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O Twente comemorou o bicampeonato do Campeonato Holandês feminino, comemorou a Supercopa da Holanda já em 2025/26... qual será o campeão agora? (Stan Oosterhof/Soccrates/Getty Images) |
Popularizar o futebol feminino talvez seja uma espécie de "círculo virtuoso": se a seleção de mulheres de qualquer país for bem, haverá mais mulheres interessadas, mais clubes querendo criar departamentos de futebol feminino, possibilitando a revelação de mais jogadoras, que podem chegar à seleção etc. Dito isso, talvez a modalidade tenha sofrido um certo impacto na Holanda (Países Baixos), com a má campanha - previsivelmente má, aliás - das Leoas Laranjas na Eurocopa feminina. Ou talvez não. Porque é meio unânime: a seleção não é propriamente ruim, apenas precisa de alguma reformulação. Além disso, independente de seleção, a aparência é de que, mesmo que lentamente, há um crescimento sustentável do Campeonato Holandês das mulheres. E isso é provado nesta temporada 2025/26 da Vrouwen Eredivisie, a ser iniciada neste sábado, com os seis jogos.
Se o Fortuna Sittard acabou de vez com o investimento ao desativar seu time de mulheres, a vaga aberta já foi prontamente reposta pela estreia do NAC Breda numa liga neerlandesa feminina. Além disso, até mesmo um ponto negativo - a diminuição vindoura de clubes, de 12 para 10 - é contrabalançado por um ponto positivo: a adoção do sistema de acesso e descenso, com dois caindo para a Eerste Divisie (segunda divisão) e dois subindo para 2026/27. O nível técnico do Holandês pode ser baixo, mas é inegável que, pelo menos, boa vontade há por parte da federação. Além do mais, como mostra a afluência de japonesas, por exemplo, a Holanda já começa a ser vista como um destino de "aclimatação" rumo a ligas mais competitivas europeias. Porém, os favoritos seguem os mesmos: o trio Twente-PSV-Ajax. Mesmo com tudo novo, o campeão será o Twente, de novo?
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Se algumas velhas conhecidas saíram, a jovem Floortje Bol fica para tentar ajudar o ADO Den Haag (Angelo Blankespoor/Soccrates/Getty Images) |
ADO Den Haag
Cidade: Haia
Equipe feminina fundada em: 2007
Estádio: Bingoal Stadion (capacidade para 15.000 torcedores), em Haia
Apelidos: Hagenaren (nome dado aos habitantes e nativos da cidade de Haia)
Títulos: 1 Campeonato Holandês (três Copas da Holanda)
Patrocínio: Girl Power Radio (webrádio)
Técnicos: Marten Glotzbach
Destaque: Barbara Lorsheyd (goleira)
Fique de olho: Floortje Bol (atacante)
Principais chegadas: Robin Blom (D, AZ), Ziva Henry (M, Feyenoord), Senna Koeleman (M, Feyenoord) e Femke Prins (A, Fortuna Sittard)
Principais saídas: Daniëlle Noordermeer (D, Ajax), Kayra Nelemans (D, Club YLA-BEL), Cheyenne van den Goorbergh (M, encerrou a carreira), Louise van Oosten (M, Ajax) e Manon van Raay (A, OH Leuven-BEL)
Temporada passada: 7º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: terminar entre os seis primeiros
Para um time tão tradicional no futebol feminino da Holanda quanto o Den Haag, o sétimo lugar da temporada passada foi incômodo. Poderia ter sido até pior, diante do mau começo na liga, mas aos poucos o time reagiu. Mas chega a esta temporada com algumas mudanças, principalmente no meio e no ataque (onde Louise van Oosten, destaque do meio-campo das Hagenaren, partiu para o Ajax, e a jovem Manon van Raay preferiu tentar a sorte na Bélgica).
No mais, o técnico Marten Glotzbach agora começará uma temporada completa contando com a experiência inegável da goleira Barbara Lorsheyd e das defensoras Bo Vonk e Pleun Raaijmakers, mais o promissor reforço da atacante Femke Prins, destaque no extinto time feminino do Fortuna Sittard. É com a juventude de Prins, Iris Remmers, Floortje Bol e Anne van Egmond que o Den Haag conta para voltar a fazer uma campanha mais digna de sua tradição no futebol de mulheres.
