terça-feira, 30 de março de 2021

Alívio aumentado

Luuk de Jong cumprimentando Berghuis após o segundo gol: a Holanda demorou, mas conseguiu a goleada - e a rodada das eliminatórias deixou a situação melhor do que a encomenda (Pro Shots)

A vitória da seleção masculina da Holanda (Países Baixos) sobre Gibraltar era tão previsível que o próprio técnico Frank de Boer apregoava: queria mais de cinco gols, para aumentar o saldo de gols e fazer a Laranja ter algum tipo de força na disputa equilibrada do grupo G das eliminatórias da Copa de 2022. No começo, a história problemática vista no 2 a 0 contra a Letônia foi repetida: muitas chances, poucos gols. Porém, com os gibraltarinos se cansando, a maior capacidade técnica neerlandesa foi enfim estampada no placar, em forma de 7 a 0 - a maior goleada holandesa fora de casa desde 1993 (contra San Marino, também em eliminatórias de Copa). E com resultados como o 3 a 3 inesperado entre Turquia e Letônia, a Oranje voltou de vez ao páreo pela vaga na Copa. Veio o alívio - e ele foi aumentado pelos problemas dos adversários.

Necessário. Porque, se dependesse do que se viu no primeiro tempo, as críticas seguiriam grandes. Diante de uma seleção obviamente defensiva como a de Gibraltar (nenhum chute a gol dado), novamente se viu excessiva lentidão na troca de passes - ou seja, raramente os holandeses se viam cara a cara com o goleiro Dayle Coleing. E quando isso acontecia, a pontaria continuava lamentável: Owen Wijndal aos 14', Memphis Depay aos 21', o cabeceio torto de Denzel Dumfries aos 23'... todas essas chances, para fora. Quando a bola ia para o gol, aí Coleing se destacava: defendeu tentativas de Steven Berghuis e Memphis Depay em sequência (17'), e espalmou chutes de Georginio Wijnaldum (25') e Davy Klaassen (40')

A situação foi tão parecida com a que se viu no jogo de sábado passado, que até mesmo o gol do desafogo foi parecido. O autor do 1 a 0 foi o mesmo (Berghuis), e a finalização foi semelhante - só que, desta vez, o chute colocado no canto direito foi mais próximo do gol. Ainda assim, estava claro que os Países Baixos precisavam melhorar no ataque. E não só pelas chances perdidas: Luuk de Jong aparecera pouquíssimo nas finalizações, por exemplo. Frank de Boer notou isso - e, sabendo que Gibraltar não ofereceria perigo no ataque (Tim Krul não teve de defender uma bola em 90 minutos), colocou Ryan Gravenberch no lugar de Dumfries. Já eram quatro meio-campistas, melhorando o toque de bola - ainda mais porque Gravenberch teve boa atuação.

No primeiro tempo ou no segundo (como nesta chance da foto, de Wijnaldum), a Holanda continuou com um defeito: a falta de pontaria nos chutes a gol (EPA)

Pelo menos no começo, os ataques seguiram lentos. Mas já eram mais organizados, a bola passava mais pelo pé de alguns jogadores. Foi assim que o segundo gol veio, aos 55', com Luuk de Jong enfim finalizando, completando cruzamento de Berghuis. Depois, Coleing ainda teve mais um brilho inesperado, evitando gol de Berghuis aos 57'. Mas a goleada holandesa começou a tomar forma pouco depois. Primeiro, numa falta de Memphis Depay com desvio, aos 61'; um minuto depois, e Wijnaldum aproveitou rebote de um cabeceio dele mesmo; e aos 64', Donyell Malen, vindo do banco para substituir Daley Blind (lesão perigosa no tornozelo), fez 5 a 0.

E as chances seguiram, justificando o que Wijnaldum falou após o jogo ("O placar poderia ter sido maior ainda"). Malen teve chances aos 70' e 75' - esta, defendida por Kyle Goldwin, substituto de Coleing, que sofreu lesão muscular após tiro de meta. Mas no fim do jogo, ainda houve tempo para mais mudanças no ataque (Ryan Babel, Calvin Stengs). E mais dois gols: Donny van de Beek chutou em diagonal aos 85', e Depay completou cruzamento de Wijndal nos acréscimos.

Diante de um começo preocupante - de jogo e de campanha nas Eliminatórias -, a Holanda terminava as datas FIFA com o saldo de gols inflado (+7), já na segunda posição do grupo G das eliminatórias. Nada perfeito, mas conseguiu se recompor e voltar ao páreo. Na próxima rodada, em setembro, é que as falhas serão quase proibidas: Noruega (fora), Montenegro (casa) e Turquia (casa). 

Aí, a pressão voltará. E terá de ser respondida com vitórias. Ah, sim: e ainda há uma tal de Eurocopa no meio.

Eliminatórias para a Copa de 2022 - Europa
Gibraltar 0x7 Holanda
Data: 30 de março de 2021
Local: Victoria (Gibraltar)
Juiz: João Pinheiro (Portugal)
Gols: Steven Berghuis aos 42', Luuk de Jong aos 55', Memphis Depay, aos 61' e 88', Georginio Wijnaldum aos 62', Donyell Malen aos 64' e Donny van de Beek aos 85'.

Holanda
Tim Krul; Denzel Dumfries (Ryan Gravenberch), Matthijs de Ligt, Daley Blind (Donyell Malen) e Owen Wijndal; Frenkie de Jong, Davy Klaassen (Donny van de Beek) e Georginio Wijnaldum; Steven Berghuis (Calvin Stengs), Luuk de Jong (Ryan Babel) e Memphis Depay. Técnico: Frank de Boer

Gibraltar
Dayle Coleing (Kyle Goldwin); Jack Sergeant, Scott Wiseman, Roy Chipolina, Aymen Mouelhi e Ethan Jolley (Antony Moulds); Lee Casciaro (Julian Valarino), Louie Annesley (Graeme Torrilla), Kian Ronan e Liam Walker; Tjay de Barr. Técnico: Julio Cesar Ribas

sábado, 27 de março de 2021

Apagando fogueiras - por enquanto

A Holanda demorou para fazer gols e confirmar a vitória provável contra a Letônia. Mas fez. Com um placar menos confortável do que poderia ser, mas tudo bem (Pro Shots)

A derrota para a Turquia, na estreia pelas eliminatórias da Copa de 2022, aumentou as dúvidas já existentes sobre a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) - algumas, existentes desde quando Frank de Boer foi anunciado como técnico. Ainda assim, era previsível: viria uma vitória contra a Letônia, nesta segunda rodada, no sábado, para acalmar um pouco mais os ânimos em relação à Laranja - ânimos expressados inclusive pelos 5 mil presentes à Johan Cruyff Arena (um passo a mais na tentativa da volta de público aos estádios holandeses). E ela veio. O 2 a 0 foi magro, mas pelo menos rendeu os primeiros pontos à Laranja na disputa por uma vaga no Mundial do Catar - país-sede que recebeu referências tímidas aos maus-tratos e mortes de operários migrantes nas construções dos estádios, numa camisa vestida pelos holandeses antes do jogo.

Partida iniciada, ela foi o que se esperava: desde o começo, ataque contra defesa. E muito ataque: Davy Klaassen (recebendo chance como titular) quase marcou na pequena área aos 6', chute de Memphis Depay aos 8', outro arremate de Steven Berghuis (este, fora da área) aos 8'... e a Letônia não só povoava a defesa com pelo menos seis jogadores - os quatro da defesa, mais os volantes Vladimirs Kamess e Kristess Tobers -, como contava com o esforço do goleiro Roberts Ozols, que defendeu o chute supracitado de Depay. Mesmo quando nem todo esse esforço defensivo dos letões bastavam, o travessão impedia o gol holandês - como impediu o de Klaassen, aos 27'. 

De tanta facilidade para atacar, até os zagueiros holandeses começavam a avançar, caso de Matthijs de Ligt. Sem contar as subidas frequentes dos laterais - principalmente Denzel Dumfries, titular de novo na direita. Mas nada de gol. De quebra, nas raríssimas vezes em que avançou, a seleção visitante indicou um defeito defensivo da Laranja: a persistente lentidão na volta para a marcação. Foi assim que Raivis Jurkovskis assustou um pouco, aos 29'. Só um pouco. Porque, enfim, alguém acertou a mira - caso de Steven Berghuis, que fez um bonito gol aos 32'. E aí, voltou o domínio da Holanda. Como voltaram as chances perdidas. Caso de Luuk de Jong: outra bola no travessão, aos 40'.

Luuk de Jong perdeu algumas chances... mas pelo menos aproveitou uma delas, no 2 a 0 (Pro Shots)

A etapa inicial acabou, a complementar começou, e a seleção neerlandesa seguiu na mesma: criando tantas chances quanto perdia. Aos 54', o bate-rebate na área foi até engraçado: novamente Luuk de Jong e Klaassen tentaram uma finalização, mas a quantidade de letões na área evitou que o gol ocorresse. Ozovs também fazia o que podia, no gol, defendendo chutes de Frenkie de Jong (aos 57') e Memphis Depay (62'). Até Luuk de Jong, enfim, acertar um cabeceio, para justificar sua titularidade no dia fazendo 2 a 0, aos 69'.

Vieram mais algumas chances, outras boas defesas de Ozovs (como em tentativas de Klaassen, aos 73', e Memphis Depay, aos 77'), pelo menos um grande susto para a Holanda (o chute de Andrejs Ciganiks que Tim Krul defendeu - e ainda bateu na trave, aos 85')... e o jogo acabou com sensações alternadas. Elogios, sim, pelas muitas chances criadas pela Holanda. Mas cercados de certa preocupação, pelos poucos gols, diante da vantagem que a Turquia já começa a ganhar no saldo de gols, dentro do grupo G das eliminatórias. 

