sábado, 21 de junho de 2025

O guia da Holanda na Euro feminina 2025: Goleiras

(KNVB Media/Divulgação)

Daphne van Domselaar (Arsenal-ING)

Ficha técnica
Nome: Daphne van Domselaar
Data e local de nascimento: 6 de março de 2000, em Beverwijk 
Clubes na carreira: Twente (2017 a 2023), Aston Villa-ING (2023 a 2024) e Arsenal-ING (desde 2024)
Desempenho na seleção: 33 jogos, desde 2022
Torneios pela seleção: Euro 2022 (4 jogos, 5 gols sofridos), Copa de 2023 (5 jogos, 3 gols sofridos) e Liga das Nações (2023/24, 2024/25)

(Para saber mais sobre Van Domselaar, clique aqui e leia texto sobre ela no guia da Holanda na Copa de 2023)

Alguns torneios de futebol mudam a carreira e a vida de uma pessoa. Daphne van Domselaar que o diga. Em 2017, ainda adolescente, ela testemunhou das cadeiras do estádio De Grolsch Veste, em Enschede, a final da Eurocopa feminina - e o título da Holanda (Países Baixos). Cinco anos depois, Daphne não só era uma goleira estabelecida no Twente, como ia à Eurocopa feminina, ainda como reserva. Nada que o destino não mudasse: na estreia das Leoas Laranjas, um empate em 1 a 1 contra a Suécia, a titular Sari van Veenendaal fraturou a clavícula, logo no começo do 1º tempo. A goleira da camisa 16 precisou sair do banco para roubar a cena naquela Euro: com o corte inevitável da titular, "DvD" foi um raro destaque na apagada campanha neerlandesa/holandesa, com grandes defesas e agilidade elogiável. E o que parecia provisório virou definitivo: depois daquela Euro, Van Veenendaal anunciou o fim de sua carreira (decisão que tomara antes mesmo do torneio). Sem problemas: a seleção feminina da Holanda (Países Baixos) já tinha descoberto sua nova titular. E desde aquele 2022, o foguete de Van Domselaar não teve mais ré. 

No Twente em que começou a carreira para valer, se consolidou como garantia de segurança, terminando sua passagem com um título holandês na liga de mulheres em 2022/23. Na Copa que veio na sequência, a impressão foi ainda melhor: mesmo com a queda das Leoas Laranjas nas quartas de final, a goleira foi das melhores de sua posição no Mundial de Austrália/Nova Zelândia, com direito até a ser considerada a "melhor do jogo" contra a África do Sul, nas oitavas de final. Dali foi para o Aston Villa, e manteve a boa impressão num time de meio de tabela no Campeonato Inglês, superando até uma operação lombar que a tirou dos campos na primeira metade de 2024. Esta boa impressão fez com que ela desse o salto rumo a um clube de ponta da Super League inglesa - no caso, o Arsenal. Mais titular do que nunca nas Gunners, mostrando muita agilidade e elasticidade nas bolas aéreas (o apelido de "Van Domselaar Airlines", dado pela torcida do Arsenal, não é à toa), Van Domselaar teve considerável parcela de importância no título da Liga dos Campeões feminina. E chega à Eurocopa como dona absoluta da camisa 1 holandesa. Está em pé de igualdade com outras boas goleiras europeias. E será muito importante para tentar ajudar a Holanda a superar o difícil grupo nesta Euro e ir além.

(KNVB Media/Divulgação)

Lize Kop (Tottenham Hotspur-ING)

Ficha técnica
Nome: Lize Kop
Data e local de nascimento: 17 de março de 1998, em Wormer (Holanda)
Clubes na carreira: Ajax (2017 a 2023), Leicester City-ING (2023 a 2025) e Tottenham Hotspur-ING (desde 2025)
Desempenho na seleção: 15 jogos, desde 2019
Torneios pela seleção: Copa de 2019 (não jogou), torneio olímpico de 2020+1 (não jogou), Copa de 2023 (não jogou) e Liga das Nações (2024/25)

(Para saber mais sobre Kop, clique aqui e leia texto sobre ela no guia da Holanda na Copa de 2023)

É até curioso que Lize Kop, já com duas Copas do Mundo e um torneio olímpico (Tóquio-2020+1) no currículo - todos como reserva, mas isso não importa muito -, só agora vá disputar sua primeira Eurocopa. Além do mais, mesmo que as lesões que tanto lhe perturbaram na carreira tenham lhe deixado mais em paz neste ciclo, Kop também teve as suas dificuldades. Que o diga a falha que cometeu num dos gols sofridos na derrota por 2 a 0 para a Itália, na rodada de abertura das eliminatórias da Eurocopa. Ou mesmo as dores lombares que a tiraram de duas rodadas da qualificação, ambas contra a Finlândia, em maio de 2024. Essas dificuldades pareceram menores diante da evolução de Kop, titular nas partidas decisivas das eliminatórias, já que Daphne van Domselaar se recuperava de cirurgia lombar. Só pareceram: Kop se abriu em seu perfil no Instagram sobre o impacto que as lesões dos últimos anos tiveram em sua autoconfiança ("Há três anos eu sofri uma concussão cerebral que não parecia se curar (...) A cura não para quando você volta a campo, ou na academia, ou no trabalho. Às vezes, é só aí que ela começa").

Em plena forma, Kop se mostra uma goleira imponente, de força física respeitável em saídas de gol (principalmente pelo alto - mesmo que precise dar mais segurança nelas...) e em divididas com as atacantes adversárias. Além do mais, não se deve esquecer: já são seis anos de Leoas Laranjas para ela, experiência considerável. E em clubes, se não vive ascensão fulgurante como a titular, Kop também se viu cobiçada na Inglaterra: passou dois anos no Leicester City, e migrou para o Tottenham Hotspur na segunda metade da temporada passada. Em suma: Lize Kop é reserva das mais confiáveis para Van Domselaar. Tanto que, na Liga das Nações, quando Van Domselaar machucou o tornozelo no primeiro jogo contra a Áustria, Kop foi a escolha natural para a segunda partida (quarta rodada dos grupos), em abril passado. Em suma: se a oportunidade aparecer, Kop estará pronta.

(KNVB Media/Divulgação)

Daniëlle de Jong (Twente)

Ficha técnica
Nome: Daniëlle de Jong
Data e local de nascimento: 11 de outubro de 2002, em Geldermalsen (Holanda)
Clubes na carreira: PSV (2020 a 2023) e Twente (2023 a 2025 - o contrato acabou ao fim da temporada, sem renovação)
Desempenho na seleção: 1 jogo, desde 2024
Torneios pela seleção: nenhum

Eis aí uma jogadora cuja vaga na convocação para a Eurocopa feminina esteve a perigo. A bem da verdade, estava longe, mesmo, no ano passado. Até 2023, não era assim. De Jong subia de produção, era titular da seleção sub-21 (jovem) feminina da Holanda (Países Baixos), foi escolhida pelo Twente para ser a nova goleira das Tukkers e ocupar a lacuna deixada pela saída de Daphne van Domselaar. Após a Copa do Mundo passada, foi até natural que se tornasse a terceira goleira nas convocações da Holanda (Países Baixos), superando gradualmente Jacintha Weimar, terceira goleira holandesa no Mundial, para ficar abaixo de Van Domselaar e Kop na "hierarquia". Vinha sendo assim até meados de 2024 - tanto que ela chegou a ter uma chance quando as duas primeiras estavam machucadas, estreando no 1 a 0 contra a Finlândia, pelas eliminatórias da Euro, em 31 de maio do ano passado. Mas as coisas mudaram para pior, por um tempo.

Terminou uma temporada, começou outra, a galesa Olivia Clark chegou e virou titular do Twente, deixando De Jong na reserva. Também jovem, a goleira Femke Liefting (então no AZ) foi escolhida a melhor da posição no Mundial Sub-20 de mulheres, em setembro de 2024, e prontamente entrou para as convocações da seleção holandesa principal. Outras arqueiras passaram a chamar atenção de torcedores, como Regina van Eijk, que se destacou pelo Ajax e sucedeu De Jong na seleção sub-21. Enquanto isso, a antecessora ficava na reserva, perdia terreno, corria risco de perder o seu espaço nas Leoas Laranjas. Mas o tempo, só ele, restabeleceu o cenário visto até 2024. Porque bastou 2025 chegar para Olivia Clark se transferir ao Leicester City inglês, reabrindo a vaga de titular no gol do Twente para De Jong prontamente voltar a ela. Mais um pouco, e em fevereiro, Liefting se transferiu para o Chelsea - e logo depois machucou seu joelho, perdendo espaço nas convocações. Outra vaga que De Jong recuperava. E mais experimentada do que Van Eijk, de atuações mais confiáveis do que Weimar, a goleira do Twente voltou a figurar nas convocações da Holanda (Países Baixos). Foi titular nas três conquistas do clube na temporada. E estará no seu primeiro grande torneio pelas Leoas Laranjas. Algo que a deixa em vantagem, numa disputa por convocações que promete equilibrio, num país que já ganha fama de criador de boas goleiras. E tendo em vista que De Jong está sem contrato, ela está à disposição para ter sua chance numa liga competitiva.

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