A seleção feminina da Holanda (Países Baixos) terá nos amistosos contra Portugal e Coreia do Sul a última chance para se ajustar, rumo às eliminatórias da Copa de 2027 (KNVB Media/Divulgação)
No começo, era... o começo. Era conhecer as jogadoras, dar as linhas gerais do trabalho, começar uma reestruturação. Agora, já se tem uma ideia do que se pode esperar da seleção feminina da Holanda (Países Baixos) sob o comando do técnico Arjan Veurink. Já se sabe, principalmente, que ela terá França, Polônia - coincidência pegar a adversária do primeiro amistoso sob Veurink - e Irlanda como adversárias nas eliminatórias da Copa de 2027, a serem disputadas no primeiro semestre do próximo ano. Aliás, já começam em março. É por isso que, mesmo ainda no início, já parece que as Leoas Laranjas terão de fazer certas definições nos últimos amistosos de 2025, contra Portugal (nesta sexta, 28, às 16h45 de Brasília, em Braga) e Coreia do Sul (na terça-feira, 2 de dezembro, também às 16h45 de Brasília, em Waalwijk).
E para essas definições, o técnico já tem suas primeiras dificuldades. Resumidas numa palavra: lesões. Foi por causa delas que Daphne van Domselaar e Lineth Beerensteyn, duas titulares absolutas em condições normais, nem foram incluídas na lista original (Van Domselaar, inclusive, nem jogou ainda sob Veurink). Já com a lista feita, três convocadas foram desligadas na apresentação ao centro de treinamentos da federação, na segunda-feira passada: Janou Levels, Jill Roord e Lotte Keukelaar.
Problemático? Nem um pouco, nas palavras tranquilas de Arjan Veurink na entrevista coletiva, se valendo até dos oito anos como auxiliar de Sarina Wiegman, na Holanda e na Inglaterra: "Nos últimos anos, já aprendi que novembro é um mês desafiador, e este é um pouquinho mais. Só que isso também traz coisas positivas, porque posso deixar algumas garotas felizes [com a convocação]". Foi o que aconteceu com a meio-campista Nina Nijstad, destaque no PSV, nome já habituado com a seleção sub-21 dos Países Baixos, que já fazia por merecer um retorno à seleção principal. Ou mesmo com outro retorno, o da meio-campista Kayleigh van Dooren.
Também feliz estava a estreante da vez: outra meio-campista, Lynn Groenewegen, do Twente. Groenewegen vive avanço notável na carreira: há dois anos, estava no Excelsior (que normalmente sofre nas últimas posições do Campeonato Holandês feminino), foi para o Twente no começo de 2024, e agora chega à seleção. Claro, ela comemorou a chegada, ao site oficial da seleção feminina holandesa: "Ainda não acredito. Achei que, quando chegasse, eu ia me tocar, mas 'a ficha não caiu' completamente".
Depois dos últimos anos turbulentos, Vivianne Miedema parece pronta para seguir com a carreira. Começa bem a temporada no Manchester City, e quer seguir assim na seleção (ProShots)
Mais importante: a alegria segue nas palavras de quem talvez seja o maior valor técnico das Leoas Laranjas - claro, Vivianne Miedema. Enfim tendo uma sequência de jogos razoável pelo Manchester City, enfim deixando de sofrer (por ora...) com tantas lesões, a atacante reconheceu na entrevista coletiva: "Acho que todos podem ver que estou sorrindo de novo em campo. Os últimos anos foram difíceis para minha forma física. Tentei jogar o máximo possível nas datas FIFA, mas nem sempre consegui. Houve momentos em que eu tinha perdido o prazer com o futebol, totalmente. Depois da Euro passada, decidi me 'resetar': não fiz absolutamente nada por três semanas, e aí voltei de novo ao City". E voltou também à seleção, e voltou também a ficar animada: "Na época da Euro, estávamos aborrecidas. Precisávamos de um recomeço. Com a vinda de Arjan, e a energia da nova comissão técnica, tivemos esse recomeço".
Com esse bom clima - Jackie Groenen, outra veterana, celebrou mais ("Todo mundo está com uma boa impressão aqui dentro") -, a Holanda (Países Baixos) parte para os últimos preparativos de 2025. Incluindo até questões menores, como quem será a capitã, agora que Sherida Spitse já não faz mais parte do grupo ("Já decidi", revelou, sem revelar, Arjan Veurink). Afinal de contas, já será necessário entrar com tudo em 2026, para estar na Copa de 2027.
As 24 convocadas da Holanda (Países Baixos) para as datas FIFA
GOLEIRAS: Lize Kop (Tottenham Hotspur-ING), Daniëlle de Jong (Juventus-ITA) e Regina van Eijk (Ajax)
Excelsior 1x3 Twente (domingo, 23 de novembro de 2025)
Local: Woudestein (Roterdã)
Árbitro: Haico Michielsen
Gols: Jaimy Ravensbergen, aos 8', Danique van Ginkel (contra), aos 38', e Eva Oude Elberink, aos 74' e aos 90' + 2
Jogo resumido: Mesmo com um ligeiro susto, o Twente se recompôs, contou com a boa entrada de Oude Elberink, venceu, abriu três pontos de vantagem - fora o saldo... - e se garantiu como o melhor do "primeiro período" (1ª a 8ª rodadas). No mínimo, já tem vaga na Eredivisie Cup, quando a liga acabar
EXCELSIOR
Anouk van der Klooster; Djennah Cherif, Mare Westerink (Shi-Jona Martina, aos 86'), Yara Helderman e June Burgers; Veerle van Spijk, Anna Maria van der Vlist (Isa Gomez, aos 80'), Katelyn Hendriks e Janneke Verheijen; Naomi Hilhorst e Chelsea Homan. Técnico: Mathijs Kreugel
TWENTE
Diede Lemey; Leonie Vliek, Anna Knol, Lieske Carleer e Alieke Tuin; Danique van Ginkel e Lynn Groenewegen (Sophie te Brake, aos 80'); Charlotte Hulst (Imre van der Vegt, aos 62'), Amanda Andradóttir (Eva Oude Elberink, aos 62') e Rose Ivens; Jaimy Ravensbergen. Técnica: Corina Dekker
Zwolle 7x1 Ajax (domingo, 23 de novembro de 2025)
Local: MAC³Park Stadion (Zwolle)
Árbitro: Maarten Joël ter Velde
Gols: Chihiro Ishida, aos 12', Judith Roosjen, aos 15', Sophie van Vugt, aos 42', aos 50' e aos 63', Hanna Huizenga, aos 56', Danique Tolhoek, aos 58', e Inske Weiman, aos 60'
Jogo resumido: Abrir dois gols de vantagem nem seria nada que o Ajax não pudesse reverter. Mas Van Vugt viveu o grande dia de sua carreira, com três gols na etapa final, e o Zwolle alcançou PSV e Feyenoord na pontuação, no grande dia de sua história até aqui - e em um grande vexame do Ajax
ZWOLLE
Oliwia Szymczak; Jasmijn Dijsselhof, Maud Rutgers, Mayke Lindner (Sanne Davelaar, aos 84') e Inske Weiman; Chihiro Ishida (Senne van de Velde, aos 80'), Ragnheidur Jonsdóttir, Sophie van Vugt (Ilse Kemper, aos 79') e Kely Pruim (Maureen van Drogen, aos 85'); Judith Roosjen (Lyanne Iedema, aos 74') e Hanna Huizenga. Técnico: Gert Peter van de Gunst
AJAX
Regina van Eijk; Daliyah de Klonia (Louise van Oosten, aos 60'), Jade van Hensbergen, Amber Visscher e Jonna van de Velde; Mirte van Koppen (Nayomi Buikema, aos 60'), Isa Colin e Danique Noordman; Joëlle Smits; Danique Tolhoek e Bo van Egmond. Técnica: Anouk Bruil
PSV 6x0 Heerenveen (domingo, 23 de novembro de 2025)
Local: De Herdgang (Eindhoven)
Árbitro: Yannick Bos
Gols: Lore Jacobs, aos 8', Chimera Ripa, aos 17' e aos 73', Liz Rijsbergen, aos 65', Nina Nijstad, aos 69', e Sisca Folkertsma, aos 90' + 4
Jogo resumido: Com a qualidade habitual no ataque, o PSV encaminhou a vitória antes mesmo dos 20 minutos do primeiro tempo, transformou a vantagem em goleada no segundo tempo e retomou a terceira posição