Enfim, pelo menos a vitória esperada e previsível veio. Como se espera outro triunfo na terceira rodada, contra Gibraltar. Apagando as fogueiras que cercam a seleção masculina da Holanda. Pelo menos, por enquanto.

Eliminatórias para a Copa de 2022 - Europa
Holanda 2x0 Letônia
Data: 27 de março de 2021
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Juiz: Stéphanie Frappart (França)
Gols: Berghuis, aos 32', e Luuk de Jong, aos 69'

Holanda
Tim Krul; Denzel Dumfries, Matthijs de Ligt, Daley Blind e Owen Wijndal; Davy Klaassen (Donny van de Beek), Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum (Ryan Gravenberch); Steven Berghuis (Calvin Stengs), Luuk de Jong (Ryan Babel) e Memphis Depay (Steven Bergwijn). Técnico: Frank de Boer

Letônia
Roberts Ozols; Vladislavs Fjodorovs, Antonis Cernomordjis, Igors Tarasovs e Raivis Jurkovskis; Vladimirs Kamess (Roberts Savalnieks) e Kristess Tobers; Janis Ikaunieks (Raimonds Krollis), Arturs Zjuzins (Kriss Karklins) e Andrejs Ciganiks (Alekandrs Solovjovs); Roberts Uldrikis (Vladislavs Gutkovskis). Técnico: Dainis Kazakevics

quarta-feira, 24 de março de 2021

Coisas que acontecem - e não deviam

Azar em algumas jogadas, culpa própria em outras. E a Holanda já começa as eliminatórias da Copa do Mundo tendo com que se preocupar (Thomas Bakker/Pro Shots)

Quando foram sorteados os grupos das eliminatórias europeias para a Copa do Mundo de 2022, foi relativamente unânime: o grupo em que a seleção masculina da Holanda caíra era traiçoeiro, com Turquia e Noruega oferecendo alguma dificuldade. Mas que, se a Laranja tivesse atenção e jogasse o que tem capacidade para jogar, poderia chegar à Copa. Pelo menos na estreia, contra a Turquia, fora de casa, no entanto, certas coisas aconteceram, por erros ou por acidente. Por elas, a Laranja começou a qualificação com muita preocupação, por causa da derrota por 4 a 2 em Istambul.

Curiosamente, o jogo no Olimpic Atatürk começou dando a impressão de que a equipe neerlandesa seria superior. Tanto que, já aos 2', Memphis Depay recebeu de Donyell Malen e já fez o goleiro Ugurcan Çakir trabalhar. Se atacava mais, a seleção visitante obviamente tinha mais gente no campo de ataque. Eis o problema: a marcação para contra-ataques ficou muito prejudicada. Prato cheio para uma Turquia firme na defesa - e contando com o iluminado dia de Burak Yilmaz. Prova disso foi o lance do primeiro gol turco, aos 15': imediatamente após jogada aérea em que se pediu pênalti em Malen, um contragolpe, Hakan Çalhanoglu passou, Yilmaz bateu de fora, a bola desviou em Matthijs de Ligt e dificultou bastante a situação de Tim Krul, indo direto para o canto direito. O desvio aconteceu por azar; a falha defensiva, nem tanto.

Foi o bastante para a Holanda revelar um problema crônico: muita posse de bola e pouca efetividade. A competência para superar a firme linha de cinco na defesa turca - os quatro defensores, mais o recuo de Okay Yokuslu (em ótima atuação, indo e voltando rapidamente) - era quase nenhuma. E quando havia chance de chute, Çakir agia: o goleiro turco pegou um chute perigoso de Malen aos 20', e agarrou cobrança de Memphis aos 27'. Ao mesmo tempo, nas raras vezes em que ousava, a seleção da casa seguia achando espaço livre no meio. Marten de Roon estava lento na volta para a defesa, tanto De Ligt quanto Daley Blind se atrapalhavam no miolo... e quem queria ajudar, atrapalhava. Foi o caso de Malen: tentando voltar para ajudar na marcação aos 34', acabou cometendo pênalti, que Yilmaz converteu para o 2 a 0 da Turquia. Já era um grande problema - e azares como o cabeceio de De Ligt bater na trave, aos 45' (houve reclamação de que a bola teria circulado atrás da linha), não ajudavam.

Um gol de fora da área, outro de pênalti, outro de falta: Burak Yilmaz voltou a dar dor de cabeça à Holanda (EPA)

Bastou o segundo tempo começar, e com 33 segundos de bola voltando a rolar, Çalhanoglu fazia 3 a 0 - o chute foi preciso, no canto esquerdo, mas Krul pareceu mal posicionado. E a partida parecia perdida, para uma Holanda desanimada, que só chegou perto do gol aos 58' (cobrança de falta do esforçado Steven Berghuis), e ainda viu o gol de Ozan Tufan aos 63' só impedido pelo bloqueio preciso de De Ligt. Uma grande mudança era necessária. Ela veio. Primeiro, com a entrada de Luuk de Jong, fazendo com que o velho e bom "abafa" se antecipasse, com cada vez mais cruzamentos para a área. Depois, com as vindas de Ryan Gravenberch e Davy Klaassen: a dupla do Ajax tornou o meio-campo mais rápido e ativo em campo.

Talvez por isso, vieram os gols que devolveram a esperança de reação à Laranja. Klaassen aos 74', em bonita jogada: recebeu já ajeitando o corpo, e finalizou muito bem. Dois minutos depois, Luuk de Jong diminuiu para 3 a 2, desviando cobrança de falta ao partir para dividir a bola com Çakir e se antecipar ao goleiro. Mas justamente aí, quando a Holanda fazia o que precisava fazer e começava a pensar em arrancar um ponto, para compensar tanta posse de bola, Burak Yilmaz mostrou o tamanho da importância no time da Turquia: aos 81', o capitão da equipe da casa cobrou falta com precisão para o 4 a 2, esfriando de vez os visitantes. Quando tentaram de novo, na reta final, aí Çakir mostrou seu valor. Defendendo chutes de Luuk de Jong, de Patrick van Aanholt (vindo para ser ainda mais ofensivo do que Owen Wijndal já tentara ser, sem sucesso, na lateral esquerda)... e principalmente, agarrando o pênalti que Memphis Depay bateu, já nos acréscimos.

Klaassen entrou e, pelo menos, ajudou a Laranja a ter alguma esperança em Istambul (Pro Shots/Thomas Bakker)

E ficou no placar uma derrota preocupante. Não só o ataque mostrou excessiva dependência de Memphis Depay (que começou bem, mas decaiu com o jogo), como a defesa sofreu com a lentidão do meio e a insegurança demonstrada por Krul no gol. Com isso, aumentam ainda mais as dúvidas crônicas sobre o trabalho de Frank de Boer. Nada está perdido: foi a primeira de dez rodadas, os próximos adversários são plenamente acessíveis - Letônia e Gibraltar -, ainda há possibilidade da Holanda reagir. Ainda assim, já voltam os temores da Laranja ficar fora de outra Copa. Por coisas que acontecem, seja por azar ou por erros. Mas não deviam acontecer. Nem uma, nem outra.

Eliminatórias para a Copa de 2022 - Europa
Turquia 4x2 Holanda
Data: 24 de março de 2021
Local: Olimpic Atatürk (Istambul)
Juiz: Michael Oliver (Inglaterra)
Gols: Burak Yilmaz, aos 15', 34' e 81', e Hakan Çalhanoglu, aos 46'; Davy Klaassen, aos 74', e Luuk de Jong, aos 76' 

Turquia
Ugurcan Çakir; Zeki Çelik, Ozan Kabak, Caglar Söyüncü e Umut Meras; Okay Yokuslu; Kenan Karaman (Kaan Ayhan), Ozan Tufan (Taylan Antalyali) e Hakan Çalhanoglu (Enes Ünal); Burak Yilmaz (Deniz Türüç) e Yusuf Yazici (Caner Erkin). Técnico: Senol Günes

Holanda
Tim Krul; Kenny Tete (Denzel Dumfries), Matthijs de Ligt, Daley Blind (Ryan Gravenberch) e Owen Wijndal (Patrick van Aanholt); Marten de Roon (Luuk de Jong), Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum; Steven Berghuis, Memphis Depay e Donyell Malen (Davy Klaassen). Técnico: Frank de Boer


terça-feira, 23 de março de 2021

Jovens, envelheçam

Frank de Boer já comanda os treinos com os convocados da seleção holandesa masculina. Muita gente acha que ela deveria ser mais jovem... (ANP)

A seleção masculina da Holanda (Países Baixos, como queiram) deveria boicotar a Copa de 2022.

Pelo menos é a ideia defendida por alguns deputados e algumas organizações em defesa dos direitos humanos, em razão de matéria publicada pelo jornal inglês The Guardian, em fevereiro, sobre os maus tratos e as mortes que operários migrantes no Catar têm sofrido, durante as obras de preparação para os estádios, no país-sede do Mundial. Porém, a federação holandesa já afastou a possibilidade de pensar na ideia, com uma nota publicada no domingo passado. E a Laranja começará mesmo seu caminho nas eliminatórias da Copa, nesta quarta-feira, com uma tarefa difícil: enfrentar a Turquia, em Istambul, às 14 horas de Brasília, logo na primeira rodada. Na segunda rodada, no próximo sábado, a Letônia será a adversária na Johan Cruyff Arena (num estádio que estará aberto a 5 mil pessoas, em teste dos Países Baixos para ver se os jogos já podem voltar a receber um público diminuto); e na terça, dia 30, a Oranje enfrentará Gibraltar.

