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Quem diria? Portugal, de Cristiano Ronaldo, reclamou. A Holanda, de Cillessen e Pröpper, consolou - e, tranquila, venceu (Reuters) |
De certa forma, é até comum nos tempos recentes: mesmo que esteja fora da Copa do Mundo, a seleção da Holanda costuma oferecer dificuldades nos amistosos contra adversários que se preparam com vistas ao Mundial. Em 2002, a Laranja empatou com a Inglaterra e ganhou de Espanha e Estados Unidos. Neste 2018, mesmo com a derrota para a Inglaterra mostrando preocupante inação ofensiva, já se via uma definição tática promissora. E o amistoso desta segunda-feira, com Portugal, mostrando sete mudanças em relação ao jogo da sexta passada, deixou claro que há possibilidades para a Laranja, com a elogiável vitória por 3 a 0.
Curiosamente, no começo, o 5-3-2 que se viu parecia ter os mesmos problemas do amistoso contra os ingleses. Mesmo com Tonny Vilhena experimentado na lateral esquerda, a linha de cinco defensores seguia retida no campo de defesa, enquanto Portugal mantinha posse de bola. Todavia, os Tugas também não criavam muitas chances - apenas projetos delas, como aos cinco minutos, em bola cruzada da direita por Ricardo Quaresma, mas recuada sem problemas por Matthijs de Ligt, sem problemas para Jasper Cillessen (que teve a chance no gol).
Mas na primeira vez que teve espaços para buscar o ataque, a Oranje já conseguiu seu primeiro gol, aos 11', contando justamente com a ajuda do setor que melhor impressão causou na sexta: a defesa. Afinal, após boa inversão de jogo de Davy Pröpper - seguro no meio-campo -, foi de Virgil van Dijk, mais avançado, o passe que chegou a Kenny Tete. O lateral cruzou, Donny van de Beek chutou fraco, mas Memphis Depay "consertou" e bateu mais forte para o 1 a 0 - de certa forma, um bom augúrio para a melhor atuação do atacante, enfim mais ativo para jogadas (assim como Ryan Babel trouxe mais mobilidade do que Bas Dost).
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Memphis Depay teve, enfim, uma atuação para provar que pode ser útil (ANP/Pro Shots) |
O gol abriu o caminho para uma Holanda diferente da que se viu na sexta-feira: mais confiante, ousada, ofensiva. Não a ponto de jogar aberta, mas a ponto de ser consistente na defesa - e de, a partir dela, chegar a mais gols. Até porque partiram de De Ligt os passes para o segundo gol, aos 32' (veio pela direita, cruzou forte - quase chutou, a bem da verdade - e Babel arriscou um desvio "corajoso" na bola veloz, sendo "premiado" com o gol), e também para o terceiro, nos acréscimos (Memphis Depay cobrou falta para a área, De Ligt ajeitou e Virgil van Dijk chutou para o terceiro gol). Aliás, o tento poderia ter vindo até mais cedo - aos 43', Vilhena cruzou da esquerda, e Memphis Depay apareceu livre para cabecear à queima-roupa, causando ótima defesa de Anthony Lopes. Os portugueses? Só tentaram algo aos 39', quando Bruno Fernandes desviou a bola de pé direito, em cima de Cillessen.
No segundo tempo, a seleção das Quinas até viu um início promissor, com as entradas de André Silva e Gonçalo Guedes. Cristiano Ronaldo, até então meio isolado, já teve mais a bola nos pés - e começou a causar os problemas que pode causar, dando trabalho a Nathan Aké. Aí apareceu outro destaque: Cillessen, que fez ótimas defesas em sequência - aos 48', num leve desvio de Cristiano Ronaldo, de cabeça, e no minuto seguinte, quando Quaresma arrematou de fora da área. Mas a expulsão de João Cancelo - por carrinho violento, de fato, no tornozelo de Vilhena, aos 61' - praticamente acabou com o jogo. Portugal teve seu ímpeto ofensivo amainado definitivamente; e a Holanda apenas conservou a vantagem que já tinha, além de fazer algumas alterações. Steven Berghuis e Timothy Fosu-Mensah levaram o time a tentar alguns minutos no 4-3-3 velho de guerra; e tiveram seus primeiros minutos pela Oranje adulta Guus Til e Justin Kluivert.
Assim, o amistoso terminou no 3 a 0 do primeiro tempo. E a Holanda deixou claro que, se não é páreo para as maiores seleões europeias, não é de se jogar fora. Viram só?
Amistoso
Portugal 0x3 Holanda
Data: 26 de março de 2018
Local: Estádio de Genebra (Genebra, na Suíça)
Árbitro: Ruddy Buquet (França)
Gols: Memphis Depay, aos 12', Ryan Babel, aos 32', e Virgil van Dijk, aos 45' + 2
Holanda
Jasper Cillessen; Kenny Tete (Guus Til), Matthijs de Ligt (Timothy Fosu-Mensah), Virgil van Dijk, Nathan Aké e Tonny Vilhena (Stefan de Vrij); Donny van de Beek, Davy Pröpper e Georginio Wijnaldum (Marten de Roon); Ryan Babel (Steven Berghuis) e Memphis Depay (Justin Kluivert). Técnico: Ronald Koeman
Portugal
Anthony Lopes; João Cancelo, Rolando (Luis Neto), José Fonte e Mário Rui; Manuel Fernandes e André Gomes (André Silva); Ricardo Quaresma (Gelson Martins), Bruno Fernandes (João Mário) e Adrien Silva (Gonçalo Guedes); Cristiano Ronaldo (João Moutinho). Técnico: Fernando Santos
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