segunda-feira, 6 de novembro de 2017

810 minuten: como foi a 11ª rodada da Eredivisie

Hoegh (Heerenveen) e Sanusi disputam a bola: o empate sem gols teve mais marcação do que ataque (Pro Shots)
Sparta Rotterdam 0x0 Heerenveen (sexta-feira, 3 de novembro)

Razões para querer ganhar, não faltavam: o Heerenveen vinha de cinco derrotas seguidas, e o Sparta penava na penúltima posição. Porém, o jogo em Roterdã foi desnecessariamente desanimado, sem muitas chances. No primeiro tempo, os visitantes da Frísia ainda tentaram algo. Aos 32', Michel Vlap chutou para boa defesa do goleiro Roy Kortsmit. Aos 36', Daniel Hoegh cabeceou, forçando intervenção melhor ainda de Kortsmit, espalmando por cima da meta. E aos 39', o gol poderia ter sido até mais bonito: Martin Odegaard saiu da marcação de dois e fez o passe, mas a finalização de Stijn Schaars bateu em cima de Reza Ghoochannejhad, que "jogou de zagueiro".

Na etapa complementar, aos poucos os times foram ficando ainda mais fechados, para evitar a derrota. Nem mesmo a entrada de Henk Veerman fez com que o Heerenveen tivesse alguma relevância nas bolas aéreas. O Sparta, então, só criara oportunidades na etapa inicial (aos 25 minutos, Loris Brogno concluiu, e a bola foi interceptada por Nicolai Naess). Só a entrada de Ragnar Ache, já aos 83', representou uma tentativa final em busca do gol. Que quase veio, aos 86', quando uma bola vinda da cabeça de Ache foi tirada em cima da linha por Schaars. Mas ficou no placar o 0 a 0, numa partida em que, citando o clichê, o medo de perder tirou a vontade de ganhar.

Gol marcado, passe para outro tento, pênalti sofrido, reclamações, cartão vermelho... Weghorst foi o nome da vitória do AZ (Gerrit van Keulen/VI Images)
AZ 3x2 Willem II (sábado, 4 de novembro)

O Willem II já chegou a Alkmaar alegre: ainda na quinta, soube-se que o tumor descoberto nos testículos de Fran Sol era benigno, e que o espanhol deve voltar rapidamente aos treinamentos. Fran estava junto à torcida no estádio AFAS, de Alkmaar, e fez falta no primeiro tempo: o AZ chegava ao ataque constantemente. Só não finalizava. E aí, a eficiência dos visitantes tricolores foi maior: aos 25', Freek Heerkens cruzou, e Ben Rienstra fez 1 a 0 para o Willem II, também comemorando com emoção (Rienstra passou por problemas particulares, relacionados à saúde dos familiares e já resolvidos). Porém, não demorou muito e a maior pressão dos Alkmaarders resultou no empate. Aos 25', Jordens Peters agarrou Wout Weghorst na área, o juiz Kevin Blom marcou o pênalti, e Wout Weghorst cobrou bem para o 1 a 1.

Sem um importante atacante - Etien Velikonja saíra lesionado ainda no primeiro tempo -, o Willem II virou presa fácil no segundo tempo. Não demorou para a virada do AZ, aos 54': Weghorst deu de calcanhar para Guus Til concluir e fazer 2 a 1. Com um pênalti sofrido e um passe para gol, sem contar o trabalho que dava à zaga do Willem II - e ao árbitro, diga-se de passagem -, Weghorst confirmava porque é o destaque da equipe na temporada. E completou isso com o 3 a 1, aos 64', tocando na saída do goleiro. No final do jogo, os Tricolores ainda ganharam alguma esperança de empate com o segundo gol, aos 85' (Ismail Azzaoui). De quebra, no minuto seguinte, Weghorst recebeu punição pelas tantas que fez no jogo, com o segundo cartão amarelo e a expulsão. Mas já era tarde para evitar a vitória que mantém a boa campanha do AZ na temporada.

