domingo, 6 de novembro de 2016

810 minuten: como foi a 12ª rodada da Eredivisie

 
Enfim aconteceu: com este gol de Jarchinio Antonia, sendo feito na foto, o Feyenoord perdeu na Eredivisie (Pro Shots)



Sparta Rotterdam 3x1 Heerenveen (sexta-feira, 4 de novembro)

Ótima campanha no Campeonato Holandês. Jogadores convocados para as respectivas seleções nas próximas datas FIFA: Stijn Schaars para a Holanda, Yuki Kobayashi (estreante) para o Japão, Sam Larsson para a Suécia, Arber Zeneli para Kosovo... era para ser um dia em que o time da Frísia imporia sua qualidade sobre o Sparta, visitando o Kasteel. E o começo de jogo confirmava isso: ofensivo, o Fean levou apenas nove minutos para fazer 1 a 0. Após um bate-rebate na área, Reza "Gucci" Ghoochannejhad deixou a bola com Jeremiah St. Juste, que chutou forte para as redes.

Aí, o Sparta decidiu mostrar que o Heerenveen era bom, mas não era dois. E também empatou rapidamente: aos 15', Kenneth Dougall deixou a bola com Stijn Spierings, que fez jogada individual e finalizou com classe para o 1 a 1. Melhor ainda, para os Kasteelheren, foi também serem rápidos na virada, já aos 19': Spierings passou a Craig Goodwin, que cruzou a bola até a segunda trave, onde estava Zakaria El Azzouzi para escorar e virar o jogo. De visitante superior, o Heerenveen se viu acossado pela pressão dos anfitriões. O Sparta fez o goleiro Erwin Mulder trabalhar mais, pelo resto do jogo. Ironicamente, Mulder é que teve papel indiretamente decisivo no terceiro gol, aos 69': Goodwin cobrou falta na entrada da área, e o goleiro do Heerenveen ficou com as penas do frango na mão, deixando passar bola defensável. Uma vitória surpreendente - e agradável - do Sparta.

ADO Den Haag 1x0 Willem II (sábado, 5 de novembro)

Se o Willem II estava um pouco mais aliviado após a vitória da rodada passada, o ADO Den Haag é que precisava satisfazer a torcida: afinal de contas, eram oito jogos sem vitória pela Eredivisie (desde a 3ª rodada, em 19 de agosto, para ser mais exato). E o time auriverde de Haia começou bem em casa. Entre outras oportunidades no primeiro tempo, a primeira foi a mais perigosa: logo aos 4', Mike Havenaar arrematou, forçando o goleiro Kostas Lamprou a espalmar por cima do gol, com a ponta dos dedos. O Willem II contra-atacou aos 17': Anouar Kali cruzou, e Bartholomew Ogbeche completou próximo à meta defendida por Ernestas Setkus.

De quebra, ainda na etapa inicial, o Den Haag perdeu importante jogador: aos 31', Kevin Jansen sofreu lesão grave no joelho (segundo informação posterior, provável rompimento do ligamento cruzado anterior), e deu lugar a Édouard Duplan. Após um período de readaptação do esquema tático, os anfitriões voltaram a pressionar o Willem II no segundo tempo. E foi justamente um ídolo da torcida que marcou o gol salvador, em dia importante para ele: aos 56', em seu centésimo jogo envergando a camisa auriverde, o zagueiro Tom Beugelsdijk completou de cabeça o cruzamento de Hector Hevel para fazer o único gol da vitória sobre os visitantes tricolores. O primeiro triunfo após oito rodadas já levou os Hagenaren ao meio da tabela. Ainda é possível reagir.

NEC 1x1 Groningen (sábado, 5 de novembro)

O primeiro tempo do jogo no estádio De Goffert teve poucas chances. Para não se dizer que emoções foram inexistentes, o Groningen teve um início razoável. Começou a arriscar chutes de fora da área, até que Simon Tibbling quase marcou aos 11', chutando repentinamente para ótima defesa do arqueiro Joris Delle, no reflexo. Depois, uma chance do time da casa veio com Mohamed Rayhi: após ficar fortuitamente com a bola, arrematou forte, para fora. Já na etapa final, o jogo ficou mais animado: aos 59', o zagueiro Kasper Larsen quase colocou os visitantes na frente, cabeceando a bola na trave.

