segunda-feira, 26 de abril de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 30ª rodada da Eredivisie

Willem II 1x0 RKC Waalwijk (sexta-feira, 23 de abril)

No primeiro jogo do Campeonato Holandês com torcida no estádio após seis meses, o Willem II começou bem mais insinuante em busca da vitória. Comprovou isso no primeiro tempo, com mais ataques e mais chances - como aos 20', num chute de Derrick Köhn rebatido pelo goleiro Kostas Lamprou, e principalmente aos 24', quando Sven van Beek cabeceou no travessão. No começo do segundo tempo, Lamprou salvou o RKC aos 50', num chute de Vangelis Pavlidis. Mas aos 55', foi impossível evitar o 1 a 0: Ché Nunnely cruzou, Pavlidis ainda perdeu o primeiro, mas conferiu na sobra. De quebra, o atacante grego quase fez seu segundo gol aos 67', concluindo na trave. Aí, o Willem II cansou, e os visitantes de Waalwijk assustaram: um cabeceio de Richard van der Venne aos 73', um chute de Moussa Sow aos 81'... mas o time da casa reagiu (Ché Nunnely quase fez nos acréscimos). E com a vitória, ficou um ponto atrás do RKC, respirando contra a queda. A festa da torcida fazia falta...



Heerenveen 0x2 Zwolle (sábado, 24 de abril)

Com os dois times recuados para evitarem contra-ataques, o jogo foi truncado em boa parte do primeiro tempo. Mas o Zwolle arriscou (começando aos 18', com chute de Kenneth Paal). E petiscou: aos 28', de fora da área, Pelle Clement fez 1 a 0. Só então o Heerenveen acordou. E partiu para o ataque, acertando a trave duas vezes - Tibor Halilovic, aos 30', e Siem de Jong, aos 43' (sem contar o chute de Lasse Schöne por cima do gol, aos 37'). No segundo tempo, o time da casa também se esforçava mais em busca do empate. Só faltava a eficiência. E ela sobrou no Zwolle: aos 68', de cabeça, Bram van Polen completou escanteio para o 2 a 0 dos visitantes. Dali por diante, só mais uma chance do abatido Heerenveen, com Rami Hajal, aos 86'. Comemoração para Van Polen, de contrato renovado para seu 15º ano pelo Zwolle. Comemoração para o próprio Zwolle, matematicamente assegurado na primeira divisão por mais um ano.


PSV 1x0 Groningen (sábado, 24 de abril)

Num Philips Stadion emocionado pelas homenagens ao falecido ídolo Willy van der Kuylen, o PSV tentou se impor no ataque. Só faltou acertar a mira: Cody Gakpo acertou o travessão aos 17', Donyell Malen chutou em cima de Sergio Padt aos 22' (após boa jogada), Eran Zahavi mandou para fora aos 26', e Itakura evitou que Ibrahim Sangaré finalizasse na pequena área, aos 37'. Na etapa final, o susto do Groningen foi forte: uma bola de Mohamed El Hankouri na trave, aos 49'. Mas depois, o PSV teve um primeiro gol anulado aos 57' (Zahavi fez, mas a bola estava fora quando Denzel Dumfries cruzou). Pelo menos, o VAR que tirou também deu: deu um pênalti polêmico - mão de Wessel Dammers na bola -, e Zahavi fez 1 a 0 aos 64'. Depois, o VAR apontou impedimento e anulou outros dois gols do PSV: Gakpo aos 70', Malen aos 84'. E o Groningen tentou o empate com El Messaoudi (68') e Dammers (73'). Mas o time da casa venceu em Eindhoven. Enquanto houver chance de título, há esperança...


Sparta Rotterdam 2x0 VVV-Venlo (sábado, 24 de abril)

O Sparta Rotterdam já começou tentando impor respeito no ataque. Só o goleiro Thorsten Kirschbaum impediu que o gol do time da casa viesse mais cedo: Kirschbaum evitou gols de Adil Auassar (3'), Lennart Thy (12') e Sven Mijnans (35'). Mas aos 41', não houve jeito: Laros Duarte bateu de fora da área, a bola desviou em Tristan Dekker e tirou as chances de defesa do arqueiro do VVV - 1 a 0. No segundo tempo, aqui e ali, os visitantes tentavam algo em busca do empate - como fez Zinedine Machach, aos 59' e aos 66'. Porém, o Sparta seguia controlando a partida. Só faltava o gol. Ele veio aos 67', num desvio de Bryan Smeets, após boa jogada. E a vitória estava praticamente garantida, quase sendo ampliada em tentativas de Reda Kharchouch (79') e Deroy Duarte (84'). Ao VVV-Venlo, resta o medo cada vez maior do rebaixamento direto: 11 derrotas seguidas - recorde negativo histórico do clube na Eredivisie -, já em 16º lugar, vendo o Emmen pedir passagem...


Emmen 3x1 Heracles Almelo (domingo, 25 de abril)

O Heracles ainda começou trazendo mais perigo: Noah Fadiga veio da lateral direita para tentar dois chutes, aos 8' e aos 15', mas o goleiro Michael Verrips evitou coisa pior para o Emmen. Aí, o time da casa teve mais a bola. E começou a buscar o gol: Sergio Peña aos 22', Luka Adzic aos 30', Glen Bijl nos acréscimos (cabeceou na trave)... a torcida se animava, vendo o gol perto. E no segundo tempo, ele aconteceu aos 59': Michael de Leeuw foi derrubado na área por Fadiga, e ele mesmo cobrou o pênalti para o 1 a 0. Aí, os donos da casa se seguraram diante do ofensivo Heracles. Rai Vloet quase empatou aos 76': chutou por cima. Porém, uma saída desastrada de Verrips abriu o caminho do empate: ele derrubou Vloet, e este cobrou o pênalti do 1 a 1 aos 83'. Coube a De Leeuw ser a fada madrinha da comovente reação que o Emmen vive na temporada: ele fez 2 a 1 aos 89', num chute forte, e ainda marcou o terceiro nos acréscimos. Torcida em êxtase: o Emmen já teria a "segunda chance" de salvação na primeira divisão, via repescagem. Mas não quer parar por aí. Quem duvida, agora?


Ajax 2x0 AZ (domingo, 25 de abril)

No primeiro tempo, o começo foi do Ajax: Sébastien Haller só não fez aos 7' porque o goleiro Marco Bizot se antecipou, e Nicolás Tagliafico quase fez aos 21'. Daí, a outra parte foi do AZ. Foi a vez de Maarten Stekelenburg salvar o time da casa em Amsterdã: o goleiro bloqueou os chutes de Owen Wijndal (21'), Calvin Stengs (27') e Albert Gudmundsson (32'), mantendo o 0 a 0. Quando a etapa inicial se encerrava, Dusan Tadic deu um sinal do que viria no segundo tempo: quase fez, de falta, aos 43'. Pois bem: se Stekelenburg brilhara antes, Bizot virou o nome do jogo na etapa complementar. Defendeu dois chutes de Tagliafico aos 48' e 63', enquanto o AZ ousou com Gudmundsson (49' e 55'). Só que, aos 66', nem Bizot evitou o 1 a 0, que veio dos pés de Davy Klaassen, à queima-roupa. Pelo menos, o goleiro do AZ voltou a defender demais: Klaassen aos 83', Brian Brobbey aos 86', Ryan Gravenberch aos 89'... mas aí, completando escanteio no último minuto, Klaassen fez 2 a 0. De certa forma, deu início à festa do título iminente do Ajax na Eredivisie.


ADO Den Haag 0x3 Fortuna Sittard  (domingo, 25 de abril)

Diante de um Den Haag alquebrado pela crise dentro e fora de campo, o Fortuna Sittard começou atacando. Chegou perto com Zian Flemming, aos 9', e com Mats Seuntjens, aos 26'. Pouco depois, o time da casa começou a se arriscar, principalmente com Milan van Ewijk - que chutou perto, aos 38'. Porém, na chegada seguinte, o Fortuna fez 1 a 0, com chute rasteiro de Flemming. Os mandantes ainda terminaram pressionando, com Ricardo Kishna, aos 41', mas os visitantes de Sittard quase fizeram de novo antes do intervalo, de novo com Flemming, cabeceando na trave. E tão logo o segundo tempo começou, Sebastian Polter teve retribuída a gentileza do primeiro gol - ele cruzara para Flemming então, ele recebeu o cruzamento para o 2 a 0. Na reta final, o Den Haag deu um leve sinal de vida com Michiel Kramer, aos 64'. Mas tomou o golpe final aos 77', quando Tesfaldet Tekie fez 3 a 0. Fortuna seguro na tabela. E a derrota em campo é o menor dos problemas para o ADO Den Haag...


