Sob a emoção da lembrança de Di Tommaso, o Utrecht virou para cima do Heracles e enlouqueceu a torcida (ANP) |
Enfim, o De Graafschap conseguiu o que já merecia há algum tempo, pelo espírito de luta que mostrava: a primeira vitória no Campeonato Holandês desta temporada. E ela veio com importância dupla: num jogo direto, contra o penúltimo colocado, fora de casa, e de modo sofrido. Coisa que parecia distante no primeiro tempo. Porque, já aos sete minutos, após falha do zagueiro Marvin Peersman, Cas Peters fez 1 a 0 para os mandantes. Depois, de cabeça, o zagueiro Bart Straalman fez 2 a 0. Ainda no primeiro tempo, o meio-campista Youssef El Jebli poderia ter definido, mas chutou em cima do goleiro Leonard Nienhuis. O gol perdido custou caro: aos 43 minutos, Sjoerd Overgoor diminuiu para os Leeuwarders. Estava iniciada uma pressão forte dos visitantes, que culminou no gol contra de Nathaniel Will, igualando o jogo já no segundo tempo. Depois, Robin Pröpper ainda foi expulso. Parecia outra decepção para os Superboeren... mas aos 39 minutos da etapa final, numa cobrança de falta perfeita, Karim Tarfi trouxe a vitória desejada. Que abriu até perspectivas de deixar a lanterna: a desvantagem para o Cambuur caiu para dois pontos.
Heerenveen 3x0 Roda JC
As duas equipes chegavam com mudanças para o jogo. Após cair para o AZ na rodada passada, o interino Foppe de Haan mudou o esquema do time da Frísia, recolocando-o no 3-4-3. No Roda, a novidade foi fora de campo: no meio da semana, o milionário Frits Schrouff comprou o clube. O que não quer dizer que as coisas já mudaram dentro de campo, porque novamente o time de Kerkrade caiu sem pena nem glória, como na rodada passada, quando fora goleado pelo Zwolle. E Luciano Slagveer foi o principal responsável por encaminhar a fácil vitória do Heerenveen. Aos 29 minutos do primeiro tempo, Slagveer abriu o placar, aproveitando rebote de chute de Branco van den Boomen; aos 43, em chute próprio, fez 2 a 0. No segundo tempo, o Fean jogou tranquilamente, e a vitória foi confirmada em pênalti convertido por Mitchell te Vrede, aos 26 minutos. Enquanto o triunfo trouxe emoção a Foppe de Haan, que chorou na entrevista coletiva ao lembrar a crise que o clube viveu ("Isso é muito bom, é tudo para os torcedores. Quero que venham aqui e vejam um time jogando com o coração"), ao Roda sobrou a preocupação: os Koempels já não vencem há nove jogos.
Excelsior 2x4 Feyenoord
Visitar o clube que já foi seu satélite (Jordy Clasie e Robin van Persie tiveram rápidas passagens pelo Excelsior) normalmente resulta em boas atuações para o "primo rico" no clássico de Roterdã. E foi o que aconteceu, novamente, neste sábado. Aliás, podia ter sido até mais tranquilo: já aos dois minutos da etapa inicial, Dirk Kuyt fez seu 11º gol no Campeonato Holandês da atual temporada, aproveitando rebote de desvio de Simon Gustafson. Todavia, na grama artificial do estádio Woudestein, o Feyenoord não conseguiu transformar a ampla superioridade em mais gols. Só veio mais um, com Michiel Kramer, aproveitando cruzamento de Rick Karsdorp. O Excelsior aproveitou, empolgou-se (Karsdorp evitou o gol de Brandley Kuwas em cima da linha), e enfim Jeff Stans diminuiu, ainda antes do intervalo. Na volta, os Kralingers tiveram até mais chances, mas em repetição da jogada do segundo gol, Karsdorp cruzou e Kramer fez 3 a 1 para o Feyenoord, aos dez minutos. Finalmente, já aos 26 minutos, Adil Auassar recuou erradamente a bola, Kramer aproveitou e garantiu seu terceiro na partida. Aos 43, Tom van Weert ainda marcou mais um de honra, mas já era tarde para evitar nova vitória do Stadionclub, que segue acompanhando o Ajax a par e passo na disputa da liderança da Eredivisie.
