Em seu primeiro desafio como técnico da Oranje, Danny Blind tem um objetivo claro: vaga na Eurocopa (Ons Oranje) |
Quando confirmou-se que Danny Blind estava promovido ao cargo de técnico da seleção holandesa, em 1º de julho, a primeira frase do novo comandante da Oranje foi clara e cristalina: "Eu trabalharei duro com a comissão e os jogadores para que consigamos a vaga para a Euro, no ano que vem. É minha única meta, chegar à Euro. Não olho para trás e nem fico pensando num futuro posterior, só chegar à Euro é que conta".
E agora, enfim, chegou a hora de Blind mostrar o que pode fazer, no maior desafio de sua curtíssima carreira como técnico. Mais do que isso: chegou a hora da própria seleção holandesa cumprir a sua obrigação, solucionando uma campanha problemática nas eliminatórias do torneio continental de seleções. E se chegar à Euro é tudo o que conta, para evitar o aborrecimento de uma repescagem só resta a alternativa de vitórias contra Islândia (na próxima quinta, em Amsterdã) e Turquia (no próximo domingo, em Konya).
Para isso, o espírito de "ou vai ou racha" desejado pelo novo-velho treinador - o "velho" vai por conta de estar desde 2012 na comissão técnica da seleção - foi encampado por todos os 23 jogadores convocados, que treinam desde a segunda passada. Talvez o símbolo disso venha com o principal deles: Arjen Robben, tornado o novo capitão da Oranje. Já antes de ser oficializado como o novo dono da braçadeira, Robben pediu dedicação aos colegas, em entrevista à revista Voetbal International: "Temos uma desvantagem de cinco pontos para a Islândia. Precisamos jogar contra ela com a faca nos dentes. Entrar para matar. Mostrar desde o primeiro segundo que não temos nada a perder".
E é justo que o atacante tenha tomado de Van Persie a capitania da equipe. Afinal de contas, enquanto Robin tem vivido uma fase mais apagada na carreira, Arjen demonstra vitalidade em campo, sempre que as lesões permitem (e elas são cada vez menos frequentes, diga-se de passagem). Já na Copa de 2014, Robben ocupava a liderança da equipe, de certa forma, pelo modo como se impunha com sua técnica e sua velocidade. Além disso, sempre expunha vibração em campo. Exemplo disso se viu antes da decisão por pênaltis contra a Costa Rica, no Mundial, quando foi o cidadão a animar o elenco antes das cobranças.
E foi exatamente por essa última característica que Blind escolheu trocar de capitão. Em entrevista coletiva, explicou a mudança: "Não escolhi [o capitão] com base nas qualidades futebolísticas. Na liderança e na orientação aos colegas, Robben e Van Persie se equivalem. Mas são duas personalidades diferentes. E eu escolhi um capitão que esteja presente de modo mais forte em campo". Pelo visto, Van Persie (ainda vice-capitão) entendeu bem a escolha: "Eu sempre disse que Robben, eu e os outros veteranos fazemos isso juntos, então também fico orgulhoso de ser o vice-capitão".
Na parte da convocação, poucas surpresas foram vistas. As maiores delas foram o lateral direito Kenny Tete, 19 anos, que ocupa a titularidade no Ajax, e Jaïro Riedewald, de 18 anos, zagueiro, também no Ajax, que está se saindo bem ao ocupar a vaga deixada por Niklas Moisander. Embora dificilmente ambos sejam titulares (Van der Wiel e Martins Indi são bem mais experientes, mesmo questionados), Blind aproveitou a convocação para alertar gente que ficou de fora, como Daryl Janmaat e Nigel de Jong: "Eu vejo vinte jogos por fim de semana, e semanalmente vejo gente experiente cometendo falhas. Você pode ter experiência, mas não pode deixar a pressão lhe vencer". Com o volante, o treinador foi até mais longe: "Talvez eu precisasse dele só para o jogo contra a Turquia, fora de casa, mas aí seria só o caso de evitar sofrer gols. Outros podem fazer isso melhor".
Ainda assim, fica o mistério: como Blind escalará a equipe? O 4-3-3 que será mantido terá condições de evitar o contra-ataque, arma principal dos islandeses na vitória por 2 a 0 em Reykjavik, ano passado? Supondo que Robben e Depay são presença certa no time, quem ocupará o lugar central no ataque: Van Persie, Luuk de Jong ou Huntelaar? Blind "filho" jogará na lateral esquerda ou no meio? Blind pai não respondeu a nada disso.
O importante, na verdade, será corrigir a lentidão da equipe na recomposição da defesa para o ataque (grande erro cometido sob Hiddink). Achar espaços no ataque e mostrar velocidade para fazer os gols e vencer as "quatro finais" que ainda restam nas eliminatórias da Euro 2016. Para isso, antes de tudo, são necessários o foco que Blind pediu - e a vontade que Robben representa.
Grande, vou acompanhar o blog ^^
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