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domingo, 7 de setembro de 2025

Alarme verdadeiro

Memphis Depay, abraçado por Gakpo, foi o nome que decidiu a vitória para a Holanda (Países Baixos). Pouco, diante de atuação preocupante (Petras Malukas/AFP/Getty Images)

Na entrevista pré-jogo que concedeu, o técnico da Lituânia, Edgaras Jankauskas, minimizou um pouco o favoritismo que a Holanda (Países Baixos) tinha, na partida deste domingo, pelas eliminatórias da Copa de 2026: "Se a Holanda é pressionada, ela comete erros. Consegui ver isso até contra Malta: mesmo goleando, houve um período do jogo em que a defesa holandesa levou pressão e teve algumas dificuldades". Poderia parecer ridículo esperar que os lituanos fizessem algo em Kaunas. Pois quase fizeram: a Laranja repetiu a história vista contra a Polônia, fazendo uma vantagem inicial e permitindo o empate, com o desleixo defensivo. Houve risco sério de vexame, até. Evitado pela vitória por 3 a 2, mais difícil do que se pensava, mas mantendo a equipe neerlandesa na primeira posição.

Com a defesa lituana previsivelmente fechada em Kaunas (era uma barreira de até cinco jogadores), mais jogadores tentavam ajudar Cody Gakpo. Como Quinten Timber, com quem o camisa 11 tabelou, logo aos 5', antes de chutar para a defesa do goleiro Edvinas Gertmonas. Ou Memphis Depay, que participou bastante. Aos 6', num cruzamento. Aos 10', arrematando por cima do gol, após tabelar com Gakpo. E principalmente, aos 11', fazendo o gol que o isolou como maior goleador da história da Laranja (51 gols, um à frente de Robin van Persie), completando cruzamento de Gakpo na pequena área.

A partir daí, a Holanda voltou a cometer o erro do empate contra a Polônia: mesmo com a maior posse de bola (foram 75% no primeiro tempo), mesmo que Virgil van Dijk tivesse espaço para avançar, as chances eram poucas, diante de um time fechado até para chutes de fora. Só aos 25' se tentou algo, num arremate de Quinten Timber para fora, numa falta ensaiada. Se era impossível nos chutes, o segundo gol surgiu nos passes. Aos 33', Donyell Malen avançou tentando chutar da entrada da área. Sem espaço, preferiu rolar a bola. Deu certo: Timber dominou, chegou à pequena área e finalizou cruzado para o 2 a 0. Poderia estar resolvido.

Não estava. Porque outro defeito constante da Laranja apareceu: a desatenção e lentidão de sua defesa. Foi assim logo aos 36', quando Justas Lasickas superou Jerdy Schouten na corrida, Stefan de Vrij falhou na cobertura, e Lasickas cruzou para Gvidas Gineitis arrematar e diminuir a vantagem neerlandesa. Vantagem que se acabou por completo aos 42', numa bola parada: Gineitis cobrou falta, o zagueiro Edvinas Girdvainis desviou de cabeça, 2 a 2. 

Poderia parecer ridículo imaginar a Lituânia pressionando a Laranja (jogando de azul), mas o empate e o esforço constante fez a seleção da casa merecer aplausos (Roy Lazet/Soccrates/Getty Images)

Um empate que seria vexaminoso para a Laranja pareceu correr até mais perigo no começo do segundo tempo. Porque os Países Baixos só tinham as tentativas de Gakpo, no ataque (aos 54', um chute dele foi bloqueado por Markas Beneta, zagueiro que recém-entrara em campo; aos 59', o camisa 11 bateu e Gertmonas pegou). E a Lituânia acreditava como nunca numa façanha, logo em seu primeiro jogo contra a Laranja pela história. Tanto que, aos 60', Arthur Dolznikov aproveitou um erro de Jerdy Schouten - atuação ruim do meio-campista, só menos frágil ao recuar para a zaga. Dolznikov dominou a bola pela esquerda, veio até a área, e arriscou o chute - defendido por Bart Verbruggen.

Justamente nesse período de maior risco, Memphis Depay apareceu de novo. Se é contestado pela torcida e imprensa holandeses, se raramente consegue ser decisivo pela Laranja, desta vez o camisa 10 foi decisivo como quer ser. Aos 64', completou de cabeça cruzamento ótimo de Dumfries para fazer o 3 a 2 e desafogar a Laranja, em grande parte. Grande parte, porque o estreante Sem Steijn e Micky van de Ven entraram bem, Malen manteve a atuação razoável (tentou seu gol, aos 78' - Gertmonas pegou), assim como Gakpo (aos 70', mandou a bola no travessão). Mas não completamente desafogada.

