domingo, 21 de fevereiro de 2016

810 minuten: como foi a 24ª rodada da Eredivisie

Ron Vlaar marcou seu primeiro gol após a volta aos gramados: mais brilho na goleada do AZ (ANP Pro Shots)

ADO Den Haag 0x2 Zwolle (sexta-feira, 19 de fevereiro)

Vencer o Feyenoord por 3 a 1, na rodada passada, já reanimara um pouco o Zwolle, que mostra alguma irregularidade em seus resultados no atual Campeonato Holandês. Ainda assim, era preciso mostrar força também fora de casa: há cinco jogos sem vencer enfrentando o oponente no estádio dele, os Zwollenaren teriam um duro adversário no Den Haag. Acabou sendo mais fácil do que se pensava, porque os auriverdes atacaram raríssimas vezes no estádio Kyocera, em Haia. No primeiro tempo, somente um chute de Danny Bakker fez o goleiro Mickey van der Hart trabalhar sério. Os "Dedos Azuis" tampouco trouxeram perigo à defesa dos Hagenaren. Mas na primeira vez que o fizeram, já abriram o placar, ainda na etapa inicial de jogo: aos 44 minutos, o volante Rick Dekker ajeitou de fora da área e chutou, de longe, fazendo bonito gol. 

Mesmo em desvantagem, o ADO Den Haag continuou num marasmo ofensivo durante boa parte do segundo tempo. Aí, aos 28 minutos, o técnico Henk Fräser decidiu usar a mesma carta na manga que usara contra o Excelsior, na rodada passada: o jovem atacante Dennis van der Heijden, 19 anos, que entrara e fizera dois gols contra os Kralingers. Quase deu certo: aos 32, Van der Heijden cabeceou a bola na trave, e depois ainda chutou o rebote em cima de Van der Hart. Mas o Zwolle manteve a vantagem, e ainda a ampliou, em voleio de Lars Veldwijk nos acréscimos, aos 47. Vitória respeitável dos visitantes, que se mantêm à espreita por um lugar na zona dos play-offs por Liga Europa.

AZ 4x1 Groningen (sábado, 20 de fevereiro)

Da maneira como o AZ tem reagido neste segundo turno da Eredivisie, já é o caso de perguntar quando o time de Alkmaar vai parar de ganhar. Tinha, neste sábado, um adversário considerável no Groningen: também em meio à zona de repescagem por Liga Europa, os visitantes do norte poderiam igualar os Alkmaarders na quarta colocação. Mas não demorou muito para se saber que novamente o AZ seguiria tranquilo com sua ascensão que chama a atenção no futebol holandês. E quem começou a mostrar isso? Claro, Vincent Janssen. Aos 24 minutos do primeiro tempo, após escanteio, o goleiro Sergio Padt soltou a bola nos pés do atacante, que fez o que melhor tem feito nas últimas rodadas: gol. Mandou para as redes, marcando seu 15º gol no campeonato - agora, só Luuk de Jong à sua frente na lista de goleadores.

Aos 34, foi a vez do segundo protagonista da brilhante história do AZ no returno aparecer. Novo escanteio, e Ron Vlaar apareceu na área, dominando, mandando para as redes e marcando seu primeiro gol após o retorno aos gramados, superando renitentes lesões no joelho. A superioridade ofensiva dos mandantes no estádio AFAS era tão gigantesca que nem mesmo o pênalti perdido por Markus Henriksen, aos 39 minutos, afetou a animação da torcida. De fato, não havia razão alguma para temer o Groningen. Até porque, já no segundo tempo, aos quatro minutos, Dabney dos Santos lançou Ridgeciano Haps, e o lateral esquerdo teve todo o espaço na defesa dos visitantes para dominar a bola, chegar à área e tocar na saída de Padt para fazer 3 a 0.

