quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Jeitos diferentes, resultados diferentes

O Ajax avançou na Liga Europa sendo incomum para seu padrão: se aguentou na defesa, foi eficiente nas poucas chances de ataque (Pro Shots)


Ajax e PSV geralmente têm jeitos diferentes de jogar. Viveram isso na semana passada, nos jogos de ida da segunda fase da Liga Europa - mais ofensivo, o Ajax quase teve azar contra o Lille, mas logo conseguiu a virada para 2 a 1, enquanto as falhas defensivas custaram caríssimo para o PSV, que saiu da Grécia com um 4 a 2 sofrido para o Olympiacos, precisando vencer por dois gols de diferença. Nesta quinta, os dois representantes holandeses em competições europeias jogaram de jeitos diferentes da ida. E tiveram resultados diferentes. O PSV amargou uma eliminação doída; o Ajax segue, mais uma vez sendo o único sobrevivente dos Países Baixos em competições europeias.

Mas o Ajax seguiu, para usar um clichê típico do futebol, "sabendo sofrer". Teve de suportar os avanços do Lille, que rondou mais a área para chutar -  Timothy Weah tentou aos 4', o mesmo Weah quase marcou aos 18', Renato Sanches e Jonathan Bamba perturbavam a defesa com avanços rápidos. Mas numa bola parada, os Ajacieden fizeram 1 a 0 - aos 15', Davy Klaassen completou para as redes a cobrança de falta de Dusan Tadic. De quebra, se os visitantes da França atacavam com rapidez, os mandantes também não deixavam por menos: só o goleiro Mike Maignan impediu o gol, por algumas vezes. Principalmente aos 28', numa finalização de Devyne Rensch (titular de novo na lateral direita), após bonita tabela com Klaassen.

Porém, era inegável que o Lille fora mais ofensivo no primeiro tempo (podia até reclamar de um suposto pênalti de Antony, nos acréscimos, que o VAR deixou passar). A situação seguiu a mesma no segundo tempo: chutes e mais chutes dos Dogues, em busca do empate. Jonathan Bamba aos 50', Xeka aos 51', Renato Sanches aos 60'... só a entrada providencial de Brian Brobbey fez com que o Ajax tivesse mais a bola no ataque - e até criasse chances com Brobbey ajudando (Tadic aos 65', Klaassen aos 67', David Neres aos 71'). Porém, justo na reta final, o VAR apontou um pênalti de Lisandro Martínez em Jonathan David, e Yusuf Yazici empatou aos 78'. Parecia a senha de um fim de jogo sofrido para os Amsterdammers. Só não foi porque... a defesa se aguentou, bloqueando chutes. E porque, aos 88', num contra-ataque, David Neres fez 2 a 1, de cabeça. Mais do que uma vitória, a classificação às oitavas de final da Liga Europa, para um Ajax cuidadoso na defesa, que aproveitou as poucas chances que teve. Valeu para que o técnico Erik ten Hag elogiasse: "Foi uma atuação gigante, estou muito feliz".

Zahavi foi o símbolo de um PSV que quase fez sua parte - mas fraquejou no momento final, amargando a eliminação (Pro Shots)

Por sua vez, o PSV também teve motivos para ficar feliz após o primeiro tempo da volta contra o Olympiacos. Não que o time grego tivesse sido defensivo - trouxe perigo sim (com Youssef El-Arabi aos 15'). Mas o time de Eindhoven não só teve melhor proteção à defesa - em grande parte, pela ótima atuação de Olivier Boscagli, se alternando entre o meio-campo e a zaga -, como seguiu perigoso no ataque, criando chances como já fizera na cidade grega de Pireu. Eran Zahavi deu o primeiro sinal com um chute por cima aos 10', Donyell Malen só não fez 1 a 0 porque Ousseynou Ba o bloqueou na hora do arremate aos 20'... e aos 23', enfim Zahavi fez, de cabeça. O israelense fez mais: aos 43', em cobrança de falta perfeita, colocou no placar o 2 a 0 de que o PSV precisava para ter a vaga nas oitavas de final. 

Seriam necessários ainda mais cuidados nos 45 minutos finais, como provou o chute de Mady Camara na trave já aos 50'. Ou mesmo a cobrança de falta de Kostas Fortounis, no travessão, aos 78'. Mas o PSV se aguentava. Mais: quase fazia o terceiro gol, com Malen aos 57', ou com Philipp Max, aos 66'. Sorte na defesa, azar no ataque, com a bola na trave de Malen aos 86'... qual seria o final do pêndulo que guiava os Boeren? Seria um final tristemente azarado: aos 88', dois minutos depois de Malen perder o gol, um cabeceio de El Arabi foi rebatido pelo goleiro Yvon Mvogo... e Ahmed Hassan fez o gol da classificação do Olympiacos. O time grego perdia o jogo, mas ganhava a vaga com o 2 a 1. Restaram as críticas da torcida à falta de alterações de Roger Schmidt, que só fez mudanças no PSV logo que levou o gol. Restou a decepção gigante de nomes como Zahavi, quase o destaque, que foi curto e grosso: "Como estou me sentindo? Para usar uma palavra: uma porcaria".

Bem ou mal, pelo menos o PSV foi eliminado da Liga Europa diminuindo as más impressões deixadas no jogo de ida. O que não alivia o tom de "fim de festa" que começa a tomar conta de Eindhoven: sem mais competições a disputar além do Campeonato Holandês. No qual já está a seis pontos de distância do líder. Que é justamente seu adversário na próxima rodada da Eredivisie: o Ajax, com a sensação otimista de que, líder na liga nacional e classificado na Liga Europa, pode estar com a temporada apenas começando.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Uma reação promissora

Mesmo seguindo como uma grande seleção europeia no futebol feminino, a Holanda andava precisando impor mais respeito com suas atuações. Fez isso nos primeiro amistosos de 2021 (Laurens Lindhout/Soccrates/Getty Images)

Ainda que tenha feito uma campanha irretocável nas eliminatórias da Euro-2021-que-virou-2022 (dez vitórias em dez jogos), a seleção feminina da Holanda (Países Baixos) deixou em 2020 uma pulga atrás da orelha de quem a acompanhou no empolgante 2019 que fizera. Mesmo vice-campeã mundial, teve atuações apenas corretas na campanha de qualificação para a Euro na qual defenderá o título. Quando encararam seleções do mesmo tamanho, as Leoas Laranjas decepcionaram: empates contra Brasil, Canadá e França (torneio amistoso, em março), e uma derrota para os Estados Unidos (2 a 0, amistoso em novembro), com atuação até pior do que tivera contra as americanas na final da Copa. Ficava, então, a dúvida: como viria a seleção para os primeiros amistosos deste 2021 olímpico, por ora, contra Bélgica - sexta passada, em Bruxelas - e Alemanha - nesta quarta-feira, em Venlo?

