quarta-feira, 15 de março de 2017

810 minuten: como foi a 26ª rodada da Eredivisie

Kruiswijk foi o herói do dia: enfim, sentiu o gosto de balançar as redes na carreira (Jeroen Putmans/VI Images)

Vitesse 5x0 Sparta Rotterdam (sexta-feira, 10 de março)

O Sparta Rotterdam vinha de duas vitórias seguidas no Campeonato Holandês - inclusive, surpreendendo com a vitória sobre o Feyenoord, na rodada passada. No entanto, os Spartanen ainda tinham contas a acertar em Arnhem: afinal de contas, os mandantes os eliminaram na semifinal da Copa da Holanda. Para tentar o terceiro triunfo consecutivo, os Kasteelheren vieram com o mesmo esquema visto contra o Feyenoord: um 5-3-2, com Mathias Pogba na frente. Porém, não demorou para o Sparta ver que esta rodada não seria igual àquelas que passaram. Um erro do lateral Denzel Dumfries rendeu o 1 a 0 ao Vitesse: aos 22', Dumfries tentou recuar a bola de cabeça para o goleiro Roy Kortsmit. Deixou-a nos pés de Ricky van Wolfswinkel, que conferiu. Estava aberta a porteira para a vitória categórica do Vitesse. Aos 34', bela jogada de Navarone Foor rendeu o segundo gol: o meio-campista driblou Dumfries no meio das pernas, e tabelou com Nathan antes de concluir.

Porém, o grande momento do dia veio com o terceiro gol, aos 40'. Havia algumas rodadas, o zagueiro/lateral Arnold Kruiswijk batera o duvidoso recorde de jogador da Eredivisie com mais tempo sem marcar gols em toda a carreira. Pois bem: de cabeça, Kruiswijk colocou pela primeira vez a bola nas redes, após 25.318 minutos, desde que começou a atuar, em 2002, no Groningen. O 3 a 0 virou goleada de vez no minuto final do primeiro tempo, com Marvelous Nakamba. Com a vitória garantida, só veio mais um gol na etapa final: Guram Kashia, aos 61', completando escanteio escorado. Mas o herói do dia já era Kruiswijk, que saiu de campo aplaudido após, enfim, ter acabado com sua seca pessoal. E até fez piada: "Os outros comemoraram mais o meu gol do que eu!".


O ADO Den Haag agradeceu tanto a sua primeira vitória no returno que Havenaar até mereceu um beijo ao marcar (Laurens Lindhout/adodenhaag.nl)

ADO Den Haag 1x0 NEC (sábado, 11 de março)

Do modo como a partida começou em Haia, parecia que a via-crúcis do ADO Den Haag iria continuar. Como último colocado da Eredivisie, o time da casa sofreu com os ataques mais frequentes e perigosos dos visitantes de Nijmegen. Eles começaram cedo (aos 15', Mohamed Rayhi chutou para fora, perto do gol defendido por Robert Zwinkels), mas os mais perigosos vieram na parte final. Aos 35', Rayhi mandou a bola mais perto: chutou-a no travessão. Aos 37', Gregor Breinburg tentou em chute semelhante: arrematou da entrada da área, forçando Zwinkels a espalmar para fora. E aos 42', Jay-Roy Grot saiu em posição legal para a finalização, livre, mas chutou fracamente, nas mãos do goleiro.

Na etapa complementar, os Nijmegenaren começaram mais ofensivos. Rayhi tentou um chute aos 47', mas arrematou por cima do gol; no minuto seguinte, Grot voltou a ter chances; aos 52', Ali Messaoud tentou cruzar, mas a bola veio fácil para Zwinkels defender. Ao Den Haag, franco-atirador, só restavam tentativas esparsas. Para sorte dos mandantes auriverdes, uma delas rendeu o gol sonhado. Aos 72', Mike Havenaar (que saíra da reserva, substituindo Guyon Fernandez) completou para as redes, de cabeça, um cruzamento de Ruben Schaken. No último minuto, Zwinkels ainda evitou o empate, agarrando bola vinda no cabeceio de Messaoud. E o ADO Den Haag pôde, enfim, comemorar sua primeira vitória no returno. Na hora certa para manter chances de permanência na primeira divisão.

