terça-feira, 3 de abril de 2018

810 minuten: como foi a 29ª rodada da Eredivisie

Parzyszek sai comemorando após a esperteza no segundo gol: Zwolle foi rápido para definir a vitória (Henry Dijkman/VI Images)
Zwolle 2x0 Sparta Rotterdam (sábado, 31 de março)

Com apenas dois minutos, o Zwolle já se colocou no bom caminho da vitória: Kingsley Ehizibue começou a jogada, Younes Namli cruzou sob medida e Youness Mokhtar completou para o primeiro gol dos mandantes. Impacto tão considerável que Piotr Parzyszek quase ampliou a vantagem dos Zwollenaren logo depois (chutou em cima do goleiro Jannik Huth). O que não quer dizer que o Sparta se abateu com a desvantagem. Os visitantes de Roterdã tiveram ótima chance aos 29': Thomas Verhaar finalizou, o goleiro Diederik Boer rebateu, e Michiel Kramer errou o rebote.

O segundo tempo começou como o primeiro: com o Zwolle assustando. Aos 54', um cruzamento de Ryan Thomas que parecia despretensioso foi mandar a bola no travessão de Huth. E o goleiro alemão, por sinal, foi o bode expiatório da jogada do segundo gol, aos 64': trocava passes com os zagueiros Sander Fischer e Julian Chabot, até um toque curto demais ser interceptado por Parzyszek, que completou. A partir daí, o Zwolle se assenhorou da partida, e pôde comemorar a sua primeira vitória no campeonato desde 6 de fevereiro. Ao Sparta, voltou o temor do rebaixamento direto. Até pelo que ocorreria com o Roda JC.

O entusiasmo de Vansteenkiste e Schahin na comemoração se justifica: ninguém esperava a surpresa do Roda (Broer van den Boom/VI Images)
Vitesse 0x3 Roda JC (sábado, 31 de março)

E o que ocorreria com o Roda JC? Muitos esperavam uma derrota para o Vitesse, em Arnhem. Só que os Koempels se agigantaram para conseguir uma vitória importante na disputa para, pelo menos, tentar se salvar na repescagem de acesso/descenso. O Vites começara com algumas oportunidades - como um cabeceio de Guram Kashia, com a defesa do goleiro Hidde Jurjus, aos 21' -, mas na primeira chance que tiveram, aos 24', os visitantes de Kerkrade já colocaram a esférica no filó adversário: Jannes Vansteenkiste cruzou e Dani Schahin completou de cabeça para marcar seu primeiro gol desde 28 de janeiro. De quebra, aos 34', Donis Avdijaj quase fez o segundo, mas mandou para fora.

O Vitesse? Depois de ficar atrás no placar, só tentou algo num arremate de Mason Mount, para fora, ainda durante o primeiro tempo. Saiu para o intervalo debaixo de fortes vaias no Gelredome de Arnhem. E já aos 57', o técnico Henk Fräser decidiu tirar a aposta que fizera no ataque, Luc Castaignos, trazendo de volta o titular Tim Matavz. Não dera e não daria certo. Aos 70', o Roda JC é que faria 2 a 0: Simon Gustafson lançou em profundidade, e desta vez Avdijaj conferiu. Mais dez minutos, e Schahin foi premiado com o segundo gol do dia, confirmando um triunfo extremamente valioso para o Roda - e decepcionante para o Vitesse, que sonhava em chegar perto da quarta posição, mas se vê ainda em perigo até de não garantir sua vaga na repescagem por Liga Europa.


A torcida já se assanha: mais uma vitória, o PSV segue líder absoluto, e a perspectiva de garantir a conquista no clássico contra o Ajax é cada vez mais palpável (ANP/Pro Shots)
PSV 5x1 NAC Breda (sábado, 31 de março)

No começo, o NAC Breda até tentou ousar em Eindhoven. Aos 4', por exemplo, Sadiq Umar saiu com a bola, e chegaria bem à área para o chute, não fosse o desarme providencial de Daniel Schwaab, na hora certa. Foi a senha para o PSV começar a dominar. Aos 6', Santiago Arias deixou a bola com Marco van Ginkel, e da entrada da área, o camisa 10 arrematou para a defesa do goleiro Nigel Bertrams. O chute de Bart Ramselaar, aos 10', foi mais perigoso: ao invés de agarrar, Bertrams o espalmou para a linha de fundo. Aos 19', Steven Bergwijn arriscou sozinho, em chute de fora - e para fora. Dois minutos depois, Luuk de Jong cabeceou à queima-roupa, em cima de Bertrams, na pequena área - embora desequilibrado ao ser segurado por Pablo Marí, verdade.