Pois a Holanda começou o ano bem, muito bem. Contra a Bélgica, adversária regional, a vantagem no retrospecto já fazia crer num bom desempenho (de 30 jogos, a Holanda vencera as "Chamas Vermelhas" em 22). De quebra, mesmo se valendo da escalação costumeira - e contestada em alguns casos, como na escalação de Daniëlle van de Donk, criticada pelas atuações no Arsenal -, Sarina Wiegman fez uma opção interessante ao colocar Jill Roord na ponta-direita, substituindo Shanice van de Sanden, habitual titular e ausente da convocação por razões familiares. Na defesa, sem a lesionada Dominique Janssen, Lynn Wilms dividiu o miolo de zaga com Stefanie van der Gragt. 

Pois deu certo. Os nomes podiam até ser os mesmos - Jackie Groenen, Sherida Spitse, Vivianne Miedema, Lieke Martens... -, mas a Holanda mostrou uma velocidade maior já contra a Bélgica. Antes mesmo que Miedema fizesse 1 a 0, aos 33', Jill Roord já acertara chutes no travessão. Porteira aberta, viu-se o esperado quando as holandesas jogam bem entre meio e ataque: trocas de passes, chegadas velozes, muitos gols. Sim, a Bélgica chegou a assustar quando Marie Minnaert diminuiu para 2 a 1. Mas a reta final do jogo mostrou qualidades já conhecidas: a ajuda das meio-campistas no ataque (assim Van de Donk fez um belo gol, de calcanhar, aos 81'), o valor de Van der Gragt no jogo aéreo (assim a zagueira marcou o quinto gol: de cabeça), a utilidade de Lieke Martens quando tem velocidade e a bola nos pés (fez um gol, e marcou outros tantos).

O dinamismo maior mostrado por Martens e Van de Donk foi uma das razões para celebração na goleada das Leoas Laranjas sobre a Bélgica (Reprodução/One Football)

Já valeu para atrair elogios - quando nada, porque a Bélgica será tão participante da Euro 2022 quanto a Holanda. Mas ficava a dúvida: como a representação dos Países Baixos jogaria diante da Alemanha, adversária bem mais respeitável (ainda que ausente do torneio olímpico que ocorrerá em Tóquio), contando com craques como Alexandra Popp e Dzsenifer Marozsán? Pois as Leoas Laranjas ressaltaram as razões para otimismo dadas contra a Bélgica. Começaram mais ofensivas em Venlo, já acertando a trave com Roord aos 4', e enfim fazendo 1 a 0 aos 16' numa boa jogada ofensiva: Spitse lançou, Miedema ajeitou, Groenen finalizou com chute forte. De quebra, exigiram muito trabalho da goleira Merle Frohms, que vitou gols de Miedema e Martens (35') e Van de Donk (40').

O porém foi o de sempre: a fragilidade do miolo de zaga. Nele veio o gol de empate, aos 44', com Klara Bühl livre para cruzar e Laura Freigang livre para completar. De quebra, no segundo tempo, com as neerlandesas cansadas, a Alemanha chegou bem mais perto do gol: Marozsán aos 53', Bühl aos 57', Svenja Huth aos 69'... em todas essas chances, destacou-se a goleira Lize Kop. Reserva contra a Bélgica (Sari van Veenendaal foi titular, como de costume), Kop recebeu talvez a grande chance desde que começou a ser convocada para a seleção feminina. Mostrou força física, explosão e destemor nas saídas de gol. E se consolidou como a principal reserva entre as goleiras. Até porque a veterana Loes Geurts, que fora convocada após grave concussão cerebral, foi novamente cortada por lesão.

Lize Kop recebeu chance valiosa no gol dos Países Baixos - e mostrou qualidades (Laurens Lindhout/Soccrates/Getty Images)

De quebra, quando tinha a bola no ataque, a Holanda seguia trazendo tanto perigo quanto a Alemanha. E conseguiu, com dificuldades, o gol da vitória, aos 60' - Groenen chutou no travessão, e só aí Van de Donk, de estatura baixa, conseguiu marcar de cabeça, no rebote. Com duas vitórias, as Leoas Laranjas venciam o triangular amistoso para celebrar a candidatura tripla das três nações (Países Baixos, Alemanha e Bélgica) a sediar a Copa do Mundo feminina em 2027. Comprovaram, em campo, o que Sherida Spitse celebrou após o apito final: "As alemãs jogam mais com a bola nos pés, se mexem muito - diferente, por exemplo, das norte-americanas, que se valem mais da força física. Podemos nos orgulhar".

Iniciando seus últimos meses à frente da seleção feminina antes de tomar o rumo da Inglaterra, Sarina Wiegman também comemorou o acerto, mais do que nas mudanças táticas, na mudança de postura do time: "Em alguns momentos, deu muito certo". Ainda há muito tempo. Sequer há certeza de que o torneio olímpico de futebol feminino efetivamente ocorrerá. Mas o fato é que, se a Holanda precisava ressaltar que merece respeito, começou fazendo isso muito bem em 2021, com uma reação promissora.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 23ª rodada da Eredivisie

Willem II 0x6 Utrecht (sexta-feira, 19 de fevereiro)

Bastaram somente três minutos de jogo para o Utrecht deixar claro que a via-crúcis do Willem II nas últimas posições continuaria: foi já neste momento que Hidde ter Avest chutou para fazer 1 a 0 (o VAR ainda verificou, mas validou). Aos 11', Sander van de Streek desviou cruzamento para o 2 a 0 dos Utregs. E aos 19', o mesmo Van de Streek fez o terceiro, para encaminhar a vitória dos visitantes. Completamente apáticos no ataque, os Tricolores tiveram a entrada de Kwasi Wriedt no intervalo, para ver se a situação melhorava. Na verdade, piorou: já aos 47', Bart Ramselaar transformou a vitória já larga em goleada do Utrecht. Se faltava o gol do destaque Gyrano Kerk, passou a não faltar mais aos 69', quando ele completou cruzamento de Mimoun Mahi. E aos 86', Mark van der Maarel completou a goleada. Poderia até ter sido maior - Kerk chegou a mandar bola na trave -, mas já serviu para ser a maior vitória fora de casa da história dos Utregs no Campeonato Holandês.


