quarta-feira, 8 de junho de 2022

Mudanças importantes

A Holanda teve dificuldades no 1º tempo contra o País de Gales. Mudou, melhorou... mas precisou de esforço adicional para a segunda vitória na Liga das Nações (Pro Shots)


A Liga das Nações tem lá seu caráter competitivo. Ganhar suas partidas tem lá sua importância. Contudo, pelo menos neste momento da seleção masculina da Holanda, é mais importante manter as experiências para formar o grupo dos (provavelmente) 26 convocados que irão à Copa do Mundo. A partida desta quarta, contra o País de Gales, foi prova disso: uma escalação completamente diferente da vista na goleada contra a Bélgica. A princípio, ela teve problemas. Mas antes mesmo que os titulares fossem a campo nas substituições, algumas mudanças abriram o caminho da Holanda para a vitória. E mesmo com um susto final, a busca neerlandesa foi recompensada com o 2 a 1 que a mantém na liderança de seu grupo.

Entre os nomes que começaram jogando em Cardiff, numa tática alternada (laterais ora mais avançados, configurando um 3-4-3, ora mais recuados, para o 5-3-2 que o técnico Louis van Gaal tem em mente), os escalados do lado direito foram os que deram mais problemas. Na zaga, Jordan Teze - estreando pela Laranja - já levava cartão amarelo aos três minutos, e errava mais do que o recomendável na saída de bola. Na lateral destra, Hans Hateboer cedia espaços para os avanços dos galeses. Além disso, no gol, Mark Flekken deu pelo menos um susto, ao errar uma saída de bola aos 20' (Harry Wilson chutou para fora). 

No meio-campo e no ataque, a coisa não melhorava muito. Nem Teun Koopmeiners, nem o estreante Jerdy Schouten tinham espaço para lançamentos. Com isso, Noa Lang e Cody Gakpo ficavam sem conseguir atacar, diante de uma defesa galesa forte, com até cinco jogadores. Só no decorrer do primeiro tempo as coisas progrediram para os holandeses. No fim, a primeira chance dos visitantes apareceu, num chute de Gakpo aos 45', sem contar uma tentativa desastrada de voleio de Stefan de Vrij. Mesmo com as dificuldades do começo, havia um caminho para a Holanda.

Jerdy Schouten agradou em sua estreia na seleção, ajudando bastante no meio-campo (Michael Bulder/NESImages/DeFodi Images via Getty Images)


As mudanças importantes escancararam esse caminho. Ao invés de atuar mais na ponta, Noa Lang foi recuado no segundo tempo, para ajudar na criação de jogadas. Schouten teve a boa atuação potencializada pela liberdade maior para avançar. Bastaram cinco minutos para essas alterações sutis surtirem o efeito desejado: Lang fez a jogada, Schouten passou, Koopmeiners chutou com precisão para o seu primeiro gol pela seleção. 

Iniciava-se ali o melhor momento holandês no jogo. As falhas de Hateboer e Teze foram minoradas pela boa atuação de Schouten, pelo crescimento de Koopmeiners, pela técnica de Gakpo e Noa Lang, e até pelo esforço de Wout Weghorst: mesmo sem grandes chances, o atacante se esforçava para manter a posse de bola e para ganhar as divididas, ajudando muito a equipe. Aqui e ali, entradas como a de Frenkie de Jong e Steven Bergwijn faziam crer que a equipe dos Países Baixos manteria o controle do resultado, na reta final.

Poucos sustos poderiam ser maiores, então, do que o empate de Rhys Norrington-Davies, já nos acréscimos. Em mais uma falha de marcação pela direita (Hateboer deixou o meio-campista livre para cabecear), surgiu o empate - que seria até merecido se fosse o placar final, pelo esforço galês, principalmente no primeiro tempo. Todavia, De Jong justificou de novo porque é, atualmente, o "maestro da Laranja", como a revista Voetbal International estampou em sua capa desta semana. O meio-campo da camisa 21 teve calma para achar Tyrell Malacia livre na esquerda. O lateral foi preciso no cruzamento. E livre na área, Weghorst foi premiado, fazendo o gol da vitória.

Se golear os belgas na estreia distorceu um pouco a visão, o difícil triunfo desta quarta deixou claro que a Holanda ainda tem muito a melhorar. Ainda assim, é bem melhor seguir o caminho com vitórias. Elas aumentam a sequência invicta da Laranja sob o comando de Van Gaal - nenhuma derrota nos 11 jogos desta terceira passagem. Mantêm alguma paz para o trabalho rumo à Copa. E, por último (mas também importante), conserva a liderança na Liga das Nações, rumo a dois jogos em casa. Não é uma Copa do Mundo, mas... é um torneio.

Liga das Nações da UEFA - Liga A - Grupo 4

País de Gales 1x2 Holanda
Data: 8 de junho de 2021
Local: Cardiff City Stadium (Cardiff)
Árbitro: Glenn Nyberg (Suécia)
Gols: 
Teun Koopmeiners, aos 50', Rhys Norrington-Davies, aos 90' + 2 e Wout Weghorst, aos 90' + 4

País de Gales
Danny Ward (Adam Davies, aos 46'); Connor Roberts, Ben Davies, Chris Mepham e Joe Rodon; Rhys Norrington-Davies, Harry Wilson, Joe Morrell (Rubin Colwill, aos 60') e Dylan Levitt (Matthew Smith, aos 68'); Daniel James (Rabbi Matondo, aos 77') e Brennan Johnson (Gareth Bale, aos 77'). Técnico: Rob Page

Holanda
Mark Flekken; Hans Hateboer, Jordan Teze, Stefan de Vrij, Matthijs de Ligt (Bruno Martins Indi, aos 84') e Tyrell Malacia; Noa Lang (Guus Til aos 90' + 1), Teun Koopmeiners, Jerdy Schouten (Frenkie de Jong, aos 67') e Cody Gakpo (Steven Bergwijn, aos 67'); Wout Weghorst. Técnico: Louis van Gaal

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