Minutos após a bola na trave, o Groningen foi para cima, com a entrada de mais um atacante, Alexander Sorloth, aos 65'. Quase foi surpreendido: aos 77', o zagueiro Dario Dumic até colocou a bola nas redes para os mandantes, mas o gol foi anulado pelo juiz Ed Janssen (Dumic tomara impulso nos ombros de Larsen). Mas no minuto seguinte ao tento invalidado, veio o 1 a 0 dos visitantes: Yoëll van Nieff cruzou, e Tom van Weert complementou para as redes. A vitória só não veio porque, novamente, o jovem Ferdi Kadioglu salvou o NEC. Já tendo marcado o gol do empate contra o Utrecht, na rodada passada, Kadioglu fez outro gol, aos 82', para outro 1 a 1. De fato, o meia turco merece sentir o "orgulho" que afirmou à FOX Sports holandesa, após o jogo.

Como Luuk de Jong, o PSV pensa: o que fazer para melhorar, após novo tropeço na Eredivisie? (VI Images)

PSV 1x1 Twente (sábado, 5 de novembro)

Após perder as chances de avançar na Liga dos Campeões, restava ao PSV tentar terminar a semana com uma vitória na Eredivisie - até para abrir vantagem na terceira posição, após a derrota do Heerenveen. Para tanto, Phillip Cocu fez uma mudança compreensível: deixou Jetro Willems (em má fase técnica, não apoia tanto quanto sabe e pode) no banco, colocando Joshua Brenet na lateral esquerda. Falando em laterais, foi o direito que criou a primeira chance de gol do jogo. Aos 9', Santiago Arias cruzou da direita, Gastón Pereiro dominou na segunda trave e bateu cruzado, mandando a bola rente ao poste oposto. Todavia, o PSV aos poucos desacelerou.

Mesmo sem criar muito, o Twente foi tentando chegar à área. Aos 22', Bersant Celina arriscou chute fraco, e mandou nas mãos de Remko Pasveer. No minuto seguinte, pela esquerda, Dejan Trajkovski tabelou com Enes Ünal, recebeu a bola de volta e entrou na área para finalizar cruzado. Pasveer agarrou em dois tempos o perigoso chute. Ainda assim, pouca coisa acontecia. O lance de perigo seguinte veio só aos 41': Davy Pröpper lançou do meio-campo, pelo alto, e Bart Ramselaar dominou na área, vindo de trás. Precisou girar para bater, mas quando chutou, foi perigoso: na rede pelo lado de fora. Mas era indisfarçável o marasmo e a chatice em campo, com duas equipes lentas. A vaia ao final do primeiro tempo foi prova merecida e clara disso.

Na volta, só um dos times mostrou compreender que precisava atacar. E foi o visitante. A primeira chance do Twente veio ao 50': Dejan Trajkovski arriscou novamente da direita, forçando Pasveer a rebater perigosamente. A bola foi escapando pela linha de fundo, e só não deu mais perigo porque Nicolas Isimat-Mirin deu um balão para tirá-la da área. Só que aos 53', não houve perdão, e os Tukkers saíram na frente. Stefan Thesker veio da defesa e lançou a bola em profundidade. Enes Ünal escapou da marcação de Brenet e saiu livre. Só precisou dominar, entrar na área pela esquerda e tocar na saída de Pasveer para fazer 1 a 0 - oitavo gol do turco Ünal, goleador da Eredivisie junto do Feyenoorder Nicolai Jorgensen.

Só precisando correr atrás do lucro é que os mandantes acordaram em Eindhoven. A pressão começou aos 57', Pereiro recebeu a bola de Steven Bergwijn na entrada da área, ajeitou e finalizou rasteiro. Marsman foi no canto esquerdo e agarrou. A aceleração bastou para conseguir o empate com relativa rapidez. Aos 61', Pereiro progrediu pela direita, cortou a marcação de Trajkovski, bateu rasteiro e cruzado, Marsman rebateu, e Héctor Moreno estava lá para tocar leve na sobra, garantindo o 1 a 1. Aí, sim, começou uma pressão forte dos Boeren pela virada em casa. Aos 65', Moreno lançou Luuk de Jong. Quase na linha de fundo, o atacante dominou e cruzou, mas ninguém chegou na pequena área para concluir. A defesa do Twente tirou, e na sobra, Pereiro bateu para fora.