PSV teve suas dificuldades, mas fez o que lhe resta: venceu mais uma e manteve-se tranquilo (ANP/Pro Shots)
Go Ahead Eagles 1x3 PSV (sábado, 11 de março)

Enfrentando um adversário que tenta se livrar da zona de repescagem/rebaixamento, o PSV sofreu no primeiro tempo. Nem tanto com a pressão dos mandantes, mas com algumas polêmicas de arbitragem. A primeira delas, aos 11': numa cobrança de escanteio, Gastón Pereiro cabeceou para o gol, mas o tento foi invalidado pelo juiz Kevin Blom (na jogada, Héctor Moreno deu um empurrão num marcador). Depois, o volante Marcel Ritzmaier chutou a bola de propósito nas costas de Luuk de Jong, que reclamou - sem que ninguém fosse punido. Finalmente, aos 34', Sam Hendriks deu uma dura entrada em Siem de Jong, mas apenas a falta foi marcada, sem que um cartão fosse dado. Luuk reclamou, e quem levou o amarelo foi ele.

Então, houve muita briga e pouco futebol em Deventer? Não foi bem assim. Claro que os visitantes de Eindhoven tentaram o gol. Primeiramente, aos 19', num chute de Pereiro que saiu pela linha de fundo. Aos 24', o atacante uruguaio apareceu de novo: arrematou para difícil defesa do goleiro Theo Zwarthoed. O GAE só avançou no final da primeira etapa: aos 38', Jarchinio Antonia arriscou de fora da área, por cima do gol, enquanto Elvis Manu apareceu livre, dois minutos depois, tocando em cima do arqueiro Jeroen Zoet. Por fim, aos 40', os Boeren visitantes abriram o placar: Rochdi Achenteh agarrou Davy Pröpper na área, Kevin Blom marcou o pênalti, e Siem de Jong (começando como titular, novamente) converteu para o 1 a 0 do PSV.

Todavia, novamente os Eindhovenaren tiveram dificuldades para manter a vantagem. Já aos 48', veio o empate do Kowet: Sam Hendriks tabelou com Daniel Crowley, recebeu pela direita da grande área e cruzou para o meio, onde já estava Manu, que completou para o gol vazio. Restou aos visitantes correrem atrás. Pereiro quase fez de novo, Siem de Jong perdeu chance ainda maior, mas quem marcou o segundo foi mesmo o irmão mais novo de Siem: aos 61', Santiago Arias cruzou rasteiro para o camisa 9 escorar, sendo outro De Jong a marcar no jogo, fazendo o 2 a 1. Quatro minutos mais tarde, Pereiro perdeu uma daquelas chances imperdíveis: driblou Zwarthoed e ficou com a meta inteira à sua frente, mas chutou em cima do lateral Joey Groenbast. Pelo menos, o gol não fez falta aos visitantes. Até porque, aos 84', num chute colocado, Andrés Guardado fez o terceiro, para assegurar a vitória. Fora ou dentro de casa, não restam muitos objetivos ao PSV nesta temporada, a não ser tentar beliscar o vice-campeonato holandês - de outro modo, a terceira colocação já é quase uma certeza. Assim, pelo menos, veio mais uma vitória.



O Heracles levou um susto no primeiro tempo, mas batalhou até conseguir a vitória contra o Utrecht (ANP/Pro Shots)
Heracles Almelo 2x1 Utrecht (sábado, 11 de março)

O retrospecto do Utrecht nesta temporada, jogando em campos de grama sintética, era admirável: sem derrotas (quatro vitórias - três pelo Holandês, uma pela Copa da Holanda -, dois empates). E na grama sintética do estádio Polman, em Almelo, os ofensivos Utregs resistiram a um chute de Brandley Kuwas, logo no primeiro minuto de jogo, para arriscarem um pouco mais, ainda que num primeiro tempo desanimado. Sébastien Haller e Nacer Barazite chutaram, até que, aos 26', saiu o gol dos visitantes. Thomas Bruns perdeu a bola no meio-campo, para Sofyan Amrabat. O volante passou a Haller, e deste para seu parceiro de ataque, Gyrano Kerk, que bateu. O goleiro Bram Castro ainda rebateu, mas Yassin Ayoub estava a postos para aproveitar a sobra e pespegar o 1 a 0 nos mandantes. O Heracles ainda tinha motivos para reclamar: no primeiro tempo, Kuwas sofreu falta dura de Mark van der Maarel, mas o zagueiro do Utrecht sequer levou o que seria seu segundo cartão amarelo no jogo.

