quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Mais é melhor

De novo, o AZ sofreu com a falta de pontaria. Mas afinal, superou o Royal Antwerp, e é mais um dos três holandeses na Liga Europa (Getty Images)

O Ajax é o clube mais falado da Holanda na atualidade. Também, pudera: é o atual campeão da Eredivisie, é o campeão da Copa da Holanda, teve campanha marcante na Liga dos Campeões passada. Mais do que isso, o sorteio da fase de grupos desta nova Champions League deixou os Ajacieden num grupo acessível. Equilibrado também: Chelsea, Valencia e Lille também são adversários capazes de sonhar com a classificação às oitavas de final (ou, no mínimo, com o "prêmio de consolação" do lugar na segunda fase da Liga Europa). Mas o fato mais importante desta quinta para o futebol holandês não se relacionou à Liga dos Campeões, e sim à Liga Europa: os três clubes do país que disputavam lugar na fase de grupos do segundo torneio europeu de clubes o obtiveram.

E melhor foi ver que, na maioria das vezes, a vaga nas chances da Europa League foi obtida de modo categórico, mostrando até evolução dos times para a sequência do Campeonato Holandês. Tome-se por exemplo o PSV. Ó clube de Eindhoven ainda causava alguma impressão temerária - pela eliminação precoce na Liga dos Campeões (queda para o Basel, na segunda fase preliminar) e pelas atuações apagadas, já na Liga Europa. Por exemplo, na terceira fase preliminar, os Boeren passaram sufoco inesperado contra o Haugesund, da Noruega: magro 1 a 0 fora de casa na ida, 0 a 0 em pleno Philips Stadion na volta. E mesmo no jogo de ida nos play-offs, contra o Apollon Limassol, houve problemas no primeiro tempo, encerrado num 0 a 0 preocupante.

A juventude de Ihattaren (de frente) e Malen (9) já começa a se impor no PSV, também classificado (ANP)

Veio o segundo tempo, e, aí sim, o PSV engrenou: em 16 minutos, fez 3 a 0 e encaminhou a vaga na fase de grupos da Liga Europa. Entre uma semana e outra, o time se afinou nos treinamentos. Nomes novos, como Cody Gakpo e Mohamed Ihattaren, se entrosaram definitivamente aos titulares. Chegaram reforços que podem acrescentar algo, como Ritsu Doan (meio-campo) e Kostas Mitroglou (atacante). E o que se viu nesta quinta, em Nicósia, no Chipre, no jogo de volta, foi tranquilizador: uma equipe com autoridade, resistindo facilmente aos ataques do Apollon, e partindo decisiva para a goleada por 4 a 0 no segundo tempo. Posições que pareciam cheias de incerteza no PSV, como a zaga e a lateral esquerda, agora já têm nomes que podem se consolidar (na lateral, o francês Olivier Boscagli; na zaga, há o retorno de Daniel Schwaab e o promissor alemão Timo Baumgartl). Donyell Malen parece mais e mais acostumado ao miolo do ataque. Enfim, o PSV se animou.

É o mesmo caso do Feyenoord. Quando o time de Roterdã começou o caminho na Liga Europa, o objetivo era só um: evitar o vexame de 2018/19, quando a queda foi precoce - para o Trencín, da Eslováquia, na terceira fase preliminar. E o começo da temporada do Stadionclub no Campeonato Holandês colocou várias pulgas atrás da orelha dos torcedores, com três magros empates, algo nunca acontecido antes na história do clube. Na terceira fase preliminar da Liga Europa, contra o Dinamo Tbilisi georgiano, o Feyenoord abriu 1 a 0 de vantagem, mas só engrenou rumo aos 4 a 0 após ficar com um homem a mais em campo. E na volta, em Tbilisi, chegou a levar 1 a 0, numa falha da defesa - só teve a certeza de que nada de errado ocorreria quando Eric Botteghin empatou.

O Feyenoord controla a pressão da torcida: se está mal na Eredivisie, chegou bem aos grupos na Liga Europa (BSR Agency)

Aí, como em Eindhoven, as contratações ajudaram a equipe a se estabilizar. Jaap Stam ganhou nomes capazes de assumir a titularidade - como o português Edgar Miguel Ié, que sucedeu Jan-Arie van der Heijden (de saída, e questionado) no miolo de zaga e já caiu nas graças da torcida. Embora ainda tenha o que melhorar fisicamente, o velho conhecido Leroy Fer estabilizou o meio-campo do Feyenoord. Steven Berghuis mostra a capacidade de sempre no ataque. E entre os novatos vindos da base, o meio-campista Orkun Kökcü já parece nome frequente no time titular. O resultado foi visto nos play-offs, com duas vitórias categóricas sobre o Hapoel Be'er Sheva, de Israel: 3 a 0 tanto na ida em De Kuip, quanto na volta, na cidade israelense de Berseba. Ainda há o que melhorar na Eredivisie, mas a vaga na fase de grupos da Liga Europa dá o tempo que o Feyenoord precisava para definir de vez o time.

Se PSV e Feyenoord ganharam um "salvo conduto" para continuarem à procura da melhor escalação, o AZ já estava com o time definido desde o começo. E tendo o caminho mais longo na Liga Europa (desde a segunda fase preliminar), a equipe de Alkmaar mostrou um estranho hábito: dificuldades no jogo de ida, facilidades no jogo de volta. Foi assim contra o primeiro adversário, o Häcken-SUE: 0 a 0 decepcionante em Alkmaar, 3 a 0 tranquilos na Suécia. Na terceira fase preliminar, contra o Mariupol, da Ucrânia, outra vez o jogo de ida foi perturbado pelo alto número de chances de gol perdidas: 0 a 0 preocupante. Já na partida de volta, o ataque aproveitou suas chances. Resultado: 4 a 0, e Alkmaarders nos play-offs por um lugar nos grupos.

Porém, aí veio o adversário mais árduo: o Royal Antwerp, da Bélgica, com um time formado por muitos jogadores experientes (o goleiro Sinan Bolat, o lateral Ritchie de Laet, o atacante Dieumerci Mbokani). Prometia dificuldades. Pior ainda foi ver o inesperado acidente da queda de parte da cobertura do AFAS Stadion, em Alkmaar, impedindo temporariamente jogos em casa. Mandando a partida de ida em Enschede, no estádio do Twente, o AZ penou: levou o 1 a 0, e só no final conseguiu o empate. Na volta, em Bruxelas, a classificação foi a mais dramática possível. 

Nem era necessário: a expulsão precoce de Mbokani (carrinho duro em Ron Vlaar) deixou o AZ em superioridade numérica por mais de uma hora. Mas o time, novamente, perdia chances e mais chances, pelo nervosismo e pela falta de precisão na pontaria. O drama aumentou quando Didier Lamkel Zé fez 1 a 0 para o Royal Antwerp - mas uma chance se abriu quando Lamkel Zé comemorou no alambrado, levou o segundo amarelo e foi expulso. Ainda assim, a eliminação estava próxima, mesmo com um time altamente promissor - com destaque para o ataque. E foram justamente dois dos integrantes do trio ofensivo que salvaram o AZ, aos 90': Oussama Idrissi cruzou, e Calvin Stengs completou para o 1 a 1 que levou o jogo à prorrogação. Com mais homens em campo e vantagem psicológica, a prorrogação premiou o talentoso AZ: 4 a 1 e vaga nos grupos.

Com três clubes na Liga Europa e um na Liga dos Campeões, o futebol da Holanda vê abertas as chances de, quem sabe, ter mais boas histórias para contar na temporada. Só ter uma boa história, como a do Ajax na Liga dos Campeões passada, já era bom. Mas mais é sempre melhor. Até para poder ganhar mais facilidades e mais vagas diretas, no futuro.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

A primeira tarefa está cumprida

O Ajax de Tadic entrou em campo favorito contra o APOEL, mas sob alguma tensão. Mas ela logo se dissipou: a vaga nos grupos da Liga dos Campeões veio sem sustos (Erwin Spek/Soccrates/Getty Images)

Por melhor que o Ajax tivesse começado no Campeonato Holandês (até começou - sete pontos -, mas tem algo a melhorar ainda), por mais que já tivesse conquistado a Supercopa da Holanda, por mais que tivesse mantido boa parte de seus jogadores de destaque na temporada 2018/19, se sabia: ficar de fora da fase de grupos da Liga dos Campeões seria um golpe duro na visibilidade ganha pelo clube, e até no projeto da diretoria para tornar os Ajacieden ainda mais soberanos do que já são no futebol da Holanda. E o jogo de ida dos play-offs, contra o APOEL, acendera o sinal de alerta, com o 0 a 0. Nesta quarta, os Amsterdammers puderam respirar: afinal, alcançaram o primeiro objetivo principal. O nome do Ajax está entre os 32 clubes que serão divididos em oito grupos de quatro times, no sorteio da UEFA, nesta quinta, em Mônaco para a próxima Champions League.

Havia uma tensão no ambiente da Johan Cruyff Arena: o Ajax tinha favoritismo, mas mostrara fragilidade. E já começava sob dúvida, pela ausência do lesionado Donny van de Beek. Por essas e outras, as mudanças de Erik ten Hag na escalação: Daley Blind voltava à zaga, Lisandro Martínez começava no meio-campo (na intenção de ter aproveitado sua qualidade no passe), o mexicano Edson Álvarez estreava na equipe também no meio-campo, Klaas-Jan Huntelaar era premiado com a titularidade no ataque, Sergiño Dest enfim recebia a chance pedida por muitos na lateral direita (substituindo o suspenso Noussair Mazraoui).