Aos seis, Michael de Leeuw ainda deu um resto de vida aos Groningers: converteu pênalti que ele mesmo sofrera, de Joris van Overeem, e diminuiu a desvantagem. Nada que trouxesse preocupação aos AZ'ers: o time alvirrubro continuou controlando plenamente as ações no jogo, e confirmou mais uma goleada aos 26 minutos, quando Henriksen "consertou" o penal perdido marcando 4 a 1, em chute no ângulo após escanteio curto. Foi a sétima vitória consecutiva do AZ neste Campeonato Holandês - a oitava no ano. Sequência que levou a equipe de 12º a 3º lugar sem escalas. O técnico John van den Brom não é MC Guimê, mas citou-o involuntariamente à FOX Sports holandesa: "Estamos num enorme flow". De fato, atualmente, por onde o AZ joga, é show. Segue a pergunta: até onde vai a reação? Próximo capítulo: domingo, 28 de fevereiro, contra o Ajax, fora de casa. Grande desafio. Mas o AZ está com a confiança na ionosfera.

Pröpper comemora seu gol: mais um dia tranquilo para o líder PSV (Maurice van Steen/VI Images)
PSV 2x0 Heracles Almelo (sábado, 20 de fevereiro)

Com olhos para quarta-feira, quando enfrenta o Atlético de Madrid pela ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, era de se imaginar que o PSV fosse ter dificuldades contra o Heracles. Até porque os Almelöers ocupavam a terceira posição do Campeonato Holandês, até a rodada começar. Ou seja, não era um time fácil de ser superado. Qual o quê? Os primeiros minutos do jogo mostraram vertiginosos avanços ofensivos dos Eindhovenaren no Philips Stadion - principalmente pela esquerda, onde Jetro Willems fez primeiro tempo primoroso, com passes e lançamentos precisos. E logo no primeiro ataque real, aos três minutos, veio o gol que abriu o placar: Luuk de Jong segurou a bola, passou a Willems, e este deixou Davy Pröpper na cara do gol. O meio-campista finalizou com precisão, e fez 1 a 0.

E o PSV seguiu no ataque. No minuto seguinte ao gol, Jürgen Locadia aproveitou o rebate e chutou forte, mandando a bola rente à trave direita defendida por Bram Castro. Não demorou muito, e Marco van Ginkel foi o próximo: em jogada individual, o meio-campista chegou à área e bateu para ótima defesa de Castro. Com tanta vitalidade ofensiva, era de se perguntar por que os Boeren não haviam encaminhado uma goleada, ainda. O Heracles, por sua vez, decepcionava: nada de ataques perigosos contra a meta de Jeroen Zoet. A única vez em que o goleiro dos Eindhovenaren teve de agir seriamente foi no final do primeiro tempo, quando Brahim Darri chutou de longe e o arqueiro desviou para escanteio, com a ponta dos dedos.

Mas justamente quando o Heracles ensaiava reagir, o PSV cortou a onda. No minuto final do primeiro tempo, Jeffrey Bruma foi seguro na área por Ramon Zomer, e o árbitro Danny Makkelie marcou o pênalti. Coube a Gastón Pereiro quebrar, enfim, a aziaga sequência de sete cobranças perdidas pelo clube: ele fez o 2 a 0. Sem exagero, a partida poderia ter acabado aí. Bem, na verdade, poderia ter acabado aos oito minutos do segundo tempo: Santiago Arias cruzou da direita, e Pereiro cabeceou, forçando Castro a fazer grande defesa, pulando no contrapé e desviando pela linha de fundo. Mais para o final da partida, Luciano Narsingh teve chance de fazer belo gol, após triangulação com Van Ginkel e Luuk de Jong, mas Castro novamente evitou. De todo modo, já estava garantida mais uma fácil vitória do PSV, que segue líder no Campeonato Holandês. Fácil a ponto das ausências dos lesionados Andrés Guardado e Maxime Lestienne mal terem sido sentidas. Mais uma tarefa cumprida para os Eindhovenaren. Agora, todos os pensamentos para o dificílimo duelo contra o Atlético de Madrid, na próxima quarta.