Porque a Lituânia insistiu, com vários atacantes em campo. Alguns, mais altos, como Vaidas Magdusauskas. Outros, um pouco mais habilidosos com a bola nos pés, como Paulius Golubickas, que até driblou Van Dijk numa tentativa aos 85'. E a Holanda terminou o jogo com três zagueiros - Matthijs de Ligt entrou nos minutos finais -, totalmente insegura, tentando apenas manter a vitória que afinal conseguiu.

Vitória que, claro, é muito válida. Principalmente por obra e graça de Memphis Depay, dos melhores em campo. Mas cuja atuação manteve os alarmes verdadeiros acesos para a sequência das eliminatórias. Caberá à Laranja apagá-los para alcançar a Copa diretamente.

Eliminatórias para a Copa de 2026 - Europa - Grupo G

Lituânia 2x3 Holanda
Data: 7 de setembro de 2025
Local: Darius e Girénas (Kaunas)
Juiz: Elchin Masiyev (Azerbaijão)
Gols: Memphis Depay, aos 11' e aos 64', Quinten Timber, aos 33', Gvidas Gineitis, aos 36', e Edvinas Girdvainis, aos 42'

LITUÂNIA
Edvinas Gertmonas; Klaudjus Upstas (Markas Beneta, aos 50'), Rokas Lekiatas, Edvinas Girdvainis,  Vilius Armalas e Justas Lasickas; Gratas Sirgedas (Paulius Golubickas, aos 67'), Domantas Antanavicius (Modestas Vorobjovas, aos 46'), Gvidas Gineitis e Romualdas Jansonas (Gytis Paulauskas, aos 46'); Artur Dolznikov (Vaidas Magdusauskas, aos 76'). Técnico: Edgaras Jankauskas

HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries, Virgil van Dijk, Stefan de Vrij (Jurriën Timber, aos 61') e Nathan Aké (Micky van de Ven, aos 62'); Jerdy Schouten, Tijjani Reijnders (Sem Steijn, aos 62') e Quinten Timber; Donyell Malen (Matthijs de Ligt, aos 88'), Memphis Depay (Wout Weghorst, aos 83') e Cody Gakpo. Técnico: Ronald Koeman

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

As críticas voltaram

A Holanda (Países Baixos) achava ter tudo sob controle, no jogo contra a Polônia e nas eliminatórias da Copa de 2026. Não é bem assim... (Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)

Por mais contestado que o trabalho de Ronald Koeman seja (e é) à frente da seleção masculina da Holanda (Países Baixos), havia um inegável "cessar-fogo" com as boas atuações contra a Espanha, na Liga das Nações, e o começo seguro nas eliminatórias da Copa de 2026. Porém, o jogo contra a Polônia, nesta quinta, encerrou esse "armistício". O empate em 1 a 1 não chega a ser desastroso, mas foi desnecessário e tira um pouco da "margem de erro" que a Laranja tem para garantir a vaga direta no Mundial.

No começo do jogo, o que se viu foi o que se esperava, mesmo. A Holanda atacando, principalmente pelos lados - e principalmente pela direita, com Denzel Dumfries, que já tentou um cabeceio aos 3', para fora. Pouco depois, aos 6', um passe em profundidade, Memphis Depay ajeitou, mas Virgil van Dijk bateu para fora. E aos 13', duas chances em poucos segundos: na primeira, Tijjani Reijnders mandou a bola na trave, de fora da área (com leve desvio em Jakub Kaminski, verdade), e na segunda, Cody Gakpo arriscou o chute colocado, e o goleiro Lukasz Skorupski pegou a bola, mas quase a deixou escapar.

Porém, se avançava muito, até mesmo com Van Dijk, a Laranja deixava alguns espaços. E a Polônia, mesmo muito defensiva, dava alguns sinais de vida. Por exemplo, aos 17', quando Jakub Kiwior veio com a bola, passou em contra-ataque, e Matty Cash só não finalizou porque Micky van de Ven (titular na lateral esquerda) bloqueou a tentativa. Ou mesmo aos 32', quando Piotr Zielinski arriscou de fora da área, mandando a bola até perto do gol defendido por Bart Verbruggen. Ou aos 38', quando Sebastian Szymanski, livre, cabeceou para fora. Mas a esta altura, a Holanda já fizera 1 a 0: aos 28', Memphis Depay cobrou escanteio, Skorupski saiu mal do gol, e Dumfries cabeceou para fazer 1 a 0.

Até por isso, a Polônia tentou voltar trocando passes com mais rapidez no segundo tempo. Foi a primeira a alterar em campo, com um atacante (Karol Swiderski, no lugar de Robert Lewandowski). E conseguia se segurar diante da Holanda, que ora tentava cruzamentos - principalmente no começo do segundo tempo -, ora tentava circular com a bola perto da área, mesmo sem muito espaço. Porém, chance de gol, mesmo, só o chute de Xavi Simons, aos 68', para fora. E a Polônia acreditava, dava alguns sinais de vida (Matty Cash arrematou aos 73', a bola desviou em Jan Paul van Hecke e foi para fora)...