Restou voltar a buscar o empate. Que foi conseguido pelos mandantes de Almelo já no primeiro minuto do segundo tempo: o zagueiro Justin Hoogma deu um chutão, que só parou com o ótimo domínio de Kuwas, arrematando para as redes, da entrada da área. O 1 a 1 empolgou a partida: as duas equipes passaram a buscar chances para a vitória em Almelo. Aos poucos, os Heraclieden chegavam mais. Quase viraram o jogo em dois chutes consecutivos, de Tim Breukers e Kevin Conboy, ambos rebatidos pelo goleiro David Jensen. Todavia, aos 86', os Almelöers se impuseram: Kuwas lançou Bruns em profundidade, o meio-campista finalizou para a defesa de Jensen, mas a sobra ficou para o próprio camisa 10 do Heracles impor a primeira derrota do Utrecht em grama sintética nesta temporada do futebol holandês.

Elbers (segundo da esquerda para a direita) agradece: o Excelsior viveu o dia que sonhava em Heerenveen (ANP/Pro Shots)
Excelsior 4x1 Heerenveen (sábado, 11 de março)

12 jogos sem vitória para o Excelsior, mais uma vez brigando para não cair na Eredivisie. Enquanto isso, se caiu de produção neste returno (só vencera duas das nove partidas), o Heerenveen continua brigando mesmo assim na zona dos play-offs por vaga na Liga Europa. Porém, pelo que se viu no estádio Woudestein, parecia que os Kralingers é que faziam a temporada sem muitos problemas. Depois de muito tempo, o Excelsior fez ótima partida. Impôs respeito desde o começo, e não demorou para abrir o placar: aos 15', Stanley Elbers driblou Lucas Bijker pela direita, arriscou o chute quase sem ângulo e se deu bem, enganando o goleiro Erwin Mulder e fazer 1 a 0. Mais cauteloso, o time da casa dava a posse de bola ao Heerenveen, apostando nos contra-ataques. Em um deles, veio o segundo gol: aos 42', Hicham Faik cobrou escanteio, e o zagueiro Jürgen Mattheij se antecipou à marcação de Joost van Aken, cabeceando para ampliar a vantagem dos anfitriões.

E bastou o segundo tempo começar para que o Excelsior deixasse ainda mais clara a sua superioridade em campo: aos 47', o lateral esquerdo Milan Massop fez o terceiro gol dos Kralingers. Nos visitantes da Frísia, o técnico Jürgen Streppel insistiu em acelerar o ataque: tirou de campo Sam Larsson, Martin Odegaard e Arber Zeneli, o trio mais criativo de meio-campo/ataque do Fean. Não mudou muito as coisas: Ryan Koolwijk quase fez 4 a 0. Porém, serviu para que um dos que entraram, Luciano Slagveer, diminuísse o placar, em voleio, aos 77'. Sem problemas: nos acréscimos, aos 90' + 2, Nigel Hasselbaink apareceu sozinho na cara do gol, para confirmar a goleada que, pelo menos por uma rodada, tirou o Excelsior da zona de repescagem/rebaixamento.

Em Willem II x Zwolle, pelo menos esse lance não foi polêmico: Falkenburg abre o placar (Henry Dijkman/VI Images)
Willem II 2x0 Zwolle (domingo, 12 de março)

Tanto os Tricolores mandantes quanto os "Dedos Azuis" visitantes parecem ter aprendido a lição no returno: afastaram os perigos de repescagem/rebaixamento no returno, vivendo um período de ascensão para a segurança do meio de tabela. O estádio em Tilburg veria qual dos dois estava mais avançado nessa reação. E pelo que se viu na etapa inicial, o Willem II foi o vencedor inquestionável deste "confronto direto". Já aos 4', o atacante Obbi Oularé forçou o arqueiro Mickey van der Hart a fazer boa defesa. E os Tilburgers controlaram o jogo, até abrirem o placar, aos 24': Dico Koppers (lateral esquerdo convertido em ponta) arriscou o chute, Van der Hart rebateu, mas Erik Falkenburg estava alerta para pegar o rebote e fazer 1 a 0. Aos 36', Falkenburg quase marcou mais um, só que ficou outra polêmica do futebol holandês sobre "gol ou não" na temporada: a bola vinda do cabeceio foi tirada por Ouasim Bouy, em cima da linha, e Bjorn Kuipers mandou o jogo seguir. Como o Willem II Stadion não tem a tecnologia "olho-de-gavião", ficou o dito pelo não validado.

