sábado, 10 de julho de 2021

Dúvidas na última dança

As Leoas Laranjas já treinam perto de Tóquio. Terão de superar a instabilidade dentro de campo, para se confirmarem como uma seleção capaz de medalha no futebol feminino (Pro Shots/onsoranje.nl)

A última dança já começou. A seleção feminina da Holanda (Países Baixos) já está há alguns dias na cidade de Kamogawa, para os treinos rumo ao torneio de futebol feminino, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que estão por começar. Desde o ano passado se sabe: é a despedida de Sarina Wiegman do comando das Leoas Laranjas. A pandemia mudou um pouco o fim de ciclo para a técnica que foi personagem fundamental na ascensão da seleção neerlandesa no cenário mundial. Ela pretendia deixar o comando da equipe após a Euro, se ela ocorresse em 2021: os torneios foram adiados em um ano, como se sabe, e Sarina sai após Tóquio, quando rumará para a seleção da Inglaterra. Enquanto o caminho não está aberto para seu substituto (o inglês Mark Parsons, treinando o Portland Thorns-EUA, que chegará em setembro), a grande dúvida que cerca a Holanda no futebol feminino olímpico é: como será a última dança sob o comando de Sarina?  Pelo que se viu com as holandesas desde a respeitável campanha do vice-campeonato na Copa de 2019, as dúvidas são justificáveis. 

A seleção piorou? Na teoria, não. Longe disso: classificada para a Euro 2022 com uma campanha perfeita nas eliminatórias - dez vitórias em dez jogos -, os destaques ainda correspondem dentro de campo, a equipe ainda é uma das melhores da Europa. Porém, na prática, quase sempre que enfrentou seleções de capacidade igual ou melhor, a Holanda rateou. Basta lembrar o 0 a 0 contra o Brasil, no Torneio da França, competição amistosa em março de 2020: as neerlandesas criaram mais chances, mas não só pararam em Aline Reis e Natascha, as goleiras brasileiras naquele jogo, como Lieke Martens e Vivianne Miedema foram anuladas por Thaísa e Luana, que nem estarão em Tóquio. E tem mais: nos outros dois jogos daquele torneio, contra França e Canadá, a Holanda também não ganhou - dois empates. O problema das Leoas contra adversárias fortes foi mais visível no reencontro contra os Estados Unidos, num amistoso em novembro de 2020: por mais que ninguém encarasse aquilo como revanche da final da Copa, pegou mal sofrer 2 a 0 das norte-americanas, sem ameaçá-las, jogando até pior do que na decisão em 2019.

Sarina Wiegman está de saída. Sua despedida aumentará ainda mais seu status já antológico no futebol feminino holandês? (Pro Shots/Onsoranje.nl)

No entanto, se há como resumir o defeito mais ameaçador da seleção da Holanda numa só palavra, esta é inconstância. A equipe pode ter uma atuação terrível num jogo, e brilhar no seguinte. Poucos exemplos foram melhores do que os vistos nas datas FIFA deste 2021. Nem tanto nos amistosos em fevereiro: a Holanda venceu bem estes (6 a 1 na Bélgica, 2 a 1 na Alemanha). Mas sim nos jogos em abril. No dia 9, contra a Espanha, que não está no torneio olímpico, as neerlandesas perderam por 1 a 0, e foram totalmente encurraladas no campo de defesa - só não tomaram mais gols por boas defesas de Sari van Veenendaal. Quatro dias depois, contra a Austrália, que também estará em Tóquio... fácil goleada dos Países Baixos: 5 a 0. O fenômeno se repetiu nos jogos amigáveis do começo de junho. Contra a Itália, no dia 10, fora de casa, outra derrota por 1 a 0, com falhas ofensivas (só um chute a gol, erros de passe que matavam contra-ataques). Veio a Noruega, quatro dias depois... e a Holanda brilhou: 7 a 0, jogando ofensivamente, sem deixar as adversárias respirarem. O pior é que nem houve o último teste: um amistoso contra a África do Sul estava marcado para 3 de julho, mas um surto de infecções pelo novo coronavírus nas jogadoras sul-africanas inviabilizou a partida.

