Kasper Dolberg levou a bola de Ajax x NEC para o vestiário: prêmio merecido para estupenda atuação (@Jeroen_Grueter/Twitter) |
Heracles Almelo 2x1 Go Ahead Eagles (sábado, 19 de novembro)
Motivação não faltava para o Go Ahead Eagles, após ter encerrado surpreendentemente a invencibilidade do Feyenoord no Campeonato Holandês. E jogando nos contragolpes, ainda na fase inicial do jogo, as Águias conseguiram abrir o placar sobre o Heracles, em pleno estádio Polman, em Almelo. Aos 17', após tiro de meta cobrado rapidamente, o lateral direito Joey Groenbast lançou Jarchinio Antonia em profundidade, e o atacante tocou na saída do goleiro Bram Castro para fazer o 1 a 0 dos visitantes aurirrubros. Com um ataque tímido, que rendeu vaias da torcida ao fim do primeiro tempo, o Heracles precisava de algo. Ainda mais porque pouco mudou, no começo da etapa complementar.
Nos contra-ataques, o GAE pressionava - Leon de Kogel, vindo do banco, quase fizera 2 a 0. Restou ao técnico John Stegeman mudar o time: tirou o volante Thomas Bruns, colocando o atacante Vincent Vermeij, aos 66'. Bastaram apenas dois minutos, e veio o empate dos Heraclieden: Vermeij fez o pivô, ajeitando de cabeça para que Samuel Armenteros, de voleio, empatasse o jogo em Almelo. A pressão seguiu, até que aos 84', veio o esperado gol. Armenteros fez jogada individual e ao invés de tocar, arriscou chute colocado, mandando a bola no canto do goleiro Theo Zwarthoed. Um tento que rendeu a primeira vitória do Heracles em casa, após três tropeços.
Heerenveen 1x1 Vitesse (sábado, 19 de novembro)
Um clube que atua melhor em casa do que fora - no caso, o Heerenveen, ainda invicto no Abe Lenstra pela Eredivisie -, contra um clube que atua melhor fora do que em casa (o Vitesse volta e meia é pressionado pela torcida por decepcionar em Arnhem). Porém, dois fatores alteraram um pouco o rumo que a partida em Heerenveen tomou. No time da casa, Stijn Schaars estava lesionado, ficou de fora, e a entrada de Younes Namli tirou um pouco da força defensiva do time da Frísia. E após um primeiro tempo de hesitações - o técnico Henk Fräser até fez alterações antes do intervalo, tirando o meio-campo brasileiro Nathan -, o Vitesse começou a trazer mais perigo, criando mais chances de gol. Principalmente no segundo tempo. Lewis Baker e Ricky van Wolfswinkel quase marcaram, em sequência, aos 50'; Navarone Foor arriscou e mandou a bola por cima, aos 57'.
Aí, o Heerenveen quase fez aos 65', quando Arber Zeneli recebeu a bola livre, mas tocou para fora. E só num belíssimo lance saiu o gol dos visitantes, aos 72': a pelota sobrou com Baker, que a dominou e encobriu o goleiro Erwin Mulder com toque sutil para o 1 a 0. Precisando atacar, Jurgen Streppel colocou Henk Veerman, para ser na área a referência que Reza "Gucci" Ghoochannejhad não vinha sendo. A alteração foi aos 78', e seis minutos depois Veerman justificou a confiança: foi dele o gol do empate dos mandantes. Veerman quase virou o jogo nos acréscimos, ainda: chutou na trave, logo após Stefano Marzo ter exigido boa defesa de Eloy Room. Ficou o 1 a 1 no placar: se vê a 4ª posição na tabela ameaçada pelo AZ, o Heerenveen pelo menos mantém a invencibilidade jogando em seu estádio.
Luuk de Jong saiu novamente sem marcar. E PSV saiu de campo novamente tropeçando (ANP/Pro Shots) |
Willem II 0x0 PSV (sábado, 19 de novembro)
Após a pausa das datas FIFA, o PSV precisava voltar a vencer. E poucas chances seriam maiores do que fazer isso contra o penúltimo colocado do campeonato. Além do mais, se vencesse em Tilburg, o time de Eindhoven igualaria marca histórica do Ajax campeoníssimo de 1995: venceria seus primeiros quinze jogos no ano solar (ou seja, de janeiro a dezembro). Assim, os visitantes tentaram algo. A partir dos dois minutos, quando Gastón Pereiro arriscou chute de fora da área. E aos cinco, tiveram boa chance: Luciano Narsingh cruzou, Pereiro escorou, Luuk de Jong cabeceou, e o goleiro Kostas Lamprou tentou agarrar em dois tempos, antes da zaga afastar pela linha de fundo. Parecia promissor? Pois ficou na promessa.