Depois, se houve alguém perto de virar o jogo para os Eindhovenaren, foi Oleksandr Zinchenko (substituto de Pröpper). Aos 68', o jovem emprestado pelo Manchester City cobrou falta sinuosa, exigindo defesa difícil de Marsman, espalmando por cima do gol. Aos 75', o ucraniano teve a bola do jogo em seus pés: ficou cara a cara com Marsman, mas o arqueiro do Twente fez ótima defesa com os pés. E os últimos dez minutos trouxeram uma grande oportunidade para cada um. Aos 79', Celina quase recolocou os visitantes na frente, concluindo contragolpe para Pasveer defender; aos 85', Zinchenko mandou no travessão. E o 1 a 1 ficou no placar, desapontando o PSV. Afinal, nos últimos quatro jogos em casa pelo Holandês, só uma vitória. Phillip Cocu reclamou: "Até lutamos, mas o nível técnico está baixo. Parece que jogamos melhor fora de casa atualmente".

Zwolle 0x0 Roda JC (sábado, 5 de novembro)

Por mais que peleje nas últimas posições do campeonato - começou a rodada na lanterna-, o Roda JC mostra esforço, pelo menos. Serviu para pressionar o Zwolle, fora de casa. Tanto que a primeira chance para marcar foi dos Koempels. Aos 12', Mikhail Rosheuvel mandou cruzado, e a bola foi na trave - no rebote, Abdul Ajagun ainda dominou e arrematou, mas o goleiro Mickey van der Hart salvou os Zwollenaren. No minuto seguinte, começou a pressão dos mandantes: Queensy Menig arriscou, e a pelota bateu no travessão após desvio na zaga (o arqueiro Benjamin van Leer até precisou tocar para fora antes que ela voltasse a campo). Aos 26', nova chance dos Zwollenaren: Mustafa Saymak finalizou de longe, e de novo a esférica de couro atingiu o poste.

Nos 45 minutos derradeiros, os "Dedos Azuis" pressionaram mais em busca da quarta vitória nos cinco jogos mais recentes. Quase conseguiram balançar o filó adversário aos 50', quando Menig completou e o volante Marcos Gullón tirou a bola em cima da linha. A entrada de Nicolai Brock-Madsen no ataque ampliou o poder ofensivo dos mandantes. Aos 82', Brock-Madsen até colocou a bola na rede pelo lado de dentro, mas o juiz Bjorn Kuipers anulou o gol (o dinamarquês cometeu falta no goleiro Van Leer, na disputa aérea pela bola). E a partida ficou no 0 a 0. De novo, o Roda JC viu seu esforço defensivo lhe render um ponto.

Utrecht 2x1 Excelsior (domingo, 6 de novembro)

No começo da partida, o Excelsior até apareceu mais para tentar voltar a vencer, surpreendendo os mandantes. Mike van Duinen quase fez, após cruzamentos de Khalid Karami (8') e Hicham Faik (11'), mas eles foram fortes demais, e o atacante não chegou a tempo. Todavia, os Utregs logo apareceram depois. Já aos 13', Nacer Barazite cruzou e Richairo Zivkovic completou com boa chance, mas Jürgen Mattheij tirou o perigo. Aí, o jogo ficou lento demais. E a bola só chegou novamente perto de balançar a rede aos 44', quando Sofyan Amrabat chutou de fora da área, e a bola atingiu a trave defendida por Tom Muyters. Mas nem mesmo a chance recente impediu que a torcida da casa vaiasse, ao fim dos 45 minutos iniciais.

