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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Não precisava

Celebrado após marcar seu primeiro gol pela seleção, Strootman vai se firmando no grupo de Van Marwijk (Getty Images)
Tem-se discutido muito o conceito de jogos entre seleções. A utilidade deles, a falta de empolgação que se vê, o ritmo modorrento. Pode-se dizer, de certo modo, que a campanha da Holanda nas eliminatórias para a Euro 2012 preenche à perfeição. Independentemente do grupo em que caísse, a Oranje já vinha anabolizada psicologicamente pela campanha na Copa. Depois que o sorteio lhe reservou os rivais, a crença da qualificação ficou ainda mais forte, quase como se fosse destino.

E é o que os jogos têm revelado: antes mesmo do massacre contra San Marino, o domínio do time de Bert van Marwijk no Grupo E já era flagrante. E o 2 a 0 contra a Finlândia foi mais uma prova do que já se vê há um bom tempo: um time que nem precisa se esforçar para ser amplamente superior. Mais do que isso: um time que mostra uma capacidade insuspeita. A de conseguir recuperar a postura tática e emocional em campo, mesmo após passar por problemas em campo.

Essa postura foi delineada desde os primeiros momentos do jogo em Helsinque. Com a mesma escalação do jogo da última sexta, a Oranje começou pressionando firmemente a saída de bola finlandesa. Não deu para abrir o placar antes dos 15 minutos, então, veio o natural: a volta ao paciente toque de bola, ao "tikkie-takkie voetbal" - sim, daí derivou o "tiki-taka" que dá nome ao estilo do Barcelona.

Assim passou-se boa parte do primeiro tempo, sem que o time anfitrião conseguisse ameaçar muito. Só que foi um passe longo que acelerou a resolução da história. Sem exercitar comumente essa qualidade na seleção, Sneijder fez um lançamento milimétrico para Strootman, que completou de primeira. Belo gol, o primeiro pela seleção, o que de certo modo ajuda o meia do PSV a se solidificar como a grande alternativa a Van Bommel ou De Jong, na dupla de marcação. Se é que Strootman ainda é alternativa.

Somente depois é que o time de Mixu Paatelainen começou a fazer algo no ataque. Guiado pelos esforços de Forssell (menos), Pukki (o melhor finlandês, provavelmente), Eremenko e Hetemaj, o time começou a criar jogadas e até a arriscar chutes a gol. Só que nenhum deles dava problemas a Stekelenburg. Essa tendência prosseguiu no segundo tempo.

Mas quem criou problemas foi a própria Holanda. Apalermada pela própria superioridade, a equipe começou a jogar displicentemente. Bastou para uma jogada perigosa surgir de um erro, e quase resultar no primeiro gol sofrido pela Oranje em jogos fora de casa nas eliminatórias: após Pieters errar um recuo de bola, aos 13 minutos, Hämäläinen dominou-a livre, entrou na área e tocou por cima de Stekelenburg. Só não marcou porque o lateral esquerdo holandês se redimiu, tirando em cima da linha.

Só então a Oranje exibiu a qualidade de conseguir se recompor. E a expulsão de Hetemaj, pelo segundo cartão amarelo após falta em Van Bommel, aos 25, só tranquilizou mais as coisas. O que não significou nova onda de letargia: Van Marwijk acertou ao tirar Van Persie e Huntelaar, apáticos, para colocar Luuk de Jong e Elia.

O atacante do Twente pouco fazia, mostrando algum nervosismo. Mas Elia deu novo dinamismo aos ataques laranjas, mostrando-se como boa opção. E foi por uma jogada individual sua que, aos 46 minutos, Luuk de Jong fez o gol decisivo, seu primeiro pela Oranje.

Enfim, a Holanda nem estava desesperada pela vitória. Mesmo que a Suécia tenha vencido San Marino, basta um ponto contra a Moldávia para a Oranje garantir o voo dos 23 atletas rumo a Polônia e Ucrânia em 2012. Só que, se não precisava de muito esforço, também não precisava incorrer na displicência. Menos mal que mostrou também capacidade de reação.

domingo, 4 de setembro de 2011

Os rescaldos do massacre




Desde 2004 na Oranje, Kuyt está bem perto de entrar na lista dos dez com mais partidas pela seleção (AP)

É de se supor que uma goleada tão grande quanto os 11 a 0 contra San Marino quebre algum tipo de recorde - ou, no mínimo, aumente certas invencibilidades. Só que a quantidade de números que o placar largo modificou na história da seleção holandesa é impressionante.

