O PSV se esforçou, povoou a defesa... mas como impedir Lewandowski? (ANP/Pro Shots) |
Diante da dimensão do massacre que se vira nos primeiros minutos de Bayern de Munique 4x1 PSV, na rodada passada da fase de grupos da Liga dos Campeões, a partida desta quarta rodada mostrou um cenário bem mais honroso. Afinal de contas, desta vez até que o PSV resistiu bem mais à equipe alemã. Mas nem mesmo essa postura mais valorosa dos Boeren sobrepujou o poderio técnico inegavelmente maior dos bávaros. Resultado: o 2 a 1 que impede a equipe holandesa de realizar outra proeza como a da temporada passada, ao eliminá-la da Liga dos Campeões.
Grande parte dessa resistência maior se deveu inegavelmente ao retorno à velha tática que Phillip Cocu costuma usar para o time nas competições europeias. Indo de 4-3-3 na Allianz Arena, o PSV levou 2 a 0 do Bayern em apenas 20 minutos - e só não levou mais porque os Roten não aproveitaram todas as chances. Assim, Cocu voltou a usar o 5-3-2 velho de guerra, com Daniel Schwaab sendo escalado de novo. Alteração, só no gol, onde uma lesão muscular tirou Jeroen Zoet do jogo, abrindo espaço para Remko Pasveer jogar numa competição europeia, uma semana antes de completar 33 anos (e 37 anos após o próprio pai, o ex-goleiro Eddie Pasveer, atuar pelo Twente nas antigas Recopa e Copa da UEFA).
O problema é que não importa o esquema, seja 4-3-3, 5-3-2 ou 7-2-6, se o adversário é francamente superior e pode achar um jeito de lhe superar. Era o caso do Bayern de Munique. Ainda mais num dia em que Robert Lewandowski estava com tudo. Começou a partir dos quatro minutos, quando o atacante polonês cabeceou a bola no travessão. E foi continuando, com "Lewa" atormentando Héctor Moreno e Nicolas Isimat-Mirin. E o resto do Bayern, mantendo a posse de bola e alugando o meio-campo.
Ao PSV, restava apenas apostar em espaços para contra-ataques - e que Davy Pröpper e Bart Ramselaar os puxassem, com a ajuda de Gastón Pereiro. Surpreendentemente, deu resultado, aos 14': Ramselaar avançou pela direita, cruzou, e Pröpper desviou de cabeça. Manuel Neuer ainda conseguiu rebater, mas Santiago Arias (impedido, diga-se de passagem) aproveitou a sobra para fazer 1 a 0. Aumentou a esperança da torcida no Philips Stadion. Seria possível a surpresa? Seria possível superar o poderoso Bayern e fazer renascer as chances de classificação às oitavas de final da Champions League?
Pacientemente, o time vermelho mostrou que não, não era possível. Como a área do PSV estava cheia pelos três zagueiros, o Bayern começou a tocar a bola - e sempre procurava as laterais, fosse com Philipp Lahm, fosse com David Alaba. Numa dessas, aos..., Arjen Robben (destaque menor no jogo, hoje) cruzou, e Lewandowski cabeceou pela segunda vez na trave. Mas os cruzamentos continuaram. E a água mole tanto bateu na pedra dura que furou: aos 34', Lahm mandou a bola da direita, Joshua Kimmich desviou, e a bola foi na mão de Andrés Guardado. Daqueles pênaltis polêmicos, dependentes de interpretação. O italiano Gianluca Rocchi marcou, Lewandowski bateu, 1 a 1.
Se já estava na defensiva mesmo em vantagem, o PSV ficou ainda mais retraído com o empate. Afinal, ainda mantinha alguma chance de classificação. Bastava "apenas" segurar a pressão do Bayern no segundo tempo. Mas estava difícil: com uma posse de bola que terminou em 70%, o time alemão dominava plenamente as ações, embora fosse menos vistoso e acelerado do que se vira em Munique. Não importava, porque as chances vinham. Fossem em chutes de fora da área, como num de Alaba que Pasveer espalmou, aos 54'. Ou em nova defesa de Pasveer, aos 62', em arremate de Arturo Vidal - na sobra, Thomas Müller tentou mandar para a rede, mas Moreno tirou em cima da linha.
No minuto seguinte, Carlo Ancelotti colocou Douglas Costa em campo (o substituído Robben saiu sob aplausos da torcida do PSV). O técnico italiano parecia saber: se continuasse apelando para cruzamentos, talvez "consagrasse" o trio de zagueiros do adversário. Era preciso apostar nas jogadas com bola no chão. Assim saiu o gol da virada, aos 74', quando o brasileiro superou facilmente Moreno e cruzou para Lewandowski conferir, na pequena área.
Até que demorou, mas a derrota - e a eliminação - estavam sacramentadas. Poderiam ter ficado até piores: aos 86', Lewandowski quase marcou um golaço, livrando-se de Schwaab com um giro de corpo na área e já batendo de primeira, mandando na trave pela terceira vez nos 90 minutos. Mas já se sabia: o PSV teria (e terá) de se conformar em tentar uma vaga na Liga Europa. De um modo diferente, provava-se o que Luuk de Jong reconheceu após o jogo: "Esse Bayern é grande demais para a gente".
Até que demorou, mas a derrota - e a eliminação - estavam sacramentadas. Poderiam ter ficado até piores: aos 86', Lewandowski quase marcou um golaço, livrando-se de Schwaab com um giro de corpo na área e já batendo de primeira, mandando na trave pela terceira vez nos 90 minutos. Mas já se sabia: o PSV teria (e terá) de se conformar em tentar uma vaga na Liga Europa. De um modo diferente, provava-se o que Luuk de Jong reconheceu após o jogo: "Esse Bayern é grande demais para a gente".
Se serve de consolo para os Eindhovenaren, pelo menos o Rostov-RUS levou o 2 a 1 do Atlético de Madrid nos acréscimos. Também está eliminado. E a tendência é que o jogo direto entre ambos, em Eindhoven, na última rodada da fase de grupos, decida a vaga na Liga Europa. Pelo menos, isso.
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