Pelo menos, essa torcida não demorou a ficar feliz no segundo tempo. Já aos 47', Barazite deixou a bola com Yassine Ayoub, que entrou livre pela grande área e bateu forte para fazer 1 a 0. Mais sete minutos, e a jogada se repetiu no 2 a 0 do Utrecht: Sébastien Haller lançou a bola em profundidade, e Barazite finalizou com um arremate colocado, no ângulo de Muyters. Com a vitória bem encaminhada, os Utregs perderam boas chances até para ampliar - por exemplo, Haller mandou a bola na trave aos 79'. Quase custou caro, porque aos 83', em seu primeiro toque na bola após entrar em campo, substituindo Leeroy Owusu, Stanley Elbers diminuiu a desvantagem dos Kralingers. Ainda assim, o Utrecht conseguiu segurar a vitória, superando ADO Den Haag e Zwolle e indo à 9ª posição. E o Excelsior afunda cada vez mais: seis derrotas seguidas - não vence desde setembro -, já na 15ª posição, após um bom começo.

Weghorst abriu o placar para o AZ. E quando o Ajax parecia caminhar para a vitória, o atacante empatou e salvou o AZ (ANP/Pro Shots)

AZ 2x2 Ajax (domingo, 6 de novembro)

Num dia muito chuvoso em Alkmaar, o Ajax veio a campo para o "Clássico da Holanda do Norte" sob a polêmica do afastamento de Nemanja Gudelj, após este reclamar da reserva ao técnico Peter Bosz. Ainda assim, o vice-líder da Eredivisie deu a impressão de que imporia seu estilo ofensivo sem dificuldades. Já aos 2', a primeira chance: Hakim Ziyech recebeu de Kasper Dolberg e arriscou perto da área, mas a bola rasteira foi fácil para o goleiro Sergio Rochet agarrar. Aos 4, a jogada foi a mesma, só com autores invertidos: Ziyech lançou da esquerda, Dolberg dominou prensado por dois marcadores, e chutou por cima.

Porém, a partir daí o AZ surpreendeu. Fez os visitantes de Amsterdã provarem do próprio veneno: começou a prensar a defesa adversária em seu campo. E quase abriu o placar na sorte: aos 5', em cruzamento de Alireza Jahanbakhsh, Joël Veltman tentou tirar. Quase marcou contra: a bola foi direto no pé da trave. No lance seguinte, em rápido contra-ataque, Alireza voltou a dominar a bola, cortou a zaga e chutou cruzado, mas André Onana agarrou sem rebote. Aos 10', Wout Weghorst chutou, e Onana defendeu de novo.

Aos 11', o gol ficou perto. Ben Rienstra lançou Robert Mühren em profundidade, e o atacante saiu livre com a bola pela esquerda. Chegou à área na frente dos zagueiros e arrematou, mas Onana tirou com os pés, em grande defesa. Dois minutos mais tarde, contudo, não houve choro nem vela para evitar o gol do AZ. Levi García avançou pela esquerda e cruzou. A bola bateu acidentalmente em Veltman, e foi para o meio da pequena área, onde Weghorst dominou e precisou apenas girar para o toque sobre Onana, colocando a bola calmamente nas redes.

Atordoado, o Ajax quase levou o segundo aos 15': pela esquerda, antes que Davinson Sánchez dominasse, Ridgeciano Haps o desarmou e entrou na área, cara a cara com Onana. No entanto, o goleiro defendeu a finalização. E a partir desse momento, a partida caiu de ritmo e de nível, com muitas faltas pelo meio-campo. Uma nova chance, só aos 36'. E foi do Ajax, enfim: Ziyech cobrou falta, para fora. Os mandantes de Alkmaar contragolpearam aos 39': Derrick Luckassen cruzou da direita, mas Lasse Schöne tirou a bola pela linha de fundo. No minuto seguinte, o Ajax reapareceu: Amin Younes veio pela esquerda e passou a bola a Ziyech, que bateu colocado para grande defesa de Rochet, que voou no alto e espalmou pela linha de fundo.