Mas foi o jogo começar para se notar que o problema estava mais no adversário do que nos Godenzonen. Ao contrário do que se vira em Nicósia, o APOEL renegava qualquer ousadia no ataque: se concentrava numa barreira fechada, com as linhas de meio-campo e defesa se misturando, quase dentro da área de defesa, povoada com nove jogadores, só deixando Suleiman Al-Tamari na frente para puxar contra-ataques. Tudo para impedir que o Ajax trocasse passes, acelerasse o ataque, chegasse ao gol.

Deu certo, por algum tempo: se o APOEL não criou chances (André Onana só viu a bola quando ela era recuada a ele), o Ajax também não. Até houve algumas oportunidades: aos 9', Dusan Tadic estendeu a bola a Huntelaar, mas o goleiro Vid Belec defendeu, ao antecipar a saída. Mas o time da casa só fazia Belec trabalhar em chutes de fora da área (como fizeram Hakim Ziyech, aos 23', e Tadic, aos 30'). De resto, Ziyech tentava criar jogadas, Dest e Nicolás Tagliafico ajudavam nas laterais, David Neres se mexia na direita... mas nada de causar problemas reais. Isso, até os 43 minutos, quando o gol de Álvarez abriu o placar para o Ajax e tranquilizou as coisas - numa bola parada, o único jeito que parecia possível para abrir a cerrada defesa dos visitantes do Chipre.

Álvarez (de frente) estreou - e estreou bem, dando segurança no meio e marcando gol (VI Images)

Imediatamente após sofrer o gol, o APOEL começou a buscar o empate. Mas visivelmente se mostrava incapaz, até decepcionando: a defesa marcava melhor Al-Tamari, destaque na ida, e se virava bem contra a força física de Andrija Pavlovic. Já no segundo tempo, se o gol de Klaas-Jan Huntelaar, aos 50', tivesse sido validado (outra bola parada!), seria possível dizer que a vaga estava garantida. Mas o VAR avisou o alemão Felix Zwayer, juiz de campo, sobre o pequeníssimo impedimento de Joël Veltman, e Zwayer anulou o gol marcado.

Voltava a meia tensão. Tensão, porque um empate já daria a vaga ao APOEL - e Pavlovic chegou até a balançar as redes, mas seu gol também foi anulado por impedimento. Meia tensão, porque o Ajax mostrava controle do jogo. Álvarez e Martínez aumentavam a marcação no meio, impedindo os avanços e dando mais liberdade para Ziyech controlar o jogo e a posse de bola, com a ajuda de David Neres e Dest. Tadic aparecia pouco. Mas quando apareceu, foi para decidir: aos 80', ajeitando belíssimo lançamento de Huntelaar e chutando para o 2 a 0 definitivo.

Era a vitória desejada. Porque o Ajax ainda tem muita coisa a fazer na temporada 2019/20. Mas pelo menos, sua primeira tarefa está cumprida. E ela já vale. Inclusive pelos 48,3 milhões de euros que cairão no cofre do clube da estação Bijlmer Arena...

Liga dos Campeões - play-offs (jogo de volta)

Ajax 2x0 APOEL
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Data: 28 de agosto de 2019
Árbitro: Felix Zwayer (Alemanha)
Gols: Edson Álvarez, aos 43', e Dusan Tadic, aos 80'

Ajax
André Onana; Sergiño Dest, Joël Veltman, Lisandro Martínez e Nicolás Tagliafico; Edson Álvarez (Razvan Marin), Hakim Ziyech (Dani de Wit) e Daley Blind; David Neres, Klaas-Jan Huntelaar e Dusan Tadic. Técnico: Erik ten Hag

APOEL
Vid Belec; Antonio Jakolis (Tomás de Vincenti), Giorgos Merkis, Nicolas Ioannou, Joãozinho e Dragan Mihajlovic;Suleiman Al-Tamari (André Vidigal), Uros Matic (Linus Hallenius), Lucas Souza e Roman Bezjak; Andrija Pavlovic. Técnico: Thomas Doll

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: a 4ª rodada da Eredivisie

Willem II 2x1 Emmen (sábado, 24 de agosto)

Com um bom começo na partida de abertura da rodada, em Tilburg, até que o gol do Willem II demorou. Mas valeu a pena a espera da torcida tricolor por ele: afinal, o alemão Mats Köhlert fez 1 a 0 em grande estilo, aos 33', após receber a bola de Dries Saddiki, ajeitar e mandar um forte chute, colocado, no ângulo do goleiro Dennis Telgenkamp. Ainda no primeiro tempo, Saddiki poderia ter ampliado: mandou a bola na trave. Já na etapa final, o Emmen assustou com êxito, aos 58': Sebastian Holmén agarrou Michael de Leeuw na área, o juiz Siemen Mulder apitou o pênalti (decisão mantida mesmo com o VAR), e Marko Kolar cobrou para fazer 1 a 1. Aí, Köhlert se transformou de vez no nome do jogo. Aos 72', outro chute dele, de fora da área. Outra belíssima finalização. E outro golaço, para garantir o 2 a 1 - e a liderança do Willem II na Eredivisie, pelo menos enquanto os grandes não jogam as partidas atrasadas.



Heracles Almelo 1x1 Vitesse (sábado, 24 de agosto)

Podendo assumir a liderança (afinal, era um dos clubes com sete pontos - e jogaria, ao contrário de Ajax e PSV), o Vitesse tentou alcançar o gol em Almelo. Mas os Heraclieden, donos da casa, também tinham lá suas necessidades: estavam em busca da primeira vitória, e fizeram o goleiro Remko Pasveer trabalhar bastante. Mas perderam chances - a mais perigosa delas, aos 51', quando Navajo Bakboord cruzou e o brasileiro Mauro Júnior, sozinho na pequena área, dominou errado e viu a bola sair pela linha de fundo. A chance perdida fez ainda mais falta aos 66': Max Clark cruzou da esquerda, e Bryan Linssen fez valer a "lei do ex", fazendo 1 a 0 para os visitantes de Arnhem. Contudo, uma falha (ou um erro da arbitragem) pôs tudo a perder. Aos 80', o zagueiro Danilho Doekhi foi desarmado pelo atacante Cyriel Dessers, que dominou e tocou para o 1 a 1. Reclamou-se de um empurrão de Dessers em Doekhi, mas o VAR mandou o jogo seguir. Azar do Vitesse.



Heerenveen 0x0 Twente (sábado, 24 de agosto)

Do jeito que o jogo no estádio Abe Lenstra começou, com Keito Nakamura tendo um chute logo interceptado aos 3', parecia que o Twente causaria muitas dores de cabeça aos mandantes. Mas o time da casa logo reagiu, e fez a defesa adversária trabalhar. Foi assim aos 25', quando Rodney Kongolo cruzou, Mitchell van Bergen completou, e o lateral Julio Pleguezuelo interceptou. E aos 32', quando Van Bergen bateu cruzado para fora. E no fim da primeira etapa, duas faltas trouxeram perigo: Ibrahim Dresevic cobrou na trave aos 44', e Hicham Faik bateu perto aos 45'. O Twente só tentou aos 34': Javier Espinosa cobrou escanteio, Haris Vuckic desviou, e Peet Bijen perdeu na área. Já no começo do segundo tempo, aos 46', Jens Odgaard desviou perto do gol cruzamento de Chidera Ejuke. Posteriormente, Jordy Bruijn perdeu três grandes chances (aos 64', após passe de Ejuke, e aos 69', após toque de Odgaard pelo alto). A última chance foi aos 90' + 2: num escanteio, Arjan van der Heide desviou, e o goleiro Joël Drommel pegou com os pés. Era o fim de um jogo animado. Mas faltou nele a maior das animações: o gol.



RKC Waalwijk 0x3 ADO Den Haag (domingo, 25 de agosto)

Ainda não era caso para falar em "jogo dos desesperados", mas o começo de RKC e Den Haag era preocupante - principalmente o dos times visitantes de Haia, com três derrotas em três partidas. Pois foram justamente eles que ditaram o ritmo da partida em Waalwijk. Começaram controlando os espaços, evitando que o RKC trocasse passes, como fez na boa atuação do empate com o Twente, na rodada passada. E deram estocadas decisivas. A primeira delas, aos 19': John Goossens cobrou escanteio, e Tom Beugelsdijk subiu, cabeceou e fez 1 a 0. A segunda, já na etapa complementar, praticamente definiu o jogo: Tomas Necid arriscou o chute, o goleiro Kees Heemskerk falhou, e era o 2 a 0 do ADO Den Haag. Ainda houve o terceiro gol, aos 83': Dylan Seys derrubou Aaron Meijers na área, o juiz marcou pênalti, e Necid cobrou para as redes. A se lamentar, para o Den Haag, só a expulsão de Danny Bakker, nos acréscimos. De resto, só o alívio e a alegria da primeira vitória.



Utrecht 1x2 VVV-Venlo (domingo, 25 de agosto)

Renovação de contrato com Gyrano Kerk e Sean Klaiber (dois nomes importantes na equipe), renovação também com o capitão Willem Janssen, contratação de Bart Ramselaar (retornando ao clube após três anos), podendo se tornar líder do campeonato... o Utrecht tinha várias razões para buscar a vitória contra o VVV-Venlo. E tentou isso desde o primeiro tempo. Só não contava com o dia eficiente de Evert Linthorst. Aos 37', o meio-campista do VVV fez 1 a 0, completando cruzamento de Roel Janssen; e aos 44', Linthorst fez 2 a 0 para os visitantes de Venlo, também escorando cruzamento. Os Utregs seguiram pressionando. Tiveram um pênalti sofrido por Adrián Dalmau, vindo do banco logo após o intervalo: o VAR julgou que houvera impedimento na jogada. Depois, Issah Abass fez um gol, também anulado por impedimento. Só aos 76' os Utregs balançaram as redes e valeu, com Dalmau, marcando em sua estreia no novo clube. O time da casa seguiu tentando. Mas os Venlonaren impuseram a primeira derrota dos mandantes na temporada, na maior surpresa da rodada.