O Willem II é que começou a arriscar depois disso. Aos 8', Jordy Croux cruzou, e Fran Sol Ortiz quase conseguiu chegar para completar. Aos 17', Thom Haye se livrou da marcação de Santiago Arias com um giro de corpo, e bateu, exigindo que Jeroen Zoet encaixasse a bola na defesa. A grande chance dos mandantes Tricolores veio aos 31': Anouar Kali lançou a bola do meio, e Croux a dominou livre e em posição legal. Zoet saiu do gol rápido, mas o camisa 14 do Willem II tocou por cima (e ainda se chocou com o goleiro). A bola foi na rede pelo lado de fora. O PSV só voltou aos 39', num lance fortuito: Joshua Brenet cruzou a bola, da esquerda. Ela foi para perto do travessão, mas Kostas Lamprou defendeu sem problemas.
O primeiro tempo terminou assustando pela falta de emoções no jogo. Tentando minorar o impacto das ausências de Jorrit Hendrix e Andrés Guardado jogando num 4-3-3 com cara de 4-1-4-1 (Daniel Schwaab foi escalado como volante improvisado, enquanto Oleksandr Zinchenko ganhou a primeira chance como titular), o PSV continuou apostando demais nas jogadas pelos lados. Por outro lado, o Willem II ficou seguro na defesa, jogando com muita proximidade entre as linhas da zaga e do meio-campo. Mas isso abriu um clarão no meio, impedindo que a bola chegasse frequentemente ao ataque. Exatamente para preencher esse clarão, Erik Falkenburg entrou após o intervalo, para criar jogadas.
O PSV até chegou perto do gol aos 50', quando Narsingh recebeu a bola e bateu colocado, mas Lamprou defendeu sem dar rebote. Só que foram os mandantes que trouxeram a primeira boa chance da etapa final, aos 54': Croux mandou da direita, Fran Sol foi buscar a bola quase na lateral, e deixou-a com Haye, que chutou forte. Zoet enfim precisou trabalhar bem, espalmando por cima do gol. Aos poucos, os Boeren foram trabalhando. Um chute de Pereiro aqui, outro de Luuk de Jong ali, as entradas de Jetro Willems (Brenet lesionou o tornozelo) e Steven Bergwijn... e surgiam as chances. Aos 70', Zinchenko cobrou escanteio, Schwaab escorou e Héctor Moreno cabeceou em cima da zaga. Dois minutos depois, Bart Ramselaar veio pela esquerda, cortou para o meio e deixou a bola para Zinchenko arriscar um chute colocado, que mandou a bola nas mãos de Lamprou.
Finalmente, aos 74', veio a chance esperada para que Luuk de Jong terminasse o seu jejum de gols. Pereiro cruzou da direita, e o capitão dos PSV'ers estava livre, na primeira trave. Mas cabeceou para fora, perdendo a oportunidade - agora, já são 855 minutos (9 jogos e meio!) sem o camisa 9 balançar as redes. Davy Pröpper ainda entrou para dar mais criatividade ao meio-campo. Mas o fato é que os Eindhovenaren não mereciam a vitória. E o jogo ficou mesmo no 0 a 0, segundo empate seguido dos atuais bicampeões da Eredivisie. Que sofrem com a inapetência do ataque e a dificuldade que as lesões causam ao meio-campo. Por essas e outras, decepcionam na temporada, como reconheceu Luuk de Jong após o jogo: "Devíamos nos envergonhar". Talvez não seja para tanto, mas de fato podiam estar bem melhores.
Excelsior 3x2 Sparta Rotterdam (sábado, 19 de novembro)
Sete jogos sem vitória. Nestes mesmos sete jogos, apenas dois gols marcados. Atuando em casa, há quase dois meses não balançava as redes. O Excelsior tinha grandes desafios para o jogo entre os "primos pobres" de Roterdã. E a julgar pelo começo da partida no estádio Woudestein, esses desafios não seriam superados. Porque aos 22', Thomas Verhaar deixou a bola com Stijn Spierings, que cruzou para a finalização certeira de Loris Brogno: 1 a 0 para o Sparta Rotterdam. Grande frustração para o Excelsior, até porque o zagueiro Bas Kuipers colocara uma bola na trave, nos primeiros minutos de jogo.
