domingo, 14 de fevereiro de 2016

810 minuten: como foi a 23ª rodada da Eredivisie

Van Overeem (à esquerda) e Janssen marcaram na festa de gols. E o AZ segue sua brilhante reação (ANP Pro Shots)

Cambuur 0x2 Utrecht (sexta-feira, 12.02)

Até que demorou para acontecer alguma coisa no Cambuur, afundado nas últimas posições do Campeonato Holandês. Mas aconteceu: repetindo algo que já vinha indicando nos últimos tempos, o técnico Henk de Jong declarou que "algo tinha de mudar, e era o momento certo para a demissão", e deixou o clube voluntariamente no início da semana. Sem o treinador campeão da Eerste Divisie em 2012/13 (saudado pela torcida em faixas estendidas no Cambuur Stadion), caberia ao interino Sipke Hulshoff treinar os Leeuwarders contra um Utrecht que também tinha o que melhorar. Afinal, os visitantes já não obtinham vitórias havia três rodadas, perdendo fôlego na zona dos play-offs por Liga Europa. Com tudo isso, os 90 minutos vistos na cidade de Leeuwarden tiveram alguma tensão.

O Utrecht até tem mais poderio ofensivo em seu time, mas não chegava com perigo contra um Cambuur escalado no 5-3-2 - pior, ainda perdeu Yassin Ayoub, lesionado no primeiro tempo. Por sua vez, o time da casa estava mais protegido defensivamente, mas arriscava pouquíssimo (quase nada) na frente. Resultado: os erros defensivos foram duramente punidos, no fim do jogo. Aos 34 minutos do segundo tempo, o zagueiro Mark van der Maarel cabeceou para as redes, abrindo o placar. E nos acréscimos, aos 47, em outro cabeceio, Sébastien Haller encerrou seu jejum (ainda não marcara no returno). Um triunfo que encerrou a série de três jogos sem gols às sextas nas rodadas da Eredivisie. E reanimou um pouco os Utregs na parte de cima da tabela. E afunda ainda mais o Cambuur: sofreu a sexta derrota seguida, e já caiu para a lanterna (saldo de gols menor que o do De Graafschap). Tarefa dura para o elenco - e para o novo técnico, Marcel Keizer, que começa nesta segunda, vindo do Emmen, da segunda divisão.

Heracles Almelo 3x6 AZ (sábado, 13.02)

Enfim dono da terceira posição da Eredivisie (que já fazia por merecer havia muito tempo, aliás), o Heracles Almelo teria um oponente também valoroso: o AZ, que não sabia o que era perder neste 2016. Eram seis jogos - cinco pela liga, um pela Copa da Holanda -, eram seis vitórias. Ascensão premiada com subida vertiginosa na tabela: de 12º ao final do primeiro turno, para 6º após a rodada passada. E o primeiro tempo no estádio Polman, em Almelo, mostrou que a reação do time de Alkmaar não pararia por ali. Aos quatro minutos, Joey Pelupessy tentou recuar de cabeça ao goleiro Bram Castro, mas a bola saiu fraca. Sorte de Vincent Janssen: o atacante interceptou o recuo, tocou na saída de Castro e fez 1 a 0 para o AZ, no seu 14ª gol na temporada (oitavo nos últimos seis jogos!). No meio da etapa inicial, os visitantes pareceram encaminhar uma goleada. Aos 32, Pelupessy cometeu pênalti em Dabney dos Santos: Markus Henriksen bateu e ampliou a vantagem. Mais dois minutos, e Joris van Overeem recebeu passe de Dabney, escapou da marcação de Ramon Zomer e deixou o AZ com 3 a 0.