PSV
Nicky Evrard; Melanie Bross, Myrthe Kemper-Moorhees, Anissa Chibani (Sara Thrige, aos 75') e Emma Frijns; Riola Xhemaili (Liz Rijsbergen, aos 54'), Nina Nijstad (Louize Haentjens, aos 74') e Robine Lacroix; Chimera Ripa, Lore Jacobs e Renate Jansen (Laura Strik, aos 66'). Técnico: Roeland ten Berge
HEERENVEEN
Brenda Badenhop; Ana Nassette (Helena Macleane, aos 85'), Fenna Meijer, Bente Vermeer (Lisanne Venema, aos 76') e Elize van Vilsteren; Elfi Maass, Eef Kerkhof (Britt Udink, aos 75') e Evi Maatman; Hester Algra (Sterre Kroezen, aos 46'), Aymée Altena (Roos de Haas, aos 75') e Inessa Kaagman. Técnico: Niklas Tarvajärvi
Feyenoord 3x0 HERA United (domingo, 23 de novembro de 2025)
Local: Varkenoord (Roterdã)
Árbitro: Delphin de Graaf
Gols: Ella van Kerkhoven, aos 13', Mao Itamura, aos 63', e Puck Donker (contra), aos 90' + 5
Jogo resumido: O Feyenoord conseguiu a vitória sem muitos problemas, mas lamentou a saída de Fleur Stoit, que deixou o campo só 17 minutos após entrar, com suspeita de grave lesão
FEYENOORD
Jacintha Weimar; Tess van Bentem, Akari Takeshige, Celainy Obispo e Justine Brandau (Noëlle van der Sluijs, aos 46'); Emma Pijnenburg, Kirsten van de Westeringh (Talia DellaPeruta, aos 76') e Kokona Iwasaki; Romée van de Lavoir (Zera Hulswit, aos 46'), Ella van Kerkhoven (Fleur Stoit, aos 46') (Esmee de Graaf, aos 62') e Mao Itamura. Técnica: Jessica Torny
HERA UNITED
Kelly Steen; Puck Donker, Ao Tanaka, Lieke Vis (Isabel Kopp, aos 84') e Nicole Stoop; Isabelle Nottet (Mila Lagcher, aos 61') e Chinatsu Kira; Jannette van Belen, Esmée Daalman (Yesmine Khanchouch, aos 84') e Yasmin Kleef (Samya Hassani, aos 72'); Tess Tiebie. Técnico: Ed Engelkes
AZ 8x1 NAC Breda (domingo, 23 de novembro de 2025)
Local: AFAS Trainingscomplex (Wijdewormer)
Árbitra: Sterre Bijlsma
Gols: Desirée van Lunteren, aos 17', 39', 53' e 58' Shanique Dessing, aos 28', Fieke Kroese, aos 32', Lynn Verhoef (contra), aos 33', Yentl van Goch, aos 68', e Sabrine Ellouzi, aos 77'
Jogo resumido: Van Lunteren foi até além de Sophie van der Vugt (Zwolle). Foram quatro gols da meio-campista na goleada tranquila do AZ
AZ
Trinette "Netty" Booms; Camie Mol, Karlijn Woons, Maudy Stoop e Ginia Caprino (Pleun Groot, aos 76'); Manique de Vette (A. Harting, aos 83'), Desirée van Lunteren (Sabrine Ellouzi, aos 64') e Jasmijn van Uden; Shanique Dessing, Jet van Beijeren (Kealyn Thomas, aos 64') e Fieke Kroese (Floor Jolijn Spaan, aos 76'). Técnico: Wouter de Vogel
NAC BREDA
Nikki de Haan; Kiki Heshof, Manoah van Houwelingen, Lynn Verhoef e Yentl van Goch; Stephanie Coelho Aurélio (Suus de Blij, aos 46') e Sarina Heijblom (R. Schuylenburg, aos 83'); July Schneijderberg (Josje Visser, aos 46'), Kim Hendriks e Emely van der Vliet (Elsi Yetim, aos 67'); Brigitte Franken. Técnico: Jan de Hoon
NAC Breda 0x1 PSV (sábado, 22 de novembro de 2025)
Local: Rat Verlegh (Breda)
Árbitro: Marc Nagtegaal
Gol: Guus Til, aos 36'
Jogo resumido: O PSV até levou algum sufoco, e o goleiro Kovar precisou fazer duas boas defesas no jogo. Porém, numa das raras chances que teve, o time de Eindhoven conseguiu o gol da vitória que o mantém na liderança, diante de um NAC Breda com muito esforço e pouca mira
NAC BREDA
Daniel Bielica; Boyd Lucassen (Juho Talvitie, aos 67'), Cherrion Valerius, Fredrik Oldrup Jensen (Daan van Reeuwijk, aos 50'), Rio Hillen e Boy Kemper; Mohamed Nassoh, Max Balard (Clint Leemans, aos 81') e Kamal Sowah; Sydney van Hooijdonk (Moussa Soumano, aos 67') e Charles-Andreas Brym (Pepijn Reulen, aos 80'). Técnico: Tomasz Kaczmarek (auxiliar - o treinador Carl Hoefkens está suspenso)
PSV
Matej Kovar; Sergiño Dest, Jerdy Schouten, Yarek Gasiorowski e Anass Salah-Eddine; Mauro Júnior, Ismael Saibari e Joey Veerman (Ryan Flamingo, aos 75'); Dennis Man (Esmir Bajraktarevic, aos 70'), Guus Til (Ricardo Pepi, aos 70') e Ivan Perisic (Couhaib Driouech, aos 75'). Técnico: Peter Bosz
Ajax 1x2 Excelsior (sábado, 22 de novembro de 2025)
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Árbitro: Joey Kooij
Gols: Noah Naujoks, aos 37' e aos 46', e Kasper Dolberg, aos 59'
Jogo resumido: O Ajax atacou, se esforçou, mas o Excelsior apostou nos contra-ataques. E com atuação eficiente de Noah Naujoks - dois chutes do meio-campo no jogo, dois gols -, conseguiu a façanha: vencer os Ajacieden fora de casa pela primeira vez na história do campeonato
AJAX
Remko Pasveer; Anton Gaaei (Kasper Dolberg, aos 57'), Josip Sutalo (Davy Klaassen, aos 84'), Youri Baas e Gerald Alders (Owen Wijndal, aos 76'); Youri Regeer e Kenneth Taylor; Oliver Edvardsen (Raúl Moro, aos 76'), Oscar Gloukh e Mika Godts; Wout Weghorst. Técnico: Fred Grim (interino)
EXCELSIOR
Stijn van Gassel; Ilias Bronkhorst, Casper Widell (Lewis Schouten, aos 84'), Rick Meissen e Nolan Martens (Simon Janssen, aos 84'); Irakli Yegoian, Lennart Hartjes (Adam Carlén, aos 52') e Noah Naujoks; Derensili Sanches Fernandes (Stefan Mitrovic, aos 66'), Jerolldino Berggraaf (Mike van Duinen, aos 65') e Gyan de Regt. Técnico: Ruben den Uil
Volendam 1x1 Twente (sábado, 22 de novembro de 2025)
Local: KRAS Stadion (Volendam)
Árbitro: Stan Teuben
Gols: Daan Rots, aos 46', e Robert Mühren, aos 86'
Jogo resumido: Após um primeiro tempo de menos emoções, o Twente já assumiu a frente do placar logo no início do segundo tempo. E até controlava a partida. Mas num rápido avanço pela esquerda, um cruzamento, e o Volendam conseguiu empate importante contra as últimas posições
VOLENDAM
Kayne van Oevelen; Precious Ugwu (Xavier Mbuyamba, aos 84'), Mawouna Kodjo Amevor, Nick Verschuren e Yannick Leliendal; Nordin Bukala (Ozan Kökcü, aos 73') e Gibson Yah; Brandley Kuwas (Joel Ideho, aos 73'), Robin van Cruijsen (Anthony Descotte, aos 62') e Aurelio Oehlers (Robert Mühren, aos 84'); Henk Veerman. Técnico: Rick Kruys
TWENTE
Lars Unnerstall; Bart van Rooij, Stav Lemkin, Ruud Nijstad e Mats Rots; Ramiz Zerrouki e Thomas van den Belt (Mathias Kjolo, aos 75'); Marko Pjaca (Arno Verschueren, aos 75'), Daan Rots e Sondre Orjasaeter (Sam Lammers, aos 83'); Ricky van Wolfswinkel. Técnico: John van den Brom
Heracles Almelo 4x2 Go Ahead Eagles (sábado, 22 de novembro de 2025)
Local: Polman/Asito Stadion (Almelo)
Árbitro: Danny Makkelie
Gols: Damon Mirani, aos 10' e aos 51', Mathis Suray, aos 34', Milan Smit, aos 38', Jizz Hornkamp, aos 54', e Luka Kulenovic, aos 90' + 3
Jogo resumido: Mesmo mais ofensivo desde o começo, o Heracles Almelo chegou a tomar a virada, em dois gols surgidos de duas falhas (uma de Hrustic, outra do goleiro Jansink). Mas os Almelöers aumentaram os ataques na etapa final, viraram e venceram a terceira seguida, deixando a lanterna
HERACLES ALMELO
Timo Jansink; Mike te Wierik, Damon Mirani, Alec van Hoorenbeeck e Ivan Mesik; Bryan Limbombe (Tristan van Gilst, aos 81'), Ajdin Hrustic, Jan Zamburek (Thomas Bruns, aos 82') e Walid Ould-Chikh (Mario Engels, aos 82'); Luka Kulenovic e Jizz Hornkamp (Djevencio van der Kust, aos 87'). Técnico: Hendrie Krüzen (interino)
GO AHEAD EAGLES