Emmen 3x2 Zwolle (sábado, 20 de fevereiro)

O chute de Virgil Misidjan por cima, aos 2', foi um alarme falso do Zwolle. O Emmen tentou o gol por muitas vezes mais - principalmente em bolas aéreas, como escanteios. Teve o prêmio por essa pressão aos 36', quando Luka Adzic (estreando como titular), fez 1 a 0. Aí, os Zwollenaren assustaram: aos 40', Bram van Polen desviou cobrança de falta e empatou. Mas o gol de Michael de Leeuw, aos 45', foi o sinal de que esta partida não seria como aquelas que passaram. Sim, os visitantes buscavam o gol - como com Thomas Buitink, aos 56'. Mas o Emmen, lanterna da Eredivisie, sem vencer nas 22 rodadas anteriores, pressionava nos chutes de Jari Vlak, de Sergio Peña, nos contra-ataques. Num deles, aos 70', Vlak chutou no canto para fazer 3 a 1 e encaminhar o alívio da primeira vitória dos Emmenaren na temporada. Yuta Nakayama mostrou que o Zwolle não se entregaria sem luta: diminuiu para 3 a 2, aos 88'. Mas a aflição do Emmen acabou: enfim, três pontos ganhos. Dá para sonhar em escapar da queda?


VVV-Venlo 1x4 AZ (sábado, 20 de fevereiro)

No começo, era o AZ prensando o VVV-Venlo contra o campo de defesa. O gol poderia ter saído aos 12', quando Thorsten Kirschbaum fez duas defesas difíceis. Saiu aos 15', num belíssimo chute de Jesper Karlsson. Só que justamente quando os visitantes de Alkmaar pareciam destinados a dispararem, uma bola parada bastou para o 1 a 1, aos 24', com Christos Donis cabeceando. De quebra, Zinedine Machach perdeu boa chance para o VVV, aos 40'. Porém, qualquer perspectiva que os mandantes de Venlo tivessem no jogo se acabou aos 56', quando Hakon Evjen deu sorte (um carrinho de Donis "deixou" a bola em seu pé) e recolocou o AZ na frente. De quebra, aos 58', Christian Kum foi expulso, deixando o VVV com dez. Aí, sim, os Alkmaarders dispararam para a goleada. Teun Koopmeiners quase fez de falta, aos 59'. Mas Myron Boadu foi quem se transformou no nome do dia, fazendo dois gols (aos 64' e 85') e mantendo o time de Alkmaar com a terceira posição na tabela.


Fortuna Sittard 2x0 ADO Den Haag  (sábado, 20 de fevereiro)

O chute de Mats Seuntjens aos 9', espalmado pelo goleiro Martin Fraisl, foi o primeiro sinal do pleno domínio ofensivo do Fortuna Sittard, diante dos visitantes de Haia - que sequer tiveram um chute a gol. E levaram o 1 a 0 previsível, aos 26', quando Lisandro Semedo teve espaço para finalizar na área. De quebra, Semedo quase fez de novo aos 37': o zagueiro Dario del Fabro afastou. No segundo tempo, os Fortunezen rondaram o ataque, mas pouco chutaram a gol. Tudo bem para eles: o Den Haag também era inofensivo. E quando trouxe perigo - num chute de Ricardo Kishna para fora, aos 79' -, o Fortuna encaminhou sua vitória com o 2 a 0, aos 80', feito por Sebastian Polter. Mais uma vitória numa campanha cada vez mais consolidade: o time de Sittard é o que mais pontos fez na Eredivisie em 2021.


Twente 2x2 Feyenoord (domingo, 21 de fevereiro)

Jogo iniciado, o Twente acuou o Feyenoord em busca do gol. O mais rápido possível. Diante da fragilizada defesa do Stadionclub, vieram dois em sequência: Danilo fez 1 a 0 aos 13', de pênalti, e Tyrone Ebuehi completou cruzamento na pequena área para ampliar, aos 14'. Só depois de baqueado é que o Feyenoord foi ao ataque - e também não demorou para diminuir, aos 24', num belo chute de Jens Toornstra. Mas a defesa dos visitantes seguiu falhando, forçando o goleiro Nick Marsman a trabalhar. Principalmente no segundo tempo. Aos 50', Marcos Senesi errou, Luciano Narsingh bateu cara a cara, e Marsman evitou com os pés; depois, aos 58', o próprio Marsman errou na saída, e aí Senesi salvou outro arremate de Narsingh. Chances que fizeram falta para o Twente. Porque aos 67', num erro da defesa do time da casa, Dario Dumic fez pênalti em Luis Sinisterra, e Steven Berghuis cobrou para o 2 a 2. Empate inesperado para um lado e para o outro, tamanho o volume ofensivo do Twente.


Heerenveen 1x1 Groningen (domingo, 21 de fevereiro)

O começo da partida na Frísia foi bem truncado. Poucas vezes a bola ficou perto do ataque - que dirá chutes a gol. Mas aos poucos, o Heerenveen foi chegando. Começou aos 24', quando Lasse Schöne exigiu boa defesa de Sergio Padt. Continuou com mais perigo aos 30', quando Joey Veerman aproveitou falha de Mike te Wierik e mandou na trave. E aos 42', uma tabela rendeu o 1 a 0 do Fean: Joey Veerman passou, Siem de Jong completou (mais um gol para o atacante). Porém, no segundo tempo, o time da casa apenas segurou a vantagem: só teve uma chance de gol, aos 73', quando Henk Veerman cabeceou para fora. De resto, o Groningen é que se aproximou gradualmente do empate. Paulos Abraham completou cruzamento para fora aos 72', Jorgen Strand Larsen cabeceou na trave aos 79'... e finalmente, aos 82', Tomas Suslov acertou bom chute para o gol que os Groningers faziam por merecer.