Zwolle 2x2 Sparta Rotterdam (domingo, 25 de agosto)

O Vitesse falhara. O Utrecht também. Era a hora do Sparta Rotterdam tentar ser outro clube com sete pontos em três rodadas a buscar a liderança do campeonato. E contra um Zwolle com três derrotas em três jogos, os visitantes de Roterdã abriram o placar rapidamente: aos 8', Ragnar Ache completou para as redes, de cabeça, um lançamento de Bryan Smeets. Só que o empate do Zwolle também foi rápido: no minuto seguinte, Thomas Bruns chutou, o goleiro Tim Coremans rebateu, e Iliass Bel Hassani fez 1 a 1. Os Spartanen seguiram tentando (Pelle Clement chegou a tirar uma bola em cima da linha), mas, já no segundo tempo, aos 56', os Zwollenaren aproveitaram a única chance que tiveram para virar o placar: Clement tocou, e Lennart Thy fez 2 a 1, marcando gol pela sexta partida seguida no time anfitrião. Aí, saiu do banco do Sparta o atacante Lars Veldwijk, substituindo Lassana Faye aos 78'. Três minutos depois, Veldwijk fez 2 a 2, completando cruzamento. Mas nem celebrou: além de enfrentar um ex-time, o atacante sul-africano está irritado com a reserva, e deseja até se transferir nos dias de janela que faltam. E o Sparta, que podia ser líder, foi mais um a tropeçar.



PSV 3x1 Groningen (quarta-feira, 25 de setembro)

O PSV já encaminhou sua tranquilidade contra os visitantes do norte holandês aos 12': Steven Bergwijn deu a bola a Pablo Rosario, que chutou fraco, mas o suficiente para mandar a bola no canto direito de Sergio Padt, fazendo 1 a 0. Arremates de Donyell Malen (23') e Ritsu Doan (aos 32', estreando como titular) fizeram o gol ficar perto, até Denzel Dumfries completar bonita jogada para o 2 a 0, aos 38': 18 trocas de passes, até Malen deixar o lateral direito livre na área para marcar. O Groningen só assustaria aos 44', quando Ramon-Pascal Lundqvist mandou a bola na trave, de falta. Na etapa final, os Boeren quase marcaram o terceiro já aos 51', com Malen tocando e Padt espalmando. Mas os Groningers assustaram, quando a vitória do PSV parecia certa: aos 70', Lundqvist escapou da marcação de Jorrit Hendrix, chutou da entrada da área, a bola desviou em Nick Viergever e foi ao ângulo direito. Houve certo temor em Eindhoven. Que só acabou nos acréscimos: aos 90' + 3, Bergwijn cruzou na área para Bruma concluir. O VAR ainda apontou impedimento de Bergwijn, mas reviu a jogada e "anulou a anulação", confirmando a vitória tranquila dos mandantes.



Ajax 5x0 Fortuna Sittard (quarta-feira, 25 de setembro)

Desde o começo da partida na Johan Cruyff Arena, o Ajax cercou a área do Fortuna Sittard. Mas gol, que era bom e necessário, não fez. Chegou perto: num cabeceio de Dusan Tadic para fora, aos 22', num cruzamento de Quincy Promes que passou reto por Donny van de Beek, aos 26', e numa bola que Promes chutou após belíssimo lançamento de David Neres, tirada com os pés pelo goleiro Alexei Koselev aos 41'. E o Fortuna Sittard ainda assustou aos 37': num contra-ataque, Bassala Sambou passou pelo (adiantado) goleiro André Onana, mas seu chute para o gol vazio foi interceptado por Daley Blind. Aí, depois do intervalo, Klaas-Jan Huntelaar veio a campo. E o medo de um tropeço acabou logo aos 50', quando Promes tabelou com Tadic e fez 1 a 0 após o sérvio cruzar. Aos 53', Tadic cruzou, Branislav Ninaj tirou na pequena área, e houve bate-rebate até Huntelaar ajeitar e David Neres completar: 2 a 0. Vitória assegurada. Que virou goleada quando Promes fez 3 a 0 aos 63' (aproveitando rebote de Koselev), quando Cian Harries cometeu gol contra aos 77' (desviou lançamento diretamente para as redes) e quando Promes marcou seu terceiro, aos 83'.



Feyenoord 0x3 AZ (quinta-feira, 26 de setembro)

O AZ começou buscando o gol em cruzamentos - quase achou aos 8', quando Owen Wijndal cruzou e a bola passou rápida demais por Myron Boadu, na pequena área. Mas o Feyenoord poderia ter mudado o jogo, entre os 22' e 23'. Foi quando, primeiro, Orkun Kökcü lançou a bola em profundidade, Steven Berghuis pegou livre na entrada da área, mas teve seu chute espalmado por Marco Bizot. No escanteio da sequência, Jens Toornstra (de novo titular) pegou a sobra e acertou a trave. Finalmente, Bizot rebateu chute de Luciano Narsingh. O Stadionclub seguiu tentando, mas não aproveitou. O AZ, sim: aos 39', a jogada tentada algumas vezes deu certo - Oussama Idrissi ajeitou para Wijndal cruzar rasteiro e Boadu escorar para o 1 a 0. E na etapa final, foi irresistível. Já aos 50', Stengs recebeu de Yukinari Sugawara, e bateu de fora da área, no canto direito, para ampliar. O terceiro gol dos visitantes de Alkmaar até demorou: aos 84', num desacerto gritante entre Kenneth Vermeer e Eric Botteghin, Oussama Idrissi aproveitou o "deixa que eu deixo" e fez 3 a 0, em De Kuip. Vitória de um AZ que está disposto a coisas grandes. Golpe duro no já abalado Feyenoord.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Guia da Eredivisie feminina: todos contra o duopólio

Na gangorra com o Ajax pelo domínio do futebol feminino na Holanda, o Twente foi o campeão passado. Resta ao Ajax tentar destroná-lo. E aos outros clubes, correrem atrás (Photo Pestige/Soccrates/Getty Images)

O futebol feminino da Holanda já começa a notar algo com que o futebol masculino do país já está habituado há muito tempo: uma coisa é a seleção, outra coisa são os clubes. Afinal, se antes os destaques das Leoas Laranjas já eram muito conhecidos (Daniëlle van de Donk, Jackie Groenen, Lieke Martens, Vivianne Miedema, Shanice van de Sanden), ficaram ainda mais célebres depois do vice-campeonato na Copa do Mundo, prova definitiva de que a geração atual é histórica e de que o título da Euro 2017 não foi só "sorte de principiante". 

Todavia, todas as jogadoras que simbolizam o grande momento da seleção atuam fora da terra natal. E a Eredivisie feminina, que começa nesta sexta-feira, com quatro partidas, ainda sofre com o lado B do incentivo que a federação tenta dar à modalidade: poucos clubes têm times de mulheres, a liga tem baixa qualidade técnica... e o título é assunto de apenas dois times: Ajax (bicampeão em 2016/17 e 2017/18) e Twente (campeão na temporada passada - e, antes, dono do título em 2015/16). É exatamente contra este "duopólio" que os outros seis clubes da Eredivisie Vrouwen se esforçarão.

Será difícil. Porque, se a dupla Ajax e Twente domina o futebol feminino, é porque de fato se tratam dos únicos clubes a unirem tradição e investimento (pouco, mas existente) na modalidade dentro da Holanda. O PSV até sonhou em fazer frente no ano passado, ao ser líder da fase de classificação - mas fraquejou na segunda fase, quando os cinco primeiros colocados disputaram o título. Já outros clubes, como ADO Den Haag, Zwolle e Heerenveen, têm tradição com equipes de mulheres, mas falta a eles dinheiro. E outros ou são amadores (VV Alkmaar) ou precisam se unir para que uma equipe de futebol feminino seja viável (o Excelsior, que cedeu estrutura e jogadoras ao Barendrecht). Isso, para nem falar de clubes que sequer se interessam por uma equipe profissional feminina - o Feyenoord, por exemplo.

De todo modo, pelo menos os dois grandes fazem um papel digno. O Twente representa a tradição: várias das jogadoras da seleção atual tiveram passagem pelo clube de Enschede. Há vários nomes experientes nos Tukkers, como a zagueira Maud Roetgering, a meio-campista Sisca Folkertsma e a atacante Renate Jansen (esta, convocada para a Copa passada). Há pelo menos um reforço capaz de fortalecer a equipe: a jovem atacante Fenna Kalma, muito bem nas seleções de base da Holanda. E, ora bolas, é o Twente o atual campeão holandês feminino - e já classificado para o mata-mata da Liga dos Campeões, após passar da fase de grupos preliminar. Fica o desafio para as comandadas do técnico alemão Tommy Stroot: manter o domínio na Holanda, e conseguir surpreender na principal competição europeia.