Só aí, com a porta da defesa arrombada, é que John Stegeman colocou nova fechadura. Imediatamente após o gol de Van Overeem, o técnico do Heracles tirou Menno Heerkes e fortaleceu a marcação no meio-campo, colocando Dario Vujicevic. Até deu certo, e os mandantes diminuíram ainda na etapa inicial (aos 39, Thomas Bruns chutou de fora da área e fez). No começo do segundo tempo, Alireza Jahanbakhsh ainda tentou tranquilizar o AZ, fazendo o quarto gol aos 19 minutos, após escanteio. Porém, aí começou o show de animação. Melhor composto na defesa, o Heracles foi à frente. E obteve êxito: aos 22, em novo arremate de longe, Mark-Jan Fledderus fez o segundo dos Heraclieden. Mais um pouco, e aos 28, o atacante Wout Weghorst recebeu livre na área para fazer 3 a 4. Estava chegando o empate dos Almelöers?

Não, não estava. Ao contrário: a defesa dos donos da casa falhou quando não podia, de novo. Aos 34 minutos, quando a pressão do Heracles era irrespirável em busca do 4 a 4, Stijn Wuytens cobrou escanteio e Bruns, que marcara a favor, desviou de cabeça para as redes do próprio goleiro: 5 a 3 AZ. Finalmente, aos 39, em nova jogada aérea, o volante Ben Rienstra cabeceou e definiu o 6 a 3 dos Alkmaarders. Que chegaram à sétima vitória no ano, sexta seguida pela Eredivisie, alcançando a quarta posição, um ponto atrás do Heracles. Ou seja, o AZ chegou na zona alta da tabela para ficar, como comprovaram as palavras de Ron Vlaar após o jogo, à FOX Sports holandesa: "Foi um jogo maluco, mas mostramos que queremos chegar à terceira posição". Quem duvida?

Roda JC 0x1 Twente (sábado, 13.02)

Duas equipes na mesma situação: ainda próximas da zona de repescagem/rebaixamento, mas com sequências promissoras, indicando momentos mais tranquilos na temporada. Porém, o jogo no Parkstad Limburg Stadion, em Kerkrade, teve pouquíssimos momentos de emoção. A bem da verdade, nenhuma chance real de gol foi vista nos primeiros 45 minutos. O empate sem gols não ajudava ninguém a melhorar ainda mais as situações dos Koempels e dos Tukkers. Foi a vez de Jeroen van der Lely aparecer, então.

Aos 18 minutos do segundo tempo, o lateral esquerdo (que entrara no intervalo) fez uma daquelas assistências quase tão importantes quanto o gol que sai delas: com um lançamento em profundidade, deixou Chinedu Ede livre. E o atacante alemão só teve o trabalho de escolher o canto e tocar fora do alcance do goleiro Benjamin van Leer, abrindo o placar para o Twente. Na parte final do jogo, novamente saiu do banco o "talismã" belga Maecky Ngombo, que já salvara o Roda JC contra Utrecht e Ajax. Mas quem teve a maior chance foi Mike van Duinen, que chutou para fora, nos acréscimos, perto do gol de Nick Marsman. E o time de Enschede pôde comemorar seu terceiro triunfo consecutivo: em 13º lugar, seis pontos acima da zona perigosa, já afasta mais o perigo de queda. Resta ao Roda JC, em 14º, seguir lutando.

O De Graafschap deixou a última colocação, mas o técnico pede: nada de relaxamento (ANP Pro Shots)

Willem II 0x0 De Graafschap (sábado, 13.02)

Nunca estivera tão perto: com a derrota do Cambuur, o De Graafschap poderia deixar a última posição do Campeonato Holandês. Todavia, não seria fácil aos Superboeren fazer isso, até porque o Willem II jogaria em casa, e também não vive a mais confortável das situações, estando na metade inferior da tabela. Sendo assim, os Tricolores tentaram se impor desde o começo no jogo em Tilburg: no primeiro tempo, a chance mais respeitável veio do meio-campista Robbie Haemhouts, que recebeu cruzamento de Bartholomew Ogbeche. Só que o meia belga chegou atrasado para a finalização.