RKC Waalwijk 3x0 Heracles Almelo (domingo, 21 de fevereiro)

Nem parecia que o RKC Waalwijk anda (um pouco) mais ameaçado pelo rebaixamento do que o Heracles Almelo. O time da casa começou o jogo de modo dinâmico, acelerado no ataque. E isso se refletiu no placar aberto rapidamente - aos 11', numa bonita jogada individual de Ola John. Refletiu-se mais ainda aos 22', quando o time da casa fez 2 a 0 numa triangulação - Richard van der Venne passou, Thijs Oosting tocou, Lennerd Daneels concluiu. O Heracles? Só apareceu num chute bloqueado de Luca de la Torre, aos 29'. De resto, só deu RKC. Que já controlou a vantagem no segundo tempo. Mas teve uma boa chance aos 65', quando o goleiro Janis Blaswich evitou que Daneels marcasse mais um. E afinal, fez 3 a 0 aos 75', quando Van der Venne dominou lançamento de Vurnon Anita antes de finalizar. Nove pontos à frente do Willem II, antepenúltimo colocado: o RKC Waalwijk pode estar em 15º lugar, mas parece encaminhar a permanência na primeira divisão.


PSV 3x1 Vitesse (domingo, 21 de fevereiro)

Então Roger Schmidt escalou um PSV com mais cuidados defensivos? Pelo menos no começo, não adiantou: aos 3', Yvon Mvogo já pegou chute de Loïs Openda, e aos 4', já estava 1 a 0, com Armando Broja colocando o Vitesse na frente. Porém, aos poucos os espaços apareceram para o time de Eindhoven. E o empate quase veio, tanto com Eran Zahavi (aos 10') e aos 31') quanto com Yorbe Vertessen (aos 12', perdendo incrivelmente, e aos 23'). Mas o Vites seguia assustando a frágil defesa do PSV: Broja perdeu grande chance aos 28', e num pênalti que o VAR transformou em falta, Oussama Tannane quase fez aos 42' (Mvogo pegou a falta) e na sequência (bola na trave). Schmidt, então, corrigiu o erro no segundo tempo. Colocou titulares como Donyell Malen, que empatou aos 66' e tentou várias vezes o gol da virada, sendo impedido pelo goleiro Remko Pasveer. Aí, entrou Mario Götze. Aos 86', ele virou. E aos 88', fez o terceiro. O PSV segue vice-líder, no sufoco.


Ajax 4x2 Sparta Rotterdam (domingo, 21 de fevereiro)

O Ajax esteve sempre no seu ritmo: com poucos minutos, já dominava a posse de bola. E teve uma chance, com Antony, aos 10'. Não que o Sparta Rotterdam estivesse acuado - até assustou com Abdou Harroui, aos 12'. Mas quando Sébastien Haller fez 1 a 0, aos 14', ficou claro que era só o começo de mais uma vitória tranquila do líder. Dusan Tadic teve até gol anulado aos 25' (Antony impedido), mas não fez falta: Haller fez 2 a 0 aos 38', e o último acréscimo do primeiro tempo teve Perr Schuurs (de novo titular) marcando o terceiro do Ajax, de falta. Fora as chances: Lisandro Martínez aos 21', Daley Blind aos 44'. De quebra, aos 50', tão logo o segundo tempo começou, Mohammed Kudus coroou seu primeiro jogo como titular após lesão fazendo 4 a 0. Pouco depois, Danzell Gravenberch (irmão de Ryan) diminuiu para o Sparta, aos 53'. De quebra, ele mesmo marcou o segundo dos Spartanen, nos acréscimos. Nada que perturbasse o Ajax, cuja vitória já estava encaminhada havia muito tempo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Faltou defesa e (quase) faltou tempo

O Ajax sofrera um duro golpe do Lille, mas teve tempo para buscar a virada que Brobbey (foto) consolidou (Louis van de Vuurst/Ajax.nl)

Desde que o sorteio dos jogos da segunda fase da Liga Europa rendeu o Olympiacos grego como adversário do PSV e o Lille, líder do Campeonato Francês, como adversário do Ajax, se sabia que seriam duelos equilibrados, mas que os (únicos) representantes holandeses vivos em competições europeias tinham chances de vitória em ambos os jogos. Pois bem: para o time de Eindhoven, faltou mais firmeza na defesa, e a vitória do Olympiacos por 4 a 2 deixou a situação difícil. Já para a equipe de Amsterdã, a falta de eficiência nas chances de gol quase cobrou um preço caro - mas o Ajax conseguiu reagir a tempo, para fazer o 2 a 1 que a deixa em vantagem na volta da próxima quinta-feira.

No jogo em Pireu, na Grécia, até que o PSV começou mais perigoso. Tinha mais a bola, rondava mais o ataque... só que era opção do Olympiacos, dando preferência a bolas aéreas. Na primeira delas, a falta de atenção defensiva cobrou o preço: aos 9', Mathieu Valbuena mandou a bola para a área, e o capitão Andreas Bouchalakis cabeceou para fazer 1 a 0, deixado livre por Philipp Max. Só não teve maiores consequências iniciais porque, já aos 14', Eran Zahavi contou com a sorte para fazer 1 a 1, com seu chute sendo desviado e tirando as chances de defesa de José Sá. E foi a tônica do primeiro tempo: o PSV buscava a virada (Zahavi quase fez aos 28'), o Olympiacos retrucava na mesma moeda (Kenny Lala fez Yvon Mvogo trabalhar bem aos 30'). No caso da defesa dos Boeren, a lentidão da dupla Pablo Rosario-Ibrahim Sangaré no recuo piorava as coisas.