Mal saiu e já voltou: uma temporada na Alemanha, e Van Lunteren já retorna ao Ajax que tão bem conhece para ajudar a equipe a voltar ao título (Divulgação)

Mas se o Twente é a tradição, o Ajax é o investimento. Promover a ex-zagueira Daphne Koster a diretora da modalidade dentro do clube - logo que Koster encerrou a carreira, em 2016 - já era um sinal de que os Ajacieden estavam interessados em exercerem no futebol feminino a mesma influência exercida no masculino. Com dinheiro e algum planejamento, os Amsterdammers alcançaram o topo facilmente. E o técnico Danny Schenkel tem em sua equipe ainda mais jogadoras com vivência de seleção. Só na campanha do vice-campeonato mundial na França, estiveram a goleira Lize Kop, a lateral direita Liza van der Most e a atacante Ellen Jansen. De quebra, pouco antes da Copa, outra convocada da Holanda foi contratada: a volante Victoria Pelova. E pouco depois do Mundial, uma velha conhecida voltou: após uma temporada no Freiburg, da Alemanha, a lateral direita Desiree van Lunteren, titular absoluta da seleção, retornou ao clube em que passara seis anos. Sem contar nomes já conhecidos da Eredivisie feminina, como a atacante Marjolijn van den Bighelaar e a zagueira (e capitã) Kelly Zeeman.

Katja Snoeijs pode ajudar o PSV a, enfim, ser um clube diferente com o título da Eredivisie Vrouwen (Divulgação)

Depois da decepção na reta final da Eredivisie passada, restou ao PSV se preparar para esta temporada. E os Boeren têm o que comemorar. Primeiro, mantiveram os principais destaques, configurando um time que equilibra bem experiência e juventude. De um lado, há as atacantes Jesslyn Kuijpers e Katia Snoeijs; do outro, nomes como a zagueira jamaicana Dominique Bond-Flasza (esteve na Copa). E pelo menos um reforço: a goleira mexicana Cecilia Santiago, experiente titular de sua seleção. Ainda há a lateral Aniek Nouwen, que quase foi convocada para a Copa do Mundo. Nem é tão impressionante, mas mostra uma equipe capaz de (tentar) fazer frente a Twente e Ajax.

De resto, nas outras equipes, há até nomes capazes de chamarem atenção. O Heerenveen tem a goleadora do campeonato passado, Tiny Hoekstra (que marcou... 28 gols - no guia da Eredivisie feminina, a revista ELF/Voetbal até brincou: "Alex Morgan, quem?"). O ADO Den Haag tem a goleira Barbara Lorsheyd, que vez por outra é convocada para ser reserva na seleção. Mas... parece insuficiente para sonhar com coisa maior.

De todo modo, os oito times começam a temporada 2019/20. O regulamento já é sabido: oito times disputarão 14 rodadas regulares. A partir daí, o Campeonato Holandês se divide em dois. Os quatro primeiros colocados terão suas pontuações divididas pela metade (e arredondada para cima, em caso de número ímpar de pontos) e disputarão um quadrangular pelo título, em pontos corridos. E os quatro últimos verão... quem ficará em melhor posição, já que não há rebaixamento na Eredivisie Vrouwen.

Óbvio, o Campeonato Holandês é fraco. Chama pouquíssima atenção. Qualquer candidata a craque dificilmente fica no país. Mas, entre outras coisas, a importância da fase esplendorosa da seleção holandesa feminina está nisso: fazer com que mais cidadãs achem que... sim, vale a pena jogar. Pouco a pouco, os clubes vêm respaldando isso. E cada Campeonato Holandês feminino tem sua colaboração na manutenção da evolução notável que o futebol de mulheres vive na Holanda. Bem vinda seja a temporada, então.


terça-feira, 20 de agosto de 2019

Sinal forte de alerta

O Ajax de Veltman ainda pode chegar à fase de grupos na Liga dos Campeões. Mas o APOEL já provou que não se entregará sem luta (BSR Agency)
Claro que o Ajax já sofreu em alguns momentos deste começo de temporada. Perdeu poucos jogadores (Matthijs de Ligt, Frenkie de Jong, Lasse Schöne), mas todos eram fundamentais. Assim, a equipe de Amsterdã penou contra o Vitesse, na estreia pelo Campeonato Holandês. Já suou mais frio contra o PAOK, pela terceira fase preliminar da Liga dos Campeões. Mas é possível dizer: só mesmo o empate desta terça contra o APOEL, fora de casa, nos play-offs por um lugar da fase de grupos da Champions League, mostrou como os Ajacieden demorarão um pouco até se entrosarem de novo.

Ou então, talvez o Ajax mostre o que sempre foi: um time de ataque forte, mas que sofre quanto mais o adversário aproveita sua ofensividade. O primeiro tempo em Nicósia mostrou isso. Com Hakim Ziyech mantendo a posse de bola na frente (como sempre) e Donny van de Beek novamente importante em seus frequentes avanços, logo os Amsterdammers começaram a ter chances de gol na capital do Chipre. E assustaram o goleiro Vid Belec. Aos 8', Belec rebateu no susto um desvio leve de Dusan Tadic; e aos 12', o arqueiro esloveno deixou escapar chute forte de Ziyech, mas a bola saiu.

Porém, se os nomes de ataque e meio-campo avançavam, os defensores também. Bastou o APOEL começar a aproveitar os espaços deixados atrás para também começar a trazer perigo ao gol defendido por André Onana. A primeira chance do time cipriota nem se baseou em velocidade (chute de Nicolas Ioannou, aos 28', que desviou em Joël Veltman e saiu para escanteio). Porém, quando Suleiman Al-Tamari começou a ter mais a bola e a correr mais, o Ajax se preocupou. Assim o jordaniano quase marcou, em chute cruzado na área, que passou perto, no minuto seguinte.

Quando começou a ter mais velocidade com a bola (e a usar mais a força física), o APOEL pôs o Ajax em apuros (BSR Agency)

Notando as fragilidades do visitante, o APOEL cresceu. No miolo de zaga, Lisandro Martínez mostrava a qualidade já notável na saída de jogo, mas lhe falta impulsão nas disputas aéreas. Adiantado para o meio, Daley Blind já não podia mais ajudar. E tanto Razvan Marin quanto Joël Veltman, outra vez, se mostravam vulneráveis em campo, errando passes. Por isso, de nada adiantou o bom retorno do Ajax (Van de Beek perdeu grande chance aos 48', errando chute após bom lançamento de Veltman). Logo o APOEL se impôs.

E começou a provar tal imposição aos 58', numa jogada que começou a fazer Onana crescer como o destaque do time holandês: Lucas Souza chutou cruzado, o goleiro camaronês espalmou, e no rebote, pouco depois, Andrija Pavlovic cruzou no travessão. Onana também trabalhou muito bem aos 70', quando teve agilidade para espalmar, no contrapé, chute de Lucas Souza. A velocidade de Al-Tamari, a força de Pavlovic (e de seu substituto, o sueco Linus Hallenius), a ajuda de Lucas Souza e Dragan Mihajlovic: tudo isso dificultou as coisas para o Ajax.

Também dificultaram as coisas para o Ajax a fragilidade de Veltman - quase cometeu gol contra, aos 69' -, a excessiva força que "amarelou" boa parte do time (sete cartões amarelos), a sequência da má atuação de Mazraoui, "coroada" com o cartão vermelho, aos 80', após derrubar Uros Matic desastradamente. Porém, um pouco cansado, o APOEL fraquejou nos minutos finais. E o Ajax ficou até mais seguro no fim da partida.

Porém, não está seguro nos play-offs. Na decisão, dia 28, em Amsterdã, empate é mau negócio: 0 a 0 levaria à prorrogação, e igualdade com gols dá a vaga ao PAOK. Alguns nomes, como Marin e Veltman, têm desagradado. O próprio Tadic reconheceu, na saída de campo: "As coisas precisam melhorar muito". E não há tanto tempo para que elas melhorem. O sinal de alerta foi mais forte agora.

Liga dos Campeões - play-offs (jogo de ida)

APOEL 0x0 Ajax
Local: Estádio GSP (Nicósia)
Data: 20 de agosto de 2019
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (Espanha)

APOEL
Vid Belec; Giorgos Merkis, Nicolas Ioannou e Joãozinho (André Vidigal); Roman Bezjak (Antonio Jakolis), Lucas Souza, Savvas Gkentzoglou, Uros Matic e Dragan Mihajlovic; Suleiman Al-Tamari; Andrija Pavlovic (Linus Hallenius). Técnico: Thomas Doll

Ajax
André Onana; Noussair Mazraoui, Joël Veltman, Lisandro Martínez e Nicolás Tagliafico; Razvan Marin (Sergiño Dest), Donny van de Beek e Daley Blind; Hakim Ziyech, Dusan Tadic e David Neres (Klaas-Jan Huntelaar). Técnico: Erik ten Hag

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: a 3ª rodada da Eredivisie

Vitesse 3x0 Zwolle (sexta-feira, 16 de agosto)

No primeiro tempo do jogo em Arnhem, a emoção ficou mais restrita ao que ocorreu fora de campo - mais precisamente, às homenagens da torcida do Vitesse ao ex-atacante sérvio Dejan Curovic, que fez fama no clube entre 1994 e 2000, falecido na semana passada, aos 51 anos. Pelo menos, no segundo tempo o Vites demorou pouco para dar alegrias. Uma delas foi custosa: aos 48', após Bryan Linssen cabecear a bola, ela bateu no braço do zagueiro Etiënne Reijnen, e o juiz Rob Dieperink marcou o pênalti. Tim Matavz bateu, o goleiro Xavier Mous defendeu rebatendo, e Linssen fez 1 a 0 - só que os jogadores do Zwolle reclamaram, Dieperink foi até o vídeo e anulou a cobrança, por invasão durante ela. Matavz teve de cobrar de novo, já aos 52', e enfim balançou as redes para valer. Mais um pouco e, aos 64', Matavz lançou o lateral Vyacheslav Karavaev, que fez o segundo. E aos 80', Linssen enfim marcou o dele.


