Daniëlle van de Donk (London City Lionesses-ING)
Ficha técnica
Nome: Daniëlle van de Donk
Data e local de nascimento: 5 de agosto de 1991, em Valkenswaard (Holanda)
Clubes na carreira: Willem II (2008 a 2011), VVV-Venlo (2011 a 2012), PSV/FC Eindhoven (2012 a 2015), Kopparbergs/Göteborg-SUE (2015), Arsenal-ING (2015 a 2021), Lyon-FRA (2021 a 2025) e London City Lionesses-ING (desde 2025 - contratação anunciada, estreará depois da Euro)
Desempenho na seleção: 167 jogos e 38 gols, desde 2010
Torneios pela seleção: Euro 2013 (3 jogos, nenhum gol), Copa de 2015 (4 jogos, nenhum gol), Euro 2017 (6 jogos, 1 gol), Copa de 2019 (7 jogos, nenhum gol), torneio olímpico (4 jogos, nenhum gol) e Euro 2022 (4 jogos, 1 gol), Copa de 2023 (4 jogos, 1 gol) e Liga das Nações (2023/24, 2025)
(Para saber mais sobre Van de Donk, clique aqui e leia texto sobre ela no guia da Holanda na Copa de 2023)
"Eu já planejei: a Eurocopa é meu último torneio. Não quer dizer que eu vou encerrar imediatamente a minha carreira, aí ainda preciso ver." Pelo menos, foi o que Daniëlle van de Donk falou no fim de maio, durante as datas FIFA passadas. É a confirmação do que ela já indicava desde o ano passado: esta Eurocopa deve ser o capítulo final de "Daantje" pela seleção feminina da Holanda (Países Baixos), após 14 anos vestindo laranja. O que não quer dizer que ela tenha perdido importância nas Leoas Laranjas. Basta lembrar as duas últimas partidas da equipe: tanto nos 4 a 0 sofridos para a Alemanha quanto no 1 a 1 com a Escócia, nas duas últimas rodadas da Liga das Nações, foi ela quem mais tentou alguma coisa no ataque. De fato, Van de Donk ainda auxilia bem o meio-campo. Tanto na marcação, dando ajuda a Damaris Egurrola Wienke, quanto no ataque, ajudando tanto quanto Jill Roord na chegada para a finalização.
Mesmo assim, os sinais de que o tempo está passando estão no fato de algumas ausências por lesão - como ocorreu no começo do ano, quando a meio-campista se machucou contra a Alemanha, na primeira rodada da Liga das Nações. Estão no rodízio em que ela entrou, junto a outras veteranas, começando uma partida no banco de reservas, outra entre as titulares. E talvez estejam também em sua dispensa do Lyon, após o fim do contrato. Ainda assim, há quem diga que ela fez falta na dura queda do time francês para o Arsenal, na volta da semifinal da Liga dos Campeões feminina. E a transferência anunciada para o London City Lionesses, recém-chegado de forma ambiciosa à primeira divisão inglesa. Enfim: o capítulo de Van de Donk na seleção feminina holandesa está se acabando, e ela terá deixado marcas. Mas isso não significa o fim de sua carreira, como ela avisou à emissora NOS: "Eu ainda quero seguir mais um pouco".
