quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Faltou defesa e (quase) faltou tempo

O Ajax sofrera um duro golpe do Lille, mas teve tempo para buscar a virada que Brobbey (foto) consolidou (Louis van de Vuurst/Ajax.nl)

Desde que o sorteio dos jogos da segunda fase da Liga Europa rendeu o Olympiacos grego como adversário do PSV e o Lille, líder do Campeonato Francês, como adversário do Ajax, se sabia que seriam duelos equilibrados, mas que os (únicos) representantes holandeses vivos em competições europeias tinham chances de vitória em ambos os jogos. Pois bem: para o time de Eindhoven, faltou mais firmeza na defesa, e a vitória do Olympiacos por 4 a 2 deixou a situação difícil. Já para a equipe de Amsterdã, a falta de eficiência nas chances de gol quase cobrou um preço caro - mas o Ajax conseguiu reagir a tempo, para fazer o 2 a 1 que a deixa em vantagem na volta da próxima quinta-feira.

No jogo em Pireu, na Grécia, até que o PSV começou mais perigoso. Tinha mais a bola, rondava mais o ataque... só que era opção do Olympiacos, dando preferência a bolas aéreas. Na primeira delas, a falta de atenção defensiva cobrou o preço: aos 9', Mathieu Valbuena mandou a bola para a área, e o capitão Andreas Bouchalakis cabeceou para fazer 1 a 0, deixado livre por Philipp Max. Só não teve maiores consequências iniciais porque, já aos 14', Eran Zahavi contou com a sorte para fazer 1 a 1, com seu chute sendo desviado e tirando as chances de defesa de José Sá. E foi a tônica do primeiro tempo: o PSV buscava a virada (Zahavi quase fez aos 28'), o Olympiacos retrucava na mesma moeda (Kenny Lala fez Yvon Mvogo trabalhar bem aos 30'). No caso da defesa dos Boeren, a lentidão da dupla Pablo Rosario-Ibrahim Sangaré no recuo piorava as coisas.

E as fragilidades defensivas desequilibraram tudo contra os Eindhovenaren. Um azar deu a vantagem ao Olympiacos, aos 37': um golpe deixara a cabeça de Olivier Boscagli sangrando, e enquanto ele era atendido, Yann M'Vila fez 2 a 1, em voleio de fora da área. O zagueiro francês teve de sair, substituído por Timo Baumgartl - mas Zahavi amenizava de novo, empatando de cabeça aos 40'. Porém, Baumgartl cometeu falha imperdoável nos acréscimos, e Youssef El-Arabi a puniu com o 3 a 2. Restou atacar no segundo tempo - começando com bola de Zahavi na trave, em cobrança de falta, logo aos 47'. Mas o ânimo ofensivo amainou, os espaços para o contra-ataque do Olympiacos fora cedidos... E aos 83', após lançamento longo, outro erro punido: Max rebateu nos pés de Giorgos Masouras, que fez o 4 a 2 da sétima vitória seguida do time alvirrubro grego na temporada. Só restou à torcida criticar acidamente a péssima atuação defensiva, com Baumgartl como "preferido". E a Roger Schmidt, lamentar os erros: "É inaceitável". Mas há esperança: "Embora eu respeite o Olympiacos, não estamos mortos". 

O cenário na Grécia foi este: o Olympiacos de El-Arabi (na frente) comemorando, o PSV de Mvogo e Max, atrás, lamentando os erros defensivos (Pro Shots)

Estar vivo foi o que o Ajax provou na França, embora o primeiro tempo do jogo contra o Lille tenha sido por demais truncado. No entanto, se algum time tentou mais o gol, foi o neerlandês. Principalmente com Antony, que chutou aos 22', aos 28' e aos 36' (todos os arremates, defendidos por Mike Maignan). Em que pesasse a ausência de Sébastien Haller, a escalação com Dusan Tadic no meio do ataque, ladeado por dois brasileiros - Antony e David Neres - trazia um pouco mais de perigo. E a defesa Ajacied mostrava segurança para resistir aos ataques do time da casa, com boas partidas de Lisandro Martínez e Daley Blind.

No segundo tempo, sim, o ímpeto ofensivo do Ajax se fez mais presente. No chute de Davy Klaassen por cima aos 48', no chute de Daley Blind por cima aos 61', no voleio do próprio Blind para fora aos 64', no chute de David Neres no travessão aos 65'... eram muitas chances perdidas, diante de um Lille apenas esperando a chance. Ela veio para os Dogues, aos 73'. Ou melhor, foi dada: na péssima saída de Nicolás Tagliafico, a bola foi entregue para Timothy Weah fazer 1 a 0. Parecia outro fim triste para o Ajax, num jogo que poderia ser vencido. Poderia, não. Foi. Porque nos últimos cinco minutos, já com algumas alterações ofensivas feitas, veio a virada. Aos 87', com o pênalti que Dusan Tadic converteu; e aos 89', com o recém-entrado Brian Brobbey aproveitando ótimo passe de Klaassen para fazer o 2 a 1 e deixar impressões desde já saudosas do que poderia ser e não será em Amsterdã.

Pelo menos, para o Ajax, ainda houve tempo para uma vitória que melhora um pouco sua situação no jogo de volta. O PSV voltará a Eindhoven lambendo as feridas de uma derrota que lhe forçará a ter atuação bem mais confiável no Philips Stadion, na próxima quinta-feira, 25.

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