No mesmo dia da estreia nas eliminatórias da Copa adulta, porém, torcedores e imprensa de futebol deixarão o olhar atento também para um jogo que ocorrerá na mesma quarta, às 17h de Brasília, em Budapeste, a capital da Hungria. Lá, a seleção sub-21 da Holanda marcará seu retorno a uma Euro de jovens, enfrentando a Romênia, no primeiro jogo da fase de grupos, reservada para estas datas FIFA de março - se avançar ao mata-mata da Euro sub-21, a "Laranja Jovem" só voltará a jogar em junho, na Eslovênia. E a "Jong Oranje" merece atenção: tanto pela ansiedade natural de um retorno ao principal torneio das seleções europeias para jovens (desde 2013 não estava nele), quanto pela impressão de que o técnico Erwin van de Looi tem à disposição uma geração muito promissora, na qual muitos nomes já poderiam estar - alguns até já estiveram - nas convocações de Frank de Boer.

Mas a Laranja dos adultos também merece sua atenção. Quando nada, porque a própria Euro que ela disputará já está batendo à porta. Além do mais, embora a relação de 24 convocados tenha sido relativamente semelhante às anteriores, ela trouxe algumas novidades - e algumas discussões. Problemas, mesmo, só um: na zaga. Ainda em recuperação do ligamento cruzado anterior rompido no joelho direito, Virgil van Dijk era ausência sabida - e deverá fazer falta na Euro também. Até aí, tudo bem: Stefan de Vrij faria parceria com Matthijs de Ligt. Porém, De Vrij testou positivo para o coronavírus na semana passada, e se tornou mais uma ausência na convocação de Frank de Boer. Restou apenas uma alternativa entre os titulares: repetir na seleção a zaga que se conhece do tempo do Ajax, com De Ligt reencontrando Daley Blind, recuperado de problemas musculares. Outro problema surgiu na lateral esquerda: com Nathan Aké lesionado, novamente ficará a dúvida entre Patrick van Aanholt e Owen Wijndal - nenhum dos dois, defensivamente forte. Como está melhor no AZ, Wijndal deverá ser titular, como já fora nas últimas rodadas na Liga das Nações.

Stekelenburg (à direita) voltara ao Ajax para ser reserva. Mas Onana foi suspenso, ele pegou ritmo no Ajax, agradou... e o veterano retornou à seleção (ANP)

Stekelenburg, a volta do que já parecia passado

E a defesa também trouxe a novidade mais debatida da convocação. Mais precisamente, no gol (houve outra, é verdade: Jeremiah St. Juste, zagueiro estreante na seleção, atuando pelo Mainz-ALE). Certo, Jasper Cillessen, enfim recuperando algum ritmo de jogo no Valencia, e Tim Krul eram nomes previsíveis, como devem ser na Euro. Porém, o terceiro goleiro relacionado chamou atenção. Habitual escolhido, Marco Bizot continua bem no AZ, recuperando-se de um começo inconstante de temporada e tendo atuações que justificam o apelido de "Muro" que a torcida do clube de Alkmaar lhe dá. Porém, no Ajax, a suspensão de André Onana - um ano, por doping - fez com que Maarten Stekelenburg, 38 anos (faz 39 em setembro), tivesse de cumprir o papel pelo qual voltara a Amsterdã: se comprovar uma opção experiente e segura no gol. Stekelenburg comprovou isso, nas partidas que já fez. 

A ponto de Frank de Boer decidir deixar Bizot de lado, na reta final rumo à Euro, e trazer o veterano de volta, quatro anos depois de sua última convocação para a Laranja. A Bizot, restou a preocupação de se ver fora da Euro, após três anos de frequentes chamadas à seleção - e até uma atuação, no amistoso contra a Espanha, no ano passado. Preocupação que ele expressou após a vitória do AZ no fim de semana passado, à emissora NOS, informando que já tinha sido avisado: "O próprio Frank [de Boer] me ligou. Ele me disse que gostaria de chamar Stekelenburg. Lógico que é chato, mas tenho de aceitar e fazer meu trabalho". E o convocado da vez, embora chegue atrás de Cillessen e Krul na hierarquia, tem a seu favor a experiência de duas Copas e duas Euros pela seleção - uma de cada, como titular. Até por isso, o reabilitado Stekelenburg falou esperançoso em voltar a ser o titular, após a convocação: "Não estou voltando à seleção para tirar férias".

Weghorst, a ausência que traz alguma pressão

Se a defesa trouxe uma novidade, o ataque trouxe um problema para Frank de Boer, na convocação. Não, não é Ryan Babel: nem adiantam as reclamações de torcedores e as críticas da imprensa, porque o atacante de 34 anos vai à Euro. Babel agrada os técnicos pela experiência, pela disposição em jogar onde lhe pedem, pela imagem que tem no grupo (Frank de Boer falou no ano passado: "Numa convocação, você precisa de 16 jogadores que podem ser titulares e seis que aceitem seu papel e se esforcem para manter o resto ligado. Babel é um desses jogadores"). O problema foi Frank ter escolhido Luuk de Jong como um dos atacantes reservas, em detrimento de Wout Weghorst. 

Após ter "acordado" e ser decisivo na reta final da Liga Europa passada, que terminou com mais um título do Sevilla em que joga (e pelo qual fez gol na final, inclusive), Luuk voltou a perder espaço no time espanhol, ficando no banco por jogos a fio. Já Weghorst só não é o melhor atacante do Campeonato Alemão porque tem um nome chamado Erling Haaland e outro chamado Robert Lewandowski à sua frente. De resto, o jogador do Wolfsburg tem 16 gols, é a principal referência ofensiva dos Lobos, colocou mais vezes a bola na casinha do que qualquer outro convocado da seleção - Donyell Malen, quem mais fez gols, fica nos 15 marcados pelo PSV no Holandês.

O próprio Weghorst já nem disfarça mais sua insatisfação: na rodada passada da Bundesliga, após marcar na vitória do Wolfsburg, lamentou ("Estou decepcionado e não tenho vontade de falar sobre isso"). Por outro lado, se Luuk de Jong não é lá dos mais técnicos, Weghorst também é mais um "homem-gol" para as horas em que for necessário. Além do mais, é justo dizer que o atacante do Wolfsburg tem sido deixado de lado desde os tempos de Ronald Koeman - ao contrário de De Jong, convocado regularmente há muito tempo. A coerência que talvez esteja faltando a De Boer no gol, onde trocou Bizot por Stekelenburg, está presente na continuação de Luuk de Jong como opção a Memphis Depay e Donyell Malen, os outros titulares.

Os 23 convocados da seleção sub-21 para a Euro da categoria: nomes como Stengs e Gravenberch já fizeram a transição. Outros poderiam tê-la feito... (KNVB Media)


Qual Euro? Sub-21 ou adulta?

Todavia, é outro atacante, Calvin Stengs, o símbolo de mais um tema que tem sido discutido nessas datas FIFA: jogadores que disputarão a Euro sub-21, mas que poderiam ser convocados para a seleção adulta - e os critérios para tanto. Nomes como Stengs, o supracitado Wijndal e Ryan Gravenberch foram nomes frequentes na Laranja Jovem durante as eliminatórias da Euro, mas já receberam chances de Frank de Boer, já agradaram, e já parecem destinados à Euro adulta.

Mais nomes poderiam ser parte dessa lista, segundo quem acompanha as seleções holandesas. Como Teun Koopmeiners e Myron Boadu, que ficaram na Euro sub-21 desta vez. Na apresentação para o torneio continental, Koopmeiners (destaque do AZ nesta temporada) reconheceu, à revista Voetbal International: "Eu gostaria de estar na seleção adulta. Mas tivemos uma conversa com Frank de Boer, ela foi muito boa, e entendemos bem as razões".

Ainda assim, a seleção sub-21 da Holanda merecerá tanto destaque quanto a principal terá, em seu caminho para tentar voltar a uma Copa do Mundo. Com muita gente esperando que os jovens da Jong Oranje envelheçam rapidamente, para poderem ajudar a adulta a conseguir essa meta.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 27ª rodada da Eredivisie

Heerenveen 0x0 Twente (sexta-feira, 19 de março)

Nenhum dos dois times tinha o seu destaque no ataque: Henk Veerman fora liberado pelo Heerenveen para acompanhar o nascimento do filho, e Danilo começou no banco do Twente, por opção. Jogo iniciado, se o time da casa começou com mais posse de bola, logo os visitantes de Enschede criaram mais chances: um cabeceio de Dario Dumic aos 12', um chute de Luciano Narsingh por cima do gol aos 22', nova finalização de Narsingh afastada em cima da linha por Jan Paul van Hecke aos 30'... e quase que as chances de gol em todo o jogo ficaram nisso. Na etapa final, o Heerenveen bem que chegou perto com Siem de Jong, aos 60'. Mas só nos acréscimos do jogo é que veio a grande oportunidade, do lado visitante: Queensy Menig finalizou na trave. Ainda assim, a única maior emoção de um jogo que passou em branco.


Fortuna Sittard 0x1 Utrecht (sábado, 20 de março)

Desde o começo do jogo, com mais velocidade, o Utrecht rondou mais o ataque. Teve chances com Gyrano Kerk, aos 5', e Othman Boussaid, aos 12', mas nas duas vezes o goleiro Yanick van Osch foi previdente e impediu o gol. Aos 40', inclusive, após passe em profundidade, Kerk chegou a fazer o gol, prontamente anulado pelo impedimento (de fato, existente). Mesmo em casa, o Fortuna só trouxe algum perigo aos 44', numa cobrança de falta de Tesfaldet Tekie. No segundo tempo, o ritmo do jogo caiu. Mesmo com a bola, mesmo rondando mais a área, o Utrecht só conseguiu chutes sem rumo - como Mimoun Mahi fez aos 52', e Joris van Overeem, aos 78'. Mas os Utregs estavam mais próximo da grande chance de gol. Ela surgiu aos 81'. E eles aproveitaram. Mahi cruzou perto da linha de fundo, a bola ficou na pequena área, até Adrián Dalmau, que acabara de entrar, fazer o 1 a 0 de uma vitória útil, mantendo os visitantes na zona de repescagem por vaga na Conference League.


