domingo, 20 de março de 2016

810 minuten: como foi a 28ª rodada da Eredivisie

El Ghazi deu o tiro de misericórdia no PSV: Ajax jogou com maturidade e voltou à liderança (Maurice van Steen/VI Images)
Utrecht 2x1 Excelsior (sexta-feira, 18 de março)

Por melhor que o Utrecht esteja na atual temporada - e está: afinal, é o quinto colocado -, o Excelsior surpreendeu no início do jogo que abriu a 28ª rodada do Campeonato Holandês. Foi um típico "início-relâmpago": os Kralingers foram melhores, criando mais jogadas, e mereceram o gol que abriu o placar. Ele veio logo aos cinco minutos: após rebote da defesa, o meio-campista Rick Kruys arriscou um voleio. Deu alguma sorte: a bola desviou nas costas do lateral esquerdo Christian Kum, tirando as chances de defesa do goleiro Robbin Ruiter. Ia tudo bem para os Rotterdammers (16º lugar na tabela), até os 33 minutos da etapa inicial, quando o zagueiro Jürgen Mattheij colocou a mão na bola, dentro da área. O juiz Edwin van de Graaf não titubeou: marcou o pênalti.

E mesmo com a ausência do outro goleador dos Utregs (com dores no joelho, Ruud Boymans não foi relacionado para o jogo), Sébastien Haller novamente assumiu a responsabilidade. E fez o que é comum dele nesta temporada: efetuou a cobrança, empatando o jogo com seu 15º gol no campeonato. Não demorou muito, e "Seb" reapareceu na área, antes ainda que o primeiro tempo acabasse. Aos 45 minutos, após cruzamento, o goleiro do Excelsior, Tom Muyters, socou a bola para cima, tentando afastá-la. Ela subiu, e o atacante francês foi chegando. Na disputa aérea enquanto a bola caía, os braços de Muyters não subiram o bastante para evitar o cabeceio de Haller: 2 a 1, seu 16º gol na temporada. E após um começo preocupante, o Utrecht conseguiu mais uma vitória para sacramentar sua boa fase - e a importância de "Séb" Haller.

Diante de um Heerenveen decepcionante, o Heracles voltou a vencer fora de casa (ANP/Pro Shots)

Heerenveen 0x1 Heracles Almelo (sábado, 19 de março)

Se havia acabado com a sequência de quatro derrotas na rodada passada, ao vencer o Cambuur, o Heracles ainda tinha o que fazer no jogo disputado em Heerenveen: desde a 10ª rodada da Eredivisie, os Almelöers não conseguiam uma vitória fora de casa. Pior: desde a derrota para o Utrecht (4x2, na 15ª rodada), ainda em 2015, nem marcavam gol fora de casa (quem marcara fora Oussama Tannane, que nem no Heracles está mais). Pois bem, os Heraclieden cumpriram a tarefa, e conseguiram vencer o Heerenveen na casa dos frísios.

Desde o começo, o time de Almelo foi superior em campo. E fez seu gol aos 33 minutos do primeiro tempo: Iliass Bel Hassani deu passe em profundidade que deixou Jaroslav Navrátil na cara do gol, e o atacante tcheco não bobeou, tocando na saída do goleiro Erwin Mulder para fazer 1 a 0. Surpreendente na rodada passada, ao empatar com o PSV, o Heerenveen decepcionou: só foi criar uma jogada de perigo no segundo tempo, aos 30 minutos, quando Mitchell te Vrede cabeceou perto do gol de Bram Castro. E num jogo de poucas emoções, o Heracles Almelo pôde comemorar um triunfo que o reaproximou do Utrecht na tabela, mantendo-o na zona dos play-offs por Liga Europa.