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O Ajax tem muitas novatas para tentar se reanimar após a derrocada na reta final da temporada passada. Ranneke Derks é uma das mais promissoras (Divulgação/Ajax.nl) |
Ajax
Cidade: Amsterdã
Equipe feminina criada em: 2012
Estádio: De Toekomst (capacidade para 2.250 torcedores). Para jogos maiores, é usada a Johan Cruyff Arena (56.120 lugares), também em Amsterdã
Apelidos: Ajacieden (nome dado a torcedores e jogadores do clube); Amsterdammers
Títulos: 3 Campeonatos Holandeses (cinco Copas da Holanda)
Patrocínio: ABN-Amro (banco)
Técnica: Anouk Bruil
Destaques: Sherida Spitse (defensora/meio-campista) e Danique Tolhoek (atacante)
Fique de olho: Ranneke Derks (atacante)
Principais chegadas: Daniëlle Noordermeer (D, ADO Den Haag), Louise van Oosten (D, ADO Den Haag), Nurija van Schoonhoven (M, Utrecht), Isa Colin (M/A, AZ), Ranneke Derks (A, PSV) e Joëlle Smits (A, PSV)
Principais saídas: Dionne van der Wal (G, Telstar/HERA United), Inessa Kaagman (D/M, dispensada), Isa Kardinaal (D, London City Lionesses-ING), Kay-Lee de Sanders (D, Milan-ITA), Milicia Keijzer (D, Milan-ITA), Lily Yohannes (M, OL Lyonnes-FRA), Rosa van Gool (M, Everton-ING) e Tiny Hoekstra (A, encerrou a carreira)
Temporada passada: 3º colocado
Copas europeias: Europa Cup (enfrentará o Sturm Graz-AUT, na primeira fase preliminar)
Objetivo: Título
Decepção foi a palavra que cercou o Ajax por toda a temporada passada. Para um clube que vinha rivalizando com o Twente em busca do título nacional, ficou feio ver a derrocada na reta final da liga - sem contar uma ótima aparição na Liga dos Campeões, em 2023/24, para nem passar da segunda fase preliminar em 2024/25. Quando mais precisava mostrar força para ser campeão, o Ajax fracassou, e algumas declarações da treinadora da época, Hesterine de Reus, não ajudaram muito (por exemplo, quando Hesterine comentou que a derrota para o PSV, por 3 a 1, significava o "fim das chances", mesmo com algumas rodadas pela frente. Isto é: era unânime que as coisas precisavam mudar em Amsterdã. A começar por Hesterine de Reus, cuja demissão foi anunciada antes mesmo do campeonato passado acabar.
A renovação continuou notável nas saídas das jogadoras. Lily Yohannes, que já fazia hora extra na Vrouwen Eredivisie, enfim foi para um time europeu de ponta - no caso, o OL Lyonnes (ex-Lyon). E abriu a fila continuada por Isa Kardinaal, Kay-Lee de Sanders, Rosa van Gool, até mesmo pela decisão de Tiny Hoekstra em encerrar a carreira. A partir disso, o Ajax foi atrás dos adversários para qualificar sua equipe. Na defesa, aposta na zagueira Daniëlle Noordermeer para a lacuna aberta pela saída de Kardinaal; no meio, Nurija van Schoonhoven é boa opção para ser ponta-de-lança; e no ataque, Joëlle Smits - duas vezes goleadora da Eredivisie em sua carreira - tem competência comprovada. Como técnica, se a questão era renovar, espera-se mais vontade de Anouk Bruil, 31 anos de idade, "promovida" do time B do Ajax para comandar a equipe principal. E as Ajacieden têm jogadoras que seguem firmes e fortes: Regina van Eijk, Sherida Spitse, Lotte Keukelaar, Bo van Egmond... elas serão as mais experientes a guiar as mais novas, que deverão fazer um Ajax renovado. E campeão, a torcida espera.