Aos 28', na falta de uma, foram duas chances: primeiro com o chute de Jorrit Hendrix, mandando a bola no travessão, e na sequência com o arremate baixo de Bergwijn, que Bertrams mandou para escanteio.Mas só numa bola parada é que veio o gol, aos 37'. Outra vez, Pablo Marí agarrou Luuk de Jong na área - mas desta vez foi mais acintoso, o juiz Pol van Boekel marcou o pênalti, e Van Ginkel bateu no canto direito de Bertrams, deslocando o goleiro para fazer 1 a 0. O placar poderia ter sido ampliado já aos 44', até: Arias subiu sozinho em escanteio, cabeceando fortemente a bola. Mas Bertrams pegou em cima da linha.

Sadiq Umar foi o monstro e o médico para o NAC Breda: cometeu gol contra, mas trouxe certo perigo e até fez gol (Maurice van Steen/VI Images)
Tão logo o segundo tempo começou, o NAC Breda tentou mostrar que não estava morto: aos 47', Sadiq Umar cruzou da esquerda, e a bola sobrou na área com Thierry Ambrose, livre. Mas Jeroen Zoet foi perfeito: saiu bem, fechou o ângulo e pegou firme a finalização do atacante francês. Um cruzamento de Jorrit Hendrix, no minuto seguinte, já normalizou as coisas. Depois, Van Ginkel quase fez de cabeça aos 52', completando escanteio. Aos 58', foi a vez de Hirving Lozano forçar Bertrams a espalmar para escanteio, numa tentativa de fora. E no escanteio da sequência, veio o segundo gol: Lozano cobrou, Daniel Schwaab cabeceou, a bola desviou em Sadiq Umar e tirou as chances de defesa do arqueiro - e o atacante nigeriano do NAC Breda recebeu, "contra", o crédito do 2 a 0 dos Boeren. Porém, coube justamente a Sadiq Umar devolver alguma esperança aos visitantes de Breda, com o gol que marcou aos 64' - contando com a "ajuda" de Joshua Brenet: o recuo do lateral esquerdo a Zoet foi curto demais, o atacante interceptou a bola e tocou na saída do goleiro para fazer.

Todavia, após um período de chances esparsas aqui e ali, foram os Eindhovenaren que encaminharam o resultado. Luuk de Jong fez 3 a 1 aos 76', dominando a bola após escanteio e a concluindo no canto esquerdo. Sadiq Umar ainda tentou um último chute, aos 80', mas outro gol contra transformou a vitória praticamente garantida dos Eindhovenaren em goleada: Bergwijn veio pela esquerda, cruzou, e o caminho da bola até as redes foi encurtado pelo desvio acidental na cabeça de Karel Mets, em mais um gol contra no 4 a 1. Imediatamente após participar do segundo gol contra do jogo, Bergwijn deu lugar a Gastón Pereiro. E foi o uruguaio que marcou o quinto gol, aos 84', num chute colocado, no canto direito de Bertrams. Estava consolidada a goleada. E apenas um tropeço contra o AZ, fora de casa, na próxima rodada, impedirá o PSV de ter o cenário ideal para garantir o título: em casa, no clássico contra o Ajax, daqui a duas semanas.

De fato, motivos não faltaram para o sorriso no AZ: atuação imperiosa contra o ADO Den Haag (ANP/Pro Shots)
ADO Den Haag 0x3 AZ (sábado, 31 de março)

O AZ já sabe: no mínimo, já tem a terceira posição do campeonato praticamente garantida. E jogou em Haia como o time seguro que normalmente tem sido na temporada. Já aos 18', começou a garantir a vitória contando com dois de seus principais destaques: Alireza Jahanbakhsh cruzou, e Wout Weghorst completou para as redes (como de costume nesta temporada). Aos 26', já poderia ter vindo o segundo, mas Guus Til chutou para fora. Tudo bem: aos 30', em estonteante troca de passes, Jonas Svensson passou a Weghorst, este fez o pivô, Oussama Idrissi bateu de longe, a bola desviou, e era o 2 a 0 dos visitantes de Alkmaar.

Se ainda houvesse qualquer dúvida do time que sairia ganhador, Alireza acabou com ela aos 43', completando cruzamento de Teun Koopmeiners para o 3 a 0. No segundo tempo, mesmo já apenas administrando a vitória, o AZ até teve chances, vez por outra - como aos 53', num chute forte de Weghorst bem defendido por Robert Zwinkels. Já o ADO Den Haag só teve leves esperanças de ter o gol de honra em tentativas de Bjorn Johnsen e Lex Immers. Passou longe de fazê-lo - e passou longe de impedir mais um estupendo dia do AZ, que ainda sonha até com o vice-campeonato. Aliás, o vice-líder Ajax é que conta com o time de Alkmaar para perturbar o PSV, na próxima rodada.