Trocar dois jogadores aos 40 minutos do primeiro tempo, como o técnico Ron Jans fez, já era sinal claro de como o Zwolle estava frágil em campo. No ataque, a entrada de Kingsley Ehizibue até deu mais posse de bola aos Zwollenaren, mas criar chances de gol, que são boas, os visitantes só criaram aos 61', num arremate de Nicolai Brock-Madsen, defendido sem problemas por Kostas Lamprou. No minuto seguinte, Lamprou agarrou bola vinda em cabeceio de Danny Holla. E aos 74', Ryan Thomas teve a grande chance do empate, mas chutou nas mãos do guarda-metas grego. Depois disso, o Willem II passou a controlar o jogo, tentando encaixar um contra-ataque. Que veio nos acréscimos, aos 90' + 1, para Thom Haye finalizar, fazendo 2 a 0 e colocando o time da casa na nona colocação do Campeonato Holandês, afastando de vez o perigo de rebaixamento - que voltou às preocupações do Zwolle, pelas vitórias de Excelsior e ADO Den Haag. Nada grande, mas é bom tomar cuidado.


Jorgensen estava adormecido? Pois escolheu ótima hora para "acordar": três gols, um passe para outro, e destaque absoluto na goleada do Feyenoord (Pro Shots)
Feyenoord 5x2 AZ (domingo, 12 de março)

Derrotado na rodada anterior. Sem alguns importantes jogadores: lesionados, Brad Jones, Terence Kongolo e Eljero Elia desfalcariam a equipe. Tonny Vilhena, um dos melhores jogadores do time e do campeonato, pressionado por uma sanção à sua espera: quatro jogos, por uma cotovelada em Mathias Pogba, na derrota para o Sparta. E enfrentando um adversário sempre exigente. De fato, o líder do Campeonato Holandês tinha o que responder à sua torcida. E tentou impor sua superioridade como se deve: sendo ofensivo desde o começo. Já aos 4', Jens Toornstra passou a bola a Miquel Nelom. E o lateral esquerdo chegou à grande área e chutou, quase sem ângulo, na rede pelo lado de fora. Ainda assim, no espaço dado para contragolpes, o AZ trazia algum perigo. Aos 7', Alireza Jahanbakhsh fez jogada individual pela direita, passando a Joris van Overeem. Todavia, o meio-campista não conseguiu dominar bem a bola, que chegou fácil para a defesa de Kenneth Vermeer  (de volta, substituindo Brad Jones após se recuperar do rompimento no tendão de Aquiles, por meio ano).

Mas o embalo do Feyenoord precisava de um gol. Que não demorou a acontecer, como em outras partidas. Derrick Luckassen colocou a mão na bola, rente à grande área, e o juiz marcou falta. Na cobrança, Toornstra mandou na barreira. Porém, a jogada seguiu, a bola voltou, e aos 11', Rick Karsdorp dominou no meio-campo, lançando em profundidade. Na área, estava Nicolai Jorgensen, pronto para dominar e bater cruzado, na saída de Tim Krul, fazendo seu 16ª gol no campeonato.  

Se o atacante dinamarquês reapareceu para mostrar o tamanho de sua importância na campanha do Stadionclub, outro velho conhecido participou da bonita jogada do segundo gol, aos 21. Novamente titular, Dirk Kuyt passou de calcanhar a Jorgensen, que também devolveu de taquito a El Ahmadi. O marroquino cruzou, e a bola foi para o outro lado, onde Toornstra pegou, tabelou com Jorgensen e bateu da entrada da área, no ângulo direito de Krul, ampliando a vantagem.

Pressionado, o AZ só ganhou chances em alguns momentos. Uns, em jogadas individuais: aos 27', Ridgeciano Haps arriscou de fora da área, mandando a bola perto do gol. Outros, em erros dos jogadores adversários: aos 36', Eric Botteghin tentou sair com a bola, mas seu passe errado deixou a posse nos pés de Levi García. O trinitário avançou com campo livre à sua frente, mas bateu para fora, sobre o gol de Vermeer. De resto, seguiu o domínio do Feyenoord. Que teve grande oportunidade aos 32':  Karsdorp apareceu livre e cruzou. A defesa do AZ rebateu, mas Steven Berghuis apareceu rápido para aproveitar a sobra, batendo de primeira. Krul rebateu, e Jorgensen perdeu grande chance de gol, arrematando para fora.