E as fragilidades defensivas desequilibraram tudo contra os Eindhovenaren. Um azar deu a vantagem ao Olympiacos, aos 37': um golpe deixara a cabeça de Olivier Boscagli sangrando, e enquanto ele era atendido, Yann M'Vila fez 2 a 1, em voleio de fora da área. O zagueiro francês teve de sair, substituído por Timo Baumgartl - mas Zahavi amenizava de novo, empatando de cabeça aos 40'. Porém, Baumgartl cometeu falha imperdoável nos acréscimos, e Youssef El-Arabi a puniu com o 3 a 2. Restou atacar no segundo tempo - começando com bola de Zahavi na trave, em cobrança de falta, logo aos 47'. Mas o ânimo ofensivo amainou, os espaços para o contra-ataque do Olympiacos fora cedidos... E aos 83', após lançamento longo, outro erro punido: Max rebateu nos pés de Giorgos Masouras, que fez o 4 a 2 da sétima vitória seguida do time alvirrubro grego na temporada. Só restou à torcida criticar acidamente a péssima atuação defensiva, com Baumgartl como "preferido". E a Roger Schmidt, lamentar os erros: "É inaceitável". Mas há esperança: "Embora eu respeite o Olympiacos, não estamos mortos". 

O cenário na Grécia foi este: o Olympiacos de El-Arabi (na frente) comemorando, o PSV de Mvogo e Max, atrás, lamentando os erros defensivos (Pro Shots)

Estar vivo foi o que o Ajax provou na França, embora o primeiro tempo do jogo contra o Lille tenha sido por demais truncado. No entanto, se algum time tentou mais o gol, foi o neerlandês. Principalmente com Antony, que chutou aos 22', aos 28' e aos 36' (todos os arremates, defendidos por Mike Maignan). Em que pesasse a ausência de Sébastien Haller, a escalação com Dusan Tadic no meio do ataque, ladeado por dois brasileiros - Antony e David Neres - trazia um pouco mais de perigo. E a defesa Ajacied mostrava segurança para resistir aos ataques do time da casa, com boas partidas de Lisandro Martínez e Daley Blind.

No segundo tempo, sim, o ímpeto ofensivo do Ajax se fez mais presente. No chute de Davy Klaassen por cima aos 48', no chute de Daley Blind por cima aos 61', no voleio do próprio Blind para fora aos 64', no chute de David Neres no travessão aos 65'... eram muitas chances perdidas, diante de um Lille apenas esperando a chance. Ela veio para os Dogues, aos 73'. Ou melhor, foi dada: na péssima saída de Nicolás Tagliafico, a bola foi entregue para Timothy Weah fazer 1 a 0. Parecia outro fim triste para o Ajax, num jogo que poderia ser vencido. Poderia, não. Foi. Porque nos últimos cinco minutos, já com algumas alterações ofensivas feitas, veio a virada. Aos 87', com o pênalti que Dusan Tadic converteu; e aos 89', com o recém-entrado Brian Brobbey aproveitando ótimo passe de Klaassen para fazer o 2 a 1 e deixar impressões desde já saudosas do que poderia ser e não será em Amsterdã.

Pelo menos, para o Ajax, ainda houve tempo para uma vitória que melhora um pouco sua situação no jogo de volta. O PSV voltará a Eindhoven lambendo as feridas de uma derrota que lhe forçará a ter atuação bem mais confiável no Philips Stadion, na próxima quinta-feira, 25.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 22ª rodada da Eredivisie

RKC Waalwijk 1x0 Emmen (sexta-feira, 12 de fevereiro)

O clima de Carnaval (ainda que cancelado na Holanda) que o RKC Waalwijk tentou exprimir em sua camiseta também foi visto em campo - pelo menos no primeiro tempo: o time da casa teve bem mais chances para abrir o placar, começando por uma bola de Thijs Oosting na trave, aos 6'. Goleiro do Emmen, Michael Verrips evitou o chute de Ola John aos 14', enquanto Saïd Bakari chutou rente à trave, aos 35'. Depois, os visitantes tiveram duas oportunidades: Jari Vlak antes do intervalo (chute aos 39'), Michael de Leeuw depois (em frente ao goleiro Kostas Lamprou, chute por cima aos 47'). Mas os mandantes de Waalwijk seguiram rondando mais o gol: Melle Meulensteen com um cabeceio aos 59', Richard van der Venne com chute colocado aos 75'... enfim, no último minuto, a compensação veio em grande estilo: avançando para tentar pegar escanteio, o zagueiro Ahmed Touba chutou forte para fazer 1 a 0. Novo alívio para o RKC - e segue o Emmen sem vencer, após 22 rodadas.


Groningen 1x0 Zwolle (sábado, 13 de fevereiro)

O Groningen começou claramente melhor. E demorou pouco para comprovar tal superioridade no placar: aos 16', após bate-rebate que se seguiu a um escanteio, Jorgen Strand Larsen estava na pequena área para conferir. E o time da casa teve muito mais chances de ampliar, principalmente nas jogadas pelos lados. Assim Tomas Suslov chutou rente à trave, aos 25'. Assim Mohamed El Hankouri quase marcou à queima-roupa, aos 42', forçando boa defesa do goleiro Xavier Mous. O Zwolle? Só assustou num contragolpe completado por Manuel Benson e espalmado por Sergio Padt, aos 35'. De resto, os Groningers continuaram imperando, no segundo tempo. Só Mous impediu que a meta fosse vazada mais vezes, em cabeceio de Larsen (46') e em chute de Gabriel Gudmundsson (54'). O Zwolle até partiu para o "abafa" no fim - assustando numa tentativa de Dean Huiberts, aos 65' -, mas o time da casa segurou a vantagem, mais fácil do que possa parecer pelo placar.


Sparta Rotterdam 1x2 Fortuna Sittard (sábado, 13 de fevereiro)

O jogo começou equilibrado, com o Fortuna Sittard se valendo da velocidade no ataque (expressa num chute de Lisandro Semedo, aos 11'), e o Sparta Rotterdam, dos chutes de fora (Laros Duarte quase fez aos 16', de falta). O que desequilibrou? A eficiência dos Fortunezen, fazendo 1 a 0 aos 24', com Semedo completando contragolpe puxado por Mats Seuntjens. Mas os Spartanen empataram rápido: aos 32', após Lennart Thy perder boa chance, Danzell Gravenberch completou. E a igualdade seguiu, no placar e nas chances - Zian Flemming quase desempatou logo após o gol do Sparta, enquanto Abdou Harroui chegou perto num chute, aos 37'. Porém, tão logo o segundo tempo começou, Seuntjens foi de novo o ponto de desequilíbrio do jogo: aos 50', veio com a bola até a linha de fundo, cruzou, e Sebastian Polter cabeceou para o 2 a 1. O goleiro Yanick van Osch ajudou, atrás. E o Fortuna Sittard venceu pela 3ª vez seguida fora de casa. Já sonha até com coisa maior...