VVV-Venlo 1x4 Ajax (sábado, 17 de agosto)

O que se viu em Venlo foi o que se podia prever: um Ajax com bem mais posse de bola, mas com sérias dificuldades para entrar na defesa bem fechada e bem postada do VVV-Venlo. Só mesmo em bolas altas os Ajacieden chegavam perto do gol, como quando Hakim Ziyech cruzou para o titular Quincy Promes escorou, à direita do goleiro Thorsten Kirschbaum. Mas o VVV também assustava, como num chute de Peter van Ooijen. Até que, aos 44', os visitantes de Amsterdã enfim furaram a barreira: Daley Blind lançou para Ziyech, este chegou perto da área, foi desarmado, mas a bola seguiu por perto, e Dusan Tadic a devolveu para Ziyech chutar cruzado e fazer 1 a 0. Ficaria ainda mais fácil logo após o intervalo: aos 48', Nicolás Tagliafico arriscou livre da entrada da área, Roel Janssen interceptou com a mão, e o juiz Danny Makkelie deu pênalti, que Tadic bateu forte para o 2 a 0. Os gols de Klaas-Jan Huntelaar (aos 66', completando contra-ataque na pequena área) e David Neres (aos 76', após belo passe de Donny van de Beek) só ampliaram a previsível goleada. Ao VVV-Venlo, restou o gol de honra tardio de Evert Linthorst, aos 89', em chute cruzado da entrada da área.


ADO Den Haag 1x2 Sparta Rotterdam (sábado, 17 de agosto)

Vindo de duas derrotas, o ADO Den Haag procurou criar mais chances no primeiro tempo - a principal delas, em cabeceio de Tomas Necid muito bem defendido pelo goleiro Tim Coremans. Só não contava com a eficiência do Sparta. Na primeira chance que os visitantes de Roterdã tiveram, bola na rede: aos 26', Halil Dervisoglu lançou, e Mohamed Rayhi completou para fazer o 1 a 0 dos Spartanen. Aos 43', a mesma dupla e o mesmo final: passe de Dervisoglu, complemento de Rayhi, gol. Só na fase final o Den Haag assustou um pouco. Primeiro, com o gol de Lex Immers, aos 79', de cabeça. Depois, com as oportunidades de empate que vieram. Mas o Sparta conseguiu manter a vitória - e o bom começo, com sete pontos em três rodadas.



Emmen 2x0 Heerenveen (sábado, 17 de agosto)

Qualquer expectativa que o Heerenveen tinha de dar sequência ao seu começo promissor se acabou logo aos quatro minutos de jogo em Emmen: após falta de Ibrahim Dresevic, o volante Nikolai Laursen cobrou com precisão, fazendo 1 a 0 para os anfitriões alvirrubros. Depois, os visitantes da Frísia até apareceram vez por outra (principalmente com Jens Odgaard), mas o Emmen estava firme com a vantagem. E a ampliou aos 41', numa jogada de laterais: o esquerdo Lorenzo Burnet cruzou, e o direito Glenn Bijl conferiu de cabeça. O Heerenveen estava batido, e os Emmenaren tiveram até chance de fazer mais um: um pênalti chegou a ser marcado (Marko Kolar derrubado), mas o juiz reviu e anulou a marcação. Sem problemas.


Fortuna Sittard 2x3 Willem II (domingo, 18 de agosto)

A chuva pesada que se viu no começo do jogo em Sittard, pelo menos, foi compensada com outra chuva: a de gols. A torcida da casa já se agradou aos 18 minutos, quando Amadou Ciss acelerou um contragolpe, e o moldávio Vitalie Damascan conferiu para colocar o Fortuna Sittard na frente. Aí, a dupla grega do ataque do Willem II apareceu. Aos 23', Fernando Lewis cruzou e Marios Vrousai cabeceou para empatar; e aos 29', Vangelis Pavlidis foi derrubado na área por Grégoire Amiot, convertendo o pênalti marcado e virando para 2 a 1. Tinha mais de Pavlidis: aos 45', num escanteio, ele fez 3 a 1, se transformando num dos goleadores desta fase inicial do campeonato (quatro gols). Damascan reavivou as esperanças do Fortuna, diminuindo para 3 a 2 no começo do segundo tempo, aos 51'. E o time auriverde correu em busca do empate. Mas na chuva de gols, a horta do Willem II ficou mais cheia.



Twente 3x3 RKC Waalwijk (domingo, 18 de agosto)

O RKC pode até ter um time inferior, mas logo mostrou ao Twente que lhe pressionaria, mesmo fora de casa. E conseguiu seu prêmio em grande estilo: aos 24', no mais bonito gol da rodada, vieram várias trocas de passe até Anas Tahiri receber de Saïd Bakari e fazer 1 a 0. Restou ao Twente pressionar. Ainda na etapa inicial, os Tukkers quase empataram, após bobeada do goleiro Kees Heemskerk. Já no 2º tempo, aos 64', veio o empate, com Haris Vuckic batendo forte após passe de Calvin Verdonk. Depois, Rafik Zekhnini chegou até a colocar a bola nas redes, mas o VAR anulou seu gol (impedimento). E aí, os visitantes de Waalwijk apareceram quando era inesperado: aos 78', após boa jogada de Mario Bilate, Ingo van Weert fez 2 a 1. O Twente não desistiu. E tudo isso terminou num final eletrizante. Aos 90', Vuckic empatou de novo; e aos 90' + 2, Zekhnini enfiu conseguiu seu gol para valer, virando para 3 a 2 e incendiando a torcida em Enschede. Tudo acabado? Nada disso: no minuto seguinte, Paul Quasten decidiu o 3 a 3. Um bom jogo para justificar porque o Campeonato Holandês, às vezes, é agradavelmente maluco.


Feyenoord 1x1 Utrecht (domingo, 18 de agosto)

Com dois empates nas duas primeiras rodadas, o Feyenoord entrou no gramado de De Kuip sob pressão. Tentou diminui-la com boas chances - aos 7', Ridgeciano Haps cruzou da esquerda, a bola desviou em Rico Strieder e só não foi ao gol porque Maarten Paes fez excelente defesa. Mas aí, a desatenção defensiva do Stadionclub custou seu preço, aos 9': Sam Larsson errou passe no meio, Issah Abass dominou e iniciou uma corrida na qual driblou Eric Botteghin, Jan-Arie van der Heijden, e só parou no chute cruzado com que fez 1 a 0 para o Utrecht. A partir dali, os Utregs se impuseram: não só assustavam no ataque, mas neutralizavam as tentativas do Feyenoord. Restou a Jaap Stam mudar no intervalo, com as entradas do estreante Edgar Miguel Ié, na zaga, e de Leroy Fer, no meio. Deu certo: o time da casa ficou mais acelerado, e já empatou aos 51', num belo gol, com Steven Berghuis cruzando, e Haps ajeitando fora da área antes de bater no ângulo de Paes. Porém, tempos depois, o Utrecht voltou a ser superior. Só não virou por boas defesas de Vermeer. E ficou mesmo no placar o 1 a 1. Segue a pressão sobre o Feyenoord...


AZ 0x0 Groningen (domingo, 18 de agosto)

Antes do jogo em Haia - afinal, o estádio do AZ segue sob conserto, após a queda de parte da cobertura -, o Groningen teve uma má notícia: após o aquecimento, Ritsu Doan foi excluído da escalação alegando dores de cabeça (há quem diga que, na verdade, o japonês acertará a ida para o PSV). Porém, os "visitantes" se refizeram rapidamente, e trouxeram perigo aos Alkmaarders, em duas tentativas de Kaj Sierhuis. O AZ respondeu após uma falha de Deyovaisio Zeefuik, na qual Oussama Idrissi ficou com a bola e a mandou para fora. No segundo tempo, o equilíbrio continuou. E na verdade, a maior chance de haver um vencedor na etapa final foi dos Groningers: aos 74', Mohamed El Hankouri recebeu um lançamento em profundidade, ficou livre com a bola, mas finalizou pessimamente. Ficou mesmo o 0 a 0 no placar.


Heracles Almelo 0x2 PSV (domingo, 18 de agosto)

Quando Cyriel Dessers perdeu o gol, desviando cruzamento de Silvester van der Water por cima da meta, na pequena área, logo aos primeiros segundos de jogo, parecia que o Heracles pressionaria duramente o PSV. Só que os visitantes de Eindhoven tinham algo que os mandantes não tiveram: eficiência. E Steven Bergwijn provou isso. No primeiro chute a gol de fora da área, ele ainda errou, mandando à direita do goleiro Janis Blaswich. Mas no segundo, aos 16', foi preciso: bola forte, no canto direito, e PSV 1 a 0. Os Heraclieden seguiram tentando. No primeiro tempo, com um chute de Teun Bijleveld rebatido pelo goleiro Jeroen Zoet e numa finalização fraca de Van der Water, aos 30'. Já no começo da etapa final, numa falta que Dario van den Buijs mandou na barreira e numa batida de Alexander Merkel que passou perto. Aí, os Boeren visitantes mostraram sua eficiência, aos 58': rápido contra-ataque, Cody Gakpo cruzou da esquerda e Mohamed Ihattaren completou fraco, mas o suficiente para mandar a bola às redes e confirmar o 2 a 0 que não seria mais ameaçado.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Foi só o começo

O Ajax sofreu de novo num jogo eliminatório. Mas Tadic não se acanhou com o pênalti perdido: converteu outros dois, e os Amsterdammers seguiram na Liga dos Campeões (SCS/Sander Chamid)

Depois do empate árduo no jogo de ida, na cidade grega de Tessalônica, o Ajax sabia duas coisas: o 2 a 2 lhe dava uma vantagem razoável em Amsterdã, mas convinha não menosprezar o bom time helênico. Dito e feito: a maior qualidade técnica fez com que os Ajacieden superassem os problemas e conseguissem a classificação aos play-offs da Liga dos Campeões, Mas a vaga não veio sem uma boa dose de sofrimento contra os visitantes alvinegros. Lembrou, ainda que levemente, o sofrimento de alguns jogos na trajetória marcante da Champions passada.