A chuva foi tão forte quanto as emoções entre Willem II e Utrecht. E o golaço de bicicleta do ajoelhado Tsimikas foi a maior delas (ANP/Pro Shots)
Willem II 3x2 Utrecht (sábado, 31 de março)

Talvez para compensar o tanto de chuva que caiu em Tilburg - tanta que até houve dúvidas se o jogo aconteceria -, Willem II e Utrecht fizeram um jogo extremamente animado. Nem parecia que seria assim, já que os Utregs visitantes dominaram a parte inicial. Aos 8', Sander van de Streek até marcara, mas o gol foi anulado por falta prévia de Gyrano Kerk durante a jogada. Então, substituto do lesionado Yassin Ayoub, Urby Emanuelson disse a que veio por duas vezes. Foi dele o cruzamento para Kerk fazer 1 a 0, aos 19'. E foi dele o passe para o fortíssimo chute de Van de Streek, resultando num belo segundo gol aos 31'. Vitória garantida para os visitantes? O Willem II mostrou que não, com uma reação vertiginosa. E merecida, pelos belos gols.

Aos 39', Thom Haye - que não ficará para a temporada 2018/19 - diminuiu com cobrança de falta perfeita. Mais dois minutos, e o que Konstantinos Tsimikas fez para empatar foi melhor ainda: uma bicicleta para ninguém botar defeito. Já no segundo tempo, aos 50', Fran Sol recebeu passe de Mohamed El Hankouri e, com um toque sutil, pespegou mais um gol para sua conta - o 15º na temporada, que o torna o artilheiro momentâneo do campeonato. Com as entradas de Lukas Görtler e Cyriel Dessers, o Utrecht foi à frente para buscar o empate. Ganhou esperanças ao ficar com um homem a mais aos 77' (Freek Heerkens agarrou Dessers e foi expulso). Mas o Willem II segurou a virada, a vitória e três pontos que aumentam a esperança de ficar diretamente na primeira divisão.

Tentar contra o VVV-Venlo, o Twente até tentou. Mas gol, que é bom e cada vez mais necessário... (ANP/Pro Shots)
VVV-Venlo 0x0 Twente (domingo, 1º de março)

Os olhos de quem viu o jogo em Venlo estavam no Twente - e em como o lanterna da Eredivisie se sairia após a demissão de Gertjan Verbeek. Bem, nada mudou muito. Sob o comando do interino Marino Pusic, os Tukkers tiveram oportunidades com Tom Boere (rebote para fora, aos 11'), Fredrik Jensen (chute agarrado pelo goleiro Lars Unnerstall, aos 17') e Danny Holla (que bateu pouco acima do gol, aos 22'). O VVV-Venlo se redimiu aos 26': Clint Leemans cobrou falta com precisão, e o goleiro Joël Drommel foi buscar a bola, em grande defesa. Mas as emoções no primeiro tempo ficaram nisso.

O segundo tempo foi um pouco mais animado. Já aos 49', o Twente teve uma de suas grandes chances: Adnane Tighadouini chutou, e Unnerstall ainda desviou na bola antes dela atingir a trave - no rebote, novamente Tom Boere perdeu. Depois, após tabelar com Luciano Slagveer, Fredrik Jensen completou num chute baixo, e o goleiro alemão do VVV-Venlo novamente fez intervenção decisiva. Pararam aí as chances de ambas as equipes. E ficou mesmo o 0 a 0 que mantém difícil a vida do Twente - afinal, a vitória do Roda JC aumentou a distância para três pontos.

Bastaram três minutos, abertos com o gol de Thorsby (à direita). E o Heerenveen segurou a vitória (ANP/Pro Shots)
Heracles Almelo 1x2 Heerenveen (domingo, 1º de março)

O Heracles até vinha tentando trazer perigo, por meio de chutes de média e longa distância. Contudo, em três minutos, o Heerenveen encaminhou sua vida na partida. Aos 37', Arber Zeneli cobrou escanteio, e Morten Thorsby desviou levemente para fazer 1 a 0. Mais três minutos, e uma boa jogada de ataque dos visitantes da Frísia terminou com Reza Ghoochannejhad sendo derrubado por Robin Pröpper na área. Ed Janssen marcou o pênalti, e o próprio Reza queria bater, mas o capitão Stijn Schaars deu a bola a Zeneli. O kosovar justificou a escolha: cobrança precisa para o 2 a 0.