Feyenoord 0x0 Vitesse (domingo, 25 de abril)

O jogo era em De Kuip, a torcida a celebrar o reencontro era a do Feyenoord... mas o Vitesse é que ficou mais perto do gol no primeiro tempo. Pelo menos três vezes (12', 35' e 45' + 1) Loïs Openda teve a chance de abrir o placar para o time de Arnhem, e em todas elas o goleiro Justin Bijlow agiu bem e salvou o Feyenoord. Ao time da casa, restaram duas chances: um cruzamento de Marcos Senesi que passou perto, aos 28', e um chute de Bryan Linssen por cima do gol. Em meio a um jogo de muitas faltas, no segundo tempo o Stadionclub tentou um pouco mais: Steven Berghuis arriscou aos 49', aos 63' e aos 69', mas o goleiro Remko Pasveer evitou todas essas chances (sem contar chute de Linssen na sequência da tentativa, aos 69'). Ainda assim, a partida seguiu truncada. E teve o símbolo disso na dura expulsão de Berghuis, aos 75', após carrinho por trás em Tomas Hajek. O empate sem gols simbolizou bem uma partida que teve mais briga do que bola.


Twente 1x2 Utrecht (domingo, 25 de abril)

As duas maneiras de atacar ficaram bem definidas para cada time. O Twente partiu para os contra-ataques rápidos. Luciano Narsingh tentou aos 9', Queensy Menig cruzou a bola perto do gol aos 20'... e uma triangulação rápida fez os Tukkers abrirem o placar, aos 28': Ramiz Zerrouki lançou, Luciano Narsingh cruzou, Danilo completou. Aí, foi a vez do Utrecht apresentar o que faria ofensivamente: chutes de fora da área. Adam Maher fez o goleiro Joël Drommel trabalhar duas vezes, aos 37' (sem problemas) e aos 40' (aí Drommel já soltou a bola). Mas foi com a esperteza que os Utregs viraram o jogo, no começo do segundo tempo. Aos 49', Sander van de Streek fez 1 a 1, desviando cruzamento. E aos 55', um erro da defesa do Twente deixou Gyrano Kerk livre para marcar o segundo. A vitória poderia ter sido ainda mais ampla, caso Van de Streek não houvesse perdido um pênalti, aos 60'. Mas após um começo decepcionante de temporada, o Utrecht vai cumprindo seu objetivo inicial no fim.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 21ª rodada da Eredivisie

Fortuna Sittard 0x1 Heracles Almelo (sexta-feira, 5 de fevereiro)

Já aos dois minutos, Mats Seuntjens trouxe a primeira tentativa do Fortuna, chutando na rede pelo lado de fora. E ainda que as chances de gol tenham sido escassas em Sittard, o time da casa tinha mais a bola, rondava mais a área. Só que a eficiência ficou do lado dos visitantes de Almelo: aos 38', numa rara saída para o contra-ataque, Rai Vloet completou cruzamento para fazer 1 a 0. No segundo tempo, os Fortunezen precisaram de mais pressão no ataque. De novo, começaram com Seuntjens: aos 50', o meia-atacante exigiu defesa de Janis Blaswich. Porém, os Heraclieden seguiam a postos - e quase ampliaram aos 66', quando Delano Burgzorg teve o gol impedido por boa defesa de Yanick van Osch. Coube aos anfitriões a melhor chance de gol, aos 75', quando Sebastian Polter mandou a bola no travessão, com um voleio. Mas o Heracles segurou a vitória, interrompendo a subida do Fortuna - e ficando tão firme quanto o time vencido, no meio da tabela.


Emmen 0x1 AZ (sábado, 6 de fevereiro)

O AZ se impôs diante do lanterna da Eredivisie. Pelo menos nas chances criadas: Teun Koopmeiners começou tentando repetir o golaço feito contra o PSV, aos 3'. Depois, Jesper Karlsson bateu aos 5', Owen Wijndal aos 7', mas o destino era sempre o mesmo: as mãos do goleiro Michael Verrips, estreante no Emmen. Depois, Albert Gudmundsson completou cruzamento na trave, aos 22'. Mas não só os Alkmaarders fracassavam no ataque, como também viam os mandantes sonharem com a primeira vitória após 21 rodadas - pelo menos, no chute de Caner Cavlan que Marco Bizot espalmou aos 40'. Veio o segundo tempo, e as chances do AZ continuaram: Calvin Stengs exigiu boa defesa de Verrips já aos 49', depois chutou sem ângulo aos 52', depois Verrips defendeu outro chute, de Karlsson, aos 55'... mas só aos 70', após jogada de Karlsson concluída com cruzamento da esquerda, Yukinari Sugawara completou para o 1 a 0 do alívio. As agruras do Emmen seguem... e o AZ, pelo menos, segue.


RKC Waalwijk 1x1 Zwolle (sábado, 6 de fevereiro)

Precisando um pouco mais da vitória - afinal, está um pouco mais perto das últimas posições -, o RKC Waalwijk teve mais felicidade no começo: já aos 4', o zagueiro Ahmed Touba aproveitou falha da defesa e fez 1 a 0 para os visitantes. Foi a senha para os Zwollenaren fazerem o que lhes restava: buscar o empate. Tentaram com Thomas Lam (aos 15'), com Virgil Misidjan (17'), novamente com Misidjan (35')... mas nada. Pior: o RKC assustava de vez em quando - como com Richard van der Venne, aos 43'. O jeito do jogo seguiu a mesma coisa na segunda etapa: Zwolle pressionando mais, com sustos periódicos dos visitantes - como no chute de Lennerd Daneels, aos 55'. Para evitar o empate, o goleiro Kostas Lamprou defendeu a tentativa de Misidjan aos 67'. Mas aos 72', não houve como buscar o chute de Mustafa Saymak, no ângulo, empatando o jogo em grande estilo. Pelo menos, Lamprou salvou um ponto para o RKC, em defesas aos 84' (desvio de Immanuel Pherai) e aos 89' (consertando uma falha em conclusão de Manuel Benson, ao pegar o rebote de Pherai).


PSV 3x0 Twente (sábado, 6 de fevereiro)

Não só o PSV começou sem muito espaço para seus ataques e trocas de passes, como também teve de aguentar, de vez em quando, contragolpes do Twente - o mais perigoso (e bonito) deles aos 20', quando Luciano Narsingh driblou três, entrou na área e perdeu o gol. No mais, só chutes de fora da área dos Boeren, como com Mohamed Ihattaren, aos 17'. Até que, aos 30', enfim o time de Eindhoven teve espaço e balançou as redes, com Donyell Malen aproveitando rebote. Mais seis minutos, e veio o 2 a 0, com Eran Zahavi completando lentamente. A vitória estava encaminhada. Poderia ter ficado mais firme aos 41', em boa defesa de Joël Drommel para chute de Ihattaren. Ou no começo do segundo tempo, aos 51', quando quem chutou foi Denzel Dumfries. Mas logo depois, Malen fez 3 a 0 - dois gols, em seu 100º jogo pelo PSV. A expulsão de Luka Ilic, aos 75', só facilitou mais a vitória que encurtou momentaneamente a distância dos Eindhovenaren para o Ajax.


Heerenveen 1x0 Vitesse (sábado, 6 de fevereiro)

O Heerenveen podia não criar muitas chances diante dos visitantes de Arnhem, mas cercava mais o ataque desde o começo. E teve a chance de abrir o placar aos 30', quando Danilho Doekhi colocou a mão na bola, e o juiz marcou pênalti. Só que Joey Veerman cobrou, e o goleiro Remko Pasveer salvou o Vitesse com a defesa do pênalti. De quebra, o Vites mostrou algum sinal de vida no fim do primeiro tempo, com chances de Oussama Darfalou, aos 41', e Loïs Openda, aos 43'. Na etapa final, até que o jogo ficou mais equilibrado. O Fean tentava mais - e teve grandes chances aos 58' (cabeceio de Jan Paul van Hecke no travessão) e aos 66' (chute de Tibor Halilovic, bem defendido por Pasveer). Mas o Vitesse assustou vez por outra, como numa tentativa de Patrick Vroegh aos 76'. Até que, aos 83', o gol de Henk Veerman deu o 1 a 0 ao time da casa, impondo a terceira partida seguida sem vitória para o Vitesse. O sonho de entrar na disputa do título vai escorrendo entre os dedos.