A boa campanha do Excelsior se baseava nas vitórias fora de casa. Enfim, nesta rodada os Kralingers venceram uma dentro dela (Den Breejen Fotografie/VI Images)
Excelsior 1x0 Roda JC (sábado, 4 de novembro)

Vencer fora de casa, tudo bem: grande parte dos pontos da campanha promissora do Excelsior vêm dos triunfos como visitante. O problema era conseguir a primeira vitória no próprio estádio. E os Kralingers começaram tendo certas dificuldades contra um Roda que também buscava sair da última posição. Sem chances criadas, o primeiro tempo já ia para o seu final, sem emoção. Até os 36', quando os Koempels visitantes ficaram com 10 jogadores no Van Donge & De Roo Stadion: Mikhail Rosheuvel impediu um contra-ataque derrubando Zakaria El Azzouzi e levou o cartão vermelho. Bastou para o Excelsior aparecer um bocadinho mais no ataque.

E ainda antes do intervalo, aos 42', veio o gol dos Kralingers, com Luigi Bruins completando jogada no meio-campo. No segundo tempo, o Roda JC só teve uma chance digna de nota para empate: aos 57', Adil Auassar cobrou falta, e Dani Schahin perdeu a bola por um triz. Já o time da casa teve oportunidade ainda mais valiosa para garantir o triunfo, com um pênalti aos 78' (falta de Christian Kum em El Azzouzi). Mas Bruins mandou a bola nas mãos do goleiro Hidde Jurjus, em má cobrança. De todo modo, o Excelsior conseguiu o que desejava: sua primeira vitória em seus domínios, e a sequência de bons resultados.


Kuwas mereceu as saudações na vitória do Heracles: participou dos dois gols (ANP/Pro Shots)
Heracles Almelo 2x1 Groningen (sábado, 4 de novembro)

O Groningen chegava para o jogo em Almelo sob pressão: já eram cinco jogos sem vitória (quatro derrotas e um empate). Pelo começo, a torcida dos visitantes ficou com esperanças - aos 13', Lars Veldwijk chutou a bola na trave. Azar: no minuto seguinte, tais esperanças sofreram forte golpe, com o primeiro gol do Heracles, em boa jogada de Brandley Kuwas, finalizada por Reuven Niemeijer. Os Groningers, então, tiveram de reagir. Conseguiram: as chances aumentaram. Aos 20', Niemeijer tirou uma bola de Samir Memisevic em cima da linha, e Veldwijk só não empatou aos 35' porque Dries Wuytens impediu seu arremate na hora exata. Enfim, aos 44', a merecida igualdade: Jamiro Monteiro cometeu pênalti ao por a mão na bola, e Veldwijk mandou a bola nas redes pela cobrança que fez.

No segundo tempo, todavia, os Heraclieden buscaram mais a frente do placar. Já aos 48', Sergio Padt precisou fazer boa defesa em arremate de Monteiro. Depois, aos 55', Kuwas apareceu pela direita, driblou Django Warmerdam, mas seu cruzamento foi interceptado pelo goleiro do Groningen. Aos 60', foi a vez de Memisevic evitar uma finalização no momento crucial, impedindo o gol de Kristoffer Peterson. Só um contragolpe com Veldwijk, aos 70', representou uma tentativa dos visitantes. O equilíbrio crescia cada vez mais. Mas a vitória se aproximou do Heracles numa jogada de Kuwas: aos 82', sofreu um pênalti de Warmerdam. O zagueiro Jeff Hardeveld bateu, e Padt evitou de primeira, mas o rebote ficou nos pés de Hardeveld, que fez 2 a 1 - e prolongou a crise do Groningen, agora 15º.

VVV-Venlo e NAC Breda buscaram a vitória, mas faltou talento (Pro Shots)
VVV-Venlo 0x0 NAC Breda (sábado, 4 de novembro)

O que se viu nos 90 minutos disputados em Venlo, no estádio De Koel, justificou porque o NAC Breda ainda peleja nas últimas posições da Eredivisie - e porque o VVV ainda precisa comer um pouco de arroz com feijão, para sonhar com coisa melhor, mesmo com o bom começo de temporada. A partida quase não teve emoções, só valendo pela reação do goleiro Lars Unnerstall. Após falhas decisivas na rodada passada, o arqueiro alemão dos Venlonaren fez a grande defesa do jogo, aos 51', num voleio de Giovanni Korte. De resto, só um pênalti reclamado por Rai Vloet aos 82'. Mais nada.

