O Willem II já tinha mais facilidade, após a expulsão de Hrustic para o Groningen. Mas faltava o gol. Aí (Fran) Sol brilhou de novo (ANP) |
Não foi por jogar fora de casa que o Willem II se acabrunhou: já aos três minutos, Thom Haye criou grande chance para os visitantes de Tilburg, mandando a bola, de longe, no travessão do goleiro Sergio Padt. Aos 15', mais uma bola de Haye, no travessão. A situação do Groningen ficaria pior ainda no decorrer do primeiro tempo: em quatro minutos, Ajdin Hrustic levou dois cartões amarelos - e o segundo, aos 23', por ter colocado a mão na bola tentando alcançá-la durante um ataque, rendeu uma expulsão precoce e boba. Com um a mais, o Willem II fez 1 a 0 contando com seu grande destaque na temporada. Aos 33', o lateral Fernando Lewis recebeu lançamento de Pedro Chirivella, e cruzou para Fran Sol marcar o gol que o tornou um dos goleadores desta Eredivisie - seis gols.
No segundo tempo, o técnico Ernest Faber ainda tentou fazer duas alterações até ofensivas, colocando Ludovit Reis e proporcionando a Amir Absalem a estreia pelo time principal do Groningen. Mas foram os Tilburgers que quase fizeram 2 a 0 - tanto aos 49', num cabeceio de Jordens Peters que mandou a bola na trave, quanto aos 53', no terceiro arremate que Haye mandou no poste defendido por Padt. O Groningen só teve chance de empatar aos 55', em dupla aparição do novo goleiro titular dos visitantes tricolores: Matthijs Branderhorst rebateu o chute de Reis, e foi ágil para evitar a finalização de Ritsu Doan, na sobra. Mas ficou no placar a vitória do Willem II. E mesmo ainda em melhor posição na tabela, os Groningers viram a crise se instalar: as más atuações levaram Ernest Faber a barrar Mimoun Mahi e Oussama Idrissi do grupo principal.
Saymak sofreu o pênalti do primeiro gol. Marcou o segundo. E foi de novo fundamental para o Zwolle (Pro Shots) |
Vindo de duas derrotas, o NAC Breda precisava se recuperar para voltar a ter um respiro em relação às últimas colocações. Tentou aos 18', quando Angeliño cobrou falta que passou um pouco acima do gol de Diederik Boer. Na sequência, o azar: antes mesmo dessa oportunidade, o zagueiro Pablo Marí torceu o tornozelo acidentalmente, precisando ser substituído. E os Zwollenaren trouxeram um pouco mais de perigo, contando até com a sorte: aos 38', Younes Namli veio do meio-campo fazendo jogada individual, chutou, e a bola resvalou no zagueiro Menno Koch, indo para a trave. Finalmente, um vacilo de Koch (que tal o trocadilho?) deu a vantagem aos visitantes: nos acréscimos da etapa inicial, ele cometeu pênalti sobre Mustafa Saymak. O capitão Bram van Polen bateu seguro para o 1 a 0.
Tão logo o segundo tempo começou, o NAC Breda teve até mais razões para lamentar. Com 20 segundos de etapa complementar, Angeliño chegou a balançar as redes, mas o juiz Martin van den Kerkhof anulou o gol, acusando impedimento do lateral espanhol. E o ritmo aumentou, com chances alternadas. Aos 57', Piotr Parzyszek quase ampliou a vantagem dos visitantes, mas o goleiro Mark Birighitti defendeu; seis minutos depois, Angeliño cruzou, e Thierry Ambrose chegou atrasado para escorar a bola que passou em sua frente. Pelo NAC Breda, Koch ainda cabeceou em boa posição, por cima; e aos 77', Saymak mandou uma bola na trave. Mas para este, a segunda chance não escapou: aos 82', Saymak recebeu de Younes Mokhtar e fez o 2 a 0 que seguiu o grande início de temporada que o Zwolle faz.