Willem II 1x1 ADO Den Haag (quarta-feira, 24 de fevereiro)

Michiel Kramer até deu um alarme falso em nome do ADO Den Haag, trazendo perigo aos 3'. Mas logo o Willem II tomou conta do ataque, no tenso jogo entre dois ameaçados pelo rebaixamento. Porém, a primeira tentativa certa foi perturbada pelo juiz Siemen Mulder: aos 19', ele anulou o gol que Wesley Spieringhs fizera, alegando falta (duvidosa) do volante tricolor no cabeceio. Depois, o Den Haag é que foi prejudicado por decisão de Mulder, aos 43': mesmo numa leve rasteira, Tomislav Gomelt foi expulso diretamente. E no começo do segundo tempo, Mulder marcou um pênalti (Kramer derrubou Spieringhs), e Mike Trésor colocou os donos da casa na frente. O Willem II pareceu entrar na rota da vitória. Mas inesperadamente, os visitantes de Haia empataram: aos 62', Kramer é que sofreu pênalti, de Jordens Peters, e Shaquille Pinas igualou. Daí, Peters foi expulso, aos 75'. E o empate manteve a situação aflitiva dos dois times - Willem II em antepenúltimo, Den Haag em penúltimo.


Groningen 0x0 Feyenoord (quarta-feira, 24 de fevereiro)

De certa forma, o primeiro tempo foi equilibrado. De um lado, o Feyenoord teve mais a posse de bola, e buscou o gol em chutes de longe (Steven Berghuis mandou na trave aos 4', Orkun Kökcü arriscou na diagonal para fora, aos 19') ou em bolas paradas (num escanteio, Luis Sinisterra acertou a trave aos 20'). Do outro lado, o Groningen apostou na velocidade pelos lados e nos passes - com elas, Tomas Suslov tentou aos 11', Gabriel Gudmundsson desviou cruzamento aos 14', Jorgen Strand Larsen cabeceou aos 41': todos eles pararam no goleiro Nick Marsman. Já no segundo tempo, a situação foi diferente. Gudmundsson até tentou para os Groningers, aos 49'. Mas o Feyenoord teve mais chances de gol. Sinisterra cabeceou aos 51' (Alessio da Cruz tirou em cima da linha), Bryan Linssen encobriu o goleiro e acertou o travessão aos 57', Sinisterra novamente acertou a trave aos 81'. De quebra, pediu-se pênalti aos 60', após Bart van Hintum bloquear chute. Nada aconteceu. Mais um empate para o Stadionclub.


VVV-Venlo 0x1 Sparta Rotterdam (quinta-feira, 25 de fevereiro)

No primeiro tempo, de certa forma, já ficou clara a tônica da partida. O VVV-Venlo tendo mais a bola, e chegando mais ao ataque - principalmente nos cruzamentos de Yahcuroo Roemer (ele cruzou aos 18', e Jafar Arias cabeceou para fora; Roemer tentou de novo aos 31', Christos Donis completou, mas o zagueiro Dirk Abels bloqueou). Todavia, o Sparta chegou com mais perigo: aos 42', Abdou Harroui bateu de fora, e o goleiro Thorsten Kirschbaum rebateu. No segundo tempo, a coisa foi a mesma. No começo, o time de Venlo exigiu muito trabalho do goleiro Maduka Okoye, que evitou tentativas de Joshua John (chute aos 55') e Vito van Crooij (cabeceio aos 57' - Van Crooij ainda errou voleio aos 60'). Porém, quando o Sparta voltou ao ataque, foi para fazer 1 a 0 - azar de Kristoffer da Graça, que cometeu o gol contra aos 70'. De quebra, Lennart Thy quase marcou o segundo, e Jeffry Fortes até acertou a trave. E Okoye salvou a vitória importante dos visitantes, com boa defesa nos acréscimos.


Ajax 1x1 Utrecht (quinta-feira, 22 de abril)

A vitória faria o Ajax dar o primeiro passo rumo à conquista do título da Eredivisie no próximo domingo. E o começo foi promissor, com uma chance de Dusan Tadic logo aos 2'. Fechado na defesa, o Utrecht só ousava em um ou outro contra-ataque. Tirou a sorte grande: Nicolás Tagliafico derrubou Gyrano Kerk na área, e o juiz Allard Lindhout deixou passar, mas o VAR alertou, o pênalti foi marcado, e Simon Gustafson fez 1 a 0. Começava aí o drama Ajacied para tentar achar um espaço na cerrada zaga dos Utregs. Tentou-se com faltas bem cobradas (Ryan Gravenberch, aos 16' e 25'), com David Neres quase fazendo aos 32', e com um cabeceio de Sébastien Haller aos 33'. No segundo tempo, um gol estranhamente anulado aos 58' - pelas imagens, Davy Klaassen estava em posição legal, mas a anulação foi confirmada. Aos 66', Edson Álvarez cabeceou no travessão. E aos 70', enfim, o empate, pelo próprio Álvarez. Pelo menos, veio um ponto. Mas o título no domingo ficou difícil. 

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Grandes jogadores holandeses de quem você nunca ouviu falar: Van der Kuylen

Willy van der Kuylen pode não ter sido conhecido no resto do mundo. Na Holanda, porém, sempre será um dos melhores atacantes que o país já viu - em especial, no PSV (Pro Shots)

"O melhor jogador esquecido da Holanda". Assim o diário Algemeen Dagblad abriu o obituário do ex-jogador Willy van der Kuylen, falecido nesta segunda-feira, aos 74 anos, de causas naturais, acrescentadas das complicações do Mal de Alzheimer. Talvez não seja para tanto. Mas também não está tão longe da verdade. Se jogou pouco pela seleção dos Países Baixos (e se é pouco conhecido fora das fronteiras holandesas, por isso), Van der Kuylen é simplesmente o maior jogador da história do PSV - talvez, só Romário chegue perto da representatividade que ele teve para o clube de Eindhoven. De quebra, é o maior goleador da história do Campeonato Holandês: nada menos do que 311 gols pela Eredivisie, entre 1964 e 1982. Por isso, embora pouco falado, Willy mereceu as homenagens recebidas - principal e obviamente, em Eindhoven, onde o PSV viveu um dia de luto.

O amor do futebol logo foi encontrado

Nascido em Helmond, Van der Kuylen começou a jogar no HVV Helmond, clube amador da própria cidade natal, em 1955. Ficou nas categorias de base até 1962, quando teve as primeiras oportunidades no time principal do HVV Helmond. Mas a verdade é que o meio-campista/atacante só começou a carreira profissional para valer a partir de 1964, quando tomou o caminho do PSV (Eindhoven e Helmond são cidades muito próximas). Ali se iniciava uma das grandes histórias de fidelidade que o futebol dos Países Baixos já viu. 

Já na primeira temporada, Van der Kuylen disse a que veio: 20 gols em 27 jogos. Em 1965/66, a segunda temporada, veio a prova definitiva: 22 gols em 30 jogos, e a primeira artilharia de Eredivisie na carreira (dividida com Piet Kruiver, do Feyenoord). Até logicamente, surgiu a primeira convocação para a seleção holandesa - o jogador estreou pela Laranja em 22 de março de 1966, num amistoso contra a Alemanha (derrota por 4 a 2). No mesmo ano, ainda, veio seu primeiro gol pela Oranje, num 3 a 1 contra a Bélgica, em outro amistoso.

Mesmo em meio a uma geração fulgurante de atacantes - Piet Keizer, Sjaak Swart, o próprio Johan Cruyff -, Van der Kuylen começava a se destacar por vários motivos. Primeiro, pela técnica demonstrada: era considerado um jogador classudo, que tanto sabia armar jogadas quanto finalizar (método expresso numa frase dele mesmo: "O futebol é um jogo, não uma guerra, oras"). Depois, pela precisão na hora de concluir para o gol. Por último, pela força nos chutes: seus arremates - com as duas pernas - eram tão fortes que lhe renderam o apelido pelo qual será eternamente conhecido pela torcida do PSV: "Skiete Willy"  (Foguete Willy).