Houve tempo para o gol de El Ahmadi evitar mais uma derrota. Mas ainda há tempo para o Feyenoord reagir, depois de novo tropeço? (feyenoord.nl)
ADO Den Haag 2x2 Feyenoord (domingo, 5 de novembro)

Sequer foram necessários mais de 40 segundos de jogo em Haia para que o time da casa mostrasse que, em cima dele, o Feyenoord não teria facilidade para acabar com a crise. Tyronne Ebuehi cruzou da direita, e Jeremiah St. Juste afastou antes que o a bola causasse mais perigo. E sequer foram necessários mais de quatro minutos para que o atual campeão holandês falasse grosso, fazendo 1 a 0. Steven Berghuis dominou a bola invertida perfeitamente por Renato Tapia, e passou a Bart Nieuwkoop, que vinha pela direita. E sozinho, o lateral cruzou, para que Nicolai Jorgensen desviasse de cabeça, no canto direito, abrindo o placar.

O equilíbrio, então, percorreu todo o primeiro tempo. Aos 8', Lex Immers subiu livre em escanteio, cabeceando rente à trave esquerda de Brad Jones. O camisa 10 do Den Haag ainda bateu de longe, aos 12', para fora. A resposta Feyenoorder veio aos 23': Nieuwkoop partiu do meio-campo após triangulação com Berghuis, e cruzou, mas Jorgensen arrematou errado: a bola saiu pela linha de fundo, em chute torto. Porém, aos poucos os anfitriões ousaram mais. Aos 33', após Melvyn Lorenzen carregar a bola pela esquerda, os jogadores auriverdes trocaram passes perto da área, até Becker dominá-la e cruzar. Erik Falkenburg completou, e o empate só não veio por causa de um desvio em Nieuwkoop, na pequena área. O Stadionclub respondeu em jogada parecida, completada por Jorgensen para a defesa de Robert Zwinkels, aos 36'. E chegou até mais perto do gol aos 43': Sam Larsson (de novo titular) driblou dois, passou a Jorgensen, e o dinamarquês deixou para Berghuis tentar. A bola foi no contrapé de Zwinkels, saindo pela linha de fundo.

Todavia, na sequência, aos 44', uma jogada aparentemente já encerrada virou enfim o gol de empate dos mandantes. Um cruzamento de Becker parou em Jones, de novo, e El Ahmadi afastou. Na sobra, ainda perto da área, Aaron Meijers resolveu brilhantemente: dominou, tabelou com Abdenasser El Khayati, entrou na área e bateu de voleio para o 1 a 1 - seu primeiro gol em dois anos. Talvez até possa ser chamado de golaço, pela troca de passes e pela finalização ousada.

Jogadores celebram o gol de Meijers: Den Haag cresceu, e até merecia ter vencido (Tom Bode/VI Images)
O Feyenoord, então, buscou atacar para retomar a vantagem, no segundo tempo. Aos 47', Berghuis finalizou em diagonal, mas Zwinkels defendeu com firmeza. Um minuto depois, quem tentou foi Larsson, da meia-lua, mas o goleiro do time de Haia também agarrou. A resposta veio aos 50', em cabeceio de Falkenburg pego com certa dificuldade por Jones. Lorenzen também arriscou para o Den Haag, aos 54'. E no minuto da sequência, veio o gol da virada: após cobrança de escanteio, El Khayati mandou para a área. Falkenburg desviou de cabeça, tirando a bola do alcance de Jones (que já saíra mal do gol, a bem da verdade). E Wilfried Kanon, na pequena área, completou para o 2 a 1.