Jari de Busser; Mats Deijl, Melle Meulensteen, Joris Kramer e Dean James; Calvin Twigt (Jakob Breum, aos 73') e Yassir Salah Rahmouni (Julius Dirksen, aos 84'); Richonell Margaret (Thibo Baeten, aos 46'), Kenzo Goudmijn (Aske Adelgaard, aos 73') e Mathis Suray (Finn Stokkers, aos 84'); Milan Smit. Técnico: Melvin Boel
Sparta Rotterdam 1x1 Fortuna Sittard (sábado, 22 de novembro de 2025)
Local: Het Kasteel (Roterdã)
Árbitro: Erwin Blank
Gols: Joshua Kitolano, aos 38', e Kaj Sierhuis, aos 56'
Jogo resumido: Mesmo com o Fortuna Sittard fazendo o goleiro Drommel trabalhar bem mais (e com boas defesas), o Sparta é que saiu na frente, numa rara chance no primeiro tempo. Com o empate, o Fortuna Sittard deixou o placar refletindo mais corretamente o que foi a partida
SPARTA ROTTERDAM
Joël Drommel; Saïd Bakari, Marvin Young, Bruno Martins Indi (Tijs Velthuis, aos 82') e Patrick van Aanholt (Mike Kleijn, aos 72'); Julian Baas e Joshua Kitolano (Ayomi Santos, aos 82'); Mitchell van Bergen, Lance Duijvestijn e Shunsuke Mito (Ayoub Oufkir, aos 72'); Tobias Lauritsen. Técnico: Maurice Steijn
FORTUNA SITTARD
Mattijs Branderhorst; Ivo Pinto, Shawn Adewoye, Iván Márquez e Jasper Dahlhaus; Phillip Brittijn (Paul Gladon, aos 66'), Édouard Michut e Ryan Fosso; Mohamed Ihattaren (Luka Tunjic, aos 81'), Kaj Sierhuis (Justin Lonwijk, aos 81') e Dimitris Limnios (Kristoffer Peterson, aos 66'). Técnico: Danny Buijs
Heerenveen 3x1 AZ (domingo, 23 de novembro de 2025)
Local: Abe Lenstra (Heerenveen)
Árbitro: Allard Lindhout
Gols: Dylan Vente, aos 38', Joris van Overeem, aos 40', Troy Parrott, aos 75', e Luuk Brouwers, aos 79'
Jogo resumido: Com muitas trocas de passes levando o time ao ataque, o Heerenveen frustrou o AZ (segunda derrota seguida) e venceu em casa, se consolidando no meio da tabela
HEERENVEEN
Bernt Klaverboer; Oliver Braude, Sam Kersten, Maas Willemsen e Vasilis Zagaritis; Joris van Overeem, Ringo Meerveld (Nikolai Hopland, aos 80') e Luuk Brouwers; Jacob Trenskow (Eser Gürbüz, aos 80'), Dylan Vente (Vaclav Sejk, aos 86') e Maxence Rivera. Técnico: Robin Veldman
AZ
Jeroen Zoet; Elijah Dijkstra, Maxim Dekker (Lequincio Zeefuik, aos 71'), Alexandre Penetra e Mees de Wit (Mateo Chávez, aos 65'); Peer Koopmeiners (Dave Kwakman, aos 83') e Kees Smit; Weslley Patati (Matej Sín, aos 46'), Sven Mijnans e Ibrahim Sadiq (Wassim Bouziane, aos 46'); Troy Parrott. Técnico: Maarten Martens
Feyenoord 2x4 NEC (domingo, 23 de novembro de 2025)
Local: De Kuip (Roterdã)
Árbitro: Bas Nijhuis
Gols: Bryan Linssen, aos 37', Leo Sauer, aos 45' + 4, Bart Nieuwkoop, aos 56', Noé Lebreton, aos 69', e Kento Shiogai, aos 85' e aos 90' + 1
Jogo resumido: O NEC mostrou em De Kuip por quê seu estilo tem sido chamado pela torcida de "Dick-taka". Sempre ofensivo, abriu o placar nos contra-ataques, e nem mesmo a virada do Feyenoord o inibiu. Até porque Kento Shiogai entrou e foi o nome da segunda virada, com dois gols. Grande vitória
FEYENOORD
Timon Wellenreuther; Bart Nieuwkoop (Jordan Lotomba, aos 68'), Anel Ahmedhodzic (Casper Tengstedt, aos 87'), Tsuyoshi Watanabe e Gijs Smal; Luciano Valente, Sem Steijn (Oussama Targhalline, aos 68') e Quinten Timber; Anis Hadj-Moussa (Aymen Sliti, aos 76'), Ayase Ueda e Leo Sauer. Técnico: Robin van Persie
NEC
Gonzalo Crettaz; Eli Dasa, Philippe Sandler e Ahmetcan Kaplan; Sami Ouaissa (Deveron Fonville, aos 87'), Kodai Sano, Darko Nejasmic e Basar Önal (Brayann Pereira, aos 87'); Bryan Linssen (Kento Shiogai, aos 68') e Tjaronn Chery (Noé Lebreton, aos 58'); Koki Ogawa (Dirk Proper, aos 59'). Técnico: Dick Schreuder
Telstar 1x1 Utrecht (domingo, 23 de novembro de 2025)
Local: BUKO Stadion (Velsen-Zuid)
Árbitro: Robin Hensgens
Gols: Soufiane Hetli, aos 56', e Can Bozdogan, aos 90' + 3
Jogo resumido: Nem pareceu que o Utrecht teve mais posse de bola. Bem mais ofensivo em campo, o Telstar fez 1 a 0 e se esforçou bastante para segurar o empate... até o gol de Bozdogan, já nos acréscimos, em chute de fora da área
TELSTAR
Ronald Koeman Jr.; Neville Ogidi Nwankwo (Dylan Mertens, aos 79'), Devon Koswal e Danny Bakker; Adil Lechkar (Tyrese Noslin, aos 59'), Guus Offerhaus, Tyrone Owusu e Jeff Hardeveld (Jochem Ritmeester van de Kamp, aos 59'); Nils Rossen (Dion Malone, aos 79') e Patrick Brouwer; Soufiane Hetli (Kay Tejan, aos 86'). Técnico: Anthony Correia
UTRECHT
Vassilis Barkas; Siebe Horemans, Matisse Didden, Nick Viergever (Mike van der Hoorn, aos 85') e Souffian El Karouani; Alonzo Engwanda e Gjivai Zechiël (Can Bozdogan, aos 85'); Miguel Rodríguez (Emirhan Demircan, aos 72'), Dani de Wit e Yoann Cathline (Adrian Blake, aos 72'); Sébastien Haller (David Min, aos 72'). Técnico: Ron Jans
Groningen 2x2 Zwolle (domingo, 23 de novembro de 2025)
Local: Euroborg (Groningen)
Árbitro: Alex Bos
Gols: Thijs Oosting, aos 11', Thom van Bergen, aos 37' e aos 90', e Sherel Floranus, aos 59'
Jogo resumido: Numa partida atrapalhada pela neve - foram duas interrupções por causa dela, ao longo dos 90 minutos -, o Zwolle quase superou o Groningen, nos contragolpes, mas o time da casa conseguiu empatar no fim
GRONINGEN
Etienne Vaessen; Marco Rente, Thijmen Blokzijl, Dies Janse e Marvin Peersman (Wouter Prins, aos 76'); Tika de Jonge (Mats Seuntjens, aos 76') e Stije Resink; David van der Werff (Brynjólfur Willumsson, aos 65'), Younes Taha (Oskar Zawada, aos 76') e Jorg Schreuders (Tygo Land, aos 82'); Thom van Bergen. Técnico: Dick Lukkien
ZWOLLE
Tom de Graaff; Oliver Aertssen, Simon Graves, Anselmo García MacNulty e Sherel Floranus (Tristan Gooijer, aos 60'); Jamiro Monteiro (Zico Buurmeester, aos 60'), Thijs Oosting (Nick Fichtinger, aos 79') e Ryan Thomas; Shola Shoretire, Koen Kostons e Kaj de Rooij (Dylan Mbayo, aos 60') (Dylan Ruward, aos 79'). Técnico: Henry van der Vegt
O atacante Van Loen deixa o gramado de De Kuip após a queda da Holanda (Países Baixos) na repescagem das eliminatórias da Copa de 1986: entre 1978 e 1988, várias decepções e azares (Alamy)
Certo, na Copa de 1978 a seleção da Holanda já não era a mesma que marcara época no vice-campeonato mundial de 1974. Ainda assim, a campanha que terminou em outra segunda colocação, após a derrota para a Argentina na decisão, rendia alguma honra, e sinalizava que a seleção batava chegara ao grupo das equipes nacionais prestigiosas – e era para ficar.
Pelo menos, era o que parecia. Porque, entre o 25 de junho de 1978 em que se jogou a final da Copa do Mundo no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, e o 25 de junho de 1988 em que ganhou seu único título de vulto (a Euro, no Estádio Olímpico de Munique), a equipe masculina dos Países Baixos viveu exatamente dez anos cheios de decepções, de esperanças frustradas – algumas, de maneira até incrível. Hora de ver o que ocorreu nesse hiato.
A Laranja até foi à Euro 1980, mas entre o envelhecimento da geração "Futebol Total" e novas promessas que não embalavam, ficou na fase de grupos. Era o começo da queda. Aqui, a foto do time na derrota por 3 a 2 para a Alemanha Ocidental, na Euro. Em pé, Schrijvers, Krol, Van de Korput, Stevens, Hovenkamp eWijnstekers. Agachados: Rep, Rene van de Kerkhof, Kist, Willy van de Kerkhof e Haan (ProShots).
