Restam poucas dúvidas: a Holanda nada de braçada em seu grupo nas eliminatórias da Euro (AP)
Quando os grupos das eliminatórias para a Euro 2012 foram sorteados, já dava para se ver que a Holanda teria um caminho tão fácil como foi o da qualificação para a Copa de 2010. Até por ser cabeça de chave, pela terceira colocação no ranking da UEFA para as seleções europeias, a Oranje certamente teria um grupo sem adversários que pudessem causar grandes dores de cabeça.
O que não se esperava é que ele fosse mais fácil ainda. Afinal de contas, o time de Bert van Marwijk teria dois países um pouco mais tradicionais pela frente, Suécia e Hungria. É certo que haveria o alívio de pegar equipes como Moldávia e San Marino - este último, um saco de pancadas reconhecido. Ainda assim, dava para pensar na hipótese de suecos e húngaros fazendo alguma pressão contra a Laranja.
Pois foram justamente estes dois rivais tradicionais que sofreram duas das goleadas aplicadas pela equipe na qualificação para a Euro. A Suécia já havia sido destroçada com um 4 a 1. E, nesta sexta, foi a vez da Hungria sentir a ampla superioridade batava no Grupo E. O que só prova uma coisa: a solidez do elenco com que Van Marwijk trabalha, atualmente, é tão grande que a regularidade das atuações continua, sejam quais forem os jogadores.
Para começar, no gol, Michel Vorm foi bem sempre que exigido, como em chutes de Rudolf e Dzsudzsák. Já em boa fase há algum tempo, o goleiro do Utrecht se credencia, cada vez mais, como o reserva imediato de Stekelenburg. Mas é no meio-campo que se dá a grande revelação da boa fase que vive a Oranje. O personagem dessa revelação é Van der Vaart.
O meia do Tottenham foi o homem do jogo em Budapeste. Não só deu qualidade na saída de bola, como ainda assumia o papel de armador (como no terceiro gol, quando seu passe pegou a defesa húngara desprevenida, deixando Van Persie e Kuyt livres), ou até chegava ao ataque - resultando no primeiro gol, após bom passe de Sneijder.
Paralelamente a isso, depois de sofrer nos dez primeiros minutos de jogo, a linha de quatro defensores ficou absolutamente tranquila. O que deu liberdade para que Van der Wiel pudesse avançar o quanto quisesse, sem causar a menor preocupação na parte de trás. Enquanto isso, os coadjuvantes fizeram bem o seu serviço. Por exemplo, sem muitas preocupações na marcação, De Jong mal usou de força nas tentativas de repelir as subidas húngaras.
Com a vitória, a Holanda solidifica mais ainda um ciclo bastante seguro. É verdade que o grupo não é dos mais fortes. E as atuações do time tampouco são exuberantes a ponto de merecer os elogios derramados que Marco van Basten proferiu, comentando o jogo pela TV Veronica ("Foi agradável de se ver, lembrou algo do Barcelona", falou San Marco). Mas, assim como já fizera no caminho para a África do Sul, o time de Van Marwijk vai passando pelos rivais sem dificuldades.
E, após a derrota na final da Copa do Mundo, já consegue uma nova sequência invicta: desde o empate contra a Ucrânia, em agosto de 2010, já são oito partidas sem derrota. Sete vitórias seguidas (duas por amistosos, cinco nas eliminatórias da Euro). Cem por cento de aproveitamento na qualificação.
Ou seja: pode até ser que haja um empate, quem sabe uma derrota, em Amsterdã, na próxima terça. Mas nada indica que a Holanda deixará de estar na Polônia ou na Ucrânia para disputar a Eurocopa pela nona vez, no ano que vem. Com ou sem Robben, com Van Bommel ou Van der Vaart como parceiros de De Jong na dupla de marcadores no meio... nas eliminatórias para 2010, 2012... não vai mudar nada. |
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