Restou aos Rotterdammers atacar. Já aos 56', El Ahmadi arrematou colocado para Zwinkels espalmar. Berghuis quase empatou aos 61', completando cruzamento de Larsson por cima do travessão. Mas o ânimo Feyenoorder foi amainando - depois, só tentaram algo Tonny Vilhena - aos 72', arrematando para fora - e Boëtius - aos 80', cabeceando para a linha de fundo, após jogada em que se pediu pênalti em Larsson. O Den Haag chegou a quase marcar o terceiro num voleio de Becker, aos 82'. Até que aos 86', quando pouco se acreditava num empate, El Ahmadi foi ao resgate: tabelou com Jorgensen, entrou na área pela direita e tocou para fazer 2 a 2. Berghuis ainda teve a virada nos pés por duas vezes nos acréscimos - em ambas, chutou para fora. Pelo menos, sobrou um ponto. A única coisa que se salvou, em mais uma rodada decepcionante do Stadionclub.

Em plena Amsterdam Arena, o camisa 10 Labyad mereceu todo o destaque: primeira vitória do Utrecht contra o todo-poderoso holandês fora de casa, desde 2012 (Pro Shots)
Ajax 1x2 Utrecht (domingo, 5 de novembro)

Já aos 30 segundos, houve razões para a torcida se assustar na (ainda) Amsterdam Arena: lançamento alto, Gyrano Kerk superou Maximilian Wöber na corrida, driblou André Onana e completou, mas Wöber se recuperou e tirou em cima da linha. No escanteio que se seguiu, Onana teve de trabalhar, rebatendo o cabeceio de Ramon Leeuwin. O Ajax apareceu aos 4': após passe de Hakim Ziyech, Siem de Jong - recebendo chance como titular - arriscou, para fora. Mas a fragilidade Ajacied na defesa cobrou seu preço, com o Utrecht saindo na frente, aos 6'. Sander van de Streek lançou em profundidade, Kerk entrou na área com a bola e cruzou da esquerda. E Zakaria Labyad quase conseguiu perder o gol: livre, com Onana no canto oposto, escorou na trave. Para sua sorte, a bola voltou diretamente nele, que tocou para as redes, no 1 a 0 dos Utregs.

Em desvantagem, os donos da casa começaram a tentar impor o velho estilo: aproximação da área com troca de passes, para criar chances a partir daí. Aos 11', Kasper Dolberg (outro a começar jogando) chutou, mas a bola perdeu a força ao desviar em Willem Janssen, chegando fácil para a defesa de David Jensen. Aos 18', Jensen teve de sair para afastar a bola da área, num escanteio. Aos 20', numa cobrança de falta de Ziyech, que parou na barreira. Na sequência, quando David Neres fez ótima jogada pela direita, mas cruzou para ninguém. E aos 23', em batida torta de Amin Younes. Melhor fez Lasse Schöne: aos 29', o dinamarquês arrematou para fora, trazendo mais perigo. No minuto seguinte, Ramon Leeuwin afastou de cabeça o desvio de Siem de Jong.

O Utrecht só apareceu em tentativas esporádicas de contragolpe - como aos 39', quando Urby Emanuelson (de volta à Amsterdam Arena em que surgiu) cruzou, e Onana se antecipou para defender. E a pressão Ajacied rendeu resultado com o gol, aos 42', numa jogada incomum: envolvendo três defensores, com bolas altas, aos 42'. Joël Veltman mandou para a área, Matthijs de Ligt escorou, e Nick Viergever tirou a bola do alcance de Jensen para o empate necessário dos Godenzonen. Nos acréscimos, até poderia ter vindo a virada: David Neres ainda tentou chute rasteiro nos acréscimos, mas Jensen pegou.

Viergever consegue o desvio para o empate: único momento de esperança, num Ajax lento como de costume (Pro Shots)
No segundo tempo, o Ajax insistiu no "ataque contra defesa", e o Utrecht também seguiu acreditando nos contra-ataques. Isso se provou com duas chances de lado a lado, aos 54'. Na primeira, Onana fez grande defesa, em voleio de Kerk; na sequência, Dolberg cruzou deixando Amin Younes (de volta) em frente ao gol vazio para finalizar, mas o alemão mandou por cima da meta. Os Ajacieden seguiram tentando aos 61', em lançamento de Schöne que passou pela área sem ninguém alcançar. O Utrecht respondeu com Kerk, em bola na área interceptada por De Ligt, aos 64'. Aos poucos, o ritmo foi diminuindo. Trocando passes em excesso, como (quase) sempre, o Ajax não achava espaço - só tentou algo aos 70', quando Siem de Jong desviou escanteio para fora.