Falando em PSV, o destaque em Eindhoven continuava. Ainda se tratava de um clube médio, os títulos não vinham, o equilíbrio era grande - para nem citar Ajax, havia Feyenoord e Twente como concorrentes. Mas Van der Kuylen se destacava, cada vez mais se consolidava como o grande destaque dos Boeren. E tinha conquistas esportivas para justificar isso. Por exemplo, na temporada 1969/70: com 26 gols, sua melhor marca até então no Campeonato Holandês, mais uma artilharia - e agora, sem ninguém para dividir.

Van der Kuylen (mão esticada) teve a vida encurtada na seleção pela concorrência - e principalmente, pelas tensões com Johan Cruyff (Martens/ANP)

Na seleção, a briga que encurtou o caminho

Se no PSV Van der Kuylen era absoluto, na seleção holandesa o funil começava a ficar estreito demais para ele. Em primeiro lugar, pela concorrência que crescia no meio-campo e no ataque: Willem van Hanegem, Theo de Jong, Robert Rensenbrink, Johnny Rep, Piet Keizer, os irmãos Van de Kerkhof que eram seus colegas de clube... só isso já fez com que sua frequência pela Laranja diminuísse, quando os anos 1970 chegaram. Tanto que a ausência chegou a três anos, entre 1970 e 1973.

Em grande parte, tudo isso se deveu a uma briga semiexplícita de Willy com o principal luminar daquela geração que colocava a Holanda no mapa do futebol mundial. Ele (e outro destaque do PSV que tinha grande talento, o goleiro Jan van Beveren) discordavam em muitas coisas e comportamentos da geração do Ajax que tomava a seleção, Johan Cruyff à frente. Os nomes do PSV preferiam mais discrição; os do Ajax não fugiam de uma boa discussão. Os nomes do PSV prezavam, por exemplo, o orgulho em defender a seleção do país natal; os jogadores do Ajax valorizavam cada vez mais os ganhos financeiros. E assim se ia.

O racha implícito já serviu para que, em 1974, implicitamente, se soubesse que a seleção holandesa estava pequena demais para Cruyff e Van der Kuylen (por tabela, Van Beveren também). A balança pendeu a favor do "Nummer 14", já se destacando no Barcelona, e ainda com os ecos do tricampeonato europeu em que capitaneara o Ajax. E "Skiete Willy" foi ignorado deliberadamente na lista dos 22 convocados para a campanha que marcou época na Alemanha. Mesmo que 1973/74 tenha sido a melhor temporada de sua carreira: não só artilheiro da Eredivisie pela terceira vez (27 gols em 34 jogos), mas enfim com um título a ser comemorado pelo clube de Eindhoven: a Copa da Holanda. Conquistada, aliás, com três gols de Van der Kuylen na goleada da final - 6 a 0 no NAC Breda.

Depois da Copa de 1974, houve um "cessar-fogo": no fim daquele ano, Van der Kuylen não só voltou às convocações, como até atuou nas eliminatórias da Euro 1976, se destacando num jogo da campanha - contra a Finlândia, três gols na goleada holandesa por 4 a 1. Porém, pouco depois, a temperatura da briga com Cruyff, no entanto, voltou a subir. Foi em setembro de 1975, dias antes da quarta partida pelas eliminatórias da Euro, contra a Polônia, fora de casa. Cruyff e Neeskens, ambos já no Barcelona, pediram para se apresentarem mais tarde, ao contrário dos outros convocados do técnico George Knobel. Pedido atendido - para irritação de Van der Kuylen e Van Beveren, com os privilégios. Bastou ambos se apresentarem, para que no dia, Van Beveren verbalizasse, irônico: "Lá vêm os reis da Espanha..." Foi o bastante: ali, sim, a briga ficou explícita, num pedido de Cruyff - ou eles saíam, ou ele saía da seleção. Outra vez, a disputa de poder ficou desigual: os dois nomes do PSV foram cortados no dia seguinte.

Van der Kuylen até voltou a jogar pela seleção holandesa depois daquela briga em 1975: foram mais cinco jogos nos dois anos seguintes, sendo quatro deles pelas eliminatórias da Copa de 1978. Todavia, a tensão com Cruyff lhe cobrou um duro preço: mesmo reconhecido como um dos melhores avantes do país, nunca teria o protagonismo no ataque da seleção laranja. Seu último jogo foi vindo do banco, substituindo exatamente Cruyff, nos 4 a 1 sobre a Irlanda do Norte, que confirmaram a vaga na Copa de 1978, em 12 de outubro de 1977. Capítulo final discreto.

O título da Copa da UEFA em 1977/78 foi o marco da transformação do PSV em time grande na Holanda - e Van der Kuylen, capitão e artilheiro, erguendo a taça, simbolizou isso (DCI Media)

No PSV, o brilho para a eternidade

Pelo menos para a torcida do PSV, tudo bem que Van der Kuylen tivesse vida entrecortada na seleção. Porque foi exatamente naquela metade de década de 1970 que o clube de Eindhoven partiu para se converter num dos grandes clubes dos Países Baixos - e o atacante, na fase madura da carreira, foi talvez o principal personagem desta transformação. Na temporada 1974/75 da Eredivisie, os Boeren enfim foram campeões - e Van der Kuylen, com 28 gols, só não foi o goleador do campeonato porque encontrou adversário ainda mais faminto de bolas na rede: Ruud Geels fez 30 gols, pelo Ajax.

E os títulos começaram a aparecer. Em 1975/76, dupla coroa para o PSV - campeonato e copa neerlandeses (com o atacante fazendo 27 gols na Eredivisie). Só que o melhor viria na temporada 1977/78. Não só por mais uma conquista da liga para os Eindhovenaren, mas também pelo primeiro título europeu da história da agremiação: a Copa da UEFA. Capitão da equipe desde o começo da campanha, Van der Kuylen provou porque era absoluto no ataque do PSV, ao lado do sueco Ralf Edström: marcou dois gols na primeira fase, contra o Glentoran norte-irlandês (6 a 2, no jogo de ida). Mais um na ida da segunda fase, contra o Widzew Lodz polonês (5 a 3). Mais outro nas oitavas de final, contra o Eintracht Braunschweig, da antiga Alemanha Oriental. E só para coroar o tamanho de sua influência na transformação do tamanho do PSV, Van der Kuylen fez um dos gols dos 3 a 0 sobre o Bastia francês, na final daquela Copa da UEFA.

Havia outros destaques históricos naquele PSV: Van Beveren no gol, Huub Stevens e Ernie Brandts na zaga, os irmãos Van de Kerkhof. Mas é possível dizer: o grande símbolo daquele clube médio que virou grande a partir daqueles tempos, na Holanda, foi Willy van der Kuylen.


A partir dali, sua produtividade na frente do gol foi caindo: 14 gols pela Eredivisie na temporada 1978/79, 12 gols em 1979/80, 8 em 1980/81. A titularidade foi sendo perdida gradativamente. E no início da temporada 1981/82, já posto no banco pelo técnico Thijs Libregts, o atacante entrou para jogar apenas cinco minutos contra o NEC. 

Foi um sinal pessoal: era hora de viver o fim da carreira em outros campos. Van der Kuylen pediu para deixar o PSV, e foi atendido. Saiu sob aplausos, com vários motivos para ser reconhecido como o mais importante atleta a ter vestido a camiseta dos Boeren - não bastassem os títulos, nenhum outro fez tantos gols pelo PSV (308 gols), nenhum outro marcou tanto pelo clube em competições europeias (29 gols). Recordes que seguem, mesmo com tantos outros atacantes históricos que passaram por Eindhoven. 

Aquele resto de temporada 1981/82 foi passado no MVV Maastricht. Em 1982/83, Van der Kuylen teve uma experiência na Bélgica, pelo KVV Overpelt, da segunda divisão. E sua carreira acabou ali. O vínculo com o PSV, não.

Van der Kuylen já era eterno para o PSV antes de dar razão a uma estátua no portão do Philips Stadion (Jean Pierre Reijnen/DCI Media)

Para sempre o "Mister PSV"

Já em 1984, Van der Kuylen voltou ao meio do PSV que conhecia tanto. Lá, ocuparia os mais variados cargos: treinou vários times das categorias de base, foi auxiliar técnico, foi "olheiro", ajudou a treinar os atacantes que passaram pelo clube. Só teria uma pausa entre 1991 e 1993, quando foi auxiliar no Roda JC. De resto, se acostumou a ser rosto conhecido no Philips Stadion, reverenciado pela torcida, respeitado pelos adversários, apelidado para sempre como o "Mister PSV".

A veneração de que era alvo em Eindhoven foi eternizada com dois atos em 2011 - uma biografia ("Onze Willy" - "Nosso Willy", em português -, de Frans van den Nieuwenhof) e uma estátua, na porta do Philips Stadion. Sempre que possível, seguia vendo os jogos do clube. Seguia respeitado como símbolo - tanto que foi ele o nome escolhido para entregar a taça ao PSV campeão holandês, em 2014/15.

Não houve muitas mobilizações públicas de pranto pela morte de Van der Kuylen em Eindhoven, em tempos de pandemia. Porém, os ramalhetes de flores aos pés de sua estátua deixam claro o tamanho da importância que ele teve na história do PSV. Se não deixarem, serve uma frase dita ao jornal Algemeen Dagblad citado no começo do texto: "Ele foi o Johan Cruyff do PSV". Não é exagero.

Wilhelmus Martinus Johannes Leonardus "Willy" van der Kuijlen
Nascimento: 6 de dezembro de 1946, em Helmond, Holanda
Carreira: HVV Helmond (1962 a 1964), PSV (1964 a 1981), MVV Maastricht (1981 a 1982) e KVV Overpelt-BEL (1982 a 1983)
Seleção: 22 jogos e 7 gols, entre 1966 e 1977


quinta-feira, 15 de abril de 2021

Não adianta chorar

Eliminado da Liga Europa, o Ajax sabe muito bem o motivo da lamentação - que Erik ten Hag expressou durante o jogo: as tantas chances que ele mesmo perdeu (Pro Shots)

"Os italianos não podem lhe vencer, mas você pode perder para eles" - eis uma das frases mais conhecidas da "filosofia" de Johan Cruyff. De certa forma, o Ajax viveu a tradução visível deste ditado contra a Roma, nas quartas de final da Liga Europa. Na ida, foi o que se sabe: placar aberto, chances a granel perdidas para ampliar a vantagem contra o time italiano, a falha do goleiro Kjell Scherpen no empate romanista, e a virada punitiva dos visitantes - 2 a 1 em Amsterdã. E na volta, nesta quinta, não adiantou o esforço maior dos Ajacieden no segundo tempo, em busca da classificação: o 1 a 1 representou a eliminação do Ajax na competição europeia, com a Roma, mais competente, avançando às semifinais.

Aliás, a bem da verdade, o Ajax nem fez muito por merecer isso, no primeiro tempo jogado no Estádio Olímpico. Mesmo com mais posse de bola, como de costume, as trocas de passes eram lentas demais para envolver a defesa da Roma, muito bem fechada e firme - não bastassem os três zagueiros, os recuos dos laterais (Rick Karsdorp na direita, Riccardo Calafiori na esquerda) voltavam para formar uma linha quase impenetrável à frente da área. Além do mais, se algum time aparentava mais competitividade no ataque, era o romanista. Tanto que, aos 5', Lorenzo Pellegrini quase aproveitou um contragolpe - driblou Sean Klaiber, mas seu chute foi fraco demais. E aos 8', Jordan Veretout chegou a completar uma bola para as redes - o gol foi anulado por impedimento.

O Ajax? Só chegou mais perto num erro de Pau López, aos 13', quando a bola ficou com Davy Klaassen, e ele cruzou - mas Amadou Diawara bloqueou a finalização de Antony. De resto, simplesmente não havia espaço para finalizações. Muito menos para Antony e David Neres avançarem pelas pontas. Resultado: só cruzamentos faziam o time holandês dar trabalho à Roma. Como aos 10', num cabeceio de Nicolás Tagliafico. Ou aos 22', quando Dusan Tadic completou cruzamento de Sean Klaiber. A própria saída do lateral direito, logo depois, por lesão muscular na coxa, foi um fator que atrapalhou mais ainda a própria incapacidade Ajacied de perturbar a vantagem do time da casa. Depois, só mais uma finalização, de Tadic, aos 36'.

Brobbey faz 1 a 0 - e dá alguma esperança ao Ajax. Ainda assim, a pressão após o gol veio mais na vontade do que na capacidade de vencer a firme defesa romanista (Maurice van Steen)

Restavam 45 minutos para o Ajax tentar dois gols (desde que não tomasse nenhum). Era isso, ou a eliminação. Erik ten Hag pôs em campo Brian Brobbey, e bastaram quatro minutos para o atacante dar mais uma mostra do que poderia ser em Amsterdã - e não será. Afinal, ele completou para o 1 a 0, aos 49', após um chutão-que-virou-lançamento de Perr Schuurs. Era o melhor momento possível: ainda havia tempo para o segundo gol. Que quase veio, aos 56': Tadic chegou a aproveitar rebote para as redes, mas seu gol foi anulado (corretamente), por falta de Tagliafico em Henrikh Mkhitaryan na origem da jogada. No entanto, a pressão ainda era muito mais na vontade do que na organização. Trabalhar, mesmo, Pau López trabalhava pouco.

Além do mais, pouco a pouco, a Roma ganhava espaço para contragolpes, enfim. Começava a trazer algum perigo. E finalmente, aos 72', veio o gol: uma boa jogada de Calafiori rendeu o cruzamento, a bola desviou em Ryan Gravenberch, e sobrou para Edin Dzeko conferir na pequena área o 1 a 1. Foi praticamente o decreto da desclassificação. Por mais que os nomes viessem levar o Ajax mais à frente - Mohammed Kudus, Oussama Idrissi, Lassina Traoré -, a pressão era infrutífera. 

E a Roma se classificou. De certa forma, o Ajax ficou numa decepção controlada. Decepção, porque sabia que, com mais eficiência, quem sabe poderia estar nas semifinais da Liga Europa. Controlada, porque há a final da Copa da Holanda no próximo domingo, há um título muito bem encaminhado na Eredivisie... a coisa não está tão ruim assim. 

Além do mais, o time caiu por seus próprios deméritos. Não adianta chorar as chances desperdiçadas.

Liga Europa - Quartas de final - jogo de volta

Roma 1x1 Ajax
Data: 15 de abril de 2021
Local: Estádio Olímpico (Roma)
Juiz: Anthony Taylor (Inglaterra)
Gols: Brian Brobbey, aos 50', e Edin Dzeko, aos 72'

Roma
Pau López; Giacomo Mancini, Bryan Cristante e Roger Ibañez; Rick Karsdorp, Jordan Veretout, Amadou Diawara e Riccardo Calafiori (Gonzalo Villar); Henrikh Mkhitaryan (Pedro) e Lorenzo Pellegrini; Edin Dzeko (Borja Mayoral). Técnico: Paulo Fonseca

Ajax
Maarten Stekelenburg; Sean Klaiber (Perr Schuurs) (Oussama Idrissi), Jurriën Timber, Lisandro Martínez e Nicolás Tagliafico; Edson Álvarez (Mohammed Kudus), Davy Klaassen e Ryan Gravenberch; Antony (Brian Brobbey), Dusan Tadic e David Neres (Lassina Traoré). Técnico: Erik ten Hag

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 29ª rodada da Eredivisie

Vitesse 0x0 ADO Den Haag (sexta-feira, 9 de abril)

Quando o jogo começou, o Vitesse tentou a imposição esperada contra o lanterna da Eredivisie. Oussama Tannane abriu os trabalhos com um chute no travessão, aos 8'. Depois, aos 14', Eli Dasa só não fez 1 a 0 porque Milan van Ewijk (único nome promissor do Den Haag) bloqueou na pequena área. E o Vites... ficou nisso. Por um bom tempo, foi incapaz de perturbar os visitantes de Haia. Só pressionou quando o segundo tempo começou - aos 49', num chute de Riechedly Bazoer. Depois, aos 66', um cabeceio de Dominik Oroz - substituto do adoentado Danilho Doekhi na zaga -, para fora. Diante de tal marasmo, o Den Haag teve esperanças, em chutes de Kees de Boer (63') e Marko Vejinovic (76'), ambos defendidos pelo goleiro Remko Pasveer. O Vitesse teve mais razões para lamentar o empate sem gols no placar. Ao lanterna, pelo menos, foi um ponto a mais.