Tal lembrança aconteceu, principalmente, porque os Ajacieden exibiram tanto a melhor qualidade vista em 2018/19 quanto o pior defeito. A melhor qualidade foi nas trocas de passes precisos, curtos ou longos, principalmente entre Hakim Ziyech, Donny van de Beek e Dusan Tadic, os três se sobressaindo na parte ofensiva. Só faltava o gol: Van de Beek teve chances aos 7' e aos 11', mas o arqueiro Alexandros Paschalakis começou a se sobressair, saindo bem do gol para defender. Já o pior defeito foi o espaço gigante que o time de Amsterdã deixava às suas costas, para os contra-ataques do PAOK.

E logo o time grego começou a seguir o conselho dado por José Mourinho, após a final da Liga Europa 2016/17, quando o Manchester United (treinado pelo português) inviabilizou qualquer chance Ajacied: "Para superar o Ajax, é só deixar o jogo desconfortável para eles". Os visitantes de Tessalônica se impunham nas bolas aéreas, pelo porte físico proeminente; mantinham mais a bola no ataque, pela capacidade de Dimitrios Pelkas; e se valiam da velocidade nas pontas, com Léo Jabá e... Diego Biseswar. Coube justamente ao holandês - ex-Feyenoord, sempre útil lembrar - aproveitar isso e fazer 1 a 0, aos 23', ao ter espaço para bater da entrada da área.

Como no jogo de ida, Biseswar perturbou bastante o Ajax (Erwin Spek/Soccrates/Getty Images)

Sim, o gol assustou o Ajax. Assim como perder o primeiro pênalti do jogo, sofrido por David Neres aos 30', após carga um tanto exagerada de Badr El Kaddouri: Tadic bateu, mas Paschalakis confirmou seu destaque no PAOK, espalmando para a direita. Os Amsterdammers insistiam, rondavam a área, mas não havia como entrar na defesa da equipe helênica, muito bem fechada. Para tanto, só um outro pênalti: Daley Blind tentou o lançamento curto, a bola bateu no punho de Biseswar, e o juiz inglês Craig Pawson marcou o pênalti - marcação um tanto quanto exagerada, mas é o que diz a nova regra. E Tadic voltou a bater, desta vez sem problemas, para o 1 a 1.

No segundo tempo, Erik ten Hag tentou corrigir os erros na defesa, com uma alteração: a entrada de Sergiño Dest devolveu Joël Veltman, mal na zaga, à lateral direita, enquanto Noussair Mazraoui ia para o meio. Em parte, ajudou: de fato, o PAOK chegou menos ao ataque. Até porque o Ajax manteve mais a posse de bola, esteve mais perto da área, criou chances - como a bola de Ziyech que quase encobriu Paschalakis aos 47', ou o arremate torto de David Neres aos 63'. Porém, a equipe grega lembrava que estava no jogo, em momentos como o cruzamento de Biseswar que passou por pouco de Pelkas, aos 54'.

Havia tensão. A defesa do Ajax estava mais firme - em grande parte, pela boa atuação de Lisandro Martínez, dominando a zaga com a bola nos pés. Mas nada impedia o PAOK de pensar em manter mais a bola no ataque (até por isso, a entrada de Pawel Swiderski), e, quem sabe, fazer o gol que o aproximaria da vida. Até que, aos 79', Nicolás Tagliafico se viu livre num escanteio - e aproveitou a chance, de cabeça, para a virada. O gol do 2 a 1 quase aliviava o Ajax, mesmo com o oponente cansado: a fragilidade da defesa seguia, porque aos 80', a bola ficou solta no meio da área, até que Veltman a afastasse. Confiança plena de que a vaga viria, só aos 84', em outro pênalti: Léo Matos chegou forte, derrubou Tagliafico na área, e Tadic bateu para o 3 a 1. Resolvido? Nada disso: era Biseswar batendo para Onana defender, era Chuba Akpom mandando a bola na trave aos 90' + 3, e finalmente, era o mesmo Biseswar arriscando de novo, diminuindo para 3 a 2, trazendo o fantasma de outra eliminação nos segundos finais.

Mas Craig Pawson aliviou o Ajax, apitando o fim de jogo pouco depois. Mas ficou o aviso, antes dos play-offs por um lugar na fase de grupos, contra o APOEL, do Chipre: o time de Amsterdã ainda precisa de muitos cuidados. E ainda pode passar por fortes emoções. Esta foi só o começo.

Liga dos Campeões - terceira fase preliminar (jogo de volta)

Ajax 3x2 PAOK
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Data: 13 de agosto de 2019
Árbitro: Craig Pawson (Inglaterra)
Gols: Diego Biseswar, aos 23', e Dusan Tadic, aos 43'; Nicolás Tagliafico, aos 79', Dusan Tadic, aos 85', e Diego Biseswar, aos 90' + 4

Ajax
André Onana; Noussair Mazraoui, Joël Veltman, Lisandro Martínez e Nicolás Tagliafico; Razvan Marin (Sergiño Dest), Donny van de Beek (Dani de Wit) e Daley Blind; Hakim Ziyech, Dusan Tadic e David Neres (Klaas-Jan Huntelaar). Técnico: Erik ten Hag

PAOK
Alexandros Paschalakis; Léo Matos, José Ángel Crespo, Fernando Varela e Dimitrios Giannoulis; Léo Jabá (Dimitris Limnios), Anderson Esiti (Josip Misic), Badr El Kaddouri e Diego Biseswar; Dimitris Pelkas e Chuba Akpom (Pavel Swiderski) Técnico: Abel Ferreira

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Wesley Sneijder e o fim discreto

Primeiro Van Persie, depois Robben... agora, Sneijder coloca o capítulo final em sua carreira - e torna apenas lembrança uma geração marcante no futebol da Holanda (VI Images/Getty Images)
Já era previsível que o fim da carreira de Wesley Sneijder se aproximava há alguns anos - mais precisamente, desde 2017, quando ele deixou o Nice, da França, e rumou para o Al-Gharafa, do Catar. Em 2018, mais um sinal: tão logo assumiu como técnico da seleção da Holanda, Ronald Koeman chamou Sneijder para uma conversa e lhe recomendou que desistisse de esperar por uma convocação, após os 31 gols e, principalmente, 134 jogos entre 2003 e 2018, que fizeram do meio-campista o nome a mais ter jogado na história do time masculino da Laranja. Veio uma convocação e um jogo "de despedida", no 2 a 1 contra o Peru em amistoso. E nesta segunda-feira, 12 de agosto, ao anunciar um acerto empresarial com o Utrecht (clube de sua cidade), "Wes" comentou discretamente: "Meu sentimento pela cidade é grande, e agora parei de jogar". É o fim da carreira do último integrante do trio que tanto marcou nas Copas de 2010 e 2014: primeiro Robin van Persie, depois Arjen Robben, agora Sneijder. Aparentemente, mais discreto do que os outros dois. Deveria ser diferente. Porque se Sneijder teve o "pior" fim de carreira dos três símbolos da geração vice-campeã mundial na África do Sul e 3ª colocada no Brasil, também é verdade que Sneijder foi o mais falado deles, por algum tempo. Característica que começou, aliás, desde seus tempos de Ajax.

Sneijder já chamava a responsabilidade com sucesso no início pelo Ajax (VI Images/Getty Images)

Popular desde o começo

Vindo de uma família de jogadores - seu pai e seu irmão mais velho foram profissionais, assim como o irmão mais novo, Rodney -, Wesley foi evoluindo nos times de base Ajacieden, em De Toekomst ("O Futuro", em holandês), a afamada escola do clube de Amsterdã. Já durante a temporada 2002/03, começou a frequentar o banco da equipe principal, então treinada por Ronald Koeman. Finalmente, em 2 de fevereiro de 2003, na 17ª rodada do Campeonato Holandês, no 6 a 0 do Ajax sobre o Willem II, o jovem - e então, cabeludo - meio-campista jogou pela primeira vez. Mais um pouco, e em 5 de março, quando os Amsterdammers golearam o Groningen pelas quartas de final da Copa da Holanda (4 a 1), Sneijder fez seu primeiro gol pelo Ajax. Já fazia por merecer a titularidade, que ostentou nas quartas de final da Liga dos Campeões daquela temporada 2002/03, contra o Milan. E teve sua primeira chance na seleção da Holanda: em 30 de abril de 2003, substituiu Phillip Cocu num amistoso contra Portugal (1 a 1).

Sem dúvidas, o novato nascido em Utrecht justificava o conselho de Danny Blind, então treinador do time B do Ajax, para que Koeman o promovesse à equipe de cima. Faria mais ainda na temporada 2003/04. Pelo clube, foram nove gols, uma vaga inquestionável de titular, e o destaque no título holandês dos Ajacieden - e para Sneijder, o "Troféu Johan Cruyff", como melhor jogador jovem daquela Eredivisie. Na seleção, foi ainda melhor. Já frequentando as convocações de Dick Advocaat para a Laranja, Sneijder era testemunha de luxo das dificuldades na campanha das eliminatórias da Euro 2004. A Oranje foi para a repescagem contra a Escócia, e perdeu o jogo de ida - 1 a 0, em Glasgow. O pedido da torcida e da imprensa foi massivo: Sneijder pedia passagem, precisava ser titular. Ele foi, no jogo de volta da repescagem, em 19 de novembro de 2003, em Amsterdã. E o cidadão de 19 anos agarrou a chance com unhas e dentes: um gol, três passes para outros gols, Holanda 6 a 0, vaga assegurada na Euro, Sneijder como o herói de uma nova geração que surgia.