Mas surpreendentemente, os gols que não vinham havia tempo enfim saíram. Aos 26', Stanley Elbers já empatou, em grande estilo: de voleio, completando cruzamento de Khalid Karami. Mais quatro minutos, a dupla de zaga do Sparta Rotterdam (Bart Vriends e Michel Breuer) ficou no "deixa que eu deixo", o angolano Fredy Ribeiro aproveitou e virou o jogo. No segundo tempo, veio mais um: Verhaar derrubou Hicham Faik na área, o juiz Bjorn Kuipers apitou o pênalti, e Nigel Hasselbaink converteu para o 3 a 1. Denzel Dumfries ainda diminuiu para o Sparta, aos 72', mas era dia de o Excelsior voltar a comemorar uma vitória. Pelo menos, a queda livre dos Kralingers parou.
Groningen 2x1 ADO Den Haag (sábado, 19 de novembro)
Não bastasse ser afligido pela ameaça das últimas posições - era o penúltimo colocado, quando a rodada começou -, o Groningen ainda teve péssima notícia durante as datas FIFA da semana passada: titular absoluto, o lateral direito Hans Hateboer já alertou que não renovará o contrato que expira ao fim desta temporada. Por esse cenário, o primeiro gol dos Groningers foi altamente auspicioso. Até porque foi feito pelo próprio Hateboer: aos 10', o lateral recebeu do zagueiro Etienne Reijnen e finalizou de voleio. A bola desviou no volante Tom Trybull, tirando qualquer chance de defesa para o goleiro Ernestas Setkus.
Para ampliar as dificuldades dos visitantes de Haia, um dos destaques (o meio-campista Édouard Duplan) levou cartão amarelo que o tira da próxima partida, e outro (Mike Havenaar) lesionou-se e saiu ainda na etapa inicial. Mas não estava morto quem peleava: aos 42', Duplan aproveitou rebote dado pelo arqueiro Sergio Padt e fez 1 a 1. Mas Reijnen apareceu de novo no segundo tempo, aos 54', para colaborar no gol da vitória dos mandantes: o zagueiro deixou Tom van Weert na cara do gol, e o atacante concluiu bem para decretar o 2 a 1 da terceira vitória do Groningen nesta Eredivisie. Uma apresentação para honrar o ilustre visitante: cria do clube, Arjen Robben estava nas arquibancadas do estádio.
Ron Vlaar temeu o pior após falhar no gol do Roda JC, mas o gol de Weghorst salvou AZ (ANP/Pro Shots) |
Roda JC 1x1 AZ (domingo, 20 de novembro)
O Roda JC recebia o AZ em baixa incômoda: últimos colocados na tabela, os Koempels sequer venceram em seu próprio Parkstad Limburg Stadion nesta temporada - na verdade, sequer estiveram em vantagem por um minuto que fosse. Se serviu de consolo, os visitantes de Alkmaar também não exibiram bom nível técnico. Mantiveram maior posse de bola, mas não fizeram muita coisa com isso. E numa desatenção de Ron Vlaar, justo o nome mais confiável da defesa Alkmaarder, o Roda fez o primeiro gol, aos 39': Vlaar recuou mal a bola, Abdul Ajagun estava atento, dominou, correu e completou para o 1 a 0. Foi o suficiente para o experiente zagueiro lamentar o próprio erro à FOX Sports holandesa: "Estupidez, não me acontece sempre. Assumo a responsabilidade".
Mais do que a desvantagem, a falta de ação ofensiva do AZ exasperava Dennis Haar, auxiliar do suspenso John van den Brom. Então, trocas foram feitas no ataque. Primeiro, Muamer Tankovic, que já entrara no intervalo. Depois, aos 55', entrou Mats Seuntjens. E este foi mais importante, no lance do empate, aos 59': com um passe pelo alto, Seuntjens deixou Wout Weghorst livre, e o atacante bateu com força para igualar o placar. Ainda assim, o resultado final desagradou a ambos os times. O Roda JC segue a via-crúcis, com mais uma temporada brigando para não cair; o AZ perdeu a chance de se aproximar de Heerenveen e PSV.
O Roda JC recebia o AZ em baixa incômoda: últimos colocados na tabela, os Koempels sequer venceram em seu próprio Parkstad Limburg Stadion nesta temporada - na verdade, sequer estiveram em vantagem por um minuto que fosse. Se serviu de consolo, os visitantes de Alkmaar também não exibiram bom nível técnico. Mantiveram maior posse de bola, mas não fizeram muita coisa com isso. E numa desatenção de Ron Vlaar, justo o nome mais confiável da defesa Alkmaarder, o Roda fez o primeiro gol, aos 39': Vlaar recuou mal a bola, Abdul Ajagun estava atento, dominou, correu e completou para o 1 a 0. Foi o suficiente para o experiente zagueiro lamentar o próprio erro à FOX Sports holandesa: "Estupidez, não me acontece sempre. Assumo a responsabilidade".