O Sparta Rotterdam tanto tentou, que enfim conseguiu: um gol tardio de Goodwin deu o empate contra o Excelsior (Carla Vos/sparta-rotterdam.nl) |
No dérbi de Roterdã, o Sparta começou correndo mais riscos, último colocado que era. Tentou escapar dele rápido: aos 5', o zagueiro Sander Fischer cabeceou, e a bola foi tirada em cima da linha pela defesa do Excelsior. No outro lado, todavia, o goleiro Roy Kortsmit precisou aparecer com destaque novamente, evitando finalização de Mike van Duinen aos 15'. Mas foram os Spartanen, visitantes no estádio do bairro de Kralingen, que quase abriram o placar aos 42', numa conclusão de Robert Mühren bem defendida pelo islandês Ögmundur Kristinsson.
O Excelsior se mostrou mais eficiente, no segundo tempo. E já abriu o placar aos 54': Luigi Bruins serviu a bola a Milan Massop, o lateral arriscou, e seu chute desviou no meio do caminho, tirando as chances de defesa de Kortsmit. Duplo azar: não só pela jogada do gol em si, mas também porque o Sparta teria de se esforçar demais em busca do gol - até esta 9ª rodada, haviam sido somente cinco gols marcados pelo clube das camisas alvirrubras listradas. Mühren ainda tentou o empate logo depois do 1 a 0, mas não conseguiu. Mas os esforços no ataque foram premiados no final: aos 84', em falta perfeita, Craig Goodwin empatou. Ponto salvador, que tirou depois o Sparta da última posição.
Falkenburg sempre aparece na hora dos gols. O ADO Den Haag foi mais um clube a se beneficiar disso (ANP/Pro Shots) |
De certa forma, era um "confronto direto": quem ganhasse, entraria na parte de cima da tabela (ADO Den Haag), ou nela se manteria (VVV-Venlo). E os dois times buscaram bastante o gol na etapa inicial. Para o VVV, Lennart Thy perdeu gol inacreditável aos 7': chutou da entrada da área, e a bola bateu nas duas traves antes de voltar para as mãos do goleiro Robert Zwinkels. O Den Haag respondeu com Melvyn Lorenzen, que tentou chute de ângulo difícil, aos 14'. E as chances seguiam: os Venlonaren tentaram com Vito van Crooy aos 18', da esquerda, enquanto os visitantes de Haia quase chegaram ao gol com Erik Falkenburg, aos 25'.
No começo do segundo tempo, o VVV-Venlo tentou fazer valer sua maior ofensividade no gramado sintético do estádio De Koel. Aos 53', Van Crooy cruzou, e Zwinkels saiu do gol antes mesmo que Torino Hunte pudesse finalizar. Se o goleiro foi atento na defesa, Falkenburg foi mais preciso aos 66': completou cruzamento de Tyronne Ebuehi para fazer 1 a 0, tornando-se o quarto jogador da história da Eredivisie a marcar gols por seis clubes diferentes. De quebra, nos acréscimos (90' + 3), Bjorn Johnsen marcou o 2 a 0 que representou a terceira vitória seguida do Den Haag fora de casa - e sua ascensão à nona posição, trocando de lugar com o VVV-Venlo. Uma troca vantajosa.
O Twente sentiu a saída do técnico René Hake. Mas isso ficou para o meio de semana: contra o Roda, a vitória foi tranquila (ANP/Pro Shots) |
Os dois times entraram no gramado do Grolsch Veste com motivos a lamentar. O Twente tivera a "demissão" de René Hake (entre aspas mesmo: o técnico seguirá no clube, mas será remanejado para outro cargo dentro do futebol do clube, talvez voltando à base), sendo comandado pelo interino Marino Pusic, com a torcida criticando a diretoria. E o Roda JC lamentou a morte de Nol Hendriks, histórico mecenas e diretor do clube, aos 80 anos, vítima de acidente vascular cerebral. No jogo propriamente dito, poucas emoções. A única oportunidade digna de nota no começo foi aos 24': após tabela com Danny Holla, Fredrik Jensen matou no peito a bola e deu de voleio, para ótima defesa de Hidde Jurjus, espalmando por cima do gol.