De certa forma, até mesmo nas vitórias a Holanda teve alguns pontos que causaram alerta. Durante a campanha nas eliminatórias da Euro, as atuações foram apenas protocolares, sem brilho, apenas como se a seleção cumprisse a obrigação de superar um grupo fraco (Eslovênia, Rússia, Turquia, Estônia e Kosovo). Quando enfrenta adversárias que sabem pressioná-la constantemente, a defesa sofre. E dentro dela, houve pelo menos um grande problema: a lateral direita. Desde que Desirée van Lunteren, titular na conquista da Euro 2017 e no vice-campeonato mundial de 2019, deixou a seleção, logo após a Copa, Sarina Wiegman tenta achar uma alternativa que resolva os problemas por ali. Não conseguiu plenamente. Reserva imediata na Euro e na Copa, Liza van der Most sofreu grave lesão no joelho; zagueiras foram improvisadas ali, como Dominique Janssen e Lynn Wilms, sem sucesso; Lineth Beerensteyn foi experimentada como ala direita, e nada. Sisca Folkertsma só garantiu a titularidade na direita - e a vaga em Tóquio - pela excelente atuação na goleada contra a Noruega.

Então a Holanda piorou? Não exatamente. Para nem falar em Martens e Miedema, que seguem absolutas como destaques das Leoas Laranjas, Jill Roord cresceu bastante da Copa até aqui. A atacante foi a melhor holandesa nas eliminatórias da Euro, e conseguiu cumprir o que já desejava: virou titular absoluta, superando Shanice van de Sanden (que caiu de produção) e a citada Beerensteyn. Além do mais, obviamente a Holanda ficou um time bastante experiente, com todas as situações por que passou desde 2017. E o crédito com torcida e imprensa ainda é considerável.

Ainda assim, é insuficiente para evitar as dúvidas sobre o desempenho. A Holanda é grande, sim. Tem capacidade para ir longe na disputa por medalha, sim. Mas não é duas: um mau dia das Leoas Laranjas pode torná-la vulnerável a Brasil e a China, adversárias mais mencionadas no grupo F. E Sarina Wiegman não quis garantir nada, em entrevista à revista Voetbal International: "Fizemos tudo que precisávamos fazer. Se será suficiente, nós veremos agora". 

A Holanda superará a sua instabilidade em campo para conseguir uma medalha e fechar lindamente um ciclo que a fez ser notada no futebol feminino mundial? Também veremos agora. Mais precisamente, a partir das 8h de Brasília, no dia 21, contra Zâmbia, na cidade de Miyagi.

Um rápido comentário para cada convocada

Goleiras

1 - Sari van Veenendaal (PSV)

Sari decidiu deixar o Atlético de Madrid para se converter numa das estrelas do Campeonato Holandês feminino, voltando ao PSV. No começo, a melhor goleira de 2019 (segundo a FIFA) preocupou, com algumas atuações ruins. Mas terminou a temporada 2020/21 recuperada, sendo importante no título do clube de Eindhoven na Copa da Holanda - pegou até pênalti na final. De mais a mais, na seleção holandesa, mostrou liderança, como capitã, e seguiu mostrando seus reflexos e sua imponência debaixo das traves. Em suma: Van Veenendaal continua uma das "absolutas" entre as titulares.

16 - Lize Kop (Ajax)

Por pouco Kop não perdeu sua vaga no torneio olímpico. Presente na seleção desde a Copa de 2019, evoluiu como titular absoluta do Ajax, e até atuou nas rodadas finais das eliminatórias da Euro 2021(+1). Aliás, esteve no gol até nos amistosos contra Bélgica e Alemanha, já neste 2021. Porém, um problema na cabeça a fez perder a reta final da temporada - e pôs dúvidas sobre sua forma física e técnica para os Jogos Olímpicos. Sarina Wiegman preferiu dar um voto de confiança, mesmo tendo chamado goleiras novatas como Moon Pondes e Daphne van Domselaar. E Kop vai a Tóquio.

22 - Loes Geurts (BK Häcken-SUE)

Há algum tempo, a veterana Geurts (desde 2005 na seleção, titular na Copa de 2015) ocupa mais o papel da reserva pronta para qualquer eventualidade. Quando sofreu uma concussão cerebral, no ano passado, e viu goleiras mais novas serem chamadas, além das habituais Van Veenendaal e Kop, parecia o fim de seu caminho na seleção. Também prejudicava o fim do time em que jogava, o Kopparbergs sueco. Mas Geurts achou espaço no BK Häcken, manteve seu lugar nas convocações das Leoas Laranjas, foi "promovida" na lista de espera, e segue como uma opção confiavel e experiente no gol.

