segunda-feira, 30 de outubro de 2017

810 minuten: como foi a 10ª rodada da Eredivisie

O Twente dominava o jogo no primeiro tempo. Mas Faik empatou nesta falta da foto. E o Excelsior virou tudo (Pro Shots)
Twente 1x3 Excelsior (sexta-feira, 27 de outubro)

Pelo começo do jogo no Grolsch Veste, parecia que o Twente celebraria mais uma vitória, ampliando o respiro no esforço para sair das últimas posições. Bastaram 66 segundos de primeiro tempo para Tom Boere comemorar o 1 a 0 dos mandantes, após jogada de Fredrik Jensen, no gol mais rápido dos Tukkers no Campeonato Holandês desde 2003. Aos 30', quase Boere marcou pela segunda vez, impedido só pela defesa de Ögmundur Kristinsson. De quebra, a lesão que forçou a saída de Luigi Bruins poderia ter enfraquecido o Excelsior. Mas nada melhor do que uma surpresa para mudar o rumo de um jogo. E a surpresa veio aos 41': uma cobrança de falta perfeita de Hicham Faik empatou.

Ainda antes do intervalo - mais precisamente, nos acréscimos da etapa inicial -, Milan Massop quase colocou os visitantes de Roterdã na frente, em chute fraco, defendido pelo goleiro Jorn Brondeel. No segundo tempo, poucas emoções aconteciam - e só Oussama Assaidi tentava algo pelo lado do Twente, num arremate de longe, aos 66'. Contudo, subitamente o Excelsior tomou o caminho da vitória. Graças a Massop: aos 74', o lateral esquerdo virou o jogo, de cabeça, após escanteio de Faik. E aos 80', Khalid Karami fez o 3 a 1 de mais uma vitória dos Kralingers fora de casa. Para o Twente, ficou o sinal de que o próximo técnico (provavelmente Gertjan Verbeek) terá trabalho.

Unnerstall abriu seu canto. E Kuwas abriu caminho para o Heracles vencer (Gerrit van Keulen/VI Images)
Heracles Almelo 3x0 VVV-Venlo (sábado, 28 de outubro)

O VVV-Venlo viajou a Almelo contando com o bom retrospecto fora de casa neste campeonato: invencibilidade (dois empates e duas vitórias). O plano vinha até dando certo contra o Heracles. Mas em cinco minutos, no final do primeiro tempo, tudo se esboroou. Aos 35', pelo lado esquerdo. Brandley Kuwas saiu da marcação de Moreno Rutten, e chegou. Ao invés de fechar seu canto, o goleiro Lars Unnerstall saiu do gol, esperando o cruzamento. Sorte de Kuwas, que arriscou o chute e fez 1 a 0.

Aos 40', o gol surgiu do lado oposto. Kristoffer Peterson também se livrou do marcador, mas já tinha a intenção de chutar. Novamente, Unnerstall falhou: deixou as pernas abertas, e a bola passou por baixo delas para o 2 a 0 dos Heraclieden. No segundo tempo, o VVV tentou reagir: já aos 46', Lennart Thy mandou a bola na trave, de voleio. Porém, foi o time da casa que fez 3 a 0, com nova falha de Unnerstall na jogada: o goleiro alemão soltou o chute de Kuwas, e Peterson aproveitou para marcar pela segunda vez, enfim impondo uma derrota aos Venlonaren fora de casa.

Schahin finaliza para o empate do Roda JC. E o Feyenoord insistiu pelo resto do jogo, mas tropeçou de novo (Pro Shots)
Roda JC 1x1 Feyenoord (sábado, 28 de outubro)

Tentando reagir na Eredivisie após a dura goleada sofrida para o Ajax, o Feyenoord teve sua escalação mudada. Na zaga, Kevin Diks ficou no miolo, mas Sofyan Amrabat perdeu o lugar na lateral direita; no ataque, Sam Larsson pediu passagem pela esquerda, com Jean-Paul Boëtius indo para o banco. E no começo do jogo, foi pelas pontas que o Stadionclub tentou algo. Em alguns segundos, avançando pelo meio, Jeremiah St. Juste correu, deixou a bola com Bart Nieuwkoop (nova escolha de Giovanni van Bronckhorst para a lateral), e deste para Sam Larsson. Mas o cruzamento do sueco foi interceptado pela defesa do Roda.

Mas o Roda JC, na última posição, não ia deixar barato em sua própria casa. Também pela ponta, chegou aos 4'. Dani Schahin deixou a bola com Mikhail Rosheuvel. Este cruzou, mas Kevin Diks prensou Simon Gustafson na hora precisa, impedindo o gol dos Koempels. Mas a superioridade técnica dos visitantes se fazia sentir. Foi vista aos 9', quando Larsson cruzou da esquerda, e Steven Berghuis completou na segunda trave. Mas sua finalização saiu alta, sem perigos para o gol de Hidde Jurjus. Dois minutos depois, o gol. Berghuis recebeu de Nicolai Jorgensen na direita, cortou para o meio e arriscou o chute, nas proximidades da área. Deu sorte: a bola desviou em Tsiy William Ndenge, indo para o canto esquerdo de Jurjus, que ainda pulou, mas não conseguiu evitar o 1 a 0.

Com o gol, o Feyenoord passou a avançar mais. E avançou tanto que deixou a defesa aberta. Aos 14', o primeiro perigo: um cruzamento rasteiro de Rosheuvel, defendido em dois tempos por Brad Jones. E aos 17', veio o castigo: Simon Gustafson (emprestado do próprio Feyenoord) fez um passe em profundidade, que deixou Schahin na cara do gol. O atacante só dominou, driblou Karim El Ahmadi e chutou no canto direito de Brad Jones para o 1 a 1.

Jorgensen apareceu várias vezes para tentar o gol no segundo tempo, mas o goleiro Jurjus brilhou e garantiu o ponto do Roda (feyenoord.nl)
A superioridade em campo até seguiu com os visitantes - foram 66% de posse de bola do Stadionclub no primeiro tempo. Mas a falta de eficiência assustou na busca da volta à frente. Primeiro, a aposta foi nas bolas paradas - aos 20' e 36', em cobrança de falta de Larsson, a bola passou por cima do gol de Jurjus. Depois, aos 38', após escanteio, a bola quicou na área, sem ninguém chegar, até o voleio desajeitado de Nieuwkoop, para fora. Aos 42', já houve mais perigo: Jens Toornstra arriscou sem equilíbrio, mandando a bola pela linha de fundo. No minuto seguinte, enfim, uma jogada com troca de passes: Berghuis cruzou da direita, e Tonny Vilhena escorou para boa defesa de Jurjus, à queima-roupa. No rebote, Larsson chutou por cima, da meia-lua.

Os mandantes? Só haviam tentado algo aos 27', em outra bola mandada para a área por Rosheuvel - e defendida por Jones. No começo do segundo tempo, aos 47', em cobrança de falta, Mohamed El Makrini lançou a bola para a área, mas Schahin não alcançou. De resto, o Feyenoord insistiu. Aos 50', Larsson dominou, entrou pela esquerda na grande área, e chutou por cima do gol. No minuto seguinte, a oportunidade de gol foi até mais concreta: Vilhena também veio pela esquerda, mas sua finalização foi rebatida por Jurjus - e na sobra, Berghuis cruzou, mas a bola foi rápida demais para a chegada dos outros. Na sequência, Ridgeciano Haps ainda arriscou chute de fora - e para fora. E aos 52', ainda, Vilhena recebeu passe de Berghuis e ficou livre na área, mas escorregou ao tentar driblar o goleiro do Roda.

A pressão se sucedia. E o goleiro do Roda JC começava a aparecer. Aos 61', escanteio cobrado da direita, e Diks cabeceou bem, mas Jurjus foi ainda melhor, pulando para o canto direito e evitando o gol, agarrando a bola. Aos 65', talvez, a melhor chance que o Feyenoord teve para vencer: Larsson chegou pela esquerda com a bola, cruzou, e Toornstra completou na entrada da pequena área. Jurjus salvou o Roda, rebatendo à queima-roupa. Só aos 67' o Roda avançou de novo ao ataque: Gustafson desviou de cabeça para Gyliano van Velzen, que superou Nieuwkoop na marcação, arrematando para fora. No minuto seguinte, voltou a pressão Feyenoorder. Haps tabelou com Larsson, chegou à área, mas seu cruzamento passou reto. Na sequência, Toornstra cruzou, e Jorgensen desviou de cabeça para mais uma defesa de Jurjus.

O Feyenoord insistia, mas Jurjus estava impassível no gol. Aos 70'. Larsson cruzou da esquerda, e Karim El Ahmadi teve boa chance: bateu livre, mas o camisa 1 do Roda espalmou, meio no susto. O final se aproximava. Aos 77', em outro córner, Jorgensen completou na primeira trave, e Jurjus estava atento para fazer outra grande defesa. Dois minutos depois, o guarda-metas do Roda teve mais tranquilidade, ao encaixar bola vinda de Jean-Paul Boëtius (substituto de Toornstra). Com tanto avanço dos visitantes, os Koempels mandantes acharam espaço e chances de surpreender ainda mais. Aos 85', Gyliano van Velzen veio pela esquerda. Na área, passou a bola a Ndenge. Este tocou na saída de Jones, e só não virou o jogo porque St. Juste tirou a bola da pequena área. Van Velzen ainda trouxe sérios riscos aos 87': em rápido contra-ataque, recebeu a bola e arriscou chute de fora da área. A bola molhada pela chuva quase traiu Brad Jones: ao tentar defendê-la, o goleiro australiano a viu escapando vagarosamente, saindo pela linha de fundo. Só aí Jones pôde respirar aliviado. Quem não respira é o Feyenoord, com outro resultado que diminui ainda mais o sonho do bicampeonato.

Outra vitória. E o Zwolle segue nas primeiras posições, confirmando o ótimo começo de temporada (Pro Shots)
Zwolle 2x0 ADO Den Haag (sábado, 28 de outubro)

O começo do Zwolle foi tão avassalador que nem parecia se tratar do mesmo time que só superou o amador Harkemase Boys (quarta divisão) na prorrogação para se classificar na Copa da Holanda. Já aos sete minutos, os Zwollenaren fizeram 1 a 0 - contando até com a sorte: Ryan Thomas lançou a bola para Mustafa Saymak, mas ela bateu em Thomas Meissner... e deixou Piotr Parzyszek livre para conferir. Aos 11', veio o 2 a 0: em jogada individual, Younes Namli chegou à área e bateu sem chances para o goleiro Robert Zwinkels. A partir de então, o jogo já poderia até ter se encerrado.

O Den Haag tentou, mas não conseguiu superar a segura defesa dos "Dedos Azuis" - no primeiro tempo, criou apenas uma chance. Nem mesmo na etapa complementar, quando entraram os atacantes Bjorn Johnsen e Elson Hooi, as coisas mudaram. A bem da verdade, o Zwolle é que quase ampliou, aos 74', em passe de Parzyszek não aproveitado por Kingsley Ehizibue. De todo modo, foi mais um capítulo no excepcional começo de temporada dos Zwollenaren, que só lamentaram a lesão muscular de Youness Mokhtar.

Alívio: Ajax sofreu contra Willem II, mas conseguiu reagir para uma virada difícil (ANP/Pro Shots)
Willem II 1x3 Ajax (sábado, 28 de outubro)

Enquanto o Ajax foi ao estádio de Tilburg no seu estilo "devagar e sempre" - tentar vencer, mesmo sem brilho, apenas para manter o líder PSV na alça de mira - o Willem II já entrou em campo afetado. Afinal, Fran Sol, autor do gol da vitória contra o Groningen (rodada passada) e goleador da equipe na temporada, teve descoberto um tumor testicular nesta semana, se afastando dos campos por tempo indeterminado. Mas os Tricolores mostraram ânimo ofensivo. Aos dois minutos, em cobrança de escanteio, Freek Heerkens mandou a bola para a área, e André Onana teve de espalmar para escanteio. Já no minuto seguinte, após bola alta mandada para a área, o esloveno Etien Velikonja (substituto de Fran Sol) tentou alcançar a bola para a finalização, mas Matthijs de Ligt o impediu - para alguns, fazendo pênalti.

