segunda-feira, 14 de agosto de 2017

810 minuten: como foi a 1ª rodada da Eredivisie

Dessers terminou a temporada passada marcando gols pelo NAC Breda. E começou deixando dois pelo Utrecht (fcutrecht.nl)

ADO Den Haag 0x3 Utrecht (sexta-feira, 11 de agosto)

No jogo inaugural deste Campeonato Holandês, o ADO Den Haag pareceu bem mais perto do primeiro gol do que os visitantes: com apenas dois minutos de bola rolando em Haia, Sheraldo Becker ficou frente a frente com o goleiro David Jensen, após bola vinda de disputa aérea, mas Jensen defendeu. Sorte do Utrecht. Que teria mais sorte ainda aos 15': Gyrano Kerk bateu, o goleiro Robert Zwinkels desviou com os pés e a bola bateu na trave, sobrando para o impedido Cyriel Dessers fazer 1 a 0. A posição irregular de Dessers passou em branco para o juiz Ed Janssen, e foi do atacante belga o primeiro gol da Eredivisie na temporada 2017/18.

O gol foi a senha para o crescimento do Utrecht no jogo. Os visitantes começaram a dominar, enquanto o ADO Den Haag tentou segurar na base das faltas (algumas violentas, como a que tirou Anouar Kali do jogo ainda antes do intervalo). Sem sucesso, porque os Utregs fizeram 2 a 0 logo no começo do segundo tempo, numa jogada de contratados: aos 54', Urby Emanuelson cruzou e Sander van de Streek cabeceou para o gol. Os mandantes voltaram a atacar mais em busca do gol, chegando mais perto aos 66', quando Tom Beugelsdijk cabeceou na trave. Porém, com espaço para os contragolpes, o Utrecht chegou ao 3 a 0 aos 81', com Dessers coroando os bons começos - o seu e o dos próprios Utregs, que não venciam pela estreia num Campeonato Holandês desde 2009.

Hirving Lozano já mostrou a que veio: o mexicano abriu o caminho para a vitória do PSV, num bom jogo (ANP)
PSV 3x2 AZ (sábado, 12 de agosto)

O primeiro momento notável no Philips Stadion envolveu uma lamentável infelicidade: logo aos 5', Calvin Stengs, 19 anos, atacante que despontara no AZ durante o play-off pela Liga Europa e já começava como titular, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho (está fora da temporada), deixando o campo de maca, às lágrimas, e dando lugar a Dabney dos Santos. Após a comoção pelo azar de Stengs, já se teve mostras do equilíbrio que seria regra no jogo. O AZ atacou aos 9', num chute perigoso de Alireza Jahanbakhsh, que passou perto do gol defendido por Jeroen Zoet. O PSV respondeu aos 12': Jürgen Locadia deixou a Marco van Ginkel, que bateu cruzado para a defesa de Marco Bizot.

A partir de então, os Boeren rumaram para o gol, com mais troca de passes. Aos 14', Steven Bergwijn arriscou, a bola bateu em cima de Ron Vlaar e ficou à feição na área para Hirving Lozano. Porém, o estreante mexicano chutou torto, para fora. Aos 16', numa rápida triangulação, Van Ginkel deixou a Santiago Arias, que cruzou para o meio da área. Sem ninguém para finalizar, Jonas Svensson afastou pela linha de fundo. Porém, no contra-ataque seguinte que teve, o AZ é que abriu o placar, aos 18'. Wout Weghorst veio pela direita, cruzou rasteiro, a bola passou por todos que estavam na área, até ficar nos pés de Dabney dos Santos (justamente o substituto de Stengs). Dabney chutou no canto esquerdo de Zoet para o 1 a 0.

Restava ao PSV continuar buscando o empate, para não aumentar a nascente crise. Aos 30', Steven Bergwijn tentou pela primeira vez, chutando a bola na rede pelo lado de fora. Se ele não conseguiu na primeira, Lozano o fez na segunda chance: quase na sequência, recebeu de Van Ginkel pela esquerda, avançou livre, cortou para o meio da área livrando-se de Vlaar e chutou no canto esquerdo de Bizot para fazer 1 a 1, no seu primeiro gol defendendo os Boeren. E Lozano só não fez o segundo, aos 36', após ser lançado em profundidade por Pereiro, porque após driblar Bizot e concluir, Jonas Svensson tirou pela linha de fundo. No minuto seguinte, mais uma chance: livre com a bola,  o mexicano apelidado "Chucky" chutou forte no travessão. O AZ só reapareceu aos 43', quando Jahanbakhsh chutou colocado e acertou a trave esquerda de Zoet.

Maradona e Gullit se abraçam na tribuna do Philips Stadion. E devem ter gostado do que viram (ANP/Pro Shots)
O equilíbrio seguiu no segundo tempo. Logo aos 48', os Eindhovenaren se valeram de um fator surpresa: Pereiro surpreendeu para virar o jogo. Partindo do meio-campo, o uruguaio driblou Thomas Ouwejan com uma meia-lua, pegou a bola já na área e bateu forte. A bola passou por baixo de Bizot, e era o 2 a 1 dos mandantes no Philips Stadion. No entanto, convinha não ignorar os avanços perigosos dos visitantes de Alkmaar - até porque Joshua Brenet, atormentado por Alireza na esquerda, saiu ainda no primeiro tempo por opção técnica do técnico Phillip Cocu, dando lugar a Kenneth Paal. O alerta veio aos 52': Dabney dos Santos fez a jogada e deixou Weghorst na cara do gol, mas o atacante chutou para fora. E o perigo voltou aos 60', quando um cruzamento de Marko Vejinovic foi levemente desviado por Guus Til, forçando Zoet a se esticar para espalmar.

Os mandantes só se tranquilizaram mais aos 76', com o terceiro gol. Jorrit Hendrix cruzou para a área, Pereiro cabeceou, Bizot rebateu, e Van Ginkel estava a postos para aproveitar e fazer 3 a 1. Placar resolvido? Que nada: quatro minutos depois, Jahanbakhsh foi derrubado na área, Bjorn Kuipers marcou o pênalti, e Weghorst cobrou no meio do gol. 3 a 2: a insegurança voltava ao Philips Stadion. Mas o jogo terminou mesmo com a vitória do PSV, num jogo atraente, merecedor das ilustres presenças que teve: Diego Maradona e Ruud Gullit.

Tissoudali fez bonito gol e homenageou Nouri, na boa estreia do VVV-Venlo (ANP/Pro Shots)

VVV-Venlo 3x0 Sparta Rotterdam (sábado, 12 de agosto)

Um pouco (bem pouco) mais habituado à Eredivisie do que o promovido VVV-Venlo, o Sparta Rotterdam tivera mais chances de abrir o placar durante todo o primeiro tempo. A mais concreta dessas chances dos visitantes viera numa bola cabeceada por Dalibor Volas contra o travessão defendido por Lars Unnerstall. Porém, aos 44', o inesperado fez uma surpresa agradável para o time de Venlo: Clint Leemans arriscou chute de longe, e o goleiro Roy Kortsmit "aceitou", deixando a bola passar para o 1 a 0.

Se Kortsmit falhou no primeiro gol, nada teve a fazer quando o VVV fez 2 a 0, logo no começo do segundo tempo: aos 48', Tarik Tissoudali recebeu a bola já matando no peito antes de concluir bonito. Após um tempo atordoado, o Sparta até pressionou depois, mas encontrou uma barreira respeitável nas boas defesas do goleiro Lars Unnerstall. Para piorar, aos 84' os Kasteelheren ficaram com um a menos: Julian Chabot recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. O caminho ficou aberto para o terceiro gol dos mandantes em De Koel, aos 90' + 2, novamente com Leemans. Vencer por 3 a 0 logo na primeira partida da temporada de volta: nada mal para um recém-promovido...

Com essa o Ajax não contava: o Heracles conseguiu o empate repentinamente e cresceu para vencer o jogo (ANP/Pro Shots)
Heracles Almelo 2x1 Ajax (sábado, 12 de agosto)

O Ajax chegou para sua estreia na liga com mais um impacto inesperado do destino: horas antes do jogo na grama sintética do estádio Polman, em Almelo, o técnico Marcel Keizer anunciou que Davinson Sánchez ficaria fora até do jogo, com a justificativa de que os jogadores precisariam ter "100% de foco" - claro, em referência à transferência quase certa do zagueiro colombiano para o Tottenham. Só restou deslocar Nick Viergever para a zaga, enquanto Mitchell Dijks, antes considerado peso morto no grupo ao voltar do empréstimo ao Norwich City, virava titular.

Seja como for, o eventual peso da ausência de Sánchez não foi sentido. Apostando na posse de bola - em algumas jogadas pelas pontas -, os visitantes de Amsterdã começaram chegando aos 8', num chute de Hakim Ziyech, para fora. O Heracles apostou nos contra-ataques. E quase se deu bem em sequência: aos 9', Brandley Kuwas foi lançado, driblou Viergever e finalizou cruzado, forçando André Onana a espalmar para fora. Na cobrança do escanteio seguinte, Jeff Hardeveld chutou acima do gol. Depois, aos 17', Brahim Darri fez jogada individual, chegou à grande área, cortou para a direita e arrematou para Onana defender no susto, quase soltando a bola.