Heerenveen 1x1 NEC (sábado, 20 de fevereiro)

Com duas derrotas nas duas partidas mais recentes, o Heerenveen recebia o NEC precisando dar satisfações à torcida. E no primeiro tempo, o time da Frísia cumpriu isso à perfeição: foi francamente superior aos visitantes de Nijmegen, atacando bastante durante grande parte dos 45 minutos iniciais. Logo, mereceu o gol que veio aos 29 minutos: Henk Veerman foi lançado, chegou à área e chutou forte no canto, na saída do goleiro Brad Jones, para fazer 1 a 0. Vendo que a equipe tinha dificuldades na criação, o técnico Ernest Faber (em crise com a diretoria do NEC) agiu: trocou Marcel Appiah, colocando em campo o ponta-de-lança Joey Sleegers ainda na etapa inicial, aos 41 minutos.

A mudança dos Nijmegenaren para o ataque seguiu no segundo tempo: o volante Janio Bikel deixou o campo aos nove minutos, para o atacante romeno Mihai Roman entrar. E aí, o pensamento de Faber deu certo: o NEC começou a trazer mais perigo ao gol do Heerenveen. Primeiro, Navarone Foor driblou o goleiro Erwin Mulder e bateu, mas Jeremiah "Jerry" St. Juste evitou o empate. Mas aos 20 minutos, esse empate chegou justamente pelos pés de um substituto. Christian Santos passou a Sleegers, que arrematou de fora da área. O chute sinuoso enganou Mulder, e foi para as redes.

Só aí o Heerenveen voltou às ações. Aos 32 minutos, Mitchell te Vrede entrou em campo, substituindo Veerman. E foi justamente o goleador do Fean na temporada que quase trouxe nova vitória ao time. Primeiro, em um chute que exigiu boa defesa de Jones. Depois, no final do jogo - 41 minutos -, Te Vrede foi empurrado na área por Rens van Eijden (de volta ao NEC, após transferência frustrada para o Dinamo Moscou-RUS). Van Eijden levou o segundo amarelo, foi expulso, e o atacante tinha a grande chance no pênalti marcado por Ed Janssen. Só não contava com Jones: o goleiro australiano defendeu o chute ("Eu tinha visto as cobranças anteriores dele", comentou após o jogo), e segurou o empate. Resultado comemorado pelo NEC, em sétimo lugar - e lamentado pelo Heerenveen, agora em 12º, empatado com o ADO Den Haag em pontos.

Diante do que o Twente já passou, não impressiona que Ziyech agradeça aos céus (ANP/Pro Shots)
Twente 3x0 Cambuur (sábado, 20 de fevereiro)

Certo, o Twente não exibe o mesmo brilho ofensivo que o AZ mostra em sua sequência admirável de vitórias. Certo, os problemas econômicos fora de campo seguem afligindo os Tukkers - embora com alguma esperança, já que a federação holandesa deu mais dois meses ao clube para entregar o relatório final sobre os danos causados nas finanças (agora, a data-limite é 1º de maio). No entanto, a equipe de Enschede também mostra seu crescimento no returno da Eredivisie: já tinha quatro vitórias seguidas, e não perdia do Cambuur há onze jogos pela liga. Logo, tudo fazia crer que mais uma vitória estava a caminho.

Não demorou muito para que a crença se transformasse em certeza para a torcida no Grolsch Veste, em Enschede: aos 27 minutos, Hakim Ziyech cruzou da esquerda, e o zagueiro Marvin Peersman desviou por acidente para as redes do Cambuur, dando o primeiro gol ao Twente. Só que esse gol "acidental" teve sua memória eclipsada pela beleza vista aos 31 minutos: de longe (25 metros), pela esquerda, Jerson Cabral arriscou chute e mandou a bola no ângulo defendido por Leonard Nienhuis. Golaço do ponta, coroando a reconstrução de sua imagem perante a torcida e aos colegas (Cabral chegou a ser afastado do elenco profissional durante a temporada, por chegar atrasado a um treino). Mas faltava aparecer alguém na boa atuação do Twente. Claro, Ziyech, que salvou o time em muitas horas difíceis deste campeonato.

Pois bem: no segundo tempo, aos 10 minutos, o camisa 10 do Twente cobrou falta, mandando a bola na trave de Nienhuis. Mas ainda houve tempo para ele deixar sua marca: nos acréscimos, aos 48, o volante Jamiro Monteiro cometeu pênalti, levando o cartão vermelho. E Ziyech, de cavadinha, converteu a cobrança e deu ao clube vermelho a quinta vitória seguida no Campeonato Holandês. Certo, o Twente ainda é o 13º colocado. Mas já abriu nove pontos de distância para a antes temida zona de repescagem/rebaixamento. E com Ziyech, antes solitário, vendo o crescimento de outros colegas de time (como Chinedu Ede e Cabral), a tendência do Twente é de subida. No Cambuur, afundado na lanterna, só se pode dizer que o técnico Marcel Keizer, que estreou nesta rodada, terá muito trabalho.

De Graafschap 2x2 Vitesse (domingo, 21 de fevereiro)

Mesmo quando o time sofria afundado na última posição, chegando a ter apenas cinco pontos, a torcida nunca abandonou o De Graafschap. Em retribuição, a equipe de Doetinchem nunca poupou esforço nesta temporada. No returno, essa simbiose compreensiva está dando os frutos desejados: os Superboeren já tinham conseguido sete pontos em seis rodadas, mais do que em todo o turno (cinco pontos). E a comunhão entre time e torcida foi novamente vista na difícil partida contra o Vitesse. Resultado: com gente como Youssef El Jebli, Andrew Driver e Vincent Vermeij mostrando certo talento, os mandantes criaram mais chances no estádio De Vijverberg, durante o primeiro tempo. Só que não as aproveitaram. Aí apareceram a maior qualidade técnica e a maior eficiência do Vitesse: aos 15 minutos, de fora da área, Marvelous Nakamba chutou forte para fazer 1 a 0, jogando água na fervura que era o ambiente.

Mas para um time que não desistiu nem quando sair da lanterna do Holandês era uma quimera, correr atrás do empate era o de menos. E a persistência do De Graafschap deu resultado: aos 39 minutos, Driver chegou pela direita, cruzou, e a bola ainda desviou em El Jebli antes de sobrar limpa para o arremate final de Vermeij, empatando o jogo. A loucura voltou às arquibancadas e assentos do De Vijverberg, e ficou maior ainda tão logo o segundo tempo começou, porque aos dois minutos, Driver cruzou e a bola chegou novamente (agora sem desvios) para Vermeij, que desviou para as redes, virando o placar. Jogando melhor de novo, o time da casa estava na rota de mais uma vitória... até que a calma do Vitesse novamente trouxe a decepção: no final, aos 38 minutos, em outro chute de longe, Lewis Baker empatou a partida para o Vites. Mesmo tendo perdido o lateral Kosuke Ota, expulso nos acréscimos, o time de Arnhem segurou um empate muito útil para suas pretensões no campeonato. Ao De Graafschap, que até merecia a vitória, resta um consolo satisfatório: agora, tem um ponto à frente do Cambuur, saindo definitivamente da última posição da tabela.

Milik recebeu nova chance nos titulares do Ajax. E a justificou, com dois gols na vitória (ANP/Pro Shots)
Ajax 3x0 Excelsior (domingo, 21 de fevereiro)

Como há várias rodadas, o Ajax entrou em campo sabendo o que tinha de fazer: ganhar, para manter-se bem perto do PSV na disputa do título holandês. Para fortalecer a troca de passes, enfraquecida com as lesões de Kenny Tete e Jaïro Riedewald, Frank de Boer escalou Nemanja Gudelj improvisado na defesa, ao lado de Nick Viergever no miolo de zaga. Na teoria, mantinha-se o 4-3-3. Na prática, um 3-1-4-2 que aumentava a posse de bola no meio-campo. Seria ótimo... se o Ajax tivesse mais velocidade ofensiva. Todavia, enfrentando um Excelsior francamente defensivo (e nem tinha como ser diferente), os Ajacieden sofreram para entrar na área. A maioria das chances veio em chutes de fora da área, como num de Riechedly Bazoer, ainda na fase inicial do primeiro tempo. De quebra, o goleiro Tom Muyters - substituindo o lesionado Filip Kurto nos Kralingers - se atrapalhou com uma bola recuada, quase permitindo o arremate de Arkadiusz "Arek" Milik. Só que a etapa inicial seguiu no marasmo. Mesmo esbanjando posse de bola, o Ajax repetia seu erro crônico: não ter velocidade nos ataques. Apenas as jogadas comuns de Amin Younes pela esquerda traziam perigo.

Foi aí que Milik apareceu. De volta aos titulares, o atacante polonês se valeu de uma jogada individual para enfim quebrar a barreira do Excelsior: aos 41 minutos, dominou a bola fora da área, deu uma bela meia-lua no zagueiro Sander Fischer e chutou forte no canto esquerdo de Muyters para fazer 1 a 0. Era o que o Ajax precisava: diante de um adversário que teve de se abrir mais (e nem assim trouxe muito perigo), os Amsterdammers conseguiram mais espaço para o toque de bola, e para acelerar as jogadas rumo à área adversária. Assim, o segundo gol não demorou muito na etapa final: aos 10 minutos, Milik quase repetiu a jogada, saindo livre e chegando à área para arrematar, desta vez no canto baixo de Muyters, ampliando a vantagem. No minuto seguinte, Rick Kruys quase marcou de cabeça, mas Jasper Cillessen defendeu sem problemas. De resto, tranquilidade para o Ajax. Que quase marcou aos 32, quando Davy Klaassen fez bela jogada, foi obstruído, mas Milik aproveitou, batendo para grande defesa do goleiro. Sem problemas: aos 40, Klaassen fez bonita triangulação com Milik e Robert Muric (estreante no time adulto), e recebeu deste na pequena área para fazer 3 a 0. Tarefa cumprida: o Ajax segue acompanhando o PSV a par e passo em busca da Eredivisieschaal.

Utrecht 2x1 Willem II (domingo, 21 de fevereiro)

O Utrecht tinha dois ex-jogadores do Willem II para tentar superar os próprios Tilburgers. Um deles, inclusive, recém-chegado: o lateral esquerdo Ruben Ligeon, emprestado nesta janela de transferências do inverno europeu. Mas foi o outro a causar mais dores de cabeça ao antigo empregador: o atacante Ruud Boymans. Já há algumas partidas, Boymans (recuperado de grave lesão no tornozelo) voltou a se destacar no ataque dos Utregs. E realçou novamente sua importância recuperada no jogo, abrindo o placar aos 31 minutos do primeiro tempo, chutando quase sem ângulo. Era um grande resultado para os mandantes: assim, chegavam à quarta posição na liga, superando Heracles Almelo e Vitesse. De quebra, no último dos 45 minutos iniciais, Boymans mandou a bola no travessão, de voleio.

Porém, a partir do segundo tempo, o Willem II começou a trazer mais perigo ao gol do time da casa, no estádio De Galgenwaard. Lucas Andersen, por exemplo, quase conseguiu o empate, mas chutou em cima do goleiro. E por sinal, o próprio arqueiro dos Utregs foi parcialmente culpado pelo gol do Willem II: aos 32 minutos, Robbin Ruiter cobrou mal tiro de meta, deixando a bola nos pés de Bartholomew Ogbeche. O nigeriano chegou à área, foi derrubado por Ruiter, e o árbitro Serdar Gözübüyük marcou o pênalti - convertido por Ogbeche, em seu primeiro gol pelo clube a que chegou em janeiro passado. Decepção para o Utrecht? Nada disso: aos 40 minutos, Boymans aproveitou a chance, marcou seu segundo gol na partida e salvou o triunfo que levou os mandantes ao quarto lugar na tabela. Se Sébastien Haller anda decepcionando nas últimas partidas, seu colega no ataque assume o protagonismo na boa fase dos Utregs.

Kuyt fez sua parte, mas o Feyenoord tropeçou de novo (ANP/Pro Shots)
Feyenoord 1x1 Roda JC (domingo, 21 de fevereiro)

Havia sete rodadas só conhecendo o amargor da derrota, a torcida do Feyenoord chegou a De Kuip com uma ideia e algumas perguntas na cabeça. A ideia: protestar (pacificamente) contra a diretoria do clube - julgada não só como inapetente, mas também como insensível aos fanáticos adeptos. E o protesto foi feito. As perguntas: como o time do Stadionclub entraria em campo? Haveria mudanças - táticas e de postura? E qual seria o peso da chegada de Dick Advocaat ao clube, ocorrida durante a semana, para ser o conselheiro da comissão técnica? Pois bem: o começo do jogo respondeu que o Feyenoord passou por mudanças táticas, de fato. Voltou o 4-3-3, e voltaram Eljero Elia e Michiel Kramer ao time titular. Além disso, não só o peruano Renato Tapia foi escalado como volante, mas também Dirk Kuyt jogou mais recuado, como um autêntico ponta-de-lança, convertendo a base tática inicial num 4-2-1-3.

Pelo menos no primeiro tempo, deu certo. A defesa jogou segura, por três motivos: falta de qualidade do Roda JC, a maior segurança dada por Karim El Ahmadi e Tapia aos quatro da última linha, e a contenção dos laterais no avanço. E no ataque, Elia deu mais rapidez pela ponta esquerda. Mas o destaque foi mesmo o capitão Kuyt: várias vezes, ele chegou à área como elemento-surpresa, livre de marcação. Da primeira vez, cabeceou na pequena área para boa defesa de Benjamin van Leer, espalmando pela linha de fundo, aos 39. Da segunda, Kuyt apareceu na área e chutou forte para outra intervenção valiosa de Van Leer, novamente espalmando, aos 43. E do escanteio subsequente, saiu o gol: na segunda trave, Kuyt cabeceou para marcar seu centésimo gol com a camisa do Feyenoord, alegrando a torcida.

Porém, no segundo tempo, o time de Roterdã cometeu um erro: voltou controlando demais o jogo, sem o ímpeto mostrado nos primeiros 45 minutos. A não ser por um arremate de Elia, aos dez minutos, o Stadionclub criou pouco. O Roda JC percebeu que uma possibilidade se abria. Aí, foi a hora do técnico Darije Kalezic colocar no time a "arma secreta": Maecky Ngombo, que já marcara gols contra Utrecht e Ajax, também vindo do banco. O belga entrou no lugar de Kristoffer Petersson, aos 21 minutos. Bastaram dois minutos, e após cobrança de lateral, ele estava livre (não há impedimento). Assim, Rydell Poepon cruzou a bola e Tom van Hyfte a ajeitou para Ngombo, que desviou no canto esquerdo de Kenneth Vermeer: 1 a 1, no terceiro gol seguido de Ngombo após vir do banco. Aí, só restou ao Feyenoord as jogadas pelas pontas, e as entradas de Tonny Trindade de Vilhena e Anass Achahbar para acelerar a chegada ao ataque. O abafa foi forte, Achahbar chutou para fora aos 43, e Elia mandou a bola no travessão em chute forte, aos 46. Mas o empate se manteve. Azar do Feyenoord: não perdeu, é verdade. Mas também não ganhou. Segue a crise...

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