O Ajax só apareceu aos 6'. Donny van de Beek serviu a bola a Lasse Schöne. Da direita, o dinamarquês cruzou, e Kasper Dolberg - novamente titular - cabeceou para fora, mandando a bola perto do gol. Mas os Tilburgers eram bem mais perigosos. Aos 14', após bola longa, Velikonja superou De Ligt na corrida, mas seu arremate cruzado saiu longe do gol. E aos 20', a primeira grande chance. Outro escanteio, e Heerkens subiu de cabeça, mandando a bola para Onana defender bem, espalmando com elasticidade por cima do gol.

Porém, o maior toque de bola dos Godenzonen foi equilibrando a partida. E criando chances. Aos 21', Hakim Ziyech tabelou bem com Klaas-Jan Huntelaar, entrou na área recebendo de volta, e só não fez o gol porque foi impedido na hora exata por Konstantinos Tsimikas. Aos 23', Van de Beek carregou a bola desde fora da área, tentou driblar o goleiro Matthijs Branderhorst, mas ficou sem ângulo para finalizar. Então, cruzou para o meio, onde estava Ziyech - mas o camisa 10 arrematou sem mira. E aos 29', veio a grande chance dos visitantes. De Ligt chutou de fora da área, e Branderhorst (que tomou a titularidade do alemão Timon Wellenreuther) espalmou por cima, em ótima defesa.

Dali por diante, a partida ficou bem mais equilibrada. Aos 33', após cruzamento, Thom Haye tentou da primeira vez, a bola bateu num defensor do Ajax, mas ficou limpa para o chute forte de Pedro Chirivella, que Onana defendeu encaixando. Quatro minutos depois, Ziyech cruzou da direita, e Huntelaar cabeceou. A bola bateu na trave antes de sair, em grande chance do Ajax. O primeiro tempo acabou, o segundo começou, e o Ajax seguiu tentando: aos 48', Joël Veltman tabelou com Ziyech, mas mandou a bola na rede... pelo lado de fora. Justamente no momento de maior pressão do Ajax, o Willem II é que conseguiu o gol, aos 55'. Após um lateral cobrado, Schöne agarrou Chirivella na área. E derrubou o espanhol. O juiz Dennis Higler viu e marcou o pênalti. E Velikonja bateu com força: Onana de um lado, bola do outro, 1 a 0 para os Tilburgers - era merecido.

As homenagens da torcida a Fran Sol pareceram fortalecer o time da casa, que atacou bastante (Reprodução de tevê)
O Ajax não podia pensar em perder. Quase pagou os anfitriões com a mesma moeda aos 57': Ziyech chegou à pequena área com a bola, caiu após a chegada de Tsimikas e pediu o pênalti, mas Dennis Higler não cedeu. Marcel Keizer fortaleceu a equipe, colocando Siem de Jong e Sinkgraven em campo aos 63'. Mas na sequência, quase o susto do Willem II se transformou em desastre: aos 65', Haye passou a Ben Rienstra, e o meio-campista recuou um pouco para a chegada providencial de Ismaïl Azzaoui, recém-entrado no lugar de Velikonja. Azzaoui chutou rasteiro em diagonal, e Onana espalmou, em grande defesa.

E assim como sofrera o gol quando era superior, o Ajax teve o empate quando mais corria riscos. Aos 70', Dolberg ajeitou para Ziyech bater na área, mas sua tentativa ricocheteou em Van der Linden. Mas ao sair da área, ficou à feição para Schöne chutar como sabe. E ainda ser ajudado: a bola do dinamarquês desviou em Jordens Peters, tirando as chances de defesa de Branderhorst e balançando as redes no 1 a 1.

O empate novamente fortaleceu os Ajacieden. Que partiram com tudo. Aos 76'. em lançamento de Huntelaar, Branderhorst saiu bem e tirou a bola da área - na sobra, David Neres concluiu para fora. Não demorou muito, e veio a salvação do 2 a 1, aos 79'. Veltman veio pela direita, e lançou Huntelaar. O camisa 9 dominou na área, e foi inteligente: cruzou para Siem de Jong, que finalizou livre na área, no canto direito de Branderhorst, virando o placar. O Willem II estava definitivamente abatido - só reapareceu num cabeceio de Fernando Lewis, para fora, aos 86'. Porém, o triunfo foi assegurado nos acréscimos. Poderia ter vindo já aos 89': David Neres cruzou, e Huntelaar passou pela bola, na pequena área. Mas veio aos 90' + 1. Huntelaar puxou contra-ataque, chegou à área, driblou Peters e bateu. Branderhorst soltou a bola, e David Neres estava lá para marcar seu quarto gol nas últimas quatro partidas do Ajax. Enfim, a torcida podia ficar aliviada: estava garantida uma vitória difícil e valiosa dos Amsterdammers. De novo sem brilhar, mas de novo com os três pontos.

O Vitesse pressionava? Locadia e Lozano saíam ao ataque. E o PSV garantiu mais uma vitória (Ronald Bonestroo/VI Images)
Vitesse 2x4 PSV (domingo, 29 de outubro)

Na escalação, três corriam riscos no PSV: Jürgen Locadia, Gastón Pereiro e Steven Bergwijn, todos com dores. Mas só o último fracassou no teste final antes do jogo, abrindo lugar para Luuk de Jong entre os titulares. Locadia e Pereiro começaram a partida em Arnhem, na qual o Vitesse iniciou tentando fazer valer o "fator casa". Aos 4', Thomas Bruns bateu da direita, em diagonal, para fora. Depois, aos 7', Bryan Linssen chutou de fora da área, sem muita direção. E a bola também saiu.

Só que o PSV tinha mais qualidade - não à toa, é o líder. E começou a se aproximar do gol. Aos 8', Marco van Ginkel arriscou de fora, a bola desviou num defensor e saiu por cima, para escanteio. O jogo ficou equilibrado, e o Vites manteve o perigo. Aos 12', Tim Matavz tentou, mas a defesa do PSV cortou seu chute. Contudo, aos 18', justamente quando era mais pressionado, o PSV alcançou o 1 a 0. Graças àquele em quem já se acostuma a confiar: Hirving Lozano. O mexicano dominou a bola vinda de passe em profundidade feito por Joshua Brenet, entrou na área pela direita e chutou cruzado, no canto esquerdo de Remko Pasveer, marcando seu oitavo gol nos oito jogos que disputou por esta Eredivisie.

O gol de "Chucky" foi o salto de que os visitantes de Eindhoven precisavam para criar chances sucessivas. Aos 23', Pereiro dominou a bola, carregou-a até perto da área e bateu. Mas seu arremate foi bem encaixado por Pasveer. Depois, aos 29', o uruguaio recebeu de Locadia na área, livre, cortou para a esquerda e chutou em cima de Büttner. A sobra foi arrematada por Luuk de Jong, e desta vez quem salvou foi Fankaty Dabo, em cima da linha. Aos 34', uma inversão de jogo chegou aos pés de Locadia, na esquerda. E o atacante veio livre até a área, finalizando para Pasveer evitar o gol com os pés. E aos 40', Van Ginkel cobrou o escanteio da direita, e Daniel Schwaab cabeceou para fora. A esférica passou perto.

O empate fortuito no final do primeiro tempo animou o Vitesse (Pro Shots)
Mas aos 45', a história se repetiu. O PSV dominava o jogo, mas o Vitesse chegou ao empate. Por acidente: Büttner cobrou falta, e a bola foi desviada para córner. Na cobrança do lateral esquerdo, Linssen resvalou, e a esférica desviou acidentalmente em Locadia, indo para as redes sem que Jeroen Zoet pudesse fazer nada que evitasse o 1 a 1. Restou aos Boeren recomeçarem a busca pelo gol, no segundo tempo. Uma triangulação rendeu a primeira chance do segundo tempo, aos 47': Locadia passou a Luuk de Jong, que fez o pivô. Mas a finalização de Van Ginkel mandou a bola longe do gol. Não houve muitos problemas, porque, aos 49', o PSV passou de novo à frente. Locadia consertou o erro do gol contra, do melhor jeito possível: marcando um a favor. E em grande estilo: arriscou de fora da área, mandando a bola no ângulo direito de Pasveer. O goleiro do Vitesse falhou, é verdade: enganado pelo sol, apostou no golpe de vista. Mas Locadia mereceu méritos no 2 a 1 - primeira vez desde 1964 que um mesmo jogador do PSV fez gols pró e contra na mesma partida.

Aí, os anfitriões tentaram reagir. Aos 53', em uma cobrança de tiro de canto, Matt Miazga subiu livre na área e cabeceou para Zoet fazer grande defesa, espalmando por cima no reflexo. Imediatamente depois, Matavz chegou a fazer gol de cabeça, anulado pelo juiz Serdar Gözübüyük (o atacante esloveno estava impedido). Mas se havia problemas na marcação das bolas altas pela defesa visitante, Locadia trazia a solução no ataque. Aos 57', o atacante da camisa 19 também brilhou no terceiro gol dos Eindhovenaren: recebeu lançamento de Lozano pela esquerda, entrou na área, saiu da marcação de Dabo e chutou colocado, no canto esquerdo de Pasveer, para balançar o barbante. De quebra, Locadia quase marcou aos 58', arrematando para fora uma bola vinda a partir de saída errada. Ainda assim, o quarto gol não demorou nada: segundos depois, Van Ginkel serviu a bola a Santiago Arias. Da direita, o lateral colombiano cruzou, a bola ainda bateu em Miazga, e ficou limpa para Lozano fazer seu segundo gol no jogo - nono na temporada! - e consolidar a goleada dos Eindhovenaren.

Mas aos 63', do nada, o Vitesse recuperou alguma esperança com o segundo gol. Recém-entrado no jogo (substituíra Thulani Serero), Mason Mount também fez bonito: completou de primeira o lançamento de Dabo para a área, num voleio que não deixou chances a Zoet. E o jogo ganhou algum equilíbrio. Aos 68', Lozano dominou a bola que sobrou da vantagem (Arias sofrera falta de Bruns), e arriscou forçando a defesa de Pasveer. No minuto seguinte, foi a vez de Zoet trabalhar, espalmando o arremate de Milot Rashica. E partiram do albanês também as últimas chances do Vitesse, em chutes, aos 88'. Mas o PSV manteve a vitória (nona em dez rodadas) e a segura vantagem na liderança. Contando sempre com as atuações cada vez mais confiáveis do ataque.

Willem Janssen abriu o placar, mas o Utrecht teve dificuldades no empate contra o NAC Breda (fcutrecht.nl)
Utrecht 2x2 NAC Breda (domingo, 29 de outubro)

Vitórias sempre são bem vindas. Mas seriam ainda mais bem vindas tanto para o Utrecht (que começou bem, mas só vencera uma partida das cinco mais recentes) quanto para o NAC Breda (que ainda patina nas últimas posições). Assim, as duas equipes partiram para o ataque. O Utrecht tentou com Sander van de Streek, em chute aos 8'; com Sean Klaiber, que mandou a bola por cima do gol aos 13'; e finalmente, aos 19', veio o gol. Zakaria Labyad cobrou escanteio, e Willem Janssen dominou com o joelho para arrematar de voleio. Mas o NAC Breda não deixou por menos: aos 22', Thierry Ambrose lançou, e Mounir El Allouchi dominou para fazer o gol do rápido empate.