Na etapa complementar, foi a vez de Erik Falkenburg tentar fazer valer mais uma vez seu papel de destaque dos Tilburgers na temporada: aos 28, ele exigiu grande defesa de Hidde Jurjus, após cabeceio. E somente as voltas dos atacantes Terell Ondaan (Willem II) e Dean Koolhof (De Graafschap), recuperados de graves lesões - Ondaan, no ligamento cruzado anterior do joelho; Koolhof, na virilha -, foram os destaques no segundo tempo. Jogando defensivamente (cometeu 17 faltas, e só deu um chute a gol), o De Graafschap se deu bem: igualou os 13 pontos do Cambuur, mas com melhor saldo de gols - -23 contra -31 -, enfim deixou a última posição. Com justiça, pois esforço não falta aos Superboeren, que já venceram duas partidas neste ano. Mas fica o alerta do técnico Jan Vreman: "Não conseguimos nada. Foi legal conseguir [este ponto], mas não chegamos lá". Prudente.

Vitesse 3x0 Heerenveen (sábado, 13.02)

A análise da rodada passada aqui no blog terminava dizendo, em AZ 1x0 Vitesse, que os Arnhemmers precisavam "reagir, urgentemente". Afinal, já eram quatro jogos sem vitória (dois empates, duas derrotas), com só um gol marcado neles. Então, o técnico Rob Maas decidiu apostar na "segurança": não só voltou ao 4-2-1-3 conhecido de elenco e torcida, mas também recolocou nos titulares o zagueiro georgiano Guram Kashia, querido dos adeptos, que andou frequentando o banco desde o fim do primeiro turno. Resultado: desde o primeiro minuto de jogo no Gelredome de Arnhem, o Vites foi francamente superior aos visitantes da Frísia, que quase não tiveram chances de gol.


Não demorou muito, veio o primeiro gol: aos 20 minutos, Milot Rashica (de volta, após lesão) cruzou da direita e o ucraniano Denys Oliynyk completou para as redes, na segunda trave. Ainda na etapa inicial, outro destaque do Vitesse se fez notar após algumas partidas de mau desempenho: aos 43, o lateral esquerdo japonês Kosuke Ota cruzou, e Valeri Qazaishvili completou para marcar 2 a 0 no placar. Mal começou o segundo tempo, veio o gol decisivo: em jogada individual, Qazaishvili driblou Caner Cavlan e Lucas Bijker, e o primeiro o derrubou na área. Pênalti, que o próprio "Vako" converteu para definir a volta do Vitesse às vitórias, com uma atuação para novamente ficar bem com a torcida. Agora, é o Heerenveen (12º, com duas derrotas seguidas) que precisa reagir urgentemente.



O Ajax atacou na hora que precisava. Foi eficiente. E conseguiu a vitória difícil (ANP Pro Shots)

Groningen 1x2 Ajax (domingo, 14.02)

Num jogo potencialmente difícil - embora no meio da tabela, o Groningen sempre costuma trazer dificuldades, ainda mais atuando em casa -, o Ajax teria o desafio de ver como se daria sua zaga remendada: com Kenny Tete e Jaïro Riedewald lesionados (o zagueiro, fora da temporada), Mike van der Hoorn foi efetivado como titular junto de Nick Viergever, enquanto Joël Veltman ficou na lateral direita. De quebra, gripado, Frank de Boer se ausentou forçosamente do jogo, cabendo ao auxiliar Hennie Spijkerman comandar os onze jogadores em Groningen. O fato é que, pelo menos no primeiro tempo, os Ajacieden sofreram um pouco. Nada que fizesse Jasper Cillessen trabalhar constantemente, é verdade. Todavia, com mais posse de bola, os Groningers tinham mais velocidade e rondavam mais a grande área dos visitantes.