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Sabrine Ellouzi, que se destacou no difícil cenário do Excelsior, tem ótima chance no AZ (Divulgação/AZ.nl) |
AZ
Cidade: Alkmaar
Equipe feminina criada em: 2007, reativada em 2023
Estádio: AFAS Trainingscomplex/Sportcomplex Kalverhoek (Wijdewormer)
Apelidos: Alkmaarders
Títulos: 3 títulos holandeses (1 Copa da Holanda)
Patrocínio: não tem
Técnico: Wouter de Vogel
Destaque: Floor Jolijn Spaan (atacante) e Desirée van Lunteren (meio-campista)
Fique de olho: Sabrine Ellouzi (atacante)
Principais chegadas: Jet van Beijeren (A, Heerenveen), Sabrine Ellouzi (A, Excelsior) e Shanique Dessing (A, Excelsior)
Principais saídas: Robin Blom (D, ADO Den Haag), Isa Colin (M/A, Ajax), Ilvy Zijp (A, Zwolle) e Romaïssa Boukakar (A, Heerenveen)
Temporada passada: 6º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: Vaga na Europa Cup
Devagar e sempre. Assim está o AZ. Funcionando há duas temporadas, o time feminino de Alkmaar já começa a se firmar como um clube de meio de tabela, com boas perspectivas. Revelando boas jogadoras - que o diga a goleira Femke Liefting, já no Chelsea após ter sido eleita a melhor goleira do Mundial Sub-20 feminino passado, ainda jogando em Alkmaar. E tendo um time com nomes promissores a ponto de já receberem apostas dos três grandes no futebol feminino neerlandês, como a meio-campista Isa Colin, agora no Ajax.
Se algumas promessas saem, outras chegam. Nem só formadas em Alkmaar, como foi a atacante Floor Jolijn Spaan, já um símbolo das Alkmaarders. Mas também encontradas em outros clubes, tendo no AZ a chance de despontarem em definitivo. Como a atacante Jet van Beijeren, também participante do Mundial Sub-20 de mulheres pela Holanda no ano passado, que já mostrava talento no Heerenveen. Ou mais uma da posição, a tunisiana Sabrine Ellouzi, que conseguia se destacar mesmo nas constantes dificuldades que o Excelsior vive, e terá no time de Alkmaar uma boa oportunidade. Assim como é boa a oportunidade do AZ se firmar no meio de tabela, nesta temporada.
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Isa Gómez mudou de clube (de Telstar para o Excelsior), mas não mudou de dificuldades: as Kralingers se esforçarão para não ficarem outra vez na lanterna (Divulgação/Excelsior) |
Excelsior
Cidade: Roterdã
Equipe feminina criada em: 2017
Estádio: Woudestein (capacidade para 4.500 torcedores)
Apelido: Kralingers (de Kralingen, o bairro da cidade de Roterdã onde fica o Excelsior)
Títulos: nenhum
Patrocínio: Caru (empresa de contêiners)
Técnico: Mathijs Kreugel
Destaque: Katelyn Hendriks (meio-campista)
Fique de olho: Isa Gómez (atacante)
Principais chegadas: Djennah Cherif (D, Racing Genk-BEL), Mahiro Yamamoto (M, Haarlem), Anna Maria van der Vlist (M, Telstar), Isa Gómez (A, Telstar) e Naomi Hilhorst (A, Zwolle)
Principais saídas: Robine de Ridder (D, Racing Genk-BEL), Yaël Mollink (D, Warbeyen-ALE), Dechamaily Lont (A, Feyenoord - voltando de empréstimo) e Sabrine Ellouzi (A, AZ)
Temporada passada: 12º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: não terminar em último
Chega até a ser triste. O Excelsior tem boa vontade, dá respaldo ao seu time feminino, as jogadoras são visivelmente esforçadas... mas há duas temporadas, o time não sai da última colocação da Vrouwen Eredivisie, mesmo que se alterne com o antigo Telstar (e que até o Zwolle tenha frequentado a lanterna). Pois bem, agora isso será proibitivo, pela adoção do rebaixamento na liga neerlandesa feminina. E o pior é que a atacante Sabrine Ellouzi, dos raros destaques que a equipe tinha, tomou o rumo do AZ. Como sói acontecer, contudo, o clube de Roterdã não se entregará sem luta.
Nas contratações, vale prestar atenção na meio-campista Anna Maria van der Vlist e na atacante Isa Gómez, destaques de um Telstar que também sofria no fundo da tabela antes de se transmutar no HERA United. Sem muito espaço no Zwolle (costumava vir da reserva), a atacante Naomi Hilhorst terá sua chance no clube do bairro de Kralingen. Assim como a meio-campista japonesa Mahiro Yamamoto, que buscará seu lugar ao sol. Como outra meio-campista, Lynn Groenewegen, que começou no Excelsior e hoje tem seu espaço no campeão Twente. Como a própria Sabrine Ellouzi terá agora, no AZ. Quem sabe o próprio Excelsior não tenha o seu lugar ao sol, desta vez.
