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terça-feira, 2 de julho de 2024

Melhorou e pode mais

Gakpo no primeiro tempo, Malen no segundo: os símbolos de uma atuação convincente da Holanda, que está nas quartas de final da Eurocopa ( sportinfoto/DeFodi Images/DeFodi/Getty Images)

"Não vou mudar muita coisa. Não é necessário tanto pânico por causa de um jogo só." Assim o técnico Ronald Koeman minimizou a necessidade de mudanças pedidas na seleção masculina da Holanda (Países Baixos) para o jogo desta terça, contra a Romênia, pelas oitavas de final da Eurocopa. De certa forma, a Laranja comprovou isso em campo. Porque só uma posição passou por grandes mudanças. E porque, após um começo preocupante, um gol bastou para a equipe nacional neerlandesa se agigantar, dominar a partida na Allianz Arena de Munique e conseguir um 3 a 0 tão convincente que poderia até ter vindo antes - e eis aí um ponto a melhorar para as quartas de final que vêm aí, no sábado, em Berlim, contra a Turquia.

Quando a partida começou em Munique (com Steven Bergwijn como um surpreendente titular), aparentemente, haveria mais pontos a melhorar. Pressionando a saída de bola, a Romênia deixou os Países Baixos sem muito espaço para avançar, criar jogadas, chegar ao ataque. É certo que o único chute a gol romeno foi aos 14' (Dennis Man, arriscando por cima do gol), mas a equipe laranja - jogando de azul, como "visitante" que era - jogava no limite: um erro, e um gol contrário poderia acontecer. Mas aconteceu o inverso: a Romênia amenizou a pressão na saída de bola, e numa das primeiras oportunidades com espaço para atacar, Xavi Simons passou a Cody Gakpo, e ele fez o que melhor sabe. Corte para o meio, chute de pé direito, 1 a 0 Holanda, terceiro gol de Gakpo nesta Euro, seu sexto num grande torneio pela seleção neerlandesa. Nada mal.

Começava aí a melhor fase holandesa. Enfim, se via em campo a intensidade que torcida e imprensa pediam. A começar pela dupla de volantes: atentos, raramente perdendo bolas, sempre acertando passes (100% de acerto para cada um no primeiro tempo), Tijjani Reijnders e Jerdy Schouten foram muito seguros. E distribuíam a bola para Xavi Simons ou Gakpo criarem. Resultado: chances, muitas chances. Tantas que o placar poderia estar mais definido no intervalo. Aos 26', cabeceio de Stefan de Vrij, na rede pelo lado de fora, após escanteio; aos 31', o lançamento em profundidade de Reijnders, cruzado por Denzel Dumfries, e o gol só não saiu porque Radu Dragusin afastou na pequena área. Dumfries, então, fazia o que sempre faz quando tem espaço: uma tremenda ajuda ofensiva. Vasile Mogos precisou sair na Romênia já no 1º tempo (após dividida com... Dumfries), Bogdan Racovitan entrou e sofreu ainda mais ao tentar marcar o camisa 22. A começar aos 44': Dumfries acreditou em jogada, roubou a bola de Racovitan já na área e cruzou, mas Xavi Simons demorou para finalizar. Quando o fez, errou.

Calmo, acertando passes no meio, até avançando ao ataque: Reijnders teve atuação firme que ajudou muito a Laranja. Assim como seu parceiro Schouten (Sebastian Widmann/UEFA)

Até que a Romênia tentou trazer algum tipo de pressão de volta, no segundo tempo. Ainda assim, logo a Holanda neutralizou. E voltou a atacar, apostando na velocidade de Donyell Malen, substituindo um Bergwijn ainda em recuperação de problema muscular. Só que a Laranja também voltou a perder gols: a sorte do goleiro Florin Nita aos 54' (Memphis Depay tentou duas vezes, mas Andrei Ratiu e Racovitan bloquearam antes de Nita defender), Virgil van Dijk cabeceando bola na trave aos 58', Nita espalmando chute de Cody Gakpo aos 62'... e quando a bola enfim balançava as redes, o gol era anulado. Foi o que aconteceu com Gakpo, de fato, impedido ao finalizar aos 63'. Depois, Memphis Depay ainda cobrou falta mandando a bola rente à trave, aos 68'. E Joey Veerman (de volta, substituindo um Schouten em ótimo dia) teve sua chance aos 73', finalizando em diagonal para fora.

Não que a Romênia ameaçasse muito, mas convinha não brincar com a sorte. Mas justamente quando Wout Weghorst, a aposta de gols sempre esperada, era preparada para sair da reserva, Donyell Malen apagou os traumas vividos na eliminação na Euro passada (então, perdeu grande chance de gol contra a Tchéquia, nas oitavas de final). Coube a ele completar para o 2 a 0, na pequena área, em jogada na qual Gakpo teve o mérito de acreditar, driblando dois na linha de fundo; e coube a Malen fazer o terceiro, já nos acréscimos, puxando rápido contra-ataque.

Sim, mais intensidade era pedida, e a Holanda trouxe isso em campo. Claro que há pontos a aprimorar, como a quantidade de gols perdidos, que poderiam ter resolvido o jogo muito antes. Ainda assim, a primeira partida eliminatória vencida pela Laranja numa Eurocopa desde 2000 deixou claro: ela melhorou, e pode mais. Tem a tarefa de continuar mostrando, pois, na partida do próximo sábado.

UEFA Euro 2024 - Oitavas de final

Romênia 0x3 Holanda
Local: Allianz Arena/Football Arena (Munique)
Data: 2 de julho de 2024
Árbitro: Felix Zwayer (Alemanha)
Gols: Cody Gakpo, aos 20', e Donyell Malen, aos 83' e aos 90' + 3

HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries, Stefan de Vrij, Virgil van Dijk e Nathan Aké (Micky van de Ven, aos 69'); Jerdy Schouten (Joey Veerman, aos 69') e Tijjani Reijnders; Steven Bergwijn (Donyell Malen, aos 46'), Xavi Simons e Cody Gakpo (Wout Weghorst, aos 84'); Memphis Depay (Daley Blind, aos 90' + 2). Técnico: Ronald Koeman

ROMÊNIA
Florin Nita; Andrei Ratiu, Radu Dragusin, Andrei Burca e Vasile Mogos (Bogdan Racovitan, aos 38'); Marius Marin (Alexandru Cicaldau, aos 72'); Dennis Man, Nicolae Stanciu (Darius Olaru, aos 88'), Razvan Marin e Ianis Hagi (Denis Alibec, aos 72'); Dennis Dragus (Valentin Mihaila, aos 72'). Técnico: Edward Iordanescu

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Quem sabe?

Babel marcou, Memphis Depay (à direita) também, mas o abraçado Berghuis foi o destaque numa vitória que devolveu algum ânimo à Holanda (ANP)
A lentidão vista na seleção da Holanda que disputou o amistoso contra a Escócia, quinta-feira passada, foi aterradora. Quase um símbolo de todas as falhas - táticas e técnicas - que deixaram a Laranja fora da Copa de 2018. Outra dessas, no jogo desta terça, contra a Romênia, que fecharia o 2017 da equipe, seria um teste de paciência (ou de amor, no caso do simpatizante). Eis que, quando menos se esperava, saiu alguma coisa. Nada excelente: a atuação da Oranje foi apenas para o gasto. Mas foi o suficiente para uma vitória categórica por 3 a 0. Mais importante: uma vitória que revelou algumas perspectivas deixadas para o sucessor de Dick Advocaat.

No começo do jogo, até que os romenos tentaram algo na Arena Nationala de Bucareste. Num erro da defesa, como sói acontecer: aos 10', Daley Blind perdeu a bola no meio-campo para Eric Bicfavi, que arriscou de longe tentando surpreender Jasper Cillessen (previdente, o goleiro voltou rápido e agarrou a bola). Mas aos poucos, a Holanda se impôs. Graças a dois dos melhores jogadores na partida: Memphis Depay e Nathan Aké, ativos pela esquerda. Aos 13', Memphis cobrou falta perto da área, o goleiro Costel Pantilimon rebateu, e Aké mandou para fora na sobra.