ADO Den Haag 2x2 PSV (sábado, 13 de fevereiro)

O PSV começou acuando o ADO Den Haag. A princípio, um chute em diagonal de Ryan Thomas, aos 7'. Daí, aos 13', Donyell Malen finalizou fraco. E aos 18', o goleiro Martin Fraisl começou a revelar que seria um dos melhores da partida, com grande defesa em cabeceio de Olivier Boscagli. O pênalti aos 20' poderia abrir o caminho da goleada... mas Philipp Max cobrou mal e errou. Quem acertou foi, surpresa!, o Den Haag: aos 27', Bobby Adekanye, estreando como titular, fez 1 a 0. Só restou aos visitantes de Eindhoven pressionarem ainda mais. Fraisl se destacou - principalmente num chute de Eran Zahavi, nos acréscimos. Mas no segundo tempo, foi impossível o time da casa resistir: aos 51', Malen fez 1 a 1, em jogada individual. Depois, mais chances: Yorbe Vertessen aos 61', Mohamed Ihattaren aos 66'... e numa falha de Jamal Amofa, aos 76', Malen enfim virou: 2 a 1. Podia ter feito mais dois - acertou o travessão aos 78' e aos 82'. Inesperadamente, fizeram falta. Porque, aos 90' + 3, de puxeta, Michiel Kramer empatou. Êxtase no Den Haag; decepção no PSV, com tantas chances perdidas.


Heracles Almelo 0x2 Ajax (sábado, 13 de fevereiro)

Com a primeira chance de gol que teve - aos 3', quando Delano Burgzorg veio pela direita, cruzou, mas Teun Bijleveld completou para fora -, o Heracles mostrou que iria assustar o Ajax por algum tempo. Até assustou, mesmo: teve mais a bola, dominou mais o meio-campo... e o que aconteceu? Isso mesmo: o Ajax foi mais eficiente e abriu o placar, aos 15', com Davy Klaassen - o VAR demorou alguns minutos para confirmar, mas afinal confirmou. Aí, o time de Amsterdã ficou mais seguro. Quase chegou ao gol com Klaassen de novo, aos 23'. Mas voltou a levar um susto nos acréscimos (Giacomo Quagliata cruzou, e o desvio de Ismail Azzaoui passou perto) e no começo do segundo tempo (cobrança de falta de Rai Vloet, aos 49'). Mesmo sem sofrerem na defesa, os Ajacieden estavam pragmáticos até demais... até que Sébastien Haller definiu o 2 a 0, aos 79', de cabeça. Sem brilho, com eficiência: é o Ajax abrindo seis pontos na liderança da liga, com um jogo a menos. Começa a entrar na rota do título.


AZ 3x1 Heerenveen (domingo, 14 de fevereiro)

De certa forma, no primeiro tempo o AZ repetiu um roteiro habitual em suas partidas. Sim, fez um gol: aos 21', Calvin Stengs fez 1 a 0, na segunda tentativa após chute bloqueado. Mas também perdeu um bocado de chances: Owen Wijndal fez o goleiro Erwin Mulder trabalhar aos 24', Stengs mandou na trave aos 39', Wijndal teve mais um arremate tirado na pequena área (o zagueiro Ibrahim Dresevic salvou) aos 44'. No segundo tempo, a tarefa dos Alkmaarders foi facilitada por falhas da defesa do Heerenveen. Aos 47', Jan Paul van Hecke derrubou Myron Boadu na área: pênalti, e Teun Koopmeiners fez 2 a 0. Vieram alguns minutos de vida do Fean - completos no gol do estreante Lasse Schöne, aos 54'. Mas ficou nisso. O AZ perdeu outras tantas chances (a mais impressionante, de Boadu, aos 57'), mas garantiu sua vitória com Albert Gudmundsson, aos 81'. E já é terceiro colocado na tabela.


Feyenoord 5x0 Willem II (domingo, 14 de fevereiro)

Durante boa parte do primeiro tempo, o Feyenoord teve dificuldades. Não só pela falta de espaço para atacar (só em chutes como o de Jens Toornstra, aos 36', e Ridgeciano Haps, aos 43'), mas porque o Willem II assustou de vez em quando, como em tentativas de Ché Nunnely, aos 2', e Kwasi Wriedt (mais perigosas, aos 23' e 25'). Porém, nos acréscimos da primeira etapa, o espaço apareceu numa triangulação, e Toornstra fez 1 a 0. O caminho se abria para o Stadionclub, que fez uma blitz pesada logo no começo do segundo tempo. Bryan Linssen chutou na trave aos 48', e já no minuto seguinte cabeceou para o 3 a 0. Mais três minutos, e Luis Sinisterra, que entrara no intervalo, fez 3 a 0. De quebra, aos 64', um pênalti marcado (Derrick Köhn derrubou Linssen na área), e Steven Berghuis fez 4 a 0. As chances do Feyenoord se avolumavam diante dos visitantes de Tilburg, como com Orkun Kökcü, aos 73'. E coube a ele mesmo fechar a goleada, aos 83', de fora da área. 


Utrecht 3x1 VVV-Venlo (domingo, 14 de fevereiro)

O Utrecht rondou o gol desde o começo. Mas teve uma barreira respeitável, no goleiro Thorsten Kirschbaum. Foi o arqueiro do VVV-Venlo que evitou as duas grandes chances dos Utregs. Aos 30', após pênalti aconselhado pelo VAR e apitado (mão de Danny Post na bola), Kirschbaum pegou a cobrança de Adam Maher. E aos 38', espalmou chute de Hidde ter Avest. Os Venlonaren tinham contragolpes, mas falhavam nas finalizações - como fez Zinedine Machach, errando aos 43' com Georgios Giakoumakis livre. No segundo tempo, após três alterações ainda mais ofensivas, enfim veio o gol do time da casa, com Mimoun Mahi, de cabeça, aos 60'. Seguiram as chances (como bola de Gyrano Kerk no travessão, aos 71'), os sustos do VVV-Venlo... mas aos 85', Bart Ramselaar pareceu tranquilizar de vez, com o 2 a 0. Apenas pareceu: aos 90', de pênalti, Giakoumakis diminuiu para o VVV - seu 22º gol no campeonato. Só o gol de Mahi, nos acréscimos, resolveu de vez.