Twente 1x3 Willem II
Diante do momento que o diretor financeiro Gerard van der Belt qualificou como "o mais difícil da história do clube", a torcida do Twente atendeu o pedido. Lotou o Grolsch Veste para alentar os Tukkers. Mas de nada adiantou: os Tricolores impuseram a quinta derrota consecutiva na Eredivisie aos Enschedese. E o triunfo dos visitantes teve um personagem destacado: Lucas Andersen. O atacante emprestado pelo Ajax tornou-se o primeiro jogador dos Tilburgers a fazer três gols num jogo desde Willy van der Gils, em 1983. O primeiro, aos 16 minutos do primeiro tempo, em chute que enganou o goleiro Joël Drommel; o segundo, em cobrança de falta, aos 21. Jari Oosterwijk ainda diminuiu aos 37, mas Andersen fez seu terceiro no minuto final da etapa inicial. E enquanto o Willem II deixou a zona de repescagem/rebaixamento, o Twente vê sua situação mais e mais crítica: com nove pontos, está em 16º, quatro pontos à frente do lanterna De Graafschap. Pior: cresce a perspectiva de perda de pontos, como punição da federação ao acordo irregular com o fundo de investimentos Doyen Sports. E aí, o temor da queda se tornaria real.
Vitesse 1x0 NEC
Jogo direto. Entre o quinto e o sexto colocado. Um clássico, o "Derby van het Gelderland" (Dérbi da Géldria, em português). Só isso já aumentaria a tensão vista no Gelredome de Arnhem. Só que o Vitesse tinha mais a perder: afinal, vinha de uma derrota e de um empate. Resultado: os aurinegros começaram a toda a velocidade no ataque. Porém, não só os Nijmegenaren seguraram o ímpeto dos primeiros minutos, mas também atacaram, e até foram melhores ao fim dos 45 minutos iniciais. Era daqueles jogos em que somente um lance poderia definir tudo. E definiu: já aos quatro minutos do segundo tempo, Valeri Qazaishvili foi derrubado na área por Janio Bikel. O próprio georgiano bateu o pênalti e fez 1 a 0. E a despeito de alguns chutes perigosos do NEC, o Vitesse saiu do clássico com a vitória. Com a quinta posição. E diante do resto da rodada, ainda com a perspectiva de alcançar o Heracles Almelo.
Zwolle 0x2 Ajax
Do modo como começou, caprichando na marcação por pressão, o Zwolle deu a impressão de que faria jogo duríssimo contra os Ajacieden, como tem sido a tônica das últimas duas temporadas. Afinal, ainda retumbam os 5 a 1 dos Dedos Azuis no Ajax, na final da Copa da Holanda em 2013/14. Ou a vitória em plena Amsterdam Arena, na Supercopa da Holanda 2014/15. Sem contar que o Zwolle não perdera dos Godenzonen na Eredivisie passada (dois empates, 0 a 0 e 1 a 1). Só que os Amsterdammers trataram de acabar logo com esse temor: aos poucos, dominaram massivamente o jogo, com troca rápida de passes e várias chances, até o gol de Amin Younes, aproveitando péssima saída de gol de Kevin Begois para passar por trás dele e completar cruzamento de primeira para as redes. No entanto, a superioridade do Ajax ficou nisso, para lamento de Frank de Boer à emissora pública de tevê NOS: "Foi ruim que tenha ficado no 1 a 0, podia ter sido 5 a 0, e a culpa é nossa".