Defensoras

2 - Lynn Wilms (Twente, indo para o Wolfsburg-ALE)

Eis aí uma das (raras) novidades das Leoas Laranjas no pós-Copa de 2019. Zagueira discreta mas segura, Wilms já progredia nas seleções de base dos Países Baixos - e ganhou a primeira convocação logo no começo das eliminatórias da Euro. De lá para cá, Wilms virou opção válida na seleção, mesmo com pouca idade (20 anos) e mesmo ficando mais na reserva: boa no jogo aéreo, pode ser escalada caso a Holanda precise de mais força na defesa. De mais a mais, a jovem foi um dos símbolos do Twente campeão holandês nesta temporada. Até por isso, sobe de nível: vai para o Wolfsburg após Tóquio.

3 - Stefanie van der Gragt (Ajax)

Voltar ao Ajax fez bem para a experiente zagueira. Se a passagem pelo Barcelona foi vitimada por lesões constantes no joelho, uma operação em 2019, logo após a Copa, resolveu isso. E em 2020, ao retornar ao clube de Amsterdã, a ex-empacotadora de mercado voltou a colocar suas qualidades em prática: a liderança no miolo de zaga e a capacidade nas bolas aéreas. Ainda assim, sua lentidão pode torná-la vulnerável a atacantes mais velozes. Seja como for, pela continuidade que retomou em campo e até pela falta de opção, Van der Gragt continua firme entre as titulares.

4 - Aniek Nouwen (PSV, indo para o Chelsea-ING)

Nouwen já poderia ter ido à Copa de 2019: ficou de fora nos últimos cortes daquela convocação (mas foi à França, como torcedora). Depois, no entanto, conseguiu se provar definitivamente dentro de campo: com versatilidade - pode jogar em todas as posições do miolo de zaga -, Nouwen foi titular absoluta na campanha das eliminatórias da Euro e nos amistosos. Também se destacou no PSV, como nome certo entre as titulares da equipe de Eindhoven - até por isso, está de partida para o Chelsea. Com 21 anos, a defensora já se mostra capaz de ser titular nos anos que virão.

5 - Merel van Dongen (Atlético de Madrid-ESP)

Van Dongen é daquelas jogadoras pouco conhecidas do público, mas de grande importância entre as convocadas da Holanda. Em campo, na lateral esquerda, oferece um pouco mais de mobilidade do que Dominique Janssen ou Aniek Nouwen. Além do mais, também ostenta experiência respeitável: já são três anos jogando na Espanha. Fora dos gramados, Van Dongen é considerada uma das líderes da seleção feminina - é uma das mais mobilizadas nos eventos internos e nas manifestações sobre temas extrafutebol. Mesmo se alternando entre o campo e a reserva, é quase uma "capitã sem braçadeira".

12 - Sisca Folkertsma (Twente, indo para o Bordeaux-FRA)

Folkertsma é uma velha conhecida das Leoas Laranjas: esteve no grupo campeão da Euro 2017. No entanto, após 2018, perdeu espaço nas convocações. Nada que não fosse resolvido pela regularidade mostrada no Twente, que a fez voltar a ser convocada no fim de 2020 - e pelos problemas da seleção na lateral direita: neste 2021, nas últimas datas FIFA, a atacante de origem foi experimentada na ala destra. Deu muito certo para a seleção, que teve uma ótima atuação num amistoso contra a Noruega. Deu mais certo ainda para Folkertsma: não só voltou à seleção, mas também conseguiu transferência.

15 - Kika van Es (Twente)

Até o último amistoso antes da Copa de 2019, Van Es era o nome habitual na lateral esquerda da seleção. Veio uma microfratura na mão que quase a tirou do Mundial, vieram estreias tímidas... e tudo isso bastou para que ela perdesse a posição para Merel van Dongen no time titular. E a passagem apagada pelo Everton inglês também prejudicou a jogadora na disputa pela vaga. Pelo menos, Van Es jogou o suficiente para seguir no radar das convocações. E deu um passo certo na carreira, retornando para ser titular no Twente campeão da Eredivisie feminina. Quem sabe a coisa não mude em Tóquio?