Intervalo terminado, segundo tempo iniciado, e o Ajax enfim conseguiu desafogar-se num jogo difícil. Graças à falha de um defensor do AZ: Rens van Eijden saiu errado com a bola, passando-a nos pés de Younes. O alemão cortou para a direita, e lançou Bertrand Traoré: com calma, o burquinense dominou, girou e tocou colocado, no ângulo direito de Rochet, fazendo o 1 a 1 em grande estilo. E só aí o Ajax pôde jogar como quer e gosta: pressionando o adversário, com bola de pé em pé e toques rápidos. E abrindo espaço para jogadas individuais - como a de Younes, que quase marcou aos 59', em chute cruzado.

Mais ativos em campo, finalmente os Ajacieden viraram o jogo aos 62', a duras penas: Schöne lançou Younes na área, o alemão dominou livre e chutou, mas Rochet rebateu. Younes tentou de novo, a bola desviou no arqueiro do AZ, e Davy Klaassen chegou rápido para completar e fazer 2 a 1. A partir dali, os visitantes iam controlando o jogo, mesmo com a lesão de Younes (sentiu dores musculares na coxa, dando lugar a Mateo Cassierra). O AZ só podia tentar atacar: Dabney dos Santos e Fred Friday entraram em campo, colocados pelo técnico John van den Brom, expulso pouco depois. Ainda assim, a equipe de Alkmaar fazia pouco em campo, parecia entregue.

Mas de repente, não mais que de repente, veio o empate: aos 79', Ron Vlaar lançou a bola da defesa, Jahanbakhsh ajeitou na direita e cruzou rasteiro para Weghorst conferir o 2 a 2 na pequena área. O jogo foi reanimado pelo gol inesperado, e as duas equipes se abriram: Lasse Schöne forçou Rochet a trabalhar aos 82', com defesa, Luckassen entrou pela área e cruzou para defesa de Onana aos 85', Cassierra bateu forte e cruzado aos 89', Traoré quase fez seu segundo gol aos 90' + 1... mas o Ajax ficou mesmo no empate contra um exigente AZ. De novo, desvantagem considerável para o Feyenoord (cinco pontos): com esse tropeço os Amsterdammers não contavam.

Vitesse 1x2 Heracles Almelo (domingo, 6 de novembro)

A não ser por uma finalização de Ricky van Wolfswinkel (aos 43', o brasileiro Nathan cruzou após bela jogada individual, e o atacante escorou para fora), não aconteceu rigorosamente nada no primeiro tempo do jogo disputado em Arnhem. Foi tão desanimador quanto empolgante foi o segundo tempo, com chances de parte a parte. Até demorou para sair o gol de abertura do placar, para um Vitesse que era bem mais ofensivo: aos 57', Milot Rashica cruzou da direita, e Van Wolfswinkel completou para as redes. Seria um grande desafio para o Heracles conseguir fora de casa a primeira vitória na Eredivisie desde 14 de agosto.

Desafio que começou a ser concretizado apenas três minutos após o gol dos mandantes aurinegros: aos 61', Brahim Darri cobrou falta com maestria, direto no barbante guardado por Eloy Room, igualando o placar em um gol. Mais um pouco, e outra bola parada rendeu a virada: aos 74', Guram Kashia puxou Brandley Kuwas na área, o juiz Danny Makkelie apontou a penalidade máxima, e Samuel Armenteros bateu para as redes, consolidando o 2 a 1 que deu, enfim, a vitória aos Heraclieden, após seis empates e quatro derrotas. Ficou para o Vitesse a decepção de mais uma derrota em casa, a segunda seguida.

Antonia (à direita; ao lado, Joey Suk), o algoz do Feyenoord (Pro Shots)
 Go Ahead Eagles 1x0 Feyenoord (domingo, 6 de novembro)

Se estava com a faca e o queijo na mão para voltar a abrir vantagem na liderança do campeonato (afinal, Ajax e PSV tinham tropeçado), o Feyenoord ia a Deventer sem alguns destaques. Lesionado, o goleiro Brad Jones deu lugar ao sueco Pär Hansson, terceiro goleiro - afinal, Kenneth Vermeer segue em recuperação de problema no tendão de Aquiles. No meio-campo, jogaram Renato Tapia e Marko Vejinovic; Tonny Vilhena foi liberado pelo falecimento da mãe, e Karim El Ahmadi estava machucado. Sem seu melhor time, convinha ao time de Roterdã não ignorar a possibilidade de surpresa. E quase que o começo foi o melhor possível para os visitantes. Logo aos dois minutos, Marko Vejinovic recebeu a bola na entrada da área, driblou o goleiro Theo Zwarthoed e tentou arrematar quase sem ângulo. Conseguiu cruzar, mas a defesa do Go Ahead Eagles tirou.

