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terça-feira, 19 de novembro de 2024

Boas férias e pouco mais

Aplausos protocolares dos jogadores da Holanda (Países Baixos) à torcida; até que o ano foi aceitável, mas nem os aplausos a Laranja mereceu, num empate insípido com a Bósnia (ProShots/IconSport/Getty Images)

Aqui e ali, o técnico Ronald Koeman já indicava que faria o que fez. E nesta terça-feira, no último jogo da seleção masculina da Holanda (Países Baixos) em 2024, a maior parte da escalação da Laranja foi de jogadores reservas - incluindo até o goleiro Mark Flekken. Sendo assim, nem era de se supor uma atuação brilhante na partida contra a Bósnia, que fechava a fase de grupos da Liga das Nações. Ainda mais sendo a partida um "amistoso de luxo", com a Laranja classificada de antemão às quartas de final, e os bósnios, já rebaixados. Ainda assim, o empate em 1 a 1 deixou uma última impressão ruim, mesmo que o ano tenha sido razoável.

E a impressão poderia ter começado ainda pior, tendo em vista o erro de Stefan de Vrij logo aos 2', recuando para o gol vazio - pelo menos, Flekken voltou a tempo de dominar a bola para repô-la normalmente em jogo. E depois, de todo modo, o meio-campo se mostrou mais dinâmico no primeiro tempo. Tanto que dele partiu a primeira chance de gol holandês, aos 7': um cruzamento de Teun Koopmeiners, um chute de Stefan de Vrij, espalmado pelo goleiro Martin Zlomislic (estreando na Bósnia). Com velocidade nas pontas, principalmente com Noa Lang na esquerda, o gol de Brian Brobbey, aos 24' - de cabeça, o primeiro gol do atacante pela Laranja - comprovou esse bom momento.

Porém, havia algum problema defensivo. E ele era visível, principalmente, na direita, com Jeremie Frimpong em má atuação - como se viu numa das únicas chances bósnias da etapa inicial, aos 27', quando Tarik Muharemovic passou por ele com facilidades, e só Matthijs de Ligt bloqueou o chute de Ermedin Demirovic. Depois, aos 36', o lateral esquerdo teve de novo facilidades para tabelar e cruzar - Amar Dedic chegou até a marcar o gol, mas estava impedido, e a jogada foi anulada. Ainda assim, a Holanda teve alguma superioridade. Também teve seu gol anulado (aos 32', quando Brobbey estava impedido). E quase fez o segundo em dois chutes, de Joshua Zirkzee e Brobbey, ambos bloqueados em sequência.

Brobbey, comemorando seu gol com Noa Lang: pelo menos, o primeiro pela Laranja (ProShots/Icon Sport/Getty Images)

Se o primeiro tempo tinha sido de superioridade, o segundo mostrou um problema até crônico da Holanda: se desacelerar, ter pouca intensidade quando o jogo vale pouco. Sorte da Bósnia, que passou a perturbar mais, contando com seus tradicionais ataques. Só Edin Dzeko tentou três vezes. Na primeira, aos 47', seu chute foi bloqueado por Frimpong; na segunda, aos 58', Flekken pegou o chute; e na terceira, aos 60', Dzeko até fez o gol, mas estava impedido na pequena área, e o gol foi novamente anulado. Dando espaço demais na defesa, a Holanda só teve chance aos 64', num chute errado de Noa Lang. E por fim, aos 67', o empate dos donos da casa em Zenica: Dzeko tentou de novo, Flekken rebateu, mas Demirovic fez 1 a 1 de cabeça.

Poderia ter ficado até pior aos 73', quando Flekken errou na saída de bola, e Demirovic ajeitou para outro arremate de Dzeko (Ryan Gravenberch bloqueou). Tendo as entradas de titulares como Cody Gakpo e Wout Weghorst depois, a Holanda ainda teve algumas chances, como De Ligt desviando cruzamento para fora aos 76', Donyell Malen mandando a bola em cima de Zlomislic aos 83', e Jorrel Hato batendo por cima do gol na última jogada, já nos acréscimos.

Nada que apagasse a impressão apática do jogo derradeiro da Laranja em 2024 - ano em que apenas metade das partidas foram vencidas, e só contra adversários abaixo da equipe. Certo, impossível dizer que um ano com semifinal de Eurocopa nada teve a se salvar. Mas a nota holandesa talvez não tenha sido o "8" que Ronald Koeman a atribuiu, sendo mais apropriado algo na média, apenas para passar de ano. A seleção laranja vai para boas férias - e pouca coisa mais do que isso.


Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 3

Bósnia 1x1 Holanda

Data: 19 de novembro de 2024
Local: Bilino Polje (Zenica)
Árbitro: Aliyar Aghayev (Azerbaijão)
Gols: Brian Brobbey, aos 24', e Ermedin Demirovic, aos 67'

BÓSNIA
Martin Zlomislic; Amar Dedic, Ermin Bicakcic (Samed Bazdar, aos 63'), Adrian Leon Barisic e Tarik Muharemovic; Benjamin Tahirovic; Armin Gigovic (Esmir Bajraktarevic, aos 63'), Ivan Sunjic, Dzenis Burnic e Ermedin Demirovic (Luka Kulenovic, aos 86'); Edin Dzeko (Ifet Dakovac, aos 90' + 1). Técnico: Sergej Barbarez

HOLANDA
Mark Flekken; Jeremie Frimpong (Devyne Rensch, aos 66'), Matthijs de Ligt, Stefan de Vrij e Jorrel Hato; Mats Wieffer, Teun Koopmeiners e Justin Kluivert (Donyell Malen, aos 66'); Joshua Zirkzee (Wout Weghorst, aos 77'), Brian Brobbey (Ryan Gravenberch, aos 71') e Noa Lang (Cody Gakpo, aos 77'). Técnico: Ronald Koeman

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Para acabar com os sustos

A boa impressão que se tinha da seleção da Holanda se dissipou nas rodadas anteriores da Liga das Nações. Para trazê-la de volta, só vencendo e evitando perigos (Robin van Lonkhuijsen/ANP/Getty Images)

Ah, a montanha-russa que é acompanhar a seleção masculina da Holanda (Países Baixos)... se antes das datas FIFA de outubro, a impressão era de consistente evolução na Laranja, agora ela chega para as últimas rodadas da fase de grupos da Liga das Nações sob forte desconfiança. Também, pudera: as más atuações no empate com a Hungria e, principalmente, na derrota para a Alemanha jogaram a equipe neerlandesa numa situação longe de estar garantida, no grupo 3 da Liga A. do qual é segunda colocada. Se quiser ir sem sofrimento às quartas de final do "torneio europeu de amistosos", em março, terá de vencer a Hungria (sábado, 16, às 15h45 de Brasília, em Amsterdã). Se não vencer, precisa no mínimo empatar, para manter chances de avançar na última rodada, enfrentando a Bósnia (terça-feira, 19, às 16h45 de Brasília, em Zenica). Caso contrário, a Laranja terá de disputar os play-offs contra o rebaixamento de liga. 

Para tentar eliminar esses riscos, a Holanda segue com um problema: seu ataque. Em primeiro lugar, pela ausência de um nome da posição acima de qualquer suspeita: deve seguir o rodízio entre Joshua Zirkzee e Brian Brobbey, visto nas rodadas anteriores da Liga das Nações. Em segundo lugar, porque ambos estão inconstantes: se foram bem nos jogos de setembro, foram mal nos de outubro - e o mesmo se pode dizer sobre seus desempenhos em clubes, já que Zirkzee anda na reserva do Manchester United e Brobbey segue sem gols pelo Ajax, após 12 rodadas de Campeonato Holandês (até tem um, na Liga Europa). Sendo assim, além da possibilidade de se escalar Wout Weghorst - quase sempre opção confiável -, há sempre a persistente pergunta a Ronald Koeman: e Memphis Depay, volta? Se volta, quando? O técnico foi um pouco mais definitivo sobre o atacante do Corinthians, na coletiva da segunda passada: "Memphis ainda não está bem o bastante, nem em forma o bastante. Mas se tem um jogador de seleção com quem tenho mais contato, é ele - e Virgil [van Dijk], que é o capitão. Se ele continuar assim, estará no radar em março [próximas datas FIFA]".

Se serve de consolo para a seleção, o meio-campo já parece ter uma variedade de bons jogadores quase tão grande quanto a defesa holandesa (esta, desfalcada de Nathan Aké, poupado desta vez). O próprio Koeman reconheceu isso, aliás, na coletiva de segunda: "É bacana, o que se quer é sempre ter variedade de ótimos jogadores em casa posição". Ainda mais quando a maioria deles vive boa fase. Tijjani Reijnders é o principal nome do Milan, na atualidade; Ryan Gravenberch é fundamental no Liverpool, líder do Campeonato Inglês; Teun Koopmeiners, enfim livre de lesões, volta a se estabelecer na Juventus; e por último, mas não menos importante, Frenkie de Jong.

Entre tantos bons meio-campistas que a Laranja possui, Frenkie de Jong atrai o maior destaque desta convocação. Até óbvio: é sua volta, após mais de um ano (Robin van Lonkhuijsen/ANP/Getty Images)

433 dias após seu jogo mais recente pela seleção masculina da Holanda (Países Baixos), sete meses depois de uma lesão no tornozelo que teve recuperação lenta - a ponto de tirá-lo da Eurocopa -, enfim aquele que é considerado o melhor meio-campo holandês dos anos recentes teve de falar muito sobre suas incertezas à imprensa. Incertezas que nem foram tantas assim, segundo De Jong - agora pai - falou à revista Voetbal International: "Nunca duvidei se eu jogaria. Eu sei que rapidamente comparam quem machuca o tornozelo com Van Basten, mas não sei o que ele teve na época. Ouvi que ele foi operado várias vezes, e que nunca deu certo. Não foi assim comigo". Mas que vinham à cabeça vez por outra, como o meio-campo reconheceu ao diário De Telegraaf: "Passou pela minha cabeça o medo de que a lesão fosse crônica. Sempre confiei que voltaria a jogar. Mas houve incertezas sobre o quanto a recuperação duraria, e se o tornozelo ficaria completamente como era. Ele está bem, está melhorando, não tenho problema para jogar".