Mais quatro minutos, e outra boa jogada surgiu da dupla Aké-Depay: o primeiro lançou o segundo, que cruzou rasteiro para o bom complemento de Davy Pröpper, de primeira, freado por defesa ainda melhor de Pantilimon. Aos 20', o goleiro da Romênia brilhou mais: espalmou para fora chute à queima-roupa de Ryan Babel (atuação levemente promissora), que roubara a bola de Vlad Chiriches. Só aos 23', a Romênia voltou ao ataque com perigo: Constantin Budescu recebeu livre na esquerda e cruzou para difícil defesa de Cillessen, que precisou disputar a bola com George Tucudean. Todavia, a Oranje seguia tranquila em campo. Poderia ter feito o gol aos 38', quando um lançamento longo de Pröpper deixou Memphis Depay em boas condições de chute (Pantilimon saiu bem do gol para pegar). Ou aos 41': após troca de passes, Aké chegou à linha de fundo, mandou a bola para o meio da área, e Babel tentou cabeceio fraco, que Chiriches tirou. Ou principalmente aos 45': Berghuis cruzou, e Babel cabeceou para as redes, mas estava impedido.

Saudado pelos auxiliares Fred Grim e Ruud Gullit, também demissionários, Advocaat pelo menos se despediu com motivos para alegria (Pro Shots)
Sem problemas: a jogada foi para valer logo no começo do segundo tempo, aos 47'. E revelou a melhor atuação na partida: com os espaços deixados na lateral esquerda da Romênia, Steven Berghuis (titular) deitou e rolou. Foi o jogador do Feyenoord que recebeu de Veltman aos 47', andou livre e cruzou da direita para Memphis Depay completar livre para as redes, na segunda trave. Depay ainda tentou retomar o protagonismo aos 54', dominando a bola na entrada da área, mas sua finalização saiu à direita de Pantilimon. Coube a Berghuis tranquilizar de vez a situação para a Holanda: de novo, fez a jogada de um gol. Aos 56', apareceu pela direita, cruzou, e Babel entrou pelo meio da pequena área para marcar seu primeiro gol pela Laranja em dez anos.

Com algumas alterações - e os óbvios espaços que Veltman e Berghuis deixavam na direita -, a Romênia enfim arriscou algo. Aos 68', Cillessen voltou a aparecer: defendeu chute colocado de Gheorghe "Gicu" Grozav, que recebeu na entrada da área após troca de passes. Outro reserva romeno que entrara na equipe de Cosmin Contra chegou perto do gol aos 79': Deniz Alibec recebeu pela esquerda, trouxe a bola para o meio, e arriscou. Passou perto.

Só que a Holanda também havia feito algumas mudanças. E de uma delas saiu o terceiro gol, aos 81’. De novo, com Berghuis participando: o jogador do Feyenoord mandou a bola para a área em falta, e Luuk de Jong cabeceou no canto de Pantilimon para resolver a vitória. Certo, Luuk perdeu gol quase certo aos 88' (estava livre, após lateral cobrado por Aké, mas tocou por cima do gol). Certo, o final do jogo teve o relaxo típico de um fim de ano, com várias entradas: Wesley Sneijder, Marco van Ginkel, Tonny Vilhena, até o estreante Donny van de Beek. E repita-se: a atuação holandesa não foi de encher os olhos.

Parar com a seleção? Por enquanto, Sneijder nem pensa nisso (ANP/Pro Shots)
Mas, pelo menos, serviu para fechar 2017 com alguma honra: ora, uma sequência de cinco vitórias seguidas. Ora, uma vitória que isolou Dick Advocaat como o técnico sob quem a Oranje mais venceu (37 vitórias, superando o inglês Bob Glendenning). Ora, uma vitória que permitiu a Advocaat confirmar sua demissão em paz: "Agora, a nova geração precisa tomar conta", conforme justificou à emissora SBS6. Pois bem: que a "nova" geração - Aké, De Ligt, Berghuis, Memphis, todos destaques no amistoso - jogue melhor e faça merecer confiança. Terá, pelo menos por enquanto, a ajuda do veterano Wesley Sneijder, 133 jogos e contando: "Estou feliz por estar aqui. Se o novo técnico continuar me convocando, continuarei aceitando". E que o novo técnico seja escolhido com o cuidado que não houve na federação entre 2014 e 2018.

Quem sabe, assim, a Holanda tenha mais motivos para sorrir, daqui a alguns anos.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Fechada para balanço

Para a imprensa holandesa, Advocaat desconversou. Mas confirmou à escocesa: deixará seleção após amistosos (ANP)
Ficar fora da Copa de 2018 ainda é um impacto duro demais para que a federação holandesa consiga pensar em qualquer forma de recomeçar os trabalhos para a seleção. Sendo assim, é possível dizer que a Laranja disputará os últimos amistosos de 2017, contra a Escócia (nesta quinta, no estádio Pittodrie de Aberdeen, às 17h45 de Brasília) e Romênia (na próxima terça, às 17h de Brasília, na Arena Nationala de Bucareste), apenas para cumprir tabela. Não é a intenção fazer deles marcos do começo de uma reação para os próximos anos.

Até porque o técnico que comandará a Oranje nas duas partidas já é um demissionário. A bem da verdade, já se suspeitava que Dick Advocaat só cumpriria sua obrigação contra Escócia e Romênia, para depois se despedir da equipe. Porém, já depois do jogo derradeiro das Eliminatórias da Copa, contra a Suécia, Advocaat colocou a possibilidade de seguir comandando a seleção em 2018. À revista Voetbal International, ele ponderou: “Depende da federação. Não quero forçar a diretoria a nada”. Ainda à revista, o treinador também colocava dúvidas sobre as alternativas: “Por quê trazer um técnico estrangeiro? E quem está à disposição? Aliás, também vale para os técnicos holandeses. Os principais ou estão empregados, como Ronald Koeman ou Peter Bosz, ou não querem [treinar a seleção], como Louis van Gaal e Frank de Boer, ou estão no primeiro trabalho da carreira”. Neste último caso, o comandante da seleção não falou nada – nem precisava: são imediatas as lembranças de Phillip Cocu, Giovanni van Bronckhorst e Erik ten Hag.

Ainda assim, mesmo com tais dúvidas, a possibilidade de Advocaat seguir como técnico já era muito remota. E a movimentação desde o dia 10 de outubro, quando houve o jogo contra a Suécia, só tornou a saída do veterano mais provável. Primeiro, com a demissão de Ronald Koeman, no Everton, com o ex-zagueiro já deixando Goodison Park como candidato automático à sucessão na Laranja. Depois, com a antecipação do auxiliar Ruud Gullit: só continuaria na comissão técnica se Advocaat seguisse como técnico, sem cogitar eventual promoção a treinador (possibilidade até aventada pelo atual treinador).

Advocaat seguia enigmático com a imprensa holandesa. No anúncio da convocação definitiva, anunciou: “Já sei o que farei, após o jogo contra a Romênia. A decisão está só comigo, não falei nada à KNVB. Ainda me reunirei”. Só que todo o mistério foi por água abaixo na chegada a Aberdeen: abordado por jornalistas escoceses ainda no saguão do aeroporto, o técnico abriu o jogo. “Estes são meus dois últimos jogos, e depois deles deixarei a seleção”. No treino de reconhecimento do estádio Pittodrie, quando foi a vez de falar com os periodistas compatriotas, Advocaat ainda alegou que não queria dizer o que disse... mas a decisão já estava clara para todos.

Sem novidades na convocação, Holanda terá novamente Sneijder. Até quando? (Laurens Lindhout/Getty Images)
Assim como também estava claro que não haveria grandes novidades nas convocações, segundo Advocaat antecipara na citada entrevista à Voetbal International: “Por que chamar um grupo totalmente diferente? (...) Tem lógica substituir alguns por gente mais jovem, só porque uma nova seleção precisa ser formada?”. E não houve mudanças mesmo: entre os 25 convocados iniciais, estavam os nomes constantes nas chamadas mais recentes. Se havia alguma perspectiva de renovação, era no retorno do veterano Michel Vorm, como um dos três goleiros, e na possibilidade de Jürgen Locadia, um dos goleadores do Campeonato Holandês, enfim estrear como titular na Oranje.