Ainda no primeiro tempo, os Utregs tiveram grande chance para passarem de novo à frente (aos 29', de cabeça, Cyriel Dessers mandou a bola no travessão, e Labyad chutou a sobra na rede pelo lado de fora). Não só não a aproveitaram, como levaram a virada do NAC Breda no começo do segundo tempo: aos 48', Willem Janssen deixou a bola passar, Giovanni Korte foi mais esperto do que o zagueiro e finalizou na saída do goleiro David Jensen para o 2 a 1. A pressão no ataque trouxe outra bola na trave (Janssen, aos 74'). E o desastre para os mandantes foi evitado só aos 78': Labyad mandou a bola para Nick Venema, saído do banco de reservas, garantir um ponto. Que não resolveu muito os problemas de nenhum dos dois.

O Sparta Rotterdam buscava sair da última posição e jogar o Groningen na crise. Conseguiu ambos com a vitória (Jeroen Putmans/VI Images)
Sparta Rotterdam 2x1 Groningen (domingo, 29 de outubro)

Se o Groningen viajou a Roterdã sob tensão - além da derrota para o Willem II, houvera a punição a Mimoun Mahi e Oussama Idrissi, barrados do grupo -, o Sparta Rotterdam tinha os problemas naturais de um time que peleja entre a penúltima e a última posições. Mas em Het Kasteel, o Sparta contou com Loris Brogno para resolver sua situação. Aos 14', o atacante quase marcou. E aos 22', participou da jogada do gol: criou a situação para o arremate de Deroy Duarte, rebatido pelo goleiro Sergio Padt e mandado por Robert Mühren para o 1 a 0. O Groningen ainda teve um susto aos 24' (quase Samir Memisevic cometeu gol contra), mas reagiu aos 36', graças a outro erro: Kenneth Dougall perdeu a bola para Ludovit Reis, que driblou o arqueiro Roy Kortsmit e fez 1 a 1.

Porém, as esperanças dos Groningers não duraram muito. Aos 43', numa disputa no alto pela bola, Mühren foi levemente empurrado na área. Já bastou para Bas Nijhuis apitou o pênalti, que Brogno converteu para o 2 a 1. No segundo tempo, os Spartanen perderam boas chances de ampliarem a vantagem - aos 54', por exemplo, Mühren bateu na rede pelo lado de fora, e Ryan Sanusi forçou Padt a fazer ótima defesa, à queima-roupa. Os visitantes do norte, então, pressionaram demais nos minutos finais: Tom van Weert errou aos 68', Juninho Bacuna bateu por cima aos 89', e Lars Veldwijk acertou a trave nos acréscimos. De quebra, aos 90' + 3, o Sparta perdeu um jogador, com a expulsão de Mark Veenhoven. Mas segurou a vitória, e saiu da última posição, aumentando a crise do Groningen.


O Heerenveen sonhou em dar fim a uma sequência ruim na Eredivisie. Mas Guus Til chamou o jogo para dar a vitória ao AZ (Pro Shots)
Heerenveen 1x2 AZ (domingo, 29 de outubro)

Com quatro derrotas seguidas no campeonato, o Heerenveen teve várias mudanças na escalação. E coube a um deles marcar o primeiro gol contra o AZ, completando uma das mais bonitas jogadas da rodada: aos 21', Martin Odegaard deu a bola de calcanhar a Michel Vlap, que invadiu a área e tocou na saída do goleiro Marco Bizot para o 1 a 0. Pela superioridade vista no primeiro tempo - os visitantes de Alkmaar só tiveram uma chance com Alireza Jahanbakhsh -, dava para sonhar com um triunfo para afastar não só a má sequência na Eredivisie, mas também a eliminação na Copa da Holanda, para o Willem II.

No segundo tempo, porém, o destino mudou as coisas. Primeiro, já no começo, Jeremy Helmer e Wout Weghorst criaram oportunidades para o empate. Depois, uma lesão na mão forçou a troca de goleiros: Martin Hansen deu lugar a Wouter van der Steen, aos 55'. E finalmente, um jogador do AZ que já se destacara na goleada sobre o Utrecht reapareceu para tomar o protagonismo da partida: Guus Til. Aos 73', Alireza começou a jogada, Jonas Svensson cruzou, e Til finalizou para empatar. E aos 89', o meio-campista virou o jogo, após passe de Alireza, confirmando o bom momento dos Alkmaarders - e roubando a cena até do belo gol de Vlap...

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Correção para a reação

Após o período no Ajax, Diederik Boer voltou ao Zwolle. E pode comemorar um novo bom começo da equipe em que é um marco (ANP)
Inegável: nas últimas temporadas, o Zwolle protagonizava a nova grande ascensão de um clube na Holanda. Nada muito diferente dos antecessores Twente e AZ: um mecenas querendo investir, algumas boas contratações, um bom técnico que recebeu respaldo e tempo para trabalhar (Ron Jans), e vieram as surpresas agradáveis que renderam talvez o melhor período da história do clube. Contudo, a temporada passada mostrou certos sinais de esgotamento no trabalho. Os sinais foram detectados. Por isso, e por outras razões também, o Zwolle se recuperou – e se converte novamente no clube pequeno que pode sonhar alto neste Campeonato Holandês.

Sim, já é possível falar assim. Afinal de contas, chegamos à 10ª rodada da Eredivisie neste final de semana. E na tabela, o nome do Zwolle está na quarta posição – ajudado tanto pelos tropeços de concorrentes diretos (como o Feyenoord, ainda lambendo as feridas do 4 a 1 sofrido em pleno De Kuip para o Ajax, o novo vice-líder) quanto por méritos próprios. São cinco vitórias, três empates e apenas uma derrota – sendo que um dos empates foi em Roterdã, contra o Feyenoord, mostrando até melhor atuação no primeiro tempo do 0 a 0. Na Copa da Holanda, houve um susto nessa semana, nos jogos da segunda fase – mas o clube superou o amador Kozakken Boys na prorrogação (3 a 2, após 2 a 2 nos 90 minutos), e ganhou vaga nas oitavas de final.

Abre-se, cada vez mais, a oportunidade para que a torcida sonhe com a comprovação da linha ascendente que os Zwollenaren exibem há algumas temporadas – cuja formação merece a recapitulação aqui. Como já dito, a mola propulsora do crescimento dos “Dedos Azuis” (apelido do clube) foi a chegada de um mecenas. No caso, um presidente que adotou postura profissionalizante – no caso, Adriaan Visser, comandante do Zwolle desde 2009, após dirigir a filial holandesa da SITA, empresa francesa de reciclagem. A fase inicial do trabalho, disputando o acesso à Eredivisie até conquistá-lo, com o título da segunda divisão em 2011/12.

Para se estabelecer, uma campanha mediana na elite: o 11º lugar, em 2012/13. O técnico Art Langeler deixou o clube para comandar o time B do PSV. Veio a aposta num técnico apropriado para o salto que o Zwolle queria dar: Ron Jans, vindo de trabalhos bons e longos em Groningen e Heerenveen. Havia um bom time – e uma ideia tática distinta do restante do futebol holandês: a opção pelo 4-2-3-1, com um estilo mais defensivo, apostando em contra-ataques. A partir daí, a ascensão se consolidou. Vieram as campanhas razoáveis no Campeonato Holandês. Um título da Supercopa da Holanda (2014). Duas finais seguidas da Copa da Holanda (2013/14 e 2014/15). E, acima de tudo, o grande momento da história do Zwolle: o título na copa, em 2013/14, com goleada sobre o Ajax – 5 a 1 -, em De Kuip, embasbacando toda a Holanda e rendendo um lugar na Liga Europa, nos play-offs preliminares.

Paralelamente, era justo dizer que, se não diferia muito da história de mecenas que inflam um clube para depois largá-lo à deriva - como fez Joop Munsterman com o Twente -, Adriaan Visser procurava ligar o Zwolle à sua comunidade, com opções como a escolha de patrocínio (a Molecaten, rede de parques para acampamento, que tem sede em Zwolle). Além do mais, o departamento de futebol “jogava o jogo”: a boa rede de contatos do diretor técnico Gerard Nijkamp permitia que chegassem ao clube, ano após ano, tanto novatos emprestados pelos grandes clubes holandeses (como o goleiro Mickey van der Hart e o atacante Queensy Menig, iniciados no Ajax) quanto agenciados pelo poderoso Mino Raiola sem espaço em gigantes europeus (Ouasim Bouy, zagueiro/volante sem atividade na Juventus; o brasileiro Gustavo Hebling, volante criado no São Paulo e contratado do Paris Saint-Germain; e outro volante, Hachim Mastour, do Milan).

Mas a temporada 2016/17 deu sinais de esgotamento do modelo. Após três temporadas seguidas em posições invejáveis para um clube pequeno na Eredivisie – 11º lugar em 2013/14, sexto lugar em 2014/15 e oitavo lugar em 2015/16 -, o time teve sérias dificuldades. O 4-2-3-1 já estava manjado pelos adversários; a defesa teve falhas, ao contrário dos anos anteriores; vários jogadores emprestados não deram certo (casos de Mastour e Gustavo Hebling); e Ron Jans não conseguiu reorganizar a equipe. 

Resultado: o Zwolle voltou a lutar para escapar da ameaça de rebaixamento. Só escapou definitivamente na última rodada, ficando na 14ª posição. Pelo menos, a salvação rendeu uma digna despedida a Ron Jans: já tendo anunciado no meio da Eredivisie passada que sairia ao final das 34 rodadas, o técnico foi saudado pela torcida na partida derradeira, indo às lágrimas. A homenagem a Jans era justa, mas não escondia: o Zwolle precisava passar por mudanças para continuar a missão de se estabilizar na Eredivisie.

Van't Schip foi o técnico escolhido para corrigir a rota do Zwolle em campo. Está dando certo, a princípio (Guus Dubbeldam/De Volkskrant)
A diretoria acertou já na escolha do sucessor no banco de reservas. Se não fez trabalhos muito conhecidos (trabalhou muito tempo na base do Ajax, no Melbourne Heart australiano e até no Chivas Guadalajara, entre 2012 e 2013), não falta experiência a John van’t Schip, seja no banco (fora as próprias experiências, foi auxiliar de Marco van Basten na seleção holandesa entre 2004 e 2008) ou jogando (em sua carreira de 15 anos, entre 1981 e 1996, fez parte da seleção holandesa campeã europeia de 1988, e foi à Copa de 1990). Van’t Schip manteve certos cânones que se tornaram conhecidos no Zwolle, como a aposta em um atacante fixo na área, circundado por pontas velozes. O atacante fixo já foi Tomas Necid, já foi Lars Veldwijk, e agora é o polonês Piotr Parzyszek. 

Porém, o trabalho dos pontas foi potencializado com a adoção do 4-3-3 como esquema, aproveitando melhor os avanços de Mustafa Saymak e Younes Namli – por sinal, Namli mostra outra vez a precisão nas contratações, sendo fruto do Heerenveen não aproveitado naquele clube. Outro acerto foi fortalecer a experiência no clube. Se um símbolo do clube já estava na lateral esquerda, com Bram van Polen (319 partidas, desde 2008), e o gol precisava de alguém confiável após as falhas de Van der Hart, nada mais justo e esperado que trazer de volta outro símbolo. Diederik Boer, 37 anos, iniciado no Zwolle, lá ativo entre 2000 e 2014, ganhara o que todo jogador holandês de clube pequeno/médio sonha: um período no Ajax. Boer foi reserva de Jasper Cillessen e André Onana, acrescentou até final de Liga Europa ao currículo... e voltou ao velho ninho, para ser titular e ampliar o número de partidas – 339, o segundo maior número na história do clube.

Mudando onde precisava mudar, o Zwolle começa bem. Um passo para voltar a deixar próxima a expectativa de se transformar num clube “médio” no Campeonato Holandês, após o solavanco.

(Coluna originalmente publicada na Trivela, em 27 de outubro de 2017)

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

810 minuten: como foi a 9ª rodada da Eredivisie

O Willem II já tinha mais facilidade, após a expulsão de Hrustic para o Groningen. Mas faltava o gol. Aí (Fran) Sol brilhou de novo (ANP)
Groningen 0x1 Willem II (sexta-feira, 20 de outubro)

Não foi por jogar fora de casa que o Willem II se acabrunhou: já aos três minutos, Thom Haye criou grande chance para os visitantes de Tilburg, mandando a bola, de longe, no travessão do goleiro Sergio Padt. Aos 15', mais uma bola de Haye, no travessão. A situação do Groningen ficaria pior ainda no decorrer do primeiro tempo: em quatro minutos, Ajdin Hrustic levou dois cartões amarelos - e o segundo, aos 23', por ter colocado a mão na bola tentando alcançá-la durante um ataque, rendeu uma expulsão precoce e boba. Com um a mais, o Willem II fez 1 a 0 contando com seu grande destaque na temporada. Aos 33', o lateral Fernando Lewis recebeu lançamento de Pedro Chirivella, e cruzou para Fran Sol marcar o gol que o tornou um dos goleadores desta Eredivisie - seis gols.

No segundo tempo, o técnico Ernest Faber ainda tentou fazer duas alterações até ofensivas, colocando Ludovit Reis e proporcionando a Amir Absalem a estreia pelo time principal do Groningen. Mas foram os Tilburgers que quase fizeram 2 a 0 - tanto aos 49', num cabeceio de Jordens Peters que mandou a bola na trave, quanto aos 53', no terceiro arremate que Haye mandou no poste defendido por Padt. O Groningen só teve chance de empatar aos 55', em dupla aparição do novo goleiro titular dos visitantes tricolores: Matthijs Branderhorst rebateu o chute de Reis, e foi ágil para evitar a finalização de Ritsu Doan, na sobra. Mas ficou no placar a vitória do Willem II. E mesmo ainda em melhor posição na tabela, os Groningers viram a crise se instalar: as más atuações levaram Ernest Faber a barrar Mimoun Mahi e Oussama Idrissi do grupo principal.

Saymak sofreu o pênalti do primeiro gol. Marcou o segundo. E foi de novo fundamental para o Zwolle (Pro Shots)
NAC Breda 0x2 Zwolle (sábado, 21 de outubro)

Vindo de duas derrotas, o NAC Breda precisava se recuperar para voltar a ter um respiro em relação às últimas colocações. Tentou aos 18', quando Angeliño cobrou falta que passou um pouco acima do gol de Diederik Boer. Na sequência, o azar: antes mesmo dessa oportunidade, o zagueiro Pablo Marí torceu o tornozelo acidentalmente, precisando ser substituído. E os Zwollenaren trouxeram um pouco mais de perigo, contando até com a sorte: aos 38', Younes Namli veio do meio-campo fazendo jogada individual, chutou, e a bola resvalou no zagueiro Menno Koch, indo para a trave. Finalmente, um vacilo de Koch (que tal o trocadilho?) deu a vantagem aos visitantes: nos acréscimos da etapa inicial, ele cometeu pênalti sobre Mustafa Saymak. O capitão Bram van Polen bateu seguro para o 1 a 0.

Tão logo o segundo tempo começou, o NAC Breda teve até mais razões para lamentar. Com 20 segundos de etapa complementar, Angeliño chegou a balançar as redes, mas o juiz Martin van den Kerkhof anulou o gol, acusando impedimento do lateral espanhol. E o ritmo aumentou, com chances alternadas. Aos 57', Piotr Parzyszek quase ampliou a vantagem dos visitantes, mas o goleiro Mark Birighitti defendeu; seis minutos depois, Angeliño cruzou, e Thierry Ambrose chegou atrasado para escorar a bola que passou em sua frente. Pelo NAC Breda, Koch ainda cabeceou em boa posição, por cima; e aos 77', Saymak mandou uma bola na trave. Mas para este, a segunda chance não escapou: aos 82', Saymak recebeu de Younes Mokhtar e fez o 2 a 0 que seguiu o grande início de temporada que o Zwolle faz.

O Sparta Rotterdam tanto tentou, que enfim conseguiu: um gol tardio de Goodwin deu o empate contra o Excelsior (Carla Vos/sparta-rotterdam.nl)
Excelsior 1x1 Sparta Rotterdam (sábado, 21 de outubro)

No dérbi de Roterdã, o Sparta começou correndo mais riscos, último colocado que era. Tentou escapar dele rápido: aos 5', o zagueiro Sander Fischer cabeceou, e a bola foi tirada em cima da linha pela defesa do Excelsior. No outro lado, todavia, o goleiro Roy Kortsmit precisou aparecer com destaque novamente, evitando finalização de Mike van Duinen aos 15'. Mas foram os Spartanen, visitantes no estádio do bairro de Kralingen, que quase abriram o placar aos 42', numa conclusão de Robert Mühren bem defendida pelo islandês Ögmundur Kristinsson.

O Excelsior se mostrou mais eficiente, no segundo tempo. E já abriu o placar aos 54': Luigi Bruins serviu a bola a Milan Massop, o lateral arriscou, e seu chute desviou no meio do caminho, tirando as chances de defesa de Kortsmit. Duplo azar: não só pela jogada do gol em si, mas também porque o Sparta teria de se esforçar demais em busca do gol - até esta 9ª rodada, haviam sido somente cinco gols marcados pelo clube das camisas alvirrubras listradas. Mühren ainda tentou o empate logo depois do 1 a 0, mas não conseguiu. Mas os esforços no ataque foram premiados no final: aos 84', em falta perfeita, Craig Goodwin empatou. Ponto salvador, que tirou depois o Sparta da última posição.

Falkenburg sempre aparece na hora dos gols. O ADO Den Haag foi mais um clube a se beneficiar disso (ANP/Pro Shots)
VVV-Venlo 0x2 ADO Den Haag (sábado, 21 de outubro)

De certa forma, era um "confronto direto": quem ganhasse, entraria na parte de cima da tabela (ADO Den Haag), ou nela se manteria (VVV-Venlo). E os dois times buscaram bastante o gol na etapa inicial. Para o VVV, Lennart Thy perdeu gol inacreditável aos 7': chutou da entrada da área, e a bola bateu nas duas traves antes de voltar para as mãos do goleiro Robert Zwinkels. O Den Haag respondeu com Melvyn Lorenzen, que tentou chute de ângulo difícil, aos 14'. E as chances seguiam: os Venlonaren tentaram com Vito van Crooy aos 18', da esquerda, enquanto os visitantes de Haia quase chegaram ao gol com Erik Falkenburg, aos 25'.

No começo do segundo tempo, o VVV-Venlo tentou fazer valer sua maior ofensividade no gramado sintético do estádio De Koel. Aos 53', Van Crooy cruzou, e Zwinkels saiu do gol antes mesmo que Torino Hunte pudesse finalizar. Se o goleiro foi atento na defesa, Falkenburg foi mais preciso aos 66': completou cruzamento de Tyronne Ebuehi para fazer 1 a 0, tornando-se o quarto jogador da história da Eredivisie a marcar gols por seis clubes diferentes. De quebra, nos acréscimos (90' + 3), Bjorn Johnsen marcou o 2 a 0 que representou a terceira vitória seguida do Den Haag fora de casa - e sua ascensão à nona posição, trocando de lugar com o VVV-Venlo. Uma troca vantajosa.

O Twente sentiu a saída do técnico René Hake. Mas isso ficou para o meio de semana: contra o Roda, a vitória foi tranquila (ANP/Pro Shots)
Twente 3x0 Roda JC (sábado, 21 de outubro)

Os dois times entraram no gramado do Grolsch Veste com motivos a lamentar. O Twente tivera a "demissão" de René Hake (entre aspas mesmo: o técnico seguirá no clube, mas será remanejado para outro cargo dentro do futebol do clube, talvez voltando à base), sendo comandado pelo interino Marino Pusic, com a torcida criticando a diretoria. E o Roda JC lamentou a morte de Nol Hendriks, histórico mecenas e diretor do clube, aos 80 anos, vítima de acidente vascular cerebral. No jogo propriamente dito, poucas emoções. A única oportunidade digna de nota no começo foi aos 24': após tabela com Danny Holla, Fredrik Jensen matou no peito a bola e deu de voleio, para ótima defesa de Hidde Jurjus, espalmando por cima do gol.

Ainda assim, o Twente não precisou esperar muito para marcar o seu gol. Aos 26', Oussama Assaidi foi derrubado na área por Christian Kum, e o juiz Serdar Gözübüyük apitou o pênalti convertido pelo próprio Assaidi. O Roda só reagiu aos 33', quando Dani Schahin cabeceou para a defesa do goleiro Jorn Brondeel. No segundo tempo, os Tukkers mandantes resolveram o jogo. Aos 57', Tom Boere deixou a Luciano Slagveer - e deste (supostamente impedido) a bola chegou a Assaidi para o segundo gol do atacante no jogo. Finalmente, aos 73', Tom Boere cabeceou na trave, mas Peet Bijen estava atento para fazer o 3 a 0 na sobra. Uma vitória que tranquilizou mais a situação do Twente, agora em 13º lugar - e piorou a dos Koempels, isolados na última posição.

Lozano segue sendo o nome principal da Eredivisie: abriu o caminho para manter o PSV na liderança (photo-prestige/psv.nl)
PSV 3x0 Heracles Almelo (domingo, 22 de outubro)

No PSV líder do campeonato, uns voltavam (Hirving Lozano se recuperara de lesão no cotovelo), outros iam (o machucado da vez era Steven Bergwijn, que abria espaço para Luuk de Jong seguir como titular). De todo modo, o time da casa começou com tudo no Philips Stadion. Logo aos 2', a primeira chance: Joshua Brenet cruzou da esquerda, mas Jeff Hardeveld tirou providencialmente de cabeça. Aos 3', foi ainda mais perigoso. O goleiro Bram Castro repôs errado a bola, e Gastón Pereiro já a mandou de volta para a área. Robin Pröpper foi pior ainda: tentou dominar e perdeu para Luuk de Jong. O camisa 9 dominou, driblou Castro, mas chutou fraco, para fora, perdendo ótima chance. Na sequência, mais uma possibilidade: lançado em profundidade, Jürgen Locadia também saiu de Castro na área, mas perdeu o domínio, e a esférica saiu pela linha de fundo.

Barrando a saída de bola do Heracles, os Eindhovenaren imperavam. Aos 7', Brenet mandou para a área, mas o arremate de Locadia bateu em cima da zaga. Aos 12', Pereiro dominou passe perto da área, e deixou de calcanhar para Marco van Ginkel arriscar. A bola passou rente à trave direita de Castro. O goleiro belga dos Heraclieden ainda espalmou providencialmente bola vinda de cruzamento de Brenet, aos 15'. No córner subsequente, Luuk de Jong ainda escorou na rede pelo lado de fora. O gol dos Boeren estava maduro. Até passando da hora. E enfim aconteceu aos 18', em grande jogada de Jorrit Hendrix. O volante carregou a bola desde o meio, e lançou em profundidade. Quem entrava na área, pronto para receber o passe? Lozano, que completou de primeira, sem chances para Castro, fazendo 1 a 0 e se isolando como goleador da Eredivisie: sete gols em sete jogos - isso porque ficou fora de duas partidas...

Sinal de vida do Heracles no ataque? Só aos 22', quando Brandley Kuwas cobrou falta da direita, mandando perto da trave de Jeroen Zoet. Em outro tiro livre o PSV voltou à carga, aos 24' (Pereiro bateu para fora). Na sequência, os visitantes vieram com bola rolando - um chute fraco de Jamiro Monteiro agarrado por Zoet. E os Boeren responderam aos 29', numa finalização de Van Ginkel defendida por Castro, meio no susto. Com o jogo controlado, o time anfitrião só chegou com perigo de novo aos 33', num cabeceio desperdiçado por Luuk de Jong, livre na área. E aos 41', quando Castro saiu bem do gol para rebater com os pés chute de Locadia. No minuto seguinte, os Almelöers tiveram a grande chance para o empate: um chute de Kuwas passou muito perto do gol.