Só então os Amsterdammers voltaram a se impor em campo. Aos 23', em rápida jogada, Donny van de Beek recebeu passe de Kasper Dolberg (de calcanhar), chegou em boa posição à grande área e chutou para boa defesa de Bram Castro, espalmando pela linha de fundo. No minuto seguinte, o próprio Dolberg foi quem arriscou, mas Castro agarrou a bola de novo. O goleiro belga do Heracles apareceria novamente com destaque mais três vezes: aos 33' (chute de Justin Kluivert), aos 39' (espalmando para fora chute de Van de Beek), aos 41' (segurando firme tentativa de Ziyech) e no lance final do primeiro tempo, em batida cruzada de Dijks.

Kuwas (segurando a bola) chamou a responsabilidade: fez o passe para o gol de empate e marcou ele mesmo o da virada (Harry Broeze/heracles.nl)
Com 77 por cento de posse de bola, o Ajax impunha seu velho estilo. Ficou ainda mais perto do gol logo no começo da etapa complementar: aos 50', Dijks chegou às proximidades da área com a bola e chutou cruzado, sem chances para Castro, mandando a bola na trave. Finalmente, o gol merecido, aos 56'. Amin Younes foi o "autor prático": o alemão fez toda a jogada pela esquerda, passou por dois jogadores e cruzou rasteiro para o meio da área. Sobrou a Hakim Ziyech a melhor parte do trabalho: finalizar com gosto, estufando as redes de Castro, fazendo 1 a 0.

Após abrir o placar, o Ajax seguia dominando a posse de bola e o jogo. Mas repentinamente, num contra-ataque despretensioso, veio o empate do Heracles. Se Younes fizera o trabalho quase sozinho no gol do Ajax, coube a Kuwas criar a chance para o empate dos Heraclieden: aos 66', o ponta cruzou da esquerda, e Paul Gladon teve só o trabalho de escorar para fazer o 750º gol da história do clube na primeira divisão.

E aí, o cenário mudou por completo. Animados, os Heraclieden começaram a pressionar a defesa dos visitantes, em contragolpes e chutes - como aos 67', em arremate de Peter van Ooijen, que Onana defendeu. Assustado, o Ajax até tentou fortalecer o ataque, com as entradas de Frenkie de Jong e Klaas-Jan Huntelaar, mas só trouxe perigo aos 72', quando Younes arriscou e Castro espalmou. Finalmente, a motivação dos donos da casa teve um prêmio: aos 82', Kuwas puxou outro contra-ataque pela direita, arriscou chute forte e mandou no ângulo direito de Onana, fazendo o belo gol do 2 a 1 da vitória. Os visitantes ainda tentaram o empate - e perderam chance incrível aos 90' + 2, quando Castro rebateu cobrança de falta de Ziyech e Huntelaar, com o gol vazio, chutou para fora. O apito final rendeu vitória histórica: desde 1965 o Heracles Almelo não vencia o Ajax pelo Campeonato Holandês. Mais uma dor de cabeça para os Ajacieden.

Matavz começou bem na tarefa de ser o homem-gol do Vitesse: deixou o dele contra o NAC Breda (ANP/Pro Shots)

Vitesse 4x1 NAC Breda (sábado, 12 de agosto)

Desde antes da temporada começar, o Vitesse já era merecedor de atenção, pelo time que mostrou condições de fazer uma boa campanha na Eredivisie. Não precisou de mais do que dois minutos de jogo para comprovar isso, no GelreDome de Arnhem: Alexander Büttner recebeu a bola de Tim Matavz, e cruzou sob medida para Thomas Bruns chegar à frente e marcar seu primeiro gol oficial com a camisa do Vites. Aos 20', mais um contratado para esta temporada ampliou, em outra jogada de conjunto. Milot Rashica lançou, Matavz escorou, e Bryan Linssen para as redes mandou: 2 a 0.Tinha acabado? Que nada. Diante de um visitante atordoado, Matavz enfim fez o dele, aos 32', completando cruzamento de Rashica.

Somente no segundo tempo, já com desvantagem de três gols, é que o time de Breda começou a buscar mais o gol de honra. Na primeira grande chance, Paolo Fernandes chutou nas mãos do goleiro Remko Pasveer; na segunda, aos 69', enfim veio o gol de honra da equipe do sul holandês, com Thierry Ambrose completando de cabeça um cruzamento de Manu García. Antes que os visitantes se empolgassem, porém, Rashica confirmou a goleada aos 77', num chute quase sem ângulo. De fato, o Vitesse parece com tudo para fazer um bom papel neste campeonato.

A defesa começou assustando no Zwolle. Mas a virada para a vitória começou justamente com um zagueiro, Marcellis (Henry Dijkman/VI Images)
Zwolle 4x2 Roda JC (domingo, 13 de agosto)

Diante do que se viu nos primeiros 45 minutos do jogo no estádio em Zwolle, parecia que o time da casa queria assustar a torcida. Com atuação ruim da defesa, o Roda JC não tinha a menor dificuldade de chegar perto do gol. Jorn Vancamp já perdera ótima chance, cara a cara com Diederik Boer, antes de Simon Gustafson justificar o empréstimo do Feyenoord já em sua estreia oficial pelos Koempels, fazendo 1 a 0 aos 22', aproveitando erro dos Zwollenaren na saída de bola. Erro semelhante quase rendeu o segundo gol do Roda, quando Philippe Sandler recuou sem olhar para o gol, e Boer teve de correr para evitar o desastre, perto da linha. Com essas desatenções, é até surpreendente que o Zwolle tenha empatado, ainda, aos 45' + 1. Mais impressionante ainda que tenha sido um zagueiro: Dirk Marcellis, de cabeça.

Tranquilizado no intervalo pela igualdade, o Zwolle voltou a campo mais concentrado no segundo tempo. E não demorou para virar o jogo: aos 53', Bram van Polen recebeu livre pela esquerda, cruzou, e Adil Auassar cometeu gol contra ao desviar contra o patrimônio. Ainda houve mais um susto: aos 66', após pênalti de Van Polen, Gustafson bateu para o 2 a 2. Todavia, aí vieram os erros do goleiro do Roda JC, Hidde Jurjus (que até vinha jogando bem). Aos 66', saindo cedo demais do gol, Jurjus possibilitou que Mustafa Saymak o encobrisse para o 3 a 2; e aos 76', poderia ter defendido o chute de Van Polen que deu números finais e aliviou, afinal, a torcida no Mac³Park Stadion.

O Feyenoord de Berghuis (à esquerda) e Diks sofreu um pouco, mas afinal garantiu o mais importante contra o Twente: a vitória (ANP/Pro Shots)
Feyenoord 2x1 Twente (domingo, 13 de agosto)

O campeão da Eredivisie começou a defender seu título sem o goleiro titular: com dores nas costas, Brad Jones cedeu lugar ao jovem Justin Bijlow, de 18 anos (o reserva imediato, Kenneth Vermeer, também está machucado). E no começo do jogo em De Kuip, quem mais teve de trabalhar foi o guarda-metas do Stadionclub. Aos 4', o Twente teve a primeira chance num chute de Danny Holla, para fora. Logo depois, aos 7', Holla tabelou com Oussama Assaidi, recebeu de volta e passou a Fredrik Jensen, que tentou tocar para o gol, mas teve no caminho Bijlow, que fechou o ângulo e evitou a chance.

Sem muito espaço para tocar a bola (e nem muita rapidez, diga-se de passagem), apostando demais nas jogadas pela direita, o Feyenoord só começou a chegar aos 22': após troca veloz de passes, mas quando Steven Berghuis recebeu de Tonny Vilhena na área, pisou na bola e perdeu a jogada. No minuto seguinte, na primeira jogada pela esquerda a ter êxito, o Feyenoord fez 1 a 0. Berghuis inverteu o jogo e encontrou Jean-Paul Boëtius livre. O camisa 7 dominou a bola, veio pela canhota e cruzou rasteiro. Na primeira trave, Nicolai Jorgensen se antecipou à marcação para fazer o que sabe: gol.

Na frente, o atual campeão holandês passara a controlar o jogo, tendo a bola e criando chances para acelerar um jogo que vinha monótono - como aos 35', quando Vilhena recuou a Jan-Arie van der Heijden, que chutou para a defesa do goleiro Jorn Brondeel. Contudo, aos 37', assim como sofrera o gol repentinamente, do nada o Twente também empatou. Após cobrança de falta, a bola passou sobre a área e parou com Hidde ter Avest, pela esquerda. Ele cruzou, a zaga da casa rebateu, e Jensen aproveitou a sobra num bonito chute, de bate-pronto, no ângulo de Bijlow, para o 1 a 1. Surpreendido, o time da casa só pôde tentar passar à frente de novo em chutes de Boëtius, aos 39', e Ridgeciano Haps, aos 44'.

A vitória foi do Feyenoord, mas Jensen (no alto) mereceu destaque, pelo belo gol de empate (Frank Hillen/fctwente.nl)
No primeiro minuto do segundo tempo, os dois times tentaram rapidamente o gol, em cruzamentos (Nikola Gjorgiev, para o Twente) ou chutes de longe (Berghuis, para o Feyenoord). Mas a partida ficou novamente amarrada: só num momento de sorte os Feyenoorders quase marcaram - aos 55', Berghuis cruzou da direita e Jens Toornstra escorou em cima de Brondeel. O goleiro do Twente voltou a aparecer aos 58', defendendo facilmente o cabeceio de Kevin Diks. Mas aos 60', não houve o que fazer para Brondeel: Toornstra mandou a bola para a área numa falta, e Berghuis completou firme com a testa para o 2 a 1 que recolocou o Feyenoord na frente. E somente uma oportunidade fortuita do Twente (aos 89', Isaac Buckley-Ricketts quase empatou, chutando por cima do gol na pequena área) ameaçou perturbar a vitória do clube de Roterdã em sua estreia.

El Azzouzi marcou na vitória do Excelsior, e pôde fazer mais uma homenagem a Nouri (Pro Shots)
Willem II 1x2 Excelsior (domingo, 13 de agosto)

Como se escrevera aqui no guia do Campeonato Holandês, o Excelsior se livrara do rebaixamento com facilidade inesperada em 2016/17. Ainda assim, com tantas perdas importantes na janela de transferências (Fredy, Nigel Hasselbaink, Khalid Karami), ficava a dúvida sobre a capacidade dos Kralingers para fazer um bom começo. Pois ela foi vista na visita ao Willem II. Em casa, o time de Tilburg atacava mais, e quase chegou ao gol com duas tentativas de Fran Sol, aos 8' e aos 24'. Porém, numa bola parada, o Excelsior abriu o placar, aos 29': Hicham Faik cobrou falta, Milan Massop cabeceou, e o goleiro Timon Wellenreuther se atrapalhou, empurrando a bola para a própria meta.

Se tivesse tal eficiência no segundo tempo, o time de Roterdã poderia sonhar com uma vitória na estreia. Pois teve: aos 52', um lançamento de Ryan Koolwijk deixou Zakaria El Azzouzi livre para ampliar a vantagem do Excelsior - e ser mais um a homenagear "Appie" Nouri na comemoração do gol. O Willem II não se rendeu, e conseguiu o merecido gol aos 65': Daniel Crowley cruzou, Koolwijk rebateu errado, e Fran Sol conferiu a sobra para as redes. Ainda assim, os visitantes seguraram a vitória. Tiveram até chance de ampliar (Stanley Elbers mandou bola no travessão aos 89'). E começam prometendo tempos mais tranquilos.

Mahi converte um dos dois pênaltis em que fez gol no emocionante clássico contra o Heerenveen (Erwin Otten/fcgroningen.nl)

Groningen 3x3 Heerenveen (domingo, 13 de agosto)

O "Dérbi do Norte" começou animado - e terminaria ainda mais. Na verdade, a animação do começo foi só para o Heerenveen, que já fez 1 a 0 aos cinco minutos: Lucas Woudenberg cruzou, a bola passou pela área e foi pega por Denzel Dumfries, que cruzou novamente, para Morten Thorsby enfim fazer o gol - que motivou uma alteração bizarra: ao comemorar, o goleiro titular Warner Hahn deslocou o ombro, tendo de dar lugar ao reserva Wouter van den Steen. Pelo menos, o domínio dos visitantes da Frísia continuou: Thorsby quase marcou de cabeça, aos 30', e finalmente Reza "Gucci" Ghoochannejhad deixou o 2 a 0 no placar, aos 40', completando outro passe de Dumfries.

Mas o Groningen não desistiu e começou a ir atrás do empate tão logo o segundo tempo começou: já aos 53', Lars Veldwijk driblou dois zagueiros e finalizou para seu primeiro gol oficial pelo novo clube. A pressão seguiu num pênalti não dado (Mimoun Mahi foi puxado por Joost van Aken aos 56', mas o juiz Pol van Boekel nem quis saber), continuou na entrada de mais um atacante (Tom van Weert) e se concretizou no 2 a 2: aos 82', Woudenberg fez pênalti em Jesper Drost, o juiz enfim apitou, e Mahi converteu a cobrança. Porém, a ducha de água fria pareceu ser definitiva aos 86', quando Thorsby fez 3 a 2 para o Heerenveen. Mas outro pênalti salvou os Groningers da derrota em casa: Van Aken puxou Veldwijk, e Mahi bateu o penal marcado para completar o final animado. Do jogo e da rodada: desde 1995 uma primeira rodada de Campeonato Holandês não tinha tantos gols (foram 37).

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