quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Parada obrigatória: Ajax

O Ajax começou bem o Campeonato Holandês, mas terminou pessimamente a primeira metade: fragilidade na defesa, derrotas e tropeços amargos, desconfiança geral (Rico Brouwer/Soccrates/Getty Images)

Posição: 2ª colocação, com 30 pontos (na frente pelo melhor saldo de gols)
Técnico: Alfred Schreuder
Time-base: Pasveer; Rensch, Timber, Bassey e Wijndal (Blind); Taylor, Kudus (Klaassen) e Álvarez; Bergwijn, Brobbey e Tadic (Berghuis)
Maior vitória: Ajax 7x1 Excelsior (10ª rodada)
Maior derrota: AZ 2x1 Ajax (7ª rodada) e Ajax 1x2 PSV (13ª rodada)
Copa da Holanda: estreará em janeiro, na segunda fase, contra o Den Bosch
Competição europeia: Liga dos Campeões (eliminado na fase de grupos) e Liga Europa (enfrentará o Union Berlin-ALE, na segunda fase)
Artilheiro: Steven Bergwijn (atacante) e Brian Brobbey (atacante), ambos com 8 gols
Objetivo do início: Título
Avaliação: O Ajax continua muito vivo para tentar o que seria um tetracampeonato, sim. Só que anda muito frágil defensivamente, pouco convincente nas vitórias... ou já retorna impondo respeito, ou a resistência já grande da torcida aumentará ainda mais

Havia todos os motivos imagináveis, e mais alguns, para o Ajax ter esperança de ser dominante no Campeonato Holandês - e, quem sabe, ter perspectiva de outra boa campanha na Liga dos Campeões. As contratações de Calvin Bassey, Steven Bergwijn e Brian Brobbey; as permanências de Jurriën Timber, Edson Álvarez e Mohammed Kudus; tudo isso potencializava o trabalho que Alfred Schreuder chegava para fazer. Mas ainda no início da temporada, vieram duas perdas com que Schreuder não contava, e nem a diretoria do Ajax. Primeiro, Lisandro Martínez cedeu aos desejos de Erik ten Hag e se foi para o Manchester United. Porém, foi a segunda perda para os Diabos Vermelhos a mais traumática. Antony já sinalizara desde o início do ano o desejo de sair do Ajax ao fim da temporada 2021/22. O Ajax não queria, Antony inviabilizou seu clima... e o United resolveu isso, ao colocar 100 milhões de euros no negócio e tornar o brasileiro o mais caro jogador a ser vendido na história do Campeonato Holandês. Antony saiu com a Eredivisie já em andamento. Ao contrário do que o clube esperava.

Mesmo com um início promissor, as desconfianças começaram a crescer com a virada sofrida para o AZ (2 a 1, 7ª rodada). Contra o Go Ahead Eagles, na rodada seguinte, os Ajacieden tomaram o empate num único contragolpe (1 a 1). E o jogo seguinte pela Champions representou o fim da paz: em plena Johan Cruyff Arena, 6 a 1 sofridos para o Napoli, a maior derrota em casa da história do Ajax em torneios europeus. Aí os defeitos saltaram aos olhos: a falta de criatividade ofensiva (em que pesasse o bom momento de Brobbey e a liderança de Dusan Tadic), a crônica dificuldade do time de Amsterdã em enfrentar defesas fechadas, e a fragilidade do miolo de zaga. Mesmo vitórias que vieram (como o 4 a 2 no lanterna Volendam, na 9ª rodada) correram sério risco. E a reta final de 2022 foi traumática para o Ajax no Holandês: derrota em casa no clássico para o PSV (2 a 1, 12ª rodada), empate com o Vitesse também em Amsterdã (2 a 2, 13ª rodada), o Emmen buscando empate após estar com 3 a 1 atrás (14ª rodada), e mais recentemente, a saída traumática de Daley Blind - que merecia mais consideração, pelo histórico no clube. Só uma volta imponente afastará a crise de Amsterdã.

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