Ainda assim, o Twente não precisou esperar muito para marcar o seu gol. Aos 26', Oussama Assaidi foi derrubado na área por Christian Kum, e o juiz Serdar Gözübüyük apitou o pênalti convertido pelo próprio Assaidi. O Roda só reagiu aos 33', quando Dani Schahin cabeceou para a defesa do goleiro Jorn Brondeel. No segundo tempo, os Tukkers mandantes resolveram o jogo. Aos 57', Tom Boere deixou a Luciano Slagveer - e deste (supostamente impedido) a bola chegou a Assaidi para o segundo gol do atacante no jogo. Finalmente, aos 73', Tom Boere cabeceou na trave, mas Peet Bijen estava atento para fazer o 3 a 0 na sobra. Uma vitória que tranquilizou mais a situação do Twente, agora em 13º lugar - e piorou a dos Koempels, isolados na última posição.
Lozano segue sendo o nome principal da Eredivisie: abriu o caminho para manter o PSV na liderança (photo-prestige/psv.nl) |
No PSV líder do campeonato, uns voltavam (Hirving Lozano se recuperara de lesão no cotovelo), outros iam (o machucado da vez era Steven Bergwijn, que abria espaço para Luuk de Jong seguir como titular). De todo modo, o time da casa começou com tudo no Philips Stadion. Logo aos 2', a primeira chance: Joshua Brenet cruzou da esquerda, mas Jeff Hardeveld tirou providencialmente de cabeça. Aos 3', foi ainda mais perigoso. O goleiro Bram Castro repôs errado a bola, e Gastón Pereiro já a mandou de volta para a área. Robin Pröpper foi pior ainda: tentou dominar e perdeu para Luuk de Jong. O camisa 9 dominou, driblou Castro, mas chutou fraco, para fora, perdendo ótima chance. Na sequência, mais uma possibilidade: lançado em profundidade, Jürgen Locadia também saiu de Castro na área, mas perdeu o domínio, e a esférica saiu pela linha de fundo.
Barrando a saída de bola do Heracles, os Eindhovenaren imperavam. Aos 7', Brenet mandou para a área, mas o arremate de Locadia bateu em cima da zaga. Aos 12', Pereiro dominou passe perto da área, e deixou de calcanhar para Marco van Ginkel arriscar. A bola passou rente à trave direita de Castro. O goleiro belga dos Heraclieden ainda espalmou providencialmente bola vinda de cruzamento de Brenet, aos 15'. No córner subsequente, Luuk de Jong ainda escorou na rede pelo lado de fora. O gol dos Boeren estava maduro. Até passando da hora. E enfim aconteceu aos 18', em grande jogada de Jorrit Hendrix. O volante carregou a bola desde o meio, e lançou em profundidade. Quem entrava na área, pronto para receber o passe? Lozano, que completou de primeira, sem chances para Castro, fazendo 1 a 0 e se isolando como goleador da Eredivisie: sete gols em sete jogos - isso porque ficou fora de duas partidas...
Sinal de vida do Heracles no ataque? Só aos 22', quando Brandley Kuwas cobrou falta da direita, mandando perto da trave de Jeroen Zoet. Em outro tiro livre o PSV voltou à carga, aos 24' (Pereiro bateu para fora). Na sequência, os visitantes vieram com bola rolando - um chute fraco de Jamiro Monteiro agarrado por Zoet. E os Boeren responderam aos 29', numa finalização de Van Ginkel defendida por Castro, meio no susto. Com o jogo controlado, o time anfitrião só chegou com perigo de novo aos 33', num cabeceio desperdiçado por Luuk de Jong, livre na área. E aos 41', quando Castro saiu bem do gol para rebater com os pés chute de Locadia. No minuto seguinte, os Almelöers tiveram a grande chance para o empate: um chute de Kuwas passou muito perto do gol.
