quarta-feira, 13 de março de 2024

Ainda resta algo

Aplausos tristes: mesmo que tenha melhorado, o PSV de fato foi inferior ao Borussia Dortmund que o eliminou na Liga dos Campeões. Mas o cenário segue tranquilo (Nesimages/Michael Bulder/DeFodi Images/Getty Images)

Do jeito como a partida de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões começou, parecia que a eliminação seria dura para o PSV. Não só pelo gol sofrido logo no começo, mas pela ofensividade do time alemão ao longo de todo o primeiro tempo. Se serviu de consolo, o PSV melhorou progressivamente, criou chances no segundo tempo, teve pelo menos duas oportunidades valiosas de empate. Só que não aproveitou suas chances. O Dortmund fez isso. E, por essa eficiência, os Boeren estão eliminados da Champions League. Mesmo assim, tem a serena impressão de que a vida segue.

De certa forma, o mau começo do time de Eindhoven talvez tenha se devido a uma aposta de Peter Bosz na escalação. Jerdy Schouten foi recuado para o miolo de zaga - coisa até comum, para dar a segurança que André Ramalho por vezes não dá -, enquanto Guus Til tentaria ajudar o ataque, a partir do meio, com Joey Veerman (recuperado do problema muscular) voltando à sua posição habitual, tendo a ajuda de Mauro Júnior (desde que voltou de cirurgia no joelho, o brasileiro tem sido muito elogiado). Na teoria, tudo correto. Na prática... Ian Maatsen já sinalizou que não seria fácil, com um chute aos 2', defendido por Benítez. E no minuto seguinte, em nova jogada em que a bola chegou rapidamente à área, Julian Brandt ajeitou e Jadon Sancho bateu com precisão, no canto direito do gol, para o 1 a 0 dos Aurinegros.

Era só o começo. Com Brandt e Sancho inspirados, com o meio-campo pressionando bastante a defesa do time holandês, o PSV não tinha o descanso que normalmente tem no Campeonato Holandês. Benítez que o diga: aos 16', precisou defender dois chutes em sequência, à queima-roupa - primeiro de Brandt, depois de Donyell Malen. Este voltaria a tentar, aos 27' e aos 40'. Àquela altura, o PSV já tivera mais espaço e tempo com a bola para arriscar - primeiro com Sergiño Dest, aos 31', depois com Guus Til, aos 34', enfim forçando o goleiro Gregor Kobel a trabalhar. Mas estava claro: os visitantes precisavam melhorar em Dortmund, se não quisessem sucumbir sem pena nem glória.

A eliminação do time holandês de Eindhoven só não ficou definida ainda no primeiro tempo pelas defesas de Benítez (Nesimages/Michael Bulder/DeFodi Images/Getty Images)

Melhoraram. Peter Bosz reconheceu, após o jogo: faltava gente no meio-campo para conter o Dortmund. A entrada de Hirving Lozano consertou isso, de certa forma, possibilitando que Malik Tillman desse mais rapidez ao meio. Com mais rapidez, o PSV teve mais a bola. Com a bola, enfim Luuk de Jong, o principal nome do ataque, pôde aparecer, bem como Johan Bakayoko. E o chute de Lozano na trave, aos 53', sinalizou: o PSV estava vivo. Começava aí a pressão: com Jordan Teze, aos 56', com Lozano voltando à carga aos 62', com Luuk de Jong tentando aos 69', com Bakayoko forçando Kobel a defender aos 71'.

Falando nisso: mesmo mais pressionado, o Dortmund mantinha mais tranquilidade. Contava com Kobel seguro no gol, e Mats Hummels comandando as ações na defesa. Se algo piorava, já era mudado - que o diga a entrada de Felix Nmecha, que ajudou como pôde no meio. E se o PSV tinha maior quantidade de chances, o time alemão talvez continuasse mais perigoso. Niclas Füllkrug comprovou isso aos 78', ao até marcar gol - anulado, por impedimento tão milimétrico que ficou até duvidoso. Mas talvez, a grande prova disso tenha vindo nos lances finais do jogo.

Já com o PSV pressionando plenamente, após as entradas de Isaac Babadi e Ricardo Pepi, apostando em cruzamentos, a última chance veio aos 90' + 4: Pepi ajeitou, Luuk de Jong tabelou com Teze, entrou na área com a bola, cara a cara com Kobel... mas finalizou muito acima do gol, mandando a bola na Muralha Amarela. Ato contínuo, tiro de meta cobrado, a bola foi parar na defesa do PSV, que trocou passes... até Babadi escorregar. Deixando a bola com Marco Reus. Claro que o meio-campista aproveitou a chance, fez 2 a 0 e decretou a eliminação do PSV.

Eliminação que, claro, foi sentida, como Joey Veerman lamentou: "Ótimo que a gente ganhe de 7 a 0 na Eredivisie, mas hoje precisávamos ter feito uns quatro". Ainda assim, talvez não seja o caso de falar em crise, num clube que lidera invicto o Campeonato Holandês, a nove rodadas do fim. Aliás, a invencibilidade talvez seja o grande objetivo do PSV, a partir de agora.

Liga dos Campeões da UEFA - oitavas de final (jogo de volta)

Borussia Dortmund-ALE 2x0 PSV

Data: 13 de março de 2024
Local: Signal Iduna Park (Dortmund)
Árbitro: Daniele Orsato (Itália)
Gols: Jadon Sancho, aos 3', e Marco Reus, aos 90' + 5

BORUSSIA DORTMUND
Gregor Kobel; Emre Can, Niklas Süle, Mats Hummels e Ian Maatsen; Marcel Sabitzer e Salih Özcan; Donyell Malen (Karim Adeyemi, aos 70'), Julian Brandt (Felix Nmecha, aos 58') e Jadon Sancho (Marco Reus, aos 75'); Niclas Füllkrug. Técnico: Edin Terzic

PSV
Walter Benítez; Jordan Teze, Jerdy Schouten, Olivier Boscagli e Sergiño Dest; Mauro Júnior (Isaac Babadi, aos 86') e Joey Veerman (Ricardo Pepi, aos 82'); Johan Bakayoko, Guus Til (Hirving Lozano, aos 46') e Malik Tillman; Luuk de Jong. Técnico: Peter Bosz

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