Um gol de Michiel Kramer abriu os caminhos para o Feyenoord escapar do tropeço (ANP/Pro Shots)
Feyenoord 3x1 De Graafschap (sábado, 19 de março)

Sem o capitão Dirk Kuyt, suspenso por cartões amarelos, o Feyenoord teve de remontar seu esquema ofensivo para o jogo contra o penúltimo colocado do campeonato. Simon Gustafson voltou aos titulares, tendo a função de armar o jogo, enquanto Jens Toornstra seguiu pela ponta-direita. Ainda assim, estar sem o grande destaque da equipe, a referência, foi altamente prejudicial ao Stadionclub. A equipe da casa criou pouquíssimo, mesmo tendo mais posse de bola. Sorte do De Graafschap: aos poucos, os visitantes foram se animando nos contragolpes, e chegando vez por outra ao gol adversário. A primeira oportunidade foi um aviso: aos 14 minutos do primeiro tempo, Karim Tarfi bateu de fora da área para boa defesa de Kenneth Vermeer.

E aos 26 minutos, os Superboeren conseguiram o gol que mereciam. Após sobra de escanteio, o lateral direito Bart Straalman passou a Robin Pröpper. Pela esquerda, o zagueiro driblou Rick Karsdorp, e passou a Vincent Vermeij. O atacante o devolveu, já na grande área, e o irmão de Davy tocou por baixo de Vermeer, que ainda tentou desviar, mas não evitou o 0 a 1 em pleno De Kuip. Só aí os Feyenoorders foram ao ataque seriamente. Primeiro, aos 35 minutos: Tonny Trindade de Vilhena chutou de fora da área, exigindo boa defesa do goleiro Hidde Jurjus. Aos 39, Jurjus apareceu melhor ainda: espalmou uma bola à queima-roupa, vinda de cabeceio de Toornstra. No escanteio subsequente, outra defesa incrível: Michiel Kramer desviou na primeira trave, e o goleiro rebateu rigorosamente em cima da linha (como mostrou a "tecnologia no-goal" usada pela tevê holandesa, a bola só não entrou por alguns milímetros).

No segundo tempo, o Feyenoord aprendeu com seus erros. Gustafson, ineficaz na armação, deu lugar a Bilal Basaçikoglu, que foi para a ponta-direita, com Toornstra voltando ao meio-campo. Deu certo: enfim, as criações ofensivas do time da casa se aceleraram, e o empate não demorou. Aos nove minutos, Miquel Nelom cruzou da esquerda, e Kramer se antecipou à marcação para desviar na primeira trave. Jurjus falhou ao sair antes do gol, abrindo o seu canto, e o 1 a 1 foi inevitável. A partir do empate, o jogo mudou: já aos 11 minutos, Basaçikoglu saiu da direita e cruzou, para cabeceio de Kramer que Jurjus defendeu bem. E o Feyenoord, mais ofensivo, foi prensando o De Graafschap em sua defesa, impedindo que os visitantes contra-atacassem e forçando-os a terem cinco defensores na área. Até que, aos 31 minutos, enfim veio a virada merecida e previsível: Basaçikoglu (mudou o jogo, sem dúvida) cruzou da direita, justamente quando o goleiro saía para evitar, e Eljero Elia completou de cabeça para o 2 a 1. Só para definir, aos 37 minutos, em escanteio, Kramer desviou de cabeça, Jurjus tentou rebater fraco, mas a bola bateu no zagueiro Thijs Bouma (dividindo com Eric Botteghin), indo vagarosamente para as redes e confirmando o 3 a 1 - a arbitragem julgou gol contra de Bouma. Foi mais difícil e demorado do que se pensava, mas o Feyenoord conseguiu, afinal, a sua quarta vitória seguida no campeonato.