Feyenoord 1x1 Emmen (sábado, 20 de março)

O Emmen até se arriscou uma vez no ataque, aos 9', em chute de Luka Adzic. Entretanto, só o goleiro Michael Verrips evitou que a vantagem do Feyenoord fosse inalcançável. Verrips impediu o gol em cruzamento de Steven Berghuis (4'), em dois chutes do mesmo Berghuis (14' e 22'), fez bela defesa em arremate de Orkun Kökcü (33')... só um desvio no meio do caminho - aos 37', Kökcü bateu e a bola resvalou em Miguel Araujo - tirou as chances de defesa do goleiro do Emmen, para o 1 a 0 do time da casa. Já na etapa final, os visitantes de Emmen foram à luta. Adzic perdeu grande chance aos 54', de cabeça, e Sergio Peña fez Marsman trabalhar aos 57'. O Feyenoord assustou em cabeceio de Luis Sinisterra, aos 67', tirado na pequena área. Mas aos 79', o VAR alertou, e o juiz Kevin Blom marcou pênalti - Caner Cavlan fora pisado por Lutsharel Geertruida. Michael de Leeuw converteu: 1 a 1. Seguem as decepções do Feyenoord. Segue a esperança do ex-lanterna Emmen.


RKC Waalwijk 3x1 Groningen (sábado, 20 de março)

O primeiro erro que o Groningen cometeu no jogo já foi punido duramente: aos 5', Ko Itakura tentou iniciar jogada com um passe, mas colocou a bola nos pés de Anas Tahiri, e ele passou a Thijs Oosting, que fez o 1 a 0 do RKC. Oosting quase fez de novo aos 9', mas o que era dele estava guardado - e foi "presenteado" por Bart van Hintum, em outro passe errado, aproveitado por Oosting para o 2 a 0, aos 15'. Só então o time visitante se aprumou, começando a chegar pelos lados. Numa primeira jogada, Alessio da Cruz perdeu boa chance, aos 28'. Na segunda, aos 33', aí sim, os Groningers diminuíram, num chute de Ahmed El Messaoudi, no ângulo. No segundo tempo, o ritmo foi menor, mas as chances seguiram. Pelo lado do RKC, Richard van der Venne e Ayman Azhil tiveram chances em sequência aos 69'. Aos 73', o Groningen ficou pertíssimo do empate, quando Kian Slor acertou a trave. Mas aos 86', Sylla Sow completou à queima-roupa, garantindo ao time da casa três pontos - e mais sossego na tabela.


Zwolle 2x1 VVV-Venlo (domingo, 21 de março)

A partida no Mac³Park Stadion não chegou a ser acelerada nem empolgante, mas teve alternâncias. O VVV-Venlo começou numa cobrança de falta de Vito van Crooij, aos 2'. Daí, aos 24', o time da casa atacou, com Virgil Misidjan tentando de fora da área. No minuto seguinte, Georgios Giakoumakis fez o que não costuma fazer: errou cabeceio, sozinho na área, perdendo boa chance para os visitantes de Venlo. E aos 37', Misidjan repetiu: novo arremate de fora, nova defesa de Kirschbaum. Para a segunda etapa, os Zwollenaren tiveram a entrada de Slobodan Tedic - e ele fez 1 a 0, aos 66', com um sutil toque de cabeça. Mas o VVV foi à luta - e empatou rapidamente, aos 69', com Roy Gelmi encerrando bate-rebate na área com um chute no ângulo. Aí, o Zwolle foi buscar: Tedic quase fez aos 72', Sam Kersten cabeceou na trave aos 74'... e aos 79', o zagueiro Christian Kum atingiu levemente o joelho de Immanuel Pherai na área, o VAR alertou o pênalti, e Thomas Lam converteu.


AZ 2x0 PSV (domingo, 21 de março)

No primeiro avanço mais ofensivo que fez, o AZ já marcou o seu gol: aos 4', Jesper Karlsson fez jogada rápida, e fez 1 a 0 num chute rasteiro. Melhor para o time de Alkmaar: dali por diante, o PSV buscou bem mais o empate. Por erros da defesa (Mario Götze mandou rente à trave aos 11', após erro de Teun Koopmeiners) ou por chances criadas (Cody Gakpo aos 24', Göte aos 32', Donyell Malen aos 45' + 1), todas evitadas pela boa atuação do goleiro Marco Bizot. Denzel Dumfries até chegou a empatar aos 25', mas estava impedido. Os Alkmaarders? Só se arriscaram num chute de Calvin Stengs, aos 27'. E no segundo tempo, viram os visitantes seguirem no ataque - sem criarem chances. O AZ só avançou de novo para fazer 2 a 0, aos 69', em chute preciso de Koopmeiners. Boadu teve chance do terceiro gol, aos 86'. Vindo do banco, Mohamed Ihattaren ainda fez Bizot trabalhar nos acréscimos. Era tarde: o AZ venceu, igualou o PSV na vice-liderança, reanimou a disputa.



Vitesse 0x0 Willem II (domingo, 21 de março)

Durante boa parte do primeiro tempo, a bola só chegou perto dos gols quando vinha de fora da área. Por parte do Willem II, nos chutes de fora: logo aos 2', com Mike Trésor, e aos 6', com Derrick Köhn, ambos defendidos por Remko Pasveer. Com o Vitesse, pelos cruzamentos: Armando Broja tentou aos 4', e a bola passou pela área sem ninguém completar, e o próprio Broja desviou bola alçada por Oussama Tannane, para fora (sem contar chute de Oussama Darfalou, aos 26'). No segundo tempo, o Willem II se aproximou mais da área. Aí, sim, ficou perto do gol: aos 61', um desvio de Ché Nunnely foi evitado só pelo pé de Pasveer, enquanto Leeroy Owusu driblou o goleiro e chutou na rede pelo lado de fora, aos 70'. Já o time da casa só trouxe perigo em dois chutes de Tannane (aos 58 e aos 67'), além de um cabeceio de Oussama Darfalou, aos 73'. Pouco para que os dois times movimentassem o placar, numa partida truncada.


Heracles Almelo 1x1 Sparta Rotterdam (domingo, 21 de março)

Um voleio de Ismaïl Azzaoui para o Heracles Almelo aos 4', um chute de Abdou Harroui para o Sparta Rotterdam aos 22', e nisso ficaram as chances de todo um primeiro tempo bastante esquecível em Almelo. No segundo tempo, as chances de gol começaram a ser mais frequentes só quando a bola já tinha balançado as redes - no caso, com Lennart Thy fazendo 1 a 0 para o Sparta, aos 58', completando jogada de bola parada. A partir de então, os visitantes de Roterdã foram mais habituais no ataque: Harroui chutou aos 62' (o goleiro Janis Blaswich pegou), Bryan Smeets tentou aos 70', e tanto Smeets quanto Emmanuel Emegha tiveram boa chance de definir a vitória aos 89'. E essas chances fizeram muita falta aos Spartanen, porque o inesperado fez uma surpresa nos acréscimos: o zagueiro Michael Heylen tentou afastar a bola, que viera de um chutão... e a "entregou" a bola nos pés de Rai Vloet, que empatou para o Heracles com um voleio. O empate valeu mais para os visitantes de Almelo...


Ajax 5x0 ADO Den Haag (domingo, 21 de março)

O líder da Eredivisie (e um líder dominante) contra um lanterna desesperado: a vitória do Ajax era palpável antes mesmo do jogo começar. O placar poderia ter sido aberto aos 4', quando Davy Klaassen chutou para fora. Ou aos 10', em cabeceio de Brian Brobbey. Foi aos 11', no primeiro gol de Devyne Rensch no time principal. Pouco depois, aos 21', Brobbey (titular no lugar de Sébastien Haller, que testou positivo) chutou alto para o 2 a 0. Mais algum tempo, e aos 32', na pequena área, Edson Álvarez fez o terceiro. Antes do intervalo, houve tempo para o 4 a 0, de Dusan Tadic. E se o quinto gol faltou no primeiro tempo (David Neres quase fez aos 27'), veio tão logo a etapa final começou, aos 50', com Davy Klaassen. A partir de então, vários titulares foram substituídos, e as chances rarearam - só tentaram Zakaria Labyad, com chutes aos 59' e aos 87', e Lassina Traoré, aos 75'. Tudo bem: a goleada estava garantida. O aumento da vantagem do Ajax na liderança, também: 11 pontos. Título à vista.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Conforto esperado

O Ajax jogou já curtindo a superioridade diante do Young Boys: outra vitória tranquila para alimentar o nascente otimismo com as possibilidades na Liga Europa (Pro Shots)

Este tem sido um momento tranquilo para o Ajax na atual temporada. No Campeonato Holandês, a vantagem na liderança cresceu - já são oito pontos à frente do PSV -, e mais um título começa a se avizinhar. O que, de certa forma, é inesperado é a tranquilidade vista também na Liga Europa. Exemplificada pelos jogos dos Ajacieden nas oitavas de final, contra o Young Boys, da Suíça. Já na partida de ida, o 3 a 0 na Johan Cruyff Arena deixou o lugar nas quartas de final bem encaminhado. E ele foi assegurado com outra tranquila vitória vista nesta quinta-feira, com os 2 a 0 em Berna.

É justo dizer que o Young Boys bem que tentou causar algum tormento ao Ajax - como até esperou o técnico Erik ten Hag, na entrevista coletiva pré-jogo ("Certamente o Young Boys fará melhor"). Avançando pelos lados, com os atacantes Maschack Elia e Jean-Pierre Nsame trazendo velocidade, contando com alguma ajuda dos meio-campistas, o time aurinegro suíço deu algum trabalho - como aos 13', quando Elia só não chegou ao gol porque Edson Álvarez o desarmou na hora exata do chute, ou no minuto seguinte, quando Nsame ficou com a bola na área, chutou forte, e ela só não entrou porque Lisandro Martínez bloqueou na pequena área.