Os Boeren tomavam certo sufoco do Heracles. Até Van Ginkel, sempre confiável, encaminhar a vitória (Photo Prestige/psv.nl) |
Os Boeren só falaram grosso em casa de novo aos 66'. Com Hendrix: o volante passou a Luuk de Jong, e este fez o pivô, ajeitando a bola para Hendrix bater de voleio, forçando boa defesa de Castro. Porém, era o momento de maior equilíbrio no jogo. E aos 70', os visitantes de Almelo quase empataram num cruzamento de Navratil, que passou pela área sem ninguém completar. De quebra, lesões forçaram o PSV a mudar. Com problemas no ombro desde o começo da etapa final, Pereiro enfim capitulou, dando lugar a Bart Ramselaar no meio. E no ataque, Locadia sentiu dores musculares, e o brasileiro Mauro Júnior ganhou sua segunda chance no time principal.
O risco de empate era considerável, e o time da casa precisava se cuidar. Um segundo gol aliviaria. E ele veio aos 78'. Hendrix cruzou bem da direita, Mauro Júnior escorou de cabeça para o meio da área, e Van Ginkel entrou para concluir e sacramentar a 16ª vitória seguida em casa. De quebra, aos 90' + 1, ainda houve um pênalti. Bem, pênalti, não: Robin Pröpper empurrou Albert Gudmundsson (substituíra Lozano) fora da área. Falta clara, e merecido cartão vermelho dado por Ed Janssen. Mas o juiz transformou em pênalti, que Van Ginkel converteu sem problemas para ampliar o triunfo de um PSV cada vez mais líder.
Abraçado pelos colegas de time, Koopmeiners podia gritar: em seu primeiro jogo como titular do AZ, um gol (ANP/Pro Shots) |
Os dois times entraram no campo do AFAS Stadion com a mesma pontuação, e o vencedor se aproximaria do topo da tabela. O AZ começou mais ousado: aos 4', num lançamento de Fredrik Midtsjo, em profundidade, Joris van Overeem (jogando mais adiantado) apareceu livre na área, e recuou a bola para Guus Til chutar. O arremate em diagonal saiu, mas o aviso fora dado. E um aviso mais enérgico veio aos 9': Til cruzou da esquerda, e Alireza Jahanbakhsh cabeceou, forçando o goleiro David Jensen a buscar a bola rente à trave direita.
As chances seguiram aos 15' - cobrança de falta de Stijn Wuytens, defendida por Jensen sem problemas - e aos 17' - Van Overeem escorou para Thomas Ouwejan. O lateral esquerdo cruzou, e o desvio de Wout Weghorst na área parou na linha de fundo, mas deu sustos. Até que, aos 21', o aviso de superioridade foi definitivo. Til cruzou, a bola bateu no zagueiro Willem Janssen, Alireza foi rápido, pegou a sobra, e recuou para o estreante Teun Koopmeiners tornar o dia ainda mais benéfico para si: chutando forte, no canto direito de Jensen, para fazer 1 a 0.
A pressão dos mandantes continuou aos 35'. Alireza carregou a bola pela direita, até o cruzamento. Porém, Van Overeem falhou na conclusão. Ainda assim, ela rendeu sustos a Jensen, que teve de espalmar a bola pela linha de fundo. O Utrecht, por sua vez, só assustou aos 38'. Rico Strieder levantou a bola para a área, e Lukas Görtler foi disputá-la no ar com o goleiro Bizot. A esférica subiu e bateu no travessão, sendo providencialmente afastada por Wuytens. Mas se a questão era bola no travessão, Alireza mandou a dele, em chute de fora aos 45'.
O AZ seguiu ofensivo no segundo tempo. E já mostrou isso em apenas alguns segundos, num chute de Weghorst para fora. Os visitantes de Utrecht respondeu aos 51', em cobrança de falta de Zakaria Labyad, rebatida por Bizot. Os Alkmaarders voltaram a falar grosso aos 52', quando Weghorst mandou a bola na trave de Jensen. E uma rápida chegada pela ponta, aos 62', rendeu o gol da tranquilidade definitiva. Pela esquerda, Ouwejan avançou quase sem marcação, e seu cruzamento foi completado por Alireza para o 2 a 0.
Dali por diante, o domínio do AZ foi total. Bizot só foi chamado à ação de novo pelos Utregs aos 79', quando fez grande defesa, à queima-roupa, em desvio de Görtler na pequena área. Mas no minuto seguinte, para tirar dúvidas sobre quem fora o melhor do tira-teima, Alireza lançou Van Overeem em rápido contra-ataque, e o meio-campista saiu livre com a bola para chegar à área, tocar no canto direito de Jensen e definir o 3 a 0 no placar, "desempatando" a disputa - agora, o AZ é sexto colocado.