Curiosamente, puderam fazer mais jogadas com uma alteração imprevista: aos 13 minutos, Bryan Linssen lesionou o músculo da coxa, dando lugar a Oussama Idrissi. E o ponta-esquerda foi o principal desafogo dos ataques dos Groningers, driblando bem e até cruzando - como aos 36 minutos, quando Hedwiges Maduro completou de cabeça exigindo defesa de Cillessen. Ao Ajax, restavam os contragolpes. Mas o único destes que foi perigoso veio aos 24 minutos: Lasse Schöne tentou o chute, mas o goleiro Sergio Padt rebateu. Davy Klaassen ainda tentou aproveitar com um toque, mas Hans Hateboer tirou em cima da linha. Mesmo que não sofresse pressão muito forte, era bom o Ajax evitar riscos no segundo tempo.

Foi o que fez: passou a tentar controlar mais a bola, saindo mais velozmente nos contragolpes. E com maior precisão nas finalizações, rapidamente os Amsterdammers conseguiram encaminhar a vitória, contando principalmente com Amin Younes. Aos 14, da esquerda, o alemão de ascendência libanesa escorou lançamento, e Anwar El Ghazi escapou da marcação de Rasmus Lindgren, avançou na área e completou na segunda trave: 1 a 0. Dez minutos depois, em tabela, Younes recebeu na área e foi derrubado. Richard Liesveld marcou o pênalti, convertido por Schöne. Com 2 a 0, o Ajax se viu mais tranquilo. Só que teve um revés: após pisar no tornozelo de Michael de Leeuw, Van der Hoorn levou seu segundo cartão amarelo, e foi expulso. Com dez jogadores, restou ao Ajax ir para a defesa e apostar nos contra-ataques, com a entrada de Ricardo van Rhijn e o recuo de Nemanja Gudelj, formando um 5-3-1. Até deu certo: o Groningen seguiu sem trazer grandes riscos a Cillessen, e só conseguiu seu gol nos acréscimos (48 minutos), em boa cobrança de falta de Danny Hoesen. Ainda assim, era tarde para evitar mais uma vitória do Ajax. Que cumpriu sua tarefa: conseguiu os três pontos, mantendo-se na briga pelo título.

Sétima derrota seguida, e queda para a sexta posição. Assim não tem como defender o Feyenoord, não, Kuyt? (Henry Dijkman Fotografie/VI Images)

Zwolle 3x1 Feyenoord (domingo, 14.02)

Se a temperatura já era fria e chuvosa em Groningen x Ajax, muito mais o era na cidade de Zwolle. A neve cobria o gramado do estádio Ijsseldelta a ponto de tornar duvidosa a realização da partida. Por fim, ela foi tirada para os lados, e a partida pôde ser jogada. Nela, para enfim tentar outra vitória, Giovanni van Bronckhorst mudou de esquema (voltou ao 4-3-3) e de jogadores (na lateral direita, Bart Nieuwkoop recebeu sua primeira chance como titular; no meio, Marko Vejinovic voltou ao time, deixando Renato Tapia no banco). Só que a mudança teve péssimos resultados. De novo, o Feyenoord deixava espaços absurdos pelos lados. E o Zwolle os aproveitou rapidamente. Aos 14 minutos, em rápido contra-ataque, Lars Veldwijk recebeu pela direita, entrou na área superando a marcação de Eric Botteghin e tocou na saída de Kenneth Vermeer para fazer 1 a 0.

E durante a maioria do primeiro tempo, foi assim. Além de não criar quase nenhuma chance de gol, o Feyenoord também sofreu bastante com os ataques dos Zwollenaren. Aproveitando a velocidade de Kingsley Ehizibue e Queensy Menig pelas pontas, os "Dedos Azuis" traziam perigo constante. Primeiro, aos 21, Wouter Marinus chegou à área, em jogada semelhante ao gol de Veldwijk, mas Vermeer espalmou dessa vez; depois, chance ainda mais valiosa, aos 31, quando Menig bateu da entrada da área, colocado, mandando na trave esquerda. E justamente quando o Zwolle mais parecia perto do segundo gol, o Feyenoord conseguiu o empate, na bola parada: aos 41, Bilal Basaçikoglu cobrou escanteio, e Sven van Beek entrou livre na área, escorando para as redes. No minuto seguinte, Basaçikoglu quase virou para o Stadionclub em rápido contragolpe, mas Van der Hart fez grande defesa.