Vitesse 0x2 Twente (domingo, 14 de fevereiro)

O Vitesse tinha a bola nos pés. Até chegava ao ataque. Até mesmo fez um gol anulado, aos 10' - de fato, Eli Dasa estava impedido. Porém, o Twente se aguentava na defesa. E nas bolas altas, quando teve uma chance, aproveitou: aos 16', bola longa para o ataque (após erro de Riechedly Bazoer), Luciano Narsingh ajeitou, Queensy Menig fez 1 a 0. De quebra, no começo do segundo tempo, quase os Tukkers fizeram o segundo: o cabeceio de Narsingh foi tirado em cima da linha por Maximilian Wittek. Depois, sim, o Vites buscou o empate. Daan Huisman aos 66' (por cima do gol), Danilho Doekhi aos 76' (na rede pelo lado de fora)... e correu o risco do contra-ataque dos visitantes de Enschede. Risco que se concretizou nos acréscimos: aos 90' + 4, Jesse Bosch correu com a bola pela esquerda, cruzou, e Eli Dasa desviou para o gol contra. O Twente voltava a vencer - para o Vitesse, já era o quarto jogo seguido sem vitória na Eredivisie.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 20ª rodada da Eredivisie

Heracles Almelo 1x0 Groningen (sábado, 30 de janeiro)

Embora Ismail Azzaoui já tenha acertado o travessão aos 4', o Groningen começou mais perigoso. Chegando pelas pontas, quase conseguiu o gol aos 12', com Gabriel Gudmundsson, e aos 20', quando o goleiro Janis Blaswich bloqueou o chute de Jorgen Larsen com os pés. O que aconteceu, depois? Isso mesmo: o Heracles foi da pressão contrária direto para o 1 a 0, aos 25', quando Delano Burgzorg dominou chute alto na área e finalizou. De quebra, no fim da etapa inicial, os Almelöers quase ampliaram, em chutes de Luca de la Torre e Silvester van der Water. E mesmo no segundo tempo, começaram mais perto do segundo gol - principalmente num cabeceio de Robin Pröpper, espalmado pelo goleiro Sergio Padt aos 55'. Só nos minutos finais é que os Groningers visitantes foram para a pressão. Tiveram uma boa chance aos 85', num chute de Larsen para fora. Insuficiente para evitar a vitória que ajuda os Heraclieden a se estabilizarem no meio da tabela.


Utrecht 3x3 Zwolle (sábado, 30 de janeiro)

O começo já indicou que seria um jogo bem agradável. Logo aos 2', falta cobrada na área, Sander van de Streek cabeceou, Utrecht 1 a 0. Porém, já aos 5', numa grande jogada individual, Virgil Misidjan empatou. Então, os Utregs pressionaram, e o goleiro Xavier Mous começou a se destacar no Zwolle: novo titular do clube (Michael Zetterer saiu), Mous pegou chutes de Othman Boussaid (7') e Van de Streek (35'). De quebra, num raro avanço, Immanuel Pherai sofreu pênalti aos 39', e Thomas Lam virou o jogo para os visitantes. Também numa penalidade, o time da casa igualou de novo: aos 54', Joris van Overeem foi derrubado, e Adam Maher converteu a cobrança. Mas Mous seguiu salvando o Zwolle atrás - como no chute de Gyrano Kerk, aos 64'. E na frente, aos 67', Thomas Buitink fez 3 a 2. Só restou ao Utrecht uma pressão irrespirável em busca do empate. Que cresceu quando Bram van Polen foi expulso. E se concretizou com o empate de Hidde ter Avest, aos 90' + 6. Fecho digno de um bom jogo.


Fortuna Sittard 3x2 VVV-Venlo (sábado, 30 de janeiro)

Os fogos de artifício que forçaram a interrupção do jogo esfriaram um pouco seu início. Mas quando ele esquentou, por mais que o VVV-Venlo tenha atacado primeiro (Roy Gelmi, aos 4'), o Fortuna foi mais ativo. E uma sequência lhe rendeu a vantagem. Aos 32', em falha do goleiro Thorsten Kirschbaum na saída de gol, Mats Seuntjens bateu, e Kristoffer da Graça tirou em cima da linha. No escanteio da sequência, aos 33', o 1 a 0 dos Fortunezen, num cabeceio de Zian Flemming. E no segundo tempo, os mandantes de Sittard seguiram melhores. Tiveram o prêmio aos 58': Da Graça derrubou Hansson na área, pênalti marcado, e Seuntjens fez 2 a 0. Só que os Venlonaren ameaçaram-no com o destaque de sempre: aos 63', de cabeça, Giorgos Giakoumakis fez seu 21º gol nesta Eredivisie. E os dois times trocaram chances (Lisandro Semedo aos 72', Torino Hunte aos 76'), até que Ben Rienstra, no último minuto, deixou o Fortuna mais tranquilo. Hunte ainda assustou diminuindo para 3 a 2, mas era tarde.


Vitesse 1x1 RKC Waalwijk (sábado, 30 de janeiro)

O RKC Waalwijk assustou levemente num chute de Sylla Sow, logo aos 3'. Só que o Vitesse quase deu a resposta definitiva logo depois - "quase", porque o gol de Loïs Openda foi anulado (impedimento, de fato). Quem seguiu assustando pelo Vites foi Oussama Tannane, com dois chutes de fora - aos 28', rebatido por Kostas Lamprou, e aos 41' (aí, Lamprou espalmou). Mas os visitantes de Waalwijk quase deram sorte num erro de Maximilian Wittek, aos 10', e trouxeram perigo com Richard van der Venne, aos 18'. No segundo tempo, os chutes de fora seguiram como principal opção: Eli Dasa pelos mandantes aos 51', Van der Venne de novo pelo RKC aos 69'. Mas foi um cruzamento despretensioso que acabou abrindo o placar, aos 71': Riechedly Bazoer encobriu Lamprou e fez 1 a 0. Poderia ter sido decisivo. Não foi, porque Van der Venne, enfim, acertou a mira - e acertou bonito, no ângulo esquerdo, aos 75', fazendo 1 a 1. Azar do Vitesse: o segundo tropeço seguido o enfraquece na disputa pela ponta.