É bem verdade que outros três meio-campistas estão machucados (raramente a Laranja pode contar com todos os seus convocáveis...): Joey Veerman, Jerdy Schouten e Xavi Simons são as ausências da vez. Ainda assim, repita-se: o meio tem uma variedade de jogadores quase tão generosa para a seleção neerlandesa quanto a defesa tem. Falta o ataque render. E ele precisa. Afinal de contas, uma eliminação da Liga das Nações, até inesperada, traria um efeito que poderia respingar até no técnico Ronald Koeman. Afinal de contas, agora se pode dizer que, em qualquer tropeço mais sério da Laranja, haverá aqui e ali quem pense na hipótese de sondar Erik ten Hag para a seleção masculina - embora Koeman faça um trabalho razoável, ainda que longe da perfeição. 

É exatamente para evitar esses sustos que a Holanda tem de se impor contra Hungria e Bósnia.
 
Os 25 convocados da Holanda (Países Baixos) para as datas FIFA

Goleiros: Bart Verbruggen (Brighton-ING), Mark Flekken (Brentford-ING) e Nick Olij (Sparta Rotterdam)

Defensores: Denzel Dumfries (Internazionale-ITA), Devyne Rensch (Ajax), Virgil van Dijk (Liverpool-ING), Matthijs de Ligt (Manchester United-ING), Jurriën Timber (Arsenal-ING), Stefan de Vrij (Internazionale-ITA), Jan Paul van Hecke (Brighton-ING) e Jorrel Hato (Ajax)

Meio-campistas: Tijjani Reijnders (Milan-ITA), Quinten Timber (Feyenoord), Ryan Gravenberch (Liverpool-ING), Justin Kluivert (Bournemouth-ING), Frenkie de Jong (Barcelona-ESP), Teun Koopmeiners (Juventus-ITA) e Mats Wieffer (Brighton-ING)

Atacantes: Joshua Zirkzee (Manchester United-ING), Brian Brobbey (Ajax), Cody Gakpo (Liverpool-ING), Donyell Malen (Borussia Dortmund-ALE), Wout Weghorst (Ajax), Noa Lang (PSV) e Jeremie Frimpong (Bayer Leverkusen-ALE)

sábado, 7 de setembro de 2024

Desejo realizado

Zirkzee (de frente) aproveitou a chance como titular. O trio Xavi Simons-Reijnders-Gakpo foi bem. E a Holanda goleou, causando boa impressão (Getty Images)

Antes mesmo da Eurocopa, o técnico Ronald Koeman sinalizou: queria ver a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) mais ofensiva, atacando mais, contentando mais a torcida. Se era o desejo, ele já foi realizado na goleada por 5 a 2 contra a Bósnia, neste sábado, pela estreia na Liga das Nações. Porque, dando chance a nomes como Joshua Zirkzee como titular, e com a boa atuação de nomes já conhecidos - Tijjani Reijnders, Xavi Simons, Cody Gakpo -, a Laranja teve mais motivos para otimismo no jogo deste sábado.

A partida em Eindhoven começou com um sinal óbvio: a Holanda atacaria, a Bósnia se defenderia. Eram cinco jogadores bósnios, às vezes até seis, tentando fechar espaços para as trocas de passes holandesas. Que envolveriam as duas novidades no time titular. A primeira, Ryan Gravenberch, avançando bastante a partir do meio-campo. A segunda, talvez o grande destaque da Laranja: Joshua Zirkzee - o atacante participou bastante das jogadas e das trocas de passe. Os ataques vinham pelo gramado, como aos 7', quando Nathan Aké lançou, Tijjani Reijnders tentou a finalização, mas o goleiro Nikola Vasilj se antecipou e pegou. Ou pelo alto, como aos 11', quando Aké mandou a bola para a área numa falta, e Denzel Dumfries cabeceou para escanteio. Mas o gol do 1 a 0 holandês - previsível - veio num lance até acidental: aos 13', Xavi Simons carregou a bola do meio até a entrada da área, chutou, a bola desviou em Gigovic... e Zirkzee desviou também, de cabeça, muito devagar, mas o suficiente para o primeiro gol holandês.

Só que, se o ataque era ativo, a defesa neerlandesa estava ainda meio lenta. Isso já se notou no lance imediatamente seguinte ao gol, quando num contra-ataque aos 15', Jusuf Gazibegovic chutou já na área, e Bart Verbruggen pegou. De mais a mais, a seleção da casa até continuou atacando em Eindhoven - como aos 18', em chute de Xavi Simons em diagonal. Porém, o alerta bósnio virou empate aos 27': rápido contra-ataque, Denis Huseinbasic tocou, e Ermedin Demirovic estava livre, sem Virgil van Dijk nem Matthijs de Ligt marcando, para tocar por baixo de Verbruggen e fazer 1 a 1. Houve algum temor, ainda mais porque a Bósnia recuou bastante, a Holanda diminuiu o ritmo, e o jogo caiu num certo marasmo. Mas logo a Laranja se recompôs. Voltou a criar chances - como aos 31', quando Gakpo bateu e Vasilj espalmou para escanteio, e aos 42', quando Reijnders tabelou com Zirkzee, entrou e finalizou colocado, mandando a bola à trave esquerda. Mas só nos acréscimos (45' + 2) é que Reijnders resolveu, fazendo tudo sozinho: recebendo de Gakpo fora da área, invadindo-a sem marcação e chutando para o 2 a 1.