Zwolle 4x1 Willem II (sábado, 19 de março)

Desde que o jogo principiou no estádio Ijsseldelta, os anfitriões foram francamente superiores. Ainda assim, demorou um pouco para que traduzissem isso em chances e gols. Mas na primeira oportunidade que tiveram, veio o 1 a 0 dos "Dedos Azuis", aos 17 minutos: Dirk Marcellis arriscou chute (de perna esquerda, mesmo sendo destro), e a bola foi para as redes. Aos 22, o meia-direita Queensy Menig ampliou para os Zwollenaren, e a vitória parecia garantida. Parecia: aos 36, Rochdi Achenteh cobrou escanteio da esquerda, e Erik Falkenburg cabeceou para marcar o gol do Willem II. Os Tilburgers se animaram em busca do empate, e o primeiro tempo terminou com certa tensão para o time da casa.

Lars Veldwijk tratou de minorar definitivamente essa tensão: aos 15 minutos, o atacante completou cruzamento de Wouter Marinus para fazer 3 a 1. Depois, os anfitriões tiveram até mais chances de ampliar a goleada, diante de um adversário entregue e apático. Primeiro, aos 36 minutos, Stef Nijland arriscou o chute de fora; depois, aos 41, Veldwijk quase marcou seu segundo no jogo. Mas o goleiro Kostas Lamprou fez bela defesa em ambas as ocasiões. Finalmente. já nos estertores da partida (48 minutos), Nijland bateu quase sem ângulo, no canto oposto de Lamprou, para enfim confirmar a merecida goleada do Zwolle, que segue perto da zona de play-offs por vaga na Liga Europa. Ao Willem II, resta a temível permanência na 15ª posição, uma acima da zona de repescagem/rebaixamento.

Cambuur 0x1 Roda JC (sábado, 19 de março)

Com o De Graafschap derrotado, o Cambuur tinha uma chance valiosa para deixar os Superboeren na última posição da Eredivisie, uma rodada antes do jogo direto entre ambos. Porém, também era lícito supor que o time de Leeuwarden não teria muitas condições técnicas para fazer isso, mesmo atuando em casa. Afinal de contas, o Roda JC melhorou visivelmente na parte ofensiva, após as contratações feitas no meio da temporada. Ainda assim, o primeiro tempo no Cambuur Stadion foi decepcionante. Os visitantes de Kerkrade não criaram nenhuma chance; os mandantes, só no minuto final, quando o irlandês Jack Byrne arriscou chute, para a defesa do goleiro Benjamin van Leer.

Na etapa final, o Roda preferiu não esperar muito para buscar a vantagem. Aos três minutos, Georgi Zhukov cruzou de longe, e Tom van Hyfte (justo ele, um remanescente do turno) fez o 1 a 0, de cabeça. No resto da partida, então, o Cambuur teve obviamente de atacar. O técnico Marcel Keizer colocou na equipe os atacantes Furdjel Narsingh, Xander Houtkoop (estes, aos 14 minutos) e Kevin van Veen. Até surgiram mais chances - a mais perigosa, aos 34, quando Van Veen mandou a bola na trave, logo após entrar em campo. Só que o Cambuur também deixou espaço para os contragolpes do Roda JC, que quase marcou duas vezes, com Rydell Poepon. Segurando a pressão, os Koempels conseguiram a importante vitória fora de casa, que os mantêm a uma distância segura (ainda...) da zona de repescagem/rebaixamento. Ao Cambuur, restou suportar as vaias justas da torcida. Serão duas semanas tensas até o jogo contra o De Graafschap.

O conto de fadas de Stefan Thesker só tornou o empate entre AZ e Twente mais empolgante (Anja Veurink/fc-twente.nl)
Twente 2x2 AZ (domingo, 20 de março)

Na montanha-russa de emoções e desempenhos que o Twente vive nesta temporada, era de se esperar superioridade do AZ, mesmo no Grolsch Veste. Afinal de contas, os Alkmaarders seguiam firmes: 10 vitórias em 11 jogos pelo Campeonato Holandês no ano, pontuação igual à do Feyenoord (3º colocado)... no entanto, a vontade dos Tukkers, somada ao talento conhecido dos meio-campistas e atacantes, resultou num primeiro tempo superior dos mandantes. Aos 11 minutos, veio a primeira chance: Felipe Gutiérrez recebeu de Zakaria El Azzouzi e bateu na trave. Depois, aos 24. El Azzouzi dominou a bola na área e tocou na saída do goleiro Sergio Rochet, mas Ron Vlaar tirou a bola em cima da linha. Pressionado na saída de bola, o AZ precisava reagir e acelerar seu jogo ofensivo. Deu certo ainda na etapa inicial: aos 39, Levi Garcia driblou o lateral Hidde ter Avest pela esquerda e chutou no travessão.