Os Boeren tomavam certo sufoco do Heracles. Até Van Ginkel, sempre confiável, encaminhar a vitória (Photo Prestige/psv.nl)
No segundo tempo, o PSV buscou resolver logo sua vitória parcial. Aos 53', teve possibilidade num arremate em diagonal de Lozano, fora da área, pela linha de fundo. Dois minutos depois, na área, Pereiro dominou cruzamento de Locadia e deixou para Luuk de Jong, que tentou sem ângulo. Quase fez: Castro precisou de grande defesa, à queima-roupa, espalmando por cima. E aos 58', foi Locadia quem quase ampliou a vantagem, mandando a bola para a linha de fundo com um cabeceio. Os visitantes reapareceram aos 62', num chute de longe de Joey Pelupessy, defendido em dois tempos por Zoet. Na sequência, porém, veio a maior oportunidade de gol na etapa final, até então: Kuwas puxou o contragolpe pelo meio, e passou a Jaroslav Navratil, que vinha pela direita. O atacante chutou, mas Zoet saiu bem do gol para rebater. Na sobra, Kuwas ainda tentou empatar, mas pegou mal, e a bola saiu devagar, possibilitando que o camisa 1 do PSV a agarrasse antes dela entrar.

Os Boeren só falaram grosso em casa de novo aos 66'. Com Hendrix: o volante passou a Luuk de Jong, e este fez o pivô, ajeitando a bola para Hendrix bater de voleio, forçando boa defesa de Castro. Porém, era o momento de maior equilíbrio no jogo. E aos 70', os visitantes de Almelo quase empataram num cruzamento de Navratil, que passou pela área sem ninguém completar. De quebra, lesões forçaram o PSV a mudar. Com problemas no ombro desde o começo da etapa final, Pereiro enfim capitulou, dando lugar a Bart Ramselaar no meio. E no ataque, Locadia sentiu dores musculares, e o brasileiro Mauro Júnior ganhou sua segunda chance no time principal.

O risco de empate era considerável, e o time da casa precisava se cuidar. Um segundo gol aliviaria. E ele veio aos 78'. Hendrix cruzou bem da direita, Mauro Júnior escorou de cabeça para o meio da área, e Van Ginkel entrou para concluir e sacramentar a 16ª vitória seguida em casa. De quebra, aos 90' + 1, ainda houve um pênalti. Bem, pênalti, não: Robin Pröpper empurrou Albert Gudmundsson (substituíra Lozano) fora da área. Falta clara, e merecido cartão vermelho dado por Ed Janssen. Mas o juiz transformou em pênalti, que Van Ginkel converteu sem problemas para ampliar o triunfo de um PSV cada vez mais líder.

Abraçado pelos colegas de time, Koopmeiners podia gritar: em seu primeiro jogo como titular do AZ, um gol (ANP/Pro Shots)
AZ 3x0 Utrecht (domingo, 22 de outubro)

Os dois times entraram no campo do AFAS Stadion com a mesma pontuação, e o vencedor se aproximaria do topo da tabela. O AZ começou mais ousado: aos 4', num lançamento de Fredrik Midtsjo, em profundidade, Joris van Overeem (jogando mais adiantado) apareceu livre na área, e recuou a bola para Guus Til chutar. O arremate em diagonal saiu, mas o aviso fora dado. E um aviso mais enérgico veio aos 9': Til cruzou da esquerda, e Alireza Jahanbakhsh cabeceou, forçando o goleiro David Jensen a buscar a bola rente à trave direita.

As chances seguiram aos 15' - cobrança de falta de Stijn Wuytens, defendida por Jensen sem problemas - e aos 17' - Van Overeem escorou para Thomas Ouwejan. O lateral esquerdo cruzou, e o desvio de Wout Weghorst na área parou na linha de fundo, mas deu sustos. Até que, aos 21', o aviso de superioridade foi definitivo. Til cruzou, a bola bateu no zagueiro Willem Janssen, Alireza foi rápido, pegou a sobra, e recuou para o estreante Teun Koopmeiners tornar o dia ainda mais benéfico para si: chutando forte, no canto direito de Jensen, para fazer 1 a 0.

A pressão dos mandantes continuou aos 35'. Alireza carregou a bola pela direita, até o cruzamento. Porém, Van Overeem falhou na conclusão. Ainda assim, ela rendeu sustos a Jensen, que teve de espalmar a bola pela linha de fundo. O Utrecht, por sua vez, só assustou aos 38'. Rico Strieder levantou a bola para a área, e Lukas Görtler foi disputá-la no ar com o goleiro Bizot. A esférica subiu e bateu no travessão, sendo providencialmente afastada por Wuytens. Mas se a questão era bola no travessão, Alireza mandou a dele, em chute de fora aos 45'.

O AZ seguiu ofensivo no segundo tempo. E já mostrou isso em apenas alguns segundos, num chute de Weghorst para fora. Os visitantes de Utrecht respondeu aos 51', em cobrança de falta de Zakaria Labyad, rebatida por Bizot. Os Alkmaarders voltaram a falar grosso aos 52', quando Weghorst mandou a bola na trave de Jensen. E uma rápida chegada pela ponta, aos 62', rendeu o gol da tranquilidade definitiva. Pela esquerda, Ouwejan avançou quase sem marcação, e seu cruzamento foi completado por Alireza para o 2 a 0.

Dali por diante, o domínio do AZ foi total. Bizot só foi chamado à ação de novo pelos Utregs aos 79', quando fez grande defesa, à queima-roupa, em desvio de Görtler na pequena área. Mas no minuto seguinte, para tirar dúvidas sobre quem fora o melhor do tira-teima, Alireza lançou Van Overeem em rápido contra-ataque, e o meio-campista saiu livre com a bola para chegar à área, tocar no canto direito de Jensen e definir o 3 a 0 no placar, "desempatando" a disputa - agora, o AZ é sexto colocado.

Ao calar De Kuip com o primeiro gol, Huntelaar assumiu: "Isso motivou o Ajax". A motivação rendeu ótima goleada (ANP/Pro Shots)
Feyenoord 1x4 Ajax (domingo, 22 de outubro)

O Feyenoord foi para o Klassieker com sérias necessidades defensivas: sem os dois zagueiros titulares nem os reservas imediatos (Renato Tapia e Sven van Beek), restou improvisar Kevin Diks no miolo, com Sofyan Amrabat indo para a zaga. O Ajax tinha time completo, só mudando no meio, com Marcel Keizer preferindo escalar Donny van de Beek no lugar de Frenkie de Jong. E foi dos Godenzonen a primeira chance: logo no primeiro minuto, chute de Amin Younes, cruzado, fraco, fácil para a defesa de Brad Jones. O atual campeão holandês buscou algo aos 4'. Jens Toornstra lançou Nicolai Jorgensen. E o dinamarquês dominou bem. Só não entrou na área finalizando porque Matthijs de Ligt cortou na hora certa.

Na sequência, aos 5', o Ajax respondeu após falha de Kevin Diks na saída de bola: David Neres dominou, e deixou em profundidade a Klaas-Jan Huntelaar, que chutou cruzado para a defesa de Jones. Pressionando bastante a defesa do Feyenoord - desentrosada, errando na saída de bola e prejudicada pelas lesões -, o Ajax foi aparecendo. Aos 12', David Neres cruzou da esquerda, e Tonny Vilhena apareceu providencialmente, tirando a bola de cabeça. Aos 17', Neres continuou jogando bem: fez ótima jogada na linha de fundo, driblando Ridgeciano Haps, mas seu cruzamento foi interceptado por Jeremiah St. Juste. Aos 22', a jogada veio pelo lado oposto: Younes mandou a bola da esquerda, mas ela chegou rápida demais para que Huntelaar a alcançasse. E aos 27', a bola parada foi a opção: Hakim Ziyech cobrou falta, mas Nick Viergever também não chegou a tempo.

O Ajax chegava pelas pontas. Achava espaço e prensava o Feyenoord em seu campo de defesa. Mas faltava o gol. O Stadionclub só reapareceu aos 30': com espaço para avançar, Steven Berghuis veio pela direita, mas seu cruzamento parou em De Ligt. No minuto seguinte, em outro erro de passe no meio-campo, quase veio o gol Ajacied. Huntelaar dominou e serviu a bola a Younes. O alemão dominou, cortou para o meio e bateu de direita, forçando Jones a rebater com boa defesa. Aos 38', em outra cobrança de falta por Ziyech, foi a vez de Joël Veltman cabecear para fora. Mas aos 40', quase os Feyenoorders surpreenderam. Toornstra cobrou falta por baixo, mandando para a área, e Jorgensen entrou pelo meio, escorando. Com agilidade e reflexo, André Onana rebateu com agilidade e reflexo, salvando o Ajax de uma péssima surpresa. Péssimo, talvez, foi o nível técnico do clássico na etapa inicial. O Feyenoord estava tímido, sem aparecer no ataque; o Ajax criava, mas era ineficiente para finalizar.

Mas isso mudou um pouco no segundo tempo. Logo no começo, no primeiro erro que a defesa do Feyenoord cometeu na saída de bola, aos 50', já houve a punição: o gol do Ajax. Sofyan Amrabat errou passe, David Neres ficou com a bola, e a deixou para Huntelaar. Na área, o camisa 9 concluiu como se deve: com força, cruzado, no ângulo direito de Brad Jones, que nada pôde fazer para evitar o 1 a 0.

Só aí o atual campeão da Eredivisie decidiu sair para o jogo. Numa jogada pelas pontas, aos 55' surgiu a chance do desafogo. Haps veio veloz pela esquerda, driblou dois, chegou perto da área, e só parou quando foi derrubado por De Ligt na área. Danny Makkelie marcou o pênalti. Mas Jorgensen bateu fraco, rasteiro, fácil para a defesa de Onana, que espalmou para manter a vantagem do Ajax. O pênalti perdido poderia prejudicar, mas o Feyenoord já conseguia pressionar mais. A entrada de Sam Larsson na ponta esquerda, na vaga de Boëtius, aumentou a pressão. E o gol não demorou. Foi até facilitado por um erro de De Ligt: o zagueiro perdeu o domínio da bola na área, e possibilitou que Jorgensen a dominasse, passando para a direita. Ali, Toornstra chegou livre, para bater com toda a força, no ângulo esquerdo de Onana, que ficou sem ação para evitar o 1 a 1.

No primeiro ou no segundo tempo, com ou sem chuva, David Neres foi fundamental na vitória do Ajax, com três passes para gol (ANP/Pro Shots)
Reanimado, o Feyenoord sonhou com a virada. Aos 61', Amrabat foi derrubado por Lasse Schöne, mas o juiz concedeu a vantagem. Toornstra alcançou a bola na direita, então, e cruzou. Na pequena área, Jorgensen dominou, mas chutou em cima de Onana, bem posicionado para salvar o Ajax com a defesa. Enfim acelerado, com espaço para atacar, o Feyenoord chegou de novo aos 63', num chute de Vilhena que desviou levemente na trave. Só aos 68' os Amsterdammers conseguiram algo parecido com um ataque de novo: um cruzamento de Younes, que Haps precisou afastar. No entanto, a chance seguinte já foi aproveitada para recolocar os Godenzonen na frente. Younes roubou a bola no meio-campo, deixou a bola a Ziyech, e o marroquino lançou David Neres. De novo, o brasileiro fez a jogada certa: dominou a bola na linha de fundo, cruzou, e Kasper Dolberg (recém entrado em campo no lugar de Huntelaar) apenas escorou para fazer 2 a 1.

Aí as alterações corretas de Marcel Keizer mantiveram o ritmo ao bel-prazer do Ajax. Aos 74', Younes quase fez, se livrando da marcação de Amrabat e chutando cruzado, para fora. Aos 79', o arremate de David Neres (seria um gol merecido para o melhor em campo) só foi impedido por desarme de Vilhena. Abatidos, os Rotterdammers só tentaram algo aos 81': de falta, Vilhena mandou a bola para a área, mas Onana saiu bem do gol para defender. De resto, os Amsterdammers tinham mais espaço. O terceiro gol quase veio aos 83': David Neres superou Haps na corrida, chegou à linha de fundo e cruzou, mas Dolberg errou o voleio para o gol vazio.

De qualquer modo, o Ajax dominava. E confirmou a vitória de que tanto precisava aos 88'. De novo, com um passe de David Neres: o brasileiro deixou Siem de Jong livre na área, e o camisa 23 (outro a ter entrado havia pouco) tocou de primeira na saída de Brad Jones, para o 3 a 1. Só para jogar mais sal na ferida Feyenoorder, nos acréscimos, Ziyech lançou Dolberg em rápido contra-ataque, e o atacante dinamarquês também tocou enquanto Jones saía do gol, para colocar no placar o 4 a 1. Uma goleada que avisa: o Ajax vive na temporada. E quer alcançar o líder PSV. As preocupações do Feyenoord começam a ser outras.

Valeu a intenção: Matavz (à esquerda) fechou a goleada do Vitesse, e homenageou à la Bebeto o filho que vem (Ronald Bonestroo/VI Images)
Heerenveen 0x4 Vitesse (domingo, 22 de outubro)

Fora de casa, o Vitesse teria grande desafio: o Heerenveen é outro clube com cacife para ficar logo abaixo das primeiras posições na tabela, e vinha de duas derrotas seguidas. Mas foi o Vites que se impôs com autoridade, na Frísia. Apostando nos cruzamentos, os visitantes de Arnhem não demoraram a fazer gols. Aos 17', Navarone Foor cruzou, e Milot Rashica escapou da marcação de Lucas Woudenberg para fazer 1 a 0. O Fean ainda tentou reagir aos 25' - bom chute de Marco Rojas, que passou perto do gol -, mas outra jogada pelas pontas rendeu o 2 a 0 aos aurinegros: aos 36', Fankaty Dabo veio livre pela direita, alçou a bola na área, e Bryan Linssen concluiu.

A eficiência ofensiva do Vitesse continuou sendo exibida tão logo o segundo tempo começou. Já aos 50', outra inteligente jogada praticamente fechou a vitória: Rashica cruzou, Linssen ajeitou na entrada da área, Foor bateu forte para o 3 a 0. Se não havia chutado bolas a gol no primeiro tempo, o Heerenveen ainda aspirou a algo em um minuto (aos 57', Reza Ghoochannejhad cabeceou, e a bola foi tirada em cima da linha; aos 58', o goleiro Remko Pasveer espalmou o arremate de Martin Odegaard). Para matar no nascedouro tais ousadias, outro contra-ataque rendeu ao Vitesse o quarto gol - Tim Matavz, aos 72'. A goleada reanimou de vez o Vites, agora terceiro colocado - que terá notável duelo na semana que vem, ao pegar o líder PSV. Pode surpreendê-lo, em casa.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Um Klassieker para reagir

Berghuis até se esforça num Feyenoord vitimado por lesões. Mas só uma vitória no Klassieker aliviaria o ambiente (Pim Ras Fotografie)
Estava demorando, até. Mas, na rodada passada do Campeonato Holandês, dentro da irregularidade típica de começo de temporada (e até acentuada), enfim os três grandes clubes do país conseguiram chegar às três primeiras posições. Um deles não só já estava, como se consolidou na primeira posição: foi o PSV, que encarou certas dificuldades contra o VVV-Venlo, mas terminou goleando o time aurinegro (5 a 2) e chegou aos 21 pontos. Cinco à frente dos dois outros graúdos holandeses: Feyenoord e Ajax, ambos empatados com 16 pontos. Que se enfrentarão no clássico desta 9ª rodada, em Roterdã, em busca do impulso definitivo para ser o grande adversário do time de Eindhoven na disputa do título da Eredivisie – e até para as próprias recuperações.

É curioso constatar que, entre os dois arquirrivais, quem precisa mais da vitória no Klassieker é o Feyenoord, que ocupa a vice-liderança da Eredivisie pelo melhor saldo de gols (+13 contra +10). Nem tanto pelo resultado em si, mas para provar a muita gente que não perdeu a determinação da histórica temporada 2016/17. Uma suspeita que veio após as duas partidas mais recentes do Stadionclub. A primeira, pela liga: na rodada passada da liga, com De Kuip lotado como sempre, a equipe martelou durante o segundo tempo inteiro contra o Zwolle. Mas não conseguiu sair do 0 a 0. Pior: no primeiro tempo, vira os visitantes até mais ofensivos em busca do gol.

E nesta semana, parecia que a via-crúcis que se passa na Liga dos Campeões teria fim. O Feyenoord começou jogando até melhor contra o Shakhtar Donetsk. Criava chances, e abriu merecidamente o placar – com aquele que talvez seja o melhor jogador Feyenoorder nesta fase inicial de 2017/18, Steven Berghuis (goleador da Eredivisie, com 6 gols, junto de Jürgen Locadia). Porém, as falhas defensivas permitiram ao time ucraniano começar a se impor. Houve tempo para empatar, ainda no primeiro tempo, com Bernard. E no segundo tempo, o atacante mineiro virou para o 2 a 1 que deixou ainda mais diminutas, próximas do zero, as perspectivas do clube de Roterdã para a temporada, em termos de competições continentais.

Justo citar que as falhas defensivas supracitadas ocorrem em grande parte pela necessidade de jogar com uma escalação inesperada, pelas várias lesões. Giovanni van Bronckhorst pensara numa zaga com Kevin Diks e Ridgeciano Haps nas laterais, com a dupla Eric Botteghin e Jan-Arie van der Heijden ocupando previsível e entrosadamente os lugares no miolo de zaga. Só que o zagueiro brasileiro lesionou os ligamentos do joelho, e só voltará a campo a partir do returno. Van der Heijden, por sua vez, teve problemas musculares que o tiram dos gramados por algumas semanas. O técnico foi forçado, então, a usar os reservas Renato Tapia e Jeremiah “Jerry” St. Juste. Pior: contra o Zwolle, o peruano Tapia também sofreu lesão muscular, forçando Sven van Beek, recentemente recuperado de grave contusão, a apressar sua volta. Pior ainda: com dores no pé, Van Beek também está fora do Klassieker. E só agora Diks voltará à lateral direita - também machucado, Diks tem sido substituído por Sofyan Amrabat (de boas atuações).

Se fosse só na defesa, ainda seria possível controlar os danos. Porém, a onda de problemas musculares também vitimou aquele de quem mais se espera: Nicolai Jorgensen, lesionado antes mesmo das datas Fifa. Sem o atacante dinamarquês, escalou-se forçosamente Sam Larsson, e se improvisou Jean-Paul Boëtius no meio do ataque – ainda mais forçosamente, já que Boëtius assume que “é ponta”. Não houve muito sucesso. Jorgensen tem retornado cuidadosamente: jogou 30 minutos contra o Zwolle, 67 contra o Shakhtar, e deverá começar como titular. Um alívio para o Feyenoord. Afinal de contas, o capitão Karim El Ahmadi (um dos únicos pontos de segurança da equipe) assumiu: “Ainda estamos de mãos vazias”.

David Neres era preterido no time do Ajax. Mas mostrou velocidade, tem marcado gols - e por isso recuperou a vaga (Pro Shots/Ajax.nl)
De certa forma, o Ajax poderia dizer o mesmo. Talvez seja estranho falar isso, diante de um clube que conseguiu duas goleadas nas duas rodadas recentes: 4 a 0 tanto em Heerenveen, na 7ª rodada, quanto no Sparta Rotterdam, no sábado passado. Fica menos estranho, no entanto, ao se notar que o time de Amsterdã não revela muitos avanços em suas atuações. Continua tendo muita posse de bola, continua demorando para atacar... de mais a mais, dos quatro gols contra o Sparta, dois foram contra. Por coisas assim, a torcida segue desconfiada, sem esquecer vexames como os 2 a 0 sofridos para o Vitesse em plena Amsterdam Arena. Tal resultado até deixou o técnico Marcel Keizer a perigo, mas ele conseguiu respiro no cargo com as duas goleadas.

E elas se devem às soberbas atuações de três jogadores. No meio-campo, Hakim Ziyech parece não saber o que é crise, pessoalmente: o camisa 10 do Ajax esbanja técnica – prova são as cinco assistências, que o tornam aquele que mais passes para gol deu na temporada. E por causa dessa capacidade, Ziyech ganha até certa ascendência dentro do time, cobrando todas as bolas paradas e desenvolvendo certa liderança que lhe tem sido muito útil para recuperar o merecido espaço na seleção de Marrocos, para a qual voltou após resolver sua briga com o técnico Hervé Renard.

Com Ziyech pensando as jogadas, cabe a David Neres ser um diferencial de que os Amsterdammers precisavam. No começo da temporada, o atacante brasileiro foi preterido na direita: pela capacidade de voltarem para marcar, tanto Justin Kluivert quanto Vaclav Cerny eram mais escalados. Mas Kluivert se machucou, Marcel Keizer escalou Neres, o paulistano deu muito mais velocidade ao ataque (e melhorou na marcação). Resultado: três gols feitos nas duas partidas mais recentes – quatro no campeonato -, além da postura atenta em campo, tornando o oriundo são-paulino querido pela torcida, cada vez mais respeitado no grupo, um destaque Ajacied. E poucos jogadores poderiam ser tutores melhores para David Neres do que Klaas-Jan Huntelaar. Na experiência, o atacante vai ganhando a disputa de posição com Kasper Dolberg – e sabe ajudar o jovem time a manter a cabeça em momentos difíceis.

E a desconfiança segue pesada sobre Ajax e Feyenoord. Nada melhor do que a vitória num Klassieker para desempatar, literalmente, a situação de ambos – e tornar o vencedor o principal antagonista do PSV. Que, por sua vez, também tem interesses: um empate pode deixá-lo sete pontos na frente, transformando-o num precoce favorito ao título holandês.

(Coluna originalmente publicada na Trivela, em 20 de outubro de 2017)

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

810 minuten: como foi a 8ª rodada da Eredivisie

O Ajax não foi veloz - e quando criou chances, parou no goleiro. Mas com Ziyech como destaque, conseguiu golear (ANP/Pro Shots)
Ajax 4x0 Sparta Rotterdam (sábado, 14 de outubro)

O jogo que abriu a 8ª rodada do Campeonato Holandês começou com grandes emoções. A primeira delas vinha antes mesmo do primeiro torcedor entrar para assistir ao jogo: o fato de ser a última partida num estádio com Amsterdam Arena como nome oficial (a partir de 25 de outubro, será Johan Cruyff Arena). Depois, já com as equipes em campo: antes do começo, um minuto de aplausos incessantes para Eberhard van der Laan, prefeito de Amsterdã, falecido no dia 5 passado. E com a bola rolando, aos 3', houve lançamento longo para Klaas-Jan Huntelaar. Acossado por Sander Fischer na área, o atacante caiu, mas Kevin Blom não cedeu aos apelos unânimes por pênalti.

E o Ajax foi criando boas chances. Aos 10', após outra bola em profundidade, David Neres invadiu a área e driblou Roy Kortsmit. Porém, o brasileiro perdeu ângulo para finalizar, e teve de cruzar a bola - sem que Amin Younes aproveitasse. Depois, aos 14', um cabeceio de Matthijs de Ligt, para fora. E aos 17', Lasse Schöne arriscou de fora, e a bola desviou em Ryan Sanusi, saindo pela linha de fundo. Sem nem forçar muito, os mandantes sempre estavam perto do gol. Mas tomaram a estocada do Sparta Rotterdam aos 26': um chute despretensioso de Loris Brogno foi rebatido desastrosamente por André Onana. Para sorte do goleiro camaronês, Robert Mühren estava impedido ao tentar pegar o rebote.

