segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: a 8ª rodada da Eredivisie

Emmen 3x0 ADO Den Haag (sexta-feira, 27 de setembro)

O Emmen já passara bem perto da vitória, contra o Feyenoord, na rodada passada. E começou pressionando os visitantes de Haia. Teve sorte para obter o primeiro gol, aos 16': Jan Niklas Beste cobrou falta querendo mandar a bola para Michael de Leeuw, o atacante até desviou, mas a esférica só foi para as redes no desvio acidental do meio-campista John Goossens, cometendo gol contra. Daí por diante, o Den Haag começou a pressionar em busca do empate. Com uma perda na zaga (o zagueiro Nick Bakker saiu lesionado), o Emmen teve sérias dificuldades. Na etapa inicial, Dion Malone e Shaquille Pinas podiam ter empatado. Já no segundo tempo, Crysencio Summerville passou perto do empate, aos 61'. Mas os donos da casa se seguraram na defesa. Tiveram o prêmio aos 69': Luciano Slagveer cruzou para De Leeuw fazer 2 a 0. Finalmente, aos 74', o goleiro Dennis Telgenkamp cobrou tiro de meta... e "lançou" para Slagveer fechar o placar de uma útil vitória.


VVV-Venlo 0x3 Heerenveen (sábado, 28 de setembro)

O começo da partida em De Koel já foi um forte sinal de que os mandantes de Venlo sofreriam. Aos 8', o lateral Sherel Floranus passou por John Yeboah, cruzando para Chidera Ejuke marcar 1 a 0 para o Heerenveen. Aos 13', Ejuke estava no lugar certo, na hora certa: aproveitou tiro de meta mal cobrado pelo goleiro Thorsten Kirschbaum para marcar pela segunda vez na partida. A reação do VVV poderia ter sido aos 24', após o pênalti marcado na queda de Haji Wright - poderia, mas não pôde, porque o arqueiro Warner Hahn pegou a cobrança do próprio Wright. Na etapa final, restou aos Venlonaren pressionarem a defesa dos visitantes da Frísia, que apenas esperavam pela chance definitiva do contra-ataque. Ela demorou, mas veio: aos 87', Jens Odgaard fez o terceiro gol. O Fean voltava a vencer na Eredivisie, após seis partidas


Ajax 2x0 Groningen (sábado, 28 de setembro)

Desde o começo na Johan Cruyff Arena, foi o de sempre: o Ajax chegando. Pelas pontas, pois não havia muito espaço no meio. Foi assim aos 37', quando Lisandro Martinez ajeitou, Donny van de Beek cruzou, e após desvio da zaga, Dusan Tadic finalizou por cima do gol. Mais ainda aos 38', quando Tadic veio pela esquerda, cruzou, e Van de Beek concluiu, mas o zagueiro Mike te Wierik tirou na pequena área. Só que o Groningen também assustou em dois contragolpes: aos 21', Ramon-Pascal Lundqvist ajeitou e Django Warmerdam errou o chute, enquanto aos 38', Charlison Benschop lançou Warmerdam, o meia-esquerda cruzou, e Deyovaisio Zeefuik completou, mas André Onana espalmou. Na etapa final, o Ajax seguia martelando, diante da fechada e compacta defesa visitante. Daley Blind quase fez, aos 59'. Mas a firmeza dos Groningers só relaxou com a expulsão de Warmerdam, aos 73', pelo segundo cartão amarelo, após cera em lateral. Mais três minutos, e Martínez enfim fez o 1 a 0 do Ajax, em bonito chute de fora da área. E aos 79', afinal Klaas-Jan Huntelaar definiu o placar, na pequena área, completando passe de Van de Beek, após Ziyech lançar.


Fortuna Sittard 0x0 Sparta Rotterdam (sábado, 28 de setembro)

Jogando em casa, enfim o Fortuna Sittard pôde prantear como queria o falecido Fernando Ricksen (1976-2019), que começou e terminou sua carreira no clube auriverde. E o minuto de silêncio e de homenagens da torcida foi quase a única fonte de emoções em Sittard. Com bola rolando, a chance mais emocionante do primeiro tempo só surgiu aos 36', quando Tesfaldet Tekie chutou para boa defesa do goleiro do Sparta, Tim Coremans. Os visitantes responderam aos 40', quando Halil Dervisoglu chutou para fora, mandando a bola perto do gol. No segundo tempo, de novo as chances demoraram - e foram só dos Spartanen: aos 75', com Bryan Smeets, e aos 77', com o arqueiro Alexei Koselev impedindo o gol de Khalid Karami. E a partida ficou no empate sem gols.


RKC Waalwijk 1x2 Vitesse (domingo, 29 de setembro)

Durante um bom tempo, o que se viu em campo foi o esperado entre o quarto colocado, de boa campanha na Eredivisie, e o frágil lanterna da liga. A jogada do primeiro gol do Vites, aos 16', foi exemplar das dificuldades defensivas do RKC: Matus Bero teve todo o espaço para o lançamento em profundidade, e Nouha Dicko (titular da equipe de Arnhem pela primeira vez) teve toda a liberdade para fazer 1 a 0. A desordem era tanta na zaga dos mandantes que até houve discussão durante o jogo, entre o goleiro Etienne Vaessen e o lateral esquerdo Paul Quasten. Tudo isso poderia ter mudado na etapa final: aos 50', Stanley Elbers foi agarrado por Julian Lelieveld, o juiz Bas Nijhuis apitou o pênalti para o RKC e, após rever o lance a conselho do VAR, expulsou Lelieveld. Clint Leemans cobrou e empatou. Mas o VAR que afagara o RKC abriria o caminho da vitória ao Vites: aos 74', Oussama Tannane foi derrubado na área, mais um pênalti foi marcado, e o próprio Tannane fez 2 a 1.


Zwolle 0x4 PSV (domingo, 29 de setembro)

É possível dizer que o primeiro tempo foi equilibrado. De um lado, o PSV tentava se impor. Aos 14', Mohamed Ihattaren arriscava, para o goleiro Xavier Mous pegar em dois tempos. E aos 26', Ihattaren cruzou, e Denzel Dumfries apareceu na grande área, mas cabeceou para fora. Por outro lado, o Zwolle ousava em chutes de fora - e teve chance perigosa aos 30': Nick Viergever errou na saída de bola, e Reza Ghoochannejhad recebeu livre, batendo da entrada da área para Jeroen Zoet espalmar. Mas ao fim e ao cabo, quem abriu o placar num chute de longe foram os visitantes de Eindhoven, aos 39', com Pablo Rosario. E no segundo tempo, os Boeren foram soberanos. Aguentaram pequena pressão dos mandantes, até que Malen marcasse seu oitavo gol no campeonato, aos 68', num chute rasteiro (e defensável...) no canto direito de Mous. Mais quatro minutos, e veio o 3 a 0 numa bonita troca de passes: de Dumfries para Malen, de Malen para Bergwijn, e de Bergwijn para Ritsu Doan chutar colocado e marcar seu primeiro gol com a camisa dos Boeren. Ainda houve tempo para Esteban Gutiérrez - vindo do banco, como Doan - completar a goleada, na pequena área, aos 90' + 4.


