quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Sob controle

A seleção da Holanda (Países Baixos) tinha desafio respeitável contra a Polônia. Passou por ele com autoridade (ProShots/Icon Sport via Getty Images)

Era um jogo arriscado: em Varsóvia, contra a Polônia, pela Liga das Nações. Precisando da vitória para, no mínimo, se aproximar da vaga entre os semifinalistas. Com um estreante no gol: Remko Pasveer, que recebeu a chance do técnico Louis van Gaal. Com algumas mudanças arriscadas, como escalar Cody Gakpo mais recuado, atrás da dupla Memphis Depay-Bergwijn. Pois a seleção masculina da Holanda (Países Baixos) respondeu bem a tudo isso. Fez 2 a 0, manteve o jogo sob controle, está com a vaga na semifinal ao alcance das mãos - classifica-se em caso (óbvio) de vitória, empate ou até derrota para a Bélgica, desde que abaixo dos três gols de diferença. 

A confiança da Laranja foi testada até precocemente: já aos cinco minutos, Teun Koopmeiners teve de sair, após ser atingido no rosto durante a dividida aérea com Karol Linetty. Eis que Steven Berghuis entrou bem, sendo até mais ofensivo. E a Holanda superou o solavanco inicial para manter o controle atrás, com o trio Jurriën Timber-Virgil van Dijk-Nathan Aké bloqueando com facilidade as chances polonesas - logo, impedindo pressão sobre Pasveer.

Tendo mais a bola no ataque, a Holanda ensaiou perigo num lançamento de Aké (já mostrando a ótima atuação que teria), que Daley Blind só não completou para o gol por passar do ponto na finalização. No lance seguinte, o 1 a 0 teve o que o ataque neerlandês pode oferecer de melhor: velocidade, rapidez, entrosamento, de Memphis Depay para Denzel Dumfries, e o cruzamento deste para Gakpo completar na pequena área. Era só o começo. Gakpo tentou aos 20’ (chute pelo alto), Berghuis tentou dois arremates colocados (aos 31’ e aos 43’, ambos para fora), até Aké se arriscou ao ataque. Esperado, diante de uma Polônia temerária na defesa e inapetente no ataque - teve só uma chance, e não foi com Robert Lewandowski, mas com Nicola Zalewski, aos 38’.

Porém, a Holanda estava tão tranquila que desacelerou até demais. Perdia oportunidades de finalização na frente, relaxava perigosamente atrás. A Polônia tentou aproveitar isso tão logo o segundo tempo começou, com a entrada de Arkadiusz Milik, que já teve uma chance aos 53’. As saídas de Frenkie de Jong (no intervalo, por precaução) e Memphis Depay (ao sentir dores musculares na parte posterior da coxa) poderiam ajudar a fragilizar a Holanda... mas não fragilizaram.


Janssen foi mais um reserva a entrar bem: voltou a dar  à Holanda o domínio da bola no ataque, comprovando isso com o segundo gol (Rafal Oleksiewicz/PressFocus/MB Media/Getty Images)

Porque como já ocorrera com Berghuis, Vincent Janssen entrou muito bem, fazendo exatamente o que era a intenção: segurar a bola no ataque. Numa dessas vezes, ele fez a tabela com Bergwijn, que entrou na área e fez o 2 a 0 da tranquilidade definitiva. Dali por diante, a Holanda teve mais chances para ampliar: num chute do mesmo Bergwijn aos 74’, num toque de Wout Weghorst aos 77’, em arremates de Cody Gakpo (80’) e Vincent Janssen (81’). 

Acima de tudo, a Holanda manteve o jogo sob controle, durante os 90 minutos. E mesmo com pontos de atenção (como a lentidão excessiva, em alguns momentos), se mostra cada vez mais promissora. A vaga na semifinal pode ser uma prova inequívoca disso. Se é que a vitória de agora já não o foi.

Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 4

Polônia 0x2 Holanda

Data: 22 de setembro de 2022
Local: PGE Narodowy (Varsóvia)
Árbitro: Alejandro Hernández (Espanha)
Gols: Cody Gakpo, aos 14’, e Steven Bergwijn, aos 60’

POLÔNIA
Wojciech Szczesny; Jan Bednarek, Kamil Glik e Jakub Kiwior; Przemyslaw Frankowski (Bartosz Bereszynski, aos 77’), Grzegorz Krychowiak, Karol Linetty (Arkadiusz Milik, aos 46’) e Nicola Zalewski (Michal Skoras, aos 77’); Sebastian Szymanski (Mateusz Klich, aos 70’) e Piotr Zielinski (Mateusz Legowski, aos 86’); Robert Lewandowski. Técnico: Czeslaw Michniewicz

HOLANDA
Remko Pasveer; Jurriën Timber, Virgil van Dijk e Nathan Aké; Denzel Dumfries, Frenkie de Jong (Marten de Roon, aos 46’), Teun Koopmeiners (Steven Berghuis, aos 5’) (Kenneth Taylor, aos 75’) e Daley Blind; Cody Gakpo; Memphis Depay (Vincent Janssen, aos 52’) e Steven Bergwijn (Wout Weghorst, aos 75’). Técnico: Louis van Gaal

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