Matty Cash é abraçado por Zielinski após o gol de empate: a Polônia teve espaços, e numa hora, os aproveitou (Alex Bierens de Haan/UEFA/Getty Images)

Até que, aos 80', veio o desastre. Numa rara vez que a Polônia saiu para o ataque - pela esquerda, com Pawel Wszolek, conseguindo superar a marcação de Donyell Malen -, a bola passou para Kiwior, que ajeitou para Matty Cash, como já fizera na Liga das Nações 2022/23, brilhar em De Kuip. Há três anos, num empate em 2 a 2, o lateral naturalizado chutou forte, de trivela, para abrir o placar para a Polônia. Agora, o chute de Cash foi forte, no ângulo esquerdo, para estufar as redes no 1 a 1.

A Laranja nem pôde usar todas as alterações para o ataque (com um corte no nariz, Van Hecke teve de sair). E amargou um empate desnecessário. Está na liderança do grupo G das eliminatórias, ainda - em empate triplo com Polônia e Finlândia, tem saldo de gols (bem) maior. Tem adversária muito acessível na Lituânia, no próximo domingo. Ainda assim, a falta de criatividade e de segurança foi duramente punida na quinta-feira. E a torcida voltou a contestar Ronald Koeman. Até porque, de fato, mesmo que haja momentos positivos, só ter ganho de três seleções entre as 40 primeiras do ranking da FIFA até agora não depõe muito a favor. As críticas voltaram. E não sairão tão cedo de cena...

Eliminatórias para a Copa de 2026 - Europa - Grupo G

Holanda 1x1 Polônia
Data: 4 de setembro de 2025
Local: De Kuip (Roterdã)
Juiz: Simone Sozza (Itália)
Gols: Denzel Dumfries, aos 28', e Matty Cash, aos 80'

HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries, Virgil van Dijk, Jan Paul van Hecke (Stefan de Vrij, aos 87') e Micky van de Ven; Frenkie de Jong (Quinten Timber, aos 83'), Tijjani Reijnders (Justin Kluivert, aos 83') e Ryan Gravenberch; Xavi Simons (Donyell Malen, aos 78'), Memphis Depay (Wout Weghorst, aos 78') e Cody Gakpo. Técnico: Ronald Koeman

POLÔNIA
Lukasz Skorupski; Matty Cash, Przemyslaw Wisniewski (Tomasz Kedziora, aos 83'), Jan Bednarek e Jakub Kiwior; Bartosz Slisz e Piotr Zielinski (Bartosz Kapustka, aos 71'); Jakub Kaminski, Sebastian Szymanski (Kamil Grosicki, aos 71') e Nicola Zalewski (Pawel Wszolek, aos 71'); Robert Lewandowski (Karol Swiderski, aos 63'). Técnico: Jan Urban


terça-feira, 2 de setembro de 2025

A gente não quer só vitória

A seleção masculina da Holanda (Países Baixos) está em plenas condições de se aproximar da Copa de 2026. Nem isso tira a exigência de renovação das convocações de Koeman (Ben Gal/BSR Agency/Getty Images)

Dois jogos, duas vitórias, dez gols marcados, nenhum sofrido. Está certo que a campanha da seleção masculina da Holanda (Países Baixos) nas eliminatórias da Copa de 2026 ainda está no início, mas este é muito promissor. E caso venham as vitórias contra Polônia (nesta quinta, 4, às 15h45 de Brasília, em Roterdã) e Lituânia (no próximo domingo, 7, às 13h de Brasília, na cidade lituana de Kalmas), a vaga direta no Mundial do ano que vem estará muito bem encaminhada. Até porque são duas vitórias bem possíveis. Só que a torcida não parece se contentar muito com elas, somente.

Motivos para crise, não há. Ronald Koeman terá os 25 jogadores convocados à disposição, todos eles se apresentaram no centro de treinamentos da federação holandesa (na cidade de Zeist), todos eles estão treinando desde a segunda-feira passada, muitos deles jogando agora na Premier League (são 35 holandeses ao todo, mais do que brasileiros - 34). Entretanto... é exatamente na convocação repetida de Koeman que estão as maiores reclamações. Está certo que uma das novidades mais pedidas, enfim, aconteceu: Sem Steijn, convocado pela primeira vez para a Laranja. Goleador do Campeonato Holandês passado (24 gols pelo Twente - desde Jari Litmanen, em 1993/94, nenhum meio-campista marcava tantos gols numa só temporada da Eredivisie), Steijn já tem dois gols em três partidas pelo Feyenoord. É meio-campo de origem, mas de tanto avançar para finalizar, parece até atacante. Só que não convencia Koeman, pelo menos enquanto estava no Twente - o treinador sempre alegava que preferia ver Sem num time maior.