Ambas as novidades caíram por terra ainda no final de semana passado. Com dores no joelho, Vorm foi cortado – Sergio Padt, do Groningen, foi prontamente chamado para acompanhar Jasper Cillessen e Jeroen Zoet. Mais impressionante foi o azar de Locadia, desligado por problema muscular: pela terceira vez, o atacante foi impedido de estrear pela seleção graças às circunstâncias. Em novembro de 2015, Locadia estava no grupo chamado por Danny Blind para o amistoso contra a Alemanha – cancelado por ameaça de atentado terrorista em Hannover. Em março de 2016, lembrado para os duelos amistosos contra França e Inglaterra, o atacante foi excluído da delegação por lesão no tornozelo. Segue sua espera pela oportunidade com a camisa laranja.

Não que a oportunidade fosse imperdível. Afinal, bastaram lesões leves para abaterem mais três dos convocados de princípio. Lesionados no joelho, Vincent Janssen e Wesley Hoedt foram cortados – no caso de Janssen, Luuk de Jong foi chamado para repor a lacuna. Bas Dost também foi dispensado, mesmo que a contusão sofrida por ele contra o Braga, na rodada passada do Campeonato Português, fosse leve. E por um triz não se decidiu desligar Wesley Sneijder, que chegou do Nice sentindo dores.

Sem Robben, as responsabilidades de Memphis Depay ficarão maiores (Getty Images)
Chegando aos poucos na habitual concentração do hotel Huis ter Duin, na cidade de Noordwijk, o assunto era mais a troca de técnico do que a crise holandesa – a ponto de Georginio Wijnaldum ter até feito piada: “Eu até convidei Jürgen Klopp para a seleção, mas ele não quis...”. E aqui e ali, há ecos e perguntas lembrando a saudade de Arjen Robben que a Oranje já sente. Steven Berghuis reconheceu: “Ninguém substituirá Robben”. E Memphis Depay, sobre cujos ombros recairão mais responsabilidades, pede clemência: “Não se pode comparar a minha situação à de Robben. Eu só tenho 23 anos, as pessoas se esquecem disso. Robben já alcançou muito na carreira dele”.

Se houvesse alguma polêmica em potencial, ela estaria nas reclamações de Zoet por estar na reserva – à citada Voetbal International, o goleiro lamentou estar na reserva de Cillessen (justo, já que dos três originalmente chamados, Zoet é o único com pleno ritmo de jogo, com as atuações no PSV): “Não entendo [a reserva]. Mas não posso mudar isso. É uma escolha dos técnicos, e devo lidar com isso. É verdade [que outros fatores interferem], e isso é muito chato para mim. Uma hora falam que é por causa do ritmo, e noutra dizem que isso não interfere. É confuso”. Mas Advocaat minimizou as reclamações, com uma leve alfinetada: “Entendo a chateação dele, mas por que reclamar a uma revista? Ele não falou nada comigo a respeito”. E ficou nisso.

Ou seja: a Holanda apenas treina, para jogar dois amistosos que terão apenas a função de fechar a terceira passagem de Dick Advocaat pela seleção holandesa - quem sabe dando a ele o consolo de ser o técnico com o qual a seleção mais venceu, caso haja duas vitórias, que o fariam superar as 36 do inglês Bob Glendenning. Ainda convocado (e sem intenção de abandonar a seleção – pelo menos, por enquanto), Sneijder confirmou que a fase é de fechar para balanço: “Não é um novo começo, apenas o fim de um período”. Fica para depois a resolução sobre qual será o comandante do novo começo da Laranja – mas por via das dúvidas, Ronald Koeman já aguarda um telefonema em seu pequeno período sabático.

(Coluna originalmente publicada na Trivela, em 9 de novembro de 2017)