Ao Ajax, só restava a paciência, para tentar aproveitar os espaços que viriam. Pois os visitantes já começaram a aproveitar aos 16', numa sequência em que Daley Blind (titular de novo, recuperado de dores musculares) chutou, a defesa bloqueou, Antony aproveitou a sobra e fez o goleiro Guillaume Faivre espalmar para escanteio - e na cobrança subsequente, Nicolás Tagliafico desviou de cabeça, para outra defesa de Faivre. Porém, aos 20', Ryan Gravenberch (outra boa atuação) foi rápido para roubar a bola de Elia no meio-campo - "Ele bobeou, e aí...", riu o meio-campista à ESPN holandesa, após o jogo -, passou a Dusan Tadic, e o sérvio deixou David Neres livre para fazer o 1 a 0. A classificação já estava praticamente garantida.

Antony e David Neres, a comemoração conhecida: o gol do brasileiro da direita jogou água na fervura do Young Boys (Pro Shots)

Até porque, depois do gol, o Ajax voltou ao domínio que já tivera no jogo de ida. O próprio Tadic quase fez - chutou na rede pelo lado de fora, aos 32', após contra-ataque. Tanto Gravenberch quanto Davy Klaassen voltavam a imperar no meio-campo, evitando que o Young Boys tentasse acelerar o jogo de novo. Se não bastasse, duas decisões do juiz escocês Bobby Madden após ouvir o VAR, no começo do segundo tempo, confirmaram o que já era previsível. Aos 48', um chute de Tadic bateu na mão do zagueiro Ali Camara, e após o VAR alertar, Madden reviu o lance e marcou o pênalti com que o sérvio fez 2 a 0 (já é seu 17º gol pelo Ajax em competições europeias). Aos 54', de cabeça, Nsame chegou a colocar a bola nas redes para o time suíço - só para o gol ser anulado, por impedimento de Elia notado pelo árbitro no vídeo. Dali por diante, só alguns chutes infrutíferos do time da casa em Berna (Fassnacht aos 60', Miralem Sulejmani aos 64'), pegos com facilidade por Maarten Stekelenburg.

Enfim, a classificação do Ajax às quartas de final veio com o conforto esperado. Tanto que alguns jogadores até comentaram abertamente sobre o adversário esperado no sorteio do jogo das quartas de final, nesta sexta-feira - evocando a final da própria Liga Europa em 2016/17, Daley Blind (que estava no lado vencedor daquela vez) citou: "Seria legal reencontrar o Manchester United, mas só na final". Pois é: tal otimismo já começa a se disseminar entre a torcida, porque tranquilidade também pode rimar com felicidade. Para um time que parecia afetado para a Liga Europa, após a suspensão de André Onana e o erro com Sébastien Haller, ter a sensação agradável de que as boas notícias estão apenas começando não é nada mal.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 26ª rodada da Eredivisie

Willem II 3x1 Heerenveen (sábado, 13 de março)

O Heerenveen chegou a ter 79% de posse de bola no começo do jogo. De nada ela adiantou, sem criar chances de gol contra o Willem II. Que chegava aos poucos, em cruzamentos. E num deles, fez 1 a 0: aos 28', Sebastian Holmén desviou, de cabeça, após escanteio curto. Depois, Vangelis Pavlidis quase fez o segundo, aos 32'. E os visitantes da Frísia só se aproximaram do gol numa finalização de Henk Veerman, aos 36'. Se a eficiência dos Tricolores já foi grande no primeiro tempo, foi decisiva no segundo. Aos 55', Kwasi Wriedt fez 2 a 0, de cabeça. O Heerenveen teve a chance de gol no minuto seguinte, mas Jan Paul van Hecke mandou no travessão; daí, aos 57', em rápido contra-ataque, Ché Nunnely fez 3 a 0. Só no fim o Fean reagiu aos dois baques. Primeiro, aos 73', veio o gol, em jogada dos "Veerman": Henk tabelou, Joey finalizou. Depois, um cabeceio de Joey Veerman, aos 89', quase rendeu um gol. Mas o Willem II manteve a vitória - e as esperanças de ficar na elite.

ADO Den Haag 1x2 Heracles Almelo (sábado, 13 de março)

No começo da partida, o Heracles ainda dominou mais a bola - e rondou mais o ataque. Entretanto, a partir da metade do primeiro tempo, o Den Haag é que tentou dominar as ações (até porque ainda não venceu em casa nesta temporada). Aos 33', Vincent Besuijen chutou para fora; e aos 44', Nasser El Khayati arrematou, houve desvio, e Robin Pröpper tirou a bola em cima da linha. Bastou para que, no segundo tempo, os visitantes avançassem. Noah Fadiga chegou a marcar, aos 53' - mas pela segunda rodada seguida, o VAR cortou seu barato, ao anular o gol, por impedimento. A princípio, fez falta. Porque os mandantes de Haia fizeram 1 a 0 aos 68', num bate-rebate: Besuijen cabeceou a bola na trave, ela explodiu em Fadiga e foi para as redes. Porém, na reta final, a maior qualidade técnica do Heracles possibilitou a virada. Já aos 73', o empate, numa bonita virada de Sinan Bakis. E aos 83', na reta final, Rai Vloet virou num chute forte, agravando ainda mais a situação do Den Haag, penúltimo colocado.


AZ 4x1 Twente (sábado, 13 de março)

O primeiro tempo em Alkmaar sequer deu tempo para respirar, de tantos ataques. O primeiro, aliás, já rendeu até gol: aos 4', troca rápida de passes, e Myron Boadu fez 1 a 0 para o AZ. O Twente não se abateu: foi à frente e quase empatou com Queensy Menig, aos 17'. Mas aos 22', Dario Dumic tentou cortar cruzamento... e cometeu gol contra: era o 2 a 0 do AZ. O terceiro também foi contra, aos 35', quando Teun Koopmeiners cobrou falta quase sem ângulo, mas o goleiro Joël Drommel praticamente empurrou a bola para dentro. Se servisse de consolo para os visitantes, eles diminuíram para 3 a 1 aos 40', também em gol contra, o terceiro do jogo - desvio acidental de Albert Gudmundsson, em escanteio. O segundo tempo foi menos palpitante - pelo menos por parte do Twente, que só tentou aos 65', com Tyrone Ebuehi, e aos 70', com Jesse Bosch. O time da casa teve dois gols anulados (aos 63', com Boadu, e aos 90', com Stengs), mas transformou a vitória em goleada aos 78', com Koopmeiners.


Groningen 1x1 Emmen (sábado, 13 de março)

Diante de um Groningen com tantos desfalques (Jorgen Strand Larsen, Azor Matusiwa e Gabriel Gudmundsson - para nem falar em Arjen Robben), foi um pouco menor a surpresa do domínio do Emmen, último colocado, durante o primeiro tempo. Já aos dois minutos, Michael de Leeuw chegou perto do gol - Sergio Padt evitou, em seu 250º jogo na Eredivisie. Aos 9', o zagueiro Miguel Araújo cobrou falta, Padt espalmou, e a bola ainda bateu na trave. O gol dos visitantes demorou, mas surgiu aos 38', num chute de Glenn Bijl que ainda teve leve desvio. Porém, um erro de Kerim Frei rendeu o gol de empate dos Groningers, já no segundo tempo, aos 60': Frei tentou driblar no ataque, perdeu a bola, Tomas Suslov acelerou a jogada, e Alessio da Cruz finalizou para o 1 a 1. Precisando mais da vitória, o Emmen teve chances com De Leeuw, aos 68', e Paul Gladon, aos 80'. Mas ficou sem a vitória da qual esteve perto - e que lhe teria tirado da lanterna. Para o Groningen, dos males, o menor.


Sparta Rotterdam 2x0 RKC Waalwijk (sábado, 13 de março)

Não que o Sparta Rotterdam brilhasse. Ainda assim, foi o único time a criar algo remotamente parecido com chances de ataque, num primeiro tempo de poucas emoções. E só em cruzamentos, os donos da casa trouxeram perigo ao RKC: Lennart Thy concluiu bola vinda da direita para fora, aos 32', enquanto Bart Vriends cabeceou para fora aos 41'. O segundo tempo chegou, os visitantes de Waalwijk só tentaram algo num cruzamento de Paul Quasten que causou dificuldades ao goleiro Maduka Okoye, logo no primeiro minuto... mas o Sparta começou a resolver as coisas aos 57', quando Tom Beugelsdijk fez 1 a 0 em cabeceio forte. O RKC ainda deu um sinal de vida aos 72', num chute perigoso de Lennerd Daneels. Ainda assim, a vitória dos Spartanen já parecia certa. E foi confirmada nos acréscimos, quando Bryan Smeets aproveitou erro do goleiro Kostas Lamprou na saída de gol, e fez 2 a 0 com a meta livre.

VVV-Venlo 1x3 Fortuna Sittard (domingo, 14 de março)

Os dois times buscaram a bola em Venlo, configurando um primeiro tempo equilibrado. Mas a equipe da casa foi inofensiva no ataque, enquanto o Fortuna Sittard trouxe mais perigo. No primeiro deles, aliás, a esférica já foi ao barbante: aos 10', Lisandro Semedo aproveitou lançamento e fez 1 a 0. De quebra, aos 13', Zian Flemming trouxe certo perigo, e tanto Sebastian Polter quanto Tesfaldet Tekie tentaram completar cruzamento, sem sucesso, aos 43'. Só na etapa final o VVV-Venlo começou com mais força no ataque. E contou com seu principal destaque para isso. Aos 51', Georgios Giakoumakis acertou a rede - pelo lado de fora. Mas aos 54', o grego foi preciso: aproveitou rebote para empatar, fazendo seu 24º gol na temporada. Só que o Fortuna seguiu superior. Demorou pouco para que Mats Seuntjens recolocasse os visitantes de Sittard na frente, aos 60'. E aos 66', em outra jogada rápida, Flemming definiu o placar. Os Fortunezen estão seguros na tabela; os Venlonaren não.