No segundo tempo, não demorou muito, e a maior qualidade técnica do AZ rendeu o primeiro gol, aos sete minutos: após tabelar com Ben Rienstra, Joris van Overeem passou a Vincent Janssen, na área. Resultado? O de sempre no momento atual do atacante: gol. Chute cruzado, no canto direito do arqueiro Nick Marsman, para balançar as redes pela 20ª vez no campeonato, isolando-se como goleador e confirmando o merecimento da convocação para a seleção holandesa. Minutos depois, a coisa pareceu ainda melhor para os Alkmaarders: aos 15, após briga com Ridgeciano Haps antes de um escanteio, El Azzouzi deu com a mão na cara do lateral esquerdo. Nem foi tão forte assim, é preciso dizer. Mas o juiz Pol van Boekel viu e deu o cartão vermelho, direto, ao atacante do Twente.

Jogo perdido? Nada disso. Para começo de conversa, Stijn Wuytens também foi expulso (segundo amarelo), aos 20 minutos, e o AZ também ficou com 10 em campo. Pouco depois, aos 24, começava a história mais comovente da rodada, tendo como protagonista Stefan Thesker. Recuperado de uma cirurgia para remoção de um tumor, há algumas semanas, o zagueiro alemão (vindo em janeiro, junto ao Greuther Furth, por empréstimo até o fim da temporada) pôde ser novamente relacionado e entrou em campo para recompor a defesa, no lugar do lateral Robbert Schilder. E aos 30, Thesker buscou o melhor presente para sua recuperação e reestreia: Ziyech cobrou falta da direita, e o zagueiro alemão cabeceou para as redes, empatando o jogo.

Só que a partida em Enschede continuava acelerada, sem pausa e com muita emoção. E o AZ frustrou a animação da torcida: aos 34 minutos, Thom Haye (volante recuado para a zaga após a expulsão de Wuytens) recebeu de Garcia e chutou de fora da área, no ângulo direito de Marsman, fazendo 2 a 1. Nem assim as duas equipes desistiram do ataque. O AZ teve a entrada de Dabney dos Santos (e do volante paraguaio Celso Ortiz, para recompor a marcação); o Twente viu o polonês Oskar Zawada substituir Chinedu Ede. E os donos da casa seguiram em busca do empate. Aos 44, Ziyech quase fez mais um golaço na temporada: arriscou de longe, ao ver Rochet adiantado, e mandou no travessão. Mas quem merecia brilhar era Thesker: nos acréscimos, aos 49, Cabral cruzou da esquerda, e o zagueiro cabeceou de novo para empatar. Mesmo que o resultado em si não tenha servido muito para ninguém, as circunstâncias serviram para tornar o empate muito agradável. Ainda mais pela vitória pessoal de Stefan Thesker, cujas palavras após o jogo à televisão foram mais do que compreensíveis: "Não quero mais falar do meu tumor, só quero falar das coisas boas". Merece.

ADO Den Haag 1x0 NEC (domingo, 20 de março)

Aos 12 minutos do primeiro tempo, um chute de Anthony Limbombe, após uma jogada individual, e a bola foi na rede pelo lado de fora. Durante a maior parte do jogo em Haia, foi esta a única oportunidade de gol que aconteceu, para ambos os times. Por aí, já se tem uma ideia de como a partida no estádio Kyocera foi desanimada e pouco empolgante. O único fato de destaque foram as faixas da torcida do Den Haag, contra o proprietário do clube, o chinês Hui Wang (enfim, presente na Holanda, para conversas com a diretoria do clube).

Mesmo com a entrada de Ludcinio Marengo, no segundo tempo, fazendo o ataque voltar a ter três jogadores, o time da casa não criava muita coisa que valesse. Isso só aconteceu a partir dos 30 minutos da etapa final - e ainda assim, mais no abafa do que na qualidade técnica. Pelo menos, deu resultado: aos 44 minutos, Dennis van der Heijden cruzou da esquerda, Todd Kane falhou no corte, e Dion Malone mandou para as redes, dando a segunda vitória seguida aos Hagenaren e mantendo o time seguro no meio da tabela. Ainda assim, o técnico Henk Fräser foi realista após o jogo: "Foi um jogo horrível, na minha opinião. Mas é uma certa qualidade vencer jogos de modo feio".

Vitesse 3x0 Groningen (domingo, 20 de março)

Mesmo que as duas equipes tivessem sido derrotadas na rodada passada, a pressão inegavelmente era maior sobre o Groningen. Afinal, o time do norte holandês já vinha de cinco derrotas consecutivas. Sendo assim, os visitantes pressionaram mais durante o primeiro tempo. As chances mais perigosas vieram com chutes de Lorenzo Burnet (completando cruzamento de Juninho Bacuna) e Michael de Leeuw (toque tirado em cima da linha por Kevin Diks).

No segundo tempo, o Vitesse usou suas cartas na manga. Valeri Qazaishvili (voltando de suspensão) e Dominic Solanke (voltando de lesão) entraram aos 20 minutos, e definiram o jogo na parte final. Aos 28 minutos, Solanke fez 1 a 0, aproveitando falha do lateral esquerdo Abel Tamata após passe de Qazaishvili. Aos 33, o próprio "Vako" fez o segundo, em chute forte. E aos 40, em toque suave por cobertura, Solanke definiu a vitória que manteve o Vites na sétima posição, dentro dos play-offs por vaga na Liga Europa. O que significa que o Groningen teve a sua sexta derrota seguida, igualando recorde negativo de 1974. Não é à toa que a torcida dos Groningers protestou por todo o jogo.... 

PSV 0x2 Ajax (domingo, 20 de março)

Depois da eliminação tão honrosa quanto dramática para o Atlético de Madrid, na Liga dos Campeões, o líder PSV procurava se recompor no clássico decisivo contra o vice-líder Ajax. Mesmo que o cansaço fosse grande, mesmo que o time da estação Bijlmer Arena esteja sendo mais irregular durante a temporada, não dava para bobear: afinal, só um ponto separava ambos na tabela. E, ora bolas, o jogo seria em Eindhoven, onde o PSV normalmente se impõe. Todo esse cenário promissor caiu por terra após meros 72 segundos. Pois é: com 1min12 no cronômetro, o Ajax estava na frente do placar. Contragolpe preciso: Joël Veltman cruzou da direita, na cabeça de Arkadiusz "Arek" Milik, e o polonês cabeceou por cima de Jeroen Zoet, marcando pela quinta rodada seguida e chegando aos 16 gols na temporada. Começo melhor para os Ajacieden (e mais impactante para os Boeren), impossível. Até porque os visitantes puderam impor o estilo que desejavam.

Sim: o Ajax fez o PSV provar do próprio veneno, em sua própria casa. Tão logo fez o gol, deixou a posse de bola predominantemente com os Eindhovenaren. E estes começaram a tentar criar jogadas. Aí veio a falha: quase sempre, essas jogadas consistiam em lançar a bola para a frente, esperando que Luuk de Jong fizesse o pivô para os pontas (Luciano Narsingh ou Jurgen Locadia), ou que o próprio De Jong arrematasse. Assim surgiu a primeira chance dos mandantes no Philips Stadion, aos 14 minutos: Santiago Arias lançou, De Jong dominou na área e chutou cruzado. Cillessen rebateu, e Locadia mandou a sobra para fora. A pressão seguia pelos lados: tanto que, numa jogada aos 25, Andrés Guardado chegou pela direita, foi marcado e calçado por Riechedly Bazoer. Até agora discute-se a existência de pênalti (este blogueiro acha que o toque de Bazoer em Guardado foi leve demais para forçar a queda do mexicano).