Aí, no início do segundo tempo, novamente Basaçikoglu quase marcou, no primeiro minuto. A moeda estava virando? Pois o Zwolle tratou de fazer os Feyenoorders provarem do próprio veneno: tomaram o gol quando pareciam melhores. Já aos quatro minutos, Veldwijk fez mais do que apenas concluir: novamente pela direita, dominou, driblou Van Beek e bateu cruzado, no canto baixo de Vermeer, para recolocar os mandantes na frente. Não houve jeito, então: Eljero Elia entrou no lugar de Vejinovic, e o Feyenoord foi todo ao ataque, num 4-2-4 (depois voltou ao 4-3-3, com a entrada de Michiel Kramer no lugar de Jens Toornstra). Todavia, exceto num chute de Basaçikoglu aos 15 minutos, não houve grande perigo para o Zwolle.

Ao contrário: os donos da casa é que tiveram inúmeras chances. Ehizibue, então, precisou de três vezes para marcar seu gol. Na primeira, aos 25, completou escanteio para o gol, mas estava impedido; na segunda, aos 43, em contragolpe, Menig tocou na saída de Vermeer, a bola bateu na trave, e o camisa 20 (livre, em cima da linha!) não conseguiu mandá-la de volta para as redes, inacreditavelmente. Só nos acréscimos, aos 48, Ehizibue enfim conseguiu: saída rápida para o ataque, Feyenoord com os zagueiros todos no ataque, e Veldwijk chegou livre à área, tocando à direita para o meia-direita completar o 3 a 1. A sétima derrota seguida do Feyenoord no Campeonato Holandês. Está certo que o Stadionclub (agora, sexto colocado na liga) chegou às semifinais da Copa da Holanda, mas tal sequência aziaga torna difícil defender o trabalho antes promissor de Giovanni van Bronckhorst.

O novato Dennis van der Heijden viveu seu conto de fadas, dando a vitória ao ADO Den Haag (Laurens Lindhout Photography/VI Images)

Excelsior 2x4 ADO Den Haag (domingo, 14.02)

O Excelsior já entrou em campo numa situação dificílima: como 16º, na zona de repescagem/rebaixamento, cada vez mais precisa das vitórias. E como desgraça pouca era bobagem, rapidamente o Den Haag abriu o placar fora de casa: aos 10 minutos do primeiro tempo, Édouard Duplan criou a jogada e passou aos atacantes. Mike Havenaar chegou atrasado, mas Kevin Jansen dominou e bateu para fazer 1 a 0. Ficaria pior ainda para os Kralingers: em três minutos, dois jogadores se lesionaram (o atacante Brandley Kuwas, destaque do time na temporada, e o goleiro Filip Kurto), forçando o técnico Alfons "Fons" Groenendijk a gastar duas alterações. Aí apareceu a salvação, na forma humana de Tom van Weert. Aos 23 minutos, ele empatou o jogo, aproveitando cruzamento de Adil Auassar.

E no segundo tempo, as coisas ficariam ainda mais animadas. Aos 23 minutos, Van Weert virou o jogo para o Excelsior: em rápido contra-ataque, o lateral direito Khalid Karami serviu a Stanley Elbers (substituto de Kuwas), que deixou o atacante livre para fazer seu segundo gol na partida. Depois da tempestade do início do jogo, a bonança final? Dennis van der Heijden disse não: estreante nos profissionais do ADO Den Haag, egresso da base, o atacante de 19 anos entrou aos 31 minutos para a pressão final, no lugar do zagueiro Vito Wormgoor. Aos 32, já tinha feito 2 a 2, chutando quase sem ângulo; e aos 40, Van der Heijden tornou sua entrada no jogo ainda mais destacada, ao virar novamente o placar, em arremate da direita. Aí, aos 43, coube a Mike Havenaar definir a vitória do ADO Den Haag. O Excelsior merece aplausos, por ter resistido às intempéries do início. Mas o time de Haia é melhor, o que se havia de fazer? Apenas respeitar o conto de fadas que viveu Dennis van der Heijden.