Depois, aos poucos, a perigosa desatenção da defesa Feyenoorder foi dando chances aos mandantes aurirrubros. Aos 11' Jan-Arie van der Heijden perdeu a bola para Jarchinio Antonia nas proximidades da área. O ponta-direita tentou mandar a bola a Darren Maatsen, que vinha pelo meio, mas Rick Karsdorp interceptou o passe, evitando coisa pior. Aos 16', foi a vez de Maatsen aparecer: fez jogada individual, driblou Eric Botteghin, mas seu chute cruzado saiu longe do gol de Pär Hansson.

O Feyenoord ainda tentou avançar: aos 26', Eric Botteghin recebeu a bola no ataque, mas o seu arremate saiu fraco, deixando a bola fácil para Zwarthoed defender. Mas no terceiro erro defensivo do Stadionclub, o Go Ahead Eagles aproveitou, aos 30'. Van der Heijden repôs errado a bola, e Maatsen dominou-a pela direita. Chegou à linha de fundo, cruzou rasteiro, e Antonia entrou pelo meio da pequena área para escorar e deixar os mandantes na frente. Dois minutos depois, Van der Heijden quase consertou seu erro: até mandou a bola na rede, de cabeça, mas o juiz Bas Nijhuis anulou o gol (Steven Berghuis, que cruzara a bola, conduzira antes com a mão). Por sinal, Berghuis quase empatou aos 44', após receber a bola de Nicolai Jorgensen.

Com a desvantagem, Giovanni van Bronckhorst decidiu fortalecer a equipe no intervalo: colocou Jens Toornstra no lugar de Renato Tapia, deixando o meio-campo mais ofensivo. E logo aos 48', Toornstra teve boa chance de empatar, numa cobrança de falta. Mas sua cobrança foi tão ruim que rendeu risos da torcida do Go Ahead Eagles. A mesma torcida que teve um ato para se guardar na memória, aos 52': aplaudiu a mãe de Vilhena, falecida nesta semana aos 52 anos - para emoção do próprio, presente nas arquibancadas, e de todos que estavam no estádio Adelaarshorst.

"De mãos dadas, camaradas: força, Vilhena". A torcida do Go Ahead Eagles em mais um ato para se aplaudir (Sander Vrieling)
A entrada de Eljero Elia no lugar de Berghuis, aos 60', aumentou ainda mais a velocidade dos Feyenoorders no ataque. E também os espaços na defesa. Sorte do Go Ahead Eagles, que foi criando chances: aos 60', Antonia chegou livre pela direita, mas perdeu a bola ao tentar driblar Karsdorp. Cinco minutos depois, o gol era ainda mais possível para o Kowet: Antonia chegou livre à grande área em rápido contragolpe, mas Hansson saiu bem do gol e tocou na bola, mandando-a por cima do gol.

Sem muita ação, o Feyenoord tentava apenas chutes de longe (como o de Elia, aos 65', defendido por Zwarthoed). Depois, apostou nas bolas para a área: aos 74', Michiel Kramer substituiu Dirk Kuyt. Num dos cruzamentos, quase veio o empate: aos 87', Bilal Basaçikoglu cabeceou na segunda trave, e Zwarthoed fez grande defesa, espalmando por cima. Mais dois minutos, e Terence Kongolo deixou o time com dez, na prática: lesionou um músculo da coxa, com as três alterações já feitas. Aos 90' + 4, a última chance, num chute de Toornstra por cima do gol. Já era tarde para evitar a primeira derrota do Feyenoord nesta temporada do Campeonato Holandês. Poderia ter aumentado a vantagem na liderança para cinco pontos, com o empate do Ajax; com a própria derrota, ela caiu para dois. Já se pode falar em queda de desempenho. A ver se ela será contínua, como nas temporadas passadas.


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