Entre 12 de maio e 4 de junho, o Espreme a Laranja traz um texto descrevendo a carreira de todas as 23 convocadas para a seleção da Holanda que disputará a Copa do Mundo feminina.
Se o ataque da seleção feminina da Holanda é dos mais respeitáveis da Europa, a defesa da Laranja inspira certos cuidados. Para minorar as fragilidades, uma jogadora tem ganho cada vez mais importância entre as Leoas: jogando tanto nas laterais quanto no miolo de zaga, Dominique Bloodworth tem subido de importância dentro do esquema tático de Sarina Wiegman. E irá para sua segunda Copa do Mundo na carreira, como titular na escalação.
Antes mesmo de começar a jogar em clubes, a zagueira de 1,74m já estava recrutada pela federação holandesa: desde 2010, já jogava nas seleções de base - no caso, a seleção sub-15 da Holanda. Naquele tempo, a novata tinha outro sobrenome: Dominique Janssen. E assim, a nativa da cidade de Horst aan de Maas foi crescendo. A partir de 2012, já era capitã da seleção sub-17; no ano seguinte, Janssen também era a dona da braçadeira na equipe sub-19 das Leeuwinnen (em holandês, "Leoas"). Curiosamente, sequer tinha iniciado a carreira profissional.
Isso só aconteceu na segunda metade de 2012, quando Dominique entrou para a equipe de juniores do RKSW Wittenhorst, clube amador perto de sua cidade. Todavia, na hora de entrar para um time adulto, a zagueira ficou sem lugar na Holanda. E só começou de vez a carreira num país vizinho: a Alemanha. Janssen começou a jogar no SGS Essen, da Bundesliga feminina, em 2013. Com lugar entre as titulares, a zagueira se deu ao luxo até de recusar ofertas tanto de Ajax quanto da fusão entre PSV e FC Eindhoven (no futebol feminino, os dois clubes de Eindhoven tinham uma equipe em conjunto).
Mas seria 2014 o ano do despontar da então Janssen. Pela seleção holandesa sub-19, ela fez parte do time campeão da Euro da categoria. E já serviu para ser convocada pela primeira vez para a equipe adulta da Holanda: o técnico Roger Reijners a incluiu na lista de convocadas para a Copa do Chipre, torneio amistoso. E em 5 de março, contra a Austrália, na competição disputada em campos cipriotas, a zagueira estreou pela Holanda: saiu do banco, substituindo Stefanie van der Gragt, aos 65'.
Já valeu para Janssen causar boa impressão. E para estar entre as 23 convocadas para a Copa do Mundo feminina, em 2015. Já no Mundial do Canadá, a versatilidade de Janssen nas posições defensivas valeu num momento difícil: contra as donas da casa, após uma lesão precoce da lateral direita Van Lunteren, logo após as canadenses fazerem 1 a 0, a defensora entrou para cobrir a lacuna na direita. Deu certo, a Holanda fez 1 a 1, avançou às oitavas de final... e Janssen já se fortaleceu para o ciclo posterior, quando veteranas deixaram a seleção - casos de Dyanne Bito e Petra Hogewoning.
Fortalecimento tamanho, aliás, que Janssen deu outro salto na carreira logo após a Copa, em 2015: foi contratada pelo Arsenal, como uma das primeiras holandesas a irem para os Gunners. Já no primeiro ano na Inglaterra, fez parte da campanha do título da Copa da Liga feminina. Na temporada seguinte, outra copa ganha pelo Arsenal: a Copa feminina da Inglaterra. Paralelamente, Janssen se firmava nas convocações da seleção holandesa - principalmente na lateral direita. Assim, foi convocada para a Euro 2017. Ficou na reserva durante a maior parte da Euro, mas entrou justamente na partida mais importante da história da seleção feminina: a final contra a Dinamarca, substituindo Van Lunteren e terminando o jogo do título continental das Leoas.
De lá para cá, Janssen mudou. Certas alterações na seleção da Holanda - a saída de Mandy van den Berg, a prioridade de Anouk Dekker para a escalação no meio, as lesões de Van der Gragt - fizeram com que ela se tornasse titular na seleção, a partir de 2018. Mais do que mudar em campo, a defensora mudou fora dele: casada, a partir do ano passado adotou o sobrenome do companheiro. Como Dominique Bloodworth, fez parte do Arsenal campeão de mais uma Copa da Inglaterra, em 2017/18, e finalmente campeão da Soccer League feminina, em 2018/19.
