A celebração do gol de Memphis Depay foi o único motivo de animação da Holanda, num amistoso vagaroso (Pro Shots) |
Nos primeiros minutos após o juiz francês Ruddy Buquet apitar, até houve o temor de que a Holanda fosse repetir vexames anteriores. Impondo mais velocidade, e tendo mais espaço diante da habitual desorganização das linhas defensivas holandesas, a seleção comandada pelo interino Malky Mackay criou mais chances. Por exemplo, aos 8', quando Matt Philips chegou bem à área, mas chutou em cima de Karim Rekik - na sobra, John McGinn ainda arriscou de novo, mas Nathan Aké fez um corte providencial.
Aos 11', o perigo corrido pela defesa laranja foi ainda maior: após lançamento longo, Philips dominou a bola, e superou a marcação de Virgil van Dijk na área. Para completar, Jasper Cillessen ficara indeciso na saída de gol - mas conseguiu se recompor a tempo de fazer a defesa, em cima da linha. Mesmo errando nos toques finais, os escoceses insistiam. Fosse na cobrança de escanteios, fosse com chutes de fora - como aos 36', quando Kieran Tierney (talvez o melhor escocês em campo) arriscou de fora da área, e Cillessen precisou espalmar para o lado.
Na hora de recuar, a Escócia se fechava num 4-4-2 bem compactado. E a Holanda caía na armadilha da qual não consegue se desvencilhar: ficar sem espaço para trocar passes (o que só aconteceu aos 9', entre Ryan Babel e Quincy Promes - Babel foi desarmado logo que chegou à área). Quando os passes saíam, a zaga estava alerta para evitar - como aos 18', quando Memphis Depay mandou bola alta, mas Tierney impediu a chegada de Promes para a conclusão. Sem contar os erros próprios da Oranje - como aos 28', quando Daley Blind recebeu a bola numa cobrança ensaiada de escanteio e chutou para muito longe.
Com a empolgação incipiente da Escócia, aos poucos, o espaço foi aparecendo. Aos 35', enfim, um chute a gol. Promes passou a Memphis Depay, que dominou e finalizou da entrada da área, fraco, para a defesa de Craig Gordon. Pouco depois, aos 40', com o time anfitrião trocando passes no ataque, houve um erro. Era a chance para o contra-ataque, e a Holanda não a perdeu. Depay retomou a posse, serviu a Wijnaldum, este passou a Babel (impedido). Na área, o camisa 9 cruzou para Memphis Depay - também em posição irregular - entrar escorando para as redes, marcando seu quarto gol nos últimos sete jogos que fez pela seleção.
Van Dijk teve algumas dificuldades com os escoceses, mas conseguiu passar incólume pelo jogo (ANP) |
A rigor, o jogo poderia ter terminado aí. Porque no segundo tempo, a Holanda não fez quase nada, só arriscando nos avanços de Nathan Aké (cuja presença no time deverá ser cada vez mais comum). De resto, a Escócia apenas tentou. Com insistentes chutes de fora da área - como o de McGinn, aos 51', que mandou a bola à direita do gol, ou o do estreante Callum McGregor, aos 68', agarrado em dois tempos por Cillessen. E com erros como o do próprio arqueiro holandês - aos 55', se atrapalhou num recuo de Van Dijk, quase permitindo a chegada de Philips.
A não ser num arremate de Kevin Strootman (capitão, com Sneijder no banco), interceptado por Tierney aos 62', a Holanda foi se fechando na área. Tomou algum sufoco aos 73' - logo após entrar em campo, Ryan Fraser dominou pela direita, superou a marcação de Van Dijk e arriscou o chute que saiu fraco, à esquerda de Cillessen. Mesmo mais esforçada, a Escócia não tinha talento para jogadas mais elaboradas. E só se aproximou de novo do gol aos 87', quando outro estreante escocês, Jason Cummings, chutou forçando boa defesa de Cillessen.
Enfim, a vitória valeu pelo recorde pessoal de Dick Advocaat (sob seu comando, foi a 36ª vitória somando as três passagens pela Oranje - igualando o recorde do inglês Bob Glendenning). E, vá lá, pelo esforço demonstrado pelo trio de ataque formado por Promes, Babel e Memphis. Mas o próprio Depay, autor do gol da vitória, reconheceu à FOX Sports holandesa: "Precisamos melhorar". E Kevin Strootman reconheceu, à emissora SBS6: "Sabemos que estamos com pouca confiança". Pelo menos, ninguém se empolgou exageradamente com uma atuação lenta demais. A ponto de dar sono.
Nenhum comentário:
Postar um comentário