Utrecht 2x0 Willem II (domingo, 29 de setembro)

Na etapa inicial, o que se viu foi preocupante em termos de emoções: nem mandantes nem visitantes trouxeram emoções no estádio Galgenwaard. O Willem II chegou só aos 12', quando Vangelis Pavlidis ajeitou um cruzamento para Ché Nunnely finalizar - e o goleiro Maarten Paes, defender. Já o Utrecht só tentou aos 31', quando Simon Gustafson bateu de longe, e o goleiro Timon Wellenreuther pegou. A partida só esquentou no segundo tempo, por obra e graça do VAR: o lateral esquerdo do time da casa, Leon Guwara, levara cartão amarelo após carrinho perigoso - tão perigoso que, após revisão, Guwara foi expulso, deixando o Utrecht com dez homens. Pois o time da casa até melhorou com um a menos: foi mais perigoso no ataque - destaque para a bola na trave de Bart Ramselaar, aos 68'. Finalmente, aos 87', o gol do alívio: Adam Maher cobrou falta, e o capitão Willem Janssen cabeceou para abrir o placar. E até houve tempo para, nos acréscimos, Gyrano Kerk assegurar o 2 a 0.


Feyenoord 5x1 Twente (domingo, 29 de setembro)

O Feyenoord até se assustou com o Twente num chute de Keito Nakamura, aos 4'. Mas já dois minutos depois, Steven Berghuis tratou de tranquilizar a torcida em De Kuip, fazendo 1 a 0 em jogada individual. Ainda assim, o Twente buscava o empate. Conseguiu aos 23', num erro de Jens Toornstra: ao inverter o jogo, pôs a bola no pé de Aitor Cantalapiedra, que tabelou com Haris Vuckic e fez 1 a 1. Mas antes que o temor de novo tropeço do Stadionclub se instalasse, Sam Larsson recolocou os mandantes na frente aos 25'. No começo da etapa final, os Feyenoorders pressionaram o goleiro Joël Drommel, em chutes de Berghuis aos 49' e 50'. Mas Larsson foi o nome que impulsionou a goleada - começando com o terceiro gol, aos 55', em belíssima jogada, driblando na linha de fundo e chutando quase sem ângulo. Daí, Luis Sinisterra ganhou destaque, com o quarto gol, aos 67', completando rebote, e com a bola na trave aos 69'. E Larsson teve sorte em seu terceiro gol no jogo, aos 88', completando a goleada "sem querer": Drommel cobrou tiro de meta, a bola bateu no sueco e entrou. Nada como um placar elástico para diminuir a pressão que andava sobre De Kuip...


AZ 2x0 Heracles Almelo (domingo, 29 de setembro)

O AZ só tinha dois integrantes do seu promissor trio de ataque: com vistas ao jogo contra o Manchester United, pela Liga Europa, na próxima quinta, Calvin Stengs começou no banco. Mas logo teve de entrar: aos 28', o atacante substituiu o lesionado Albert Gudmundsson. E aí, Stengs, Myron Boadu e Oussama Idrissi tiveram no caminho o goleiro Janis Blaswich. O arqueiro do Heracles impediu tudo no 1º tempo: um chute de Gudmundsson aos 25', após escanteio, um arremate de Boadu aos 31', chute de Idrissi aos 34', até uma batida de Dani de Wit que desviou na trave, aos 43'. Só uma bola parada, no segundo tempo, enfim deu a vantagem que o time de Alkmaar fazia por merecer: aos 54', o lateral Jonas Svensson foi agarrado por Alexander Merkel, o juiz Pol van Boekel apitou o pênalti, e Teun Koopmeiners cobrou para o 1 a 0. Os Heraclieden visitantes ainda pressionaram em busca do empate - quase conseguido por Cyriel Dessers, aos 80' -, mas afinal Stengs tranquilizou os Alkmaarders, fazendo 2 a 0 aos 88', num chute colocado, mantendo o AZ em 3º lugar.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: a 7ª rodada da Eredivisie

Twente 2x3 Heracles Almelo (sexta-feira, 20 de setembro)

No "dérbi do Twenthe" (Twenthe é o nome da região da província de Overijssel, onde ficam as cidades de Almelo e Enschede), o Twente começou com tudo. Tinha expectativas de se manter invicto: afinal, já aos 7', Aitor Cantalapiedra saiu livre na cara do gol para fazer 1 a 0. De quebra, Javier Espinosa chegou a marcar o segundo gol, mas este foi anulado (mão na bola, vista pelo VAR). E aí, quando o Twente mantinha o controle em casa, o Heracles conseguiu o empate, meio inesperadamente: aos 41', um chutão do zagueiro Robin Pröpper virou lançamento, que Cyriel Dessers dominou para fazer 1 a 1. Aí, apareceu o destaque dos Heraclieden: Mauro Júnior. Nos acréscimos do 1º tempo, o brasileiro virou o jogo, num bonito voleio após dominar a bola. E já na reta final, aos 79', Mauro Júnior fez o terceiro dos visitantes de Almelo, de cabeça. Emil Berggreen ainda diminuiu para 3 a 2, mas era tarde para o Twente evitar sua primeira derrota no campeonato. E logo para o rival Heracles...



Sparta Rotterdam 4x0 RKC Waalwijk (sábado, 21 de setembro)

Entre dois times egressos da segunda divisão, o Sparta logo mostrou porque está na parte de cima da tabela (e o RKC, na de baixo): aos 15 minutos, Bryan Smeets recebeu a bola, vinda num passe em profundidade de Halil Dervisoglu, para fazer o primeiro gol em Roterdã. No fim da etapa inicial, aos 43', Ragnar Ache completou cruzamento de Abdou Harroui para fazer 2 a 0. O segundo tempo começou, e a superioridade dos Spartanen seguiu a mesma: já aos 48', foi a vez de Ache servir a bola para Dervisoglu, de peixinho, marcar o terceiro em Het Kasteel. E o amplo espaço que o time do bairro de Spangen tinha pelas laterais para cruzar resultaria em mais um gol: aos 60', Mohamed Rayhi foi o alvo final do cruzamento, para finalizar e fazer o 4 a 0 final. Nada como enfrentar o lanterna RKC para o Sparta "descontar" as duas goleadas sofridas em sequência...



Groningen 2x0 Zwolle (sábado, 21 de setembro)

Se o Zwolle procurava perspectivas para a sua terceira vitória seguida na temporada, desistiu ainda no primeiro tempo. O Groningen mandou no jogo, já começando perto do gol (com Ahmed El Messaoudi, num cabeceio aos 9', e Ajdin Hrustic, num chute aos 13'). Mas o arremate que levou ao 1 a 0 veio de outros pés: os de Ramon-Pascal Lundqvist, aos 19', em chute que ainda bateu na trave antes de entrar. Já no segundo tempo, tentando repetir o mesmo efeito irresistível visto na goleada contra o RKC Waalwijk, Reza Ghoochannejhad saiu do banco aos 55'. Mas aos 59', Hrustic mostrou que esta rodada não seria igual àquela que passou: em outro chute colocado, o meio-campista sueco fez 2 a 0 e definiu a vitória descomplicada dos Groningers.



Willem II 1x0 VVV-Venlo (sábado, 21 de setembro)

Desde o começo da partida em Tilburg, ficou claro que o Willem II estava mais próximo da vitória. Eram escanteios, era Ché Nunnely criando a primeira grande chance aos 19'... até que veio o pênalti, aos 22', com o zagueiro Christian Kum derrubando Marios Vrousai. Principal goleador do Willem II neste começo de temporada, Vangelis Pavlidis cobrou, o goleiro Thorsten Kirschbaum defendeu, mas o rebote ficou para Pavlidis marcar o 1 a 0. E os Tricolores seguiram em busca da ampliação da vantagem. No primeiro tempo, Vrousai quase marcou aos 29', ao passo que Kirschbaum fez boa defesa em chute de Mats Köhlert, aos 44'. Já na etapa complementar, Nunnely tentou aos 49', Pavlidis quase fez aos 53'... mas quase sempre Kirschbaum esteve no caminho, em mais uma boa atuação do goleiro do VVV. Pelo menos, para o Willem II, sua vitória esteve sempre tranquila no placar. Os visitantes de Venlo só tentaram um leve "abafa" nos minutos finais, sem sucesso.