Confiante, o Feyenoord parecia determinado a provar que a derrota para o Sparta Rotterdam fora apenas um acidente de percurso. Não demorou para tranquilizar de vez a torcida no segundo tempo: aos 59', fez o terceiro gol. Toornstra fez lançamento da direita, e Jorgensen deu uma assistência primorosa: com o peito, o dinamarquês ajeitou a bola à feição para Kuyt bater cruzado, no canto direito, e voltar a marcar no Campeonato Holandês.

Junto a Jorgensen, o capitão Dirk Kuyt foi outro a reaparecer bem, com um gol e a luta de sempre (feyenoord.nl)
Mas bastaram quatro minutos para o AZ lembrar que merecia respeito. Aos 63', após falta de Berghuis em Haps, Dabney dos Santos levantou para a área na cobrança, e Derrick Luckassen cabeceou na segunda trave, sem marcação, para diminuir: 3 a 1. Se houve algum momento de certo susto do Feyenoord no jogo, foi esse. Nada de fazer a torcida temer, mas foi o suficiente para erros ofensivos: aos 69', Berghuis escorregou ao chutar, para fora. E para avanços mais frequentes do AZ - o mais perigoso, aos 70', quando Van Overeem cruzou para a área, Wout Weghorst se antecipou à marcação de Eric Botteghin, chegou livre à área e escorou a bola por cima do gol, trazendo certo perigo.

Bastaram esses sustos para o primeiro colocado da Eredivisie se recompor e retomar o tranquilo domínio que teve no jogo. Aos 78', Tonny Vilhena (livre para jogar, com o recurso contra a suspensão) passou a bola a Bart Nieuwkoop, que bateu rasteiro, rente à trave, em grande chance. Mais dois minutos, e veio o quarto gol. Jorgensen tentou dominar a bola na área, quando foi puxado por Luckassen. O juiz Pol van Boekel não pestanejou: marcou o pênalti. E a cobrança de Jorgensen foi perfeita: deslocando Krul, mandando a bola no canto direito, para fazer seu 17º gol no campeonato. Tinha mais? Tinha mais: aos 82', Toornstra lançou Jorgensen, que estava livre e em posição legal. Krul tentou sair rápido da área, mas o goleador da Eredivisie driblou rápido o goleiro para tocar suavemente e fazer logo seu 18ª tento na Eredivisie, terceiro no jogo, provando sua reação, seu valor neste determinado Feyenoord - e confirmando a goleada que não seria perturbada nem mesmo pelo segundo gol do AZ (aos 90' + 1, um lançamento em profundidade após desarme pegou Weghorst livre para dominar a bola, entrar na área e tocar na saída de Vermeer).

O Groningen até criava chances, mas não fazia gols. Sorte do Roda JC, que criou as chances, marcou e venceu (Jeroen Putmans/VI Images)
Roda JC 3x1 Groningen (domingo, 12 de março)

O Parkstad Limburg Stadion sediou um jogo em que oportunidades perdidas e eficiência definiram o vencedor. Curiosamente, a primeira chance perdida veio do time que conseguiu os três pontos: aos 20', Mitchel Paulissen cabeceou, forçando o goleiro Sergio Padt a espalmar a bola. Depois, aos 30', Mimoun Mahi quase deu o primeiro gol ao Groningen: saiu da linha de impedimento em boas condições para o chute, mas finalizou para fora. Bastou: no minuto seguinte, Mikhail Rosheuvel cruzou, e Abdul Ajagun cabeceou para colocar o Roda JC na frente do placar.

O segundo tempo transcorreu no mesmo ritmo. Quem começou criando chances foram os Koempels mandantes: aos 47', Dani Schahin arrematou para fora, em jogada na qual poderia ter passado a Ajagun, em melhor posição para chutar. Aos 49', o Groningen chegou, de novo com Mahi, de novo para fora. E o Roda novamente levou vantagem: aos 54', de cabeça, Christian Kum fez 2 a 0. E a história repetiu-se finalmente, aos 66': Bryan Linssen perdeu uma chance, e no contragolpe seguinte, Rosheuvel deixou a Paulissen, que cruzou para Schahin escorar e marcar o terceiro dos donos da casa. Linssen ainda minorou os danos para o Groningen, marcando aos 73', em bonito chute da entrada da área, mas sequer terminou o jogo: foi expulso aos 89'. E o Roda JC comemorou a vitória.


