A boa impressão continua: a Holanda (Países Baixos) foi ofensiva contra a Alemanha, tendo outra atuação elogiável na Liga das Nações (Joris Verwijst/BSR Agency/Getty Images) |
Era óbvio que seria mais difícil a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) ganhar da Alemanha, na segunda rodada da Liga das Nações. Todavia, o empate em 2 a 2 na Johan Cruyff Arena deixou algo até mais valioso: uma impressão das mais promissoras. A atuação da Laranja contentou a torcida: mostrou ofensividade, esforço na defesa, velocidade, dedicação até incomum para um jogo de seleções ainda em começo de temporada. Em suma, a aparência é de que a Oranje aproveitou bem estas datas FIFA, indicando que pode ficar ainda melhor.
A indicação, aliás, já poderia ser exemplificada na jogada rápida com que o primeiro gol surgiu, logo aos dois minutos de bola rolando em Amsterdã. Bart Verbruggen cobrou tiro de meta, Brian Brobbey ajeitou a bola e impediu que Jonathan Tah a roubasse no meio, ajeitando para Ryan Gravenberch, que com um toque deixou Tijjani Reijnders com campo livre para correr com a bola, chegar à área e tocar na saída de Marc-André ter Stegen para o 1 a 0. Claro que a Alemanha pressionou, depois de sair atrás tão cedo. E tinha qualidade para isso: com Kai Havertz (que recebeu aos 11' de Florian Wirtz, batendo na rede pelo lado de fora), com Jamal Musiala (seu arremate aos 25' desviou em Matthijs de Ligt e saiu). Só que a seleção neerlandesa não só conseguia bloquear os espaços na área, como também saía rápido nos contragolpes, acelerados por atuação excelente de Brobbey, sempre mantendo a bola contra seus marcadores. E criava suas chances: Denzel Dumfries cabeceou para fora, livre na área, aos 15', e Xavi Simons forçou Ter Stegen a trabalhar aos 20' (após grande lançamento de Gravenberch).
Titular, Brian Brobbey prendeu a bola no ataque, no melhor sentido: evitou desarmes, acelerou contragolpes, ajudou no gol de empate (Marcel van Dorst/EYE4images/NurPhoto/Getty Images) |
Só que os problemas vitimaram a Holanda de uma vez, no final do primeiro tempo. Começou com o gol de empate, aos 38', em que De Ligt errou (e irritou a torcida e a imprensa, após mais uma falha nas datas FIFA): numa saída de bola, o zagueiro a deixou nos pés de Musiala, que repassou a Wirtz, que chutou, Verbruggen rebateu com o peito, mas Deniz Undav finalizou bonito, de voleio, no ângulo direito. Minutos depois, um defensor neerlandês importante se machucou: ao tentar dominar a bola num ataque, Nathan Aké sentiu dores fortes na panturrilha e foi quase imediatamente substituído por Jurriën Timber. Justamente na reorganização após tal mudança, a Alemanha foi rápida para virar o jogo: Robert Andrich lançou muito bem a bola, David Raum superou a marcação pela esquerda para cruzar de primeira, Undav "fez" um corta-luz (entre aspas por ter sido involuntário), e Joshua Kimmich, novo capitão alemão, entrou livre para o 2 a 1.
Dois gols tão imediatos poderiam ter afetado a Holanda. Não afetaram. Em primeiro lugar, pelas mudanças: com De Ligt visado, Ronald Koeman decidiu tirá-lo no intervalo para dar chance ao estreante Jan Paul van Hecke no miolo de zaga, enquanto Quinten Timber veio ao meio-campo para dar mais combatividade do que Jerdy Schouten dava. E em segundo lugar, porque o empate também foi rápido, logo aos 51': Xavi Simons passou para Brobbey dar mais um exemplo de pivô - manteve a bola mesmo com Tah o cercando, girou rápido, cruzou, e Denzel Dumfries fez o 2 a 2. Está certo que a defesa quase permitiu um gol imediato da Alemanha depois - Kai Havertz perdeu o gol na pequena área -, mas logo se aprumou, até mesmo se fechando bem para impedir pressão germânica. Só haveria mais duas chances adversárias: Musiala aos 60' (Dumfries bloqueou) e Raum aos 71' (cabeceou para fora). Do lado holandês, só Gravenberch chegou mais perto do gol, aos 56', arriscando chute de longe, que Ter Stegen rebateu com dificuldade.
Mas nem a progressiva queda de ritmo na reta final diminuiu a boa impressão que a Holanda deixou na torcida. Se a base vinda da Eurocopa precisa de poucas alterações, as experiências feitas foram positivas. E deixaram a impressão de que algo de novo começa na Laranja. Algo bom.
Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 3
Holanda 2x2 Alemanha
Data: 10 de setembro de 2024
Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Árbitro: Davide Massa (Itália)
Gols: Tijjani Reijnders, aos 2', Deniz Undav, aos 38', Joshua Kimmich, aos 45' + 2, Denzel Dumfries, aos 51'
HOLANDA
Bart Verbruggen; Denzel Dumfries, Matthijs de Ligt (Jan Paul van Hecke, aos 46'), Virgil van Dijk e Nathan Aké (Jurriën Timber, aos 45'); Jerdy Schouten (Quinten Timber, aos 46'), Tijjani Reijnders e Ryan Gravenberch; Xavi Simons (Lutsharel Geertruida, aos 74'), Brian Brobbey (Wout Weghorst, aos 81') e Cody Gakpo. Técnico: Ronald Koeman
ALEMANHA
Marc-André ter Stegen; Joshua Kimmich, Jonathan Tah (Waldemar Anton, aos 46'), Nico Schlotterbeck e David Raum; Robert Andrich (Emre Can, aos 64') e Pascal Gross (Aleksandar Pavlovic, aos 64'); Florian Wirtz, Kai Havertz e Jamal Musiala (Chris Führich, aos 90'); Deniz Undav (Maximilian Beier, aos 64'). Técnico: Julian Nagelsmann
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