A partir de então, os visitantes de Roterdã viram seu arqueiro se converter num dos destaques do jogo. Aos 31', Hakim Ziyech cobrou falta, e De Ligt desviou para fora. Pouco depois, Kortsmit defendeu chute de David Neres. Kortsmit apareceu de novo aos 35', rebatendo finalização de Ziyech. Com os passes precisos de sempre, Ziyech também despontava para o Ajax - como aos 36', quando deixou Donny van de Beek na cara do gol, mas o meio-campista tocou por cima da meta. Os Spartanen só reagiram aos 37'. E com perigo: Sanusi veio pela direita, e cruzou. De letra, Deroy Duarte só não fez o gol porque Joël Veltman impediu na última hora. Se não conseguiu o passe para um gol, Sanusi acabou acidentalmente envolvido no 1 a 0 do Ajax, aos 39'. Schöne cobrou escanteio, a bola passou sobre Veltman, bateu em Sanusi e foi direto para as redes, em claro gol contra. E o segundo poderia ter vindo já aos 41', em cobrança de falta de Ziyech, que mandou a bola perto.

No segundo tempo, o Ajax seguiu dominando sem dominar. Criava chances - já no primeiro minuto, um voleio de Huntelaar foi defendido por Kortsmit. Mas ainda oferecia espaços: aos 49', Sherel Floranus cruzou da esquerda, e Mühren perdeu grande chance de empatar: cabeceou fracamente, para fora. De resto, seguiu a rotina de criar chances sem balançar as redes para os Godenzonen. Mas é justo dizer que isso acontecia pela ótima atuação do goleiro do Sparta. Como aos 58': em outro escanteio para o Ajax, um desvio acidental em Michel Breuer foi impedido por Kortsmit de virar o segundo gol. Aos 60', Ziyech mandou a bola para a área em cobrança de falta, e quase a vantagem foi ampliada pelos dois zagueiros: Maximilian Wöber desviou de cabeça, Kortsmit rebateu, e tirou da área antes que De Ligt chegasse para completar. E aos 62', um passe em profundidade de Ziyech deixou Huntelaar na cara do gol, mas Kortsmit brilhou: saiu calmamente do gol, fechou o ângulo e defendeu o arremate do atacante com os pés.

David Neres mereceu a saudação: outra boa atuação premiada com um gol (ANP/Pro Shots)
Mas outra bola que pegou Huntelaar em condições virou o segundo gol, aos 64'. O atacante passou a David Neres, que vinha livre pela direita. Neres tocou na saída de Kortsmit, e houve outro gol contra: ela bateu em Floranus e foi para o barbante. Se a vantagem parecia garantida definitivamente, Kortsmit continuou se esforçando como podia para evitar os avanços do Ajax: aos 66', rebateu a bola vinda de falta bem cobrada por Schöne. Porém, se teve o segundo gol negado pelo destino, David Neres conseguiu o que merecia aos 73': lançamento de Ziyech, o camisa 7 ganhou na corrida de Floranus, entrou na área e concluiu no ângulo direito de Kortsmit para confirmar a vitória do Ajax e premiar outra elogiável atuação, sempre oferecendo opção de velocidade pela direita.

E não havia acabado: a vitória virou goleada aos 76', quando Ziyech arriscou de fora da área, a bola desviou nas costas de Younes e encobriu Kortsmit. O goleiro do Sparta era quem menos merecia sofrer uma goleada, no time visitante - tanto que fez mais duas ótimas defesas. E teve um momento de brilho nos acréscimos: Younes foi derrubado na área, o pênalti foi marcado, mas o goleiro dos Spartanen espalmou bem a cobrança de Kasper Dolberg (seu terceiro penal defendido na temporada). Porém, o 4 a 0 já estava no placar. Placar até ilusório, porque o Ajax teve uma atuação apenas razoável. Mas, se toda atuação apenas razoável tiver uma goleada como prêmio, ninguém reclamará em Amsterdã. Se for assim no clássico contra o Feyenoord, no próximo domingo, tanto melhor.

Auassar evitou o 0 a 0 - e ajudou o Roda JC a respirar contra o rebaixamento (rodajc.nl)
Roda JC 1x0 NAC Breda (sábado, 14 de outubro)

No duelo de aurinegros em Kerkrade, entre duas equipes que tentam fugir das últimas posições, houve até esperança de que seria um jogo animado: logo aos 2', Rai Vloet fez boa jogada, e passou a Giovanni Korte, que perdeu o gol. Depois, aos 5', o NAC Breda voltou: Angeliño cedeu a bola a Thierry Ambrose, que ficou sem domínio justo na hora do chute. E... ficou nisso. O resto dos 45 minutos iniciais ficou sem muito brilho, como se supunha.

O segundo tempo começou também com uma escassa chance. Agora, do Roda JC: logo aos 47', Mikhail Rosheuvel tabelou com Dani Schahin, mas arrematou para fora. O NAC Breda já tentou nova estocada aos 49', quando Korte arrematou para ótima defesa de Hidde Jurjus. Aí, sim, a partida ganhou um pouco mais de emoção, com as duas equipes se alternando no ataque - e a maior chance vindo dos mandantes, aos 63', quando Mario Engels bateu a bola rente à trave de Mark Birighitti. Mas quando se esperava um 0 a 0, Adil Auassar garantiu a segunda vitória dos Koempels na temporada: aos 90' + 1, cobrou falta que balançou as redes, com alguma "ajuda" de Birighitti.


Com seus gols, Bahebeck encaminhou a vitória do Utrecht (Pieter Stam de Jonge/VI Images)
Utrecht 3x1 Heerenveen (sábado, 14 de outubro)

Após duas goleadas sofridas, o Utrecht tinha de vencer para não perder de vez o status de um dos "melhores do resto". De certa forma, o mesmo acontecia com o Heerenveen, que vinha invicto na Eredivisie até a rodada de duas semanas atrás, quando sofreu 4 a 0 para o Ajax em casa. E os visitantes da Frísia contaram com a sorte para fazer 1 a 0, aos 23': Stijn Schaars cobrou falta, a bola desviou na barreira e enganou o goleiro David Jensen. De fato, parecia questão de sorte, já que Cyriel Dessers perdera grande chance de colocar os anfitriões na frente, aos 17'.

Mas não haviam se passado mais de três minutos desde o gol de Schaars quando Yassin Ayoub fez todos esquecerem essas coisas impalpáveis: também em cobrança de falta, mas sem desvio em ninguém, o meio-campista colocou a bola com precisão no ângulo de Martin Hansen para o 1 a 1. Depois, apareceu o protagonista de que os Utregs precisavam: Jean-Christophe Bahebeck. O atacante francês virou o jogo aos 41', ao receber passe de Ayoub e tocar por baixo de Hansen. No segundo tempo, Bahebeck recebeu a bola e finalizou com chute colocado e bonito, aos 63', para definir a vitória no Galgenwaard. Um recomeço que pode ter sequência contra o AZ, na próxima rodada.

Jorgensen voltou. E o Feyenoord insistiu no ataque, durante o segundo tempo. Mas o elogiável Zwolle segurou o empate (Ronald Bonestroo/VI Images)
Feyenoord 0x0 Zwolle (sábado, 14 de outubro)

Mesmo com a recuperação de Nicolai Jorgensen, o técnico Giovanni van Bronckhorst não quis pagar para ver: preferiu um ataque mais leve, com Jean-Paul Boëtius no meio da área. Era boa possibilidade de inibir um dos pequenos que faz bom começo de temporada. Porém, o Zwolle é que mostrou em De Kuip: não se acanharia facilmente. Tanto que aos 2', um lançamento já deixou Stef Nijland perto do gol. O camisa 10 dos visitantes driblou Brad Jones, ficou sem ângulo e chutou para fora. Aos 5', Younes Namli apareceu na área com a bola, e um toque leve quase encobriu Jones. Para evitar qualquer contratempo, o goleiro australiano desviou a bola pela linha de fundo.

A primeira tentativa do Feyenoord só ocorreu aos 10', num chute inócuo de Karim El Ahmadi, para fora. Depois, voltou a surpreendente tranquilidade ofensiva dos Zwollenaren. Aos 15', Nijland arriscou de fora da área, e outra vez Jones quase foi encoberto. Pelo menos, a esférica foi direto para fora. O primeiro momento realmente perigoso do Feyenoord veio só aos 19', quando Steven Berghuis cruzou a bola para a área, e ela encontrou Sam Larsson do outro lado, batendo de primeira e a mandando perto da meta. Para piorar a situação do Stadionclub, uma lesão muscular tirou precocemente Renato Tapia da zaga, aos 20', forçando a reestreia de Sven van Beek, aplaudido pela torcida - afinal, voltava de longa lesão.

Ao longo do primeiro tempo, as duas equipes foram diminuindo o ritmo. Mesmo merecendo mais a vantagem, o Zwolle não tinha eficiência na finalização. E sem espaço no meio, só restava aos anfitriões tentar pelos lados. Como aos 40', quando Berghuis chegou à linha de fundo com a bola, cruzou para trás, e Tonny Vilhena (fazendo o 150º jogo pelo Feyenoord) completou por cima do gol. Os Zwollenaren responderam no minuto final do primeiro tempo, quando Kingsley Ehizibue subiu sozinho na área e cabeceou para fora, à direita do gol. Já nos acréscimos (45' + 2), Vilhena ficou livre na área graças a um lançamento, mas Nicolás Freire evitou o chute na hora exata.

Diederik Boer elogiou a torcida. Mereceu a recíproca: duas ótimas defesas na etapa final (peczwolle.nl)
No começo do segundo tempo, pelo menos uma chance já foi criada: o goleiro Diederik Boer precisou estar atento para rebater a cobrança de falta de Larsson, aos 47'. Foi a senha para, enfim, o Stadionclub falar grosso e ser bem mais ofensivo durante a etapa complementar. Aos 52', em tabela com Berghuis, El Ahmadi recebeu a esférica na área, mas sua finalização foi desviada para escanteio. No córner, Boer defendeu o cabeceio de Van Beek. Aos 54', a chance foi ainda maior: Larsson deixou a bola suavemente, para o chute rasteiro de Berghuis, em diagonal, rente à trave esquerda de Boer. Depois, Jens Toornstra enfim apareceu, numa finalização por cima do gol.

A entrada de Jorgensen - no lugar de Boëtius, aos 59' - só aumentou o ímpeto ofensivo e a esperança de que o Feyenoord pudesse fazer algo. E o dinamarquês já tentou aos 62', batendo para fora. Aos 67', quase se converteu no destaque do dia: completou de voleio uma cobrança rápida de falta, mandando a bola na trave (com desvio de Boer, ainda). Só aos 69' o Zwolle acordou, com uma finalização de Terell Ondaan, forçando Jones à defesa. De resto, seguiu a pressão do Stadionclub. Com a torcida ajudando - e também pressionando (uma falta invertida pelo juiz Dennis Higler, aos 74', julgando que Berghuis agarrara Ehizibue, causou grita geral em De Kuip). Aos 78', o mesmo Berghuis tentou chute de longe - para fora.

Três minutos mais tarde, Boer salvou o Zwolle: Berghuis lançou, Van Beek escorou, e Toornstra cabeceou na pequena área para o goleiro rebater à queima-roupa. Aos 83', um bate-rebate terminou com chute de Toornstra sendo afastado por Ryan Thomas. Houve reclamação até de suposto recuo de Freire a Boer, aos 88' (foi claramente involuntário). Aos 90', um chute de Bilal Basaçikoglu, agarrado firmemente por Boer. E a última chance, aos 90' + 5: falta de Toornstra, na entrada da área, que a barreira desviou. E os visitantes de Zwolle seguraram o 0 a 0, abiscoitando um ponto importantíssimo no começo de Eredivisie consistente que fazem. Enquanto isso, o Feyenoord ganha razões para se preocupar. Não só com o que pode fazer na visita ao Shakhtar Donetsk, pela Liga dos Campeões, mas também no Klassieker da próxima semana. Por outro lado, nada será melhor do que uma vitória contra o arquirrival Ajax para recobrar a confiança.

O Vitesse de Thomas Bruns tinha ótima chance de virar vice-líder. Mas Heracles, de Jamiro Monteiro, foi adversário difícil. Só cedeu o empate (Henry Dijkman/VI Images)
Heracles Almelo 1x1 Vitesse (domingo, 15 de outubro)

Com o empate do Feyenoord, abria-se uma grande chance para o Vitesse. Era superar o Heracles (contando com gente de boa passagem por Almelo, como Thomas Bruns) e chegar à segunda posição na tabela. Porém, o primeiro tempo no estádio Polman mostrou grande dificuldade para os visitantes de Arnhem. O Heracles começou quase abrindo o placar aos 9', em ótima chance de Reuven Niemeijer, e defesa ainda melhor de Remko Pasveer. Depois, o Vites até reagiu, num chute de Tim Matavz que desviou na zaga, aos 10'. Mas os mandantes voltaram a criar mais. Niemeijer de novo, aos 20'; uma defesa primorosa de Pasveer, espalmando no ângulo chute de Brahim Darri aos 31'; e a terceira oportunidade perdida de Niemeijer, num cabeceio, aos 34'.

No segundo tempo, a pressão do Heracles diminuiu, bem como o ritmo do próprio jogo. E o Vitesse até avançou mais - Matavz teve um arremate defendido por Bram Castro, aos 58'. Todavia, a superioridade dos Heraclieden foi premiada aos 73': Brandley Kuwas cruzou da direita, e Kristoffer Peterson fez 1 a 0 de cabeça. Só aí, com 17 minutos para melhorar sua situação, o time aurinegro foi mais ofensivo, com as entradas de Charlie Colkett, no meio, e Luc Castaignos, no ataque. E deu tempo de conseguir um empate, aos 87', com Bryan Linssen. Mesmo assim, ficou a decepção, com a perda de boa chance para seguir a ótima campanha. E o técnico Henk Fräser deixou isso claro numa frase: "Foi uma atuação terrível".

Alireza (à frente) premiou a ofensividade do AZ com belo gol, mas o Groningen reagiu para o empate (ANP/Pro Shots)
Groningen 1x1 AZ (domingo, 15 de outubro)

Com duas derrotas nas duas rodadas passadas - e a mais recente, sendo um pesado 4 a 0 sofrido em casa para o Feyenoord -, o AZ sabia que precisava atacar. E já começou rapidinho, aos quatro minutos, quando Alireza Jahanbakhsh cruzou e Guus Til ficou a um triz de concluir para as redes. Aos 9', Joris van Overeem também tentou; aos 11', foi a vez de Wout Weghorst quase se isolar como goleador da Eredivisie; e aos 19', na mais perigosa das chances de gol, Til cabeceou à queima-roupa para ótima defesa de Sergio Padt. O arqueiro do Groningen provou sua ótima forma aos 41', quando espalmou no reflexo o chute de Til, também de frente. Mas o AZ conseguiu ainda no primeiro tempo o que buscava: nos acréscimos, em bonito voleio, Alireza fez o 1 a 0.

Quase inativo no ataque, o Groningen consertou isso no segundo tempo. Já aos 48', Juninho Bacuna exigiu boa defesa de Sergio Padt. E o empate dos mandantes não demorou: aos 53', Stijn Wuytens errou na zaga, Ritsu Doan retomou a bola e foi empurrado pelo zagueiro na área. Pênalti claro marcado por Bjorn Kuipers, que Mimoun Mahi cobrou bem para o 1 a 1. E o rumo do jogo levou mesmo para o empate, embora os Groningers tenham tido uma grande esperança no fim (Doan chegou a virar o jogo, mas o gol foi anulado por falta anterior de Mahi na jogada).

O PSV começara ganhando, mas corria apuros. Aí Pereiro tomou o jogo nos pés: dois gols, vitória e liderança (Photo Prestige/psv.nl)
VVV-Venlo 2x5 PSV (domingo, 15 de outubro)

O jogo em De Koel (estádio de Venlo) começou com dificuldades para o PSV. Antes mesmo do começo, soube-se que Hirving Lozano estava fora (lesão no cotovelo) - mais uma chance para Luuk de Jong entre os titulares. Depois, com menos de um minuto, Nicolas Isimat-Mirin sentiu dores musculares - pelo menos, as aguentou para ficar. E a primeira chance foi do VVV: aos 4', Clint Leemans cobrou a falta, perto da área, e Jeroen Zoet fez ótima defesa, espalmando para escanteio. Mas aos poucos, os Boeren se assentaram em campo. E isso resultou em trocas de passe para tentar achar o espaço, e em chances elogiáveis. Como aos 8', quando Jürgen Locadia mandou a bola perto do gol, em cobrança de falta. Ou aos 11', quando Arias lançou, De Jong escorou e Locadia concluiu, à direita do gol de Lars Unnerstall. E aos 13', em outra combinação de três jogadores: Arias cobrou escanteio, Daniel Schwaab desviou de cabeça, e Luuk de Jong também tocou com a testa para grande aparição de Unnerstall, espalmando por cima do gol.

Os cruzamentos passaram a ser a principal opção dos visitantes para o gol. Mas não se pode dizer que faltavam jogadas individuais. Foi o que aconteceu aos 17', quando Gastón Pereiro chegou perto da área, passou por dois jogadores e bateu. Unnerstall foi buscar no canto esquerdo, em outra importante defesa. O VVV só reapareceu no jogo aos 22', em bom chute cruzado de Vito van Crooij, que Zoet rebateu. Mas no minuto seguinte, o PSV chegou ao gol que merecia. Pelos lados, como previsível: Locadia dominou a bola pela direita, tocou a Luuk de Jong, e o camisa 9 ajeitou para a chegada do atacante, que concluiu colocado, no canto direito de Unnerstall, para o 1 a 0.

Muito lentamente, o time da casa foi se recuperando. Aos 30', um chute de Torino Hunte, para fora. Cinco minutos depois, já trouxe mais perigo: após cruzamento rasteiro, Ralf Seuntjens ajeitou para a finalização de Leemans. Novamente, muito perto do gol, à direita de Zoet. Mas a jogada que rendeu o empate veio até sem parecer perigosa: Leroy Labylle cruzou da direita, e Hunte caiu na área após disputa com Isimat-Mirin. Danny Makkelie apontou o pênalti aos 40', e Leemans bateu no canto direito, deslocando Zoet, para fazer 1 a 1.

Mauro Júnior recebeu a primeira chance no time de cima do PSV. E provou merecer mais apostas: um gol na goleada (Photo Prestige/psv.nl)
Para o segundo tempo, Phillip Cocu tirou o apagado Steven Bergwijn de campo, e até surpreendeu com o substituto: proporcionou a estreia do brasileiro Mauro Júnior (19 anos, vindo do Desportivo Brasil) no time de cima. E a primeira chance foi dos visitantes: aos 47', um cabeceio de Luuk de Jong - fraco, nas mãos de Unnerstall. Porém, no minuto seguinte, numa saída rápida para o contra-ataque, veio a virada do VVV. Seuntjens ficou segurando a bola na esquerda. Na hora certa, serviu a Van Crooij. Já na área, o atacante cruzou, e deixou Hunte livre para concluir com um desvio, no canto esquerdo de Zoet, para o 2 a 1.

Inesperadamente atrás no placar, restava ao time que vestia azul buscar a reação. Começou aos 53', num arremate de Locadia, de fora da área, para fora. E coube a Pereiro começar a tirar o PSV do sufoco, aos 58': em outra bonita jogada individual, o uruguaio fez 2 a 2. Marcado por três na entrada da área, segurou a bola, fez fintas curtas e arrematou colocado, no canto direito, sem chance alguma de defesa para Unnerstall. O VVV-Venlo se viu pressionado. E a situação do time da casa piorou ainda mais aos 61', com a justíssima expulsão de Jerold Promes: apenas três minutos após sair do banco, substituindo Jens Janse no VVV-Venlo, o zagueiro cometeu entrada duríssima na perna direita de Arias. O lateral colombiano teve muita sorte de ter saído somente com o susto, e não com uma fratura.

A pressão aumentou imediatamente: aos 63', Schwaab cabeceou na trave. E o zagueiro alemão não demorou muito para comemorar - e fazer os Eindhovenaren comemorarem a virada. Numa jogada inexistente, a bem da verdade: aos 67', Luuk de Jong cabeceou na trave, mas Danny Makkelie julgou que o goleiro desviara a bola por cima, e deu escanteio. Mas ninguém voltou atrás, Joshua Brenet cobrou o córner, Isimat-Mirin escorou, e na pequena área o camisa 5 estava para completar e fazer 3 a 2. Só para completar, Mauro Júnior pôde abrilhantar sua estreia no time principal dos Boeren. Aos 72', da esquerda, Locadia cruzou, e Luuk de Jong cabeceou. Unnerstall ainda rebateu, mas o brasileiro estava na sobra, e completou para o 4 a 2, tornando-se o segundo brasileiro a passar pelo clube de Eindhoven e marcar gol em seu primeiro jogo (antes dele, Ronaldo fizera isso em 1994). Não faltava mais nada - e se faltasse, Pereiro resolveu aos 85', fazendo 5 a 2 de cabeça após cruzamento de De Jong rebatido pela zaga. Tudo bem quando termina bem. Ainda mais com a liderança na tabela, cinco pontos à frente.

Fran Sol destacou-se desde o princípio na vitória do Willem II (Pro Shots)
Willem II 3x1 Twente (domingo, 15 de outubro)

Tentando sair da lanterna da Eredivisie, o Willem II impôs respeito desde o começo do jogo em Tilburg. E teve um símbolo na sua melhor atuação: Fran Sol. O atacante espanhol criou a primeira chance, aos 24', em cabeceio ainda inofensivo. Criou uma oportunidade mais perigosa aos 24', também de cabeça, dando mais perigo ao goleiro Jorn Brondeel. Todavia, Sol teve um destaque negativo na etapa inicial - e isso colocou o Twente na frente: o atacante cometeu pênalti aos 40', que Oussama Assaidi converteu para o 1 a 0 dos Tukkers visitantes.

O que Fran Sol poderia fazer? Ora bolas, compensar o erro na defesa sendo o que vinha sendo: protagonista no ataque. Foi exatamente o que aconteceu. Ainda no primeiro tempo, enfim o camisa 9 acertou a mira nos cabeceios: empatou o jogo em escanteio. No segundo tempo, participou do gol da virada, aos 60': completou cruzamento de Freek Heerkens - Brondeel ainda defendeu, mas nada pôde fazer contra o rebote de Ismail Azzaoui que confirmou o 2 a 1. Finalmente, aos 90' + 1, Fran Sol fez o segundo gol dele no jogo. E simbolizou a primeira vitória dos Tricolores em casa sobre o Twente desde novembro de 1997.

Caenepeel saudou a torcida no primeiro gol, mas o Excelsior precisou se esforçar bem mais para vencer ADO Den Haag (ANP/Pro Shots)
ADO Den Haag 1x2 Excelsior (domingo, 15 de outubro)

Um jogo curioso em Haia. A princípio, mesmo fora de casa, o Excelsior começou muito superior. Tanto que o 1 a 0 dos Kralingers não demorou a vir: aos 7', Luigi Bruins lançou brilhantemente Ryan Koolwijk, que com um toque também deixou Jinty Caenepeel com o gol livre para balançar o barbante. E a expulsão de Édouard Duplan, aos 26', deixando o Den Haag com dez homens, pareceu prever um dia tranquilo dos visitantes de Roterdã.

Pois é: não aconteceu. Mais organizado e esforçado, o time da casa chegou ao empate, aos 32': num bate-rebate na área, Bjorn Johnsen bateu, o goleiro Ögmundur Kristinsson rebateu, e Sheraldo Becker colocou a esférica no filó adversário. E a partida ficou equilibrada a partir do 1 a 1. Até os 80', quando Mike van Duinen serviu a bola para Hicham Faik, de longe, recolocar o Excelsior na frente. Melvyn Lorenzen ainda teve a chance de empatar nos acréscimos, mas os visitantes obtiveram por fim mais uma vitória fora de casa.