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(KNVB Media/Divulgação) |
Jackie Groenen (Paris Saint Germain-FRA)
Ficha técnica
Nome: Jackie Noëlle Groenen
Data e local de nascimento: 17 de dezembro de 1994, em Tilburg (Holanda)
Clubes na carreira: SGS Essen-ALE (2011), FCR Duisburg-ALE (2011 a 2014), MSV Duisburg-ALE (2014), Chelsea-ING (2014 a 2015), FFC Frankfurt-ALE (2015 a 2019), Manchester United-ING (2019 a 2022) e Paris Saint Germain-FRA (desde 2022)
Desempenho na seleção: 124 jogos e 10 gols, desde 2016
Torneios pela seleção: Euro 2017 (6 jogos, nenhum gol), Copa de 2019 (7 jogos, 1 gol), torneio olímpico de 2020+1 (4 jogos, nenhum gol), Euro 2022 (3 jogos, nenhum gol), Copa de 2023 (5 jogos, nenhum gol) e Liga das Nações (2023/24, 2025)
(Para saber mais sobre Groenen, clique aqui e leia texto sobre ela no guia da Holanda na Copa de 2023)
Quem vê o ar quase sempre sorridente (a não ser durante as partidas) que Jackie Groenen costuma ostentar tem a impressão de que a volante é mais nova do que de fato é. A realidade indica: Groenen não só já tem 30 anos, rumando para completar 31 em dezembro, como tem sua experiência cada vez mais notada onde joga. A começar no Paris Saint-Germain em que joga: se não aparece tanto pela equipe francesa, Groenen foi titular absoluta dela nesta temporada 2024/25. Aliás, já é até capitã do PSG, de vez em quando. E também ostentou a braçadeira de capitã pela seleção, contra Alemanha e Escócia, no fim da fase de grupos da Liga das Nações. Talvez isso seja fruto do esforço que a meio-campista mostre na marcação, sempre disposta a perseguir suas adversárias, com carrinhos quase sempre precisos e cuidado na distribuição de bola. Se já é assim no PSG, onde é unânime que Groenen não é das mais destacadas jogadoras, na seleção feminina da Holanda (Países Baixos) é ainda mais.
Até porque Groenen costuma aparecer bem mais usando a camisa 14 - número de Johan Cruyff, seu ídolo eterno - laranja. Tem mais liberdade para avançar, até surpreendendo quando tenta o gol com chutes de fora da área, vez por outra. Na marcação, é a mais preponderante do meio-campo, e tem tanta vitalidade nisso que sua ausência é sentida quando desfalca as Leoas Laranjas. Neste ciclo até a Euro, o grande exemplo foi na Liga das Nações passada, ainda em 2023: na penúltima rodada da fase de grupos, contra a Inglaterra, em Wembley, a Holanda fez 2 a 0 no primeiro tempo, com Groenen apontada como destaque, correndo todo o meio-campo para ajudar a desarmar as inglesas. Substituída no intervalo, machucada, um espaço se abriu, e a Inglaterra virou o jogo. De lá para cá, a não ser pela partida seguinte (4 a 0 na Bélgica, pela Liga das Nações, 5 de dezembro de 2023), quando jogou pela seleção neerlandesa, a volante esteve em todos os minutos de todas as partidas. Mais uma mostra de como Groenen é fundamental para as Leoas Laranjas. Primeiro, pelo esforço na marcação, sem deixar de ajudar na saída de bola. Depois, pela experiência que só cresce. E que será fundamental não só nesta Eurocopa, como nos próximos anos, quando Groenen deverá ser uma das veteranas remanescentes.
Damaris Egurrola Wienke (Lyon-FRA)
Ficha técnica
Nome: Damaris Berta Egurrola Wienke
Posição: Meio-campista
Data e local de nascimento: 26 de agosto de 1999, em Orlando (Estados Unidos)
Clubes na carreira: Athletic Bilbao-ESP (2014 a 2020 - de 2014 a 2016, no time B), Everton-ING (2020 a 2021) e Lyon-FRA (desde 2021)
Desempenho na seleção: 40 jogos e 7 gols, desde 2022
Torneios pela seleção: Euro 2022 (3 jogos, 1 gol), Copa de 2023 (5 jogos, nenhum gol) e Liga das Nações (2023/24, 2025)
(Para saber mais sobre Damaris, clique aqui e leia texto sobre ela no guia da Holanda na Copa de 2023)
Convocável para a seleção holandesa feminina desde 2022, quando desistiu de defender a seleção espanhola (após desentendimentos com o técnico da época, Jorge Vilda) e teve de escolher entre as Leoas Laranjas e os Estados Unidos, Damaris já foi convocada para a Eurocopa daquele ano. Teve até um gol feito - contra Portugal, na fase de grupos. Mas a mudança brusca de técnico pós-Euro (de Mark Parsons para Andries Jonker) atrasou um pouco o processo em que a meio-campista ganharia seu espaço na seleção. Se no Lyon, Damaris já é absoluta no meio-campo há alguns anos, controlando a saída de bola, circulando por todo o setor e fazendo discreta e eficientemente o trabalho de marcação, na Holanda ela demorou a tomar esse espaço. Começou a tomá-lo em 2023.
Já durante a Copa daquele ano, mesmo ainda reserva, entrou em todas as partidas - e nas quartas de final, contra a Espanha, teve de ser titular com a suspensão de Daniëlle van de Donk, parceira de seleção e, até o fim da temporada, de clube. Se pareceu discreta contra a Espanha, foi simplesmente a holandesa que mais roubou bolas. E o espaço começou a aparecer na seleção (porque, no Lyon, Damaris continuou e continua firme como a principal volante). Na Liga das Nações retrasada (2023/24), ainda começou na reserva, mas no único jogo como titular, na última rodada, quando a Holanda precisava de (muitos) gols contra a Bélgica, ela marcou dois na goleada por 4 a 0 - um dos quais, garantindo a ida às semifinais, no último lance do jogo. E mesmo que ainda se alterne entre campo e banco, se uma meio-campista é necessária para ajudar na marcação sem faltas, apenas mantendo a posse de bola, Damaris é o nome na Holanda. Será na segunda Euro. Será ainda mais após ela, quando Van de Donk encerrar sua passagem pela seleção, abrindo a vaga entre as titulares que ela já faz por merecer.
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(KNVB Media/Divulgação) |
Wieke Kaptein (Chelsea-ING)
Ficha técnica
Nome: Wieke Hendrikje Maria Kaptein
Data e local de nascimento: 29 de agosto de 2005, em Hengelo (Holanda)
Clubes na carreira: Twente (2021 a 2024) e Chelsea-ING (desde 2024)
Desempenho na seleção: 20 jogos e 2 gols, desde 2023
Torneios pela seleção: Copa de 2023 (1 jogo, nenhum gol), Liga das Nações (2023/24, 2024/25)
(Para saber mais sobre Kaptein, clique aqui e leia texto sobre ela no guia da Holanda na Copa de 2023)
Quando foi convocada para a Copa de 2023, ostentando apenas 18 anos incompletos de idade, ainda vista como revelação no Twente, Wieke Kaptein era vista como pouco mais que uma mascote no grupo de jogadoras. Tanto que, naquela Copa, jogou apenas o segundo tempo da partida com menos responsabilidade: os 7 a 0 sobre o Vietnã, na fase de grupos, com a vaga nas oitavas de final já garantida. No resto da Copa, Kaptein ficou no banco, como se precisasse aprender para, no futuro, enfim, jogar. Pois é: o futuro chegou, e faz tempo. Até porque, logo após a Copa, o Chelsea já garantiu a contratação de Kaptein, cedendo-a imediatamente ao Twente em que já estava, para que lá passasse a temporada 2023/24, emprestada. Passou, foi titular absoluta na conquista da liga holandesa feminina, e saiu das Tukkers pela porta da frente rumo a Stamford Bridge, no meio de 2024.
Àquela altura, Kaptein já começava a passar do banco para a titularidade das Leoas Laranjas. Mais precisamente, a partir das eliminatórias da Euro, no ano passado, quando jogou três partidas completas das seis da campanha (mais uma, vinda do banco), fixa no meio-campo, como principal criadora de jogadas das Leoas Laranjas. No Chelsea, passou a primeira temporada se alternando entre campo e banco, oscilou de desempenho, mas afinal teve sua colaboração na conquista da Super League inglesa pelas Blues. Mesmo na campanha na Liga dos Campeões feminina - mesmo semifinalista, impactada pelas duas goleadas sofridas para o Barcelona -, Kaptein teve sua aparição. Que é maior na Holanda, a bem da verdade: já neste 2025, ela foi meio-campista titular em todos os jogos da fase de grupos da Liga das Nações. Marcou seu primeiro gol pelas Leoas Laranjas, em abril, na virada sobre a Áustria (3 a 1). Chegar à Eurocopa feminina como titular, com 20 anos incompletos, é a mostra de que Kaptein já não é mais a "café-com-leite" que era na Copa de 2023. E que tem lugar importante nos próximos anos da seleção holandesa feminina.