A começar, claro, pelo mais citado dos recordes: foi a vitória de maior placar nos 106 anos de história da Oranje, superando os 9 a 0 conseguidos contra Finlândia, em 4 de abril de 1912 (pelo torneio olímpico de futebol, em Estocolmo), e Noruega, em 1º de novembro de 1972 (nas eliminatórias para a Copa de 1974).

Só que o triunfo em Eindhoven significou o prolongamento de duas invencibilidades. A primeira, vá lá, nem tão desconhecida assim: desde o 11 de julho de 2010 (derrota cujas circunstâncias todos conhecem: contra a Espanha, na final da Copa), ou seja, há 13 jogos, a Holanda não sabe o que é derrota. E, em termos de partidas em casa por eliminatórias para a Eurocopa, a invencibilidade vai mais longe: 47 jogos. A última derrota data de 30 de outubro de 1963: 2 a 1 para Luxemburgo, em Roterdã.

Não bastasse isso, jamais os holandeses haviam conhecido uma invencibilidade tão grande na qualificação para o torneio continental de seleções: há sete partidas estão invictos (desde 2007, na derrota por 2 a 1 para Belarus, em Minsk, quando a vaga para a Euro 2008 já estava garantida).

Em relação a feitos individuais, também se viram várias mudanças. A começar na lista dos jogadores com mais partidas. Dirk Kuyt fez, em Eindhoven, a sua 79ª partida pela Oranje. Ainda é o 12º jogador com mais partidas. Só que empatou com Bergkamp e Kluivert. Caso jogue em Helsinque, contra a Finlândia, na próxima terça, o atacante se tornará o 10º com mais jogos envergando a camisa laranja.

E, na lista de goleadores, as mexidas foram ainda maiores. Se é criticado por seus rendimentos nos clubes - mas, vá lá, seu início de temporada no Schalke 04 tem sido reconhecido -, Klaas-Jan Huntelaar cresce de rendimento na Oranje. Tanto é que, com apenas cinco anos de serviços prestados à Oranje adulta, o nativo de Drempt já fez 28 gols, em 45 jogos. E igualou-se a Beb Bakhuys, atacante dos anos 1920 e 1930, como oitavo jogador com mais gols pela seleção. Logo atrás (precisamente, na 10ª posição), chegou Robin van Persie. Com os quatro gols que marcou, o atacante do Arsenal foi a 25, superando Marco van Basten.

Só que números são rescaldos frios, e nem querem dizer muita coisa. As impressões do jogo é que dão elementos úteis. E tivemos duas impressões fortes em Eindhoven. A primeira: Kevin Strootman vive uma ascensão frenética em sua carreira. Há um ano, o meio-campista estava no Sparta Rotterdam. Logo no início da temporada 2010/11, foi-se para o Utrecht. E, hoje, está no PSV. E, pela postura mais ofensiva que mostrou como parceiro de Van Bommel, dá a impressão de que pode tomar a posição de De Jong.

A segunda é ver que, se exibe um estilo francamente mais ofensivo do que o mostrado na Copa do Mundo, ele ainda não envolve todos os jogadores. Basta ver as jogadas de ataque. Todas com toques rápidos, tabelas envolventes... e com Sneijder, Van Persie e Kuyt aparecendo em boa parte do tempo. Com isso, se mostra desenvoltura sem Robben, a equipe de Bert van Marwijk corre o risco de ter seus pontos fortes bem visados, atraindo a atenção dos marcadores e tornando as coisas mais difíceis.

Mas, por incrível que pareça, saber que a Alemanha, um rival de grande respeito, será adversária no amistoso de 15 de novembro é auspicioso. Exatamente para revelar como a Oranje pode se sair contra um oponente da mesma altura. Motivação para enfrentá-lo, existe. Sneijder prova isso ("É a melhor base da Oranje na qual joguei. Temos prazer, e crescemos muito a cada jogo. O técnico também cresceu, após três anos."). Van Bommel, também, com palavras parecidas ("É o melhor time em que já joguei, como Van Persie já disse. E nisso incluo os clubes em que já estive.")