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Akari Takeshige tenta seguir os passos da compatriota Toko Koga, na zaga do Feyenoord, que tenta emplacar outra temporada consistente (Divulgação/Feyenoord.nl) |
Feyenoord
Cidade: Roterdã
Equipe feminina fundada em: 2021
Estádio: Varkenoord (capacidade para 2.000 torcedores). Para jogos maiores, há o De Kuip (47.500 lugares)
Apelidos: Stadionclub (em holandês, "o clube do estádio" - referência a De Kuip, considerado o mais tradicional estádio do país); Feyenoorders; Rotterdammers
Títulos: nenhum
Patrocínio: Prijsvrij (agência de viagens)
Técnica: Jessica Torny
Destaque: Ella van Kerkhoven (atacante)
Fique de olho: Fleur Stoit (atacante) e Kirsten van de Westeringh (atacante)
Principais chegadas: Claire Dinkla (G, Fortuna Sittard), Akari Takeshige (D, Telstar), Kokona Iwasaki (M, Verdy Beleza-JAP), Eva van Deursen (M, Eibar-ESP), Dechamaily Lont (A, Excelsior - voltando de empréstimo) e Fleur Stoit (A, PSV)
Principais saídas: Oliwia Szymczak (G, Zwolle - empréstimo), Toko Koga (D, Tottenham-ING), Jarne Teulings (M, Eintracht Frankfurt-ALE) e Ziva Henry (M, ADO Den Haag)
Temporada passada: 5º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: Vaga na Europa Cup
Após duas temporadas em que havia escorregado (7º em 2022/23, 8º em 2023/24), o Feyenoord pareceu retomar o caminho para figurar no "subtopo" do Campeonato Holandês feminino, com o bom 5º lugar em 2024/25. Melhor do que a posição foi notar que algumas jogadoras já chamaram a atenção ao longo da temporada, como as atacantes Ella van Kerkhoven e Esmee de Graaf, muito confiáveis no Stadionclub. E notar que o Stadionclub já serve de time em que as jogadoras podem pegar "cancha" rumo a centros mais competitivos. Que o diga a zagueira japonesa Toko Koga, que se aprimorou por dois anos em Roterdã antes de rumar, agora, para o Tottenham.
A renovação do contrato da técnica Jessica Torny, por mais dois anos, foi uma inequívoca prova de confiança da diretoria feminina - por sua vez, também comandada cuidadosamente pela ex-jogadora Gabriella Maria "Manon" Melis. Até por isso, a equipe de Roterdã vira um "meio de caminho" cada vez mais interessante entre os clubes de baixo e de cima da tabela. Ou mesmo como um clube que oferece espaço a quem esteja sem possibilidades nos três grandes favoritos habituais. No primeiro caso, estão reforços como a goleira Claire Dinkla, boa reserva para a titular Jacintha Weimar, e a zagueira japonesa Akari Takeshige. No segundo, a atacante Fleur Stoit, sem espaço no PSV. Por tudo isso, o Feyenoord tem como objetivo se firmar no "subtopo" que se constrói com Utrecht e AZ. Para, quem sabe, um dia, sonhar com o título.
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Na foto estilosa de divulgação, Romaïssa Boukakar foi apresentada no Heerenveen, onde terá a chance da titularidade que não teve no AZ (Divulgação/Heerenveen.nl) |
Heerenveen
Cidade: Heerenveen
Equipe feminina criada em: 2007
Estádio: Sportpark Skoatterwâld (capacidade para 3.000 torcedores). Para jogos maiores, é usado o Abe Lenstra (26.100 lugares)
Apelidos: Fean (corruptela de "Hearrenfean", nome do time no idioma frísio - falado na província de Frieslândia, onde fica a cidade de Heerenveen), Frísios, Time da Frísia, "De Superfriezen" ("os superfrísios")
Títulos: nenhum
Patrocínio: Moofpeople (empresa de pagamentos)
Técnico: Niklas Tarvajärvi
Destaque: Evi Maatman (atacante)
Fique de olho: Romaïssa Boukakar (atacante)
Principais chegadas: Hanna Stallmann (M, Zwolle), Sterre Kroezen (M, Twente), Romaïssa Boukakar (A, AZ)
Principais saídas: Iris Teijema (D, encerrou a carreira), Chantal Schouwstra (D/M, Meppen-ALE), Sanne van der Velde (M, Groningen), Jet van Beijeren (M/A, AZ) e Lyanne Iedema (A, Zwolle)
Brasileiras no grupo de jogadoras: nenhuma
Temporada passada: 9º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: não terminar em último
Trata-se de mais um time tradicional no futebol feminino holandês, mas que não consegue demonstrar sua força nos tempos atuais. Pelo menos, até agora. Porque, pelo menos, o técnico Niklas Tarvajärvi terá uma temporada de sequência para trabalhar. E nesta sua segunda temporada, alguns reforços que chegaram são mais qualificados tecnicamente. Principalmente na parte ofensiva.
