domingo, 23 de outubro de 2016

810 minuten: como foi a 10ª rodada da Eredivisie

Se há algo estranho acontecendo em campo, quem o Feyenoord chama? Dirk Kuyt! Foi assim contra o Ajax (ANP/Pro Shots)

Excelsior 0x2 Zwolle (sexta-feira, 21 de outubro)

Mesmo há duas rodadas invicto, com uma vitória e um empate, o Zwolle continuou com um estilo mais conservador no jogo que abriu a 10ª rodada. Fora de casa, durante grande parte do primeiro tempo os visitantes ficaram na defensiva contra o Excelsior - que, por sua vez, também não criou grande coisa. Somente no final dos primeiros 45 minutos veio algo parecido com uma chance de gol: aos 38', Stanley Elbers deixou Ryan Koolwijk livre com a bola, mas o meio-campista demorou a chutar, e perdeu a oportunidade de colocar os anfitriões na frente.

Já quando o Zwolle chegou pela primeira vez ao gol, foi para abrir o placar. E foi no começo do segundo tempo: aos 47', Kingsley Ehizibue ficou desmarcado pela esquerda e lançou a Younes Mokhtar - e este só ajeitou para Queensy Menig entrar batendo e fazer 1 a 0 para os Dedos Azuis. Só aí os mandantes foram ao ataque no estádio Woudestein - e esbarraram numa defesa compacta dos Zwollenaren em campo. Um contra-ataque bem encaixado, aos 88', e Django Warmerdam recebeu a bola na área para definir a segunda vitória seguida (1ª fora de casa) do Zwolle, que deixou a zona de repescagem/queda. O Excelsior, além da queda livre na tabela, acumula 334 minutos sem gols marcados no Campeonato Holandês.

Yeboah sai comemorando após abrir o placar: Twente surpreende na parte de cima da tabela (ANP/Pro Shots)

Go Ahead Eagles 0x2 Twente (sábado, 22 de outubro)

Desde que a partida em Deventer começou, ficou claro o maior poderio ofensivo do Twente. Com Bersant Celina bem de novo na criação das jogadas, Enes Ünal e Yaw Yeboah tiveram chances a granel para finalizar - começando aos cinco minutos, quando Yeboah chutou no canto em que estava o goleiro Theo Zwarthoed. E ele seria o grande responsável por manter o Go Ahead Eagles intacto no primeiro tempo: Zwarthoed não só agarrou outro chute de Ünal aos 19', mas quando foi superado pelo arremate de longe de Celina, aos 34', viu a bola bater na trave. Todavia, a resistência durou até os 44': lançado por Ünal, Yeboah tocou na saída de Zwarthoed e colocou os Tukkers visitantes merecidamente na frente

Só no segundo tempo é que o Go Ahead Eagles tentou dar alguma satisfação à torcida: aos 49', Marcel Ritzmaier fez o goleiro Nick Marsman trabalhar, enquanto o atacante Randy Wolters teve grande chance de empatar aos 66', aproveitando falha de Hidde ter Avest, mas chutando para fora. Aí, o Twente acordou. Mais precisamente, Bersant Celina acordou. Aos 79', em cobrança de falta, o meio-campista kosovar mandou de novo a bola na trave. Finalmente, aos 89', Celina fez 2 a 0, com um chute colocado, confirmando o triunfo que levou o Twente à quinta posição na tabela. Para um time combalido pela crise financeira que vive, ficando na primeira divisão apenas pela piedade da federação holandesa, até que a aposta do Twente nos garotos está dando certo. De onde menos se espera...


O PSV quase parou de novo no goleiro adversário (agora, Kortsmit). Mas Ramselaar marcou o gol salvador (ANP/Pro Shots)

PSV 1x0 Sparta Rotterdam (sábado, 22 de outubro)

Já eram três rodadas sem que o PSV vencesse na Eredivisie. Para a partida contra o time de Roterdã, três mudanças forçadas: machucado, Jeroen Zoet deu lugar a Remko Pasveer no gol, enquanto Siem de Jong sentia dores de lesão sofrida contra o Bayern de Munique, e Jetro Willems alegou problemas particulares para ficar de fora do jogo. Todavia, pelo começo no Philips Stadion, deu para temer um quarto tropeço seguido. Destemido no ataque, o Sparta foi à frente, já a partir dos 2': Stijn Spierings chutou da entrada da área, e Pasveer defendeu. Aos 7', após escanteio, foi a vez de Thomas Verhaar bater forte da entrada da área: Pasveer espalmou para escanteio. Depois, aos 10', Zakaria El Azzouzi fez jogada individual pela direita, entrou na área e tocou na saída de Pasveer, mas Nicolas Isimat-Mirin evitou que a bola chegasse ao gol vazio.

