Zirkzee (de frente) aproveitou a chance como titular. O trio Xavi Simons-Reijnders-Gakpo foi bem. E a Holanda goleou, causando boa impressão (Getty Images) |
Antes mesmo da Eurocopa, o técnico Ronald Koeman sinalizou: queria ver a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) mais ofensiva, atacando mais, contentando mais a torcida. Se era o desejo, ele já foi realizado na goleada por 5 a 2 contra a Bósnia, neste sábado, pela estreia na Liga das Nações. Porque, dando chance a nomes como Joshua Zirkzee como titular, e com a boa atuação de nomes já conhecidos - Tijjani Reijnders, Xavi Simons, Cody Gakpo -, a Laranja teve mais motivos para otimismo no jogo deste sábado.
A partida em Eindhoven começou com um sinal óbvio: a Holanda atacaria, a Bósnia se defenderia. Eram cinco jogadores bósnios, às vezes até seis, tentando fechar espaços para as trocas de passes holandesas. Que envolveriam as duas novidades no time titular. A primeira, Ryan Gravenberch, avançando bastante a partir do meio-campo. A segunda, talvez o grande destaque da Laranja: Joshua Zirkzee - o atacante participou bastante das jogadas e das trocas de passe. Os ataques vinham pelo gramado, como aos 7', quando Nathan Aké lançou, Tijjani Reijnders tentou a finalização, mas o goleiro Nikola Vasilj se antecipou e pegou. Ou pelo alto, como aos 11', quando Aké mandou a bola para a área numa falta, e Denzel Dumfries cabeceou para escanteio. Mas o gol do 1 a 0 holandês - previsível - veio num lance até acidental: aos 13', Xavi Simons carregou a bola do meio até a entrada da área, chutou, a bola desviou em Gigovic... e Zirkzee desviou também, de cabeça, muito devagar, mas o suficiente para o primeiro gol holandês.
Só que, se o ataque era ativo, a defesa neerlandesa estava ainda meio lenta. Isso já se notou no lance imediatamente seguinte ao gol, quando num contra-ataque aos 15', Jusuf Gazibegovic chutou já na área, e Bart Verbruggen pegou. De mais a mais, a seleção da casa até continuou atacando em Eindhoven - como aos 18', em chute de Xavi Simons em diagonal. Porém, o alerta bósnio virou empate aos 27': rápido contra-ataque, Denis Huseinbasic tocou, e Ermedin Demirovic estava livre, sem Virgil van Dijk nem Matthijs de Ligt marcando, para tocar por baixo de Verbruggen e fazer 1 a 1. Houve algum temor, ainda mais porque a Bósnia recuou bastante, a Holanda diminuiu o ritmo, e o jogo caiu num certo marasmo. Mas logo a Laranja se recompôs. Voltou a criar chances - como aos 31', quando Gakpo bateu e Vasilj espalmou para escanteio, e aos 42', quando Reijnders tabelou com Zirkzee, entrou e finalizou colocado, mandando a bola à trave esquerda. Mas só nos acréscimos (45' + 2) é que Reijnders resolveu, fazendo tudo sozinho: recebendo de Gakpo fora da área, invadindo-a sem marcação e chutando para o 2 a 1.
Nem o intervalo freou o que foi o melhor momento da Laranja no gramado do Philips Stadion. Bastou o segundo tempo começar para a seleção da casa acuar a Bósnia em sua defesa, com velocidade e vários passes rápidos. Começou já no segundo minuto, com Gakpo ajeitando de calcanhar para Reijnders bater (Gazibegovic bloqueou). E teve o auge no terceiro gol, aos 56', com triangulação: Dumfries passou, Reijnders - boa atuação - cruzou, Gakpo completou na pequena área. De quebra, outras chances vieram para gols, como aos 57' (Xavi Simons dominou bola após várias trocas de passes, mas demorou para finalizar, errando na hora em que fez isso), ou aos 65' (outra tabela de Zirkzee com Reijnders, o meio-campo arrematou, Vasilj espalmou). A Holanda parecia tranquila em campo. Tanto que vieram algumas alterações: Lutsharel Geertruida, Jurriën Timber - na seleção neerlandesa pela primeira vez desde março de 2023 -, Donyell Malen.
A Laranja sofria mais do que queria no fim do jogo, mas o gol de Weghorst voltou a tranquilizar as coisas (Roy Lazet/Soccrates/Getty Images) |
A Holanda ficou mais frouxa, voltou a dar espaços... e a Bósnia voltou a assustar. Primeiro, no segundo gol, surgido de espaço considerado "inaceitável" por Ronald Koeman na entrevista após o jogo: aos 73', Esmir Bajraktarevic cruzou livre, Edin Dzeko superou De Ligt sem problemas e escorou o cruzamento para diminuir. Mais: dois minutos depois, Dzeko cruzou, e Verbruggen se arriscou (foi atingido na cabeça) antes de Demirovic chegar para finalizar. Eram mais sustos do que se esperava para o fim de jogo. Só passaram quando Quinten Timber entrou para estabilizar a marcação no meio-campo. E, principalmente, quando Wout Weghorst - substituto de Zirkzee - deixou também o seu gol, com o oportunismo habitual, aos 88'. O gol de Xavi Simons, nos acréscimos, apenas confirmou a goleada.
Goleada que deixou claro. Por um lado, a defesa precisa melhorar, ficar menos inconstante e mais atenta. Por outro... a Holanda está mais ofensiva. Tem boas chances de melhorar, ainda mais com a promissora entrada de Zirkzee, já esboçando um entrosamento com Reijnders. O jogo contra a Alemanha, na próxima terça, será interessante de ver.
Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 3
Holanda 5x2 Bósnia
Data: 7 de setembro de 2024
Local: Philips Stadion (Eindhoven)
Árbitro: Donatas Rumsas (Lituânia)
Gols: Joshua Zirkzee, aos 13', Ermedin Demirovic, aos 27', Tijjani Reijnders, aos 45' + 2, Cody Gakpo, aos 56', Edin Dzeko, aos 73', Wout Weghorst, aos 88', Xavi Simons, aos 90' + 2
HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries (Lutsharel Geertruida, aos 66'), Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Nathan Aké (Jurriën Timber, aos 66'); Jerdy Schouten (Quinten Timber, aos 83'), Tijjani Reijnders e Ryan Gravenberch; Xavi Simons, Joshua Zirkzee (Wout Weghorst, aos 74') e Cody Gakpo (Donyell Malen, aos 66'). Técnico: Ronald Koeman
BÓSNIA
Nikola Vasilj; Adrian Leon Barisic, Nikola Katic, Benjamin Tahirovic (Rade Krunic, aos 46') e Nihad Mujakic (Dzenis Burnic, aos 68'); Jusuf Gazibegovic, Armin Gigovic (Dario Saric, aos 69') e Amar Dedic; Denis Huseinbasic (Esmir Bajraktarevic, aos 68'), Edin Dzeko e Ermedin Demirovic (Haris Tabakovic, aos 83'). Técnico: Sergej Barbarez
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