Heracles Almelo 4x0 Willem II (sábado, 10 de abril)

Bastou o jogo começar para o Heracles Almelo já sinalizar como venceria o Willem II: nos cruzamentos. Foi de um escanteio de Rai Vloet, aos 6', que Sinan Bakis desviou para fazer 1 a 0. No resto do primeiro tempo, os visitantes de Tilburg tiveram mais a bola, mas nada de ameaças. Firme na defesa, quando o Heracles ameaçou de novo, foi já para fazer 2 a 0 - aos 38', de novo um cruzamento (de Kasper Lunding), de novo Bakis, de novo para as redes. E qualquer expectativa de mais ataque dos Tilburgers, com a entrada de Ché Nunnely no segundo tempo, morreu quase no nascedouro: bastaram 28 segundos da etapa final para um escanteio, que Robin Pröpper cabeceou para o 3 a 0. Só para ampliar o placar de uma vitória já encaminhada, Vloet fez o quarto gol dos Heraclieden aos 77'. Completando cruzamento (de Lucas Schoofs), é claro.


AZ 2x0 Sparta Rotterdam (sábado, 10 de abril)

Bastaram dois minutos para o primeiro sinal de domínio do AZ no jogo: só uma ótima defesa de Maduka Okoye, com os pés, impediu o gol de Myron Boadu. Depois, aos 11', Okoye ainda evitou o gol de Calvin Stengs. Porém, aos 14', não houve jeito: substituto do suspenso Teun Koopmeiners, Jordy Clasie comemorou o 1 a 0 que fez, num chute da entrada da área. Mesmo com o Sparta querendo pressionar, o time da casa dominou em Alkmaar: Boadu quase completou bonita jogada para o gol aos 25', e Jesper Karlsson teve gol anulado aos 38'. No segundo tempo, os visitantes assustaram levemente, num cabeceio de Lennart Thy, aos 57'. Porém, as coisas quase se restabeleceram aos 61', quando Dirk Abels evitou um gol de Boadu. E aos 66', Dani de Wit deu o golpe definitivo, fazendo 2 a 0  - e mantendo o AZ forte na reta final.


Fortuna Sittard 1x3 Emmen (sábado, 10 de abril)

Lisandro Semedo ainda deu um sinal de vida para o Fortuna Sittard, num chute aos 10', após bela jogada. Porém, precisando vencer para seguir sua reação na tabela, o Emmen foi à frente. Paul Gladon teve gol anulado aos 33', e Luka Adzic cabeceou para fora aos 42'. Só no segundo tempo veio a consequência de tanta pressão: Roel Janssen derrubou Gladon, o pênalti foi marcado (e Janssen, expulso), Sergio Peña fez 1 a 0 para os visitantes. Só aí, com um a menos, o Fortuna Sittard voltou a atacar. Gradualmente, chegou em jogadas isoladas (Mats Seuntjens, aos 76') ou em chutes (Samuel Moutoussamy, aos 82'). E aos 85', Dimitrios Emmanoulidis, vindo do banco, fez 1 a 1. Parecia impacto duro para o Emmen. Prontamente amenizado: Glenn Bijl foi derrubado na área pelo próprio Emmanoulidis, outro pênalti aos 89', e Bijl converteu: 2 a 1. De quebra, nos acréscimos, Gladon, que já tivera dois gols anulados, quase teve um terceiro, mas o VAR sacramentou: 3 a 1. Emmen só um ponto abaixo da 16ª posição, que já dá a "segunda chance" de ficar na Eredivisie, via repescagem: quem diria?


Zwolle 1x0 Twente (sábado, 10 de abril)

No começo do jogo, o Twente ousou mais, fora de casa, com rapidez nas pontas - foi assim que Queensy Menig já mandou bola na trave, aos 4'. Porém, aos poucos, os visitantes diminuíram o ritmo. Foi a hora do Zwolle avançar, em chutes de fora da área. Uns menos perigosos (Dean Huiberts, aos 29'), outros mais (como o de Immanuel Pherai, aos 11')... e aos 35', a mira dos mandantes foi certa: Pherai arriscou de novo, o goleiro Joël Drommel rebateu, e Virgil Misidjan estava a postos para fazer 1 a 0. No segundo tempo, os visitantes de Enschede demoraram para buscar o empate. E buscaram também de fora da área. Menig e Danilo tiveram possibilidade, com um escanteio no meio, aos 61'. Na reta final, a pressão dos Tukkers foi maior, mas aí o goleiro Xavier Mous apareceu: pegou chute de Luciano Narsingh (83'), cabeceio de Danilo (86'), outro chute de Menig (87')... e o Zwolle impôs o sétimo jogo seguido sem vitórias para o Twente. Melhor para os Zwollenaren, mais estáveis na tabela.


Utrecht 1x2 Feyenoord (domingo, 11 de abril)

O Utrecht teve menos a bola. Mas chegou mais perigosamente ao ataque no começo. Aos 4', um primeiro sinal, no chute de Sander van de Streek, para fora. Aos 11', alerta mais forte: Gyrano Kerk cabeceou e forçou boa defesa de Justin Bijlow. No escanteio da sequência, veio o 1 a 0 dos Utregs - desvio acidental de Leroy Fer, gol contra. De quebra, Kerk quase ampliou, já aos 15'. Porém, se atacava pouco, o Feyenoord teve o "presente" "retribuído" numa bola parada: aos 27', num escanteio, Simon Gustafson desviou de cabeça - mais um gol contra, 1 a 1. Aos poucos, o ritmo forte do time da casa caiu no ataque. Mais seguro em campo, quando o Feyenoord avançou de novo, virou o jogo, já no segundo tempo: aos 57', após chance de Mark Diemers, Steven Berghuis (sempre ele...) fez 2 a 1. Depois, Bijlow se encarregou de estar a postos para boa defesa aos 74', num chute de Moussa Sylla. Lesionou-se, Nick Marsman entrou e também colaborou, pegando chute de Eljero Elia. O Feyenoord venceu na eficiência.


VVV-Venlo 0x2 PSV (domingo, 11 de abril)

O VVV-Venlo escalou cinco na defesa? Nada mudou: o PSV começou dominando, como se esperava. Eran Zahavi já teve uma chance, aos 7', e a bola entrou já na segunda oportunidade, aos 13', em bonita jogada concluída com chute de Cody Gakpo. Vantagem garantida, o time de Eindhoven diminuiu o ritmo. E mesmo sem criar chances de ataque, tampouco era perturbado pelo VVV - na única chegada, aos 18', Giorgos Giakoumakis até fez o goleiro Yvon Mvogo trabalhar, mas estava impedido. Quando o segundo tempo começou, até que o time da casa começou a insinuar uma leve pressão buscando o empate - por exemplo, num chute de Giakoumakis bloqueado por Pablo Rosario, aos 56'. Mas antes que a pressão ficasse realmente séria, veio o 2 a 0 do PSV, aos 59', com Donyell Malen completando troca de passes na pequena área. Malen teve mais chances de marcar (61', 71', 75'), mas a vantagem já era o bastante: o VVV não conseguiria ameaçar mais o vice-líder.


Groningen 0x2 Heerenveen (domingo, 11 de abril)

No princípio, foi a pressão do Groningen. Já aos 3', Jorgen Strand Larsen completou cruzamento por cima do gol; e aos 18', só o goleiro Erwin Mulder evitou o gol de Alessio da Cruz, livre na área. Depois, foi o crescimento gradual e consistente do Heerenveen na partida. Aí apareceu o goleiro Sergio Padt, com sucessivas boas defesas: num chute de Tibor Halilovic aos 28', na tentativa de Mitchell van Bergen aos 39', quando Joey Veerman finalizou aos 45'... no segundo tempo, em que pese uma tentativa de Patrick Joosten para o Groningen, aos 47', o Heerenveen seguiu fazendo Padt trabalhar. Halilovic aos 51', Henk Veerman aos 53'... até que, aos 71', Sherel Floranus foi derrubado por Gabriel Gudmundsson. Pênalti, Henk Veerman bateu, 1 a 0. Aí, até Arjen Robben, voltando aos campos após quase seis meses, entrou para ajudar numa pressão. Mas foi o time visitante que fez 2 a 0, aos 87', com Halilovic completando triangulação. Robben quase fez o gol que coroaria sua volta, nos acréscimos: era tarde.