Era a hora do Utrecht: melhor postado, o time visitante foi achando os espaços na defesa dos Godenzonen. E trazia perigo. Principalmente aos 71': Emanuelson avançou pela esquerda, cruzou, e Yassin Ayoub desviou de cabeça, mandando na trave de Onana. No minuto posterior, Labyad cobrou falta com força, e Onana encaixou a bola. Veio a contrapartida do Ajax, aos 77': Ziyech cobrou falta, e a bola saiu rente à trave esquerda de Jensen. No minuto seguinte, Younes chutou colocado, mas Willem Janssen desviou de cabeça para a linha de fundo. Ainda assim, parecia pouco, frouxo até.

E a falta de agudez do time da casa na Amsterdam Arena cobrou seu preço definitivo aos 84', com o Utrecht fazendo o gol da vitória. E um bonito gol: pela direita, Sean Klaiber passou como quis por Younes, cruzou, e Labyad dominou no lado oposto da área, driblou facilmente De Ligt e chutou na diagonal, no canto esquerdo de Onana, para o 2 a 1. No desespero, o Ajax quase alcançou o empate aos 89', com Ziyech mandando a esférica na trave. Mas não deu para evitar a vitória de que o Utrecht precisava para falar que ainda está vivo e pode reagir. E uma derrota que prova o quão melancólica é a temporada do Ajax.

Vitesse e Zwolle se protegeram mais e criaram menos: passaram longe do gol no 0 a 0 (ANP/Pro Shots)
Vitesse 0x0 Zwolle (domingo, 5 de novembro)

Tentando afastar a ressaca da derrota em casa pela Liga Europa, o Vitesse tinha um grande estímulo na partida: era jogo direto pela terceira posição, para tentar cortar o barato do Zwolle. Só que a partida no estádio Gelredome, em Arnhem, não mostrou nenhuma dessas emoções esperadas. No primeiro tempo, o Vites até teve a bola nos pés, mas os Zwollenaren é que tiveram mais chances. A maior delas, aos 25': Younes Namli saiu da marcação de Thomas Bruns, pela direita, e cruzou. A bola saiu rápida demais, e Erik Israelsson chegou a um triz da linha, para completar.

O time aurinegro já estava sem muita criatividade no meio-campo, e isso piorou com a perda de Bruns, ainda no primeiro tempo (lesionado, deu lugar a Mason Mount, aos 37'). Mas houve como criar um grande perigo aos visitantes azuis, no segundo tempo: aos 63', Milot Rashica cobrou falta, Diederik Boer rebateu, e ainda se recompôs para evitar o gol de Tim Matavz no rebote, com grande defesa. Foi a última emoção num jogo que prometia muito, mas não mudou nada na tabela.

O PSV suou, contra um Twente batalhador: três vezes fez o gol, três vezes sofreu o empate. Mas afinal, veio a vitória e a vantagem larga na ponta (ANP/Pro Shots)
PSV 4x3 Twente (domingo, 5 de novembro)

O PSV tinha a faca e o queijo na mão: era vencer o Twente (com Gertjan Verbeek protegendo a defesa num 4-2-3-1, em sua estreia treinando os Tukkers) e abrir oito pontos de vantagem na liderança. E o começo foi promissor. Aos 3', a queda de Hirving Lozano até assustou, com o mexicano sentindo dores no tornozelo. Mas ele se recuperou, o jogo seguiu, e a primeira chance veio aos 6', num chute cruzado de Santiago Arias para a defesa do arqueiro Jorn Brondeel. A superioridade do PSV era clara, e só faltava achar um espaço na defesa do Twente, bem fechada. O espaço foi achado aos 14': após Peet Bijen afastar mal a bola, Steven Bergwijn dominou a bola perto da área, e passou em diagonal a Jürgen Locadia, que entrava pela esquerda. O atacante, livre, completou na saída de Brondeel, e fez 1 a 0.