Nela, chegaram a meio-campista Sterre Kroezen, vinda do Zwolle com certo talento, e uma boa aposta: a atacante Romaïssa Boukakar, que sempre entrava nos jogos do AZ, vinda do banco, sem nunca ser a titular da vez. No Fean, a marroquina Boukakar poderá jogar, enquanto na defesa, a goleira Jasmijn Resink e a zagueira Fenna Meijer procuram dar estabilidade ao time. Tudo para que o clube da Frísia, como o ADO Den Haag, tome algum impulso e volte a ficar no meio da tabela da Vrouwen Eredivisie.
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O NAC Breda foi o primeiro clube a comemorar o acesso dentro do Campeonato Holandês feminino, na história (Gino van Outheusden/Pix4Profs) |
NAC Breda
Cidade: Breda
Equipe feminina criada em: 2024
Estádios: Sportpark Heksenwiel. Para jogos maiores, é usado o Rat Verlegh (20.500 lugares)
Apelidos:
Títulos: 1 título da segunda divisão (2024/25)
Patrocínio: Trinamics (soluções em tecnologia)
Técnico: Jan de Hoon
Grupo de jogadoras ainda não disponível
Destaque: July Schneijderberg (atacante)
Fique de olho: Kim Hendriks (meio-campista)
Principais chegadas: Manoah van Houwelingen (D, Excelsior), Emely van der Vliet (M, VIFK-FIN), Indi van Dalen (M, Sparta Rotterdam), Josje Visser (OJC Rosmalen), Michelle Buitendijk (Jong Sparta Rotterdam)
Principais saídas: Donna van der Meulen (G, dispensada), Kamar Laamouz (A, dispensada), Shannon Tabi (A, dispensada)
Brasileiras no grupo de jogadoras: nenhum
Temporada passada: Campeão da primeira metade da segunda divisão (2024/25)
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: não terminar em último
Eis a grande novidade desta Eredivisie. Tão "novidadeira" que simboliza duas coisas em sua presença. A primeira: a adoção do acesso e do descenso no Campeonato Holandês feminino, já que foi um vencedor no sistema "dois turnos, dois campeões" da segunda divisão passada, sendo, portanto, promovido. A segunda: o NAC Breda se tratar de mais um estreante holandês no futebol feminino. Até por isso, estar ainda em estruturação de sua equipe. A começar pelo técnico: se Richard Mank, ex-Excelsior, comandou o time na segunda divisão, agora se foi para a federação dos Países Baixos. E Jan de Hoon chega às pressas. Tem algumas contratações, como a zagueira Manoah van Houwelingen. Mas é uma incógnita.
PSV
Cidade: Eindhoven
Equipe feminina criada em: 2012
Estádio: Sportcomplex De Herdgang (capacidade para 2.500 lugares). Para jogos maiores, é usado o Philips Stadion (35.000 lugares)
Apelidos: Boeren (em holandês, "fazendeiros" - referência ao grande número de fazendas e áreas verdes na região onde fica Eindhoven); Eindhovenaren (nativos de Eindhoven)
Títulos: nenhum Campeonato Holandês (uma Copa da Holanda)
Patrocínio: Brainport Eindhoven (conglomerado formado por cinco empresas de Eindhoven)
Técnico: Roeland ten Berge
Destaque: Riola Xhemaili (meio-campista/atacante) e Renate Jansen (atacante)
Fique de olho: Liz Rijsbergen (atacante)
Principais chegadas: Aniek Nouwen (D, Chelsea-ING), Riola Xhemaili (M/A, Wolfsburg-ALE - transferência definitiva após empréstimo) e Liz Rijsbergen (A, Twente)
Principais saídas: Veerle Buurman (D, Chelsea-ING), Siri Worm (D/M, encerrou a carreira), Fleur Stoit (M/A, Feyenoord), Shanique Dessing (A, AZ), Joëlle Smits (A, Ajax) e Ranneke Derks (A, Ajax)
Temporada passada: Vice-campeão
Copas europeias: Liga dos Campeões (eliminado pelo Manchester United-ING, na segunda fase preliminar) e Copa Europa (enfrentará o Rosenborg-NOR, na primeira fase preliminar)
Objetivo: Título
De agora não pode passar. Bem, o PSV já era guiado por esta frase para a temporada passada nas mulheres: afinal de contas, os investimentos foram pesados para a criação de um time capaz de ser, enfim, campeão holandês feminino. E quase foi: vale lembrar que o clube de Eindhoven teve o mesmo número de pontos do Twente, só perdendo o título no saldo de gols, primeiro critério de desempate. De certa forma, perder o título assim era só mais um motivo para as Boeren chegarem com ainda mais pressão a esta temporada. E mais investimentos também. Para a zaga, outra repatriada experiente do futebol holandês/neerlandês: nascida e criada "futebolisticamente" no PSV, Aniek Nouwen está de volta, após uma grave lesão no joelho atrapalhar sua passagem pelo Chelsea - com um rápido empréstimo ao Milan no meio. E no meio-campo, o reforço não é uma chegada, é uma permanência: das melhores do time, das melhores do campeonato passado, a meio-campista suíça Riola Xhemaili (titular da digna campanha de sua seleção na Eurocopa) fica em definitivo no PSV.