Twente 0x0 Heerenveen (domingo, 31 de janeiro)

O Twente quase que monopolizou os ataques ao longo dos 45 minutos iniciais. Primeiro, com Danilo: sem marcar havia seis rodadas, o brasileiro chutou para fora aos 4' e aos 13', e ainda errou cabeceio aos 18'. Depois, com Luciano Narsingh, tanto tocando (cruzou para Jesse Bosch tentar de cabeça, aos 26') quanto chutando (o goleiro Erwin Mulder pegou, aos 28'). E finalmente, com Queensy Menig, que fez Mulder trabalhar de novo, aos 41'. O Heerenveen só apareceu nos acréscimos - chute de Joey Veerman bloqueado - e no começo do segundo tempo, quando quem bateu foi Siem de Jong, aos 48' (e novamente Pierie bloqueou). No mais, o Twente seguiu tentando. Teve até gol anulado - Menig chegou a marcar aos 67', mas Narsingh, que participara da jogada, estava impedido. Depois, mais uma boa chance, com Luka Ilic, aos 78'. Mas os Tukkers amargaram o sexto jogo sem vitórias.


Feyenoord 3x1 PSV (domingo, 31 de janeiro)

O PSV começou forte no ataque. Mas a primeira do Feyenoord já fez "tchan": aos 7', Mark Diemers completou cruzamento para o 1 a 0. A segunda, aos 26', fez "tchum": finalização perfeita de Steven Berghuis no 2 a 0 do Stadionclub. Aos Boeren visitantes, só restaram chances como as de Donyell Malen, aos 27', e Eran Zahavi, aos 34' - ambas de fora, ambas defendidas por Nick Marsman. Porém, se a primeira fizera "tchan" e a segunda "tchum", aos 41', no quarto chute a gol Feyenoorder, "tchan-tchan-tchan-tchan": 3 a 0, com Bryan Linssen tocando na saída de Yvon Mvogo (que impedira um gol do mesmo Linssen aos 15'). Porém, os visitantes de Eindhoven tentaram no segundo tempo - já a partir dos 52', num cabeceio de Zahavi. E aos 56', em outro cabeceio, a esperança aumentou, quando Ibrahim Sangaré diminuiu para 3 a 1. Aí entrou a defesa - principalmente Marsman, em chutes de Malen (69') e Mohamed Ihattaren (76'). E o Feyenoord conseguiu uma vitória surpreendente e animadora.


Willem II 2x0 Emmen (domingo, 31 de janeiro)

O lanterna Emmen até iniciou a partida mais ofensivo, com tentativas de Michael de Leeuw (mandou na rede pelo lado de fora aos 6'), Jari Vlak (chute aos 26') e Kerim Frei (também de fora da área, aos 30'). Porém, quando o Willem II se sobressaiu, foi para mostrar quem teria mais esperança de escapar das últimas posições. Aos 38', um rápido contra-ataque finalizado por Ché Nunnely deu o 1 a 0 aos Tricolores. E já no começo do segundo tempo, também rapidamente - aos 47' -, Kwasi Wriedt bateu cruzado para o 2 a 0 que abateu os Emmenaren. Depois, De Leeuw até teve uma boa chance, aos 50'. Mas o Willem II conseguiu a vitória - e o alívio parcial, indo ao antepenúltimo lugar que dá a "segunda chance" de salvação na repescagem.


AZ 3x0 Ajax (domingo, 31 de janeiro)

O Ajax começou cauteloso em Alkmaar. Mas logo achou espaços e se encaminhou no jogo. Aos 8', Marco Bizot evitou gol com os pés; e aos 15', já estava 1 a 0, após Antony chutar com precisão. De quebra, Davy Klaassen quase ampliou de cabeça aos 22' - Bizot impediu, com boa defesa. O AZ só despertou aos 33', quando Albert Gudmundsson cabeceou em cima de André Onana. Então, os Alkmaarders tiveram mais a bola - e pressionaram mais. Só que Gudmundsson perdeu todas as boas chances do time da casa: aos 44', de cabeça, e no segundo tempo, chutando longe aos 51' e desviando fora aos 53'. Quem não fez, tomou: o Ajax se livrou da pressão com o 2 a 0, aos 60', num bonito voleio de Klaassen. O AZ teve chances com Myron Boadu e Fredrik Midtsjo: de nada adiantou. E se David Neres teve gol anulado aos 79', pôde comemorar nos acréscimos, completando triangulação para o 3 a 0. Vitória tranquila, vantagem na ponta ampliada (sete pontos): Ajax em ótima posição para a reta final.


ADO Den Haag 1x1 Sparta Rotterdam (domingo, 31 de janeiro)

O primeiro tempo em Haia vinha sendo indefensável de tão ruim, com poucas emoções - a única chance fora um voleio de Mario Engels para fora, aos 17'. Porém, os últimos minutos melhoraram a situação a quem assistisse ao jogo sem ter nada a ver com ele. Pelo Sparta, Abdou Harroui teve boa chance aos 42', chutando para fora. Mas na sua vez, o Den Haag fez 1 a 0: Maduka Okoye espalmou para escanteio o cabeceio de Michiel Kramer aos 44', e na cobrança da sequência, Tomislav Gomelt fez 1 a 0, também de cabeça. O time da casa seguiu controlando o jogo no princípio do segundo tempo, mas Lennart Thy deu o sinal, tentando aos 57': os Spartanen estavam vivos. Isso se provou com o empate, aos 68', também num cabeceio - de Reda Kharchouch, recém-saído do banco. A igualdade seguiu no placar porque Okoye frustrou os Hagenaren (boas defesas em sequência, aos 71') e porque Harroui mandou a virada do Sparta no travessão, aos 89'.