Vitesse 4x2 Fortuna Sittard (sábado, 21 de setembro)

Cada time tinha um motivo que carregava de emoção o jogo em Arnhem: o Vitesse tinha a lembrança tradicional dos soldados que lutaram na Batalha de Arnhem, durante a II Guerra Mundial (75 anos neste setembro), e o Fortuna Sittard pranteava o falecido Fernando Ricksen, que lá começou e terminou a carreira. Mas só o Fortuna mostrou capacidades dentro de campo no 1º tempo: aos 25', num chute da entrada da área, Mark Diemers fez 1 a 0 para os visitantes (no Vitesse, Riechedly Bazoer escapou do cartão vermelho). O time da casa só reagiu na etapa final, aos 59': Oussama Tannane lançou a bola, e Tim Matavz a dominou na área para fazer 1 a 1. Porém, aos 62', o lateral Martin Angha pareceu encaminhar a surpresa do Fortuna, recolocando o time na frente. O Vites pressionou, até que Bryan Linssen catalisou a virada na reta final. Aos 81', Linssen empatou, de cabeça, após escanteio - e de cabeça ele virou para 3 a 2, aos 83', após Julian Lelieveld cruzar. Só para assegurar a árdua vitória na boa campanha, Matus Bero ainda marcou o quarto gol, aos 90' + 1.



Heerenveen 1x1 Utrecht (domingo, 22 de setembro)

Foi um jogo aberto no Abe Lenstra. Mais por causa do Utrecht do que pelo Heerenveen: os visitantes começaram a partida pressionando, até conseguirem o gol, aos 18', quando Leon Guwara lançou e deixou Gyrano Kerk livre para abrir o placar. Só em desvantagem é que os mandantes partiram em busca do gol. E nem demoraram muito para empatar, aos 30': após falta de Hicham Faik que bateu na barreira, a sobra ficou para Mitchell van Bergen, que cruzou para Chidera Ejuke fazer 1 a 1. Desde então, seguiu-se a troca de chances entre um lado e outro. Que pareceu ter o ponto final aos 75': Rico Strieder derrubou Jens Odgaard, e o pênalti foi marcado. Mas o goleiro Maarten Paes virou o herói do dia, defendendo o chute do próprio Odgaard. O Utrecht ainda buscou vencer, com chances de Bart Ramselaar e Justin Hoogma nos minutos finais. Mas o 1 a 1 ficou no placar.



Emmen 3x3 Feyenoord (domingo, 22 de setembro)

O Emmen começou frágil na defesa, e o Feyenoord aproveitou. Logo aos 3', após lançamento de Renato Tapia, o goleiro Dennis Telgenkamp rebateu, mas Orkun Kokcü chutou forte na sobra: 1 a 0. Aos 12', Steven Berghuis cruzou para Luciano Narsingh marcar o segundo do Stadionclub. Que estava tranquilo. Tão tranquilo que a defesa começou a deixar espaços. O Emmen cresceu, e puniu isso. Aos 21', Michael de Leeuw ajeitou, Robbert de Vos dominou na entrada da área e diminuiu, num chute colocado. Já aos 32', o arremate de Sergio Peña foi mais forte e mais distante, mas o fim foi o mesmo: gol. A defesa do Feyenoord teve mudanças após o intervalo, com o estreante argentino Marcos Senesi. Pois foi justamente Senesi quem falhou na virada do time da casa, aos 58', deixando Luciano Slagveer passar e fazer 3 a 2. O entusiasmado anfitrião teve um revés (aos 76', Michael Heylen foi expulso), mas se esforçava para evitar que o Feyenoord empatasse. Foi possível até o minuto final dos acréscimos: aos 90' + 6, Jens Toornstra chutou forte para o 3 a 3. Resultado com sabor de derrota para os dois times. Para o Emmen, decepção; para o Feyenoord, escapar do vexame.



ADO Den Haag 0x1 AZ (domingo, 22 de setembro)

O jogo em Haia colocava frente a frente um mandante - claro, o Den Haag - e um "mandante" (lá o AZ tem jogado "em casa" enquanto a cobertura do AFAS Stadion não fica pronta após desabar). E ninguém se impôs no comando da partida, ao longo dos primeiros 45 minutos: os únicos momentos de perigo no 1º tempo foram de John Goossens (para o ADO, aos 15') e de Oussama Idrissi (para o AZ, aos 42'). No segundo tempo, aos poucos o AZ foi crescendo no ataque. Quase teve sorte aos 65': Idrissi cruzou, o zagueiro Shaquille Pinas tentou afastar e quase cometeu gol contra, só evitado pela defesa rápida do goleiro Luuk Koopmans. Depois, um chute de Albert Gudmundsson, para fora, aos 69'. Até que, aos 75', um pênalti selou a sorte do jogo: Bilal Ould-Chikh derubou alguém na área pela segunda partida seguida (agora, Gudmundsson), e Teun Koopmeiners converteu o segundo pênalti seguido no campeonato. 1 a 0: o "mandante" de Alkmaar se impôs contra o real anfitrião em Haia.



PSV 1x1 Ajax (domingo, 22 de setembro)

No primeiro clássico da temporada, ficaram claras as diferenças entre os dois times. No grande equilíbrio do primeiro tempo, o PSV preferia os rápidos avanços em contra-ataque - dos quais os mais perigosos foram com Mohamed Ihattaren, aos 5', e Donyell Malen, aos 21'. Já o Ajax tinha mais a bola, mas não tinha espaço. Restava chutar - como fizeram Lisandro Martínez, aos 19', e Nicolás Tagliafico, aos 28'. Mas apareceram espaços para os Ajacieden, que quase saíram na frente duas vezes: aos 37', quando Quincy Promes completou cruzamento para fora, e aos 45' + 1, quando Dusan Tadic errou o chute após bela jogada. Na etapa final, seguia o equilíbrio: Joël Veltman cabeceou e Jeroen Zoet pegou aos 50', Ihattaren cobrou falta que Onana espalmou aos 58'. Até que aos 63', num rápido ataque, Tadic ajeitou para Promes chutar fraco, mas acertar, no 1 a 0 do Ajax. Só aí o time de Eindhoven foi mais ofensivo. Primeiro, Ihattaren driblou três, cruzou, mas Bruma errou o voleio aos 66'. Aí, aos 76', para fortalecer o ataque, Cody Gakpo entrou. Em sua primeira jogada, Gakpo deu o passe, para Malen fazer 1 a 1 - seu sétimo gol na Eredivisie. E seguiu o empate - em gols e pontos.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Promessa de vida

Promes cabeceia para abrir o placar: concentrado na defesa e eficiente no ataque, Ajax estreou na Liga dos Campeões com vitória promissora (Pim Ras)

Qual Ajax viria para a estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões, contra o Lille? Um Ajax ainda hesitante, com falhas a corrigir, como está no começo de Campeonato Holandês? Ou o time empolgante, que eletrizava a torcida, como se viu na inesquecível campanha na Champions League passada? Pois bem: para a torcida presente à Johan Cruyff Arena, a impressão foi positiva. Claro que os Ajacieden ainda precisam de aprimoramento, mas o 3 a 0 sobre o Lille foi uma prova de que a equipe de Erik ten Hag virá firme no grupo H da principal competição de clubes da Europa.

À primeira vista, a defesa passou impressão temerária - basta dizer que o lance de Joël Veltman puxando Victor Osimhen na área, já aos dois minutos, bem merecia um olhar mais acurado do juiz sérvio Srdjan Jovanovic. Entretanto, foi só o susto. A defesa se mostrava concentrada, para evitar que ficassem grandes espaços a serem aproveitados para os contra-ataques do Lille - Renato Sanches, Jonathan Bamba e Osimhen estavam a postos para eles. O meio-campo foi controlando mais a bola, com Lisandro Martínez e Hakim Ziyech já começando a mostrar as grandes atuações que teriam nesta terça. Em menor escala, ajudavam David Neres, Dusan Tadic e Quincy Promes. De quebra, nas laterais, tanto Sergiño Dest quanto Nicolás Tagliafico eram os dínamos ofensivos de sempre.

Assim, vieram as chances. Aos 11', no chute cruzado de David Neres para fora. Aos 14', na primorosa jogada de Ziyech: tirando dois jogadores com um toque sutil, antes de chutar no travessão do gol defendido por Mike Maignan. Era preciso aproveitar uma chance: e se aproveitou aos 17', quando Tagliafico recebeu de Neres, cruzou, e Promes subiu para fazer 1 a 0. Claro, nem de longe estava resolvido - e o Lille lembrou isso no resto do primeiro tempo. Bamba e Renato Sanches se mexiam pelos lados, Nanitamo Ikoné e Osimhen se mexiam na frente, os espaços apareciam para os cruzamentos, e o goleiro André Onana tinha de trabalhar. Principalmente aos 44', quando Bamba mandou a bola para o meio da área, Ikoné completou de primeira e o arqueiro camaronês evitou o empate, com os pés. Era o sinal: o Ajax precisava melhorar se não quisesse uma surpresa ruim. O jogo ainda estava lá e cá.

Álvarez, Promes e Tagliafico: dois da foto ajudaram na defesa, outro ajudou no ataque, e o Ajax embalou na etapa final (Matty van Wijnbergen)

Sinal atendido. Porque os Ajacieden voltaram com todo o gás no segundo tempo. Sim, evocaram aquele time imparável da temporada passada: trocas de passes, mudanças de posições, chances e mais chances. O segundo gol poderia ter vindo aos 48', em outra jogada classuda de Ziyech, colocando a bola entre as pernas do lateral esquerdo Domagoj Bradaric antes do chute espalmado por Maignan. Veio aos 50', após 18 trocas de passe, coroadas com a finalização cruzada de Edson Álvarez. O mexicano ajudara mais na defesa, se esforçando nos recuos e nas jogadas aéreas, mas era premiado com um gol, para mostrar o erro das críticas de alguns jornalistas - e ex-jogadores, como Ronald de Boer - sobre sua contratação.

Entretanto, sabe-se que a delícia do Ajax é também a sua dor: o time gosta de atacar, e isso significa abrir espaço para contragolpes. O Lille teve a grande chance de seu gol num deles, aos 55', mas Bamba errou o chute, com duas opções de passe. Outra oportunidade para os Dogues veio aos 58', mas Osimhen - o mais perigoso da equipe francesa - cabeceou em cima de Onana. Erros assim aumentaram a confiança do Ajax. Era Ziyech ousando, era Dest (que revelação!) girando para cima dos marcadores, era Martínez (cada vez mais, uma contratação na mosca) também nas "roletas".

Só faltava o gol. Que veio em outro cabeceio de Tagliafico - terceiro gol de cabeça do argentino na temporada, aos 62'. Este, sim, o gol decisivo, que deixou o Ajax comandando a partida ao seu bel-prazer. O Lille continuou buscando o gol, sim - e quase o conseguiu no fim, aos 89', quando Yusuf Yazici acertou a trave de Onana. Mas a impressão positiva para a torcida já era indelével.

Não, o Ajax ainda não pensa em classificação para as oitavas de final da Liga dos Campeões. Nem é a intenção do diretor geral, Edwin van der Sar: o ex-goleiro faz questão de dizer que o importante é ficar num torneio europeu, sejam as oitavas da Champions ou a segunda fase da Liga Europa, alcançável com a terceira colocação. Mas sem dúvida, o 3 a 0 faz o Ajax impor respeito. É promessa - quem sabe uma "PromeSsa" - de vida no coração da torcida na Johan Cruyff Arena.

Liga dos Campeões -  fase de grupos

Ajax 3x0 Lille

Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Data: 17 de setembro de 2019
Árbitro: Srdjan Jovanovic (Sérvia)
Gols: Quincy Promes, aos 18', Edson Álvarez, aos 50', e Nicolás Tagliafico, aos 62'

Ajax
André Onana; Sergiño Dest, Joël Veltman, Daley Blind e Nicolás Tagliafico; Edson Álvarez e Lisandro Martínez (Jurgen Ekkelenkamp); David Neres (Klaas-Jan Huntelaar), Quincy Promes e Hakim Ziyech (Noa Lang); Dusan Tadic. Técnico: Erik ten Hag

Lille

Mike Maignan; Zeki Çelik, José Fonte, Gabriel e Domagoj Bradaric; Benjamin André e Boubakary Soumaré (Miguel "Xeka"); Jonathan Bamba, Nanitamo Ikoné (Yusuf Yazici) e Renato Sanches (Luiz Araújo); Victor Osimhen. Técnico: Christophe Galtier

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: a 6ª rodada da Eredivisie

Ajax 4x1 Heerenveen (sábado, 14 de setembro)

O Ajax começou mais ofensivo contra o Heerenveen. E abriu o placar com uma "jogada ensaiada na sorte": aos 14', Klaas-Jan Huntelaar cobrou falta, a bola desviou nas costas de Tadic e balançou as redes, no ângulo esquerdo. Parecia o começo de mais um jogo tranquilo. Mas o Ajax mostrou fragilidade na defesa (principalmente nas laterais), e o Heerenveen assustou. Aos 22', os visitantes da Frísia empataram: Mitchell van Bergen veio livre pela direita, e cruzou para Jens Odgaard fazer 1 a 1. Aos 32', inclusive, Odgaard chegou a virar o jogo, e o gol só não foi validado porque o VAR apareceu, apontando falta (indiscutível) de Lucas Woudenberg em Joël Veltman, no começo da jogada. O Ajax precisava melhorar, se não quisesse péssima surpresa. Teve a sorte de fazer 2 a 1 ainda nos acréscimos do 1º tempo, quando Nicolás Tagliafico cabeceou com força após escanteio. E no começo da etapa final, os Ajacieden se aprumaram para a goleada. Aos 52', Perr Schuurs fez 4 a 1, completando escanteio; e aos 58', Tagliafico marcou o quinto, num belo voleio após cruzamento de Hakim Ziyech. Uma goleada ligeiramente exagerada, mas uma goleada. Que fez do Ajax líder.



AZ 5x1 Sparta Rotterdam (sábado, 14 de setembro)

O Sparta até assustou no começo: afinal, abriu o placar aos dois minutos, numa trapalhada da defesa do AZ - Jonas Svensson quis recuar a bola de cabeça, para o goleiro Marco Bizot, mas "ajeitou" para Abdou Harroui chutar de longe e surpreender Bizot. Mas logo aos 4', o time de Alkmaar (mandando seus jogos em Haia) recolocou as coisas no lugar: em escanteio, Ron Vlaar ajeitou e Oussama Idrissi chutou para o 1 a 1. E o trio de ataque imparável encaminhou a goleada ainda na etapa inicial. Aos 16', Calvin Stengs lançou Myron Boadu, que virou o jogo para 2 a 1. Jogada semelhante se viu no terceiro gol, aos 33': Stengs cruzou, Boadu cabeceou, rede. Ainda antes do intervalo, no minuto final do 1º tempo, foi a vez de Boadu cruzar rasteiro, e Idrissi completar para fazer seu segundo gol no jogo, confirmando o 4 a 1. Os visitantes de Roterdã já estavam batidos, mas como gol nunca é demais, o AZ confirmou o 5 a 1 num pênalti, aos 81', convertido por Teun Koopmeiners.