Só depois desse susto de dez minutos, ao deixar menos espaço para contragolpes, é que o PSV começou a melhorar. Mas surgiu um outro desafio: superar o goleiro dos Spartanen, Roy Kortsmit, que teve ótima atuação em Eindhoven. Aos 24', Davy Pröpper tentou pela primeira vez: recebeu de Narsingh na área, pela esquerda, e bateu cruzado, para Kortsmit espalmar para o meio da área (a defesa do Sparta tirou). Logo depois, Gastón Pereiro fez o 1-2 com Luuk de Jong, recebeu de volta e finalizou rasteiro para Kortsmit espalmar pela linha de fundo - como o goleiro fez de novo aos 28', ao sair bem do gol, quando Narsingh deixou com Joshua Brenet, que arrematou.

Paralelamente, o Sparta ainda dava algum sinal de vida no ataque. Aos 31', após cruzamento da direita, El Azzouzi fez o corta-luz para Craig Goodwin bater, exigindo boa defesa de Pasveer. Mas os Boeren já superavam muito os Spartanen, conseguindo mais duas chances de gol no primeiro tempo. Aos 37', Brenet fez grande jogada individual pela esquerda, chegou á área e cruzou, mas a bola passou em frente a Luuk de Jong, na pequena área. E aos 40', após lançamento longo, Narsingh dominou, escapou da marcação de dois e chegou livre à grande área, mas tocou em cima de Kortsmit, que fez outra boa defesa - em outra providencial saída de gol.

Mal começou o segundo tempo no Philips Stadion, e o PSV continuou criando uma chance atrás da outra. Novamente titular na lateral direita, Santiago Arias fez jogada individual aos 47', chegou à área e arrematou, mas Kortsmit tirou com o pé. Aos 55', novo arremate de Narsingh na entrada da área, nova defesa de Kortsmit. No minuto seguinte, El Azzouzi assustou de novo, mas o fato é que os Eindhovenaren eram todos pressão. Ainda mais depois da entrada de Steven Bergwijn na vaga de Narsingh, aos 63. No primeiro minuto em campo, após tabela com De Jong, Bergwijn arriscou: a bola saiu pela linha de fundo. O camisa 27 tentou a mesma coisa aos 71', e nada. Aos 75', Oleksandr Zinchenko substituiu Andrés Guardado, deixando o PSV num 4-2-4, e um arremate cruzado de De Jong no minuto seguinte foi para fora.

Assim como o goleiro do Heracles, Bram Castro, fora o "culpado" do empate por 1 a 1 no Philips Stadion, há uma semana, parecia que de novo o PSV esbarraria em um arqueiro, mesmo criando tantas chances de gol. Todavia, aos 77', veio o que fora tão díficil de ser obtido. Bergwijn veio da esquerda e entregou a bola a De Jong, que passou-a em profundidade. Bart Ramselaar entrou na área, livre de marcação e em posição legal, para tocá-la por baixo de Kortsmit, mandando para as redes e aliviando a torcida: era o 1 a 0.

Só para variar, ainda houve mais duas chances de ampliar o placar: aos 88', um toque de Bergwijn, encontrou outra vez Kortsmit no caminho. Depois, aos 90', Kortsmit defendeu outra, evitando com os pés o toque de Zinchenko. E o jogo terminou. Foram 25 chutes, 13 deles a gol. Mas o PSV só conseguiu vencer por 1 a 0. Evitou que Ajax e Feyenoord se afastassem ainda mais na frente da tabela, mas não consegue esconder a incompetência crescente nas finalizações. Precisa resolver isso. Até porque o adversário das oitavas de final da Copa da Holanda, nesta semana, é... o Sparta.