No intervalo, o técnico John Stegeman fortaleceu o ataque dos Heraclieden, com as entradas de Lerin Duarte e Paul Gladon. Aos 50', inclusive, Gladon chegou a marcar, mas o gol foi anulado. Depois, aos 63', Kristoffer Peterson teve a chance para marcar, mas tocou por cima da meta defendida por Martin Hansen. Três minutos depois, Peterson voltou a tentar, Hansen rebateu, e Brandley Kuwas tocou por cima. Mesmo tentando, o gol de honra dos mandantes veio só nos acréscimos, com Gladon. Sorte do Heerenveen, que comemorou sua primeira vitória fora de casa após sete partidas.



Até Huntelaar marcar, o Ajax não tivera motivo nenhum para alegria. Mas ele fez, garantiu a vitória de virada e fez o vice-líder rir por último (ANP/Pro Shots)
Groningen 1x2 Ajax (domingo, 1º de março)

Os Groningers começaram o jogo com franca superioridade. Evitavam a troca de passes do Ajax, mantinham a posse de bola, eram bem mais rápidos no ataque - principalmente pela direita, com Ritsu Doan e Deyovaisio Zeefuik. O Ajax ainda tentou num chute de Justin Kluivert, à direita do gol de Sergio Padt, aos 11'. Mas os mandantes do norte estavam bem melhores em campo. E aos 14', veio o merecido gol: Mahi mandou a bola rasteira para a área, da esquerda, e Van Weert se antecipou à marcação de Matthijs de Ligt para completar, bem no alto, sem chances para Onana sequer se mexer a tempo de evitar o 1 a 0. Enquanto só Joël Veltman, De Ligt e Nicolás Tagliafico tinham tempo e espaço para terem a bola no campo de defesa, os anfitriões pressionavam. Poderia ter ficado pior ainda aos 24': após erro de Lasse Schöne na saída de bola, Juninho Bacuna a deixou com Mahi, na área. O marroquino tentar devolvê-la, e Veltman impediu com o braço, levando o cartão amarelo. Prontamente, Kevin Blom marcou o pênalti.

Aí apareceu o primeiro "salvador" do Ajax: André Onana. O goleiro camaronês pulou no canto direito e espalmou a cobrança rasteira de Mahi, em ótima defesa para evitar o segundo gol. Mas nem mesmo escapar da desvantagem ampliada deixou o Ajax mais ligado no jogo. Chances para os visitantes de Amsterdã no primeiro tempo, só aos 30', num cabeceio de Rasmus Kristensen bem defendido por Padt. Sorte do Groningen, que teve mais oportunidades de gol. Como aos 37', num cruzamento de Doan que passou por baixo de Onana e só não entrou por leve desvio do arqueiro. Ou já no minuto seguinte - um escanteio, e Mahi desviou na pequena área, para o camisa 1 Ajacied pegar firme. Ou aos 40', quando Onana rebateu chute de Bacuna. O primeiro tempo terminou deixando a dúvida: como o Groningen estava ganhando só de 1 a 0, diante de um Ajax apático na frente (só Justin Kluivert tentava algo) e inseguro atrás?

O Groningen criou chances, teve pênalti a favor, jogou melhor por boa parte da peleja... mas parou em Onana (ANP/Pro Shots)
A torcida do vice-líder continuou tendo sérios motivos para preocupação no começo da etapa final. Aos 48', Bacuna chegou até a fazer gol, anulado por impedimento (justo). Aos 50', Mahi bateu de fora da área para Onana encaixar a bola em seus braços. No Ajax, seguia o marasmo: sem espaço para sair da defesa, sem bola para jogadas no ataque. Só aos 53' os Amsterdammers começaram a ter possibilidades de gol - precisamente, num chute de Hakim Ziyech, para fora. Na sequência, só para mostrar qual o melhor time, Bacuna quase marcou - a bola foi em cima de Veltman, e depois Onana saiu para impedir. Nem a entrada de Siem de Jong, no lugar de Schöne, havia alterado muito as coisas. Até os 64'. Do nada, dois dos destaques ofensivos Ajacied enfim acharam espaço. Ziyech cruzou da direita, Kluivert cabeceou do lado oposto na saída de Padt, e o Ajax inesperadamente fazia 1 a 1.