Viu o bom começo do ainda jovem - 23 anos, a fazer 24 em novembro - Steijn no Feyenoord. E bastou para chamá-lo. E mostrar ansiedade na entrevista coletiva: "Eu quero vê-lo, eu quero falar com ele, eu quero ver como ele se dá no grupo". Ainda assim, com o voto de confiança, Koeman manteve o tom cauteloso: "Sem é um jogador com muito rendimento, que escolhe bem o posicionamento, que tem senso de gol. [Mas] ainda há algumas coisas que ele precisa mostrar em alto nível. É o próximo passo que ele terá de dar. Nesse sentido, é ruim que o Feyenoord não tenha alcançado a [fase de liga da] Liga dos Campeões".

Sem Steijn é o único sinal das novidades pedidas (Ben Gal/BSR Agency/Getty Images)

Porém, de novidade, quase que foi só isso. É certo que também há como estreante o goleiro Robin Roefs, recém-chegado ao Sunderland, titular da Laranja Jovem que alcançou a semifinal do Europeu sub-21 (e nem seria - Roefs substituiu o machucado Rome-Jayden Owusu-Oduro). Começando bem no clube novo, Roefs, surgido no NEC, está exultante com a convocação de estreia ("Não poderia desejar muita coisa melhor para os últimos meses", comemorou à emissora NOS). Mas tem papel terciário na convocação, terceiro goleiro da Laranja que é - o titular seguirá Bart Verbruggen, de volta após uma lesão deixá-lo de fora das primeiras rodadas.

E pelo que Koeman indicou, as novidades serão raras nas convocações da seleção masculina dos Países Baixos. "Acho que, quanto mais tempo você trabalha com os mesmos jogadores, mais chances de sucesso você tem. Quanto menos mudanças, melhor". Por isso, Koeman segue sem dar chances a nomes pedidos para o ataque, como Joël Piroe, Thijs Dallinga ou Emanuel Emegha. O que leva a crer que Cody Gakpo, Wout Weghorst e Memphis Depay (já na convocação, mesmo recém-retornado de lesão muscular no Corinthians) terão novamente tempo de jogo.

Para alguma chateação da torcida, que não quer só vitória. Quer vitória e novidade. Bem, se as vitórias vierem contra Polônia e Lituânia, a vaga na Copa fica mais perto, e quem sabe essas novidades apareçam...

Os 25 convocados da Holanda (Países Baixos) para as datas FIFA

Goleiros: Bart Verbruggen (Brighton-ING), Mark Flekken (Bayer Leverkusen-ALE) e Robin Roefs (Sunderland-ING).

Defensores: Denzel Dumfries (Internazionale-ITA), Nathan Aké (Manchester City-ING), Virgil van Dijk (Liverpool-ING), Jan Paul van Hecke (Brighton-ING), Matthijs de Ligt (Manchester United-ING), Jurriën Timber (Arsenal-ING), Micky van de Ven (Tottenham Hotspur-ING) e Stefan de Vrij (Internazionale-ITA).

Meio-campistas: Ryan Gravenberch (Liverpool-ING), Frenkie de Jong (Barcelona-ESP), Teun Koopmeiners (Juventus-ITA), Tijjani Reijnders (Manchester City-ING), Jerdy Schouten (PSV), Sem Steijn (Feyenoord) e Quinten Timber (Feyenoord).

Atacantes: Memphis Depay (Corinthians), Cody Gakpo (Liverpool-ING), Justin Kluivert (Bournemouth-ING), Noa Lang (Napoli-ITA), Donyell Malen (Aston Villa-ING), Xavi Simons (Tottenham Hotspur-ING) e Wout Weghorst (Ajax).

terça-feira, 10 de junho de 2025

Obrigação bem feita

Expectativas cumpridas: a Holanda (Países Baixos) goleou Malta, começa bem as eliminatórias para a Copa de 2026, e de quebra ainda teve Memphis Depay igualando recorde (Roy Lazet/Soccrates/Getty Images) 

Após o começo seguro contra Finlândia, nas eliminatórias da Copa de 2026, a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) tinha um jogo planejado para ter clima festivo. A volta a um estádio em Groningen, após 42 anos; Malta, um adversário facilmente superável; um time se mostrando promissor; com esses fatores, era praticamente obrigatório conseguir uma vitória - e quanto mais gols, melhor. Se era quase uma obrigação vencer, foi bem feita: a goleada por 8 a 0 deixa a Laranja em ótimas condições para a sequência das eliminatórias. Mais do que isso: dá a impressão de que a campanha de qualificação tem tudo para ser tranquila, ao contrário do fracasso rumo a Rússia-2018 e das turbulências até o final feliz rumo a Catar-2022.

Em algumas análises da imprensa holandesa, constava que Malta era uma seleção que não ficava somente na defesa, mas dava espaços generosos nas laterais. Algo temerário, contra uma Laranja com Denzel Dumfries na direita e (nesta terça) Micky van de Ven na esquerda. E a seleção neerlandesa já aproveitou no começo: logo aos 4', Xavi Simons cruzou e Justin Kluivert completou para fora. Mais alguns minutos, e em jogada iniciada por Van de Ven, Memphis Depay ajeitou, e Justin Kluivert foi atingido por trás pelo lateral Juan Corbolan. Pênalti - o VAR ainda chamou o juiz Ricardo de Burgos para rever, mas ele manteve a decisão -, e Memphis Depay fez seu 49º gol pela Laranja. Só um abaixo do recorde de Robin van Persie. As condições estavam postas para que a marca fosse igualada. Foi, e nem demorou tanto assim: aos 16', Dumfries cruzou, Xavi Simons fez o corta-luz, e o espaço ficou aberto para o camisa 10 holandês bater forte, fazer 2 a 0 e se tornar um dos maiores goleadores da história da Laranja.

Memphis Depay agradece os aplausos da torcida. Aplausos merecidos, não só pelo recorde, mas por sua boa atuação (Marcel ter Bals/DeFodi Images/DeFodi/Getty Images)

Vantagem aberta, bem que Malta ainda tentou avançar (chutes de fora da área, quase em sequência, por Alexander Satariano e Matthew Guillaumier). Mas essas tentativas foram neutralizadas pelo terceiro gol, aos 20', com um dos jogadores mais festejados do dia em Groningen: Virgil van Dijk, de volta ao estádio em que começou a carreira para valer, chutando de fora após passe de Frenkie de Jong, aproveitando a sobra de chute de Kluivert. Com tamanha velocidade pelas pontas, era só aproveitar as chances, para que a goleada já fosse estabelecida. Mas elas não foram aproveitadas: De Jong chutou por cima aos 26', Stefan de Vrij (titular nesta terça) cabeceou para fora aos 36', Denzel Dumfries completou para fora cruzamento de Van de Ven que passara por toda a área, aos 38'... e independente disso, o ritmo da Holanda ficou mais lento à medida que o primeiro tempo transcorria. A torcida em Groningen ainda estava satisfeita. Mas deixaria de estar, se a partida seguisse assim.

Mesmo com algumas mudanças no intervalo (Mats Wieffer e Noa Lang foram a campo), o começo do segundo tempo também não foi lá de se entusiasmar. Xavi Simons cabeceou para fora aos 47', Van de Ven mandou arremate perigoso aos 51', Wieffer quase marcou após bate-rebate em escanteio aos 54'... mas disso não se passava. Começou a passar somente aos 61', com o quarto gol completando jogada entrosada entre três (Kluivert ajeitou, Memphis Depay passou em profundidade, Xavi Simons chutou em diagonal na área - a alguns, a jogada lembrou até o gol decisivo de Marco van Basten na semifinal da Euro 1988).

Malen acelerou de novo o ritmo da Laranja (Koen van Weel/ANP/Getty Images)

Mas o ritmo da Holanda só voltou a ficar alto com a entrada de Donyell Malen, aos 73'. Até porque ele participou dos três gols seguintes. O primeiro, marcando, em seu primeiro toque na bola, após cruzamento de Van de Ven; o segundo, cruzando para Noa Lang fazer, aos 78'; e o terceiro, marcando de novo - e em grande estilo, driblando antes do chute que estufou as redes do goleiro Henry Bonello. A festa já estava completa, mas Van de Ven ainda quis colocar a cereja no bolo, marcando seu primeiro gol pela seleção, nos acréscimos.

Um fim digno da boa impressão que a Laranja causou, corroborada por ser este seu melhor começo de sempre em eliminatórias de Copas masculinas (dois jogos, duas vitórias, +10 gols de saldo). Tendo em vista que a Polônia foi vencida pela Finlândia (2 a 1 em Helsinque), que já caiu para a Laranja, a expectativa é de que, cumprido o bom começo, os neerlandeses cumpram o que é considerada a "obrigação" seguinte: alcançar a primeira posição do grupo G e ir à Copa de 2026.

Eliminatórias para a Copa de 2026 - Europa - Grupo G

Holanda 8x0 Malta
Data: 10 de junho de 2025
Local: Euroborg (Groningen)
Juiz: Ricardo de Burgos (Espanha)
Gols: Memphis Depay, aos 9' e aos 16', Virgil van Dijk, aos 20', Xavi Simons, aos 61', Donyell Malen, aos 74' e aos 80', Noa Lang, aos 78', e Micky van de Ven, aos 90' + 3

HOLANDA
Mark Flekken; Denzel Dumfries (Lutsharel Geertruida, aos 79'), Virgil van Dijk, Stefan de Vrij e Micky van de Ven; Ryan Gravenberch (Mats Wieffer, aos 46'), Justin Kluivert (Wout Weghorst, aos 62') e Frenkie de Jong; Xavi Simons, Memphis Depay (Donyell Malen, aos 73') e Cody Gakpo (Noa Lang, aos 46'). Técnico: Ronald Koeman

MALTA
Henry Bonello; Juan Corbolan (Basil Tuma, aos 46'), Gabriel Mentz, James Carragher e Ryan Camenzuli (Jake Azzopardi, aos 81'); Matthew Guillaumier e Alexander Satariano (Myles Beerman, aos 81'); Teddy Teuma (Jedi Felice Jones, aos 60'); Adam Overend (Kurt Shaw, aos 46'), Paul Mbong e Joseph Mbong. Técnico: Emilio de Leo


sábado, 7 de junho de 2025

Tranquilo

Gakpo e Memphis comemoram o primeiro gol de uma vitória tranquila para a Holanda (Países Baixos) nas eliminatórias da Copa de 2026 (Maurice van Steen/ANP/Getty Images)

"Eu estava um pouco nervoso antes do jogo. Era o começo das eliminatórias." Foi o que o técnico Ronald Koeman confessou ao repórter Jeroen Stekelenburg, da emissora NOS, pouco depois da vitória por 2 a 0 sobre a Finlândia, primeiro jogo da seleção masculina da Holanda (Países Baixos) na qualificação da Copa de 2026. De certa forma, tinha lá seus motivos: a Laranja precisa vencer nestes jogos iniciais, para ocupar o terreno e tomar da Polônia (já com seis pontos) a liderança e a vaga direta no Mundial que todos imaginam para ela. Se esse era o medo, acabou logo: mesmo fora de casa, os neerlandeses dominaram, se impuseram rapidamente, deixaram claro que têm condições de manterem atenção nas partidas e cumprirem os prognósticos para as eliminatórias.

Bastaram os primeiros minutos de jogo para ficar claro o que seria o jogo: a Holanda com a posse de bola, a Finlândia esperando por uma chance para contra-atacar (apostando no talento de Oliver Antman, no meio-campo, e quem sabe numa finalização de Joel Pohjanpalo). Contudo, as perspectivas finlandesas foram por água abaixo com um erro: após passe de Jeremie Frimpong parcialmente afastado, o meio-campo Kaan Kairinen tentou recuar a bola para a defesa. Faltou ver que Memphis Depay estava à espreita, pronto para fazer o que fez: dominar o "presente", entrar na área e tocar no canto esquerdo do goleiro Lukas Hradecky - completando 100 jogos pela Finlândia - para fazer 1 a 0, o 48º gol de Memphis vestindo laranja.

Se estava difícil achar espaços com o toque de bola, pelo chão, os neerlandeses acharam espaço nos cruzamentos. No primeiro, aos 11', Cody Gakpo cruzou da esquerda, Frimpong cabeceou e Hradecky evitou o gol em cima da linha. No segundo, aos 15', Frimpong mandou a bola do outro lado, mas Dumfries mandou para fora. No terceiro, aos 20', Hradecky saiu do gol e pegou a bola após novo cruzamento de Gakpo. E no quarto, aos 20', enfim o 2 a 0: Gakpo cruzou, Dumfries entrou e finalizou de primeira.

Mesmo com Dumfries presente, Frimpong seguiu na ponta direita. E seguiu bem (Roy Lazet/Soccrates/Getty Images)

Vantagem segura no placar, a Holanda controlou mais o ritmo da partida em Helsinque. Deixou de pressionar tanto, até cedeu alguns espaços, mas a Finlândia só tentou aproveitá-los uma vez: aos 25', quando Oliver Antman veio pela esquerda com a bola, chutou, e o goleiro Mark Flekken pegou, após desvio em Dumfries. Mas eram só momentos esporádicos: a Laranja seguia mantendo o domínio, e tentou o terceiro gol em momentos como chutes de Memphis Depay (aos 27') e Gakpo (aos 33', com desvio), ambos para fora.

No segundo tempo, a Holanda já começou em ritmo de administração de resultado. Baixou a guarda um pouco demais - tanto que a Finlândia teve espaço para um contragolpe com Pohjanpalo, aos 50', após jogada individual (Nathan Aké afastou o cruzamento do atacante). Contudo, sempre que os finlandeses ousavam, a Laranja mostrava quem mandava. Foi assim aos 55', quando quase o terceiro gol saiu - Tijjani Reijnders tabelou com Memphis Depay, recebeu de volta, mas finalizou para fora. E no minuto seguinte, após erro finlandês na defesa, um passe de Virgil van Dijk deixou Memphis livre para chutar, mas Hradecky rebateu seu chute.