A vantagem quase foi ampliada aos 16': Arias alçou a esférica na área, e só o desvio providencial de Thomas Lam impediu que Locadia ou Lozano chegassem para finalizar. Mas justamente quando os Boeren pareciam tranquilos para buscarem a vitória, veio o empate do Twente, aos 21'. Num escanteio cobrado por Michael Liendl, a bola foi parar na cabeça de Stefan Thesker, que mandou à direita do goleiro Jeroen Zoet, sem nada poder fazer para evitar o 1 a 1. Com a igualdade, a partida ganhou em equilíbrio, e as duas equipes tiveram chances.

O Twente cresceu aos 26': Tom Boere superou Jorrit Hendrix na corrida, mas o volante do PSV conseguiu evitar o chute na hora exata. Mas aos 29', Brondeel teve sorte: após receber de Locadia, Arias cruzou, e a pelota passou por trás do goleiro do Twente, rente à linha, sem que ninguém aparecesse para concluir. Bergwijn arriscou aos 34', batendo de fora da área, para Brondeel rebater - Lozano ainda tentou conferir na sobra, mas Thesker afastou para escanteio. Na sequência, um rápido contra-ataque deixou Hidde ter Avest livre pela direita. O lateral cruzou, Nicolas Isimat-Mirin afastou parcialmente, e Fredrik Jensen chutou para fora, em boa chance de virada para os Tukkers visitantes. E houve tempo para um novo arremate em diagonal de Locadia, que passou perto, aos 41'.

Thesker representou bem o esforço do Twente no jogo: empatou, comandou a defesa... mas teve azar no gol contra que definiu o jogo (Pro Shots)
Para recolocar as coisas em ordem no segundo tempo, o PSV buscou passar à frente já aos 47': de fora da área, Marco van Ginkel bateu forte, mandando a bola no travessão de Brondeel, em grande chance dos Eindhovenaren. Mais três minutos, e de novo o camisa 10 apareceu, cabeceando no canto direito de Brondeel - o goleiro se esticou e conseguiu desviar a bola, que bateu levemente na trave. Até mesmo um desvio errado de Thesker, aos 51', quase recolocou os mandantes na frente. Aos 54', Arias tabelou com Locadia e entrou livre na área - mas ao invés de cruzar, chutou sem ângulo, em cima de Brondeel. Segundos depois, Gastón Pereiro cabeceou para fora. Até que aos 61', de tanto bater na pedra dura que era a defesa do Twente, o PSV a furou. Podia até ter sido de uma forma mais clara, já que o pênalti marcado por Dennis Higler foi altamente duvidoso - Ter Avest não agarrou Bergwijn com tanta força assim. Mas o juiz marcou, e Van Ginkel apareceu de novo em hora decisiva, cobrando muito bem, no canto oposto ao de Brondeel, para o 2 a 1.

Parecia estar tudo definido. Não estava, como Thomas Lam mostrou aos 68': o meio-campista finlandês recebeu passe de Fredrik Jensen e arrematou forte, no canto direito de Zoet, para empatar novamente o jogo. Todavia, aos 72', as coisas pareceram voltar ao lugar com o terceiro gol do PSV. Mais um escanteio cobrado por Pereiro, da direita, e Luuk de Jong (recém-entrado no lugar de Bergwijn) fez algo que sabe bem: cabecear. No canto direito de Brondeel, para fazer seu primeiro gol desde 11 de março. Mas se havia dúvidas da maluquice do jogo, elas se acabaram aos 76', com o terceiro empate do Twente. De novo, num chute fora da área, Jensen arrematou rasteiro. Mandou no canto esquerdo de Zoet para o merecido 3 a 3.

Locadia, Lozano e Pereiro ainda tiveram chances depois, mas o PSV parecia cansado de tentar vencer e sempre ser surpreendido na defesa. Porém, um jogo tão cheio de alternâncias e irregularidades só poderia ter um fim inesperado: aos 90' + 1, num contragolpe sem velocidade, Locadia chegou com a bola pela esquerda, cruzou rasteiro, e Thesker tentou se antecipar. Acabou mandando a bola contra o gol do colega Brondeel: 4 a 3. Enfim, por linhas tortas, o time de Eindhoven chegava à vitória tão desejada. Está com a liderança cada vez mais consolidada. Mas ficaram os avisos.

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