Resultado: no segundo tempo, o Zwolle cresceu. A entrada de Stef Nijland acelerou o meio-campo do time de Ron Jans, que se animou e passou a tentar mais chutes a gol contra Jasper Cillessen. Paralelamente, nem mesmo a entrada de Vaclav Cerny (destaque na vitória contra o Celtic, na quinta passada, pela Liga Europa) animou o Ajax. Surpreendentemente, foi um volante, Thulani Serero, o autor do gol que tranquilizou a equipe e encaminhou a vitória, já aos 40 minutos do segundo tempo. E o Zwolle foi, enfim, neutralizado pelos Ajacieden, que mantêm os três pontos de vantagem para o Feyenoord na liderança do Campeonato Holandês. Ainda assim, a falta de eficiência nas finalizações serve de alerta para uma equipe que ainda tem muito a melhorar.
Groningen 2x1 ADO Den Haag
Por pior que seja sua campanha (é o 14º colocado), o ADO Den Haag viveu um dia como os que o De Graafschap viveu várias vezes, nesta temporada: não merecia perder, mas perdeu. Mesmo jogando no Euroborg, os Hagenaren atuaram melhor no primeiro tempo. Controlaram a pressão inicial dos mandantes, começaram a atacar um pouco mais, e enfim abriram o placar, aos 24 minutos do primeiro tempo: Édouard Duplan viu cruzamento de Aaron Meijers, superou Johan Kappelhof no jogo aéreo e cabeceou para fazer 1 a 0. No segundo tempo, precisando satisfazer a torcida que vaiara no fim da etapa inicial, os Groningers partiram para o ataque. Bastaram quatro minutos, e pronto: um cruzamento "mal feito" de Lorenzo Burnet, desvio acidental do zagueiro Tom Beugelsdijk, e 1 a 1. Então, o jogo caiu num marasmo, e achava-se que nada mais iria acontecer. Até que aos 50 minutos da etapa final, num bate-rebate na área, a bola caiu com Danny Hoesen, que fez o gol da virada. Por um lado, vitória que não fez justiça ao jogo igual que se viu em Groningen. Por outro, vitória que segue a boa sequência do time alviverde (seis jogos invicto: dois empates, quatro triunfos).
Utrecht 4x2 Heracles Almelo
"DiToDay". Foi sob esse nome que os Utregs chegaram para o jogo contra os Heraclieden. Um nome que trazia uma lembrança dolorida: exatamente há dez anos, em 29 de novembro de 2005, um ataque cardíaco fulminante durante o sono matou o francês David di Tommaso, 26 anos, meio-campista que atuava no Utrecht àquela altura, horas após a vitória sobre o Ajax, pela Eredivisie 2005/06. As lamentações foram tão grandes que o falecimento de "DiTo" motivou até a "aposentadoria" do número 4 que o francês usava. E neste domingo, 29 de novembro de 2015, a família de Di Tommaso (incluindo a viúva Audrey e o filho Noah) voltou ao estádio Galgenwaard, testemunhou homenagens emocionantes e, claro, não faltaram lágrimas. Nem faltaram capítulos palpitantes numa vitória tocante do Utrecht.
Até porque o Heracles saiu na frente: aos 26 minutos, Iliass Bel Hassani recebeu passe de Oussama Tannane e fez 1 a 0 para os visitantes. De quebra, após puxar Tannane, o lateral direito Kevin Conboy recebeu o segundo amarelo, o cartão vermelho consequente e deixou o Utrecht com dez. Mas no segundo tempo, quando as coisas estavam mornas, Nacer Barazite virou o jogo em três minutos: aos 15, completou uma triangulação com Yassin Ayoub e Sébastien Haller, e chutou forte aos 18. Tannane ainda empatou para o time de Almelo, mas nos últimos minutos, foi justamente um compatriota de Di Tommaso que ganhou o destaque: marcando aos 39 e aos 42 da etapa final, Haller enlouqueceu a torcida e consolidou-se como o "salvador" dos Utregs. E como o responsável pela vitória que deixou a gostosa sensação de ampliar a homenagem a David di Tommaso.