Com as alterações que vieram, os dois times ficaram algo descaracterizados. Mas a Finlândia não conseguia a finalização, por mais que rondasse o ataque mais vezes do que no primeiro tempo. E bastava a Holanda chegar para criar chances. Aos 68', arremate de Cody Gakpo, na rede pelo lado de fora; aos 73', Hradecky rebateu tentativa de Micky van de Ven; e aos 83', Gravenberch lançou em profundidade, Wout Weghorst ajeitou, e Frenkie de Jong bateu em diagonal, para fora. Só depois disso, aos 86', enfim a Finlândia tentou, num chute - fraco - de Antman (o melhor finlandês em campo). Que Flekken pegou, tendo a segurança que às vezes lhe faltou na reposição de bola com os pés.

Nada que perturbasse um jogo tranquilo para a Holanda, garantindo bom começo nas eliminatórias da Copa. A expectativa é que isso continue contra Malta, inferior (até bastante) à Finlândia, no segundo jogo, na próxima terça. Até porque a Laranja se mostrou capaz de facilitar as coisas e se impor.

Eliminatórias para a Copa de 2026 - Europa - Grupo G

Finlândia 0x2 Holanda
Data: 7 de junho de 2025
Local: Estádio Olímpico (Helsinque)
Juiz: Daniel Siebert (Alemanha)
Gols: Memphis Depay, aos 6', e Denzel Dumfries, aos 23'

FINLÂNDIA
Lukas Hradecky; Nikolai Alho (Ilmari Niskanen, aos 70'), Robert Ivanov (Onni Valakari, aos 76'), Arttu Hoskonen e Jere Uronen; Matti Peltola e Miro Tenho (Glen Kamara, aos 70'); Oliver Antman, Kaan Kairinen e Robin Lod (Fredrik Jensen, aos 55'); Joel Pohjanpalo (Benjamin Källman, aos 55'). Técnico: Jacob Friis

HOLANDA
Mark Flekken; Denzel Dumfries, Virgil van Dijk, Jan Paul van Hecke (Stefan de Vrij, aos 46') e Nathan Aké (Micky van de Ven, aos 62'); Ryan Gravenberch, Tijjani Reijnders (Justin Kluivert, aos 69') e Frenkie de Jong; Jeremie Frimpong, Memphis Depay (Wout Weghorst, aos 69') e Cody Gakpo (Xavi Simons, aos 84'). Técnico: Ronald Koeman


quarta-feira, 4 de junho de 2025

Futuro do passado

Malen, Frimpong, Noa Lang, Xavi Simons (da esquerda para a direita): a nova geração parece pedir passagem na Holanda, e é isso que muitos querem (KNVB Media/Divulgação)

A seleção masculina da Holanda (Países Baixos) terminou as datas FIFA de março deixando ótima impressão na torcida. Certo, perdeu as quartas de final da Liga das Nações para a Espanha. Ainda assim, jamais se rendeu: levou as duas partidas a empates, teve momentos de superioridade sobre os espanhóis, mostrou espírito ofensivo e promissor como poucas vezes se viu nesta segunda passagem de Ronald Koeman no comando da Laranja. E é assim que torcida e imprensa locais esperam ver a equipe neerlandesa no caminho das eliminatórias da Copa de 2026, que começa nestas datas FIFA, contra Finlândia (sábado, 7, às 15h45 de Brasília, em Helsinque) e Malta (terça, 10, também às 15h45 do horário brasileiro, em Groningen - que volta a receber uma partida da seleção masculina, após 42 anos). Porém, já há a desconfiança de que não será assim.

A convocação de Ronald Koeman já foi criticada antes mesmo da bola rolar, por algumas opções consideradas conservadoras demais. No gol, trouxe algum burburinho a chamada de Kjell Scherpen, que há algum tempo perdeu a aura de "revelação" que tinha anos atrás, quando titular da seleção holandesa sub-21 (e jogando aqui e ali pelo Ajax). Mas foi um burburinho menor, até porque Scherpen será o terceiro goleiro: com o titular usual Bart Verbruggen poupado, por lesão leve, terá chances Mark Flekken, como o coroamento de uma boa fase, com a confirmação da transferência para o Bayer Leverkusen e a inclusão entre os 10 melhores goleiros do mundo em lista da IFFHS (Federação Internacional de História e Estatística do Futebol) - lista que incluiu o brasileiro João Ricardo, do Fortaleza.

O alarido ficou maior nas opções de linha feitas por Koeman. Na lateral esquerda, nada de Ian Maatsen; no meio, nada de Kenneth Taylor ou mesmo o jovem Sem Steijn, jamais convocado, goleador do Campeonato Holandês (24 gols pelo Twente - desde Jari Litmanen pelo Ajax, em 1993/94, um meio-campista não fazia tantos gols pela Eredivisie), rumando agora para o Feyenoord. E no ataque, nada de chances a nomes como Mexx Meerdink (AZ), Joël Piroe ou Zian Flemming, destaques em dois clubes que acabam de subir à primeira divisão inglesa - Piroe no Leeds United, Flemming no Burnley. Por mais que mereçam - e até merecem, pois têm experiência que não pode ser descartada -, Memphis Depay ou Wout Weghorst não encantam mais a torcida.