VVV-Venlo 2x1 Groningen (sábado, 14 de setembro)

Mesmo fora de casa, o Groningen começou a partida buscando o gol - e quase conseguindo, aos 9', com Ahmed El Messaoudi. Mas no primeiro contra-ataque do VVV-Venlo, veio o 1 a 0, aos 12': Peter van Ooijen lançou em profundidade, e John Yeboah chutou para marcar. Daí, os Groningers continuaram tentando, com Ajdin Hrustic como protagonista. O atacante quase fez aos 36' (sozinho na área, concluiu por cima), e aos 44', antes do intervalo, enfim Hrustic fez 1 a 1, num belo chute de fora. Na etapa final, os visitantes seguiram atrás da virada. À medida que o fim se aproximava, Hrustic tinha mais e mais chances. Aos 77', chutou para a defesa de Thorsten Kirschbaum; aos 81', cobrou falta na trave. E o VVV puniu as chances perdidas, com eficiência: aos 84', Evert Linthorst completou escanteio para o 2 a 1. Uma vitória que exemplificou o "quem não faz, toma" à perfeição.



PSV 5x0 Vitesse (sábado, 14 de setembro)

O Vitesse já tinha a estratégia: tentar surpreender o PSV num contra-ataque. Quase conseguiu logo aos três minutos, quando Jay-Roy Grot tentou um chute interceptado pela zaga - na sobra, Riechedly Bazoer ainda mandou por cima. Todavia, um erro do Vites, aos 18', abriu caminho para o nome do jogo e da rodada: Donyell Malen. Após Armando Obispo errar a saída de bola, Bruma dominou e tocou para Malen fazer 1 a 0. Aos 36', Ihattaren cobrou escanteio, e o camisa 9 subiu para cabecear e fazer 2 a 0. Tão logo o segundo tempo começou, só para evitar qualquer ousadia dos visitantes de Arnhem, Malen marcou o terceiro com dezesseis segundos de bola rolando, aproveitando sobra após chute de Mohamed Ihattaren, rebatido pelo goleiro Remko Pasveer. No final, a apoteose de Malen. Aos 83', Cody Gakpo foi derrubado por Julian Lelieveld na área, e o atacante cobrou o pênalti: 4 a 0. Mais quatro minutos, mais um pênalti (bola na mão de Bazoer), o VAR confirmou, e Malen acertou para fazer seu quinto gol num só jogo, feito que ninguém conseguia na Eredivisie pelo PSV desde 1964. Goleada para acirrar ainda mais a expectativa rumo ao clássico contra o Ajax, também líder.



Utrecht 3x1 Emmen (sábado, 14 de setembro)

Vindo de duas derrotas e um começo inconstante de temporada, o Utrecht precisava melhorar. E tinha dificuldades contra o Emmen, que até mandou uma bola na trave (aos 27', com Michael de Leeuw). Porém, se os Utregs têm dificuldades, quem eles chamam? Adrián Dalmau: aos 37', o atacante espanhol completou escanteio para fazer 1 a 0, marcando gol pela terceira rodada seguida. Já no começo do segundo tempo, outro escanteio rendeu o segundo dos mandantes: Gyrano Kerk fez o gol, aos 54'. Porém, a tensão voltaria aos 58', com o gol do Emmen - Nikolai Laursen lançou De Leeuw, e desta vez ele acertou. Só nos acréscimos o Utrecht teve certeza de que a vitória não escaparia, com Jean-Christophe Bahebeck fazendo o terceiro aos 90' + 4.



Zwolle 6x2 RKC Waalwijk (domingo, 15 de setembro)

É possível dividir em duas partes o jogo que deu a primeira vitória do Zwolle em casa na temporada. Na primeira, o RKC Waalwijk parecia mais destinado à vitória: Iliass Bel Hassani até abrira o placar para os Zwollenaren aos 26', mas o zagueiro Melle Meulensteen empatou para o RKC logo aos 28' (num bonito chute de fora da área), e Clint Leemans virou para 2 a 1 aos 35', quando seu cruzamento tomou o caminho das redes. Já com o segundo tempo em andamento e o Zwolle buscando a vitória, veio a campo o atacante Reza Ghoochannejhad, aos 55', substituindo Dennis Johnsen. Aí, começou a segunda parte do jogo. Porque aos 60', Reza empatou em 2 a 2, de cabeça. Na reta final, aos 81', o atacante iraniano (recém-chegado ao Zwolle) virou para 3 a 2, também de cabeça. Mais dois minutos, mais um gol de Reza: 4 a 2. E aos 88', "Gucci" completou: quarto gol dele, 5 a 2 - nunca um reserva saíra do banco para fazer quatro gols na história do Campeonato Holandês! Só para completar a inesperada goleada, ainda houve tempo de Gustavo Hamer marcar o sexto do Zwolle, nos acréscimos.



Heracles Almelo 4x1 Willem II (domingo, 15 de setembro)

Um pouco mais aliviado após a primeira vitória no campeonato - há duas semanas, contra o Groningen, fora de casa -, o Heracles se mostrou mais ofensivo, fazendo o primeiro gol logo aos 17 minutos, com Cyriel Dessers. E os mandantes estavam melhores em Almelo, até serem surpreendidos pelo empate: aos 33', Mike Trésor Ndayishimiye cruzou para Vangelis Pavlidis conferir o 1 a 1 do Willem II. Porém, os Heraclieden continuaram calmos. Tiveram o prêmio aos 42': Mauro Júnior cobrou falta, e Dessers se livrou da marcação para desviar e fazer 2 a 1. Na etapa final, veio a consolidação da goleada. Aos 55', Silvester van der Water recebeu a bola ajeitada por Alexander Merkel e chutou forte para o 3 a 1. Finalmente, aos 63', após cruzamento afastado parcialmente por Jordens Peters, Mauro Júnior arrematou para dar números finais à segunda vitória seguida dos Almelöers.



Feyenoord 3x2 ADO Den Haag (domingo, 15 de setembro)

O começo em De Kuip foi o melhor possível para o Feyenoord. Já aos cinco minutos, Bilal Ould-Chikh agarrou o lateral Ridgeciano Haps na área, e o juiz Serdar Gözübüyük marcou o pênalti, que Rick Karsdorp converteu para o 1 a 0, aos 7'. Com velocidade nas laterais, o Stadionclub pressionava a defesa do ADO Den Haag, que falhava. Foi assim no segundo gol, aos 21': o goleiro Mike Havekotte se complicou no chutão para devolver a bola, Luciano Narsingh dominou, entrou na área, tabelou com Luis Sinisterra e tocou na saída de Havekotte. Aos 33', mais um pênalti (até ingênuo): Sinisterra cruzou, Aaron Meijers interceptou com a mão, e Leroy Fer bateu forte para fazer 3 a 0. O jogo parecia decidido, e o time da casa se tranquilizou. Até demais. Porque o Den Haag cresceu, e teve sorte aos 77': Meijers cruzou da esquerda, e o zagueiro Edgar Miguel Ié cometeu gol contra. Aos 83', o temor do Feyenoord cresceu mais: cobrança de falta, e Renato Tapia desviou para o próprio patrimônio - mais um gol contra, 3 a 2. Pelo menos, parou nisso. O Feyenoord conseguiu sua segunda vitória na temporada, mas teve a lição dos problemas que a perda de concentração pode causar. 



Fortuna Sittard 2x3 Twente (domingo, 15 de setembro)

O Twente chegou para o jogo em Sittard buscando prosseguir com o bom início de temporada. Logo teve sinais de que conseguiria aos 16', com o 1 a 0: Aitor Cantalapiedra lançou em profundidade, e Keito Nakamura concluiu. Aos 24', já veio o segundo gol dos Tukkers: Javier Espinosa recebeu, driblou o zagueiro e chutou para as redes. Aí, houve um duro golpe, é verdade: a expulsão de Nakamura, ainda antes do intervalo, por carrinho em Felix Passlack (revisto pelo VAR). O Fortuna Sittard voltou do intervalo pressionando, mas parou nas boas defesas do goleiro Joël Drommel. E num raro contra-ataque, o Twente foi eficiente: aos 66', após rebote de chute, o albanês Giorgi Aburjania fez 3 a 0. Houve mais alguns sustos: aos 78', Haris Vuckic cometeu gol contra (desviou cruzamento), e Amadou Ciss diminuiu para 3 a 2 já aos 90' + 5. Mas, de fato, o Twente segue otimista: invicto em seis rodadas, terceiro colocado no campeonato. Nada mal.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Um respiro nas críticas

Hoje não é dia de críticas: Babel aproveitou as chances e concretizou a fácil goleada da Holanda (Getty Images)

Mesmo com a boa fase que a seleção masculina da Holanda vive desde 2018, mesmo com os bons resultados neste 2019, um nome continua sendo contestado na escalação: Ryan Babel. Contestação compreensível: Babel às vezes é desengonçado, perde chances valiosas de gol. O técnico Ronald Koeman até justificou as constantes convocações, neste domingo: "É o nome mais experiente dessa seleção. Coincidentemente, eu dei a primeira chance a ele, no Ajax, quando tinha 17 anos. É um cara com quem você sempre pode contar. Pelo seu espírito de luta, por suas ações... é lógico que sempre convocarei um jogador como ele".

Pois é: ninguém sabia, mas Babel seria o nome da vitória fácil sobre a Estônia, que mantém a Laranja em boas condições nas eliminatórias da Euro 2020, dentro da (equilibrada) disputa por vagas no grupo 3 da qualificação. Claro que o triunfo em Tallinn, fora de casa, era bem previsível. Até por isso, para manter o elenco "fisicamente fresco", Koeman preferiu mudar três nomes contra os estonianos: Joël Veltman voltava a ser titular na lateral direita após dois anos, Davy Pröpper jogava no meio, e Donyell Malen recebia chance no ataque.

E estava (quase) fácil: a Oranje tinha quase 80% da posse de bola. Já tentava o gol desde os três minutos no estádio Lilleküla, quando Virgil van Dijk chutou de longe, e a bola passou à esquerda do goleiro Sergei Lepmets, perto da rede. Veltman também tentou aos 9', aproveitando um rebote de Lepmets e mandando a bola por cima do gol. Só que havia uma pequena possibilidade da Estônia atacar - pelas pontas, nas quais Veltman e Daley Blind davam espaço às suas costas. Karel Mets tentou algo aos 15', num cruzamento que ninguém finalizou. Claro, o risco oferecido pelos mandantes era pouco. Mas... e se aproveitassem? Era preciso ter eficiência, quando a defesa da seleção da casa desse o menor espaço.

E Babel teve a eficiência: logo após a chance de Mets, o veterano de 32 anos fez 1 a 0 aos 17', completando cruzamento de Blind. A rigor, estava resolvido o jogo. Porque nunca mais a Estônia trouxe riscos ao gol de Jasper Cillessen. Ao contrário: mesmo com a defesa insistindo em ficar fechada, a Holanda teve mais rapidez na troca de passes, e achou mais espaços para jogadas - como aos 29', quando Georginio Wijnaldum cabeceou para Lepmets espalmar. Se não havia espaços, vinham os chutes de fora, colocando o goleiro da Estônia à prova - com Babel, aos 39', e Memphis Depay, aos 44'.

Voltando ao meio-campo, se mexendo, chutando a gol, marcando mais um: Memphis Depay se consolida como o destaque do ataque da Holanda (BSR Agency) 

Ficou mais fácil ainda aos 48'. Novamente, com Babel, móvel na alternância de posições, no lugar certo, na hora certa: Depay cruzou, e ele completou de cabeça para as redes, no 2 a 0. E o jogo seguiu nesse ritmo: chances e chances da Holanda (como um cabeceio de Van Dijk para fora, aos 56', e mais chutes espalmados/rebatidos por Lepmets), até os gols aparecerem. Vieram com Memphis, aos 76', completando com um chute colocado após belo lançamento de Matthijs de Ligt, e Wijnaldum, aos 87', cabeceando após falta cobrada por Depay.

Mas estava claro: o nome do jogo era Ryan Guno Babel. Um nome que teve carreira acidentada. Que ficou seis anos (2011 a 2017) sem sequer ser convocado. Que voltou nas últimas rodadas da fracassada campanha nas eliminatórias da Copa de 2018. Que aproveitou as atuações deficientes de outros atacantes convocados por Koeman (Bas Dost, Vincent Janssen). Que ganhou a confiança do técnico como outros nomes ainda não fizeram (Luuk de Jong, Wout Weghorst - este, merecendo mais chances). E que se vale de atuações como a desta segunda para dar um respiro nas críticas, e continuar titular da seleção da Holanda. Até a próxima má atuação...

Eliminatórias da Euro 2020
Estônia 0x4 Holanda
Local: Lilleküla (Tallinn)
Data: 9 de setembro de 2019
Árbitro: Serhiy Boyko (Ucrânia)
Gols: Ryan Babel, aos 17' e aos 48', Memphis Depay, aos 76', e Georginio Wijnaldum, aos 87'

Estônia
Sergei Lepmets; Taijo Teniste, Joonas Tamm, Ragnar Klavan e Ken Kallaste; Mattias Käit, Karel Mets e Mihkel Ainsalu (Artjom Dmitrijev); Sergei Zenjov (Frank Liivak), Erik Sorga e Henrik Ojamaa (Rauno Sappinen). Técnico: Karel Voolaid

Holanda
Jasper Cillessen; Joël Veltman, Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Daley Blind; Davy Pröpper, Georginio Wijnaldum e Frenkie de Jong (Luuk de Jong); Donyell Malen (Steven Berghuis), Memphis Depay e Ryan Babel (Kevin Strootman). Técnico: Ronald Koeman

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Mais uma prova de força

Deixar a Alemanha no chão, na casa dela: quantas vezes a Holanda pôde fazer isso? Pois esta geração fez (Getty Images)
Enfrentar a seleção da Alemanha, ainda mais em jogos importantes, sempre dá sensações mistas à Holanda. Por um lado, a vontade de ganhar do maior (e mais detestado) rival é gigantesca, e a vitória, quase um atestado de que a Laranja está em boa fase. Por outro, a impressão incômoda é de que os alemães quase sempre estão mais fortes, estão em mais condições de vencer. Mas este não é o caso atual. Sim, a geração atual da seleção holandesa é forte. Tão forte quanto a da Mannschaft alemã. E provou isso, com mudanças que propiciaram um segundo tempo valente da Oranje em Hamburgo, alcançando a virada para 4 a 2 - primeira vitória da Holanda em território alemão, desde 2002 - e mostrando que ela virá muito forte para a reta final das eliminatórias da Euro 2020.

Tais alterações foram necessárias, diante do que se viu no primeiro tempo. Não que a Holanda tenha ido muito mal - até criou a primeira chance, aos 8', num chute de Memphis Depay que Manuel Neuer defendeu em dois tempos. Entretanto, logo depois desta oportunidade de Memphis, notou-se o de sempre: quando a Alemanha teve sua chance, foi eficiente. Aos 9', um belo lançamento de Joshua Kimmich deixou Lukas Klostermann na cara do gol, ele chutou, o goleiro Jasper Cillessen rebateu, mas Serge Gnabry mandou para o 1 a 0. Era uma vantagem valiosa para o time da casa no Volksparkstadion. Porque a Holanda, mesmo tendo a posse de bola, estava sem espaço para os ataques: a bola passava de Matthijs de Ligt para Virgil van Dijk para Frenkie de Jong... e nada de espaço. Que dirá passes para Quincy Promes, ou Memphis Depay, ou Ryan Babel.