PSV 3x0 AZ
Três minutos do primeiro tempo no Philips Stadion. Escanteio para o PSV. Joshua Brenet cobra da direita, Luuk de Jong desvia na primeira trave, a bola bate no volante Celso Ortiz, e o zagueiro Derrick Luckassen "completa" para as redes o gol contra que abriu o placar para os donos da casa. A sensação foi inevitável: era dia do PSV. Até foi, com a segura vitória por 3 a 0. Mas diante do que o time de Phillip Cocu jogou no primeiro tempo, ficou a impressão de que uma goleada acachapante era provável. Ainda mais pelo que jogou a dupla Luuk de Jong e Gastón Pereiro. Se vira Dirk Kuyt novamente "dividir" a liderança da artilharia da Eredivisie no sábado, Luuk tratou de retomá-la isoladamente: fez mais dois gols neste domingo, ainda no primeiro tempo, aos 15 (cabeceando cruzamento de Brenet) e aos 41 minutos (completando passe de Pereiro), chegando a 13 na temporada. E o uruguaio, por sua vez, mais e mais justifica por que colocou Luciano Narsingh no banco de reservas: mostra rapidez pela esquerda, além de capacidade invejável de finalização. Como Narsingh, lesionado, só deverá voltar a jogar na retomada da temporada, já em 2016, Pereiro tem a chance de aprofundar seu desenvolvimento já acelerado no futebol holandês. E de ajudar o PSV a ter atuações mais regulares para buscar o bicampeonato nacional. O 3 a 0 do domingo até poderia ser a vitória para voltar a falar grosso, mas os Eindhovenaren tiraram o pé no segundo tempo. Ainda assim, atuação respeitável.
Até porque o Heracles saiu na frente: aos 26 minutos, Iliass Bel Hassani recebeu passe de Oussama Tannane e fez 1 a 0 para os visitantes. De quebra, após puxar Tannane, o lateral direito Kevin Conboy recebeu o segundo amarelo, o cartão vermelho consequente e deixou o Utrecht com dez. Mas no segundo tempo, quando as coisas estavam mornas, Nacer Barazite virou o jogo em três minutos: aos 15, completou uma triangulação com Yassin Ayoub e Sébastien Haller, e chutou forte aos 18. Tannane ainda empatou para o time de Almelo, mas nos últimos minutos, foi justamente um compatriota de Di Tommaso que ganhou o destaque: marcando aos 39 e aos 42 da etapa final, Haller enlouqueceu a torcida e consolidou-se como o "salvador" dos Utregs. E como o responsável pela vitória que deixou a gostosa sensação de ampliar a homenagem a David di Tommaso.
PSV 3x0 AZ
Três minutos do primeiro tempo no Philips Stadion. Escanteio para o PSV. Joshua Brenet cobra da direita, Luuk de Jong desvia na primeira trave, a bola bate no volante Celso Ortiz, e o zagueiro Derrick Luckassen "completa" para as redes o gol contra que abriu o placar para os donos da casa. A sensação foi inevitável: era dia do PSV. Até foi, com a segura vitória por 3 a 0. Mas diante do que o time de Phillip Cocu jogou no primeiro tempo, ficou a impressão de que uma goleada acachapante era provável. Ainda mais pelo que jogou a dupla Luuk de Jong e Gastón Pereiro. Se vira Dirk Kuyt novamente "dividir" a liderança da artilharia da Eredivisie no sábado, Luuk tratou de retomá-la isoladamente: fez mais dois gols neste domingo, ainda no primeiro tempo, aos 15 (cabeceando cruzamento de Brenet) e aos 41 minutos (completando passe de Pereiro), chegando a 13 na temporada. E o uruguaio, por sua vez, mais e mais justifica por que colocou Luciano Narsingh no banco de reservas: mostra rapidez pela esquerda, além de capacidade invejável de finalização. Como Narsingh, lesionado, só deverá voltar a jogar na retomada da temporada, já em 2016, Pereiro tem a chance de aprofundar seu desenvolvimento já acelerado no futebol holandês. E de ajudar o PSV a ter atuações mais regulares para buscar o bicampeonato nacional. O 3 a 0 do domingo até poderia ser a vitória para voltar a falar grosso, mas os Eindhovenaren tiraram o pé no segundo tempo. Ainda assim, atuação respeitável.
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