PSV 1x1 Feyenoord (domingo, 14 de março)

O PSV pode até ter dado a primeira estocada, num voleio de Philipp Max, aos 2'. Mas o Feyenoord logo se achegou mais ao ataque, num chute de Steven Berghuis, aos 8'. E se Nick Marsman evitou o gol de Donyell Malen com os pés, aos 10', não só Berghuis foi preciso aos 15', fazendo 1 a 0 num belo chute, como sobraram chances para os visitantes de Roterdã ampliarem a vantagem: Bryan Linssen errou aos 18', Luis Sinisterra aos 22', Lutsharel Geertruida aos 31'... e a punição veio aos 38', quando Mario Götze, com um grande passe, deixou Malen livre para empatar. Foi a partir do empate que os donos da casa passaram a melhorar, em Eindhoven - ainda mais no segundo tempo, menos dinâmico, quando Noni Madueke entrou. Só que tomar o gol foi o último erro de Marsman no jogo. O goleiro salvou tentativas de Malen (aos 47', com os pés), de Madueke (aos 52', e a bola ainda desviou na trave), de Eran Zahavi (56')... foi Marsman o principal nome a manter o empate no placar. Azar do PSV.


Utrecht 1x3 Vitesse (domingo, 14 de março)

O Utrecht poderia até ter mais a bola. Só que o Vitesse não só começou a ficar mais com ela, como teve mais perigo no ataque: nos cabeceios de Oussama Darfalou (18') e Armando Broja (33'), no chute cruzado de Maximilian Wittek tirado na pequena área por Willem Janssen (39'). Ainda assim, aos 41', os Utregs é que saíram na frente, num rápido contra-ataque completado por Gyrano Kerk. Só que o time de Arnhem empatou ainda antes do intervalo, aos 44', quando Darfalou acertou enfim um cabeceio. E os visitantes encaminharam a vitória num começo vigoroso de segundo tempo. Começou quando Eli Dasa chutou, o goleiro Eric Oelschlägel rebateu, e acabou derrubando Darfalou na sobra - o juiz demorou um pouco, mas o VAR alertou, o pênalti foi marcado, e o próprio Darfalou virou para 2 a 1 aos 54'. E terminou aos 57', quando Wittek praticamente encaminhou a vitória fazendo 3 a 1. O Utrecht ainda assustou com Jeredy Hilterman, aos 76', num erro da defesa. Mas o Vitesse já estava tranquilo.


Zwolle 0x2 Ajax (domingo, 14 de março)

Por boa parte do primeiro tempo, foi o de sempre: Ajax com posse de bola bem maior. No entanto, chance concreta dos visitantes de Amsterdã, só uma, aos 4', quando Davy Klaassen cabeceou perto do gol. De resto, não só não havia espaço para finalizações, como o Zwolle trouxe perigo aos 23', com Virgil Misidjan (o goleiro Maarten Stekelenburg espalmou). Até que, aos 28', enfim o espaço apareceu - e David Neres fez 1 a 0 para o Ajax, com um chute preciso. Eliano Reijnders ainda acendeu um pouco o fogo dos mandantes com uma falta cobrada aos 34', mas quando Nicolás Tagliafico fez 2 a 0, aos 38', após falha da defesa, ficou claro: seria outro dia tranquilo para o líder da Eredivisie. Tanto que, no segundo tempo, o time apenas manteve a vantagem - e só o goleiro Xavier Mous evitou mais gols (Dusan Tadic, de falta, aos 52'; Sébastien Haller, de cabeça, aos 54'; Klaassen, aos 64'). Já são oito pontos na frente. E a "Eredivisieschaal", a salva de prata do campeão, ainda mais perto de Amsterdã.

quinta-feira, 11 de março de 2021

O meio, o começo e o fim

O primeiro gol do Ajax até demorou. Mas foi a abertura para uma vitória merecida e categórica na Liga Europa (Soccrates/Getty Images)

O meio-campo é o lugar dos craques, diz a conhecida canção. Não chega a ser o caso do Ajax - Ryan Gravenberch é uma promessa, e Davy Klaassen mostra muita utilidade no time de Amsterdã, mas nenhum dos dois é craque. O que não quer dizer que não sejam importantes. Pois foi a partir do meio-campo Ajacied que começou a ser construída a vitória inquestionável sobre o Young Boys suíço, por 3 a 0, no jogo de ida das oitavas de final da Liga Europa, já deixando a equipe holandesa com uma valiosa vantagem para o jogo da volta, na próxima quinta, em Berna.

Está certo que a primeira chance do Ajax no jogo veio do ataque, numa triangulação surgida na esquerda: Nicolás Tagliafico lançou em profundidade, David Neres cruzou, Antony cabeceou para a defesa do goleiro Guillaume Faivre, aos 5'. No entanto, em várias chances seguintes dos donos da casa na Johan Cruyff Arena, Gravenberch esteve presente: no drible de corpo que originou a jogada concluída com o cabeceio de Antony para fora (aos 13'), no chute espalmado por Faivre (aos 15') e até numa jogada truncada, que David Neres tentou continuar, mas que só Dusan Tadic conseguiu finalizar, para outra defesa de Faivre (aos 36'). Merecendo menção, houve ainda um chute de David Neres, na rede pelo lado de fora, aos 17'.

Em suma, o Ajax dominava. Nada se via dos perigos que o Young Boys poderia trazer - por exemplo, a rapidez nas jogadas pelas pontas (tanto que o veterano Miralem Sulejmani, muito conhecido em Amsterdã, saiu no intervalo), ou mesmo velocidade por parte de Meschack Elia e Jean-Pierre Nsame, a dupla de ataque dos aurinegros de Berna. Talvez pelo mau dia do time como um todo. Talvez, também, pela ótima atuação de Jurriën Timber e Lisandro Martínez na zaga - e também pela proteção perfeita que Édson Álvarez fez a ambos, não só evitando maior perigo do time vindo da Suíça, mas também possibilitando que Gravenberch e Klaassen pudessem ajudar mais o ataque.

Se Gravenberch fez isso no primeiro tempo, Klaassen o fez no segundo - não sem antes os defensores ajudarem no perigo (Martínez escorou, e Álvarez cabeceou para Faivre novamente evitar o gol do Ajax - e olha que Faivre é o reserva do Young Boys, substituindo Steve van Ballmoos, que se recupera de concussão...). Logo depois, aos 54', Antony ajeitou bem a bola, mas chutou para fora. O domínio do time holandês era tamanho, que o 0 a 0 insistente no placar ficava cada vez mais perigoso. Pois bem: coube a Klaassen o gol do desafogo, aos 62', completando na área uma tabela rápida com Tadic.

E aí, o jogo estava resolvido. Gravenberch e Klaassen seguiam imperando no meio-campo; o ataque do Ajax seguia movimentado, com a boa entrada (mais uma) de Brian Brobbey e a atuação razoável de David Neres. Aos 82', Tadic fez o gol que ampliou justamente a vantagem do time da casa. O terceiro gol poderia ter vindo com Brobbey já aos 86' - ele chutou na trave -, mas veio nos acréscimos, com passe de Gravenberch, completando a vitória. Tão inquestionável que o técnico Erik ten Hag comentou à ESPN holandesa, honesto: "Nós acabamos com eles".

O meio-campo começou a vitória do Ajax. E conseguiu uma vantagem que possibilita imaginar que o fim da campanha do time de Amsterdã na Liga Europa não será na próxima semana, em Berna. Dependendo do sorteio, nem nas quartas de final...

segunda-feira, 8 de março de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 25ª rodada da Eredivisie

Emmen 1x1 Sparta Rotterdam (sexta-feira, 5 de março)

Mesmo num primeiro tempo relativamente calmo, o Emmen teve mais a bola, em busca da terceira vitória seguida - e Luka Adzic simbolizou isso em duas chances, aos 5' e aos 10'. O Sparta Rotterdam se contentava com os chutes de fora da área. E num deles, já nos acréscimos do primeiro tempo, veio a vantagem dos visitantes, num azar do goleiro Michael Verrips: aos 45' + 3, Laros Duarte chutou de longe, e Verrips tomou um autêntico "frango". Foi a senha para um segundo tempo bem mais equilibrado. No começo, o Sparta buscou ampliar - já aos 47', Verrips se recompôs da falha, evitando chutes de Mario Engels e Laros Duarte em sequência. Depois, a pressão do Emmen causou a bola na trave em chute de Michael de Leeuw, aos 60'; a boa defesa de Maduka Okoye em chute de Caner Cavlan, aos 73'... e nos acréscimos, de novo, o VAR flagrou mão de Adil Auassar na bola. Pênalti, e De Leeuw bateu para o 1 a 1. Se não foi vitória, mantém o Emmen animado para tentar a salvação. Pois é...


Feyenoord 6x0 VVV-Venlo (sábado, 6 de março)

Demorou um pouco para haver alguma chance de gol em De Kuip. Mas quando ela veio, já foi para as redes, aos 14': Luis Sinisterra aproveitou o erro de Tobias Pachonik, passou, e Jens Toornstra fez 1 a 0 para o Feyenoord. Bastou para o time da casa tomar conta do jogo. Aos 19', de cabeça, Lutsharel Geertruida ampliou. Mais um pouco, e aos 31', Bryan Linssen marcou o terceiro, após lançamento de Orkun Kökcü. E houve chances para mais - por exemplo, aos 39', num chute de Tyrell Malacia, e aos 40', em cabeceio de Leroy Fer. No segundo tempo, os visitantes de Venlo ainda deram sinais de vida - como numa falta cobrada por Meritan Shabani, aos 54'. Mas aos 62', chutando forte, Toornstra apagou de vez qualquer esperança do VVV, com o 4 a 0. De quebra, num belo chute no ângulo, Steven Berghuis marcou o quinto gol Feyenoorder, aos 73'. E aos 85', em outro cabeceio, Eric Botteghin completou a goleada. Três virou, acabou seis, para o Feyenoord vencer após quatro jogos.