Além da chegada de Nouwen e da permanência de Xhemaili, é notável que as Eindhovenaren têm um time muito entrosado. Várias das titulares já são conhecidas. Na defesa, a goleira Nicky Evrard, titular da seleção da Bélgica, e as laterais Sara Thrige (na direita) e Emma Frijns (na esquerda) - fará falta Gwyneth Hendriks, ainda em recuperação de grave lesão no joelho. No meio-campo, há Nina Nijstad, Sisca Folkertsma, Robine Lacroix. E no ataque, Renate Jansen - começando a última temporada de sua carreira -, Fenna Kalma, Chimera Ripa. É um time tão confiável que até sobravam jogadoras, vendidas sem muito drama aos adversários: a meia Fleur Stoit ao Feyenoord, a atacante Shanique Dessing ao AZ, mais outra atacante (Joëlle Smits) ao Ajax. Talvez o PSV só pudesse ter cuidado melhor de sua base: a atacante Ranneke Derks, melhor jogadora do Europeu sub-19, destaque da Holanda (Países Baixos) campeã(ões), foi cedida ao Ajax. De todo modo, seria difícil para Derks ter espaço num time que parece tão maduro. E que chega muito forte para tentar, enfim, ser campeão da liga. Até porque já perdeu para o Twente na Supercopa da Holanda desta temporada...
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Barbara Barend, Marieke Visser e Susan van Geenen: dessas três surgiu o HERA United, o primeiro clube profissional holandês dedicado só ao futebol feminino (Divulgação) |
HERA United
Cidade: Amsterdã
Equipe criada em: 2025
Estádio: Sportpark Goed Genoeg (25.000 lugares), em Amsterdã
Apelidos: De Witte Leeuwinnen ("As Leoas Brancas", derivação de "Witte Leeuwen", "leões brancos", apelido do time masculino)
Títulos: nenhum
Patrocínio: Sportcity (rede de academias)
Técnico: Ed Engelkes
Destaque: Samya Hassani (atacante)
Fique de olho: Lizz Forshaw (atacante)
Principais chegadas: Dionne van der Wal (G, Ajax), Rachel van Herk (G, sem clube), Nicole Stoop (D, Fortuna Sittard), Isabel Kopp (D, Fortuna Sittard), Hitomi Tanaka (M, Sporting de Huelva-ESP) e Lizz Forshaw (A, Universidade de Columbia-EUA)
Principais saídas: Mei Wei Rispens (G, OH Leuven-BEL), Felice Hermans (D, Utrecht), Akari Takeshige (D, Feyenoord) e Isa Gomez (A, Excelsior)
Temporada passada: 11º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: não terminar em último
Embora já não seja mais o Telstar, o HERA United ainda o é. Mas é novo: por obra e graça da escritora Marieke Visser, da empresária Susan van Geenen e da jornalista Barbara Barend, nasceu o HERA United, o primeiro clube profissional dedicado somente ao futebol feminino dentro da Holanda (Países Baixos). Porém, era um clube profissional sem grupo nem jogadoras. Resolveu isso com a aliança ao Telstar, participante do Campeonato Holandês feminino até a temporada passada. Se a licença profissional não fosse dada até o início da liga, o time a disputaria como Telstar. Mas ela foi dada exatamente na quarta-feira em que este guia é publicado - 3 de setembro de 2025 -, e por isso ele já consta como HERA United.