1978-1980: uma troca confusa de gerações
Logo após a Copa do Mundo, uma troca foi oficializada: o auxiliar técnico Jan Zwartkruis virou o treinador principal da Holanda, sucedendo o austríaco Ernst Happel – que só fora treinar a Laranja durante a Copa, aliás. Antigo comandante da seleção neerlandesa das Forças Armadas, Zwartkruis já teria de começar o trabalho no fim de 1978, com o início das eliminatórias para a Eurocopa. Ainda teria à disposição a geração que começava a envelhecer (Ruud Krol, os Van de Kerkhof, Willem van Hanegem, Arie Haan, Johnny Rep, Johan Neeskens, Rob Rensenbrink), mas poderia convocar jovens promissores – como o atacante Jan Peters, do AZ.
A Holanda começou impondo respeito, num grupo acessível na qualificação: em três jogos, três vitórias (contra Islândia, Suíça e Alemanha Oriental). Porém, quando encarava adversários mais fortes em amistosos, fraquejava. Foi assim no jogo derradeiro de 1978, quando caiu para a Alemanha Ocidental (3 a 0). Foi assim na primeira partida da Laranja em 1979 (outro revés por 3 a 0, para a Itália, também num amistoso). Se os problemas fossem só em jogos amigáveis, tudo bem. Mas uma queda para a Polônia, única adversária mais forte nas eliminatórias da Euro (2 a 0, na quinta rodada), acendeu o sinal amarelo. Que quase ficou vermelho com as defecções que vinham entre velhos conhecidos: Van Hanegem, Rensenbrink e Neeskens tiveram suas últimas partidas vestindo a camisa alaranjada naquele 1979, e Arie Haan decidira deixar a seleção, sentindo-se desprestigiado por Zwartkruis - e expondo isso numa carta aberta.
Só restavam as convocações de mais novidades: o lateral direito Ben Wijnstekers, o zagueiro Michel van de Korput, o atacante Simon Tahamata (guarde este nome). Parecia insuficiente: um empate contra a Polônia, na penúltima rodada das eliminatórias da Euro – 1 a 1 -, deixava a Holanda na segunda colocação do grupo 4. Se não vencesse a Alemanha Oriental, na última rodada, em Leipzig, em 21 de novembro de 1979, a vice-campeã mundial estaria fora do torneio continental a ser sediado na Itália.
Em 33 minutos, os germânicos do lado leste fizeram 2 a 0. Pior, muito pior: após um entrevero em campo, ainda antes do intervalo, cada equipe ficou com um homem a menos (pela Holanda, Tshen La Ling levou o cartão vermelho; pela Alemanha Oriental, Konrad Weise). Pois bem: diante daquela decepção que se delineava, Simon Tahamata chamou a responsabilidade. Logo após as expulsões, também ainda no primeiro tempo, ele fez a jogada com que Frans Thijssen diminuiu o placar, para 2 a 1. Na etapa final, a Holanda foi à frente, carregada pelos dribles de Tahamata. Coube a um atacante sem presença em Copas do Mundo mas recheado de respeito no futebol europeu – Kees Kist, presente na Euro 1976, Chuteira de Ouro europeia – empatar o jogo, já aos cinco minutos do segundo tempo. E aos 25 minutos, Willy van de Kerkhof marcou o gol da virada. Graças ao “Milagre de Leipzig”, como a imprensa celebrou no dia seguinte, a Holanda estava na Euro 1980.
Mas quando enfim chegou a hora do torneio para valer, as pequenas fissuras vistas sob Zwartkruis ficavam maiores. Certo, Arie Haan se reconciliara com o treinador e voltara à seleção. Mas os mais experientes tinham pequenos estranhamentos com os mais novos – por exemplo, entre os goleiros, o titular Piet Schrijvers (34 anos) e o reserva Willem “Pim” Doesburg (37 anos) tinham um comportamento áspero com o terceiro arqueiro convocado para a Euro, Hans van Breukelen (chegando à Laranja, aos 24 anos). Alguns outros se perdiam com as questões das próprias carreiras: Van de Korput, por exemplo, concluiu a transferência para o Torino no aeroporto em que embarcaria para a Itália.
Não deu outra: a Holanda chegou ao certame europeu sem brilho. Na estreia pela Euro, contra a Grécia, um insípido 1 a 0 (gol de pênalti de Kees Kist). No jogo seguinte, num clássico contra a Alemanha Ocidental, o placar de 3 a 2 foi enganoso: naquela que foi a primeira partida de Lothar Matthäus pela seleção germânica, Klaus Allofs roubou a cena, marcando três gols e simbolizando o domínio dos alemães. Nos últimos dez minutos, Rep e Willy van de Kerkhof até diminuíram, mas o nervosismo neerlandês impressionou negativamente.
A derrota deixava dificuldades. Mas ainda se podia chegar até a decisão: seria questão de vencer a Tchecoslováquia, e esperar que a Alemanha Ocidental tropeçasse contra a Grécia. Este tropeço veio (0 a 0), mas a Holanda nunca passou perto de poder vencer os tchecos, que saíram na frente. Kist até empatou, mas a igualdade por 1 a 1 foi o ponto final da Holanda naquela Euro. Uma campanha esquecível. Que indicava os tempos duros que estavam vindo.
1980-1982: de volta ao passado
Tão logo começou a campanha para as eliminatórias da Copa de 1982, com boa parte dos nomes dos anos 1970 deixados de lado, vieram duas derrotas por 1 a 0, para Irlanda e Bélgica, no grupo 2. Mal visto pelos veteranos que ainda persistiam (como Ruud Krol), desprestigiado pelos mais novos, Jan Zwartkruis ficava em situação periclitante. Às pressas, ainda teve de comandar a Holanda no Mundialito da virada de ano – com a recusa da Inglaterra em participar do torneio com campeões mundiais no Uruguai, a Laranja foi convidada e viajou, ainda que sob protestos de entidades da sociedade civil, queixosas de ver a seleção ir a um país que estava sob o governo ditatorial de Juan María Bordaberry.
Em campo, Zwartkruis apostou na base do AZ que furaria o domínio do trio Ajax-PSV-Feyenoord para ser campeão holandês em 1980/81: o zagueiro Ronald Spelbos, o meio-campo Hugo Hovenkamp, os supracitados Jan Peters e Kist. Não adiantou: duas derrotas para Uruguai e Itália, ambas por 2 a 0. E o Mundialito foi o ponto final para Jan Zwartkruis, demitido da seleção tão logo a delegação retornou do Uruguai.
Após um respiro nas eliminatórias da Copa (3 a 0 no Chipre, na terceira rodada, sob o comando do interino Rob Baan), a federação holandesa ganhou algum tempo para escolher o novo técnico. A opção recaiu sobre Kees Rijvers, elogiado pelo trabalho nos oito anos (1972 a 1980) que catapultaram o PSV à posição de clube grande na Holanda e na Europa. Com uma mudança notável – trazer de volta à seleção, após três anos, o meio-campo Arnold Mühren -, Rijvers viu um primeiro jogo altamente promissor: vitória por 1 a 0 sobre o adversário mais forte no grupo 2 das eliminatórias da Copa, a França, na quarta rodada, em 25 de março de 1981.
Com Kees Rijvers como técnico, a Laranja teve grupo muito equilibrado nas eliminatórias da Copa de 1982. Em decadência, tentou recuperar Cruyff, até trouxe Neeskens de volta, mas ficou de fora, vendo Bélgica e França garantirem vaga no Mundial. Na foto, o time que venceu a França por 1 a 0. Em pé, Schrijvers, Krol, Thijssen, Hovenkamp e Ophof. Agachados: Rene van de Kerkhof, Willy van de Kerkhof, Poortvliet,Peters, Mühren e Rep (Gerard Bedeau/Onze/Icon Sport/Getty Images)
O que não queria dizer que os problemas tinham se acabado. Naquela partida de estreia, Kees Rijvers pensou em convocar... Johan Cruyff, já ausente da seleção havia quatro anos, tentando retomar a carreira após rapidíssima passagem pelo Levante espanhol (e até um jogo fugaz, pelo Milan, num torneio amistoso). Cruyff até topou conversar. Mas logo colocou suas condições: só aceitaria a convocação se pudesse vestir roupas da Cruyff Court, sua marca de material esportivo, e não da Adidas, empresa patrocinadora da federação holandesa. A condição aborreceu Rijvers, que deixou a ideia do retorno de lado.
Na quinta rodada das eliminatórias, outro triunfo sobre o Chipre (1 a 0, com gol de uma aposta de Kees Rijvers – o atacante Kees van Kooten, 32 anos, do Go Ahead Eagles). Aí viriam três jogos decisivos para tentar a vaga na Copa: nas rodadas derradeiras da qualificação, seriam enfrentados justamente os adversários mais fortes – Irlanda, Bélgica e França. Contra a Irlanda, nem um ataque experiente (Johnny Rep, Ruud Geels e Van Kooten) evitou um tropeço: empate por 2 a 2, em Roterdã. Então, Kees Rijvers tentou atrair mais um veterano para voltar à Laranja. Desta vez, conseguiu: mesmo em queda física e técnica no New York Cosmos, mesmo até sofrendo com a bebida naquele momento de sua vida, Johan Neeskens, 30 anos em 1981, aceitou ser convocado, para ser um nome de referência no meio-campo, nas “decisões” contra Bélgica e França.