Ao calar De Kuip com o primeiro gol, Huntelaar assumiu: "Isso motivou o Ajax". A motivação rendeu ótima goleada (ANP/Pro Shots) |
O Feyenoord foi para o Klassieker com sérias necessidades defensivas: sem os dois zagueiros titulares nem os reservas imediatos (Renato Tapia e Sven van Beek), restou improvisar Kevin Diks no miolo, com Sofyan Amrabat indo para a zaga. O Ajax tinha time completo, só mudando no meio, com Marcel Keizer preferindo escalar Donny van de Beek no lugar de Frenkie de Jong. E foi dos Godenzonen a primeira chance: logo no primeiro minuto, chute de Amin Younes, cruzado, fraco, fácil para a defesa de Brad Jones. O atual campeão holandês buscou algo aos 4'. Jens Toornstra lançou Nicolai Jorgensen. E o dinamarquês dominou bem. Só não entrou na área finalizando porque Matthijs de Ligt cortou na hora certa.
Na sequência, aos 5', o Ajax respondeu após falha de Kevin Diks na saída de bola: David Neres dominou, e deixou em profundidade a Klaas-Jan Huntelaar, que chutou cruzado para a defesa de Jones. Pressionando bastante a defesa do Feyenoord - desentrosada, errando na saída de bola e prejudicada pelas lesões -, o Ajax foi aparecendo. Aos 12', David Neres cruzou da esquerda, e Tonny Vilhena apareceu providencialmente, tirando a bola de cabeça. Aos 17', Neres continuou jogando bem: fez ótima jogada na linha de fundo, driblando Ridgeciano Haps, mas seu cruzamento foi interceptado por Jeremiah St. Juste. Aos 22', a jogada veio pelo lado oposto: Younes mandou a bola da esquerda, mas ela chegou rápida demais para que Huntelaar a alcançasse. E aos 27', a bola parada foi a opção: Hakim Ziyech cobrou falta, mas Nick Viergever também não chegou a tempo.
O Ajax chegava pelas pontas. Achava espaço e prensava o Feyenoord em seu campo de defesa. Mas faltava o gol. O Stadionclub só reapareceu aos 30': com espaço para avançar, Steven Berghuis veio pela direita, mas seu cruzamento parou em De Ligt. No minuto seguinte, em outro erro de passe no meio-campo, quase veio o gol Ajacied. Huntelaar dominou e serviu a bola a Younes. O alemão dominou, cortou para o meio e bateu de direita, forçando Jones a rebater com boa defesa. Aos 38', em outra cobrança de falta por Ziyech, foi a vez de Joël Veltman cabecear para fora. Mas aos 40', quase os Feyenoorders surpreenderam. Toornstra cobrou falta por baixo, mandando para a área, e Jorgensen entrou pelo meio, escorando. Com agilidade e reflexo, André Onana rebateu com agilidade e reflexo, salvando o Ajax de uma péssima surpresa. Péssimo, talvez, foi o nível técnico do clássico na etapa inicial. O Feyenoord estava tímido, sem aparecer no ataque; o Ajax criava, mas era ineficiente para finalizar.
Mas isso mudou um pouco no segundo tempo. Logo no começo, no primeiro erro que a defesa do Feyenoord cometeu na saída de bola, aos 50', já houve a punição: o gol do Ajax. Sofyan Amrabat errou passe, David Neres ficou com a bola, e a deixou para Huntelaar. Na área, o camisa 9 concluiu como se deve: com força, cruzado, no ângulo direito de Brad Jones, que nada pôde fazer para evitar o 1 a 0.