Roda JC 1x1 ADO Den Haag (sábado, 22 de outubro)

De um lado, o último colocado da Eredivisie; do outro, uma equipe que não sabia o que era vencer no campeonato desde o dia 19 de agosto, e que vinha de cinco derrotas em sequência. O jogo no Parkstad Limburg Stadion de Kerkrade prometia bastante drama. E até entregou. No primeiro tempo, o ADO Den Haag deu a impressão de que aprofundaria a crise vista no Roda JC. Os visitantes de Haia pressionaram muito mais, culminando em dois lances próximos. Aos 35', Mike Havenaar encobriu o goleiro Benjamin van Leer, mas mandou a bola na trave. Dois minutos depois, Sheraldo Becker veio pela direita e finalizou; a bola novamente atingiu o poste, mas aí Édouard Duplan estava a postos para fazer 1 a 0.

De fato, o drama do Roda ficaria grande a ponto de ameaçar apagar da memória a primeira vitória na temporada - contra o Excelsior, na rodada passada. Diante da própria torcida, os Koempels mal criavam chances de gol dignas desse nome. O que não ajudaria muito a quebrar um tabu mais do que incômodo: desde o tento de Adil Auassar na primeira rodada, contra o Heracles Almelo, a equipe de Kerkrade não marcava gols nos jogos em casa. E nada indicava que isso mudaria. Até os 86', quando enfim os aurinegros balançaram as redes - e com beleza: uma falta cobrada perfeitamente por Mitchel Paulissen mandou a bola no gol, decretando o 1 a 1. Pelo menos isso.

Willem II 0x1 Utrecht (sábado, 22 de outubro)

Num começo de jogo mais fisico do que técnico, muitas faltas foram vistas no estádio em Tilburg. Aos 14', inclusive, o volante Rico Strieder levou um cartão amarelo, após cometer em Anouar Kali uma falta que talvez merecesse vermelho de um juiz mais rigoroso. Seja como for, para os padrões de Reinold Wiedemeijer, o juiz da vez no Willem II Stadion, este rigor só precisou ser usado aos 30': Fran Sol derrubou Nacer Barazite num carrinho, com a bola mais distante, e levou o vermelho direto. Os donos da casa teriam de ficar uma hora com um a menos em campo. No intervalo, o técnico Erwin van de Looi fortaleceu a defesa, com a entrada de Dico Koppers, e os mandantes se seguraram bem.

Embora mais fortes técnica e ofensivamente - com ou sem vantagem numérica -, os Utregs tocavam a bola de maneira lenta demais para achar espaços. No segundo tempo, algumas chances surgiam aqui e ali, mas ninguém vazava a recomposta defesa tricolor. Quem mais chegou perto foram Richairo Zivkovic (aos 56', escorregou livre na área) e Yassin Ayoub (aos 84', após tabelar com Barazite). Quando o 0 a 0 já era considerado placar decisivo, quem apareceu? O destaque de sempre: Sébastien Haller, que aproveitou falha da zaga aos 90' para passar do goleiro e fazer o 1 a 0. Terceira vitória seguida do Utrecht, que já aparece na metade superior da tabela, em 9º lugar. Vem aí um colega para Heerenveen, AZ, Twente? A ver.


O NEC sofreu, achou que perderia o clássico para o Vitesse, mas Dumic salvou no fim (ANP)

NEC 1x1 Vitesse (domingo, 23 de outubro)

Não era só Feyenoord x Ajax o clássico da rodada. No estádio De Goffert, em Nijmegen, NEC e Vitesse fizeram mais um "Dérbi da Géldria", como é conhecido o encontro entre os dois times de duas famosas cidades da província da Géldria (claro, Nijmegen e Arnhem). Como se não bastasse, havia o tempero adicional do Vitesse ter entre seus titulares um jogador vindo justamente do rival provincial: o meio-campo Navarone Foor. Assim, o primeiro tempo foi bem tenso. E acelerado: tanto num time quanto noutro, as bolas pelas pontas foram as principais tentativas de jogada. Mas chutes a gol mesmo, foram poucos. Só vieram quando houve jogadas pelo meio.