Ainda assim, Koeman defende a continuidade já estabelecida em seu time, a partir da coletiva de imprensa da terça passada, se referindo especialmente ao caso de Steijn: "Não depende só de quantos gols se faz, mas também é importante que o pessoal saiba que temos um grupo fixo. Se eu convocasse novos nomes, como ficariam os convocados contra a Espanha [na Liga das Nações]? O desafio para Steijn é mostrar na próxima temporada o que mostrou nesta". A postura causa polêmicas. Ainda mais porque a seleção sub-21 da Holanda (Países Baixos) se prepara para a Euro da categoria, na Eslováquia, a partir do dia 11, com uma geração considerada muito promissora - tendo até nomes como os citados Maatsen e Taylor -, e vinda de 100% nas eliminatórias (10 jogos, 10 vitórias), sob o comando do técnico Michael Reiziger. Sim, a Laranja Jovem pode não ter jovens badalados como França ou Portugal, mas tem tudo para boa campanha nesta Eurocopa juvenil.

Mas as polêmicas ainda são controladas. Bem ou mal, Koeman deixou claro que quer o que todos quantos acompanhem a Laranja querem: a repetição do padrão visto nos jogos de março contra a Espanha ("Se conseguimos jogar assim contra uma das melhores seleções do mundo, isso dá muita confiança"). E sabe que isso é possível, tendo em vista que se a Holanda perdeu na Liga das Nações, ganhou ao cair num grupo dos mais acessíveis nas eliminatórias europeias da Copa - o G, com Polônia, Finlândia, Lituânia e Malta ("É obrigatório terminarmos o grupo [das eliminatórias] em primeiro lugar. Mas primeiro, não devemos subestimar ninguém. Agora, que jogamos bem contra a Espanha, parece fácil, mas precisamos mostrar o que mostramos nos últimos jogos").

Todos "amam" Tijjani Reijnders. O Manchester City, ainda mais: contratação próxima para o meio-campista, tão titular da Laranja quanto Frenkie de Jong (KNVB Media/Divulgação)

E a Holanda é capaz disso, de fato. Se antes a fartura de opções se via mais na defesa - e ela continua assim: Denzel Dumfries, Virgil van Dijk (estes dois, absolutos em suas posições), Nathan Aké (voltando de lesão), o veterano Stefan de Vrij, Micky van de Ven, Jan Paul van Hecke -, agora a Laranja também não reclama de meio-campo. Se antes o setor parecia depender demais de Frenkie de Jong (que sofria com lesões), agora ele não só se mostrou redivivo em boa temporada europeia do Barcelona, como tem mais nomes de boa qualidade a seu lado. Como Ryan Gravenberch, também recuperado no Liverpool - a ponto de ter sido eleito o melhor jovem da temporada na Inglaterra (mesmo já tendo sete anos desde sua aparição no Ajax, em 2018/19). Ou como o badalado Tijjani Reijnders, cada vez mais titular holandês, cada vez mais perto de uma transferência para o Manchester City ("Eles ainda estão conversando com o Milan, nem me importo muito, quem cuida disso é meu pai. Mas claro que jogar na Premier League seria um sonho de criança").

A impressão é de que só falta um atacante de alto nível, como os de tempos idos, para a Holanda subir de prateleira definitivamente entre as seleções europeias. E o pedido é de que Ronald Koeman passe cada vez mais a notar que pode ousar mais, para que a Laranja não tenha somente o futuro do passado entre seus jogadores

Os 23 convocados da Holanda (Países Baixos) para as datas FIFA

Goleiros: Mark Flekken (Bayer Leverkusen-ALE), Nick Olij (Sparta Rotterdam) e Kjell Scherpen (Sturm Graz-AUT)

Defensores: Denzel Dumfries (Internazionale-ITA), Jeremie Frimpong (Liverpool-ING), Lutsharel Geertruida (RB Leipzig-ALE), Virgil van Dijk (Liverpool-ING), Jan Paul van Hecke (Brighton-ING), Stefan de Vrij (Internazionale-ITA), Micky van de Ven (Tottenham Hotspur-ING), Nathan Aké (Manchester City-ING) e Jorrel Hato (Ajax)

Meio-campistas: Frenkie de Jong (Barcelona-ESP), Tijjani Reijnders (Milan-ITA), Xavi Simons (RB Leipzig-ALE), Ryan Gravenberch (Liverpool-ING), Mats Wieffer (Brighton-ING) e Justin Kluivert (Bournemouth-ING)

Atacantes: Memphis Depay (Corinthians), Cody Gakpo (Liverpool-ING), Wout Weghorst (Ajax), Noa Lang (PSV) e Donyell Malen (Aston Villa-ING)