Basta dizer que a única chance de gol para o lado laranja veio só aos 24', num cabeceio de De Ligt para fora, após escanteio de Daley Blind. A Alemanha nem brilhava tanto, mas era segura na defesa. E aproveitava os erros - como aos 26 minutos, quando Gnabry tentou surpreender o adiantado Cillessen num chute (o goleiro voltou e pegou). Aproveitava também os largos espaços nas laterais, atrás de Denzel Dumfries e Blind. Foi assim que, aos 42', Toni Kroos aproveitou a sobra após uma primeira tentativa, lançou para a área e deixou Timo Werner livre na área. O segundo gol só foi perdido porque Cillessen fez tremenda defesa.

O gol de Gnabry foi o sinal do mau primeiro tempo da Laranja (European Press Agency)
Pelo modo como o segundo tempo começou, a Alemanha parecia mais perto de ampliar a vantagem. Já aos 50', Marco Reus ficou livre para chutar em diagonal, e De Ligt deu alguma sorte: na pequena área, desviou a bola, e ela subiu acima da trave. Sempre útil nos avanços, Nico Schulz também dava algum trabalho. Porém, aos poucos, a Holanda tentava ser mais eficiente com a bola nos pés. Quase conseguiu aos 56', quando Dumfries cruzou, Depay ajeitou e Georginio Wijnaldum finalizou para ótima defesa de Neuer. Todavia, as mudanças decisivas só viriam dali a dois minutos: aos 58', entravam Davy Pröpper e o estreante Donyell Malen.

Foi a mudança mais válida possível. Com Marten de Roon já tendo um cartão amarelo, Pröpper poderia proteger melhor o trio de defesa (De Ligt, Van Dijk e Blind), liberando Frenkie de Jong e Wijnaldum, que haviam aparecido pouco. Bingo: aos 59', De Jong teve espaço livre para avançar, aproveitar que a defesa da Alemanha fora enganada pelo quique da bola, após cruzamento de Babel, chegar à área e fazer 1 a 1, em seu primeiro gol pela seleção. Com um meio-campo mais protegido (até pelo auxílio do recuado Quincy Promes) e um ataque mais veloz (Babel aparecia mais, enquanto a dupla Depay-Malen chamava a bola nos pés), a Holanda enfim encurralou a Alemanha. E o 2 a 1, aos 66', veio por sorte - Jonathan Tah desviou e cometeu gol contra, após grande defesa de Neuer em cabeceio de Van Dijk. Mas foi muito merecido.

Malen aplaude - e também merece aplausos, por uma entrada cheia de velocidade no ataque (BSR Agency)

Tão merecido quanto injusto foi o pênalti marcado por Artur Soares Dias, possibilitando o empate da Alemanha aos 73'. É certo que De Ligt teve alguma desatenção - olhou para todos os lados, menos para a bola caindo em sua mão. No entanto, foi daqueles claros toques de bola na mão, sem intenção. Azar holandês, porque Toni Kroos cobrou, mandando Cillessen para um lado e a bola para o outro. Além do mais, se a Holanda mostrara destemor e mobilidade suficiente para fazer dois gols na Alemanha, teria isso para fazer 3 a 2, aos 79', numa bela jogada: de Depay para Blind, de Blind para Wijnaldum, de Wijnaldum para Malen coroar sua ótima atuação com um gol logo em sua estreia na Oranje adulta. Logo depois, Ronald Koeman fez mais uma mudança útil: aumentou a força na defesa, com Nathan Aké indo para a lateral esquerda e possibilitando a ida de Blind para a zaga. Bastou um contra-ataque veloz, nos acréscimos, e o gol de Wijnaldum, para coroar uma etapa final primorosa.

Foi apenas um jogo, é verdade. De nada adiantará a virada se a Holanda decepcionar em Tallinn, na próxima segunda, contra a Estônia. Entretanto, não poderia haver melhor prova de que a Holanda estará firme nas eliminatórias da Euro do que impor quatro gols ao maior arquirrival, em sua própria casa. Mais uma prova da força que esta promissora geração tem.

Eliminatórias da Euro 2020
Alemanha 2x4 Holanda
Local: Volksparkstadion (Hamburgo)
Data: 6 de setembro de 2019
Árbitro: Artur Soares Dias (Portugal) 
Gols: Serge Gnabry, aos 9'; Frenkie de Jong, aos 59', Jonathan Tah (contra), aos 66', Toni Kroos, aos 73', Donyell Malen, aos 79', e Georginio Wijnaldum, aos 90' + 1

Alemanha
Manuel Neuer; Matthias Ginter (Julian Brandt), Niklas Süle e Jonathan Tah; Lukas Klostermann, Joshua Kimmich, Toni Kroos e Nico Schulz; Serge Gnabry, Marco Reus (Ilkay Gündogan) e Timo Werner (Kai Havertz). Técnico: Joachim Löw

Holanda
Jasper Cillessen; Denzel Dumfries (Davy Pröpper), Matthijs de Ligt, Virgil van Dijk e Daley Blind; Georginio Wijnaldum, Marten de Roon (Donyell Malen) e Frenkie de Jong; Quincy Promes, Memphis Depay e Ryan Babel (Nathan Aké). Técnico: Ronald Koeman

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Sem relaxo e sem alarme

Mais um clássico contra a Alemanha, nas eliminatórias da Euro. Ainda assim, a Holanda mantém a calma. Pelo menos, por enquanto (onsoranje.nl)

A campanha na Liga das Nações foi muito melhor do que se esperava. De uma seleção desacreditada, perigosamente próxima de viver de passado para muitos (até para mim, um pouco), a Holanda mostrou uma geração, enfim, promissora. Um técnico que soube trabalhar com essa geração. E enfim, vieram os resultados. No entanto, mesmo com o vice na Nations League, ainda é impossível dizer que a Laranja voltou totalmente. Só a vaga na Euro 2020 dará a certeza de que a vida continua. E o caminho rumo a ela recomeça nesta sexta, pelas eliminatórias da Euro, com mais um clássico contra a Alemanha, em Hamburgo, continuando na segunda, dia 9, contra a Estônia, em Tallinn.

E é preciso voltar bem: em junho passado, enquanto a Oranje disputava as fases decisivas da Liga das Nações, Alemanha e Irlanda do Norte disparavam no grupo C da qualificação para a Euro (norte-irlandeses com 12 pontos, alemães com 9, enquanto a Holanda ficava nos três). Ainda assim, está claro para todo mundo que a seleção laranja tem totais condições de alcançar diretamente a Euro nos cinco jogos que lhe faltam. Em primeiro lugar, porque tem qualidades técnicas. Em segundo lugar, porque ainda fará os dois jogos contra a Irlanda do Norte, em casa (Roterdã) e fora (Belfast). Em terceiro lugar, porque vencer a Alemanha mostrará mais uma reação, após a derrota por 3 a 2 no equilibrado jogo de março, na Johan Cruyff Arena. E em quarto lugar: mesmo se tudo der errado, ainda há a repescagem, na qual a equipe já está garantida, pela vitória em seu grupo na Liga das Nações.