Partiu do NEC a primeira chance, aos 23', quando Gregor Breinburg arriscou cruzamento da esquerda e a bola tomou efeito, passando perto do gol de Eloy Room. No minuto seguinte, Julian von Haacke veio com a bola dominada, arriscou de fora da área, e Room fez grande defesa, espalmando pela linha de fundo. Porém, quando chegou pela primeira vez à área, o Vitesse deixou a bola onde interessa: nas redes. E justamente com o jogador mais visado: Navarone Foor. Aos 38', após chutão da defesa, Ricky van Wolfswinkel dominou a bola e veio com ela no contra-ataque, marcado por dois. Foi só passá-la à direita, onde vinha Foor, que o meio-campista dominou e tocou na saída do goleiro Joris Delle, fazendo o 1 a 0 do Vites - e sem comemorar, tentando inutilmente conter as vaias dos torcedores anfitriões.

No segundo tempo, Taiwo Awoniyi e Reagy Ofosu entraram em campo, tentando fortalecer na área o ataque do NEC. Mas não deu muito certo, e o jogo caiu de ritmo. Só aos 60' é que os Nijmegenaren criaram algo: Breinburg recebeu a bola na área e a escorou para Awoniyi, que arrematou fracamente, tornando fácil a defesa de Room. Mereceram mais destaque as CENAS LAMENTÁVEIS da torcida da casa, que atirou copos e mais copos de plástico contra Lewis Baker, quando este ia bater um escanteio. Baker reclamou, o zagueiro Dario Dumic tomou as dores da torcida, houve um charivari, e o jogo parou por cerca de cinco minutos. Parecia que o NEC sairia de cabeça baixa do clássico. Dumic não deixou: aos 90', André Fomitschow cruzou, e o zagueiro escorou de cabeça para igualar o jogo (com Awoniyi atrapalhando Room, diga-se). No finzinho, o NEC tirou da boca do Vitesse o gosto de vitória. Num clássico, convenhamos, poucas coisas podem ser melhores.

Groningen 2x0 AZ (domingo, 23 de outubro)

Momentaneamente na última posição, após o empate do Roda JC. Apenas dois pontos nos jogos em casa, antes desta 10ª rodada da Eredivisie. Estava difícil a vida do Groningen para encarar o AZ. E parecia ficar mais difícil na fase inicial do jogo, quando os visitantes de Alkmaar ainda tentaram algo com Stijn Wuytens (aos 13'). Todavia, na primeira chance que tiveram, os Groningens facilitaram esse "difícil": aos 18', Hans Hateboer cruzou da direita, a bola passou por cima de todos na área, e foi encontrar Bryan Linssen livre na segunda trave. Linssen dominou, bateu, e fez 1 a 0.

Com um meio-campo mais protegido ao ser escalado no 4-4-2, e num dia inseguro da defesa do AZ, o Groningen foi para cima. E foi premiado nos acréscimos da etapa inicial. Aos 45' + 2, Linssen foi o autor do passe, cruzando para Tom van Weert, de cabeça, dar à bola o rumo das redes de Sergio Rochet: 2 a 0 Groningen. No segundo tempo, o AZ até tentou aqui e ali o gol de honra. Nada que ameaçasse a primeira vitória em casa do time do norte holandês nesta temporada. De quebra, agora a pressão fica um pouco com os Alkmaarders, que não vencem desde 18 de setembro na Eredivisie (três empates e uma derrota), estão no rumo da eliminação na Liga Europa, e devem perder o lesionado Ron Vlaar por algum tempo.

Feyenoord 1x1 Ajax (domingo, 23 de outubro)

O Klassieker mais esperado das últimas temporadas começou sem muitas novidades na escalação - no Ajax, única coisa digna de nota era no banco, com a ausência de Nemanja Gudelj, sentindo dores musculares na coxa. E a partida em De Kuip começou mais tensa do que propriamente boa. Mesmo as jogadas mais perigosas não traziam real empolgação aos torcedores. Aos 2', Amin Younes foi o primeiro a tentar, em jogada pela linha de fundo, mas só conseguiu espaço para cruzar, e Brad Jones defendeu sem problemas. Jens Toornstra tentou o primeiro chute a gol do Feyenoord aos 4', mas Joël Veltman bloqueou a bola. Depois, aos 8', Bertrand Traoré tentou chegar à área com a bola dominada, mas Jan-Arie van der Heijden o desarmou sem problemas.

