quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Parada obrigatória: Ajax

Haller e Tadic são dois sustentáculos do Ajax que impressiona a Europa... mas fraqueja um pouco além da conta no Campeonato Holandês, para um favorito tão destacado (Pro Shots)

Posição: 2ª colocação, com 42 pontos
Técnico: Erik ten Hag 
Time-base: Pasveer; Mazraoui (Rensch), Timber, Martínez e Blind; Álvarez, Berghuis e Gravenberch; Antony, Haller e Tadic 
Maior vitória: Ajax 9x0 Cambuur (5ª rodada)
Maior derrota: Ajax 1x2 AZ (16ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as oitavas de final, nas quais enfrentará o Excelsior Maassluis (terceira divisão)
Competição europeia: Liga dos Campeões (enfrentará o Benfica-POR, nas oitavas de final)
Artilheiros: Sébastien Haller (atacante), com 12 gols
Objetivo do início: título
Avaliação: Sim, o Ajax brilhou intensamente na Liga dos Campeões. Sim, ainda é considerado merecidamente o principal favorito ao título na Holanda (Países Baixos). Mas comete falhas e tem atuações medianas na liga, numa frequência até inesperada para uma equipe tão badalada Europa afora

Antes mesmo de qualquer bola rolar, em qualquer jogo pelo Campeonato Holandês, o Ajax era o principal favorito ao título, como quase sempre. A goleada sofrida na Supercopa da Holanda balançou um bocadinho as estruturas fortíssimas dos Ajacieden, mas tão logo a Eredivisie começou, foi o que se esperava. A partir da primeira rodada, com um 5 a 0 no NEC - mais uma goleada que "poderia ter sido até por mais gols" -, o time de Amsterdã começou o que parecia um desfile. Foram mais sete goleadas por 5 a 0 na Eredivisie (o Fortuna Sittard levou cinco no turno, e cinco na primeira partida do returno, e o líder PSV também levou a sua "mão cheia"), um 9 a 0 sobre o Cambuur, os destaques habituais (Jurriën Timber, Lisandro Martínez, Antony, Dusan Tadic, Sébastien Haller), Steven Berghuis justificando a polêmica contratação, Remko Pasveer ganhando confiança no gol após ter de substituir o lesionado Maarten Stekelenburg... e de quebra, o Ajax impunha respeito também na Liga dos Campeões, sendo o primeiro clube da Holanda (Países Baixos) com seis vitórias nos seis jogos da fase de grupos, desde 1995/96. Mas mesmo falando grosso na Europa, o Ajax mostrou fragilidades no próprio terreiro, a Eredivisie. Mais precisamente, duas fragilidades. 

Já na segunda rodada, tomar o empate do Twente (1 a 1) indicou que os Amsterdammers mostram uma perigosa autossuficiência na liga neerlandesa - aquele sentimento de controlar demais o jogo, achando que "ganham quando querem". Rodadas mais tarde, já na reta final do primeiro turno, o outro grande defeito Ajacied na Eredivisie ficou à mostra: quando enfrenta um time extremamente dedicado na defesa e eficiente nos contra-ataques, raramente encontra alternativas de vencê-lo. Foi assim na primeira derrota da temporada, o 1 a 0 para o Utrecht (8ª rodada), em plena Johan Cruyff Arena. Foi assim no 0 a 0 contra o Go Ahead Eagles, que segurou os Ajacieden também em Amsterdã. Foi assim na derrota que permitiu ao PSV tomar a liderança (AZ 2 a 1, na 16ª rodada). Foi assim até em vitórias magras, como o 1 a 0 diante do Sparta Rotterdam (14ª rodada). Enfim, o Ajax segue forte e favorito no Campeonato Holandês. Mas está tropeçando demais para uma equipe que gosta de ostentar superioridade tão grande. Falando à revista Voetbal International numa entrevista de fim de ano, o capitão Dusan Tadic reconheceu: "A briga pelo título está aberta, um pouco, por nossa culpa (...) Se perdermos [o título], será uma vergonha". Tem lá sua razão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário