domingo, 27 de novembro de 2016

810 minuten: como foi a 14ª rodada da Eredivisie

 
O Feyenoord conseguiu: tanto fez, tanto lutou, que Kramer empatou aos 99' e manteve o time na liderança (feyenoord.nl)


Go Ahead Eagles 0x1 Willem II (sexta-feira, 25 de novembro)

Envolvendo dois times que pelejavam na zona de repescagem/rebaixamento, o jogo tinha tudo para ser empolgado, mesmo com falta de qualidade técnica. E até começou assim. Já aos quatro minutos, um erro do zagueiro Jordens Peters deu a primeira chance ao Go Ahead Eagles: Peters saiu jogando errado e deu a bola nos pés de Jarchinio Antonia. Este cruzou, e Randy Wolters chegou pouco após a bola passar do ponto para a finalização. Aos 14', o Willem II trouxe perigo numa falta cobrada por Jordy Croux, que mandou a bola por cima, perto do gol. Depois disso, até pelo temor das duas equipes em arriscarem e pagarem o preço, a partida caiu demais de nível.

As coisas só se reanimaram no estádio de Deventer quando os visitantes de Tilburg abriram o placar, logo que o segundo tempo começou. E o 1 a 0 veio com uma aposta do técnico Erwin van de Looi: o atacante Jari Schuurman, que substituiu Erik Falkenburg entre os titulares. Schuurman recebeu passe de Thom Haye aos 47', chutou, o goleiro Theo Zwarthoed rebateu, mas o próprio atacante conferiu para as redes. Precisando de um gol, o Go Ahead Eagles recebeu as entradas de Leon de Kogel e Sam Hendriks para povoar o ataque. Num cabeceio do zagueiro Sander Fischer, aos 84', Pele van Anholt até tirou a bola em cima da linha. Mas a pressão foi insuficiente para tirar a vitória do Willem II, que se viu mais aliviado na peleja contra a repescagem/o rebaixamento. Pelo menos, nesta rodada.

Vitesse 2x2 Excelsior (sábado, 26 de novembro)

Pelo modo como se iniciou a partida no estádio Gelredome, em Arnhem, parecia que o Vites novamente desagradaria sua própria torcida em casa, como tem sido hábito desagradável para o time aurinegro. Em quinze minutos, o Excelsior fez 2 a 0. Com o mesmo jogador: Hicham Faik. Aos sete minutos, o atacante recebeu passe em profundidade de Nigel Hasselbaink, e tocou livre na saída do goleiro Eloy Room. Aos 15', novamente Hasselbaink deu a Faik, e novamente este arriscou. Mas desta vez, foi de fora da área, de longe, mandando a bola no ângulo de Room.

Pelo menos, a reação do Vitesse foi mais rápida. Aos 25', o atacante Arshat Koryan, estreante entre os titulares, foi derrubado na área por Jürgen Mattheij. Pênalti, que Ricky van Wolfswinkel converteu para marcar o primeiro dos mandantes. No segundo tempo, as entradas de Milot Rashica e Adnane Tighadouini aumentaram o poder ofensivo do Vites. Que, enfim, conseguiu o empate aos 73', justamente com os dois vindos do banco: em rápido contragolpe após escanteio, Rashica deixou com Tighadouini, que fez o 2 a 2. Ainda assim, não alivia muito a má fase do Vitesse: são apenas duas vitórias em casa nesta temporada, e seis jogos sem vencer. Pelo menos, a equipe de Arnhem segue num seguro 8º lugar. Já o Excelsior sofre em 13º.

O Zwolle criou chances, mas o Groningen fez os gols: 4 a 0 fora de casa (Henry Dijkman/VI Images)

Zwolle 0x4 Groningen (sábado, 26 de novembro)

Após um começo atribulado, as duas equipes tentavam dar sequência a uma ensaiada reação dentro da tabela. E logo no começo da partida, o Groningen teve o sinal de que era o seu dia: bastaram 40 segundos de partida para o primeiro gol dos visitantes. Simon Tibbling partiu do meio-campo com a bola, tabelou com Ruben Yttegaard Jenssen, recebeu de volta e arrematou forte para as redes. A partir daí, o Zwolle começou a pressionar em busca do empate: o volante Wout Brama mandou a bola perto do gol, e o arqueiro Sergio Padt impediu a igualdade ao defender chutes de Queensy Menig e Kingsley Ehizibue. Como os Zwollenaren não fizeram, tomaram: aos 39', o lateral direito Hans Hateboer arriscou cruzamento para a área, a bola foi inesperadamente para a trave, e Tom van Weert estava a postos (em posição duvidosa, no mínimo) para desviar o rebote e fazer 2 a 0.

Ainda assim, não só o Zwolle continuou arriscando na etapa complementar (foram dezessete chutes, cinco a mais do que o Groningen), mas também se tornou mais ofensivo, com as entradas de Anass Achahbar, no ataque, e Django Warmerdam, pela lateral esquerda. Porém, a ineficiência continuou, com várias chances perdidas pelos anfitriões. Sorte do Groningen, que deu tantos chutes a gol quanto os mandantes - cinco -, mas foi bem mais preciso para consolidar a goleada. Aos 78', Albert Rusnák puxou rápido contra-ataque, deixou com Mimoun Mahi, e este devolveu a bola para o eslovaco fazer 3 a 0. Finalmente, aos 87', o próprio Mahi decretou o placar final, com um chute colocado. Van Weert até teve chance de aumentar a goleada com um pênalti aos 90' + 1, mas mandou para fora. Nada que perturbasse a animação pela segunda vitória seguida do Groningen neste Campeonato Holandês.

Luuk de Jong já quase acabara com seu jejum, no segundo gol do PSV. Acabou de fato, ao fazer o terceiro gol, nesta foto (ANP/Pro Shots)


PSV 3x1 ADO Den Haag (sábado, 26 de novembro)

Havia um clube sob pressão no jogo em Eindhoven: era o PSV, que vinha de semana altamente preocupante, com empate pelo Holandês e dura derrota na Liga dos Campeões. E dentro do PSV, havia um jogador sob pressão adicional: Luuk de Jong, colocado no banco contra o Atlético de Madrid, pelo torneio continental, e sem marcar havia 855 minutos nos jogos em que atuou. A partida começou, Luuk de Jong voltava a ser titular (junto do irmão Siem, por sinal), e pelo menos os Boeren não demoraram para criar chances. Já aos 4', em cobrança ensaiada de escanteio, Santiago Arias deixou a Gastón Pereiro, que cruzou. Daniel Schwaab, escalado na zaga, cabeceou para fora. Aos 9', ainda houve chute relativamente perigoso de Bart Ramselaar, também pela linha de fundo.

E a pressão inicial rapidamente rendeu um gol para acalmar a torcida - e pôr fim a um trauma dos Eindhovenaren nesta temporada. Escalado na lateral esquerda (Jetro Willems está em recuperação da pancada na cabeça sofrida contra o Atlético de Madrid), Héctor Moreno cruzou a bola, Pereiro dominou na área, foi acossado por Tyronne Ebuehi e caiu. O juiz Bjorn Kuipers deu pênalti, e o próprio uruguaio afastou o primeiro fantasma do dia: cobrou, deslocou o goleiro Ernestas Setkus para o outro canto, e marcou o primeiro gol que o PSV fez da marca fatal nesta temporada.

Mais calmo, o time da casa foi tendo algumas possibilidades de marcar, embora não brilhasse em campo. Aos 22', Oleksandr Zinchenko lançou em profundidade Arias, que dominou e driblou um zagueiro antes de arrematar. Seu chute cruzado e alto assustou Setkus, mas foi para fora. Ao ADO Den Haag, concentrado na defesa, restavam os esparsos chutes de fora da área, surgidos em contragolpes - como um de Hector Hevel, aos 20', ou outro de Gervane Kastaneer, colocado, aos 36'. A melhor possibilidade para o 2 a 0 veio aos 43': Zinchenko  fez passe por cima, e Ramselaar entrou livre na área. De cabeça, desviou a bola e encobriu Setkus, mas ela saiu sobre a meta.

Tão logo a segunda etapa começou, o PSV tentou ampliar a vantagem em chutes de fora da área. Num deles, saiu um escanteio. Que foi o estopim do fim do segundo trauma que estava em campo, aos 50'. Zinchenko bateu o córner citado, da direita, e Luuk de Jong se antecipou na primeira trave para desviar. O zagueiro Tom Beugelsdijk foi junto, ambos desviaram, e a bola foi para o gol, no contrapé do guarda-metas. Era o segundo gol dos mandantes - mas foi atribuído a Beugelsdijk. O fim do jejum de 910 minutos sem marcar gols só veio aos 55', quando o capitão dos Boeren fez 3 a 0 sem que houvesse dúvidas sobre a autoria. E novamente, Zinchenko participou da jogada: lançou em profundidade Luuk de Jong para a área, e o camisa 9 apareceu livre na direita para tocar na saída de Setkus.

Ainda houve um momento de tensão aos 57', com o gol dos visitantes de Haia. Kastaneer invadiu a área com a bola, mas antes de chegar, foi derrubado por Jeroen Zoet na área. Bjorn Kuipers marcou o pênalti claro, e Beugelsdijk neutralizou o seu gol contra marcando um a favor, ao converter a cobrança com categoria. No minuto seguinte, em jogada individual, Kastaneer arrematou cruzado, mas Moreno espanou pela linha de fundo. Depois, nova chance dos visitantes, só aos 79', quando Mike Havenaar cabeceou a bola na trave, com Zoet pegando rápido o rebote. E mais nada ameaçou o triunfo do PSV, comemorado com alívio óbvio por Luuk de Jong: "Foi um período duro, com muitas críticas". Críticas que serão mais leves. A temporada continua.

Jay-Roy Grot começa a se destacar: dribla Van der Lely para fazer 1 a 0 e começar a vitória do NEC (ANP/Pro Shots)

NEC 3x2 Twente (sábado, 26 de novembro)

Depois da dura goleada sofrida para o Ajax na rodada passada da Eredivisie, vencer seria um alívio dentro da temporada altamente irregular que o NEC faz. E se nos últimos bons resultados do clube de Nijmegen, o destaque foi o turco Ferdi Kadioglu, 17 anos, que marcou contra Utrecht e Groningen, outra vez os Nijmegenaren contaram com um adolescente para encaminharem a vitória. Agora, Jay-Roy Grot, 18 anos, fez os dois primeiros gols do NEC. Aos 27', Grot driblou o lateral esquerdo Jeroen van der Lely antes de finalizar para o 1 a 0; aos 36', o driblado foi o volante Mateusz Klich, com uma finta rápida, e o arremate de Grot ainda desviou no zagueiro Stefan Thesker, tirando qualquer chance de defesa do goleiro Nick Marsman. Contudo, nem mesmo o ótimo dia de Grot impediu que os erros defensivos dos mandantes (uma constante na temporada) novamente trouxessem perigo.

Começou aos 51': o cruzamento de Dylan Seys não ameaçaria, mas ao dominá-lo, o lateral esquerdo André Fomitschow bobeou na saída de bola. Perdeu a posse para Enes Ünal, e o turco não perdoou: marcou o primeiro do Twente no jogo, seu nono no campeonato, isolando-se no topo da tabela de goleadores. O temor do empate só não foi maior porque, aos 59', após bola rolada em cobrança de falta, Dario Dumic chutou com força para o 3 a 1. Aí, Robin Buwalda entrou em campo, e os anfitriões ficaram com a defesa mais protegida. Mas ainda houve tempo para um susto do Twente aos 79': Bersant Celina mandou a bola para a área, Seys desviou, e a bola bateu em Mikael Dyrestam, superando o goleiro Joris Delle e indo para as redes - Dumic ainda tirou, mas o juiz Dennis Higler alegou que ela já passara totalmente da linha. Mas enfim, o NEC pôde comemorar uma vitória, minorando um pouco o temor da zona de repescagem/rebaixamento.

Sparta Rotterdam 2x2 Roda JC (domingo, 27 de novembro)

Havia quatro jogos somente empatando, ocupando por um tempo cada vez mais preocupante a última colocação do campeonato, o Roda JC já entrou na fase de encarar cada partida como a chance decisiva para reagir. Nem vinha jogando tanto assim contra o Sparta Rotterdam - que, por sua vez, também não impressionava, resultando num primeiro tempo aborrecido em Het Kasteel. Pelo menos, até os acréscimos da etapa inicial: aos 45' + 1, Mikhail Rosheuvel cruzou a bola, a defesa do Sparta ficou parada, e o caminho ficou aberto para Christian Kum completar e fazer 1 a 0 para os Koempels visitantes. O começo do segundo tempo, então, foi melhor ainda para o time de Kerkrade: logo aos 50', Nestoras Mytides recebeu a bola e concluiu com precisão no canto do guarda-valas Roy Kortsmit para fazer 2 a 0.

Enfim, a reação esperada que o Roda precisava? O Sparta disse não: aos 63', saíram do banco para o ataque o belga Loris Brogno e... Pogba - claro, não Paul, mas Mathias, irmão do meio-campista do Manchester United. Bastou um minuto para participarem da jogada do primeiro gol dos Kasteelheren: cruzamento, Pogba escorou de cabeça, e Brogno chutou forte para o 2 a 1. Aos 81', veio o empate merecido: de calcanhar, Brogno ajeitou a bola na entrada da área, para Kenneth Dougall bater colocado e decretar a igualdade, que salvou a invencibilidade do Sparta em casa (são cinco jogos sem perder em Het Kasteel). Pelo menos, restará ao Roda JC, que jogou uma vitória importante fora, o consolo de passar a semana fora da lanterna: nos gols marcados, deixou o incômodo posto com o Go Ahead Eagles.

AZ 5x1 Heracles Almelo (domingo, 27 de setembro)

Inegavelmente, o AZ chegava reanimado para a rodada, graças à vitória sobre o Dundalk-IRL, pela Liga Europa, que lhe devolveu as chances de depender das próprias forças para avançar à segunda fase do torneio. Tal animação foi rapidamente notada no AFAS Stadion: em cinco minutos, o AZ fez 1 a 0 sobre o Heracles, em rápido ataque. Iliass Bel Hassani lançou Ben Rienstra, e o meio-campista cruzou a bola para Robert Mühren conferir. Depois, aos 12', Brahim Darri ainda teve chances para empatar, mas chutou por cima. Sorte dos mandantes, que ampliaram para 2 a 0 aos 21', com uma jogada feita por gente que estava nos visitantes de Almelo até a temporada passada: Bel Hassani alçou a bola na área, e Wout Weghorst complementou de cabeça. Mais quatro minutos, e o lateral esquerdo Ridgeciano Haps fez boa jogada individual, deixando Mühren apenas com a tarefa de fazer 3 a 0. O primeiro tempo poderia até terminar em 4 a 0, mas Weghorst errou a cobrança de pênalti que teve aos 45' + 1: chutou muito acima do gol.

O que se seguiu no começo da etapa complementar poderia ter animado o Heracles. Logo aos 52', foi a vez de os Heraclieden terem um pênalti a favor deles (falta de Ron Vlaar), mas desta vez Samuel Armenteros aproveitou o chute de 9,15m, diminuindo a vantagem dos mandantes. Todavia, o AZ continuou criando chances aqui e ali. E acabou com as esperanças de empate dos Almelöers aos 73', quando fez o quarto gol: Mattias Johansson cruzou da direita, e Dabney dos Santos completou na segunda trave. Ainda houve tempo para Alireza Jahanbakhsh sacramentar o 5 a 1, aos 90' + 2, num chute forte, mandando a bola no ângulo defendido por Bram Castro. Com chances na Liga Europa, e de volta à quarta posição da Eredivisie, graças à própria vitória e à derrota do Heerenveen: o AZ não pode reclamar da semana que passou.

Klaassen faz o gol e quer ouvir: quem já está empatado em pontos com o Feyenoord? É, é o Ajax (Maurice van Steen/VI Images)

Heerenveen 0x1 Ajax (domingo, 27 de setembro)

Entrando com sua força máxima após poupar os destaques contra Panathinaikos, pela Liga Europa (e ainda assim vencer, por 2 a 0), o Ajax entrou no gramado do estádio Abe Lenstra tendo a boa notícia de que Stijn Schaars não estaria em campo, ainda se recuperando de lesão. Mas bastaram poucos minutos para que o Heerenveen exibisse sua marcação bem feita e sua boa postura tática, impedindo a pressão massiva dos Amsterdammers. O que não impediu as primeiras chances dos visitantes em Heerenveen.

A primeira nem foi nada impressionante: aos 9', Lasse Schone cruzou, e Kasper Dolberg cabeceou muito por cima. Mas aos 12', o perigo foi inegável. Amin Younes fez o comum dele: jogada pela esquerda, com a bola dominada. Até deixar a pelota com Daley Sinkgraven, que bateu cruzado e rasteiro. Mas o goleiro Erwin Mulder estava atento, e mandou a bola para fora. E aos 16', Davy Klaassen deixou a bola com Bertrand Traoré, que a carregou até as proximidades da área. Foi derrubado, mas na vantagem concedida, Klaassen retomou a posse, entrou na área e chutou para outra boa defesa de Mulder.

Já começando a subir suas linhas táticas, o Ajax foi deixando os previsíveis espaços na defesa. Aí, o Heerenveen se valeu de um elemento surpresa para chegar mais ao ataque: o volante Pelle van Amersfoort, supostamente mais defensivo. Foi ele quem deu os dois primeiros chutes perigosos do time da Frísia. Aos 18', Van Amersfoort superou Daley Sinkgraven na disputa de corpo, mas chegou atrasado na bola, e André Onana defendeu. Na jogada seguinte, Sam Larsson deixou o volante bem posicionado para o chute, à esquerda da grande área. Todavia, o arremate do volante mandou a bola pela linha de fundo. E o Fean ainda teve chances de abrir o placar com Reza Ghoochannejhad: aos 29, o iraniano recebeu bem de Larsson e entrou pela área, mas o chute cruzado foi para fora.

A partir daí, o jogo se animou. Se até ali a disputa era mais tática e as disputas pela bola no meio-campo rendiam muitas faltas, os times começaram a buscar mais o ataque. Coube ao Ajax dar a primeira cartada: aos 32', Sinkgraven lançou Amin Younes pela esquerda. O alemão de ascendência libanesa dominou, chegou à área e cruzou rasteiro para Kasper Dolberg. O dinamarquês completou de primeira, por cima do gol. Seguiu-se a ofensiva do Heerenveen, aos 34': Van Amersfoort arriscou da entrada da área, e Onana fez grande defesa, espalmando por cima. Ainda houve tempo para boa chance dos Ajacieden nos acréscimos (45' + 1): Hakim Ziyech fez inesperada jogada individual pela esquerda, driblando toda a zaga. Cruzou quase sem ângulo, e Klaassen concluiu com força para ótima intervenção de Mulder, espalmando a bola pela linha de fundo.

Na segunda etapa, o Ajax teve a primeira chance numa bola parada: aos 47', Ziyech - atuação prejudicada por uma gripe - cobrou falta, mandando a bola aos pés da meta defendida por Mulder. Voltando a atuar com mais cuidados defensivos, o Heerenveen só tentou mais uma vez, aos 50'. De novo, com Van Amersfoort, aparecendo até mais do que Younes Namli: o volante recebeu de Larsson, perto da área, e concluiu, mandando a bola perto do gol.

E os visitantes foram impondo o estilo que gostam de impor: controlando a posse de bola e atacando incessantemente. Perderam boa chance aos 67', quando Schöne fez bom lançamento em profundidade, mas Traoré, pela direita, bateu torto. No lance seguinte, ofereceram o contragolpe, que Larsson quase aproveitou para o 1 a 0 do Heerenveen: o atacante sueco bateu colocado no canto esquerdo, forçando Onana a encaixar sem dar rebote. Mas o clima de "ataque contra defesa" estava claro. E não demorou para que o Ajax, de tanto bater, furasse a defesa e fizesse o 1 a 0: aos 71', Klaassen fez o um-dois com Dolberg, recebeu a bola de volta na área, driblou Mulder e tocou para as redes.

Imediatamente após o gol, Jurgen Streppel mandou o Heerenveen à frente: colocou o meio-campista Simon Thern e, pouco depois, o atacante Henk Veerman, para ser a referência na grande área. Todavia, o Ajax já estava no controle. O segundo gol quase saiu com Younes, aos 81', que tocou em cima de Mulder após carregar a bola pela esquerda. Klaassen também teve sua chance aos 85', mas seu chute de longe foi espalmado pelo goleiro do Heerenveen (mais uma boa atuação). Aos 90' + 4, Mateo Cassierra, substituto de Traoré, ainda forçou Mulder a mais uma defesa. E assim, jogando no ataque, o Ajax garantiu uma importante vitória, tornando-se o único integrante do trio de ferro holandês que não tropeçou contra o Fean. E acumula 18 partidas invicto em todas as competições (15 vitórias, 3 empates). Decadente, quem?

Utrecht 3x3 Feyenoord (domingo, 27 de setembro)

Se Heerenveen x Ajax já havia sido um jogo tenso, cheio de possibilidades, o começo do jogo derradeiro da 14ª rodada  fez prever 90 minutos frenéticos. Aos dois minutos, o Utrecht surpreendeu o líder da Eredivisie, graças ao seu destaque de sempre: Sébastien Haller. O atacante francês saiu da marcação, tabelou com Nacer Barazite, recebeu livre na área e tocou sem chances para o goleiro Brad Jones. De novo, o Feyenoord saía atrás no placar - isso, numa semana em que sofreu goleada até injusta para o Manchester United, na Liga Europa.

Como reagiria? Do melhor jeito possível: empatando rapidamente. Aos 4', Rick Karsdorp chegou pela direita, cruzou a bola para a área. Mark van der Maarel ainda cortou parcialmente, mas Dirk Kuyt estava na hora e lugar certos para novamente alegrar a torcida que tanto o admira: completou de primeira a sobra, na primeira trave, e fez 1 a 1. Com dois gols antes dos cinco minutos de jogo, a partida só poderia ser empolgante, certo? Errado: nada de mais notável aconteceu no resto da etapa inicial.

No começo do segundo tempo, as duas equipes voltaram ainda retraídas em campo, esperando uma chance para atacarem. Porém, uma falha inesperada da defesa do Feyenoord rendeu o segundo gol do Utrecht. Aos 52', Richairo Zivkovic alçou a bola para a área. Eljero Elia cortou meio no susto, e o rebote ficou com Sofyan Amrabat. O volante, irmão de Nordin Amrabat (lembra?), arriscou o chute, Brad Jones rebateu, e o lateral direito Giovanni Troupée chegou na frente de Elia para aproveitar a sobra e fazer 2 a 1.

Aí, sim, o Feyenoord pareceu sentir o impacto do golpe. Tanto que os Utregs anfitriões quase fizeram 2 a 1, aos 58': em chute de fora de Zivkovic. Depois, Jens Toornstra ainda tentou um cruzamento aos 61', mas Troupée cortou. Algumas perdas desnecessárias de bola também ofereceram contragolpes ao Utrecht - como aos 66', quando Barazite foi atento, desarmou Tonny Vilhena e chegou perto da área, mas chutou fraco, e Jones defendeu.

O momento exato da assustadora lesão de Ruiter (Pro Shots)

Porém, o jogo caiu de velocidade aos 71', com um lance assustador. Em disputa aérea o goleiro Robbin Ruiter, do Utrecht, subiu para pegar a bola. Nicolai Jorgensen se abaixou enquanto Ruiter caía, e este foi de cabeça ao chão, desmaiando imediatamente e parando o jogo por sete minutos. A equipe médica do Utrecht entrou rapidamente em campo, aos pedidos dos jogadores, e até o médico do Feyenoord, Casper van Eijck, cedeu um colar cervical para que Ruiter (consciente, felizmente) deixasse o gramado. Goleiro substituído - o reserva David Jensen fazia sua estreia pelo Campeonato Holandês -, os visitantes de Roterdã também arriscaram levar o time ao ataque, com a entrada de Bilal Basaçikoglu, aos 72'.

Porém, a defesa dos Feyenoorders continuava cedendo espaços demais para os ataques do Utrecht. Num deles, saiu o gol decisivo. Aos 84', Yassin Ayoub dominou a bola no meio-campo, e Karsdorp escorregou na marcação. Com três contra dois zagueiros (Eric Botteghin e Jan-Arie van der Heijden), Ayoub chegou livre na área, mas seu chute foi rebatido por Jones. A sobra ficou de novo com Ayoub, ainda em boas condições de finalização, mas de novo o goleiro do Feyenoord salvou os visitantes, rebatendo. Só então Haller chegou à área e aproveitou a sobra para fazer 3 a 1.

Com o desespero do Stadionclub para tentar o empate, o jogo subiu de novo. Ainda mais aos 90', com o segundo gol visitante: Basaçikoglu cruzou da direita, e Jorgensen disputou a bola com dois zagueiros antes de chutar na pequena área e fazer 3 a 2 (seu nono gol, igualando Enes Ünal na liderança da lista de goleadores). Pela lesão de Ruiter, o jogo teve longos nove minutos de acréscimo. Giovanni van Bronckhorst usou sua arma para as bolas aéreas: Michiel Kramer, que substituiu Van der Heijden. E a arma foi precisa: no último minuto - isso mesmo, 99' -, em escanteio cobrado para a área, Botteghin escorou na segunda trave, e Kramer completou para as redes, fazendo o 3 a 3 que manteve o Feyenoord na liderança do Campeonato Holandês (empatado com o Ajax, mas liderando no saldo de gols). No fim das contas, de fato, o jogo foi emocionante como se supunha, por quê não?

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