Nem o intervalo freou o que foi o melhor momento da Laranja no gramado do Philips Stadion. Bastou o segundo tempo começar para a seleção da casa acuar a Bósnia em sua defesa, com velocidade e vários passes rápidos. Começou já no segundo minuto, com Gakpo ajeitando de calcanhar para Reijnders bater (Gazibegovic bloqueou). E teve o auge no terceiro gol, aos 56', com triangulação: Dumfries passou, Reijnders - boa atuação - cruzou, Gakpo completou na pequena área. De quebra, outras chances vieram para gols, como aos 57' (Xavi Simons dominou bola após várias trocas de passes, mas demorou para finalizar, errando na hora em que fez isso), ou aos 65' (outra tabela de Zirkzee com Reijnders, o meio-campo arrematou, Vasilj espalmou). A Holanda parecia tranquila em campo. Tanto que vieram algumas alterações: Lutsharel Geertruida, Jurriën Timber - na seleção neerlandesa pela primeira vez desde março de 2023 -, Donyell Malen.

A Laranja sofria mais do que queria no fim do jogo, mas o gol de Weghorst voltou a tranquilizar as coisas (Roy Lazet/Soccrates/Getty Images)

A Holanda ficou mais frouxa, voltou a dar espaços... e a Bósnia voltou a assustar. Primeiro, no segundo gol, surgido de espaço considerado "inaceitável" por Ronald Koeman na entrevista após o jogo: aos 73', Esmir Bajraktarevic cruzou livre, Edin Dzeko superou De Ligt sem problemas e escorou o cruzamento para diminuir. Mais: dois minutos depois, Dzeko cruzou, e Verbruggen se arriscou (foi atingido na cabeça) antes de Demirovic chegar para finalizar. Eram mais sustos do que se esperava para o fim de jogo. Só passaram quando Quinten Timber entrou para estabilizar a marcação no meio-campo. E, principalmente, quando Wout Weghorst - substituto de Zirkzee - deixou também o seu gol, com o oportunismo habitual, aos 88'. O gol de Xavi Simons, nos acréscimos, apenas confirmou a goleada.

Goleada que deixou claro. Por um lado, a defesa precisa melhorar, ficar menos inconstante e mais atenta. Por outro... a Holanda está mais ofensiva. Tem boas chances de melhorar, ainda mais com a promissora entrada de Zirkzee, já esboçando um entrosamento com Reijnders. O jogo contra a Alemanha, na próxima terça, será interessante de ver.


Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 3

Holanda 5x2 Bósnia

Data: 7 de setembro de 2024
Local: Philips Stadion (Eindhoven)
Árbitro: Donatas Rumsas (Lituânia)
Gols: Joshua Zirkzee, aos 13', Ermedin Demirovic, aos 27', Tijjani Reijnders, aos 45' + 2, Cody Gakpo, aos 56', Edin Dzeko, aos 73', Wout Weghorst, aos 88', Xavi Simons, aos 90' + 2

HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries (Lutsharel Geertruida, aos 66'), Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Nathan Aké (Jurriën Timber, aos 66'); Jerdy Schouten (Quinten Timber, aos 83'), Tijjani Reijnders e Ryan Gravenberch; Xavi Simons, Joshua Zirkzee (Wout Weghorst, aos 74') e Cody Gakpo (Donyell Malen, aos 66'). Técnico: Ronald Koeman

BÓSNIA
Nikola Vasilj; Adrian Leon Barisic, Nikola Katic, Benjamin Tahirovic (Rade Krunic, aos 46') e Nihad Mujakic (Dzenis Burnic, aos 68'); Jusuf Gazibegovic, Armin Gigovic (Dario Saric, aos 69') e Amar Dedic; Denis Huseinbasic (Esmir Bajraktarevic, aos 68'), Edin Dzeko e Ermedin Demirovic (Haris Tabakovic, aos 83'). Técnico: Sergej Barbarez

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

A Jovem Guarda chegou

A boa campanha na Eurocopa deixou claro que a Holanda (Países Baixos) tem uma base formada em sua seleção. Para aprimorá-la, os jovens estão de volta (Stefan Koops/EYE4images/NurPhoto/Getty Images)

É quase unânime: a participação da seleção masculina da Holanda (Países Baixos) na Euro 2024 foi satisfatória. Ainda assim, houve um ponto também comum apontado como melhora necessária no trabalho do técnico Ronald Koeman: ter mais ousadia, apostar mais em jovens jogadores - algo até visto na eliminação para a Inglaterra, nas semifinais, quando Koeman demorou a mexer e viu dois ingleses vindos do banco definirem a vitória inglesa (Cole Palmer criando a jogada, Ollie Watkins marcando o gol). Pois bem: é exatamente esta ousadia, através de chance aos mais jovens, que o técnico da Laranja começará a dar nas duas primeiras rodadas do grupo 3 da Liga das Nações, contra Bósnia - neste sábado, dia 7, às 15h45 de Brasília, em Eindhoven - e Alemanha - na próxima terça-feira, 10, em Amsterdã, também às 15h45.

Tal opção começou a se delinear no adeus de um veterano: ainda no mês passado, Daley Blind confirmou o fim de sua trajetória vestindo laranja, após 11 anos e 108 jogos (o quinto atleta com mais partidas pela seleção batava). E na entrevista coletiva de apresentação para estas datas FIFA, no centro de treinamentos da federação, na cidade de Zeist, Ronald Koeman indicou que o caminho na Oranje está, no mínimo, bem perto do fim para outros dois veteranos com quem conversou: Marten de Roon e Georginio Wijnaldum. E ambos reconheceram que a hora de abrir caminho para os mais novos chegou: "Acho que eles entenderam. Foi uma boa conversa, eles me agradeceram pelo tempo que passaram na seleção. Nunca se deve dizer nunca, mas seria necessário coisas extraordinárias acontecerem [para De Roon e Wijnaldum voltarem a ser convocados]".

Enquanto isso, os novatos tão pedidos apareciam já na pré-convocação da Laranja. E alguns deles ficaram na lista final. O atacante Joshua Zirkzee, 23 anos, deixou um gosto de "quero mais" com o que mostrava nos treinos na Eurocopa? Pois bem: agora no Manchester United, Zirkzee foi convocado, e é considerado candidato a ter alguma chance como titular ("Não estou tão nervoso, não fico pensando nessas coisas", minimizou o avante à revista Voetbal International). Mais atrás, recuperado da séria lesão no joelho - rompimento do ligamento cruzado anterior -, Jurriën Timber está de volta às convocações, após praticamente um ano. Por falar em lesão, Joey Veerman foi cortado, pelo problema - leve - no tornozelo sofrido pelo PSV na rodada passada do Campeonato Holandês? Pois quem o repõe é um estreante na Oranje: o zagueiro Jean-Paul van Hecke, 24 anos, do Brighton-ING. Dos raros destaques atuais do Ajax, o defensor Jorrel Hato, 18 anos, volta a ser testado, quase um ano após sua primeira chance pelos Países Baixos. Isso, sem contar nomes de pouca idade que já são frequentes nas convocações: Jeremie Frimpong, Lutsharel Geertruida, Xavi Simons, Cody Gakpo...

Não bastassem os veteranos afastados - Blind, De Roon, Wijnaldum -, Ronald Koeman ainda sinalizou que o caminho de outro nome de muitos anos pode se encurtar. Mesmo com os boatos que o ligam até a clubes brasileiros, Memphis Depay segue sem clube, apenas treinando após o fim de seu contrato com o Atlético de Madrid. Não só ficou de fora, como o treinador da equipe nacional holandesa deixou claro na entrevista coletiva: "Você não joga, e se você não joga, não pode estar na seleção. Memphis tem 30 anos de idade, espero que ele ache um clube e entre em forma. Se entrar, ainda será opção para mim". Talvez também seja opção mais veterana Stefan de Vrij, ainda: "Falei com ele. Já está machucado há umas cinco semanas, com problemas na parte posterior da coxa". E se Virgil van Dijk (33 anos) terminou a Eurocopa alertando que iria "pensar" sobre sua sequência - em seleção e no Liverpool -, Koeman revelou que o capitão da Laranja está decidido a seguir, no mínimo, até a Copa de 2026: "Estive em Liverpool, para falar com ele. Achava importante falar com ele cara a cara. Queria sentir se ele ainda tinha ânimo para seguir por mais dois anos. E senti esse ânimo nele".

Se Ronald Koeman ainda conta com Van Dijk, contudo, já não conta mais com um nome até jovem, ainda: Steven Bergwijn. De longe, a declaração mais forte do treinador neerlandês na entrevista foi aquela em que ele expôs sua insatisfação com a transferência de Bergwijn para o Al-Ittihad saudita: "Ele ainda tem 26 anos, mas mostra que a ambição esportiva não é o principal para ele, está abaixo da financeira. E ele não falou comigo sobre a transferência, então acho que sabe como eu penso (...) Ele poderia ter ficado no Ajax, não? Acho que não seria ruim. Lá também pagam bem". Confrontado com o fato de que Georginio Wijnaldum, que esteve na Eurocopa, é tão jogador do Al-Ittihad como Bergwijn será, Koeman minimizou: "Wijnaldum só foi para aqueles lados porque tinha um problema no PSG". E finalmente, escancarou que a decisão pessoal de Bergwijn o afastará da seleção: "Acho que uma porta se fecha".