Assim Bloodworth fechou um ciclo em clubes: anunciou a saída do Arsenal após a WSL, e já está de contrato assinado com o Wolfsburg, para voltar à Alemanha. Mas na seleção, a defensora de 24 anos ainda terá um longo tempo. Pode provar isso na Copa.
Ficha técnica
Já novata, Bloodworth (antes, Janssen) mostrou versatilidade nas posições de defesa. Por isso, ganhou rapidamente importância na seleção feminina (onsoranje.nl) |
Antes mesmo de começar a jogar em clubes, a zagueira de 1,74m já estava recrutada pela federação holandesa: desde 2010, já jogava nas seleções de base - no caso, a seleção sub-15 da Holanda. Naquele tempo, a novata tinha outro sobrenome: Dominique Janssen. E assim, a nativa da cidade de Horst aan de Maas foi crescendo. A partir de 2012, já era capitã da seleção sub-17; no ano seguinte, Janssen também era a dona da braçadeira na equipe sub-19 das Leeuwinnen (em holandês, "Leoas"). Curiosamente, sequer tinha iniciado a carreira profissional.
Isso só aconteceu na segunda metade de 2012, quando Dominique entrou para a equipe de juniores do RKSW Wittenhorst, clube amador perto de sua cidade. Todavia, na hora de entrar para um time adulto, a zagueira ficou sem lugar na Holanda. E só começou de vez a carreira num país vizinho: a Alemanha. Janssen começou a jogar no SGS Essen, da Bundesliga feminina, em 2013. Com lugar entre as titulares, a zagueira se deu ao luxo até de recusar ofertas tanto de Ajax quanto da fusão entre PSV e FC Eindhoven (no futebol feminino, os dois clubes de Eindhoven tinham uma equipe em conjunto).
Mas seria 2014 o ano do despontar da então Janssen. Pela seleção holandesa sub-19, ela fez parte do time campeão da Euro da categoria. E já serviu para ser convocada pela primeira vez para a equipe adulta da Holanda: o técnico Roger Reijners a incluiu na lista de convocadas para a Copa do Chipre, torneio amistoso. E em 5 de março, contra a Austrália, na competição disputada em campos cipriotas, a zagueira estreou pela Holanda: saiu do banco, substituindo Stefanie van der Gragt, aos 65'.
Já valeu para Janssen causar boa impressão. E para estar entre as 23 convocadas para a Copa do Mundo feminina, em 2015. Já no Mundial do Canadá, a versatilidade de Janssen nas posições defensivas valeu num momento difícil: contra as donas da casa, após uma lesão precoce da lateral direita Van Lunteren, logo após as canadenses fazerem 1 a 0, a defensora entrou para cobrir a lacuna na direita. Deu certo, a Holanda fez 1 a 1, avançou às oitavas de final... e Janssen já se fortaleceu para o ciclo posterior, quando veteranas deixaram a seleção - casos de Dyanne Bito e Petra Hogewoning.
Fortalecimento tamanho, aliás, que Janssen deu outro salto na carreira logo após a Copa, em 2015: foi contratada pelo Arsenal, como uma das primeiras holandesas a irem para os Gunners. Já no primeiro ano na Inglaterra, fez parte da campanha do título da Copa da Liga feminina. Na temporada seguinte, outra copa ganha pelo Arsenal: a Copa feminina da Inglaterra. Paralelamente, Janssen se firmava nas convocações da seleção holandesa - principalmente na lateral direita. Assim, foi convocada para a Euro 2017. Ficou na reserva durante a maior parte da Euro, mas entrou justamente na partida mais importante da história da seleção feminina: a final contra a Dinamarca, substituindo Van Lunteren e terminando o jogo do título continental das Leoas.
Bloodworth consolidou seu amadurecimento após a transferência para o Arsenal (David Price/Arsenal/Getty Images) |
Assim Bloodworth fechou um ciclo em clubes: anunciou a saída do Arsenal após a WSL, e já está de contrato assinado com o Wolfsburg, para voltar à Alemanha. Mas na seleção, a defensora de 24 anos ainda terá um longo tempo. Pode provar isso na Copa.
Ficha técnica
Nome: Dominique Bloodworth-Janssen
Posição: Zagueira/lateral
Posição: Zagueira/lateral
Data e local de nascimento: 17 de janeiro de 1995, em Horst aan de Maas (Holanda)
Clubes na carreira: Essen-ALE (2013 a 2015), Arsenal-ING (2015 a 2019) e Wolfsburg-ALE (estreará após a Copa, em 2019)
Desempenho na seleção: 46 jogos, desde 2014
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