Dali por diante, em clubes, o Ajax acabou sendo vítima de uma de suas periódicas crises internas, vendo o começo do tetracampeonato do PSV. Mas Sneijder protagonizava outra ascensão fulgurante de uma revelação do futebol da Holanda: no time de Amsterdã, passara a ser destaque, com a saída de Rafael van der Vaart para o Hamburgo, em 2005. Conseguiu dois títulos da Copa da Holanda, em 2004/05 e 2006/07. E se destacou pelo comando pleno na armação das jogadas - e por gols como este nos 5 a 1 contra o PSV, na temporada 2006/07 do Campeonato Holandês. 

Na seleção holandesa, Sneijder aprendia rápido. Previsivelmente convocado para a Euro 2004, durante a qual completou 20 anos, acabou nem jogando muito - só 13 minutos, entrando contra a Letônia, na fase de grupos. Ainda tinha gente à sua frente entre os titulares no meio-campo: tanto veteranos como Edgar Davids e Phillip Cocu, quanto colegas de geração como Van der Vaart. Só fez três partidas pela Laranja em 2005. Mas começou a fazer a transição do banco para o campo num dos momentos mais propícios para jovens crescerem: a Copa do Mundo. Convocado em 2006 (chegou a temer o corte após torcer o tornozelo no último amistoso antes, contra a Austrália, mas se recuperou), foi titular em todas as partidas da Laranja no Mundial da Alemanha. Ainda não era figura central. Mas ali, de certa forma, começou a ser.

Sneijder até cumpriu seu papel. Mas acabou sucumbindo às idas e vindas do Real Madrid (Jasper Juinen/Getty Images)

Real Madrid, uma experiência decepcionante

Exatamente pela capacidade que mostrava de ser protagonista, de centralizar as ações e armações ofensivas de um time, Sneijder mereceu a aposta do Real Madrid em 2007. Já titular absoluto da Holanda àquela altura, o nativo de Utrecht se foi para o clube espanhol, por € 12 milhões. Até viveu bons momentos no título de La Liga em 2007/08, como titular dos Merengues. Que turbinou as expectativas pelo que ele poderia fazer na Euro. Enfim camisa 10 da Laranja, Sneijder brilhou no torneio continental de seleções: fez gol no retumbante 3 a 0 sobre a Itália que marcou a estreia holandesa, mais outro nos 4 a 1 sobre a França, mostrou bons lançamentos, criou jogadas... enfim, "Wes" mereceu o posto na seleção dos melhores da Euro, mesmo com a eliminação nas quartas. Voltou à Holanda como uma estrela. Dentro e fora de campo, com a rumorosa separação do primeiro casamento, com Ramona, e a subsequente união com Yolanthe Cabau-van Kasbergen, holandesa de ascendência espanhola, já então famosa modelo e apresentadora.

Mas nada disso serviu para que Sneijder fosse considerado fundamental nos anos vindouros do Real Madrid. Mesmo titular da equipe madridista em 2008/09, mesmo como personagem certo do clube numa época de profundo desacerto, o holandês foi mais um desconsiderado com o retorno de Florentino Pérez à presidência do clube, em 2009. A chegada de Kaká sinalizava que o destaque no meio-campo do Real seria outro. E Wesley tomou o mesmo decepcionante rumo de compatriotas como Arjen Robben: virou "moeda de troca". Na reta final da janela de transferências do começo da temporada 2009/10, foi vendido à Internazionale, por € 27 milhões. A reação foi rápida - e histórica.

Sneijder, o filho, a taça da Liga dos Campeões: a temporada 2009/10 representou o apogeu dentro e fora de campo para Sneijder (Alex Lifesey/Getty Images)

2010, uma odisseia para Sneijder

Sneijder assinou contrato com a Inter em 27 de agosto de 2009, uma sexta-feira, mesmo dia de sua chegada a Milão. No dia seguinte, havia simplesmente um clássico milanês, com a equipe nerazzurra enfrentando o Milan pelo Campeonato Italiano. Sneijder já estava apto, inscrito, e aceitou ir para o jogo no Giuseppe Meazza. Bastou para ser um dos principais personagens da goleada interista por 4 a 0. Era o início do grande ano, do apogeu da carreira do cidadão nascido no bairro de Ondiep, em Utrecht.

Pela Internazionale, Sneijder foi o dínamo ofensivo da equipe de José Mourinho. Diego Milito, Samuel Eto'o, Goran Pandev: todos eles finalizavam jogadas saídas predominantemente dos pés do camisa 10. Foi ele a cara da Tríplice Coroa do clube de Appiano Gentile: pentacampeã italiana, campeã da Copa da Itália, campeã da Liga dos Campeões. A boa fase seguia também na seleção da Holanda: um dos comandantes da classificação facílima à Copa de 2010, ele prometia ser o comandante da Laranja no Mundial da África do Sul.

Pois Sneijder foi. Enquanto Arjen Robben não chegava, foi ele o nome a se destacar nas primeiras partidas - como no 1 a 0 contra o Japão, quando fez o gol da vitória. E mesmo após o camisa 11 se integrar à delegação na Copa, Sneijder brilhou cada vez mais intensamente. Foi um dos nomes do 2 a 1 na Eslováquia, nas oitavas de final, lançando para Robben abrir o placar e marcando o segundo gol. Nas semifinais, contra o Uruguai, foi fundamental novamente, com o gol que recolocou a Laranja na frente de um jogo árduo. Mas é óbvio: o jogo que marcará para sempre a trajetória de Sneijder pela seleção de seu país foi em 2 de julho de 2010, em Port Elizabeth. Afinal, com os dois gols contra o Brasil (somados aos outros três, tornando-o um dos goleadores da Copa), o camisa 10 holandês simbolizou a reação inesperada da Oranje para a virada por 2 a 1, após um primeiro tempo apagado contra a Seleção. Para alguns, simboliza como ele deveria ter sido um dos indicados a melhor do mundo segundo a FIFA, naquele ano.



Decadência lenta e gradual


Porém, após o brilho intenso em 2010, Sneijder foi caindo. Aos poucos. Primeiro, por clubes: nos seus anos restantes na Internazionale, nunca chegou perto de igualar o desempenho inicial que tivera, como boa parte de seus companheiros na Tríplice Coroa de 2009/10. Foi perdendo importância, até partir para o Galatasaray, em janeiro de 2013, no meio de uma temporada. Claro, chegou para ser titular no time aurirrubro de Istambul, caiu nas graças da torcida, manteve o ritmo de jogo, continuou dono de lançamentos precisos e de gols importantes. Mas a impressão é de que começara a reta final de sua carreira.

Na seleção holandesa, ocorreu mais ou menos a mesma coisa. A badalação midiática que Sneijder protagonizava durante épocas anteriores se virou contra ele: apagado no vexame da eliminação na primeira fase da Euro 2012, o camisa 10 começou a ser pressionado, até mesmo criticado por dar mais importância ao casamento com Yolanthe do que aos campos. Claro que não era assim, mas aos poucos, "Wes" caiu de produção, comparado com seus companheiros Van Persie e Robben, que assumiram a liderança na seleção da Holanda. De certa forma, a Copa de 2014 refletiu isso. Sneijder foi convocado, e foi titular absoluto. Mas só brilhou, mesmo, ao empatar o difícil jogo das oitavas de final, contra o México. De resto, seus lançamentos eram pouco, para o que se esperava dele. E a cobrança perdida na decisão por pênaltis, na semifinal contra a Argentina, deu a incômoda impressão de que seu tempo passara.

Sneijder ainda seguiu, nas malogradas campanhas de qualificação para a Euro 2016 e para a Copa de 2018. Mas já não conseguia ser mais o que um dia fora, tendo raros momentos de destaque: como contra Luxemburgo, nas eliminatórias da Copa, quando não só bateu o recorde de Edwin van der Sar e se tornou o jogador com mais partidas pela Laranja (131 - chegaria a 134), como também fez gol. Mesmo no Nice-FRA, para o qual se transferira em 2017, o meia passou quase em brancas nuvens. A ida para o Al-Gharafa, do Catar, no meio de 2018, já era uma preparação prévia para o que fatalmente viria. O fim já fora indicado na bonita despedida da seleção, no ano passado, quando Sneijder teve Yolanthe (de quem se separou neste 2019) e os filhos Xess Xava e Jessey a seu lado, após um amistoso contra o Peru, vendo um vídeo produzido em sua homenagem.

Sneijder decaiu ao longo da década. Mas teve a saudação que merecia na despedida da seleção da Holanda, em 2018 (VI Images/Getty Images)
E agora, veio a confirmação do que se previa há pelo menos dois anos. Pela decadência lenta, e pela vida privada sempre polêmica (demonstrada em fatos como sua prisão temporária, há algumas semanas, após confusão na saída de uma boate em Utrecht), Sneijder pareceu menos festejado do que Robben, que parou em alto nível no Bayern de Munique, ou Van Persie, que voltou ao Feyenoord, palco de sua estreia. Injusto, de certa forma: no seu auge, Sneijder simbolizou o retorno da Holanda às grandes decisões. No seu auge, Sneijder foi o maior de uma geração que para. E que fará falta.