Só aí o atual campeão da Eredivisie decidiu sair para o jogo. Numa jogada pelas pontas, aos 55' surgiu a chance do desafogo. Haps veio veloz pela esquerda, driblou dois, chegou perto da área, e só parou quando foi derrubado por De Ligt na área. Danny Makkelie marcou o pênalti. Mas Jorgensen bateu fraco, rasteiro, fácil para a defesa de Onana, que espalmou para manter a vantagem do Ajax. O pênalti perdido poderia prejudicar, mas o Feyenoord já conseguia pressionar mais. A entrada de Sam Larsson na ponta esquerda, na vaga de Boëtius, aumentou a pressão. E o gol não demorou. Foi até facilitado por um erro de De Ligt: o zagueiro perdeu o domínio da bola na área, e possibilitou que Jorgensen a dominasse, passando para a direita. Ali, Toornstra chegou livre, para bater com toda a força, no ângulo esquerdo de Onana, que ficou sem ação para evitar o 1 a 1.
No primeiro ou no segundo tempo, com ou sem chuva, David Neres foi fundamental na vitória do Ajax, com três passes para gol (ANP/Pro Shots) |
Aí as alterações corretas de Marcel Keizer mantiveram o ritmo ao bel-prazer do Ajax. Aos 74', Younes quase fez, se livrando da marcação de Amrabat e chutando cruzado, para fora. Aos 79', o arremate de David Neres (seria um gol merecido para o melhor em campo) só foi impedido por desarme de Vilhena. Abatidos, os Rotterdammers só tentaram algo aos 81': de falta, Vilhena mandou a bola para a área, mas Onana saiu bem do gol para defender. De resto, os Amsterdammers tinham mais espaço. O terceiro gol quase veio aos 83': David Neres superou Haps na corrida, chegou à linha de fundo e cruzou, mas Dolberg errou o voleio para o gol vazio.
De qualquer modo, o Ajax dominava. E confirmou a vitória de que tanto precisava aos 88'. De novo, com um passe de David Neres: o brasileiro deixou Siem de Jong livre na área, e o camisa 23 (outro a ter entrado havia pouco) tocou de primeira na saída de Brad Jones, para o 3 a 1. Só para jogar mais sal na ferida Feyenoorder, nos acréscimos, Ziyech lançou Dolberg em rápido contra-ataque, e o atacante dinamarquês também tocou enquanto Jones saía do gol, para colocar no placar o 4 a 1. Uma goleada que avisa: o Ajax vive na temporada. E quer alcançar o líder PSV. As preocupações do Feyenoord começam a ser outras.
Valeu a intenção: Matavz (à esquerda) fechou a goleada do Vitesse, e homenageou à la Bebeto o filho que vem (Ronald Bonestroo/VI Images) |
Fora de casa, o Vitesse teria grande desafio: o Heerenveen é outro clube com cacife para ficar logo abaixo das primeiras posições na tabela, e vinha de duas derrotas seguidas. Mas foi o Vites que se impôs com autoridade, na Frísia. Apostando nos cruzamentos, os visitantes de Arnhem não demoraram a fazer gols. Aos 17', Navarone Foor cruzou, e Milot Rashica escapou da marcação de Lucas Woudenberg para fazer 1 a 0. O Fean ainda tentou reagir aos 25' - bom chute de Marco Rojas, que passou perto do gol -, mas outra jogada pelas pontas rendeu o 2 a 0 aos aurinegros: aos 36', Fankaty Dabo veio livre pela direita, alçou a bola na área, e Bryan Linssen concluiu.
A eficiência ofensiva do Vitesse continuou sendo exibida tão logo o segundo tempo começou. Já aos 50', outra inteligente jogada praticamente fechou a vitória: Rashica cruzou, Linssen ajeitou na entrada da área, Foor bateu forte para o 3 a 0. Se não havia chutado bolas a gol no primeiro tempo, o Heerenveen ainda aspirou a algo em um minuto (aos 57', Reza Ghoochannejhad cabeceou, e a bola foi tirada em cima da linha; aos 58', o goleiro Remko Pasveer espalmou o arremate de Martin Odegaard). Para matar no nascedouro tais ousadias, outro contra-ataque rendeu ao Vitesse o quarto gol - Tim Matavz, aos 72'. A goleada reanimou de vez o Vites, agora terceiro colocado - que terá notável duelo na semana que vem, ao pegar o líder PSV. Pode surpreendê-lo, em casa.
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