O técnico Ed Engelkes foi contratado na temporada passada já como parte da estruturação, algumas jogadoras chegaram - como a zagueira Nicole Stoop e a lateral esquerda Isabel Kopp, ambas egressas do desativado time feminino do Fortuna Sittard... mas mesmo com nome diferente, o status do clube não muda: ainda tentando escapar das últimas posições do Campeonato Holandês. Pelo menos, agora começa uma nova fase da história. Que pode ser interessante.
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Jill Roord poderia seguir jogando fora da Holanda. Mas a vontade a fez voltar à terra natal - e ao Twente, onde capitaneará a tentativa do tricampeonato (Divulgação/Twente) |
Twente
Cidade: Enschede
Equipe feminina criada em: 2007
Estádio: Het Sportpark Schreurserve (2.000 lugares). Para jogos maiores, é usado o De Grolsch Veste (30.000 lugares)
Apelidos: Tukkers (gíria para nativos do Twenthe, região da província de Overijssel onde fica a cidade de Enschede)
Títulos: 9 Campeonatos Holandeses (quatro Copas da Holanda, uma Supercopa da Holanda e duas BeNeLigas)
Patrocínio: Reggeborgh (fundo de investimentos)
Técnica: Corina Dekker
Destaque: Jill Roord (meio-campista/atacante)
Fique de olho: Jaimy Ravensbergen (atacante)
Principais chegadas: Inge Tijink (G, Zwolle), Sterre Kroezen (M, Zwolle - retornando de empréstimo) e Jill Roord (M/A, Manchester City-ING)
Principais saídas: Daniëlle de Jong (G, Juventus-ITA), Merel Bormans (D, Utrecht - transferência em definitivo após empréstimo), Kim Everaerts (D, OH Leuven-BEL), Kayleigh van Dooren (M, Milan-ITA), Sterre Kroezen (M, Heerenveen) e Liz Rijsbergen (A, PSV)
Temporada passada: Campeão
Copas europeias: Liga dos Campeões (enfrentará o GKS Katowice-POL, na terceira fase preliminar)
Objetivo: Título
Ganhar o bicampeonato holandês, com um time predominantemente jovem, superando um Ajax mais badalado e um PSV mais estruturado, demonstrou como o Twente é forte no futebol feminino da Holanda (Países Baixos). Aliás, forte e histórico, pela revelação de jogadoras - como uma certa Jill Roord, que lá começou sua carreira, em 2015. Cujo pai, René Roord, é o diretor do futebol feminino no clube. E que, desejosa de voltar à terra natal por motivos particulares, se transformou na contratação mais badalada para o Campeonato Holandês desta temporada, oito anos após deixar as Tukkers. Poucas provas de manutenção de força poderiam ser maiores para o atual bicampeão. Em termos de tática, a chegada de Roord também ajuda bastante: afinal, repôs uma lacuna que estava aberta pela saída de Kayleigh van Dooren.
No mais, a curiosidade fica em ver como será o trabalho da nova treinadora, Corina Dekker, que se tornou a quinta holandesa a ter o diploma da UEFA para técnicos, e tem a responsabilidade de comandar um Twente que teve o trabalho vitorioso do antecessor Joran Pot. Para isso, Dekker ficou sem jogadoras experientes, como a goleira De Jong (terceira arqueira da Holanda/Países Baixos na Eurocopa feminina) e a atacante Liz Rijsbergen, que tentará no PSV o ritmo de jogo que já não tinha após grave lesão no joelho. De toda forma, há uma base já consolidada no time: a ala esquerda Alieke Tuin, as meio-campistas Danique van Ginkel e Sophie te Brake, as atacantes Jaimy Ravensbergen (goleadora da Vrouwen Eredivisie passada) e Nikée van Dijk... já seria um grupo de jovens talentosas, como foi na campanha do título passado. Com Jill Roord como líder, as condições para o tri - e para outra participação na fase de grupos da Liga dos Campeões de mulheres - estão mantidas.