Começando bem a temporada pelo Liverpool, Gravenberch tem na convocação para as datas FIFA mais um sinal de reação na carreira (Stefan Koops/EYE4images/NurPhoto/Getty Images)

Fechada para Bergwijn, a porta da seleção se reabriu para outros. Como Ryan Gravenberch: incluído na Eurocopa já como um sinal de perdão após certos problemas com Koeman (recusou a convocação para a seleção sub-21, no ano passado), o meio-campo embalou no Liverpool, teve um começo altamente promissor de temporada - é titular e aposta dos Reds com Arne Slot -, ainda é novo (22 anos), e sua inclusão na lista atual dá a impressão de que o caminho está aberto para que Gravenberch retome a imagem de promessa que tinha nos tempos de Ajax. Mas o próprio nem sente o peso da responsabilidade, em palavras durante os treinos: "Dizem que eu sou cuca-fresca? Ah, está em mim..." Outro que ainda é jovem e voltou a entrar no radar da Laranja é Justin Kluivert, 25 anos: após passar por grandes ligas sem impressionar em nenhum dos clubes (Roma-ITA, RB Leipzig-ALE, Nice-FRA, Valencia-ESP...), foi só com a mudança de posição - de ponta arisco no começo pelo Ajax, agora é um ponta-de-lança, jogando mais recuado, no meio - que o filho mais velho de Patrick Kluivert evoluiu, melhorou no Bournemouth inglês, e retornou enfim à seleção holandesa, após seis anos.

Jovens promessas, como Hato. Jovens titulares, como Xavi Simons e Gakpo. Jovens confiáveis em campo, como Zirkzee. Jovens ainda com chances de reação em termos de seleção, como Gravenberch e Justin Kluivert. Se a Holanda deixou claro na Eurocopa que o time está pronto, só precisando de ajustes, a juventude pode ser o caminho para que a força da Laranja aumente rumo à Copa de 2026. Até porque a Liga das Nações pode oferecer um caminho a ela, via repescagem, se nada der certo nas eliminatórias do ano que vem...

Os 23 convocados da Holanda (Países Baixos) para as datas FIFA

Goleiros: Bart Verbruggen (Brighton-ING), Mark Flekken (Brentford-ING) e Nick Olij (Sparta Rotterdam)

Laterais: Denzel Dumfries (Internazionale-ITA), Jeremie Frimpong (Bayer Leverkusen-ALE), Nathan Aké (Manchester City-ING) e Jorrel Hato (Ajax)

Zagueiros: Lutsharel Geertruida (RB Leipzig-ALE), Virgil van Dijk (Liverpool-ING), Matthijs de Ligt (Manchester United-ING), Jurriën Timber (Arsenal-ING) e Jan Paul van Hecke (Brighton-ING)

Meio-campistas: Tijjani Reijnders (Milan-ITA), Jerdy Schouten (PSV), Xavi Simons (RB Leipzig-ALE), Quinten Timber (Feyenoord), Justin Kluivert (Bournemouth-ING) e Ryan Gravenberch (Liverpool-ING)

Atacantes: Donyell Malen (Borussia Dortmund-ALE), Cody Gakpo (Liverpool-ING), Wout Weghorst (Hoffenheim-ALE), Brian Brobbey (Ajax) e Joshua Zirkzee (Manchester United-ING)

domingo, 15 de novembro de 2020

Hoje sim

Wijnaldum personificou o alívio da Holanda: enfim, após algum tempo, uma boa atuação (EPA)


Mesmo se perdesse ou empatasse contra a Bósnia, na penúltima rodada do grupo 1 da Liga das Nações, a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) ainda manteria as chances de classificação à semifinal do torneio europeu de amistosos. Só que tais possibilidades, previsivelmente, piorariam a pressão sobre os jogadores - e, principalmente, sobre o técnico Frank de Boer. Mas nada disso preocupou a Laranja ao longo dos 90 minutos em Amsterdã. Enfim, ela voltou a jogar bem. E conseguiu um 3 a 1 duplamente útil: tanto por manter suas chances de classificação aos "Quatro Finais", quanto por confirmá-la como cabeça-de-chave no sorteio das eliminatórias europeias para a Copa de 2022, em dezembro.

E essa boa atuação teve alguns destaques já aparecendo, no primeiro tempo. É claro, o maior deles foi Georginio Wijnaldum. Capitão da seleção enquanto Virgil van Dijk estiver ausente, o meio-campista não só foi seguro em sua posição original, como também "resolveu" um problema renitente desta seleção: a finalização. "Gini" aproveitou os espaços vazios, chegou à área... e assim fez os dois primeiros gols, antes mesmo dos 15 minutos, acalmando a seleção. De certa forma, dava sequência a uma agradável tendência vista em suas atuações vestindo laranja desde o ano passado: marcar gols. Foram sete, nas últimas 12 partidas do time nacional neerlandês.