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Rival fraco. Mas foi histórico




Era para a foto ser de Van Persie, que fez quatro gols. Só que Sneijder marcou o décimo que a torcida pedia (Getty Images)

A seleção de San Marino é fraca. Fragílima. Nível técnico próximo do risível, seguramente um dos piores da Europa. Basta pegar os resultados do time nas duas últimas eliminatórias de que participou. Na qualificação para a Euro 2008, nenhum ponto, dois gols marcados, 57 sofridos. E, na tentativa de chegar à Copa de 2010, números um pouco mais honrosos: se novamente a "Sereníssima" ficou sem pontos, sofreu "apenas" 47 gols. Até fez um, na derrota para a Eslováquia, em 11 de outubro (a saber, Andy Selva foi o autor).

Óbvio, a equipe sanmarinesa é alvo de constante chacota. Tudo fruto da lógica. A população do país é a menor entre as nações que fazem parte da UEFA (31.918 habitantes). Logo, de uma quantidade já pequena não há de se tirar muita qualidade futebolística. E a maioria dos atletas da seleção ainda é amadora. Resultado: volta e meia, a equipe sofre goleadas acachapantes.

A ponto de quase sofrer uma humilhação adicional: nos lendários 13 a 0 sofridos para a Alemanha, nas eliminatórias da Euro 2008, o goleiro Jens Lehmann quase foi cobrar um pênalti que surgira, no último minuto do jogo em Serravalle. Não o fez porque, na última hora, preferiram que Bernd Schneider o cobrasse, para fechar o placar.

Todo este longo preâmbulo para frisar que, nesta sexta, em Eindhoven, a Holanda fez uma tarefa próxima do obrigatório. Falando no popular: bateu em bêbado. Agora, convém lembrar que o grupo em que a Oranje esteve nas eliminatórias para a Copa de 2010 também era sempre apontado como frágil, permanente motivo para dizer que a equipe de Bert van Marwijk "não era isso tudo". Pode não ser a melhor seleção do planeta, mas o desempenho na África do Sul provou que uma chave de baixo nível nas eliminatórias não é sinônimo de time enganador em momentos decisivos.

E a chave para os 11 a 0 que se viram em Eindhoven também foi fundamental para o vice-campeonato: a concentração. Ter goleado por "apenas" 5 a 0 em Serravalle, na primeira partida das eliminatórias da Euro, ainda se perdoava: a ressaca da Copa ainda persistia. Agora, o cenário era outro. Ainda que vitimada pelas ausências de De Jong e, principalmente, de Robben, o time começou seriamente. Com alguns minutos, já havia tido três escanteios.

E, aos sete minutos, Van Persie fez 1 a 0. Estava iniciado o caminho para aquela que seria uma noite histórica. Continuou aos 12, quando Sneijder fez o segundo. E aos 17, quando, de cabeça, Heitinga fez o terceiro. E nada mais ocorreu por parte da Oranje. O que fazia crer que o time ia passar os 73 minutos restantes apenas administrando o jogo. Nada criminoso, mas iria ser decepcionante.

Não foi. Porque Kuyt fez 4 a 0 logo aos quatro minutos, na etapa final. Porque Huntelaar fez dois gols, continuando a render bem com a camisa laranja. Inclusive, foi com o oitavo gol da partida, feito pelo atacante, que a torcida presente ao Philips Stadion lembrou a cena clássica do Flamengo x Botafogo no Campeonato Carioca de 1981: pôs-se a gritar "Dez! Dez!"

Na verdade, 9 a 0 já bastavam para que a Oranje igualasse seu maior placar a favor, conseguido duas vezes: contra Finlândia, em 1912, e Noruega, em 1972. Só que o ânimo continuou. E Van Persie se mostrou imparável no segundo tempo, marcando mais três e sendo o primeiro jogador a marcar quatro gols pela seleção holandesa desde 1990 - e, naquela ocasião, Van Basten ainda fez mais um, em um 8 a 0 contra Malta, pelas eliminatórias da Euro 1992.