Jogando bem recuado no 4-1-4-1, com Davy Klaassen até mais recuado, o Ajax fechava os espaços do Feyenoord no começo. Até os 12', quando um azar quase rendeu o primeiro gol: Daley Sinkgraven errou ao tentar dominar a bola, e Bilal Basacikoglu saiu com ela, chegando sozinho à área. Todavia, o turco demorou demais para finalizar - e quando o fez, André Onana pegou, fechando bem o ângulo e frustrando a torcida dos Feyenoorders. Só aos 22', enfim, o Ajax criou uma chance digna do nome. Younes fez sua jogada típica: veio pela esquerda, cortou e bateu para fora.

Ainda assim, o Feyenoord já tinha descoberto espaços, e começava a crescer em campo, com as boas atuações dos atacantes. Só precisava de um chute no alvo. Tentou aos 24', quando Dirk Kuyt tentou arriscar da entrada da área em bate-rebate, mas Veltman fechou o caminho. Tentou aos 32', quando Nicolai Jorgensen apareceu pela direita e cruzou rasteiro, mas o atento Davinson Sánchez (ótima atuação do zagueiro colombiano) cortou pela lateral. Finalmente, aos 33', veio o primeiro lance perigoso do Klassieker: num contra-ataque, dois-contra-dois, Jorgensen tocou, Sánchez tirou parcialmente, e Kuyt bateu por cima, perto do gol. O Ajax tentou responder timidamente com Ziyech, que arriscou de longe e mandou a bola muito por cima aos 36'. Porém, o Feyenoord é que conseguiu duas ótimas chances de abrir o placar depois. Aos 37', em bola para a área, Kuyt deu de cabeça a Van der Heijden, e este escorou para Eric Botteghin, que mandou de voleio por cima do gol. E no último lance do primeiro tempo, Toornstra bateu cruzado e rasteiro, mandando a bola rente à trave de Onana.

O Feyenoord não espremera o Ajax na defesa durante os primeiros 45 minutos, mas fora claramente superior. Ainda assim, o jogo carecia de emoção. Que veio no segundo tempo. Já aos 23 segundos, Ziyech já chutou de longe (para fora). Depois, o Stadionclub voltou a atacar em seus domínios: aos 48', antes que Sánchez chegasse, Basaçikoglu tentou cruzar rasteiro para a área - sem problemas para Onana. No minuto seguinte, Jorgensen é que cruzou para o meio da área, mas novamente ninguém apareceu para conferir. O dinamarquês perdeu nova chance aos 54': Kuyt o deixou livre (Sinkgraven dava condição), mas o atacante bateu por cima.

E justamente aí, quando o Feyenoord mais dominava, é que o Ajax teve premiado seu estilo "traiçoeiro" em campo. Graças a Kasper Dolberg. Aos 55', em contragolpe rápido, Hakim Ziyech lançou o jovem dinamarquês dos Ajacieden. Na área, Dolberg driblou Van der Heijden com calma incomum e tocou na saída de Jones, calando De Kuip. 1 a 0 que coroava não só a tranquilidade de Dolberg, mas também a habilidade de Ziyech, que dera sua sexta assistência nas últimas nove partidas pelo Ajax.

Dolberg finalizou para abrir o placar do clássico com uma calma notável para alguém de 19 anos (ANP/Pro Shots)

Os mandantes de Roterdã sentiram o golpe, e os Ajacieden foram atrás para ampliar. Aos 58', Dolberg quase fez seu segundo gol, batendo cruzado de direita na área (a bola passou rente à trave). Aos 63', Ziyech cobrou falta perigosa, forçando o rebote de Brad Jones - no lance seguinte, em bate-rebate perto da área, a bola sobrou de novo com o marroquino, que arrematou para Jones agarrar - agora, sem rebote. Com a vantagem, o Ajax ficava cada vez mais à vontade no jogo. Ziyech e Dolberg davam o que temer à defesa dos Rotterdammers. Aí Giovanni van Bronckhorst decidiu usar o que tinha de útil no banco: voltando da cirurgia no ombro, Eljero Elia entrou aos 60', para acelerar mais as jogadas pela esquerda. Na direita, mais tarde, o recuperado Steven Berghuis veio a campo aos 71', no lugar de Basaçikoglu - e quase marcou, aos 74', ao receber de Jorgensen, perto da área, e bater, mandando a bola perto do gol.

