten Hag

Midtjylland
Jesper Hansen; Dion Cools, Erik Sviachenko, Alexander Scholz e Paulinho (Joel Andersson); Frank Onyeka e Nicolas Madsen (Nicolas Anderson); Anders Dreyer (Gustav Isaksen), Pione Sisto (Luca Pfeiffer) e Awer Mabil; Sory Kaba (Bozhidar Kraev). Técnico: Brian Priske

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Salvaram-se todos

O Ajax sofreu sustos dentro e fora de campo contra o Midtylland, mas pôde respirar ao fim de tudo: a primeira vitória abre possibilidades na Liga dos Campeões (EPA)


O medo estava no ambiente do Ajax, antes do jogo contra o Midtjylland, terceiro compromisso dos Ajacieden pelo grupo D da Liga dos Campeões. Afinal de contas, na segunda-feira da véspera, a ameaça constante do novo coronavírus caiu no meio do grupo de jogadores: do nada, o clube só relacionara 17 jogadores (apenas um deles, goleiro) para a viagem à cidade dinamarquesa de Herning. Sem confirmação oficial do Ajax, restou à imprensa holandesa noticiar que as ausências - incluindo André Onana, Davy Klaassen, Ryan Gravenberch e Dusan Tadic - se davam por testes positivos para o vírus. Sem contar o medo de um resultado negativo em campo, que poderia prejudicar muito o clube na Champions League. Fora dos gramados, o Ajax tentou se resolver às pressas. E dentro de campo, pelo menos, conseguiu a vitória buscada - que o deixa bem vivo, até pela goleada sofrida pela Atalanta para o Liverpool, que prejudicou o saldo de gols da equipe italiana.

Para se resolver após o surto de infecções, entre segunda e terça, o Ajax viveu uma roda-viva nada recomendável. Primeiro, a situação ficou ainda mais confusa pela diferença dupla de protocolos: entre os procedimentos de Holanda (Países Baixos) e Dinamarca em relação a viagens, e entre o modo de testes de Ajax e UEFA. Tal diferença causou estremecimentos, como deixaram claro Erik ten Hag, na entrevista coletiva da segunda, e o diretor geral Edwin van der Sar, já na terça, antes do jogo, ao diário De Telegraaf. O clube de Amsterdã se apressou: fez exames em vários dos inicialmente ausentes. Tão logo o resultado saiu negativo, Onana, Tadic e Gravenberch viajaram à Dinamarca já na noite de segunda-feira; também liberados, Klaassen e o goleiro reserva Maarten Stekelenburg pegaram o avião horas antes da partida, e já foram do aeroporto direto para o estádio.

Pelo menos, o Ajax não estaria tão combalido em campo. E quando Antony complementou a triangulação com Quincy Promes (cruzou) e Tadic (ajeitou), com apenas 48 segundos de bola rolando, para fazer 1 a 0, parecia que os visitantes teriam um final feliz para uma história de sofrimentos. Está certo que havia sustos na defesa já naquele momento inicial do jogo, principalmente nos avanços de Anders Dreyer pela esquerda, mas o Ajax se controlava, para tentar construir o resultado nos contra-ataques. Nem precisou se esforçar tanto para conseguir o segundo gol, vindo aos 13', após um erro de iniciante do Midtjylland: o lateral-esquerdo Paulinho recuou a bola, o goleiro Mikkel Andersen pegou, o juiz marcou o tiro livre indireto, e Tadic bateu forte.

Só que, como já indicado, o Midtjylland já assustava o Ajax. E os Leões conseguiram diminuir pouco depois, quando enfim Dreyer teve espaço para chutar, aos 18', mandando a bola no canto esquerdo de Onana. Por sinal, tal lance mostrou como o jogo ofensivo que é a bênção do Ajax é também sua maldição - eram sete jogadores Ajacieden no campo de ataque. Foi a senha para o crescimento do time dinamarquês: puxado por Dreyer e Jens Cajuste, com o crescimento de Pione Sisto e Sory Kaba, o Midtjylland começou a rondar a área do Ajax. Com as más atuações de Jurgen Ekkelenkamp, que não conseguia segurar a bola no meio, e Perr Schuurs, errando passes demais e dando espaço perto da área, a equipe da casa teve chances de empatar. Só não empatou por sua própria incompetência (aos 30', sozinho na área, Dreyer mandou por cima do gol) ou por méritos de Onana (o goleiro camaronês defendeu bem arremates de Dreyer, aos 21', e Sisto, aos 31').

Com o gol precoce e muita movimentação na direita, Antony confirmou seu papel preponderante no Ajax (Getty Images)

O fim do primeiro tempo trouxe alívio ao Ajax. Para diminuir o ritmo frenético do Midtjylland e fazer o time neerlandês ficar mais com a bola, Davy Klaassen saiu do banco. Só que nem isso deu muito certo: embora a pressão em busca do empate tivesse diminuído, os Ajacieden estavam mais concentrados na defesa - até porque, no ataque, só Antony e Tadic colaboravam, com Quincy Promes em outro dia de pouquíssimas aparições. Falando em Antony, quase coube a ele o lance do alívio, chegando a colocar a bola nas redes num contra-ataque acelerado pelo bom passe de "Nous" Mazraoui, aos 65'. O gol foi anulado pelo VAR (impedimento de Antony existiu, de fato), mas o Ajax se acalmou mais a partir dali. Até voltou a chutar mais - como com Mazraoui, aos 74'. E só teve mais dois sustos: em cabeceio de Kaba, aos 75', e em defesa de Onana aos 90' + 1, espalmando a falta cobrada por Evander, substituto de Cajuste.

E o Ajax conseguiu uma vitória que pode lhe catalisá-lo para se credenciar ao avanço para as oitavas de final, caso consiga vencer a volta sobre o Midtjylland em Amsterdã - tudo rumo ao duelo da última rodada, que deve ser decisivo contra a Atalanta, em casa. Parafraseando um pouco a expressão: entre (falsos?) testes positivos e sustos, salvaram-se todos.

Liga dos Campeões - fase de grupos - Grupo D

Midtjylland 1x2 Ajax

Local: Arena Herning/MCH Arena (Herning)
Data: 3 de novembro de 2020
Árbitro: Bobby Madden (Escócia)
Gols: Antony, a 1', Dusan Tadic, aos 15', e Anders Dreyer, aos 18'

Midtjylland
Mikkel Andersen; Joel Andersson (Dion Cools), Erik Sviachenko, Alexander Scholz e Paulinho; Frank Onyeka e Jens-Lys Cajuste (Evander); Anders Dreyer (Bozhidar Kraev), Pione Sisto e Awer Mabil; Sory Kaba (Lasse Vibe) Técnico: Brian Priske

Ajax
André Onana; Noussair Mazraoui (Sean Klaiber), Perr Schuurs (Edson Álvarez), Lisandro Martínez e Nicolás Tagliafico; Ryan Gravenberch, Jurgen Ekkelenkamp (Davy Klaassen) e Daley  Blind; Antony (Lassina Traoré), Dusan Tadic e Quincy Promes. Técnico: Erik ten Hag