Porém, nem só de Wijnaldum viveria a seleção no primeiro tempo. Memphis Depay voltou a jogar bem: pela esquerda, o camisa 10 da Laranja atormentou seus marcadores. Darko Todorovic (escalado às pressas no lugar de Branimir Cipetic, lesionado no aquecimento), Dennis Hadzikadunic, Sinisa Sanicanin: quem caiu pela esquerda, sofreu demais com a criação de jogadas de Memphis e com sua movimentação. Ambas características que criaram boas chances - como aos 11', num chute do próprio Depay (defendido por Ibrahim Sehic), e aos 30', quando fez parte de uma triangulação. E enquanto esteve em campo, no segundo tempo, Memphis também fez o que dele se espera: personificou o ataque holandês, trouxe perigo quando teve a bola nos pés, e coroou tudo isso com o terceiro gol, aos 55'.

Dribles, jogadas, o gol: Memphis Depay foi outro destaque na vitória da Laranja (AFP)


Além de Wijnaldum e Memphis Depay, mais nomes apareceram bem. Se a lateral esquerda ainda sofre com a falta de opções - ou de opções defensivas demais -, Owen Wijndal já começa a sinalizar que pode resolver esses problemas. O jovem lateral do AZ não só foi opção constante de jogadas com Depay e cruzamentos, mas também teve sua boa chance: logo aos 3', um cruzamento seu foi sinuoso até bater na trave. Pela direita, o mesmo valeu para quem ajudou no ataque por ali. Denzel Dumfries mostrou sua superioridade em relação a Hans Hateboer na lateral, com força física e precisão nos cruzamentos. Já Steven Berghuis se fortaleceu como opção a ser escalado na frente: trocou de posição com Memphis Depay, acelerou jogadas, chutou (principalmente no segundo tempo) até cruzou para uma jogada que poderia ser de gol - mas não foi, com a tentativa erradamente anulada de Luuk de Jong (única nota negativa do ataque) aos 26'.

Mais frágil, a Bósnia só teve espaço para chegar aos ataques a partir de chutes, no primeiro tempo - como fizeram Miralem Pjanic, aos 13', e Rade Krunic, aos 33'. Nem mesmo nos contra-ataques havia espaço: coordenado por um Davy Klaassen que justificou plenamente sua escalação, a Holanda voltava a tempo de evitá-los. Só no segundo tempo, com mais cansaço, os visitantes trouxeram mais perigo. Ainda mais com a entrada de Ismail Prevljak: o atacante reserva fez um gol aos 63', tão logo entrara em campo, e quase diminuiu ainda mais a vantagem holandesa, aos 77'. Enquanto esteve em campo, Edin Visca também deu algum trabalho (nada demasiado, mas trabalho) pela direita.

Mas nada que perturbasse a primeira vitória da Laranja sob o comando de Frank de Boer. Tenha chances maiores ou menores contra a Polônia, na última rodada da Liga das Nações, na próxima quarta-feira, enfim, a seleção masculina deu um sinal positivo. Era necessário.

Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 1

Holanda 3x1 Bósnia
Data: 15 de novembro de 2020
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Árbitro: François Letexier (França)

Gol: Georginio Wijnaldum, aos 6' e  14'; Memphis Depay, aos 55', e Ismail Prevljak, aos 63'

Holanda
Tim Krul; Denzel Dumfries (Hans Hateboer), Stefan de Vrij, Daley Blind e Owen Wijndal (Patrick van Aanholt); Davy Klaassen, Frenkie de Jong e Georginio Wijnaldum (Donny van de Beek); Steven Berghuis (Calvin Stengs), Luuk de Jong e Memphis Depay (Quincy Promes). Técnico: Frank de Boer

Bósnia
Ibrahim Sehic; Darko Todorovic, Dennis Hadzikadunic, Sinisa Sanicanin e Sead Kolasinac; Gojko Cimirot, Miralem Pjanic (Almedin Ziljkic) e Rade Krunic (Amar Rahmanovic); Edin Visca (Benjamin Tatar), Armin Hodzic  (Ismail Prevljak) e Amer Gojak (Vladan Danilovic). Técnico: Dusan Bajevic

domingo, 11 de outubro de 2020

Um medo previsível

Frenkie de Jong avançou bem, mas o ataque holandês segue mal. Dzeko entrou, e a Bósnia assustou vez por outra. E a Holanda preocupa cada vez mais (BSR Agency)

Já no intervalo do jogo entre Bósnia e Holanda, terceira partida da seleção masculina dos Países Baixos pela Liga das Nações, um comentário resumiu o tamanho do desânimo que começa a tomar conta de quem acompanha a Laranja. Tal comentário veio de Jan Beuving, no programa "Langs de Lijn", a jornada esportiva da emissora de tevê NOS: "Nós estamos vendo um futebol no estilo de Frank de Boer. Mas isso não é maluquice, porque Frank de Boer é o técnico da seleção". E de fato, no 0 a 0 em Zenica, que começa a dificultar a situação holandesa na Nations League, viu-se um dos piores erros com que o ex-zagueiro costuma treinar suas equipes desde os tempos de Ajax: lentidão. E outros erros vieram: incompetência na finalização, fragilidade na defesa a contra-ataques... há muito a criticar.