RKC Waalwijk 0x1 Ajax (domingo, 11 de abril)

O de sempre para o Ajax: procurar controlar a posse de bola, rondando sempre a área do adversário mais frágil. Se o RKC Waalwijk teve alguma chance aos 11' (Lennerd Daneels teve chute bloqueado por Jurriën Timber), os visitantes de Amsterdã responderam logo na sequência, quando Dusan Tadic quase fez. Aos 13', após troca de passes, Edson Álvarez chutou perto. E aos 15', Sébastien Haller se esticou para fazer 1 a 0, num voleio acrobático após cruzamento. E na prática, o Ajax não fez muita coisa mais no restante do jogo. Fora uma ou outra oportunidade no segundo tempo - o chute cruzado de Dusan Tadic aos 51', a tentativa de Nicolás Tagliafico que quase rendeu gol contra de Melle Meulensteen aos 67' -, os Amsterdammers diminuíram o ritmo. Diminuíram tanto que o RKC Waalwijk até se animou, com a entrada de vários atacantes. Até assustou, aos 74', com cobrança de falta de Cyril Ngonge, no travessão. Pouco para evitar outra vitória tranquila do Ajax. Tranquila até demais.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Palavras repetidas

O Ajax dominou a Roma até o pênalti perdido por Tadic. No lance da foto, Scherpen falhou, e os visitantes empataram. E o time de Amsterdã viu a velha história (Stanley Gontha/Pro Shots)


O Ajax criou chances e mais chances no jogo. Teve mais a bola, teve muita oportunidade de fazer gols, exerceu domínio, cercou a defesa adversária... mas fez poucos gols. O adversário, mais defensivo, arriscava-se apenas em poucos contragolpes, ou em bolas paradas. Mas teve bem mais eficiência nas finalizações. E por isso, saiu de Amsterdã com a vitória. Histórias semelhantes já foram escritas aqui sobre os Godenzonen, em várias outras partidas. Nesta quinta-feira, foi a vez da Roma sair sorrindo da Johan Cruyff Arena, com o 2 a 1 que lhe deixa à frente, nas quartas de final da Liga Europa.

A bem da verdade, mesmo no primeiro tempo - moroso, na maioria do tempo - a equipe aurirrubra da capital da Itália já deixava claro que podia causar problemas. O Ajax ia mais à frente, mas dois nomes traziam perigo: Leonardo Spinazzola nos avanços pela esquerda, Edin Dzeko nas finalizações. Tanto que o atacante bósnio quase marcou, aos 11', além de fazer Kjell Scherpen trabalhar, aos 23'. De quebra, mesmo em poucos ataques, até Bryan Cristante, escalado na zaga nesta quinta, também arriscou chute aos 16', espalmado pelo goleiro do Ajax.

Só que a lesão muscular que tirou Spinazzola do jogo, ainda no primeiro tempo, enfraqueceu de vez o ataque da Roma. Se até então o Ajax só trouxera perigo real num chute de Ryan Gravenberch, aos 4', a partir da metade da etapa inicial os espaços na defesa romanista começaram a aparecer. Da primeira vez, Dusan Tadic errou, aos 32'. Da segunda, quem errou foi Gianluca Mancini, zagueiro da Roma, lento demais para dominar a bola. Aí, Davy Klaassen aproveitou. Passou a Tadic, que lhe devolveu para que ele, livre, fizesse 1 a 0 aos 39'. De quebra, Antony quase ampliou aos 41'.

O gol de Klaassen parecia abrir caminho para uma dominação. Parecia... (AP)

Parecia que o Ajax conseguiria envolver a Roma, como fizera com Lille, na segunda fase, e Young Boys, nas oitavas de final. Já começou o segundo tempo como terminara o primeiro: ativo no ataque, sem deixar a Roma respirar. Num erro,, Roger Ibañez cometeu pênalti sobre Tadic. Parecia o caminho aberto para uma vantagem valiosa, com o segundo gol. Mas Pau López, que já assustara algumas vezes com erro nas reposições de bola, consertou tudo da melhor maneira possível: tendo paciência para pegar o pênalti de Tadic, aos 52'. Do outro lado, Scherpen, pouquíssimo acionado até ali, vindo de uma boa participação na Holanda que jogou a fase de grupos da Euro sub-21 (e com uma ótima defesa contra o Heerenveen, na rodada passada do Holandês) cometeu, aos 57', um daqueles "frangos" que dão razão para crescimento de desconfianças: Edson Álvarez cometeu falta sobre Pedro, nas proximidades da área, e Lorenzo Pellegrini apareceu na infelicidade de Scherpen para fazer 1 a 1.

Em cinco minutos, o domínio se perdera. E aí, foi a velha história tristemente conhecida dos Ajacieden. Incompetência nas várias chances, fazendo Pau López brilhar: o goleiro espanhol da Roma espalmou o chute de Nicolás Tagliafico aos 68', bloqueou a finalização de Brian Brobbey (substituindo um David Neres que apareceu pouco no jogo) aos 69' e o toque de letra de Antony aos 73', espalmou um voleio também de Antony aos 79'... e a Roma, só tendo paciência, só esperando a chance - apenas Dzeko tentara, num cabeceio aos 55', antes ainda do empate. A chance veio num escanteio, aos 87'. Klaassen rebateu fraco, e Ibañez apareceu brilhantemente, num voleio que estufou as redes.

Era outro capítulo de uma história conhecida. Que dispensa palavras repetidas para descrevê-la. Só resta tentar repetir, no Estádio Olímpico de Roma, na próxima quinta, outro cenário: a classificação, fora de casa.

Liga Europa - Quartas de final - jogo de ida

Ajax 1x2 Roma
Data: 8 de abril de 2021
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Juiz: Sergey Karasev (Rússia)
Gols: Davy Klaassen, aos 39'; Lorenzo Pellegrini, aos 57', e Roger Ibáñez, aos 87'

Ajax
Kjell Scherpen; Devyne Rensch (Sean Klaiber), Jurriën Timber, Lisandro Martínez e Nicolás Tagliafico; Edson Álvarez, Davy Klaassen e Ryan Gravenberch; Antony (Oussama Idrissi), Dusan Tadic e David Neres (Brian Brobbey). Técnico: Erik ten Hag

Roma
Pau López; Gianluca Mancini, Bryan Cristante e Roger Ibáñez; Bruno Peres, Amadou Diawara, Jordan Veretout (Gonzalo Villar) e Leonardo Spinazzola (Riccardo Calafiori); Lorenzo Pellegrini e Pedro (Carles Pérez); Edin Dzeko (Borja Mayoral). Técnico: Paulo Fonseca

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: como foi a 28ª rodada da Eredivisie

VVV-Venlo 0x1 Groningen (sábado, 3 de abril)

O VVV-Venlo já começara tentando ser mais ofensivo - até por precisar mais da vitória. E teve um grande e precoce álibi para isso. O volante Azor Matusiwa já levara o primeiro cartão amarelo aos 7' - e aos 20', por carrinho no tornozelo de Vito van Crooij, Matusiwa levou o segundo amarelo e foi expulso, deixando o Groningen com dez. O caminho se abriu um pouco mais. Só que os mandantes de Venlo seguiram sem atacar muito. Se um time tentou o gol, foi o visitante: com Jorgen Strand Larsen aos 39', e com Tomas Suslov, aos 45'. Na etapa complementar, foi mais ou menos a mesma coisa. Chances do time da casa, só aos 77' (falta de Vito van Crooij) e aos 82' (finalização de Georgios Giakoumakis), ambas evitadas pelo goleiro Sergio Padt. Aí, o Groningen foi mais eficiente: numa única chance, aos 87', Mohamed El Hankouri fez 1 a 0, num bonito chute colocado. Nos acréscimos, Yahcuroo Roemer até empatou. Mas o VAR anulou - Roemer impedido. Chance perdida. Celebração do Groningen.



Willem II 0x1 AZ (sábado, 3 de abril)

Se a questão era uma expulsão precoce, o AZ "exagerou": aos 5', Teun Koopmeiners atrasou ao levantar o pé, derrubou Vangelis Pavlidis na dividida e levou diretamente o cartão vermelho, na mais rápida exclusão de um jogador do AZ na história do clube na Eredivisie. Ainda assim, aconteceu o que já se vira em VVV-Venlo x Groningen: o clube em superioridade de jogadores (no caso, o Willem II) chegou pouquíssimo perto do gol. No primeiro tempo, só um chute, de Leeroy Owusu, aos 27'. De resto, após se reorganizar, o AZ foi superior na partida. E os visitantes de Alkmaar comprovaram isso no segundo tempo, quando tiveram dois gols anulados. No primeiro, aos 59', Myron Boadu estava impedido ao receber o lançamento; depois, aos 64', a bola já passara a linha de fundo quando Fredrik Midtsjo cruzou para Albert Gudmundsson concluir. Mas aos 72', nada impediu o 1 a 0 de Gudmundsson, em rebote. Só aí os mandantes tiveram chances em Tilburg, com Pavlidis (80') e Sven van Beek. Já era tarde.