Mais do que a desvantagem, a falta de ação ofensiva do AZ exasperava Dennis Haar, auxiliar do suspenso John van den Brom. Então, trocas foram feitas no ataque. Primeiro, Muamer Tankovic, que já entrara no intervalo. Depois, aos 55', entrou Mats Seuntjens. E este foi mais importante, no lance do empate, aos 59': com um passe pelo alto, Seuntjens deixou Wout Weghorst livre, e o atacante bateu com força para igualar o placar. Ainda assim, o resultado final desagradou a ambos os times. O Roda JC segue a via-crúcis, com mais uma temporada brigando para não cair; o AZ perdeu a chance de se aproximar de Heerenveen e PSV.
Ajax 5x0 NEC (domingo, 20 de novembro)
Bastou a bola rolar na Amsterdam Arena para que se tivesse uma noção do que aconteceria: o NEC teria de jogar compactado na defesa. Só assim evitaria a massiva pressão do Ajax na saída de bola. Por outro lado, com os espaços que obviamente os donos da casa deixariam na defesa, o time de Nijmegen tentou apostar nos contragolpes. Assim conseguiu dois chutes relativamente perigosos. O primeiro, com Kévin Mayi, aos seis minutos; o segundo, com Mohamed Rayhi, aos 16'.
Ainda assim, estava claro: o Ajax só precisava de uma boa chance de gol para se impor definitivamente em campo. Ela veio aos 17': Hakim Ziyech arrematou de fora da área, e o goleiro Joris Delle teve de espalmar pela linha de fundo, em boa defesa. Mais dois minutos, e veio o gol. E foi até bonito: após tabelar com Lasse Schöne, Kasper Dolberg dominou a bola, entrou na área pela direita e bateu forte, no ângulo, sem chances de defesa para Delle.
O NEC ainda tentou reagir. Aos 21', de fora da área, Rayhi mandou a bola perto do gol de André Onana. Dois minutos mais tarde, a oportunidade de empate foi até maior: Mayi recebeu bola lançada em profundidade por André Fomitschow, superou Davinson Sánchez na corrida e bateu cruzado, mas Onana estava atento e rebateu - a defesa espantou a sobra. As esperanças de qualquer bom resultado acabaram por aí para os Nijmegenaren.
Aos 24', começou a se consolidar o destaque supremo do jogo. Novamente, a troca de passes pelo meio funcionou. Ziyech deixou a vola com Davy Klaassen, pela direita da grande área. O camisa 10 Ajacied cruzou, e Dolberg entrou livre para fazer 2 a 0, marcando pela segunda vez no jogo. Aí, voltou a avalanche ofensiva dos Ajacieden: aos 28', Sánchez arriscou de fora, e forçou Delle a rebater a bola. Na sobra, Ziyech completou forte demais, para fora. No minuto seguinte, mais uma boa chance, em outra troca veloz de passes: Ziyech fez jogada individual pela esquerda, deixou com Vaclav Cerny, e deste a bola foi para Bertrand Traoré, que bateu por cima do gol.
Mas Kasper Dolberg estava credenciado a se tornar o destaque máximo do jogo. E confirmou isso aos 37'. Em cobrança de falta ensaiada, Ziyech rolou a bola para Daley Sinkgraven. O lateral esquerdo cruzou, e quem estava lá para conferir? O dinamarquês de sempre, cujo nome você já sabe. Cabeceio no canto direito de Delle, 3 a 0 e topo alcançado na tabela de goleadores do campeonato. Em 37 minutos, um hat-trick de Dolberg - para a torcida do Ajax, já apelidado "Golberg". Desde 2010 um atacante do clube não fazia três gols no primeiro tempo (Luis Suárez, nos 7 a 0 contra o VVV-Venlo). Desde 2001 um atacante tão jovem não deixava a bola três vezes na rede pelo Ajax (Rafael van der Vaart, contra o Vitesse). E só em 1984 um avante do Ajax marcou três gols mais rapidamente: Marco van Basten conseguiu um hat-trick em 22 minutos, contra o DS'79, na última rodada da Eredivisie 1983/84. Já é fato: Dolberg faz uma primeira metade de temporada muito promissora.
Vitória praticamente garantida, o Ajax até ameaçava diminuir o passo no segundo tempo. Mas a troca de passes continuava entontecendo o perdido NEC. Não foi difícil chegar aos 4 a 0 assim. Eles vieram aos 55': Sánchez - zagueiro cada vez mais imponente - roubou a bola no meio-campo e já lançou Traoré em profundidade. O atacante fez semelhante ao que fizera contra o AZ, há duas semanas, na rodada passada: dominou, chegou à área e tocou com classe para o fundo das redes. As únicas diferenças foram na finalização (aquela foi no ângulo; esta, no canto direito) e no placar. Mais três minutos, e o quinto gol saiu. Dolberg deixou a bola com Lasse Schöne, e o camisa 20 mandou um sinuoso chute de fora da área para as redes.
Até cabia mais. Aos 59', Traoré chutou depois de bela jogada de Ziyech, mas Delle espalmou pela linha de fundo. Depois, oportunidade digna de nota só saiu aos 75', quando novamente Ziyech chutou de fora para Delle defender. Mas a vitória já estava garantida de modo tão tranquilo que deu até para estrear na Eredivisie mais um atacante vindo das categorias de base: Pelle Clement. Mais um triunfo categórico do Ajax. Contra um adversário pequeno, é verdade. Mas já são 16 jogos de invencibilidade (9 pelo Holandês, quatro pela Liga Europa, três pela Copa da Holanda). Que diferença para 2015/16...
Bastou a bola rolar na Amsterdam Arena para que se tivesse uma noção do que aconteceria: o NEC teria de jogar compactado na defesa. Só assim evitaria a massiva pressão do Ajax na saída de bola. Por outro lado, com os espaços que obviamente os donos da casa deixariam na defesa, o time de Nijmegen tentou apostar nos contragolpes. Assim conseguiu dois chutes relativamente perigosos. O primeiro, com Kévin Mayi, aos seis minutos; o segundo, com Mohamed Rayhi, aos 16'.
Ainda assim, estava claro: o Ajax só precisava de uma boa chance de gol para se impor definitivamente em campo. Ela veio aos 17': Hakim Ziyech arrematou de fora da área, e o goleiro Joris Delle teve de espalmar pela linha de fundo, em boa defesa. Mais dois minutos, e veio o gol. E foi até bonito: após tabelar com Lasse Schöne, Kasper Dolberg dominou a bola, entrou na área pela direita e bateu forte, no ângulo, sem chances de defesa para Delle.
O NEC ainda tentou reagir. Aos 21', de fora da área, Rayhi mandou a bola perto do gol de André Onana. Dois minutos mais tarde, a oportunidade de empate foi até maior: Mayi recebeu bola lançada em profundidade por André Fomitschow, superou Davinson Sánchez na corrida e bateu cruzado, mas Onana estava atento e rebateu - a defesa espantou a sobra. As esperanças de qualquer bom resultado acabaram por aí para os Nijmegenaren.
Aos 24', começou a se consolidar o destaque supremo do jogo. Novamente, a troca de passes pelo meio funcionou. Ziyech deixou a vola com Davy Klaassen, pela direita da grande área. O camisa 10 Ajacied cruzou, e Dolberg entrou livre para fazer 2 a 0, marcando pela segunda vez no jogo. Aí, voltou a avalanche ofensiva dos Ajacieden: aos 28', Sánchez arriscou de fora, e forçou Delle a rebater a bola. Na sobra, Ziyech completou forte demais, para fora. No minuto seguinte, mais uma boa chance, em outra troca veloz de passes: Ziyech fez jogada individual pela esquerda, deixou com Vaclav Cerny, e deste a bola foi para Bertrand Traoré, que bateu por cima do gol.
Mas Kasper Dolberg estava credenciado a se tornar o destaque máximo do jogo. E confirmou isso aos 37'. Em cobrança de falta ensaiada, Ziyech rolou a bola para Daley Sinkgraven. O lateral esquerdo cruzou, e quem estava lá para conferir? O dinamarquês de sempre, cujo nome você já sabe. Cabeceio no canto direito de Delle, 3 a 0 e topo alcançado na tabela de goleadores do campeonato. Em 37 minutos, um hat-trick de Dolberg - para a torcida do Ajax, já apelidado "Golberg". Desde 2010 um atacante do clube não fazia três gols no primeiro tempo (Luis Suárez, nos 7 a 0 contra o VVV-Venlo). Desde 2001 um atacante tão jovem não deixava a bola três vezes na rede pelo Ajax (Rafael van der Vaart, contra o Vitesse). E só em 1984 um avante do Ajax marcou três gols mais rapidamente: Marco van Basten conseguiu um hat-trick em 22 minutos, contra o DS'79, na última rodada da Eredivisie 1983/84. Já é fato: Dolberg faz uma primeira metade de temporada muito promissora.
Vitória praticamente garantida, o Ajax até ameaçava diminuir o passo no segundo tempo. Mas a troca de passes continuava entontecendo o perdido NEC. Não foi difícil chegar aos 4 a 0 assim. Eles vieram aos 55': Sánchez - zagueiro cada vez mais imponente - roubou a bola no meio-campo e já lançou Traoré em profundidade. O atacante fez semelhante ao que fizera contra o AZ, há duas semanas, na rodada passada: dominou, chegou à área e tocou com classe para o fundo das redes. As únicas diferenças foram na finalização (aquela foi no ângulo; esta, no canto direito) e no placar. Mais três minutos, e o quinto gol saiu. Dolberg deixou a bola com Lasse Schöne, e o camisa 20 mandou um sinuoso chute de fora da área para as redes.
Até cabia mais. Aos 59', Traoré chutou depois de bela jogada de Ziyech, mas Delle espalmou pela linha de fundo. Depois, oportunidade digna de nota só saiu aos 75', quando novamente Ziyech chutou de fora para Delle defender. Mas a vitória já estava garantida de modo tão tranquilo que deu até para estrear na Eredivisie mais um atacante vindo das categorias de base: Pelle Clement. Mais um triunfo categórico do Ajax. Contra um adversário pequeno, é verdade. Mas já são 16 jogos de invencibilidade (9 pelo Holandês, quatro pela Liga Europa, três pela Copa da Holanda). Que diferença para 2015/16...
Twente 1x1 Utrecht (domingo, 20 de novembro)
Um jogo entre duas equipes do pelotão médio da liga, cada uma com alguns jogadores elogiáveis, poderia render momentos interessantes no Grolsch Veste. Até rendeu. Mas depois que o juiz Allard Lindhout interferiu decisivamente, com atuação polêmica. Que começou já aos nove minutos de jogo: o lateral direito Ramon Leeuwin derrubou Enes Ünal perto da área, e Lindhout não só deu pênalti, mas também expulsou Leeuwin, deixando o Utrecht com um homem a menos para os 81 minutos restantes - Lindhout até foi convencido de que a falta havia sido fora da área e voltou atrás nisso, mas manteve o cartão vermelho.
Com vantagem numérica, o Twente foi se impondo ofensivamente. E com um erro da defesa dos Utregs, conseguiu o primeiro gol, aos 22': Robbin Ruiter repôs errado a bola, após passe longo do zagueiro Peet Bijen, e o lateral esquerdo Hidde ter Avest aproveitou a sobra para encobrir Ruiter, fazendo bonito gol. Pelo menos, um erro dos mandantes recolocou rapidamente o Utrecht no jogo: aos 26', o zagueiro Stefan Thesker tentava recomeçar jogada na área de defesa, mas perdeu a bola para Yassin Ayoub, que chutou. O goleiro Nick Marsman ainda rebateu, mas Richairo Zivkovic foi imperdoável da segunda vez: 1 a 1.
No segundo tempo, as duas equipes tiveram ótimas chances para marcar com seus destaques. Se Enes Ünal forçou Ruiter a uma boa defesa após chute de bicicleta, Sébastien Haller não deixou por menos e perdeu gol cara a cara com Marsman. As decisões polêmicas de Lindhout continuaram desagradando, também: o Twente reclamou de dois pênaltis não marcados sobre Ünal, o Utrecht criticava cada impedimento duvidoso. E o jogo ficou num agradável 1 a 1 - agradável, menos para as equipes, bem entendido: o Utrecht descolou das equipes mais acima, e o Twente perdeu a chance de superar o AZ na pontuação.
Um jogo entre duas equipes do pelotão médio da liga, cada uma com alguns jogadores elogiáveis, poderia render momentos interessantes no Grolsch Veste. Até rendeu. Mas depois que o juiz Allard Lindhout interferiu decisivamente, com atuação polêmica. Que começou já aos nove minutos de jogo: o lateral direito Ramon Leeuwin derrubou Enes Ünal perto da área, e Lindhout não só deu pênalti, mas também expulsou Leeuwin, deixando o Utrecht com um homem a menos para os 81 minutos restantes - Lindhout até foi convencido de que a falta havia sido fora da área e voltou atrás nisso, mas manteve o cartão vermelho.
Com vantagem numérica, o Twente foi se impondo ofensivamente. E com um erro da defesa dos Utregs, conseguiu o primeiro gol, aos 22': Robbin Ruiter repôs errado a bola, após passe longo do zagueiro Peet Bijen, e o lateral esquerdo Hidde ter Avest aproveitou a sobra para encobrir Ruiter, fazendo bonito gol. Pelo menos, um erro dos mandantes recolocou rapidamente o Utrecht no jogo: aos 26', o zagueiro Stefan Thesker tentava recomeçar jogada na área de defesa, mas perdeu a bola para Yassin Ayoub, que chutou. O goleiro Nick Marsman ainda rebateu, mas Richairo Zivkovic foi imperdoável da segunda vez: 1 a 1.
No segundo tempo, as duas equipes tiveram ótimas chances para marcar com seus destaques. Se Enes Ünal forçou Ruiter a uma boa defesa após chute de bicicleta, Sébastien Haller não deixou por menos e perdeu gol cara a cara com Marsman. As decisões polêmicas de Lindhout continuaram desagradando, também: o Twente reclamou de dois pênaltis não marcados sobre Ünal, o Utrecht criticava cada impedimento duvidoso. E o jogo ficou num agradável 1 a 1 - agradável, menos para as equipes, bem entendido: o Utrecht descolou das equipes mais acima, e o Twente perdeu a chance de superar o AZ na pontuação.
Estava difícil para o Feyenoord superar um fechado Zwolle. Kuyt achou um espaço, fez 1 a 0, e o resto foi mais fácil (Jasper Ruhe/ANP) |
Feyenoord 3x0 Zwolle (domingo, 20 de novembro)
Com um empate e uma derrota nas duas partidas anteriores pelo Campeonato Holandês, o Feyenoord sabia que precisava voltar a vencer para minorar a desconfiança crescente - ainda mais depois da goleada do Ajax. Pelo menos, só teria um desfalque importante: Terence Kongolo, fora até o início de 2017 por lesão muscular. Miquel Nelom o substituiu na lateral esquerda, e assim o Stadionclub foi enfrentar o Zwolle.
Pela vez deles, os Zwollenaren fizeram opção declarada pela defesa, como se viu na escalação: o 4-2-3-1 habitual do time foi transmutado num 5-3-2, com a entrada de Bart Schenkeveld na lateral direita, deslocando o capitão Bram van Polen para o miolo de zaga - sem contar o meio-campo com dois volantes, Wout Brama e Danny Holla. Com tanta gente defendendo, não é de se impressionar que a parte inicial do jogo em De Kuip tenha sido bem fraca em emoções. O Feyenoord tocava, tocava, tocava, mas nada de arranjar espaços na defesa dos "Dedos Azuis".
Só aos 25 minutos é que os espaços começaram a aparecer. E o Feyenoord teve uma boa chance: Dirk Kuyt recebeu a bola pela direita, e arriscou chute cruzado e alto, que Mickey van der Hart mandou pela linha de fundo. No escanteio subsequente, uma polêmica: Rick Karsdorp cobrou escanteio, e Nicolai Jorgensen completou de cabeça. Wout Brama tirou em cima da linha - e como a tecnologia "olho-de-gavião", já conhecida da Holanda, não estava sendo usada, não houve como saber se a bola entrara (aparentemente, não entrou).
Com as oportunidades aparecendo, uma delas o Feyenoord precisaria aproveitar para o 1 a 0. Conseguiu, aos 39': Jorgensen deu a Jens Toornstra, pela direita, e este cruzou. Na área, Kuyt subiu sozinho e cabeceou no canto direito, sem chances para Van der Hart. Obviamente, as coisas ficaram mais fáceis depois: em desvantagem e sem poderio ofensivo, o Zwolle abriu mais espaços. Que foram usados pelos Feyenoorders. Da esquerda, quase saiu o segundo gol: aos 43', Eljero Elia cruzou, a bola pegou efeito e bateu de leve na junção do travessão com a trave direita.
Para a etapa complementar, veio a previsível mudança tática do Zwolle (Schenkeveld saiu, e o meio-campista Ryan Thomas recolocou o esquema tático no 4-3-3). E os espaços seguiram aparecendo para o Feyenoord. Quase renderam dois gols logo no começo: aos 48', Elia chegou livre à grande área, mas Van der Hart saiu bem do gol e espalmou a bola tocada pelo atacante. No minuto seguinte, novamente Elia fez boa jogada individual, cruzou, e Jorgensen cabeceou para fora, sem marcação.