Depois, aos 28, Pröpper lançou Narsingh. Este cruzou para o meio da área, mas Locadia escorou para fora. Aos 30, o mesmo Locadia aproveitou sobra de córner e passou a De Jong, que cruzou; Héctor Moreno bateu de primeira, mandando a bola por cima do gol. Insistindo tanto, o PSV começou a deixar espaços na defesa. E o Ajax quase aproveitou uma vez: aos 43, Milik recebeu bola lançada da esquerda, de Amin Younes, e chutou exigindo boa defesa de Zoet. Já nos acréscimos, aos 47, Nemanja Gudelj cobrou falta, Moreno rebateu torto, e o atacante polonês chutou por cima do gol. E o primeiro tempo mostrou o tamanho da pressão do PSV: eram 68% de posse de bola (o menor índice do quesito para o Ajax na temporada). O jogador dos Godenzonen que mais vezes tocara na bola fora... o goleiro (Jasper Cillessen dera 34 toques). Ainda assim, quem estava na frente era o Ajax.

Mais confiante, o Ajax até começou contra-atacando no segundo tempo. Aos quatro minutos, Bazoer chutou cruzado da esquerda, mas Zoet defendeu. Depois, aos sete, Gudelj quase marcou belo gol: aplicou drible seco em Guardado e entrou na área, mas seu chute colocado saiu à direita do gol. Fora isso, a bola seguia com o PSV. Que teve a melhor chance do empate aos 13 minutos: Luuk de Jong escorou a bola para Jetro Willems,  o lateral entrou na área pela esquerda e chutou, mas Cillessen fez boa defesa. Pouco depois, na queda após uma disputa aérea pela bola, Locadia torceu o tornozelo e teve de ser substituído por Maxime Lestienne. Ainda assim, a pressão seguia. E quase deu resultado: aos 24 minutos, Narsingh recebeu na área, girou para cima da marcação e mandou para as redes, mas o gol foi anulado por impedimento.

Aos poucos, o cansaço dos 120 minutos contra o Atlético de Madrid batia no PSV. Foi a hora do golpe final do Ajax: Frank de Boer trocou seus pontas. Lasse Schöne e Younes deram seus lugares respectivos a Viktor Fischer e Anwar El Ghazi, aos 28 minutos. Aos 31, bastou uma jogada rápida, e veio o segundo gol do Ajax: cobrança de lateral, disputa de bola aérea, e a bola sobrou com Bazoer. Este desviou a Milik, que com um passe deixou El Ghazi na cara do gol. E o jovem chutou colocado, no canto direito de Zoet, para fazer o 2 a 0 que abateu definitivamente o PSV. Após 54 partidas (desde 28 de setembro de 2014, quando perdeu para o Heerenveen), o time de Eindhoven sairia de campo sem marcar um gol sequer.

E o Ajax podia comemorar: pela primeira vez desde 1971, vencera o PSV em Eindhoven por duas temporadas seguidas. Mas em 2014/15, a vitória não adiantara muito: os Boeren já estavam perto do título nacional. Agora, a vitória foi fundamental. Devolveu aos Ajacieden a liderança do campeonato, dois pontos à frente dos PSV'ers. À FOX Sports holandesa, Frank de Boer provocou: "Agora, eles é que têm de nos alcançar". A seis rodadas do fim, com uma vantagem ainda acessível (dois pontos), a disputa de gato e rato continua. Mas o Ajax virou o jogo.


Um comentário:

  1. AJAX campeaaaao, sò manter a lideranCa agora!!!

    E rumo a Champions League 2016/2017, por uma campanha decente e honrosa nossa!!!!!

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