No Ajax, Peter Bosz apostou em um pouco mais de malícia: aos 70', entraram Anwar El Ghazi, para proteger mais a bola na esquerda, e Mitchell Dijks, para dar mais força física à marcação (até porque Daley Sinkgraven já sentia dores desde o começo do segundo tempo). Depois, com cãibras, Ziyech deixou o campo para que Riechedly Bazoer fechasse mais o meio. Era um 4-3-3 bem compactado, com meio e defesa próximos. Enquanto isso, no Feyenoord, o atacante Michiel Kramer substituiu o zagueiro Van der Heijden aos 81'. O Stadionclub passaria os últimos minutos num 3-3-4: era tudo ou nada para evitar mais uma dolorosa decepção num Klassieker. Aos 82', Eric Botteghin tentou - ao dominar na pequena área, ficou sem ângulo para bater, e deu a Elia, que chutou para o corte de Sánchez. As coisas estavam difíceis, a decepção se aproximava. E se o Feyenoord está em apuros, qual a última reserva de confiança? Claro, Dirk Kuyt. Que salvou de novo o Feyenoord: aos 85', Kongolo cruzou da esquerda, Kramer desviou muito levemente, e o capitão cabeceou no canto direito de Onana para deixar o 1 a 1 no placar.

De Kuip ainda viu mais chances. Aos 89', Berghuis cruzou na área, e Kramer ajeitou, mas Sánchez tirou antes que alguém chegasse para finalizar. No último minuto regulamentar, El Ghazi invadiu a área, mas Karsdorp o impediu. E nos acréscimos, aos 90' + 1, Dolberg saiu bem de El Ahmadi, ajeitando com o calcanhar, e correu até a área com a bola, mas Kongolo tirou na exata hora da finalização. E o placar ficou no 1 a 1. Decepcionante? Talvez. Mas o Feyenoord manteve os cinco pontos de vantagem na liderança - e ainda mostrou espírito de luta para buscar o empate ("Mostramos caráter", comemorou Kuyt na tevê holandesa; "Podíamos ter vencido", lamentou Van Bronckhorst). Para o Ajax, ficou a prova da ascensão após o mau começo de temporada - ascensão provada nas atuações ótimas de Ziyech e Dolberg. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Até o PSV, que não tem mais desvantagem tão grande assim...

Heerenveen 3x1 Heracles Almelo (domingo, 23 de outubro)

Tentando se consolidar como o "melhor do resto" deste começo de Campeonato Holandês (tendo o Twente a lhe acompanhar), o Heerenveen avançaria nisso caso vencesse o Heracles. Todavia, os visitantes de Almelo começaram melhor no estádio Abe Lenstra. Aos 12', tiveram grande chance de abrir o placar, quando Brandley Kuwas saiu livre, na cara do goleiro Erwin Mulder. Mas ele finalizou para fora. Sorte do Heerenveen, que se recompôs para abrir o placar aos 19', num bonito chute do lateral direito Stefano Marzo. Ainda assim, estava claro que os Heraclieden eram tecnicamente melhores em campo. E conseguiram o justo empate, aos 40', quando Kuwas recebeu a bola de Thomas Bruns e finalizou no canto.

No segundo tempo, o Fean é que foi o time a buscar primeiro o gol. E assim como o Heracles na etapa inicial, quase marcou: aos 50', Arber Zeneli finalizou à queima-roupa, mas Bram Castro evitou o gol. Só aí é que as coisas diferiram. Porque os donos da casa continuaram pressionando, e conseguiram passar de novo à frente do placar, aos 66', num forte chute de Sam Larsson. Seguros, e com o ambiente favorável, os anfitriões confirmaram a vitória aos 78', numa jogada individual do zagueiro Jeremiah St. Juste. Com a vitória, de novo o time da Frísia ocupa a terceira colocação da Eredivisie, empatado em pontos com o PSV. De fato, agora, o Heerenveen é o "melhor do resto".

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