O NEC até começou pressionando. Mas o gol de Luuk de Jong abriu caminho para mais uma vitória do líder PSV (ANP Pro Shots)


NEC 0x3 PSV (domingo, 14.02)

No empate da semana passada, contra o De Graafschap, deixar Christian Santos no banco foi uma decisão altamente polêmica para a torcida do NEC. A tal ponto que, já na segunda-feira, o técnico Ernest Faber informou que o atacante venezuelano voltaria aos titulares. Pelo menos, dali a duas rodadas: afinal, Santos estaria suspenso para o jogo contra o PSV. E para enfrentar o atual campeão holandês, o time de Nijmegen decidiu ser mais cauteloso: três zagueiros foram escalados, e a equipe foi escalada num 5-3-2, apenas com Joey Sleegers (substituto de Santos) e Anthony Limbombe na frente. A rapidez do bom meio-campo trataria de acelerar os contragolpes - ou seja, tentaria fazer os Eindhovenaren sofrerem com aquela que é sua mais notável qualidade. Aos visitantes, restava "só" vencer para manter a liderança do campeonato.

A intenção do NEC deu certo? Depende. Se o objetivo era criar mais chances no primeiro tempo, deu certo. Afinal de contas, já aos 11 minutos, Sleegers recebeu livre pela direita, entrou na área e bateu forte, forçando o goleiro Jeroen Zoet a espalmar para a linha de fundo. Antes mesmo disso, aos 8, Héctor Moreno já tivera de tirar uma bola cruzada de cima da linha. Atuando sem Jeffrey Bruma, lesionado no tendão de Aquiles, o PSV era pressionado na defesa. Só que se o objetivo do NEC era fazer gols, atuar no 5-3-2 não deu certo. Afinal, de nada adianta o esquema sem eficiência para finalizar. E eficiência é o que sobra no time de Eindhoven, que abriu o placar numa das únicas chances que teve, aos 16 minutos: Jetro Willems (finalmente, recomeçando um jogo como titular) cruzou longe da esquerda, e Luuk de Jong apareceu para fazer o seu 17º gol na Eredivisie como melhor sabe: de cabeça. Depois, os visitantes ainda perderam Jorrit Hendrix (tonto após sofrer cabeçada involuntária de Marcel Ritzmaier, o volante deu lugar a Stijn Schaars, aos 23), e viram Sleegers ter nova boa chance aos 37 (outro chute, para boa defesa de Zoet, que sequer espalmou).

Todavia, no segundo tempo, a chuva apertou no estádio De Goffert, em Nijmegen. E o NEC pareceu se preocupar mais em não tomar gols do que em pressionar o adversário, como fizera no início do jogo. Sorte do PSV: com nível técnico bem mais alto, a equipe de Eindhoven começou a chegar mais às proximidades do gol. Quase marcou aos 11 minutos, quando Luciano Narsingh completou triangulação exigindo boa defesa de Brad Jones. Mas aos 21, enfim, veio o segundo gol dos PSV'ers: escanteio da esquerda, Luuk de Jong escorou, e Jürgen Locadia, livre na segunda trave (e em condições, dadas pelo lateral Todd Kane), cabeceou para as redes. Ali o jogo se definiu: até mais motivado e solto em campo, o PSV ainda conseguiria o terceiro gol, aos 29 minutos: Locadia apareceu pela direita, e cruzou a Marco van Ginkel, que marcou seu segundo gol em duas partidas pelo clube.

Pelo 50º jogo seguido no Campeonato Holandês, o PSV deixou sua marca nas redes adversárias. E segue na liderança, fazendo um "campeonato à parte" com o Ajax. Ambos sobram na Eredivisie.


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