17 - Dominique Janssen (Wolfsburg-ALE)

Novamente usando o sobrenome de solteira na camisa, Janssen é muito conhecida por sua ótima preparação física - qualidade vista dentro e fora de campo (é nutricionista de formação). Por essa vitalidade, sempre que se precisa de um nome confiável na lateral, a opção recai sobre ela. Não bastasse isso, jogando pelo Wolfsburg, Janssen tem sido muito útil nas bolas paradas: assim fez alguns gols na campanha dos Lobos pela Liga dos Campeões femininas. Basicamente uma "cumpridora" defensiva, tem preferência sobre Van Dongen e Van Es na lateral esquerda.

21 - Anouk Dekker (Braga-POR)

Titular absoluta da defesa nas Copas de 2015 e 2019 (era a parceira habitual de Van der Gragt na zaga), Dekker foi dos nomes que mais perdeu na seleção neerlandesa desde o vice-campeonato mundial. A última partida pelas Leoas Laranjas foi em 2019, e a falta de tempo de jogo no Montpellier francês a tirou pouco a pouco da equipe titular. Tanto que Dekker fora incluída apenas na "lista de espera", quando a convocação olímpica estava restrita a 18 nomes. O aumento para 22 a garantiu em Tóquio, quando sua experiência pode ser útil. A ida para o Braga pode ser um recomeço.

Meio-campistas

8 - Sherida Spitse (Ajax)

Envelhecida, ela, aos 31 anos? Pelo menos por enquanto, ninguém liga para isso na Holanda. A liderança de Spitse na seleção é incontestável: trata-se, afinal, da jogadora com mais partidas na história das Leoas Laranjas (188 jogos!). No aspecto técnico, a precisão da meio-campista nas bolas paradas é valiosa como opção ofensiva - que o digam a artilharia nas eliminatórias da Euro (10 gols), e as várias cobranças que viram gols de cabeça. Aliviada por matar as saudades do país natal após a volta ao Ajax (no qual já chegou como líder), entre as titulares absolutas da seleção, Spitse é uma das principais.

10 - Daniëlle van de Donk (Arsenal-ING, indo para o Lyon-FRA)

A meio-campista simboliza um pouco a instabilidade das holandesas em campo. Nas más atuações, aparece pouco, geralmente fica sobrepujada pela marcação adversária. Mas as boas atuações fazem tudo valer a pena: "Daantje" (algo como "Danizinha") é uma criadora razoável de jogadas, e até chega constantemente ao ataque para ajudar as atacantes nas finalizações. Tais qualidades não só fazem de Van de Donk uma titular certa, como a catapultaram nesta temporada: não é por outra razão que ela fez parte do badalado pacote de transferências do Lyon para 2021/22.

13 - Victoria Pelova (Ajax)

Há pelo menos três anos, Pelova é vista como aposta do meio-campo das Leoas Laranjas para os próximos anos. Se na convocação para a Copa de 2019 ainda era uma novata - ainda estrearia no Ajax -, atualmente Pelova já é um nome importante na equipe de Amsterdã. Tanto que foi eleita pela torcida a melhor jogadora do clube na temporada 2020/21. Seu problema: com três titulares inquestionáveis no meio neerlandês, raramente tem chances de ganhar uma sequência de jogos na seleção. A não ser por acidente, nada indica que isso mude em Tóquio. Pelo menos ganhará mais experiência.

14 - Jackie Groenen (Manchester United-ING)

A última impressão de Groenen na Copa de 2019 fora a melhor possível, com o gol na semifinal contra a Suécia. Deixava até expectativas sobre o que ela poderia fazer no Manchester United. Não, Groenen não virou craque. Mas comprovou sua grande utilidade jogando pelos Diabos Vermelhos: ótima nos desarmes, veloz nos passes para iniciar o ataque. Essa capacidade é vista até mais fortemente nas Leoas Laranjas - na seleção, Jackie merece o apelido de "motorzinho" do time. As jogadas começam com ela. Como se não bastasse, mantém a fama nas torcidas de seleção e clube, com grande carisma.

20 - Inessa Kaagman (Brighton-ING)

Kaagman já está acostumada a ser reserva na seleção feminina da Holanda: nos últimos dois anos, só atuou em três jogos pelas Leoas Laranjas. Ainda assim, se for necessário fortalecer a marcação no meio-campo, ela segue como opção preferencial nas convocações de Sarina Wiegman. Será assim no torneio olímpico.

Atacantes

6 - Jill Roord (Arsenal-ING, indo para o Wolfsburg-ALE)

Desde antes da Copa de 2019, Roord sinalizava: podia até ser uma reserva constantemente utilizada, mas queria virar titular definitiva na seleção. Conseguiu plenamente: a atacante cresceu muito de produção em campo, de lá para cá. Mostrando velocidade nas pontas e mais precisão nas finalizações, ela tomou a posição de Van de Sanden para não largar mais. Assim, Roord possibilita até mesmo mais variações táticas: se for a atacante principal, Miedema poderia jogar mais recuada, como ponta-de-lança. Numa ou noutra tática, Roord deixou, literalmente, de ser a "camisa 12" da Holanda. Faz tempo.

7 - Shanice van de Sanden (Wolfsburg-ALE)

Se era considerada uma das principais opções de jogadas de ataque da Holanda até a Copa de 2019, com muita velocidade na ponta direita, Van de Sanden se viu em muitas adversidades de lá para cá. Em campo, perdeu importância tanto na seleção (rapidamente perdeu a posição para Jill Roord) quanto em clubes (reserva no Lyon campeão europeu em 2019/20, migrou para o Wolfsburg, mas também não chamou muito a atenção). Fora de campo, a atacante sofreu com problemas pessoais, como a morte do pai. Ainda assim, recebeu mais um voto de confiança. Seguirá como opção em Tóquio.

9 - Vivianne Miedema (Arsenal-ING)

Falar da capacidade que "Viv" tem para colocar a esférica no filó adversário é chover no molhado - afinal, trata-se da goleadora da seleção feminina em toda a sua história (já são 73 gols). Tal qualidade ficou mais notável ainda da Copa de 2019 até agora: goleadora da Liga dos Campeões e do Campeonato Inglês em 2019/20, considerada quase unanimemente uma das melhores atacantes do mundo, cada vez mais segura em campo, precisa nas finalizações... só falta a Miedema ser o destaque absoluto da Holanda num torneio importante. Tóquio oferece a ela grandes chances para isso.

11 - Lieke Martens (Barcelona-ESP)

A melhor jogadora do mundo em 2017 (segundo a FIFA) sofreu demais já durante a Copa de 2019: as dores nos pés faziam com que ela só pudesse se mexer de cadeira de rodas fora dos jogos. Para solucionar tais dores, uma cirurgia que a tirou de combate em 2019/20. Quando ela voltaria a campo, veio a pandemia, e as dificuldades de adaptação ao Barcelona. Martens se valeu da técnica para superar tudo isso: terminou a temporada passada brilhando, fundamental no título europeu do Barça - principalmente nas semifinais, ao fazer dois gols. O torneio olímpico pode comprovar a nova boa fase.

18 - Lineth Beerensteyn (Bayern de Munique-ALE)

Nesta convocação, Beerensteyn é o que já vem sendo há algum tempo na seleção neerlandesa: a opção mais versátil no ataque. Mesmo sendo mais acostumada a jogar nas pontas, ela também pode atuar na frente, caso Miedema ou Roord sejam escaladas mais atrás. Se for necessário, a velocidade possibilita que Beerensteyn jogue como ala, ajudando na marcação. Porém, sua aparição na seleção já foi maior: Van de Sanden é uma concorrente a mais no banco, e Roord aproveitou mais sua chance de ser titular. Pelo menos, teve grande colaboração no título alemão feminino do Bayern de Munique.

19 - Renate Jansen (Twente)

Numa opção até estranha de Sarina Wiegman, a veterana Renate ficou apenas na lista de espera. Talvez fizesse falta, se a convocação olímpica seguisse restrita a 18 nomes. A lista foi ampliada, e Jansen poderá oferecer opção ao ataque, como nome na área, que sabe reter bem a bola. Experiência não falta a ela, que esteve nas convocações das Copas de 2015 e 2019 e no título da Euro 2017. Mais do que isso: Jansen também tem lá sua liderança - é a capitã do Twente campeão holandês. Pode não aparecer muito para a torcida, mas justifica sua presença em mais um torneio pelas Leoas Laranjas.

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