Parecia que não haveria, quando a partida começou. Porque a Laranja começou como se esperava de um time superior (em nomes) à Bósnia: pressionando a saída de bola, adiantando meio-campistas, tentando criar chances. A primeira delas já veio aos cinco minutos, quando Stefan de Vrij cabeceou torto uma bola cruzada por Quincy Promes em cobrança de falta. Além do mais, avançando bastante pela direita, Denzel Dumfries poderia fazer jogadas com Donyell Malen (uma escolha até surpreendente), cujo entrosamento já vem do PSV.

Não foi o que aconteceu. Pior: a Bósnia começou a entender o jogo da Holanda. E ao entendê-lo, começou a ameaçar de um jeito até esperado: fechar-se na defesa, evitando troca de passes, e saindo rapidamente para o contragolpe. Foi assim que o time bósnio começou a ter espaço para avançar. Só faltou uma conclusão adequada: Milan Djuric foi desarmado por Virgil van Dijk aos 19', e furou o voleio, aos 28'. Já a Holanda só reagiu no fim dos primeiros 45 minutos. Aos 42', De Vrij novamente cabeceou perto do gol; no minuto seguinte, após troca de passes, Promes "atrapalhou" o chute de Marten de Roon.

No segundo tempo, a repetitividade continuou. Na frente, a Holanda tinha posse de bola, tinha nomes avançando (Frenkie de Jong, por exemplo, jogou à frente de uma maneira incomum para seu estilo)... mas nada de velocidade, nem de chances - a única foi num arremate de Georginio Wijnaldum, aos 51'. Atrás, a Oranje seguia deixando lacunas perigosas. Com as entradas de Sead Kolasinac e, principalmente, de Edin Dzeko, a Bósnia tinha gente que retivesse a bola para os contra-ataques. E assustou forte aos 69': Dzeko passou por De Roon (que piorou no decorrer da partida), puxou o contragolpe, passou a Miralem Pjanic, que estava sozinho na área. O 1 a 0 bósnio só não saiu porque Jasper Cillessen estava atento para espalmar.

Com avanços como os de Wijnaldum (foto) e a entrada de Berghuis, Holanda até ficou perto do gol no fim. Parou na incompetência - e nas boas defesas de Sehic (Pro Shots)

Só na reta final vieram algumas mudanças que tornaram o ataque holandês menos estéril. A mais importante delas, Steven Berghuis: no lugar de Malen, o atacante do Feyenoord mostrou que está a fim de aproveitar oportunidades. Berghuis foi o centro da pressão final neerlandesa em busca da vitória, criando duas ótimas chances - aos 78', quando cruzou para Luuk de Jong cabecear e exigir grande defesa de Sehic, e aos 85', quando recuou a bola rasteiro para Frenkie de Jong completar e ter o gol impedido por Darko Todorovic, bloqueando na pequena área. Vários foram avançando: Frenkie de Jong (perdeu chance aos 77', num chute após passe de Quincy Promes), Wijnaldum, até mesmo Virgil van Dijk, nos últimos minutos.

E talvez, o gol perdido de maneira bisonha por Ryan Babel, já nos acréscimos, ao chutar torto a bola que sobrou após cruzamento de Frenkie de Jong, seja o melhor símbolo dos erros que a Holanda já tem sobre Frank de Boer. A falta de eficiência nas finalizações; a falta de uso de determinados jogadores (Luuk de Jong, "homem-gol" por excelência, mal foi acionado nos 90 minutos); a lentidão na troca de passes curtos, sem uma tentativa de algo que vença a defesa adversária. Já cresce o medo de que a Laranja continuará assim, não só tornando difícil igualar o vice-campeonato na Liga das Nações passada, mas também diminuindo drasticamente as expectativas para a Euro-2021-que-era-2020, se ela acontecer. 

Mas com a escolha por Frank de Boer, todos estavam avisados, de certa forma.O benefício da dúvida vai se esgotando, com dois jogos sem gols marcados. Poucos se surpreendem. É um medo previsível. 

Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 1

Bósnia 0x0 Holanda
Data: 11 de outubro de 2020
Local: Bilino Polje (Zenica)
Árbitro: Istvan Kovacs (Romênia)

Bósnia
Ibrahim Sehic; Darko Todorovic, Dennis Hadzikadunic, Sinisa Sanicanin e Advan Kadusic (Sead Kolasinac); Miralem Pjanic (Stjepan Loncar), Gojko Cimirot e Rade Krunic (Armin Hodzic); Benjamin Tatar (Amir Hadziahmetovic), Milan Djuric (Edin Dzeko) e Amer Gojak. Técnico: Dusan Bajevic

Holanda
Jasper Cillessen; Denzel Dumfries (Hans Hateboer), Virgil van Dijk, Stefan de Vrij e Daley Blind (Nathan Aké); Marten de Roon, Georginio Wijnaldum e Frenkie de Jong; Donyell Malen (Steven Berghuis), Luuk de Jong e Quincy Promes (Ryan Babel). Técnico: Frank de Boer