Twente 1x1 Willem II (sábado, 6 de março)

O primeiro tempo teve três protagonistas nas (raras) chances de gol. Do lado do Willem II, no drama contra a ameaça de rebaixamento, Vangelis Pavlidis tentou chute cruzado aos 5', e Ché Nunnely perdeu grande chance aos 13', aproveitando erro de Caspar Staring, zagueiro estreante no Twente. Por falar no time anfitrião, Queensy Menig teve o destaque sozinho: tentou aos 16' (o goleiro Arijanet "Aro" Muric rebateu) e aos 38', desviando cruzamento. Já no segundo tempo, o protagonismo mudou no Twente - e o gol veio: aos 64', Jesse Bosch abriu o placar, num voleio forte. Do lado do Willem II, Pavlidis monopolizou as coisas. O grego tentou aos 57', aos 77'... só Kwasi Wriedt buscou o empate além dele, aos 69', num erro do goleiro Joël Drommel. Mas o salvador de um ponto útil para os visitantes Tricolores foi mesmo Pavlidis: aos 81', ele aproveitou erro de Godfried Roemeratoe na saída de bola, driblou Drommel e fez 1 a 1. Melhor para o Willem II - em casa, Twente não vence há nove jogos...


Heerenveen 3x0 ADO Den Haag (sábado, 6 de março)

Na fase inicial do jogo, o Heerenveen dominou claramente. O gol de Siem de Jong, aos 8', foi bonito - chute colocado. E mais poderiam ter vindo: Mitchell van Bergen perdeu grande chance, de cabeça, aos 20'. Quase fez falta ao time da casa, porque foi aí que o ADO Den Haag partiu com tudo para tentar o empate. Começou com Bobby Adekanye, num chute aos 27'; continuou com a chance mais concreta, na finalização de Michiel Kramer aos 37'; e Adekanye forçou o goleiro Erwin Mulder a trabalhar no último ato do primeiro tempo, aos 45' + 1. No segundo tempo, os visitantes de Haia seguiram pressionando - e Adekanye quase empatou aos 57', de cabeça. Precisando de pontos, os Hagenaren atacavam... mas davam espaço na defesa. E aos 79', Marko Vejinovic recuou errado, Henk Veerman fez 2 a 0 e tranquilizou o Heerenveen. O terceiro gol só não veio no minuto seguinte porque Joey Veerman estava impedido. Tudo bem: em um de muitos contra-ataques, aos 90', o próprio Joey fechou o placar.


RKC Waalwijk 1x2 Utrecht (sábado, 6 de março)

Com dois minutos de bola rolando, Adam Maher mandou a bola na trave. E isso já foi um sinal do domínio que o Utrecht exerceria, durante o primeiro tempo. Aos 12', o gol que fez por merecer - Mimoun Mahi aproveitou erro de Saïd Bakari na defesa. E muitas chances vieram: a bola na trave de Bart Ramselaar aos 22', o chute de Joris van Overeem por cima aos 25', a defesa de Kostas Lamprou quando Hidde ter Avest bateu, aos 34'. Mas o domínio virou no segundo tempo: aí, o RKC foi mais ofensivo. Já conseguiu o empate aos 53', num cabeceio de Richard van der Venne. E pelas pontas, o time de Waalwijk avançou, e fez o goleiro Eric Oelschlägel trabalhar - como aos 65', com Bakari, e aos 79', com Van der Venne. O Utrecht assustou só de vez em quando - como aos 87', com Ter Avest. Mas no último desses raros sustos, aos 90' + 4, minuto derradeiro dos acréscimos, veio a virada: um pênalti polêmico de Ahmed Touba em Gyrano Kerk, e Sander van de Streek fez o 2 a 1. Inesperado, até.


Ajax 3x1 Groningen (domingo, 7 de março)

Como em muitos outros jogos, o Ajax já começou com o cartão de visitas em forma de gol: Ryan Gravenberch fez 1 a 0 logo aos 5', completando triangulação. Depois, o placar só não foi ampliado a favor dos Ajacieden porque o goleiro Sergio Padt fez ótimas defesas em cabeceio de Lisandro Martínez (10') e num desvio de Davy Klaassen à queima-roupa (23'). Mas o Groningen, mesmo em desvantagem, assustou uma vez - e o outro goleiro do jogo, Maarten Stekelenburg, também foi bem no cabeceio de Mohamed El Hankouri, aos 39'. No segundo tempo, o Ajax também ampliou rápido - Sébastien Haller tocou para o gol vazio aos 54'. E o time da casa pôde repelir ataques dos Groningers, contando com Stekelenburg, que defendeu chute de Tomas Suslov aos 70'. Pôde mais: num pênalti aos 74', Dusan Tadic mandou a primeira no travessão, mas a cobrança foi repetida (invasão de Suslov), e o sérvio fez 3 a 0. Ao Groningen, só restou um merecido gol de honra - Ahmed El Messaoudi, aos 84'.


Fortuna Sittard 1x3 PSV (domingo, 7 de março)

O PSV passou os primeiros minutos de jogo em Sittard mais cauteloso. Mas quando foi ao ataque, foi para acertar: aos 10', Eran Zahavi completou triangulação para o 1 a 0 (Jordan Teze lançou, Denzel Dumfries cruzou, o israelense completou). De quebra, aos 22', Zahavi quase fez de novo. O Fortuna até tentava o ataque, mas perdia suas chances - a maior delas, com Lisandro Semedo, aos 26'. Já Zahavi não perdia: foi dele também o 2 a 0 do PSV, aos 27'. Em situação confortável, o time de Eindhoven apenas se protegia das chances dos Fortunezen (como bom chute de Zian Flemming, logo no primeiro minuto), e teve uma grande chance com Zahavi - aos 66', em pênalti inicial que o VAR fez virar falta, o atacante mandou a bola na trave. Mas houve um susto para os visitantes: aos 70', com um bonito gol, George Cox devolveu as esperanças ao time da casa. O empate quase veio aos 77', com Emil Hansson. Contudo, a luz do Fortuna se apagou aos 87', outro belo gol, de Noni Madueke, e o PSV se garantiu.


Heracles Almelo 2x1 Zwolle (domingo, 7 de março)

Tentar o gol, o Heracles Almelo tentou - bem mais do que o Zwolle, pelo menos no primeiro tempo. Com destaque para Sinan Bakis: o atacante alemão de ascendência turca mandou voleio por cima aos 18', e parou duas vezes no goleiro Xavier Mous, aos 18' e aos 20'. No fim do primeiro tempo, Noah Fadiga até colocou a esférica no barbante - tudo para o VAR causar a anulação do gol, apontando impedimento do lateral do time de Almelo. Pelo menos, no segundo tempo, a pressão dos Heraclieden rendeu resultado sem nada para atrapalhar: aos 61', Rai Vloet tabelou com Giacomo Quagliata e entrou de voleio na área para o 1 a 0. O que não quer dizer que as coisas ficaram fáceis para os anfitriões. Primeiro, porque dois minutos depois, Mustafa Saymak empatou para o Zwolle. Depois, porque Delano Burgzorg teve mais um gol anulado, aos 65'. Por fim, Mike van Duinen quase virou para os visitantes. Mas o fim foi feliz para o Heracles: nos acréscimos, Luca de la Torre fez o gol da vitória. Foi justo.


Vitesse 2x1 AZ (domingo, 7 de março)

De um lado, o AZ, com a maior posse de bola. Do outro, o Vitesse, mais perigoso nos contra-ataques (Loïs Openda e Matus Bero tentaram aos 16', em sequência - o goleiro Marco Bizot evitou ambas) e bolas paradas (a cobrança de falta de Oussama Tannane, aos 28'). Mais eficiência rendeu o primeiro gol ao Vites, aos 31', com Openda. Só aí os visitantes de Alkmaar foram mais agudos no ataque - principalmente nas duas bolas mandadas ao travessão (Owen Wijndal aos 33', Jonas Svensson aos 41'). No segundo tempo, o começo foi igualmente equilibrado: Timo Letschert evitou o segundo gol de Openda aos 46', e Jacob Rasmussen tirou em cima da linha o chute de Calvin Stengs aos 53'. Depois, o ritmo diminuiu. Mas de novo, o Vitesse foi eficiente: aos 72', Rasmussen fez 2 a 0, de cabeça, após falta. Só que veio um sofrimento, com a expulsão de Enzo Cornelisse, aos 78'. E aos 81', num bonito gol, Jesper Karlsson diminuiu para os visitantes de Alkmaar. A reação, todavia, parou por aí.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 24ª rodada da Eredivisie

Zwolle 4x1 Heerenveen (sexta-feira, 26 de fevereiro)

No primeiro tempo, as duas equipes tiveram a principal opção de ataque nas jogadas pelas pontas. Só que o Zwolle errou a mira: Manuel Benson tentou duas vezes, aos 5' e aos 23', mas mandou para fora. Já o Heerenveen trouxe perigo aos 19' (bola lançada, voleio de Henk Veerman na trave), aos 21' (após troca de passes, Tibor Halilovic bateu para o goleiro Xavier Mous)... e afinal fez 1 a 0, aos 27', num voleio de Mitchell van Bergen. Mas logo que o segundo tempo começou, os Zwollenaren resolveram os problemas de finalização, do melhor jeito possível: empatando - Virgil Misidjan fez 1 a 1 aos 52'. De quebra, aos 70', Thomas Buitink virou o jogo, num belo voleio. O Fean é que errava as tentativas - só Henk Veerman buscou duas vezes o gol (64' e 81'). Mas os Zwollenaren não só confirmaram ao vitória aos 89', no gol de Bram van Polen, como Eliano Reijnders ainda a tornou goleada, nos acréscimos. Goleada bem vinda, após a demissão do técnico John Stegeman.