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(KNVB Media/Divulgação) |
Victoria Pelova (Arsenal-ING)
Ficha técnica
Nome: Victoria Pelova
Posição: Meio-campista
Data e local de nascimento: 3 de junho de 1999, em Delft (Holanda)
Clubes na carreira: ADO Den Haag (2016 a 2019), Ajax (2019 a 2023) e Arsenal-ING (desde 2023)
Desempenho na seleção: 59 jogos e 4 gols, desde 2018
Torneios pela seleção: Copa de 2019 (não jogou), torneio olímpico de 2020+1 (4 jogos, 2 gols) e Euro 2022 (4 jogos, 1 gol), Copa de 2023 (5 jogos, nenhum gol) e Liga das Nações (2023/24, 2024/25)
(Para saber mais sobre Pelova, clique aqui e leia texto sobre ela no guia da Holanda na Copa de 2023)
A trajetória de Victoria Pelova nas Leoas Laranjas - e na sua carreira como um todo, a bem da verdade -, teve um antes e um depois. Antes, a ascensão era constante: revelação desde a chegada ao Ajax, ainda vista como nome para o futuro (foi reserva na Copa de 2019, já saiu mais do banco de reservas no torneio olímpico de Tóquio-2020+1 e na Euro 2022), do Ajax foi para o Arsenal (e ganhou rapidamente espaço nas Gunners), e se tornou titular definitiva da seleção holandesa com uma pequena mudança tática. Sendo uma meio-campista "disfarçada" de ala direita, com Andries Jonker preferindo escalar a seleção com três zagueiras, Pelova foi titular na Copa de 2023. Foi titular na Liga das Nações passada. E começava como titular nas eliminatórias da Eurocopa... até 4 de junho de 2024, aos 12 minutos do primeiro tempo do empate em 1 a 1 contra a Finlândia, na quarta rodada da qualificação. Foi quando Pelova se tornou, numa dividida acidental, mais uma vítima de rompimento do ligamento cruzado anterior de joelho, como Vivianne Miedema e Jill Roord já tinham sido.
"Vic" passou todo o segundo semestre de 2024, e o começo de 2025, se recuperando da lesão. Sua volta foi gradativa: começou a ser relacionada para as partidas do Arsenal no começo de março, no fim do mês teve sua primeira aparição (substituindo Mariona Caldentey, aos 74' - 29 do 2º tempo -, nos 4 a 0 no Liverpool, pela 17ª rodada da Super League inglesa), e isso já bastou para que Andries Jonker a incluísse na convocação da Holanda (Países Baixos) para os dois jogos contra a Áustria, no começo de abril, pela Liga das Nações. Saindo do banco no primeiro, começando como titular no segundo - e sendo substituída apenas por precaução -, Pelova já trouxe confiança ao técnico, até por voltar a jogar como autêntica meio-campista. Apareceu em mais três partidas do Arsenal na temporada. E pôde comemorar (em lágrimas visíveis, ao fim do jogo) uma compensação pelo sofrimento: estava relacionada, no banco de reservas, entre as jogadoras do Arsenal campeão europeu feminino. Na seleção, nas últimas rodadas da fase de grupos da Liga das Nações, novamente saiu do banco em um jogo (os 4 a 0 sofridos para a Alemanha) e começou como titular em outro (o 1 a 1 com a Escócia). Talvez não comece a Euro como titular, por precaução. Mas diante do que sofreu neste ano, Pelova tem mais uma compensação com a convocação. E tem mais anos de seleção pela frente. Muitos mais.
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