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A jovem Renfurm poderá ajudar o Utrecht a tentar outra campanha elogiável (Divulgação/FC Utrecht) |
Utrecht
Cidade: Utrecht
Equipe feminina criada em: 2023
Estádio: Sportcomplex Zoudenbach (1.000 lugares). Para jogos maiores, é usado o De Galgenwaard (23.750 lugares)
Apelidos: Utregs
Títulos: nenhum
Patrocínio: T-Mobile (empresa de telefonia e comunicações)
Técnica: Linda Helbling
Destaque: Nikita Tromp (atacante)
Fique de olho: Rosalie Renfurm (meio-campista)
Principais chegadas: Felice Hermans (D, HERA United/Telstar) e Merel Bormans (D, Twente - transferência em definitivo após empréstimo)
Principais saídas: Liza van der Most (D, encerrou a carreira), Ilse van der Zanden (D, Fiorentina-ITA), Nurija van Schoonhoven (M, Ajax), Judith Roosjen (A, Zwolle)
Temporada passada: 4º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: vaga na Europa Cup
Talvez o Utrecht seja o clube que melhor tenha se aproveitado do crescimento que o Campeonato Holandês vive. O começo da temporada 2023/24, primeira da história do time feminino das Utregs, foi fabuloso, mas aos poucos o fôlego acabou, e o time terminou na sétima posição. Já na temporada passada, o fôlego não acabou, e o começo ótimo teve sequência, terminando na quarta posição. Mais do que isso: o Utrecht mostra um time muito sólido. Linda Helbling é mais um caso de treinadora que tem pleno respaldo do departamento feminino para trabalhar. O que resulta num time com base consolidada.
No gol, a belga Femke Bastiaen; na zaga, se Ilse van der Zanden saiu, Merel Bormans é capaz de liderar o miolo de zaga; no meio-campo, as titulares são tantas - de Marthe Munsterman a Tami Groenendijk, passando por Dieke van Straten, Sam de Jong, a revelação Rosalie Renfurm. E no ataque, a dupla Lobke Loonen-Nikita Tromp é uma das melhores do campeonato. Já tem sido o suficiente para perturbar Twente, PSV e Ajax. Se o Utrecht crescer, pode ser suficiente até para mais.
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Já que um clube com jogadoras formadas na base fez campanha decepcionante em 2024/25, o Zwolle contratou alguns nomes, como a atacante Zijp, para melhorar (Divulgação/PECzwolle.nl) |
Zwolle
Cidade: Zwolle
Equipe feminina criada em: 2010
Estádio: Sportpark De Vegtlust (2.000 lugares). Para jogos maiores, é usado o Mac³Park (13.250 torcedores)
Apelidos: Zwollenaren, Dedos Azuis (em holandês, "Blauwvingers")
Títulos: nenhum
Patrocínio: Zonneplan (fornecedora de energia sustentável)
Técnico: Gert Peter de Gunst
Destaque: Zoë Zuidberg (atacante)
Fique de olho: Lyanne Iedema (meio-campo/atacante)
Principais chegadas: Oliwia Szymczak (G, Feyenoord - por empréstimo), Lyanne Iedema (A, Heerenveen), Ilvy Zijp (A, AZ) e Judith Roosjen (A, Utrecht)
Principais saídas: Inge Tijink (G, Twente), Tess van der Flier (G, encerrou a carreira), Vita van der Linden (M, dispensada), Hanna Stallmann (M, Heerenveen), Sterre Kroezen (M, Twente) e Naomi Hilhorst (A, Excelsior)
Temporada passada: 10º colocado
Copas europeias: nenhuma
Objetivo: ficar entre os seis primeiros
O técnico antecessor, Olivier Amelink, migrando para a seleção sub-21 de mulheres da Holanda (Países Baixos). Vários nomes presentes nessa mesma seleção. Sexto lugar em quatro temporadas seguidas. O Zwolle começou a temporada passada sonhando em surpreender... e surpreendeu negativamente, ficando em 10º lugar, vendo um trabalho decepcionante do técnico Jim Brinkhof (não por acaso, sua saída foi anunciada antes mesmo da temporada acabar) e alguns talentos saírem do clube para poderem despontar de vez, como a volante Nayomi Buikema, atualmente no Ajax.
Assim, realmente a pré-temporada foi de reformulação. A começar pelo técnico, com a chegada de Gert Peter de Gunst. Alguns nomes promissores de outros clubes foram contratados, como as atacantes Ilvy Zijp e Judith Roosjen. E a polonesa Oliwia Szymczak é boa contratação para preencher no gol a lacuna aberta pela saída de Inge Tijink, titular nos últimos anos. E alguns destaques ficam, como as atacantes Hanna Huizenga e Zoë Zuidberg. Enfim, o Zwolle perdeu o destaque de sua base na equipe principal. Mas se fortaleceu. A ver se volta a frequentar o meio da tabela.
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