Finalmente, veio o êxtase. Aos 34 minutos, Van Persie fez o 9 a 0. A pressão pelo décimo foi quase irrespirável. E, aos 42, Sneijder pôs Eindhoven abaixo. Era a primeira vez que a Oranje marcava uma dezena de gols em sua história. E o minuto final daquela partida ainda reservava uma surpresa agradável a um jovem: tendo acabado de entrar no lugar de Strootman (e, por tabela, estrear pela Oranje adulta), Wijnaldum fez o 11º gol que fechou uma noite histórica.

Volte-se a frisar: era San Marino, provavelmente a pior seleção da Europa. Só que a principal qualidade deste grupo comandado por Van Marwijk se viu mais uma vez: a grande capacidade de concentração, de foco em um objetivo. Serviu para quebrar um recorde. Pode servir na Euro - alguém duvida que a qualificação é altamente provável? Porque, afinal, como disse Van Persie, "este é um grupo realmente bom."

quarta-feira, 30 de março de 2011

Uma vitória bem instrutiva


Holanda, finalmente, teve de se esforçar. E conseguiu um triunfo que deixa ensinamentos (AP)


Pelo começo do jogo na Amsterdam ArenA (que teve bonita homenagem a Van Bronckhorst, antes de seu início), a Holanda repetiria, na segunda partida contra a Hungria, pelas eliminatórias da Euro 2012, o passeio dado na última sexta, em Budapeste. Afinal de contas, a Oranje iniciou chegando constantemente ao ataque. E o gol que abriu o placar, feito por Van Persie, parecia o prenúncio de uma partida fácil.

Não foi. E não foi porque, achando que a partida estava definida, a equipe treinada por Bert van Marwijk cometeu aquele que talvez seja o seu pior erro: jogar esperando o adversário, oferecendo espaços a ele no ataque. Poderia até ser uma estratégia possível, caso a seleção tivesse uma defesa acima de qualquer suspeita. Não tem. Pior: não só a escalação contraindicava isso, uma vez que Van der Vaart não tem o poder de marcação de Van Bommel, como alguns defensores tiveram atuação frágil. Como Pieters e Van der Wiel, pelas laterais.

A consequência era óbvia: cada vez mais, os húngaros começaram a aproveitar os espaços oferecidos e a chegar perigosamente ao ataque, contando com as boas atuações de Gergely Rudolf e Zoltán Gera - auxiliados por Dzsudzsák, mais discreto dessa vez, mas sempre útil. O empate já poderia ter saído no final do primeiro tempo, quando os visitantes eram francamente melhores. Saiu no início do segundo, quando Rudolf teve até sorte, com o chute que desviou em dois defensores. E, com a Holanda aturdida, Gera fez o segundo gol. Parecia o golpe final na invencibilidade de nove jogos - que é maior, quando se lembra de jogos na Amsterdam ArenA. E maior ainda, em termos de jogos pelas eliminatórias da Euro (46 jogos!).

Parecia. Porque, aí sim, a Holanda tratou de justificar porque é uma das grandes seleções do mundo, atualmente. Com Afellay aparecendo no jogo, junto do esforço de Kuyt e de Sneijder, a Oranje chegou à virada - e contando também com a experiência de um personagem especial. Ao fazer o terceiro gol, Ruud van Nistelrooy empatou com Faas Wilkes, tornando-se o terceiro maior goleador da história da Oranje, com 35 gols. O nativo de Oss pode ser reserva, pode não aguentar mais o ritmo de uma partida completa, mas sua experiência e capacidade de finalização é algo de que não se pode prescindir.

A defesa até voltou a falhar, oferecendo o empate a Gera. Mas a confiança e a consciência de que precisava se esforçar para chegar à vitória continuavam grandes. E resultaram numa reação rápida, com os dois gols de Kuyt que deram a continuação da invencibilidade e a aproximação maior ainda da Euro. Numa vitória mais árdua do que se esperava, mas merecida.