Twente 1x2 Vitesse (sábado, 3 de abril)

Mesmo fora de casa, o Vitesse já era mais ofensivo, com menos (chute de Matus Bero, aos 8') ou mais (cabeceio de Jacob Rasmussen, defendido por Joël Drommel aos 17') perigo. Ainda assim, só um pênalti propiciou a abertura do placar, e foi para o Twente: em pênalti aos 20' - mão de Danilho Doekhi na bola -, Danilo bateu para o 1 a 0. Todavia, os visitantes de Arnhem seguiram insistindo. Chegaram perto numa falta que Oussama Tannane mandou no travessão, aos 32'. E pagaram aos Tukkers na mesma moeda: outra bola na mão (o zagueiro Kik Pierie), outro pênalti marcado (aos 42'), e Tannane converteu: 1 a 1. No segundo tempo, o Vites prosseguiu rondando mais o ataque. Aos 53', Loïs Openda e Armando Broja perderam chances em sequência. Mais um minuto, e Openda mandou perto do gol. Aos 65', Tannane lançou certo, mas Bero errou na hora do chute. A virada só podia vir de... outro pênalti: nos acréscimos, Max Wittek foi derrubado, e Tannane cobrou para o 2 a 1. Vitória útil do Vites.


Sparta Rotterdam 3x2 Zwolle (sábado, 3 de abril)

O começo do Sparta foi fulgurante. Wouter Burger já podia ter marcado o gol aos 3': cara a cara com o goleiro Xavier Mous, mandou para fora. Mas aos 7', o lateral Mica Pinto completou boa triangulação com Sven Mijnans e Abdou Harroui para o 1 a 0 dos mandantes. Daí, o Zwolle teve algumas possibilidades: um desvio de Bram van Polen por cima aos 12', um cabeceio de Slobodan Tedic aos 16'... mas o Sparta consolidou o melhor primeiro tempo num chute de Harroui, aos 35'. Só na etapa final é que os visitantes partiram para cima, em outro início acelerado. Aos 49', quase Eliano Reijnders empatou; e aos 52', contando com a sorte de um desvio, Van Polen empatou. Mais: aos 63', num chute de fora da área, Tedic virou para os Zwollenaren. Porém, quando parecia que os visitantes venceriam e se estabeleceriam no meio de tabela, Lennart Thy foi o homem da virada. Aos 76', o alemão empatou, de pênalti; e no último lance do jogo, de cabeça, Thy decretou a vitória dos Spartanen.


Feyenoord 2x0 Fortuna Sittard (domingo, 4 de abril)

Desde o começo em De Kuip, o Feyenoord teve mais a bola, e circulou mais perto do ataque. Mas não só demorou para entrar na área, como levou alguns sustos dos visitantes de Sittard (com Mats Seuntjens, aos 15', e Sebastian Polter, num cabeceio aos 35'). Do Stadionclub, só Róbert Bozeník, de volta aos titulares, tentou mais: um arremate de fora aos 21', um chute cruzado aos 25', até um gol anulado aos 26' (estava impedido, de fato). No começo do segundo tempo, o Fortuna quase abriu o placar, com Zian Flemming, aos 50'. Fez falta: um minuto depois, Steven Berghuis cruzou com precisão, e Bryan Linssen cabeceou para o 1 a 0 do time da casa. Que criou mais chances de ampliar: nos arremates de Tyrell Malacia (60') e João Teixeira (80'), ambos rebatidos pelo goleiro Yanick van Osch, ou na bola que Aliou Baldé mandou na trave, aos 73'. Até que, aos 82', Baldé deixou Berghuis livre no contra-ataque, e ele fez o que costuma fazer: gol. O 2 a 0 de uma vitória sem tensões.



PSV 3x0 Heracles Almelo (domingo, 4 de abril)

O Heracles Almelo deixou claro: seria um time à espera do espaço para o contra-ataque, enquanto se defendia com cinco homens atrás. Não adiantou: aos 9', um lançamento rápido, um chute preciso de Donyell Malen, PSV 1 a 0. Mais um pouco, e aos 21', Olivier Boscagli mandou a bola com precisão, na cabeça de Denzel Dumfries, que marcou o segundo. O time da casa dominava, e quase fez mais com Malen, aos 23', Cody Gakpo, aos 34', e Mario Götze, aos 45'. Ao Heracles, só restou um único espaço daqueles para contra-ataque, no qual Delano Burgzorg tentou, aos 42'. No segundo tempo, tranquilo na frente, o time da casa apenas controlou o resultado. Boa chance, só num cabeceio de Gakpo, aos 63'. E mais ainda após a entrada de Mohamed Ihattaren. Ele tentou aos 80', aos 86'... e fez o terceiro gol em grande estilo, nos acréscimos: um primoroso chute da entrada da área, encobrindo o goleiro Janis Blaswich, no ângulo.



ADO Den Haag 1x4 Utrecht (domingo, 4 de abril)

Até que o ADO Den Haag tentou acreditar que poderia surpreender, com um chute de Bobby Adekanye, aos 4'. Mas não demorou muito para o Utrecht jogar na cara do lanterna da Eredivisie a sua triste realidade. Começou com Gyrano Kerk fazendo 1 a 0, aos 10'. Continuou em dois gols após bonitas jogadas: aos 17', Joris van Overeem completou troca de passes para o 2 a 0, e Othman Boussaid acertou chute no ângulo para o terceiro gol, aos 44'. E houve mais chances - como as de Bart Ramselaar e Mimoun Mahi, em sequência, aos 28'. Na etapa complementar, mais chances dos Utregs: Benaissa Benamar aos 48', Kerk aos 57', Moussa Sylla aos 69'... só que Jonas Arweiler é que diminuiu o placar para o Den Haag, aos 72', trazendo alguma esperança. Esperança destroçada dois minutos depois: Adam Maher chutou de longe, a bola desviou e foi ao ângulo - Utrecht 4 a 1, quinta vitória seguida fora de casa (recorde histórico do clube na Eredivisie), diante de um Den Haag cada vez mais desenganado.



Heerenveen 1x2 Ajax (domingo, 4 de abril)

O Ajax até fez o que sempre faz: ter a bola e atacar - num chute de Jurriën Timber aos 7', num arremate de Ryan Gravenberch aos 9'... só que o Heerenveen não só se defendia firme na área, como também avançava. Principalmente com Henk Veerman, que tentou aos 9' (na rede pelo lado de fora) e aos 25' (após erro de Kjell Scherpen, que começou no gol, substituindo Stekelenburg, lesionado no aquecimento). Só que o gol do Fean foi de Mitchell van Bergen, aos 28', em bela jogada individual. Os Ajacieden foram ao ataque. E o empate foi rápido: a marcação do pênalti aos 33' até demorou, pela verificação do VAR, mas foi confirmada, e Dusan Tadic fez 1 a 1. No segundo tempo, o equilíbrio prosseguiu. Do lado do Heerenveen, Van Bergen quase fez outro - e Scherpen evitou em boa defesa, aos 50'. Do lado do Ajax, demora outra vez: Lisandro Martínez bateu aos 62', e Sébastien Haller desviou no meio. O VAR demorou vendo a posição de Haller, mas confirmou a virada. Desta vez foi mais difícil...



Emmen 3x1 RKC Waalwijk (domingo, 4 de abril)

Como se quisesse provar o merecimento em buscar a permanência na Eredivisie, o Emmen foi muito ofensivo no primeiro tempo. Já no princípio, com chances de Kerim Frei (2'), Sergio Peña e Michael de Leeuw (em sequência, aos 9'). E aos 11', Nick Bakker fez 1 a 0, completando falta. Só que a sanha de gols do time da casa não parou por aí: a rapidez nos passes rendeu o segundo gol, aos 17', com Luka Adzic completando lançamento de Peña. E aos 32', o próprio Peña marcou 3 a 0 no placar - o goleiro Kostas Lamprou ainda defendeu a cobrança de pênalti, mas o peruano aproveitou o rebote. Com vantagem ampla, o Emmen pôde se cuidar mais no segundo tempo. E não só o RKC Waalwijk nem pressionou tanto (só um chute de Saïd Bakari, aos 66'), como o time da casa seguiu tendo chances de ampliar (Peña aos 76', Paul Gladon aos 80', De Leeuw aos 86'). Cyril Ngonge até diminuiu em bonito gol, nos acréscimos. Mas a vitória do Emmen já era certa. E o time fica cada vez mais esperançoso.