Utrecht 0x1 Emmen (sábado, 27 de fevereiro)

Já no começo do jogo, o Emmen indicava que poderia causar problemas ao Utrecht, com um ataque rápido. E aos 14', veio a prova concreta disso: Luka Adzic chutou, o goleiro Eric Oelschlägel ainda rebateu, mas Sergio Peña estava a postos no rebote para o 1 a 0. De quebra, os visitantes quase fizeram o segundo com Miguel Araujo (aos 19'), Adzic (aos 28') e Peña (aos 39'). Já o Utrecht assustou de vez em quando, mas ou parou no goleiro Michael Verrips - como no chute de Othman Boussaid, aos 25' -, ou errou a finalização, como no cabeceio de Tommy St. Jago, aos 44'. No segundo tempo, os Utregs seguiram pressionando. Quase empataram aos 59': Verrips rebateu chute de Gyrano Kerk, e Moussa Sylla acertou a sobra na trave. Mas o Emmen também avançou nos contra-ataques - quase fez aos 69', com Araujo, e aos 79', com Nikolai Laursen. E o lanterna segurou a sua segunda vitória seguida, que o reanima para fugir da queda.


ADO Den Haag 0x0 RKC Waalwijk (sábado, 27 de fevereiro)

Com a vitória do Emmen trazendo uma pressão inesperada há poucas rodadas, o ADO Den Haag partiu firme em busca da vitória quando o jogo começou. Em 11 minutos, foram três chances: o chute forte de Ricardo Kishna no travessão aos 4', o chute de Bobby Adekanye defendido pelo goleiro Kostas Lamprou aos 5', o desvio do próprio Adekanye aos 11'. Mas foi o RKC que chegou mais perto - na verdade, só não fez 1 a 0 porque o gol de Thijs Oosting, aos 24', foi anulado (corretamente) por impedimento. E se os mandantes de Haia foram um pouco mais ofensivos no primeiro tempo, os visitantes de Waalwijk responderam na etapa final, com alguns cruzamentos perigosos - como o de Richard van der Venne, que passou por Finn Stokkers aos 70'. Mas o Den Haag teve a chance mais concreta, aos 78', quando Michiel Kramer cabeceou para fora. No entanto, ficou no placar o 0 a 0 (in)digno de dois clubes ameaçados pelo rebaixamento - o Den Haag, mais do que o RKC, é verdade.


Vitesse 4x1 VVV-Venlo (sábado, 27 de fevereiro)

Sem vencer na Eredivisie já havia cinco rodadas, o Vitesse começou com tudo. Aos 3', já estava 1 a 0 para os mandantes, graças a Loïs Openda. Aos 7', e Oussama Tannane quase fez o segundo.  Só que o domínio do Vites foi fortemente abalado aos 19', quando Riechedly Bazoer cometeu pênalti em Torino Hunte, num raro ataque do VVV. Aí, o de sempre: Georgios Giakoumakis bateu, bola num canto, goleiro no outro, 1 a 1, 23º gol de Giakoumakis, goleador da liga. De quebra, aos 38', Meritan Shabani assustou em cobrança de falta, defendida por Remko Pasveer. Só no segundo tempo, o time da casa se acalmou. Poderia ter marcado aos 47', com Armando Broja; aos 55', com Jacob Rasmussen; mas o 2 a 1 veio em bonita jogada de Riechedly Bazoer, aos 57'. As chances se avolumaram mais, até que Sondre Tronstad encaminhasse a vitória, chutando no canto aos 75' - e a vitória ainda virou goleada aos 83', com Broja. Agora, na terça, é ver quem ganha no "reencontro", pela semifinal da Copa da Holanda.


Heracles Almelo 2x2 Twente (sábado, 27 de fevereiro)
 
O começo do primeiro tempo foi promissor. Praticamente na primeira chance que teve, o Heracles Almelo fez 1 a 0 - logo aos 6', com Ismaïl Azzaoui chutando de voleio, e um desvio em Kik Pierie "ajudando". O Twente respondeu também certeiro: aos 13', a defesa Heraclied rebateu mal um cruzamento, e Queensy Menig empatou. As emoções praticamente pararam aí: o resto do primeiro tempo foi truncado - Luciano Narsingh teve um cruzamento perigoso aos 29' (o goleiro Janis Blaswich pegou), Rai Vloet arriscou chute aos 33' (Joël Drommel estava a postos), e mais nenhuma chance aconteceu. No segundo tempo, a mesma história. Logo aos 47', Vloet fez 2 a 1, aproveitando falha de Pierie e chutando colocado. Logo aos 50', em bonito arremate no ângulo, Danilo empatou para o Twente. Depois, o Heracles teve mais a bola, e até tentou mais - Kasper Lunding aos 61', Delano Burgzorg aos 73'... mas o clássico regional entre ambos resultou num empate de poucas emoções.


Sparta Rotterdam 0x2 Willem II (domingo, 28 de fevereiro)

Aos 10', uma mesma jogada foi um raro sinal de vida do Sparta Rotterdam: primeiro, Abdou Harroui forçou o goleiro Arijanet "Aro" Muric a rebater chute, e na sequência, Lennart Thy mandou para fora. De resto, o Willem II tentou mais em Roterdã - mas nada que trouxesse muito perigo: Wesley Spieringhs bateu aos 24', Mike Trésor finalizou aos 39' (ambos para fora), e Trésor ainda mandou a bola mais perto do gol, nos acréscimos. No segundo tempo, seguiu o equilíbrio mediano: Leeroy Owusu tentou para os visitantes aos 49', Thy cabeceou para fora aos 61' na chance dos mandantes... mas o Willem II foi soberano na eficiência da reta final. Aos 67', um rápido ataque terminou nos pés de Ché Nunnely: 1 a 0. E aos 78', após Jeffry Fortes agarrar Vangelis Pavlidis na área (o VAR não só confirmou o pênalti, como fez o cartão amarelo de Fortes virar vermelho), Trésor cobrou bem para o 2 a 0 de uma importante vitória dos Tricolores de Tilburg.


PSV 1x1 Ajax (domingo, 28 de fevereiro)

Quando o clássico em Eindhoven começou, o Ajax parecia impor sua liderança com autoridade. Já aos 5', Devyne Rensch quase fez - Jordan Teze afastou, e a bola ainda bateu na trave. Só que o PSV, de leve, começou a reagir, nos contra-ataques pelos lados. No mais perigoso, aos 23', Denzel Dumfries só não marcou porque Maarten Stekelenburg impediu. Os Ajacieden ainda tiveram chance com Antony, aos 35', mas já era tarde: os Eindhovenaren tinham se imposto. E fizeram 1 a 0 de um jeito conhecido: numa grande cobrança de falta de Eran Zahavi, aos 39'. No segundo tempo, os visitantes de Amsterdã raramente trouxeram perigo - só aos 50', num cabeceio de Sébastien Haller. Já o PSV até gol anulado teve (Yorbe Vertessen fez aos 78', mas tocou com a mão durante a jogada). Mas inesperadamente, nos acréscimos, no abafa... Dumfries evitou um gol com a mão, o pênalti foi marcado, e Dusan Tadic empatou, gozando Dumfries e dando origem a uma briga. Num fim quente, o Ajax comemorou mais.


Groningen 1x0 Fortuna Sittard (domingo, 28 de fevereiro)

O Fortuna Sittard já começou trazendo perigo - aos dois minutos, Lisandro Semedo completou livre um cruzamento, rente à trave. O Groningen respondeu aos 9', com um gol anulado (falta, em jogada aérea). E de resto, o primeiro tempo só teve de notável o azar do goleiro Piet Velthuizen: estreando no Fortuna Sittard, o veterano Velthuizen sofreu lesão muscular aos 23', e precisou dar lugar ao reserva Alexei Koselev. Já no segundo tempo, os visitantes de Sittard tentaram duas vezes: Mats Seuntjens, aos 47', e Roel Janssen, aos 48' (Janssen quase fez). Mas quando os Groningers retrucaram, foi para fazer 1 a 0, aos 50', com Paulos Abraham, vindo do banco após o intervalo. E o time da casa dominou o resto da partida, sem lamentar nem mesmo o gol anulado aos 81' - Abraham marcara, mas o VAR alertou falta durante a jogada. Tudo bem: o destaque já era do jovem sueco.


AZ 4x2 Feyenoord (domingo, 28 de fevereiro)

No começo, o Feyenoord mostrou rapidez no ataque. Já aos 5', Orkun Kökcü tentou, chutando para fora. E aos 7', estava 1 a 0 para os visitantes de Roterdã, com Marcos Senesi fazendo, de cabeça. O segundo gol do Stadionclub poderia ter vindo aos 20', num chute de Luis Sinisterra rebatido por Marco Bizot. Aí, inesperadamente, o empate do AZ: Calvin Stengs lançou, Myron Boadu finalizou bonito, 1 a 1 aos 22'. Pelo menos no começo, o Feyenoord resolveu com esperteza: aos 26', Bruno Martins Indi recuou, Bizot errou na saída de bola, e Sinisterra fez 2 a 1. Ponto final no domínio Feyenoorder: a partir daí, os mandantes de Alkmaar reagiram em definitivo. Aos 41', Boadu empatou de novo - desta vez, o (ótimo) passe foi de Owen Wijndal. No segundo tempo, só deu AZ no ataque. E Boadu coroou isso com seu terceiro gol, aos 64', após o goleiro Justin Bijlow errar no tiro de meta. O pênalti com que o aniversariante - 23 anos - Teun Koopmeiners fez 4 a 2, aos 76', foi "só" a cereja no bolo da boa virada.