Igualdade no placar, parecia que nela o resultado ficaria. O Ajax seguiu sem pressionar muito - tentou apenas em arremates de Nicolás Tagliafico (aos 68') e Ziyech (aos 72'), ambos para fora. Com menos espaço - e menos volúpia ofensiva, também -, o Groningen só trouxe perigo aos 73', num chute colocado de Mahi, que saiu à esquerda do gol. Tagliafico apareceu de novo, num cabeceio aos 82', mas nada. E como que piorando a situação Ajacied, Veltman levou seu segundo cartão amarelo aos 86', sendo expulso de campo. Mas de repente, não mais que de repente, quando tudo levava a crer num empate que deixaria ainda pior a situação do Ajax, veio o inacreditável: a virada. Aos 89', David Neres segurou a bola na direita. Cruzou-a para Huntelaar, que ajeitou para Kluivert. O camisa 45 cruzou de novo para o veterano, que dominou no meio da área, bateu e fez. 2 a 1, para incredulidade no estádio Noordlease. O Ajax segue na disputa. A última que morre, essas coisas.



Pelo menos isso: ao golear Excelsior, Feyenoord ganha respiro na quarta posição (Pro Shots)
Feyenoord 5x0 Excelsior (domingo, 1º de março)

O bom retrospecto fora de casa do Excelsior (quarto melhor visitante) nesta temporada até poderia assustar o Feyenoord no começo do clássico da cidade. Mas o susto durou pouquíssimo: já aos dois minutos, Jean-Paul Boëtius chutou, perto da trave direita do goleiro Theo Zwarthoed. Mais dois minutos se passaram, e o próprio Boëtius abriu o caminho da vitória para o time da casa em De Kuip: Jens Toornstra passou a bola, Tonny Vilhena fez o corta-luz, e o camisa 7 bateu colocado, no canto esquerdo de Zwarthoed, para o 1 a 0. As jogadas ofensivas se avolumavam. Na sequência, Toornstra cruzou baixo, e Zwarthoed ainda conseguiu pegar. No minuto seguinte, o mesmo meio-campista arrematou de voleio após um cruzamento de Ridgeciano Haps, mandando a esférica bem acima do gol. O Excelsior? Só apareceu aos 10', num cruzamento de Mike van Duinen, que Brad Jones pegou sem problemas.

Mantendo a posse de bola, o Feyenoord só precisava criar mais jogadas para impor a clara superioridade diante do rival citadino. Uma possibilidade foi na bola parada: aos 18', Steven Berghuis cobrou falta, e a bola só foi parar na linha de fundo, espalmada por Zwarthoed. Aos poucos, os cruzamentos foram sendo a opção preferencial, sendo repelidos principalmente pelo zagueiro Wout Faes. Até que, aos 27', Boëtius foi preciso: mandou a bola na cabeça de Toornstra, que apenas desviou a bola, sozinho, para as redes, fazendo 2 a 0. Estava fácil para o Stadionclub, e mais fácil ficaria a partir dos 42'. Em outro desarme no meio, Karim El Ahmadi deu a bola a Berghuis. De novo o ponta chegou até à área pela direita sem ninguém marcá-lo forte, mandou a bola para o meio, e lá estava Vilhena para dominar e concluir no canto direito de Zwarthoed, marcando o terceiro gol.

Já aos quatro minutos de jogo, Boëtius brilhou: abriu o placar com o que seria o gol mais bonito da goleada (Pro Shots)
Na etapa complementar, continuou muito fácil. El Ahmadi poderia ter marcado aos 49', num voleio - mas pegou pessimamente na bola, e ela veio fraca para Zwarthoed. A sorte poderia ter dado um "empurrão" aos 52': Berghuis cruzou, e Faes desviou acidentalmente - Zwarthoed evitou o gol contra graças ao bom posicionamento. Mais um minuto, e Berghuis teve seu chute desviado para fora. Finalmente, aos 55', o quarto gol, numa jogada que mesclou beleza e aceleração. Beleza no toque de letra dado por Vilhena, iniciando a jogada no meio-campo. Aceleração no toque rápido de El Ahmadi, no círculo central. E também na corrida de Berghuis, com a bola dominada, até chutar nas proximidades da área, no canto direito, balançando as redes.

A partir de então, o jogo passou a ter ritmo de treino. A entrada de Sofyan Amrabat, no lugar de Vilhena, foi apenas para evitar que o alquebrado Excelsior superasse o meio-campo. Depois, Sam Larsson e Bilal Basaçikoglu ganharam algum tempo de jogo no ataque. A torcida já festejava mais as brincadeiras com as bolas que iam à arquibancada do que o próprio jogo. Pelo menos, aos 76', a sorte rendeu o 5 a 0: Basaçikoglu cruzou, e o zagueiro Jordy de Wijs desviou para o filó, cometendo gol contra. Estava fechado o placar que deu um respiro ao Feyenoord, agora três pontos à frente do Utrecht. É o que resta, à espera da final da Copa da Holanda, para salvar a temporada. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário