quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

810 minuten: como foi a 19ª rodada da Eredivisie

A comemoração fervilhante do gol de Joachim Andersen mostra: grande reação do Twente ao vencer clássico contra Heracles (Pro Shots)

Twente 1x0 Heracles Almelo (sexta-feira, 20 de janeiro)

Após serem derrotados na rodada passada, a primeira do Campeonato Holandês em 2016/17, os dois rivais regionais precisavam reagir. Todavia, apenas o Twente parecia ter entendido a necessidade: goleado na rodada passada, pelo Groningen (o que motivou até aquele desenho... bem... pitoresco, feito no gramado do estádio Polman), o Heracles Almelo foi presa fácil para o adversário no "Dérbi do Leste". Já aos dez minutos, veio o gol: Mateusz Klich cobrou falta, Bersant Celina dominou a bola, e cruzou para o zagueiro Joachim Andersen cabecear e fazer 1 a 0 para os Tukkers. Com Celina criando boas jogadas e os atacantes ativos pelas pontas (Dylan Seys e Yaw Yeboah), o Twente teve boas chances para ampliar - aos 32', aliás, Enes Ünal até marcou de fato, mas o juiz Danny Makkelie apitou impedimento. O Heracles só teve chances na etapa inicial com Samuel Armenteros, que arriscou uma vez ou outra, sem grande perigo.

Situação que mudou na etapa final. Com as entradas de Jaroslav Navrátil (esta, já após o intervalo) e Vincent Vermeij (aos 65'), os Heraclieden fortaleceram a presença na área ofensiva, para tentarem trazer um ou três pontos a Almelo. Quase conseguiram aos 73': Brandley Kuwas deixou a bola com Vermeij, em boa posição para o chute, mas o atacante bateu errado. A partir daí, o Twente voltou a ostentar seu domínio na partida, e criou chances para ampliar a vantagem - a maior delas, aos 83', quando Ünal finalizou na trave, e Fredrik Jensen mandou o rebote por cima do gol. Mesmo assim, a equipe da casa confirmou sua primeira vitória em 2017 sem grandes sofrimentos.

Mathias, um dos Pogbas menos famosos, espera para o cabeceio que salvou o Sparta e surpreendeu o AZ (Gerrit van Keulen/VI Images)

AZ 1x1 Sparta Rotterdam (sábado, 21 de janeiro)

Foi até surpreendente. Com uma vitória categórica sobre o Go Ahead Eagles, na semana passada, pelo primeiro jogo do returno na Eredivisie 2016/17, o AZ poderia muito bem impor seu melhor entrosamento sobre o Sparta Rotterdam. Não foi o que se viu em Alkmaar, no primeiro tempo: os Spartanen trouxeram mais perigo. Thomas Verhaar teve chances ali, Stijn Spierings teve possibilidades aqui... e a chance maior foi do atacante Paco van Moorsel, que bateu perto do gol. Porém, nada de bola na casinha para os visitantes do Roterdã.

E o AZ castigou a ineficiência aos 54': em falta cobrada para a área, Muamer Tankovic alçou a bola na cabeça de Derrick Luckassen, que mandou para as redes o 1 a 0 dos Alkmaarders. Então, em vantagem, de novo os mandantes viram maior volume ofensivo dos visitantes. Até que, aos 80', o técnico Alex Pastoor arriscou: colocou em campo o atacante Mathias Pogba, irmão mais velho de Paul, com apenas três jogos pelo Sparta na temporada. Bastou: aos 86', um cruzamento encontrou a cabeça de Pogba na área, pronta para se antecipar ao goleiro Sergio Rochet e fazer 1 a 1. Quem disse que só o Manchester United pode confiar em seu Pogba?

ADO Den Haag 1x2 Zwolle (sábado, 21 de janeiro)

A situação aqui era entre dois times em sérias dificuldades na Eredivisie - no caso do Den Haag, dificuldades dentro e fora de campo (só após entrar na Justiça o clube está conseguindo que o mecenas chinês Hui Wang pague o que prometeu). Pior: ambos perderam na rodada passada. Vencer era uma necessidade fundamental para tentar se remontar no returno. E os mandantes se iludiram cruelmente em Haia. Até porque começaram ganhando: aos 10', um cruzamento de Achraf El Mahdioui mandou a bola na cabeça de Gervane Kastaneer. E o atacante (que andou cobiçado pelo Mainz) cabeceou para as redes.

Aí começou a crueldade: em onze minutos, Kastaneer já não estava mais em campo - vitimado por uma bolada no rosto, sem ver direito com o olho esquerdo, teve de dar lugar a Dennis van der Heijden. E desde a substituição, o Zwolle cresceu no jogo. Empatou aos 38', quando Ryan Thomas deixou Kingsley Ehizibue livre na área para fazer o gol. E virou aos 56', quando Ehizibue é que fez a assistência para Nicolai Brock-Madsen finalizar. Já nem tendo jogado tão mal na derrota para o Ajax, o Zwolle conseguiu uma vitória que aumenta a boa sensação. Ao ADO Den Haag, com apenas duas vitórias nas últimas 16 partidas pela liga, só resta descrever a situação com três palavras: o caos aumenta.

Feyenoord poderia ter aproveitado mais chances. Pelo menos, Toornstra colocou uma delas no gol; vitória e liderança garantidas (Pro Shots)

Feyenoord 1x0 Willem II (sábado, 21 de janeiro)

Tão logo a partida em De Kuip começou, ficou claro: o Willem II tentaria jogar nos contragolpes, ficando em sua própria área de defesa para conter o líder da Eredivisie. Que começou a atacar cedo. Aos dois minutos, um chute de Steven Berghuis, para fora, foi inofensivo. Aos 9', a coisa começou a ficar mais perigosa: um passe de Nicolai Jorgensen deixou a bola com Eljero Elia, que bateu forte, mandando a bola na trave direita defendida por Kostas Lamprou. Porém, o lance já estava parado, por impedimento. E veio mais: aos 13', Dirk Kuyt lançou em profundidade, e Jorgensen recebeu, chutando imediatamente depois, na saída de Lamprou. A bola foi na rede - pelo lado de fora.

Em pelo menos um lance, porém, a estratégia dos visitantes de Tilburg quase deu certo. Aos 15', Jari Schuurman dominou a bola e arriscou o chute, de média distância. A bola rasteira passou perto do gol de Brad Jones. A partir daí, seguiu o recital do Feyenoord. Aos 21', quase um gol: Elia cruzou da esquerda, e Kuyt cabeceou na pequena área. Mas sua finalização foi perturbada pela marcação, e saiu fraca, diretamente para as mãos de Lamprou. A chance foi ainda maior aos 26': então, foi a vez de Kuyt cruzar. Jens Toornstra falhou no domínio de bola pela grande área, a bola quicou, mas Elia chegou rapidamente e chutou. Lamprou fez boa defesa, no reflexo. Mais três minutos, Elia chegou até a linha de fundo e cruzou. A bola passou entre Jorgensen e um zagueiro, mas Berghuis cabeceou sem direção.

Com tantas jogadas pela ponta esquerda, não impressiona que o gol tenha saído de uma delas. E saiu, enfim, aos 32'. Elia dominou a bola, se desvencilhou da marcação de Pele van Anholt e cruzou. Na grande área, sozinho, Toornstra só precisou subir e cabecear no ângulo direito, sem chances, para Lamprou.

O Feyenoord poderia ter ido até além, ao criar mais chances. Aos 37', Jorgensen virou-se na grande área, e bateu colocado. Lamprou rebateu, e a bola bateu em Elia antes que ele pudesse controlá-la, indo para a linha de fundo. Aos 43', Elia arriscou de fora da área, e Lamprou defendeu em dois tempos. O primeiro tempo terminou só em 1 a 0, mas um dado mostrava o tamanho e a clareza do domínio Feyenoorder: o chute a gol supracitado de Schuurman foi o único do Willem II nos primeiros 45 minutos.

A etapa complementar começou desanimada. Só despertou aos 55', com nova chance dos visitantes tricolores: cruzamento para a área, e Brad Jones saiu do gol para defender. Fran Sol ainda tentou aproveitar a sobra para chutar, mas o goleiro australiano do Feyenoord impediu com o corpo. Aí o Feyenoord acordou: aos 63', Rick Karsdorp carregou a bola da direita para o meio, perto da área, e passou em profundidade. Elia entrou e tocou para as redes, mas o juiz Ed Janssen anulou o gol, apontando impedimento - de fato, existente, por um braço.

Na resposta, aos 65', a grande chance que o Willem II teve para empatar em todo o jogo: Dico Koppers veio pela esquerda, cruzou, e o meio-campista Elmo Lieftink cabeceou sem marcação. Só não empatou porque o cabeceio foi fraco, e Jones conseguiu defender sem rebote. No minuto seguinte, domínio restabelecido: Kuyt recebeu de Jorgensen, pela direita, e mandou a bola na área. De primeira, Toornstra entrou batendo com força, e Lamprou rebateu no reflexo, em grande defesa para evitar o segundo gol.

E o resto do jogo seguiu assim. Perigos periódicos do Willem II: aos 71', em lançamento pelo alto, desviado de leve por Fran Sol, Erik Falkenburg entrou livre na grande área com a bola. Só não empatou porque Terence Kongolo o desarmou na hora exata - e mesmo que tivesse balançado as redes, estava impedido. E domínio claro (embora estéril) do Feyenoord. Aos 78', Berghuis bateu de longe, mandando a bola à direita de Lamprou, com perigo. Aos 85', Jorgensen veio do meio-campo com a bola dominada, driblou Darryl Lachman e chegou à grande área, mas seu chute fraco não ofereceu problemas a Lamprou.

A chance derradeira para ampliar veio aos 90' + 3: Bilal Basaçikoglu veio livre para a área, driblou Lamprou, mas foi obstruído por Jordens Peters. Conseguiu chegar à bola, mas, desequilibrado, bateu para fora, com o gol vazio. Pediu pênalti, mas Ed Janssen já dera a lei da vantagem. Jogo terminado, liderança da Eredivisie garantida por mais uma semana para o Feyenoord. Que poderia estar jogando melhor no returno, é verdade. Mas que pode ostentar duas vitórias com três gols marcados, e nenhum sofrido. Noutros tempos, atuações insípidas poderiam resultar em derrota. Mas agora é diferente. Há confiança.

Groningen 1x1 Vitesse (sábado, 21 de janeiro)

Numa partida entre dois clubes que disputam vaga na zona dos play-offs para a Liga Europa, a vitória seria extremamente importante. Deste modo, os dois clubes começaram atacando. Mas a sorte sorriu somente para o Groningen, logo aos seis minutos da etapa inicial: Ruben Yttegaard Jenssen arriscou chute de fora da área, a bola resvalou no peito do lateral direito Kelvin Leerdam e deixou o goleiro Eloy Room sem ação, indo para as redes. O time da casa estava na frente, e quase fez 2 a 0, mas o lateral direito Hans Hateboer perdeu a chance, ao cabecear para fora, livre na grande área.

Aí, foi a vez do Vitesse reagir para tentar a virada. Ainda no primeiro tempo, aos 33', Adnane Tighadouini quase empatou, mandando a bola na trave. Mas o empate só veio no segundo tempo, aos 49': Milot Rashica fez jogada individual e deixou com o meio-campista Navarone Foor, que concluiu bonito (chute colocado, no ângulo oposto) para o 1 a 1. Com a igualdade, as equipes foram saindo para o jogo. E o Vites até criou mais para a virada. Só que quaisquer aspirações ofensivas tiveram de ser contidas no final, aos 86', com a expulsão de Foor (carrinho com as duas pernas em Juninho Bacuna). E o empate no Noordlease Stadion deixou a situação de ambas as equipes inalterada.

Abraçado por Sinkgraven, Lasse Schöne pôde olhar com autoridade a torcida do Utrecht: depois do pênalti perdido, golaço para dar a vitória ao Ajax (ANP/Pro Shots)

Utrecht 0x1 Ajax (domingo, 22 de janeiro)

O Utrecht era um adversário relativamente temível para o Ajax. Não só pela invencibilidade de dez jogos nesta temporada da Eredivisie, mas principalmente pela sequência dos Utregs contra os próprios Ajacieden: desde 2008 o time de Amsterdã caía no estádio Galgenwaard, que teve de visitar novamente no domingo. Para tentar pôr fim à má sequência, o vice-líder da liga tentou fazer o que sempre faz: impor seu estilo de jogo, pressionando o adversário contra a própria área, além de manter a posse de bola para tentar acelerar o ritmo.

Em Utrecht, o Ajax mostrou algo a mais para tentar o gol: apostou muito nas jogadas pelas pontas. Com um atacante pelos lados, aliás, veio a primeira chance: aos 17', Anwar El Ghazi recebeu lançamento na grande área, chutou para fora. Depois, veio outra alternativa para que os Godenzonen transformassem a posse de bola muito maior em gols: os chutes de fora da área. Foi assim que Hakim Ziyech tentou, aos 21', mandando a bola por cima das traves defendidas por David Jensen.

Todavia, se o Ajax atacava, não conseguia nada contra o Utrecht. Primeiro, porque o miolo de zaga do time da casa se mantinha compacto, impedindo ações efetivas de Davy Klaassen e Lasse Schöne - e, atento, impedia o avanço pelas pontas. Depois, porque os Utregs foram aproveitando os espaços deixados pelos visitantes para também darem suas estocadas. A primeira, aliás, foi a mais perigosa de todas: aos 29', Nacer Barazite veio livre pela esquerda, cruzou rasteiro, e Richairo Zivkovic escorou no travessão.

A chance perdida por Zivkovic (emprestado pelo Ajax, aliás) abriu o período mais empolgante do jogo, com ataques de parte a parte. Começou com o Ajax: aos 38', novo chute de longe de Ziyech, por cima. E no minuto posterior, Amin Younes dominou a bola pela esquerda e fez o que é comum dele: carregou, passou pelos zagueiros, e arrematou - para fora. Aí, foi a vez do Utrecht contragolpear perigosamente. Na primeira, um jogador Ajacied até "ajudou": aos 40', em má saída de bola, Klaassen foi desarmado, e a pelota sobrou com Barazite, que perdeu grande oportunidade: livre na meia-lua, chutou por cima, com desvio em Nick Viergever. E aos 42', Ayoub cruzou, e Sébastien Haller completou próximo à primeira trave, para fora. Todavia, a etapa inicial terminou com o Ajax quase recebendo um empurrão da sorte: Ziyech mandou novamente de longe, Jensen defendeu com dificuldades, a bola espirrou e bateu no travessão.

O segundo tempo começou mais lento, com algumas escaramuças ofensivas do Utrecht, mas sem nada de emocionar. Isso só aconteceu aos 60'. E foi para o Ajax: Younes recebeu pela esquerda, começou sua jogada típica à la Robben, tentou o chute na grande área, e a bola bateu na mão de Barazite. Mesmo que o lance tenha sido involuntário (o chute foi veloz demais), o juiz Bjorn Kuipers não pestanejou: pênalti. Oportunidade de ouro para o Ajax. Que foi desperdiçada por Schöne: o meio-campista dinamarquês cobrou a bola alta, no meio do gol, e ela saiu por cima do travessão.

O impacto do pênalti perdido foi claro para os visitantes. Não só porque a torcida do Utrecht começou a zombar, gritando "obrigado, Schöne", mas também porque o poderio ofensivo diminuiu bastante. Apenas tentativas aqui e ali. Aos 64', foi Ziyech, para fora. Aos 71', Younes fez o de sempre: veio da esquerda, cortou para o meio nas imediações da grande área, e bateu: de novo, para fora. Justin Kluivert voltou a sair do banco, mas também não se destacou. Com a aparente desmotivação, quase o Utrecht abriu o placar, aos 81': em jogada insistente (ganhou a bola dos defensores por duas vezes), Ayoub conseguiu avançar. Deu a bola a Barazite, na meia-lua, e o camisa 10 dos Utregs deixou à feição para que o lateral Giovanni Troupée batesse com força, sobre o gol de André Onana.

Parecia que o jogo ficaria no empate, deixando o Ajax longínquos sete pontos atrás do líder Feyenoord. Mas aos 83', o destino deu uma segunda chance a quem perdera a primeira - e esta foi aproveitada. Ziyech cobrou falta rente à linha de fundo, da direita, Haller tirou de cabeça na pequena área. E Schöne aproveitou para calar a torcida do Utrecht e consertar o pênalti perdido da melhor maneira possível: com um gol. E que gol! O camisa 20 aproveitou a sobra deixada por Haller e, de bate-pronto, mandou uma bola indefensável no ângulo esquerdo de Jensen. Golaço, que justificou plenamente o gesto de Schöne, "querendo ouvir" os gritos da torcida do Utrecht, agora que tinha feito o gol sofrido, mas salvador, do Ajax. Após o apito final do 1 a 0, o técnico Peter Bosz descreveu bem a partida: "Foi difícil, mas foi justo [o resultado]".

Excelsior 1x1 Go Ahead Eagles (domingo, 22 de janeiro)

Mesmo jogando fora de casa, o GAE não se acanhou. Abriu o placar logo aos nove minutos do primeiro tempo. Jarchinio Antonia veio pela direita, cruzou, e o espanhol Pedro Chirivella (vindo nesta janela de transferências, por empréstimo do Liverpool) cabeceou para as redes. Só aí o Excelsior despertou. Aos 12', o estreante Jordy de Wijs (zagueiro cedido ao Excelsior pelo PSV, por empréstimo) cruzou, e Fredy cabeceou perigosamente. Aos 15', Terell Ondaan deixou a bola com Fredy, e este tentou o passe para Nigel Hasselbaink. Havia muita gente na área, mas a bola afinal chegou a Hasselbaink. E o atacante chutou: com desvio num zagueiro do Roda, a bola foi para fora. A jogada foi quase repetida aos 23': Fredy lançou Hasselbaink em profundidade, e o atacante tocou por cima do gol. Enfim, aos 26', o camisa 7 dos Kralingers pôs a bola na rede: Kevin Vermeulen cruzou, e Hasselbaink só precisou desviar para o 1 a 1.

Na etapa complementar, com a entrada de Darren Maatsen, o Go Ahead Eagles foi mais ofensivo no começo. O que culminou com uma das grandes chances do jogo. Aos 63', Elvis Manu recebeu a bola, e ficou livre diante do goleiro Warner Hahn para a finalização. Porém, Manu tocou para fora, perdendo grande chance. Novamente, o Excelsior precisou sofrer para começar a criar suas chances. Elas vieram, no fim do jogo: aos 79', Hasselbaink recebeu a bola de Anouar Hadouir, chegou à grande área sem marcação, mas concluiu para fora. E aos 88', após bate-rebate, Ryan Koolwijk dominou a sobra, mas bateu fraco. E o jogo ficou no 1 a 1 - pelo menos, o Go Ahead Eagles tem o consolo de sair da última posição, com o ponto ganho.

NEC 2x0 Roda JC (domingo, 22 de janeiro)

Bem mais ativo no ataque, desde o começo o NEC foi superior em campo. E a recompensa por isso veio rapidamente. Aos sete minutos, Mohamed Rayhi foi derrubado na área por Daryl Werker, e o juiz Edwin van de Graaf marcou o pênalti. Gregor Breinburg bateu sem problemas, e fez o 1 a 0 para os mandantes. Depois dos mandantes abrirem o placar, o Roda até teve uma chance: em sua segunda partida como titular dos Koempels visitantes, Athanasios Papazoglou recebeu cruzamento de Mikhail Rosheuvel, mas finalizou errado.

A partir disso, os mandantes monopolizaram o jogo em Nijmegen, com chances de Ferdi Kadioglu, Sebastian Larsson e, finalmente, de Jay-Roy Grot, que quase fez aos 25', ao estar livre e cara a cara com o goleiro Benjamin van Leer. O Roda JC teve apenas uma chance em cobrança de falta de Adil Auassar, que foi na barreira. No segundo tempo, também não demorou muito para o NEC ampliar sua vantagem em campo. Isso aconteceu aos 56', de modo muito semelhante ao primeiro gol. Kadioglu foi derrubado na área por Frédéric Ananou, e tudo se repetiu: novo pênalti marcado pelo juiz, nova cobrança de Breinburg, novamente a bola tomou o caminho das redes. E os Nijmegenaren conseguiram manter a vantagem sem problemas, empurrando os visitantes de Kerkrade para a última posição da tabela.

O lance que aliviou o PSV no jogo maluco contra Heerenveen: Moreno desvia para a virada de 4 a 3, aos 90' (Maurice van Steen/VI Images)
PSV 4x3 Heerenveen (domingo, 22 de janeiro)

Uma partida entre o mais fragilizado dos três grandes holandeses na temporada e o "melhor do resto" tinha grandes chances de resultar no que resultou: grandes emoções no Philips Stadion. Aproveitando a vantagem de jogar em seus domínios, o PSV foi à frente rapidamente. Logo aos três minutos, Bart Ramselaar (jogando mais avançado, pela esquerda, no 4-3-3) cruzou para a área, Marco van Ginkel escorou, e Gastón Pereiro bateu forte. Contudo, o goleiro Erwin Mulder estava atento, e agarrou sem dar rebote.


Não demorou muito para o contragolpe dos visitantes da Frísia. Aos cinco minutos, a eficiência do Heerenveen rendeu o 1 a 0, já no primeiro ataque que fizeram. Sam Larsson fez uma jogada para justificar por que é um dos destaques do Fean na temporada: passou por Davy Pröpper como quis, no meio, e deu um toque sutil pelo alto. Reza "Gucci" Ghoochannejhad invadiu a área livre e sem impedimento para tocar na saída de Jeroen Zoet, colocando os visitantes na frente.

Só restava aos Eindhovenaren fazer o que fizeram: voltar a atacar incessantemente. Quase deram sorte aos 8': após saída errada de bola, Santiago Arias cruzou da direita, Luuk de Jong escorou, e Pereiro chutou forte; todavia, Doke Schmidt estava a postos em cima da linha para evitar. As bolas altas passaram a ser uma opção: aos 26', Héctor Moreno fez longo lançamento para a área, Pereiro ajeitou de cabeça para Luuk de Jong arrematar com força. Mulder rebateu para evitar o empate, e a defesa do Heerenveen afastou. No minuto seguinte, duas jogadas em sequência: Jetro Willems cobrou escanteio da esquerda, e Daniel Schwaab cabeceou no travessão. O jogo seguiu, e Van Ginkel recebeu a bola na grande área, batendo por cima do gol.

Aos 31', outro erro dos visitantes alviazuis. Mulder cobrou tiro de meta com descuido: arremessou a bola diretamente para Van Ginkel, e este deixou com Pröpper, que bateu forte e rasteiro para a defesa do arqueiro. E de tanto bater na pedra dura da defesa do Heerenveen, o PSV conseguiu o empate, aos 32': Héctor Moreno lançou a bola do meio-campo, Pröpper entrou em profundidade e tocou de cabeça, encobrindo Mulder e mandando para as redes.

Ainda assim, o volume ofensivo dos Boeren continuou altíssimo em Eindhoven. Aos 37', Willems fez um passe em profundidade a Luuk de Jong, que entrou na grande área pela esquerda, mas bateu na rede pelo lado de fora. Com tanta pressão, não demorou para a virada dos donos da casa, que veio em duas bolas cruzadas, aos 40'. Na primeira, Luuk de Jong cabeceou, e Mulder espalmou para o meio; na sequência, outra vez a bola foi alçada por Willems na área, Luuk de novo testou, mas antes de Mulder chegar, Pereiro se antecipou na pequena área e também cabeceou para virar o jogo.

Mais relaxado, o PSV começou a segurar-se na defesa. Foi o erro fatal no segundo tempo: o talentoso setor ofensivo do Heerenveen foi para cima. E conseguiu o empate com rapidez, aos 54'. Após algumas chegadas, com chutes rebatidos pelos defensores do PSV, Arber Zeneli superou a marcação de Willems pela esquerda e deixou a bola com "Gucci". Na área, o iraniano dominou e chutou cruzado, no canto esquerdo de Zoet, fazendo 2 a 2.

Aí, sim, o jogo em Eindhoven esquentou. As duas equipes começaram a criar perigo. Aos 68', o PSV atacou: Ramselaar lançou a bola para a área, e Pröpper saiu livre da marcação, chegando à área. Mas o meio-campista perdeu chance inigualável para o gol, chutando pela linha de fundo. Do outro lado, o Heerenveen ousou aos 70'. Zeneli cobrou córner da direita, a bola foi escorada de cabeça, e Schmidt entrou cabeceando, mandando rente à trave, em grande oportunidade para a virada do Heerenveen. Para os anfitriões, surgiu nova chance aos 74', mas num cabeceio fraco de Pereiro, Mulder defendeu.

Todavia, aos 76', uma grande chance apareceu para recolocar o PSV na frente. De Jong foi derrubado quase na pequena área por Schmidt, e o juiz Bas Nijhuis apitou o pênalti. Porém, o mau histórico dos Boeren nas cobranças da marca fatal reapareceu: Pereiro cobrou no canto direito, e Mulder mergulhou para defender e consumar o 13º (!) pênalti perdido do PSV, dos últimos 21 que teve em todas as competições.

Podia ficar pior para o time de Eindhoven? Podia. Aos 80', em mais um córner, Zeneli mandou novamente a bola para a área, Héctor Moreno ficou parado, e Ghoochannejhad se deslocou para cabecear forte, no ângulo esquerdo de Zoet, marcando seu terceiro gol no jogo. Desde 1978 um mesmo atacante não marcava três gols contra o PSV pelo Campeonato Holandês. E o feito de "Gucci" ia representando o virtual fim das esperanças de título para os mandantes, que ficariam onze pontos atrás do líder Feyenoord (e seis atrás do vice-líder Ajax) na tabela. Ou seja: aos donos da casa, a única opção era atacar e atacar, deixando esquemas táticos para trás.

O PSV venceu, mas "Gucci" roubou a cena: três gols em Eindhoven (Maurice van Steen/VI Images)

Podia ter dado errado. Mas era dia do "abafa" dar certo, muito certo. Aos 89', veio um empate que já seria comemorado: Schwaab chegou pela direita, lançou a bola para a área, Luuk de Jong ajeitou na meia-lua, e Van Ginkel ficou livre para entrar chutando e empatar o jogo. Mas não era o bastante. Aos 90', outra bola parada: Guardado cobrou falta da direita, e Héctor Moreno desviou levemente de cabeça. A bola foi direto para o canto direito de Mulder, fazendo explodir a torcida no Philips Stadion: 4 a 3. Uma vitória injusta, de certa forma. Mas que manteve as esperanças (remotas, mas existentes) do PSV na Eredivisie. Ao Heerenveen, fica o consolo de ter sido, novamente, osso duríssimo de roer para um grande holandês.

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