Pressionado nas Eliminatórias da Copa de 1982 - a bem da verdade, em toda a sua passagem -, o técnico Kees Rijvers (à esquerda) até convenceu Neeskens para uma volta fugaz à Laranja. Não adiantou (Fotocollectie Anefo)
Contra os belgas, na penúltima rodada, num time que tinha veteranos (Krol, Neeskens, Johnny Rep) a nomes mais novos que ganhavam espaço (o goleiro Van Breukelen, o zagueiro John Metgod), um triunfo promissor: 3 a 0 em Roterdã. A Holanda ia para a segunda posição do grupo 2, com nove pontos. Assim iria ao Parc des Princes, em Paris, para enfrentar a França, na última rodada, em 18 de novembro de 1981. Se vencesse, abriria quatro pontos de vantagem para os franceses, e se garantiria na Copa de 1982.
A seleção neerlandesa suportou a pressão dos Bleus. Até os seis minutos do segundo tempo. Falta na entrada da área: Michel Platini foi cobrar, e Van Breukelen descobriu o seu canto, para ficar mais avançado. Foi nesse átimo de desatenção que Platini bateu: bola no ângulo, França 1 a 0. Aquele lance deu a má indicação aos Países Baixos: a Holanda ficaria de fora do Mundial. Partindo para o ataque, ela deixou espaços aos franceses. Num contra-ataque, aos 35 minutos, Didier Six fez 2 a 0. A tentativa de trazer os veteranos de volta fracassara: Bélgica e França foram à Copa, e os Países Baixos amargaram o quarto lugar do grupo. Era a volta a um passado sem Mundiais.
1982-1984: pareceu piada, pareceu mutreta, mas foi só azar para os jovens
No meio dos veteranos que voltaram para ajudar, pouca gente notou, mas Kees Rijvers começou a fazer o que mais gostava em sua carreira de técnico: revelar jovens jogadores. Com isso, começou indiretamente a dar espaço a nomes que acabariam com o hiato vivido pela Laranja. Um jogo simboliza isso: num amistoso contra a Suíça (que venceu por 2 a 1, em 1º de setembro de 1981), estrearam dois jovens que eram amigos de infância, no bairro de Jordaan, em Amsterdã. Um deles já era volante pelo Ajax: Frank Rijkaard, 19 anos. O outro era atacante, no Haarlem: Ruud Gullit, também 19 anos.
Após a ausência do Mundial, Kees Rijvers teve mais espaço para abrir aos novatos – muitos deles frequentando as seleções de base da Holanda. 1982 começou mal para a Laranja, com derrotas para Escócia e Inglaterra em amistosos, mas outros dois jovens entravam nas convocações para não saírem mais: os atacantes Wim Kieft, 20 anos, e Gerald Vanenburg, 18 anos. Dos nomes que evocavam os dois vices em Copas, só restavam o goleiro Schrijvers (cedendo cada vez mais espaço a Van Breukelen), Krol e Willy van de Kerkhof.
Sim, alguns nomes de mais idade persistiram na seleção sob Rijvers, como Kees van Kooten. Mas seriam os jovens que teriam mais espaço no começo da campanha das eliminatórias para a Euro 1984, no grupo 7. Campanha que começou bem: um empate contra a Islândia (1 a 1), duas vitórias (2 a 1 na Irlanda, 6 a 0 em Malta), dando chances até a gente de brilho fugaz, como o atacante René van der Gijp, do Sparta Rotterdam.
Durante as eliminatórias da Euro 1984, a nova geração começou a tomar conta da Laranja: Van Basten, Rijkaard (que não estão na foto), Gullit, os irmãos Koeman, Vanenburg. Parecia suficiente para ir à Euro. Mas o azar de ver a Espanha fazer 12 a 1 em Malta foi gigante. Aqui, o time que começou jogando na vitória por 2 a 1 sobre a Espanha, naquelas eliminatórias. Em pé: Schrijvers, Ronald Koeman, Van de Kerkhof, Boeve, Vanenburg e Gullit. Agachados: Erwin Koeman, Brocken, Houtman, Ophof e Wijnstekers (ANP)
Em 1983, a primeira dificuldade apareceu: logo em 16 de fevereiro, derrota por 1 a 0 para a Espanha, a adversária mais forte da chave de qualificação. Uma pesada queda para a Suécia, em amistoso (3 a 0), não melhorou as coisas. Ainda assim, Rijvers seguiu com algum respaldo na seleção. Teve espaço até para treinar a equipe sub-20 da Holanda que disputou o Mundial da categoria naquele 1983. Eliminada pela Argentina (vice-campeã do torneio) nas quartas de final, a equipe neerlandesa teve como destaque um atacante tecnicamente promissor – Marco van Basten, 19 anos. Ele já entrou no radar da seleção principal: estreou na quinta rodada das eliminatórias da Euro – 3 a 0 contra a Islândia, em 7 de setembro. Outros dois nomes que começaram na Laranja em 1983 também eram garotos, e irmãos: o zagueiro Ronald Koeman, 20 anos, e o volante Erwin Koeman, 22 anos.
A juventude tomava conta da seleção holandesa em 1983. A tal ponto que Kees Rijvers deixava de fora das convocações Ruud Krol, o jogador com mais partidas pela Laranja até então (para decepção do próprio Krol, que desejava continuar). Os resultados justificavam isso. Principalmente o visto em 12 de outubro de 1983, na sexta rodada das eliminatórias da Euro: contra a Irlanda, em Dublin, a Holanda saiu perdendo por 2 a 0, no primeiro tempo. Pois Gullit e Van Basten, que tanto sucesso fariam, explodiram ali: carregaram a Laranja para a virada, no segundo tempo. Dois gols do primeiro, um do segundo, Holanda 3 a 2.
De quebra, nas duas últimas rodadas da qualificação para o torneio continental, duas vitórias: 2 a 1 na Espanha, em novembro, e 5 a 0 em Malta, em 17 de dezembro. Com 13 pontos, dois à frente dos espanhóis, e tranquila vantagem no saldo de gols, primeiro critério de desempate (+16 contra +5 da Espanha), a Holanda esperava estar na Euro 1984. Só um triunfo da Fúria por 11 gols de diferença, na última rodada, contra Malta, tiraria os Países Baixos da competição.
21 de dezembro de 1983. Naquela noite, em Amsterdã, se apresentava Freek de Jonge, popular cantor e humorista neerlandês. A certa altura de seu espetáculo, De Jonge falou aos espectadores que riam com sua performance: a Espanha ganhara de Malta por 12 a 1, e estaria na Euro 1984. A risada foi generalizada: todos acharam que era mais uma piada de Freek. Não era. Enquanto todos viam o show, a Espanha, que só vencia Malta por 3 a 1 ao fim do 1º tempo, fez nove gols na etapa final em Sevilha (quatro de Hipólito “Poli” Rincón, dois de Antonio Maceda, um de Carlos Alonso Santillana, um de Manuel Sarabia, um de Juan Antonio Señor). Chegou-se a suspeitar de que os jogadores malteses haviam facilitado o resultado: nada foi encontrado nas investigações de apostas.
Jantando na casa de um amigo, Kees Rijvers viu ali o tamanho do azar holandês. Acontecia o quase inimaginável: a Holanda estaria fora da Euro 1984, pelo mérito da Espanha – e o demérito de Malta. Seu cargo passava a correr perigo. Ainda mais pelas ambições cada vez menos escondidas do diretor técnico Rinus Michels.
Esta Holanda já poderia ter ido à Copa de 1986, mas falhou quando não podia na repescagem contra a Bélgica... aqui, a escalação da vitória que não adiantou (2 a 1, no jogo de volta da repescagem - os belgas, com o 1 a 0 da ida, foram à Copa pelo gol fora de casa). Em pé: Wijnstekers, Houtman, Gullit, Spelbos, Rijkaard e Van Breukelen. Agachados: De Wit, Van Tiggelen, Van de Korput, Tahamata e Valke. (VI Images)
1984-1986: faltou atenção no momento final
Quando 1984 começou, já era claro: Kees Rijvers estava sob pressão. Sob seu comando, a Holanda já ficara fora de uma Copa do Mundo e uma Euro. De quebra, no começo do ano, a federação holandesa tomou decisão polêmica: trouxe Rinus Michels para ser o diretor técnico da entidade. Mesmo que não o fosse abertamente, era uma sombra respeitável para o trabalho de Kees Rijvers. E mesmo que o ano tivesse começado com uma goleada na Dinamarca (6 a 0, num amistoso em 14 de março), a campanha no grupo 5 das eliminatórias da Copa do Mundo deveria começar muito bem, se o treinador quisesse evitar a demissão. Não foi o que aconteceu: em 17 de outubro de 1984, a Hungria já começou ganhando em pleno De Kuip, em Roterdã (2 a 1). A pressão tinha sua gota d’água: Kees Rijvers foi demitido.
Nas eliminatórias da Copa de 1986, Rinus Michels voltou a ser de fato o que já era "nas sombras": técnico da seleção holandesa (Marcel Antonisse/Anefo)
Na segunda rodada das eliminatórias, contra a Áustria, em 14 de novembro de 1984, Rinus Michels já voltava a treinar a Laranja, dez anos após comandar a seleção nos sete jogos que impressionaram o mundo na Copa de 1974. Só o resultado destoou: com gol contra de Michel Valke, derrota para os austríacos – 1 a 0. De quebra, uma aposta de Michels na convocação se frustrou: iniciado na reserva, o temperamental meio-campista Mario Been ralhou ao só entrar aos 28 minutos do segundo tempo. Nunca mais foi convocado. A primeira vitória nas eliminatórias da Copa veio só na terceira rodada: 1 a 0 no Chipre, em 23 de dezembro de 1984.
A saúde impediu que Rinus Michels pudesse continuar seu trabalho ali: logo que 1985 começou, um grave problema cardíaco o forçou a passar por uma operação e a se licenciar do comando da seleção. Às pressas, a federação teve de achar um técnico para a Laranja. Achou em Leo Beenhakker, do Volendam, admirador confesso de Michels, que seguiria o trabalho nas eliminatórias.
Leo Beenhakker - à direita, com Dick Advocaat como auxiliar - teve de terminar em 1985 o que Rinus Michels começara nas eliminatórias da Copa (VI Images)
“Don Leo” seguiu o que Rinus vinha fazendo: intercalando a nova geração (Van Breukelen, Gullit, Van Basten) com os nomes frequentes daquele hiato (Michel Valke, Ronald Spelbos, os zagueiros Peter Boeve e Ernie Brandts – este, egresso da Copa de 1978 -, um raro veterano em Willy van de Kerkhof). Veio uma ligeira reação na quarta rodada da qualificação: 7 a 1 no Chipre, em 27 de fevereiro de 1985. Porém, enquanto a Hungria garantia a primeira colocação e a vaga direta na Copa, um empate com a Áustria (1 a 1, em 1º de maio, em Roterdã) diminuía novamente as expectativas. Se quisesse manter alguma chance de tentar lugar no Mundial, via repescagem, a Holanda teria de vencer a Hungria em Budapeste, para manter a segunda posição da chave. Poucos acreditaram.
Eis que, em 14 de maio de 1985, a sorte esteve do lado laranja. Por obra e graça de um nome tão fugaz quanto talentoso: o atacante Rob de Wit, 21 anos, do Ajax. Contra a Hungria, De Wit fazia seu segundo jogo pela seleção da Holanda. Aos 23 minutos do segundo tempo, iniciou uma sequência de dribles, que só parou com um toque sutil para o 1 a 0. Houve suspeitas de facilitação dos resultados por parte dos húngaros (que viviam momentos de polêmicas sobre corrupção no futebol). Mas a Laranja ganhava sua segunda chance: iria à repescagem por vaga na Copa de 1986. Contra a Bélgica, a vizinha e rival tradicional.
No primeiro jogo, em Bruxelas, Wim Kieft cometeu um erro fatal: agrediu um adversário aos quatro minutos de jogo, e foi expulso. Com superioridade numérica, a Bélgica fez 1 a 0 e levou a vantagem para a volta, em Roterdã, no dia 20 de novembro de 1985. Mesmo com nomes como Rijkaard e Gullit em campo (e no banco, um veterano Willy van de Kerkhof), Rob de Wit quase foi o herói da vaga na Copa: se Peter Houtman abriu o placar, De Wit fez 2 a 0. O lugar no México estava garantido. Mas a cinco minutos do fim, uma desatenção defensiva em De Kuip, e o zagueiro Georges Grün fez o gol da Bélgica. A vitória podia ser holandesa, mas os belgas é que iriam ao Mundial, pelo gol fora de casa.
Mais um trauma. Por falta de atenção no momento final. Falta de atenção que causou fortes críticas de Leo Beenhakker àquela geração: "Eles são ingênuos, nunca terão maturidade".
1986-1988: uma bomba ameaçou, mas o hiato acabou
Recuperado do problema no coração que o tirou dos campos em 1985, Rinus Michels pôde voltar a treinar a Holanda no ano seguinte. O destino tiraria um forte candidato a ser titular em sua equipe: grande destaque na reta final das eliminatórias da Copa, Rob de Wit sofreu um acidente vascular cerebral que inviabilizou sua carreira (De Wit sobreviveu, e ainda vive, embora com pequenas sequelas motoras, aos 58 anos). No entanto, Rinus já sabia: formaria a seleção rumo às eliminatórias da Euro 1988 com base em Frank Rijkaard, Ronald Koeman, Ruud Gullit e Marco van Basten. Todos já relativamente calejados, pelos traumas das qualificações na Euro 1984 e na Copa de 1986.
Os amistosos no primeiro semestre de 1986 reduziram as expectativas: em quatro jogos, só uma vitória. Ainda assim, quando a qualificação começou, a Holanda despontou bem no grupo 5: duas vitórias (1 a 0 na Hungria, 2 a 0 no Chipre) e um empate (0 a 0 com a Polônia). Rinus Michels ia encontrando a convocação mais confiável, pouco a pouco: reintegrava Arnold Mühren, aos 37 anos, após seis anos de ausência das convocações, dava a última chance (não aproveitada) a Simon Tahamata, abria espaço para nomes como Adri van Tiggelen e Jan Wouters.
E os Países Baixos pareceram um time maduro quando 1987 começou. Duas vitórias por 2 a 0, contra a Hungria (em 29 de abril) e a Polônia (em 14 de outubro), colocaram a Laranja na rota da Euro, mesmo com um empate contra a Grécia (1 a 1). Faltava pouco para voltar a uma grande competição. Um triunfo contra o Chipre, em 28 de outubro de 1987, em Roterdã, selaria a classificação.
Todavia, ainda no primeiro tempo, quando a Holanda já vencia por 1 a 0, atirou uma pequena bomba caseira, envolta numa casca de laranja. O artefato caiu na área cipriota, e explodiu perto do goleiro Andris Charitou, que desmaiou. Jogo interrompido por alguns minutos, para ser retomado e terminar em goleada neerlandesa: 8 a 0. De nada adiantaria: a UEFA não só anulou o resultado, como decretou vitória do Chipre a princípio (3 a 0). Tal punição devolveria chances de classificação à Grécia, vice-líder do grupo – e justamente a adversária holandesa na rodada final das eliminatórias da Euro.
O “bomincident” (incidente da bomba, em holandês) aumentou o temor da torcida. Aí, a federação entrou em campo: com um recurso contra a punição, alegou que ela era injustificada – afinal, Andris Charitou nem fora atingido pela bomba caseira. A UEFA aceitou: transformou a sanção da derrota numa obrigação de um novo jogo contra o Chipre, a portas fechadas, em De Meer, o estádio do Ajax na época. Aí, sim, a vaga na Euro foi garantida: Holanda 4 a 0, com três gols de John Bosman, atacante que andava até acima de Van Basten (então lesionado) nas preferências de Rinus Michels para o time. De quebra, na última rodada da qualificação, nova vitória holandesa: 3 a 0 na Grécia.
O hiato acabava. E o fio da meada, parado no vice-campeonato da Copa de 1978, seria retomado em grande estilo na Euro 1988. Mas essa história já não faz parte dos tempos difíceis. E a Holanda nunca mais ficou tanto tempo sem ir a Euros ou a Copas do Mundo, resolvendo rapidamente os hiatos (Copa de 2002, Euro 2016, Copa de 2018). Que nunca mais haja uma década perdida...
Versão revista e ampliada de texto publicado na edição nº 14 da revista Corner, em 2021
A seleção masculina da Holanda (Países Baixos) conseguiu terminar as Eliminatórias da Copa sem sustos, garantindo vaga em 2026 ao golear a Lituânia. E pode corrigir alguns problemas sem pressão (Rico Brouwer/Soccrates/Getty Images)
Que a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) estava muito perto de garantir a vaga na Copa de 2026, era claro. Entretanto, a atuação mediana no empate em 1 a 1 com a Polônia deixava um clima de mau humor antes da última rodada, contra a Lituânia - adversária que representou, talvez, o ponto baixo da Laranja na campanha da qualificação, ao empatar um jogo que os holandeses venciam por 2 a 0 e até ameaçar a virada, antes da vitória definitiva neerlandesa por 3 a 2. Enfim: mesmo com a vaga próxima, havia motivos para preocupação. E eles até seguiram, em parte do jogo na Johan Cruyff Arena, antes de três gols numa sequência de quatro minutos dentro do segundo tempo encaminhar a goleada por 4 a 0 e garantir presença na Copa pela 12ª vez em sua história. Pelo menos, depois de uma campanha sem muitos sustos nas Eliminatórias, pode-se cuidar da correção dos erros.
O primeiro deles, talvez, foi a falta de precisão nas finalizações. Nem tanto na primeira chance diante de uma Lituânia previsivelmente fechada (aos 9', Memphis Depay cobrou falta, Donyell Malen desviou de cabeça e o goleiro lituano Edvinas Gertmonas pegou). Mas Cody Gakpo começou a sinalizar isso: aos 10', bateu da entrada da área, mas o zagueiro Edgaras Utkus desviou, e aos 12', cabeceou meio desajeitadamente após Frenkie de Jong lançar, para mais uma defesa de Gertmonas. Ao longo do primeiro tempo, vieram até mais chances: Virgil van Dijk cabeceou aos 18' e Gertmonas rebateu, e Tijjani Reijnders (titular nesta segunda) quase completou bela jogada acertando a trave, aos 30'.
Menos mal que, àquela altura, a Holanda já tinha 1 a 0 no placar (aos 16', Frenkie de Jong deu um lançamento preciso com que já começa a se acostumar, e Reijnders completou). Para aumentar a tranquilidade, Malta era adversário duríssimo para a Polônia - que venceu por 3 a 2, a duras penas. Porém, as chances continuaram sendo perdidas. A última delas, aos 38', quando Jurriën Timber - jogando na lateral direita, com o corte de Denzel Dumfries, machucado - completou na pequena área para a defesa de Gertmonas. De quebra, a Lituânia até aproveitou espaços para contragolpear, uma vez: aos 38', quando Tomas Kalinauskas arrematou da entrada da área, para fora, com desvio.
Malen respondeu às críticas pela atuação contra a Polônia fazendo o gol que confirmou a goleada contra a Lituânia (Henk Jan Dijks/Marcel ter Bals/DeFodi Images/Getty Images)
As circunstâncias mais do que favoráveis até ajudavam a Laranja, mas era recomendável que ela se cuidasse e ampliasse a sua parte para se afirmar de vez na Copa. O sofrimento habitual para entrar em defesas fechadas terminou aos 58': o zagueiro Artemius Tutyskinas desviou a bola com a mão, o VAR apontou pênalti, e Gakpo bateu para voltar a marcar pela seleção. Mais dois minutos, Gakpo cruzou, e Xavi Simons bateu forte para fazer 3 a 0. A vaga na Copa estava assegurada. Tão assegurada que o gol de Donyell Malen (criticado após a atuação contra a Polônia) já parecia nota de rodapé. E que alguns novatos puderam ser testados, como o meia Luciano Valente e o atacante Emmanuel Emegha (este perdeu algumas chances por mero nervosismo, como um desvio por cima, após Noa Lang cruzar, aos 90' + 2).
São problemas que seguem: a dificuldade contra times fechados (até por isso, para se proteger de contra-ataques, Ronald Koeman já pensa em trazer de volta os três zagueiros à seleção da Holanda, nos amistosos de março), a falha nas finalizações, a displicência que se vê algumas vezes. Mas eles agora têm tempo para serem resolvidos até a Copa. Para que, nela, a Laranja possa mostrar plenamente o potencial que muitos veem nela.
Eliminatórias para a Copa de 2026 - Europa - Grupo G
Holanda 4x0 Lituânia
Data: 17 de novembro de 2025
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Juiz: Luis Godinho (Portugal)
Gols: Tijjani Reijnders, aos 16', Cody Gakpo, aos 58', Xavi Simons, aos 60', e Donyell Malen, aos 62'
HOLANDA
Bart Verbruggen; Jurriën Timber (Lutsharel Geertruida, aos 63'), Virgil van Dijk, Matthijs de Ligt e Nathan Aké; Frenkie de Jong (Quinten Timber, aos 63'), Xavi Simons (Luciano Valente, aos 78') e Tijjani Reijnders; Donyell Malen, Memphis Depay (Emmanuel Emegha, aos 63') e Cody Gakpo (Noa Lang, aos 78'). Técnico:Ronald Koeman
LITUÂNIA
Edvinas Gertmonas; Viliius Armalas, Pijus Sirvys (Markas Beneta, aos 46'), Edgaras Utkus, Artemius Tutyskinas e Justas Lasickas (Klaudius Upstas, aos 84'); Modestas Vorobjovas, Gvidas Gineitis e Gratas Sirgedas (Paulius Golubickas, aos 46'); Tomas Kalinauskas (Motiejus Burba, aos 80') e Fedor Cernych (Gytis Paulauskas, aos 59'). Técnico:Edgaras Jankauskas
Gols: Chimera Ripa, aos 2', Danique Tolhoek, aos 40', e Myrthe Kemper-Moorhees (contra), aos 90' + 6
Jogo resumido: No clássico, o PSV começou com gol precoce, o empate do Ajax configurou jogo equilibrado... mas o infeliz gol contra cometido por Kemper-Moorhees, nos acréscimos, definiu a vitória das Ajacieden, fortes na disputa pela ponta
AJAX
Regina van Eijk; Daliyah de Klonia, Jonna van de Velde, Renée van Asten e Amber Visscher; Sherida Spitse, Nurija van Schoonhoven (Daniëlle Noordermeer, aos 34') e Isa Colin (Jade van Hensbergen, aos 53'); Mirte van Koppen, Danique Tolhoek e Danique Noordman. Técnica: Anouk Bruil
PSV
Nicky Evrard; Melanie Bross, Robine Lacroix, Anissa Chibani (Myrthe Kemper-Moorhees, aos 67') e Emma Frijns; Lore Jacobs, Nina Nijstad, Laura Strik (Louize Haentjens, aos 78') e Renate Jansen; Riola Xhemaili e Chimera Ripa (Liz Rijsbergen, aos 67'). Técnico: Roeland ten Berge
ADO Den Haag 0x1 HERA United (domingo, 16 de novembro de 2025)
Local: WerkTalent Stadion (Haia)
Árbitro: Arjen Nauta
Gol: Jannette van Belen, aos 55'
Jogo resumido: O HERA United conseguiu abrir o placar num pênalti, segurou a vantagem e foi duplamente premiado. Além da primeira vitória em sua temporada de estreia, saltou quatro posições na tabela, empurrando o time de Haia para a última posição
ADO DEN HAAG
Barbara Lorsheyd; Bo Vonk (Cato Pijnacker Hordijk, aos 62'), Jet van Mierlo, Senna Koeleman e Robin Blom; Nienke Mulder (Ziva Henry, aos 80') e Quinty Dupon; Gina Viehoff (Joëlle de Bondt, aos 74'), Anne van Egmond e Iris Remmers (Victoria Boerboom, aos 74'); Floortje Bol (Femke Prins, aos 80'). Técnico: Marten Glotzbach
HERA UNITED
Kelly Steen; Puck Donker, Nicole Stoop, Tess Tiebie e Esmee Daalman; Chinatsu Kira e Ao Tanaka; Lieke Vis, Yasmin Kleef e Isabelle Nottet (Yesmine Khanchouch, aos 62') (Isabel Kopp, aos 83'); Jannette van Belen (Mila Lagcher, aos 90' + 7). Técnico: Ed Engelkes
Twente 3x2 Feyenoord (domingo, 16 de novembro de 2025)
Local: Sportpark Schreurserve (Enschede)
Árbitro: Stijn van Zuilichem
Gols: Jaimy Ravensbergen, aos 51', Zera Hulswit, aos 54', Sophie Proost, aos 69', Kirsten van de Westeringh, aos 77', e Jill Roord, aos 90' + 3
Jogo resumido: O Feyenoord foi insistente, um adversário digno do ótimo começo de campanha que faz. Mas o Twente contou com sua experiência - e Jill Roord sendo decisiva como se quer que ela seja nas Tukkers - para vencer nos acréscimos e retomar a liderança
TWENTE
Diede Lemey; Leonie Vliek, Anna Knol (Imre van der Vegt, aos 85'), Lieske Carleer e Alieke Tuin; Lynn Groenewegen, Danique van Ginkel e Sophie Proost (Eva Oude Elberink, aos 85'); Charlotte Hulst (Rose Ivens, aos 79'), Jaimy Ravensbergen e Jill Roord. Técnica: Corina Dekker
FEYENOORD
Jacintha Weimar; Esmee de Graaf, Akari Takeshige, Celainy Obispo e Justine Brandau; Zera Hulswit (Kirsten van de Westeringh, aos 64'), Tess van Bentem, Kokona Iwasaki e Fleur Stoit (Romée van de Lavoir, aos 80'); Ella van Kerkhoven e Mao Itamura. Técnica: Jessica Torny
Utrecht 3x3 AZ (domingo, 16 de novembro de 2025)
Local: Het Sportpark Zoudenbalch (Utrecht)
Árbitro: Youri Kuipers
Gols: Shanique Dessing, aos 16' e aos 28', Fieke Kroese, aos 22', Gera op den Kelder, aos 40', Rochelity Dap, aos 56', e Nikita Tromp, aos 79'
Jogo resumido: Entre duas equipes promissoras, o AZ pareceu encaminhar vitória fácil, e desacelerou. Tanto que o Utrecht começou a ir atrás do empate... e conseguiu, contando até com Rochelity Dap, destaque da Holanda vice-campeã mundial feminina sub-17
UTRECHT
Femke Bastiaen; Joni Paliama, Gera op den Kelder e Aline Weerelts; Dieke van Straten (Sam de Jong, aos 84'), Lena Mahieu (Maxime Snellenberg, aos 46'), Marthe Munsterman e Rosalie Renfurm (Rochelity Dap, aos 46'); Nikita Tromp (Kyra Koopman, aos 90' + 5) e Soraya Verhoeve; Lobke Loonen (Tami Groenendijk, aos 89'). Técnica: Linda Helbling
AZ
Trinette "Netty" Booms; Puck Groot, Karlijn Woons, Mauy Stoop e Ginia Caprino; Jasmijn van Uden (Angel Harting, aos 82') e Manique de Vette (Sabrine Ellouzi, aos 76'); Desirée van Lunteren, Shanique Dessing (Kealyn Thomas, aos 62') e Fieke Kroese (Floor Jolijn Spaan, aos 62'); Jet van Beijeren. Técnico: Wouter de Vogel
Heerenveen 0x1 Zwolle (domingo, 16 de novembro de 2025)
Local: Het Sportpark Skoatterwâld (Heerenveen)
Árbitro: Luc Verhart
Gol: Hanna Huizenga, aos 57'
Jogo resumido: Mesmo fora de casa, o Zwolle atacou mais, até conseguir a sua quarta vitória seguida. O começo faz crer que as Zwollenaren, enfim, retomarão uma boa campanha, após a má temporada passada
HEERENVEEN
Brenda Badenhop; Ana Nassette (Helena Macleane, aos 69'), Bente Vermeer, Fenna Meijer e Elize van Vilsteren; Elfi Maass e Eef Kerkhof (Roos de Haas, aos 79'); Hester Algra (Romaïssa Boukakar, aos 63'), Inessa Kaagman e Sterre Kroezen (Evi Maatman, aos 63'); Aymée Altena (Britt Udink, aos 79'). Técnico: Niklas Tarvajärvi
ZWOLLE
Oliwia Szymczak; Jasmijn Dijsselhof, Maud Rutgers, Mayke Lindner e Inske Weiman; Chihiro Ishida (Senne van de Velde, aos 85') e Kelly Pruim; Ragnheidur Jonsdóttir, Sophie van Vugt (Lyanne Iedema, aos 77') e Judith Roosjen (Ilse Kemper, aos 77'); Hanna Huizenga (Maureen van Drogen, aos 90' + 3). Técnico: Gert-Peter van de Gunst
NAC Breda 2x1 Excelsior (domingo, 16 de novembro de 2025)
Local: Rat Verlegh (Breda)
Árbitro: Dave de Vries
Gols: Naomi Hilhorst, aos 10', July Schneijderberg, aos 68', e Brigitte Franker, aos 85'
Jogo resumido: O NAC Breda foi o outro clube estreante da temporada a conseguir a primeira vitória - contando com Brigitte Franken, já uma candidata a destaque
NAC BREDA
Nikki de Haan; Kiki Heshof, Manoah van Houwelingen, Sarina Heijblom, Lynn Verhoef e Yentl van Goch; Stephanie Coelho Aurelio, Kim Hendriks e Emely van der Vliet; July Schneijderberg (Indi van Dalen, aos 88') e Brigitte Franken. Técnico: Jan de Hoon
EXCELSIOR
Anouk van der Klooster; June Burgers, Yara Helderman, Lieke de With e Djennah Cherif; Veerle van Spijk (Hajar Balkhir, aos 71'), Janneke Verheijen (Mahiro Yamamoto, aos 65'), Isa Gomez (Shi-Jona Martina, aos 46') e Chelsea Homan (Dina Haizoun, aos 71'); Naomi Hilhorst e Katelyn Hendriks. Técnico: Mathijs Kreugel
A Holanda (Países Baixos) está cada vez mais perto da vaga na Copa de 2026. Conseguiu sair com um ponto, no empate contra a Polônia. Mas ainda deve em campo (ANP)
A seleção masculina da Holanda (Países Baixos) está perto da vaga na Copa de 2026. Há muito tempo - talvez desde que o (fácil) grupo G das eliminatórias tenha começado. Entretanto, exatamente por ser um grupo fácil, era de se supor que o domínio da Laranja fosse maior do que está sendo. E o empate em 1 a 1 com a Polônia, até previsível num jogo tenso - era o "tudo ou nada" da Polônia em busca da vaga direta e de alcançar a liderança -, foi recebido com chateação justificada, porque a confirmação matemática está demorando demais para chegar.
Como se esperava pelo cenário citado acima, a Polônia começou o jogo empurrada por sua torcida. E também apostando numa jogada de ataque que deu certo no 1 a 1 de setembro, em Roterdã: lançamentos para Matty Cash fazer algo com a bola. O lateral direito tentou fazer logo aos 2', quando cruzou, e Nicola Zalewski, livre na área, completou para fora, finalizando até mal. Depois, ainda na pressão inicial, Michal Skoras tentou o chute aos 6', mas o goleiro Bart Verbruggen pegou.
E é bom que se faça justiça: após os primeiros dez minutos, até que a Holanda controlou o jogo. Com Frenkie de Jong mantendo a posse de bola; com calma ao trocar passes; até com mais intensidade nas divididas; enfim, com tudo isso, a Laranja foi esfriando o ânimo polonês. Teve até algumas tentativas (o goleiro Kamil Grabara rebateu cobrança de Memphis Depay, aos 18'; Donyell Malen, muito ativo, bateu da entrada da área, por cima do gol, aos 24'). No entanto, mesmo dominando a posse de bola, mesmo até pressionando mais uma Polônia recolhida, faltavam os ataques. Faltava fazer Grabara trabalhar de fato.
De tão recolhida, a Polônia parecia mesmo era esperar uma chance para contra-atacar. Ela surgiu, aos 43', após uma bola perdida por Memphis. E aí, Robert Lewandowski, o grande jogador da seleção da casa, fez o que dele se espera: foi referência, ajudou. Ajeitou perfeitamente a bola, para Jakub Kaminski aproveitar o caminho livre que tinha à frente, tocar a bola na saída de Verbruggen e fazer o 1 a 0 que alegrou e motivou os poloneses. A Holanda nem jogara tão mal, mas tinha sua falha (fragilidade nos contra-ataques) punida do pior jeito possível.
Lewandowski nem brilhou tanto assim. Mas ajudou a Polônia a trazer até mais perigo no ataque ao longo dos 90 minutos (Marcel ter Bals/DeFodi Images/Getty Images)
A punição só não foi pior porque, já aos 47', logo após o intervalo, veio o empate, na única jogada de ataque minimamente certa: Cody Gakpo (que muito tentou no jogo, às vezes certo, outras errado) cruzou, Malen cabeceou para o gol vazio, Grabara tentou rebater após sair mal do gol, e a bola sobrou para Memphis Depay, de novo, marcar pela seleção. O que não quer dizer que a Polônia se amuou: com Matty Cash novamente dando trabalho a Micky van de Ven, o time da casa teve três chances em sequência. Logo após o empate, aos 48', Verbruggen fez grande defesa em desvio de Lewandowski; aos 55', Nicola Zalewski arriscou, e o camisa 1 holandês pegou firme; e aos 57', Kaminski dominou lançamento longo, quase fez seu segundo, mas Verbruggen espalmou para fora após desvio.
Estranho foi ver um sinalizador jogado no gramado, forçando a interrupção do jogo por quase cinco minutos, num momento em que a Polônia até estava mais perto do gol. Então, a Laranja cresceu. E enfim, teve algumas chances de gol mais próximas: Ryan Gravenberch quase fez aos 68' (Grabara rebateu na pequena área), Memphis cabeceou para fora aos 69'... só na reta final a Polônia ainda tentou algo, com Michal Skoras, aos 82' (nos acréscimos, Lewandowski tentou de cabeça - Verbruggen pegou). Depois, Gravenberch ainda arriscou chute aos 86', defendido por Grabara.
Só que as duas equipes acabaram se contentando com o empate. Que deixa a Holanda ainda mais perto da Copa do que já estava: na segunda-feira, em Amsterdã, bastará um empate (ou, óbvio, a vitória) contra a Lituânia para que a Laranja viaje à América Central/do Norte no meio de 2026. Mas o aborrecimento unânime de jogadores e do próprio técnico Ronald Koeman na saída de campo deixa claro: a vaga poderia estar garantida há muito tempo. E a culpa talvez seja da própria Holanda.
Eliminatórias para a Copa de 2026 - Europa - Grupo G
Polônia 1x1 Holanda
Data: 14 de novembro de 2025
Local: PGE Narodowy (Varsóvia)
Juiz: Maurizio Mariani (Itália)
Gols: Jakub Kaminski, aos 43', e Memphis Depay, aos 47'
POLÔNIA
Kamil Grabara; Matty Cash (Pawel Wszolek, aos 81'), Tomasz Kedziora, Jan Ziolkowski e Jakub Kiwior; Michal Skoras, Piotr Zielinski, Sebastian Szymanski (Bartosz Kapustka, aos 13') e Nicola Zalewski (Kamil Grosicki, aos 81'); Jakub Kaminski (Filip Rozga, aos 90' + 2); Robert Lewandowski (Adam Buksa, aos 90' + 2). Técnico:Jan Urban
HOLANDA
Bart Verbruggen; Lutsharel Geertruida (Jan Paul van Hecke, aos 74'), Jurriën Timber, Virgil van Dijk e Micky van de Ven; Frenkie de Jong, Justin Kluivert (Tijjani Reijnders, aos 74') e Ryan Gravenberch (Jerdy Schouten, aos 88'); Donyell Malen, Memphis Depay (Emmanuel Emegha, aos 88') e Cody Gakpo. Técnico:Ronald Koeman