Não, Dolberg não está lamentando. Ao contrário: está comemorando o segundo gol na vitória do Ajax (Maurice van Steen/VI Images)

Ajax 3x0 Twente (domingo, 12 de março)

O Ajax entrou em campo para fechar a rodada sabendo o que tinha de fazer: como sempre, ganhar, para manter em acessíveis quatro pontos a desvantagem para o líder Feyenoord. Também como sempre, os Godenzonen iniciaram a partida na Amsterdam Arena tentando pressionar o Twente em sua defesa. Logo aos 5', Kasper Dolberg saiu livre da linha de impedimento, após receber passe de Hakim Ziyech, e entrou na grande área pela esquerda, finalizando para a defesa de Nick Marsman, que saiu bem do gol e espalmou pela linha de fundo. Aos 8', Dolberg apareceu de novo: o camisa 25 passou por Kamohelo Mokotjo e Stefan Thesker antes de arriscar chute rasteiro, defendido por Marsman.

Contudo, o forte ritmo ofensivo do Ajax nos primeiros minutos foi dando lugar às jogadas individuais mais esporádicas. Aos 14', após passe de Bertrand Traoré, Hakim Ziyech arriscou chute rasteiro, perto do canto esquerdo de Marsman. Mesmo com a desaceleração, porém, o Twente só trouxe perigo numa bola parada: aos 16', Bersant Celina cobrou falta, por cima do gol de André Onana. Depois, o Ajax voltou. Aos 24', após um escanteio, Joël Veltman tentou mandar para o gol com um voleio, mas a bola saiu por cima. Mas a chance mais palpável de gol para os Ajacieden veio já aos 43'. Amin Younes fez a jogada tradicional: pela esquerda, carregou a bola driblando vários jogadores, e cruzou. Chegando livre na pequena área, Traoré perdeu a grande chance da etapa inicial: escorou para fora. No minuto seguinte, o atacante burquinês ainda tentou marcar, mas seu chute saiu fraco.

Na etapa final, o Ajax tinha 45 minutos para conseguir a vitória. Voltou a tentar desde o começo. Aos 47', Ziyech cruzou da direita, mas Marsman saiu do gol com segurança para defender. Aos 50', em cobrança ensaiada de córner, Ziyech de novo alçou a bola na área, e Marsman deixou sua meta para socar a bola. Davinson Sánchez e, depois, Davy Klaassen ainda pegaram as sobras para o chute, mas mandaram para fora. Mais um minuto, e Traoré fez o que normalmente tem feito: puxou o ataque pela direita, chegou perto da área e arriscou o chute, mandando para fora.

De tanto tocar, o Ajax enfim abriu o espaço que precisava - e foi eficiente para abrir o placar, aos 55'. Ziyech iludiu Mokotjo com um drible de corpo, e lançou Klaassen. O capitão Ajacied chegou à linha de fundo e tocou para trás. No meio, entrava pela área Younes, que bateu de primeira, no canto esquerdo do Marsman, para fazer 1 a 0. No minuto seguinte, Ziyech chutou colocado, mandando pela linha de fundo, perto do gol

Acompanhado por Schöne, Amin Younes parece apontar e pedir a lembrança: foi ele quem abriu o caminho da vitória (Maurice van Steen/VI Images)
Aos 61', Dolberg voltou a aparecer: mandou a bola para a área, ela passou por cima de Klaassen, e ficou à feição para Justin Kluivert (que substituíra Traoré) cabecear. Todavia, Marsman foi mais rápido e tirou a esférica da área - Kluivert caiu, e houve alguns pedidos (injustificados) de pênalti. Novamente, o Ajax estava mais rápido em campo. E aos 67', a marcação por pressão rendeu resultado prático: o 2 a 0. Ziyech desarmou Celina no campo de ataque, e já passou a Younes. Da esquerda, o alemão lançou Dolberg, e o dinamarquês resolveu sozinho: entrou pelo meio da área, driblou Marsman e tocou para as redes.

Vitória praticamente garantida, o Ajax deu-se ao luxo de perder algumas chances seguidas. Aos 87', um voleio de Dolberg, para fora; no minuto seguinte, após driblar dois jogadores, Ziyech concluiu e Marsman espalmou. Nos acréscimos, enfim, o terceiro gol dos Amsterdammers: aos 90' + 1, Younes tocou, Ziyech driblou Joachim Andersen pela esquerda e cruzou, e Dolberg entrou pelo meio da área para o 3 a 0 - no início, pensou-se que o camisa 25 estivesse em impedimento, mas o tento foi validado. E o Ajax cumpriu sua tarefa: manteve-se perto do Feyenoord. Segue a briga dos arquirrivais, até o esperado Klassieker de 2 de abril.

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