Enfim, também, o Zwolle começou a dar preocupações aos defensores Feyenoorders. Primeiro, num arremate colocado de Queensy Menig, de fora da área, defendido por Brad Jones; depois, aos 59', Van Polen arriscou forte e cruzado, também de fora, pela direita, e a bola passou rente à trave. A entrada de Anass Achahbar (jogador do Feyenoord até a temporada passada) fazia até prever uma pressão maior. Antes que isso acontecesse, o time da casa resolveu o jogo. Aos 72', em triangulação, Jorgensen recebeu a bola de Toornstra na direita e a escorou para Karim El Ahmadi. O meio-campista bateu forte e preciso, no ângulo esquerdo de Van der Hart, colocando o 2 a 0 no placar. E aos 76', outra triangulação, em outro lado, rendeu o terceiro gol. Elia deu a Kuyt, que segurou a bola até Toornstra chegar. Passe dado, o camisa 28 bateu rasteiro, no canto esquerdo, para definir a vitória que devolveu o Stadionclub à liderança da Eredivisie. Pode até estar mais difícil mantê-la, mas confiança em De Kuip, não falta.
Com um empate e uma derrota nas duas partidas anteriores pelo Campeonato Holandês, o Feyenoord sabia que precisava voltar a vencer para minorar a desconfiança crescente - ainda mais depois da goleada do Ajax. Pelo menos, só teria um desfalque importante: Terence Kongolo, fora até o início de 2017 por lesão muscular. Miquel Nelom o substituiu na lateral esquerda, e assim o Stadionclub foi enfrentar o Zwolle.
Pela vez deles, os Zwollenaren fizeram opção declarada pela defesa, como se viu na escalação: o 4-2-3-1 habitual do time foi transmutado num 5-3-2, com a entrada de Bart Schenkeveld na lateral direita, deslocando o capitão Bram van Polen para o miolo de zaga - sem contar o meio-campo com dois volantes, Wout Brama e Danny Holla. Com tanta gente defendendo, não é de se impressionar que a parte inicial do jogo em De Kuip tenha sido bem fraca em emoções. O Feyenoord tocava, tocava, tocava, mas nada de arranjar espaços na defesa dos "Dedos Azuis".
Só aos 25 minutos é que os espaços começaram a aparecer. E o Feyenoord teve uma boa chance: Dirk Kuyt recebeu a bola pela direita, e arriscou chute cruzado e alto, que Mickey van der Hart mandou pela linha de fundo. No escanteio subsequente, uma polêmica: Rick Karsdorp cobrou escanteio, e Nicolai Jorgensen completou de cabeça. Wout Brama tirou em cima da linha - e como a tecnologia "olho-de-gavião", já conhecida da Holanda, não estava sendo usada, não houve como saber se a bola entrara (aparentemente, não entrou).
Com as oportunidades aparecendo, uma delas o Feyenoord precisaria aproveitar para o 1 a 0. Conseguiu, aos 39': Jorgensen deu a Jens Toornstra, pela direita, e este cruzou. Na área, Kuyt subiu sozinho e cabeceou no canto direito, sem chances para Van der Hart. Obviamente, as coisas ficaram mais fáceis depois: em desvantagem e sem poderio ofensivo, o Zwolle abriu mais espaços. Que foram usados pelos Feyenoorders. Da esquerda, quase saiu o segundo gol: aos 43', Eljero Elia cruzou, a bola pegou efeito e bateu de leve na junção do travessão com a trave direita.
Para a etapa complementar, veio a previsível mudança tática do Zwolle (Schenkeveld saiu, e o meio-campista Ryan Thomas recolocou o esquema tático no 4-3-3). E os espaços seguiram aparecendo para o Feyenoord. Quase renderam dois gols logo no começo: aos 48', Elia chegou livre à grande área, mas Van der Hart saiu bem do gol e espalmou a bola tocada pelo atacante. No minuto seguinte, novamente Elia fez boa jogada individual, cruzou, e Jorgensen cabeceou para fora, sem marcação.
Enfim, também, o Zwolle começou a dar preocupações aos defensores Feyenoorders. Primeiro, num arremate colocado de Queensy Menig, de fora da área, defendido por Brad Jones; depois, aos 59', Van Polen arriscou forte e cruzado, também de fora, pela direita, e a bola passou rente à trave. A entrada de Anass Achahbar (jogador do Feyenoord até a temporada passada) fazia até prever uma pressão maior. Antes que isso acontecesse, o time da casa resolveu o jogo. Aos 72', em triangulação, Jorgensen recebeu a bola de Toornstra na direita e a escorou para Karim El Ahmadi. O meio-campista bateu forte e preciso, no ângulo esquerdo de Van der Hart, colocando o 2 a 0 no placar. E aos 76', outra triangulação, em outro lado, rendeu o terceiro gol. Elia deu a Kuyt, que segurou a bola até Toornstra chegar. Passe dado, o camisa 28 bateu rasteiro, no canto esquerdo, para definir a vitória que devolveu o Stadionclub à liderança da Eredivisie. Pode até estar mais difícil mantê-la, mas confiança em De Kuip, não falta.
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