Não só merecida, mas muito instrutiva. Porque mostra que a Holanda não pode se dar ao luxo de achar que jogar cautelosamente sempre dará resultado. E mostra que mesmo um adversário fraco exige todo o esforço possível. Caso aprenda isto, a Holanda continuará apta a exercer o domínio que hoje exerce no Grupo E das eliminatórias da Euro 2012.


sábado, 26 de março de 2011

E não vai mudar nada


Restam poucas dúvidas: a Holanda nada de braçada em seu grupo nas eliminatórias da Euro (AP)


Quando os grupos das eliminatórias para a Euro 2012 foram sorteados, já dava para se ver que a Holanda teria um caminho tão fácil como foi o da qualificação para a Copa de 2010. Até por ser cabeça de chave, pela terceira colocação no ranking da UEFA para as seleções europeias, a Oranje certamente teria um grupo sem adversários que pudessem causar grandes dores de cabeça.

O que não se esperava é que ele fosse mais fácil ainda. Afinal de contas, o time de Bert van Marwijk teria dois países um pouco mais tradicionais pela frente, Suécia e Hungria. É certo que haveria o alívio de pegar equipes como Moldávia e San Marino - este último, um saco de pancadas reconhecido. Ainda assim, dava para pensar na hipótese de suecos e húngaros fazendo alguma pressão contra a Laranja.

Pois foram justamente estes dois rivais tradicionais que sofreram duas das goleadas aplicadas pela equipe na qualificação para a Euro. A Suécia já havia sido destroçada com um 4 a 1. E, nesta sexta, foi a vez da Hungria sentir a ampla superioridade batava no Grupo E. O que só prova uma coisa: a solidez do elenco com que Van Marwijk trabalha, atualmente, é tão grande que a regularidade das atuações continua, sejam quais forem os jogadores.

Para começar, no gol, Michel Vorm foi bem sempre que exigido, como em chutes de Rudolf e Dzsudzsák. Já em boa fase há algum tempo, o goleiro do Utrecht se credencia, cada vez mais, como o reserva imediato de Stekelenburg. Mas é no meio-campo que se dá a grande revelação da boa fase que vive a Oranje. O personagem dessa revelação é Van der Vaart.

O meia do Tottenham foi o homem do jogo em Budapeste. Não só deu qualidade na saída de bola, como ainda assumia o papel de armador (como no terceiro gol, quando seu passe pegou a defesa húngara desprevenida, deixando Van Persie e Kuyt livres), ou até chegava ao ataque - resultando no primeiro gol, após bom passe de Sneijder.

Paralelamente a isso, depois de sofrer nos dez primeiros minutos de jogo, a linha de quatro defensores ficou absolutamente tranquila. O que deu liberdade para que Van der Wiel pudesse avançar o quanto quisesse, sem causar a menor preocupação na parte de trás. Enquanto isso, os coadjuvantes fizeram bem o seu serviço. Por exemplo, sem muitas preocupações na marcação, De Jong mal usou de força nas tentativas de repelir as subidas húngaras.

Com a vitória, a Holanda solidifica mais ainda um ciclo bastante seguro. É verdade que o grupo não é dos mais fortes. E as atuações do time tampouco são exuberantes a ponto de merecer os elogios derramados que Marco van Basten proferiu, comentando o jogo pela TV Veronica ("Foi agradável de se ver, lembrou algo do Barcelona", falou San Marco). Mas, assim como já fizera no caminho para a África do Sul, o time de Van Marwijk vai passando pelos rivais sem dificuldades.

E, após a derrota na final da Copa do Mundo, já consegue uma nova sequência invicta: desde o empate contra a Ucrânia, em agosto de 2010, já são oito partidas sem derrota. Sete vitórias seguidas (duas por amistosos, cinco nas eliminatórias da Euro). Cem por cento de aproveitamento na qualificação.

Ou seja: pode até ser que haja um empate, quem sabe uma derrota, em Amsterdã, na próxima terça. Mas nada indica que a Holanda deixará de estar na Polônia ou na Ucrânia para disputar a Eurocopa pela nona vez, no ano que vem. Com ou sem Robben, com Van Bommel ou Van der Vaart como parceiros de De Jong na dupla de marcadores no meio... nas eliminatórias para 2010, 2012... não vai mudar nada.