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: a 2ª rodada da Eredivisie

Sparta Rotterdam 4x1 VVV-Venlo (sexta-feira, 9 de agosto)

Em casa, o Sparta estava melhor do que o VVV-Venlo. Mas teve uma péssima surpresa dos visitantes, aos 20': na primeira bola parada que tiveram, Peter van Ooijen bateu com precisão para fazer 1 a 0. Restou aos Spartanen continuarem pressionando. O empate poderia ter vindo aos 35', quando Ragnar Ache cabeceou no travessão. Mas só no segundo tempo o time da casa teve a virada que fizera por merecer. Ela começou aos 56', quando Halil Dervisoglu (já vendido para o Brentford-ING, fica até janeiro no Sparta) fez 1 a 1. Continuou aos 61', quando Ache acertou o gol do 2 a 1, após cruzamento de Abdou Harroui. E se transformou em goleada com mais dois: o próprio Harroui (de cabeça, aos 83') e Lars Veldwijk, saído do banco (89').



Groningen 1x3 Twente (sábado, 10 de agosto)

Só o primeiro tempo em Groningen já teve fortes emoções. Primeiro, o Twente já teve um pênalti a seu favor, com Aitor Cantalapiedra derrubado por Ko Itakura na área. Mas o espanhol bateu mal, e a bola foi ao travessão. Mais alguns minutos, e aí o pênalti foi para o Groningen: Paul Verhaegh derrubou Gabriel Gudmundsson. Só que Kaj Sierhuis também errou: o goleiro Joël Drommel defendeu com os pés. E tinha mais. Aos 40', Ramon-Pascal Lundqvist foi expulso; cinco minutos depois, Mike te Wierik deixou o Groningen com nove jogadores, após o VAR apontar merecimento do cartão vermelho. O Twente aproveitou na etapa final. Aos 55', Keito Nakamura fez seu segundo gol no campeonato, de falta. Aos 70', Aitor enfim converteu um pênalti, fazendo 2 a 0 para os Tukkers. Ritsu Doan devolveu as esperanças aos Groningers, com belo gol aos 84'. Mas Haris Vuckic garantiu a vitória aos visitantes de Enschede, fazendo 3 a 1 aos 90' + 6.



Ajax 5x0 Emmen (sábado, 10 de agosto)

Quando, logo aos 38 segundos de jogo, David Neres perdeu grande chance na Johan Cruyff Arena, mandando a bola na trave após passe de Dusan Tadic, ficou claro: aquele seria quase um "treino de luxo" para o Ajax. E foi mesmo: o Emmen não mandou nenhuma bola ao gol de André Onana. Já o primeiro gol Ajacied até demorou: só aos 27', quando Donny van de Beek mandou para as redes, após Tadic ajeitar. No segundo tempo, a tranquilidade dos Amsterdammers foi total. Já aos 47', após troca de passes na área, Van de Beek serviu a bola para Hakim Ziyech, de contrato renovado, chutar cruzado para o 2 a 0. Aos 66', após arremate de Promes rebatido pelo goleiro Dennis Telgenkamp e tocado na trave, Tadic completou para o gol vazio: 3 a 0. E o final da goleada teve brilho de Klaas-Jan Huntelaar: vindo do banco, o camisa 9 do Ajax fez o 350º gol da carreira aos 80', num toque na saída do goleiro - e também o 351º, aos 88', num lance revisto e validado pelo VAR. Antes da "decisão" contra o PAOK, da Grécia, pela Liga dos Campeões, uma vitória tranquilíssima do Ajax.



Willem II 0x2 Vitesse (sábado, 10 de agosto)

Desde o começo da partida em Tilburg, o Vitesse dominou, mesmo fora de casa. Só faltava o gol, pelo menos no primeiro tempo. Na etapa complementar, não faltou mais. Aos 55', Fernando Lewis falhou ao tentar interceptar um lançamento, Bryan Linssen aproveitou e cruzou para Jay-Roy Grot colocar os visitantes de Arnhem na frente. Finalmente, aos 70', Linssen fez outro passe para gol: foi dele o cruzamento para Tim Matavz completar para as redes, garantindo o 2 a 0 sem sustos.



Fortuna Sittard 1x1 Heracles Almelo (domingo, 11 de agosto)

Após a goleada sofrida em casa na estreia, o Heracles Almelo passou por quatro mudanças para o jogo em Sittard. Levou alguma pressão no início, mas conseguiu se aprumar. Chegou até a fazer um gol, com o brasileiro Mauro Júnior - mas o juiz Kevin Blom o anulou, após o VAR julgar falta um contato entre o atacante Cyriel Dessers e um zagueiro do Fortuna. Pelo menos, aos 60', ninguém impediu o primeiro tento dos Heraclieden: "Mo" Osman lançou, e o atacante Silvester van der Water completou para o gol. Mas viriam mais razões para lamentação dos visitantes de Almelo. Também graças ao VAR: aos 90' + 4, a bola bateu na mão de Mauro Júnior dentro da área, Kevin Blom deu pênalti, e o juiz de vídeo apoiou a decisão. Mark Diemers bateu e fez 1 a 1. E o técnico do Heracles, Frank Wormuth, vociferou à FOX Sports holandesa: "A arbitragem perdeu hoje, não nós".


Heerenveen 1x1 Feyenoord (domingo, 11 de agosto)

Para empolgação de uma animada torcida, o Heerenveen começou o jogo bem mais ofensivo do que o Feyenoord. E quase teve a compensação, aos 11', quando Rodney Kongolo foi derrubado na área por Eric Botteghin, e o juiz Jochem Kamphuis marcou pênalti inquestionável. Só que Kenneth Vermeer estragou a festa: o goleiro do Stadionclub espalmou bem a cobrança de Jens Odgaard. E a partida seguiu com escassas chances aqui e ali, até o Feyenoord também ter seu pênalti, já nos acréscimos: aos 45' + 1, Sherel Floranus esticou demais o braço, e a bola bateu nele após um cabeceio de Botteghin. Aí, Steven Berghuis foi mais eficiente, e foi o 1 a 0 do time de Roterdã. Só que, se o segundo tempo foi morno, só o Heerenveen o esquentou - num chute forte de Hicham Faik rebatido por Vermeer aos 58', e num chute de Chidera Ejuke tirado por Berghuis em cima da linha, aos 64'. Coube a Ibrahim Dresevic finalmente empatar, aos 80'. E de que maneira o zagueiro sueco o fez: seu chute de longe configurou o mais bonito gol da rodada. Sem vitórias, o Feyenoord já sofre pressão.



RKC Waalwijk 0x2 AZ (domingo, 11 de agosto)

Qualquer trauma que o AZ pudesse ter com a queda de parte da cobertura do AFAS Stadion, no sábado (felizmente sem feridos) foi deixado do lado de fora do Mandemakers Stadion, em Waalwijk, pelo que se viu em campo no domingo. Os visitantes de Alkmaar dominaram o primeiro tempo, abrindo o placar afinal, aos 35', quando o trio ofensivo que já desponta apareceu: Calvin Stengs lançou, Myron Boadu cruzou, Oussama Idrissi ainda driblou o goleiro e o zagueiro do RKC antes de marcar 1 a 0. Por falar em goleiro do RKC, Etiënne Vaessen teve grande azar aos 39': ficou completamente grogue após choque com Boadu, e teve de ser substituído. E o reserva Kees Heemskerk foi quem levou o 2 a 0 do AZ, nos acréscimos, com Idrissi de novo, num chute forte. A expulsão do lateral direito Jurrien Gaari, aos 53', facilitou ainda mais o domínio dos Alkmaarders - que lideram a Eredivisie neste início, com duas vitórias, sem gols sofridos.



Utrecht 3x1 Zwolle (domingo, 11 de agosto)

Como na rodada passada, o Zwolle foi bem mais pressionado por seu adversário: em casa, o Utrecht dominava. Mas também como na rodada passada, os Zwollenaren acabaram abrindo o placar: aos 16', na única chance que tiveram em todo o primeiro tempo, os visitantes fizeram 1 a 0, em cobrança de falta precisa do volante Gustavo Hamer. Mas os Utregs anfitriões seguiram pressionando, com Gyrano Kerk criando chances e mais chances. Após o intervalo, já no começo do segundo tempo, a superioridade ganhou prova no placar, em quatro minutos. Aos 47', Kerk fez a jogada para Sander van de Streek empatar; e aos 49', o goleiro Xavier Mous derrubou Issah Abass na área, e Simon Gustafson bateu para virar o jogo. E ainda veio outro gol, aos 72': Adam Maher cobrou escanteio, e o zagueiro Willem Janssen completou após bate-rebate, para se tornar o único jogador a ter feito gols em todas as temporadas da Eredivisie desde 2007/08 - e para manter o Utrecht 100% no começo.



PSV 3x1 ADO Den Haag (domingo, 11 de agosto)

Do jeito como o PSV começou a partida, com Donyell Malen já fazendo o goleiro Robert Zwinkels trabalhar aos 45 segundos de jogo em Eindhoven, parecia que os Boeren fariam uma pressão irrespirável sobre a defesa dos visitantes de Haia. Bem, a pressão foi mais suportável do que se pensava, mas o PSV tinha mais a bola e assustava - como num chute de Hirving Lozano, novamente titular, aos 27'. Porém, o Den Haag também atacava vez por outra. E foi mais eficiente aos 33': o tcheco Tomas Necid aproveitou rebote de lançamento para fazer 1 a 0, num bonito chute de bate-pronto. A pressão aumentava sobre os de Eindhoven. Mas o alívio veio antes do intervalo: aos 44', Bruma chutou da entrada da área, a bola desviou no volante Danny Bakker e tirou Zwinkels do lance, decretando o 1 a 1. E na etapa final, logo aos 52', Malen tranquilizou de vez o PSV, virando o jogo. A partir daquele momento, o time da casa mandou duas bolas na trave, e teve chances até de golear. Mas só fez mais um gol, com Cody Gakpo (substituto do lesionado Lozano), nos acréscimos. Tudo bem quando acaba bem, com a primeira vitória no campeonato.