O técnico Ronald Koeman sabe disso. E foi bem tranquilo nas duas entrevistas coletivas que concedeu nesta semana. Na segunda, ainda no centro de treinamentos da federação, em Zeist, Koeman minimizou: "O jogo contra a Alemanha não é crucial. Precisamos vencer os outros jogos, e ficar acima da Irlanda do Norte na tabela". E nesta quinta, já em Hamburgo, antes dos treinos de reconhecimento do gramado, o treinador da Holanda também descartou grandes mudanças: "De junho até agora, tive muito tempo para pensar. E mudarei pouca coisa, em comparação com os últimos jogos".

Já na convocação, ficou claro que o cenário holandês segue tranquilo. As únicas mudanças dignas de nota foram a primeira chamada do ascendente atacante Donyell Malen, do PSV ("Ele mereceu, tem jogado bem em todas as partidas", justificou Koeman) e o retorno de Joël Veltman, do Ajax, aos relacionados para a lateral direita ("Tete tem jogado pouco, e acho Hateboer um lateral mais ofensivo do que Veltman é e pode ser", sinalizou Koeman na coletiva de segunda). De resto, os nomes com que já há costume: a badalada dupla de zaga Matthijs de Ligt-Virgil van Dijk, Frenkie de Jong, Memphis Depay... única ausência entre os titulares foi Steven Bergwijn, cortado após lesão - e substituído por Justin Kluivert, "promovido" da seleção sub-21, chamado à equipe adulta após mais de um ano.

De Ligt falhou na estreia oficial pela Juventus. Mas já é coisa do passado: seguirá absoluto na zaga da Laranja (BSR Agency)

E houve poucos questionamentos entre os jogadores. De Ligt, um dos nomes mais falados do futebol europeu na transição de temporadas, chegou com alguma pressão, após a estreia preocupante em jogos oficiais pela Juventus, falhando nos três gols do Napoli dentro do 4 a 3 juventino pelo Campeonato Italiano. Mas o próprio zagueiro reagiu com tranquilidade: "Claro que fiquei chateado. Mas preciso seguir, vale como experiência. A temporada tem mais de 50 jogos, e só fiz um". E seu parceiro de defesa, Van Dijk, também enfatizou que a falha inicial é coisa do passado: "Ele está bem calmo. Eu o achei normal, não tem nada de estranho". Koeman também avisou que "nada muda" sobre De Ligt. Só pediu mais atenção defensiva, após a desconcentração no 3 a 2 alemão das eliminatórias: "Geralmente, deixamos a defesa aberta. Com a rapidez dos atacantes alemães, é muito perigoso. Precisamos diminuir esses momentos, isso está claro".

A discussão maior está apenas no ataque: Memphis Depay e Quincy Promes seguirão jogando, mas a falta de gols dos homens da frente incomodou na Liga das Nações. Pode preocupar mais, sem o lesionado Donny van de Beek, e com vários atacantes capazes de colocarem a bola na rede, como Luuk de Jong, Wout Weghorst (novamente de fora da lista) e... Klaas-Jan Huntelaar. E Ronald Koeman considera a hipótese de trazer Huntelaar, segundo maior goleador da história da Oranje, de volta às convocações: "Se ele se tornar titular absoluto e mostrar esse nível na Liga dos Campeões, quem disse que não posso convocá-lo?"

E a Holanda volta às eliminatórias da Euro. Sabendo que não pode relaxar: tropeçar contra a Alemanha é até compreensível, já que é um clássico europeu, mas qualquer perda de ponto contra os adversários dificultaria a classificação direta ao torneio continental de seleções. Mas sabendo também que qualquer alarme é desnecessário: a Laranja tem plenas condições de superar os adversários.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Um jogo, um parágrafo, um vídeo: a 5ª rodada da Eredivisie

Emmen 1x3 Zwolle (sexta-feira, 30 de agosto)

Em sua única vitória na temporada, diante do Heerenveen, o Emmen abriu o placar rapidamente. Também o fez contra o Zwolle: logo aos 6', de cabeça, o zagueiro Nick Bakker fez 1 a 0. Mas desta vez, os visitantes empataram: aos 17', Dennis Johnsen chutou uma vez, o zagueiro Keziah Veendorp rebateu, e Johnsen voltou a finalizar para o 1 a 1 (o VAR conferiu alegações de mão na bola de Johnsen, mas deixou passar). Aos 27', Thomas Bruns virou o jogo para os "Dedos Azuis", num belo chute. E ainda antes do intervalo, o terceiro gol tranquilizou de vez os visitantes de Zwolle: aos 38', Bruns chutou, a bola bateu na trave após o goleiro Dennis Telgenkamp tentar defendê-la, e Iliass Bel Hassani cabeceou a sobra para o 3 a 1. O Emmen assustou vez por outra na etapa complementar, mas o Zwolle conseguiu a primeira vitória numa sexta-feira de Eredivisie desde 2017.



Heerenveen 1x1 Fortuna Sittard (sábado, 31 de agosto)

O Heerenveen podia até criar as chances em casa, mas quem abriu o placar foi o Fortuna Sittard: aos 23', Vitalie Damascan cruzou, e Felix Passlack completou para fazer 1 a 0 no estádio Abe Lenstra. Só restou ao Fean anfitrião buscar mais o ataque, obtendo êxito aos 36': Clint Essers derrubou Jens Odgaard na área, e o atacante dinamarquês converteu a cobrança para fazer 1 a 1. No segundo tempo, o time alviazul da casa seguiu bem mais ofensivo, com as entradas dos recém-chegados Anders Meyer e Joey Veerman. Nos últimos minutos, teve um lance para reclamar: Odgaard foi agarrado na área, o juiz foi conferir a alegação de pênalti após ouvir o VAR, mas deixou o lance passar. E mesmo com 27 chutes - 11 deles a gol -, o Heerenveen amargou novo empate em casa.


Groningen 1x2 Heracles Almelo (sábado, 31 de agosto)

O Groningen repetiu um cenário comum na rodada: como anfitrião, começou pressionando. Mas também como outros na rodada, amargou o gol sofrido. O Heracles Almelo saiu na frente aos 29', num belo chute de Silvester van der Water, após passe de Joey Konings. Ainda à procura de um espaço para poder atacar, o Groningen tentou o empate. E conseguiu logo no começo do segundo tempo: um longo lançamento foi desviado por Charlison Benschop, de cabeça, e Django Warmerdam dominou a bola, passou pelo zagueiro Tim Breukers e fez 1 a 1 aos 47'. Mas se o Heracles já  conseguira um gol em belo chute de fora da área, o 2 a 1 viria em outra tentativa ainda mais bonita. Aos 62', o lateral esquerdo Lennart Czyborra mandou a chamada "bola na gaveta": de muito longe, Czyborra acertou chute no ângulo, garantindo o triunfo dos Heraclieden de Almelo, fora de casa.



ADO Den Haag 1x0 VVV-Venlo (sábado, 31 de agosto)

O ADO Den Haag já marcara cinco gols em jogadas ensaiadas ou bolas paradas, neste Campeonato Holandês. Marcou o sexto, já nos acréscimos do primeiro tempo em Haia: aos 45' + 1, John Goossens cobrou falta, e o zagueiro Shaquille Pinas completou, desviando de cabeça para o 1 a 0 no VVV-Venlo. Aos visitantes, restou pressionar um pouco mais na etapa final. Mas tal pressão sofreu golpe decisivo aos 70': Danny Post levou o segundo cartão amarelo após falta sobre o zagueiro Dion Malone, e foi consequentemente expulso de campo. Assim, o Den Haag pôde celebrar a segunda vitória seguida. E ela poderia até ser maior: no fim do jogo, Tomas Necid foi derrubado na área, mas nem o VAR fez com que o pênalti pedido pela torcida em Haia fosse marcado.



Twente 3x1 Utrecht (domingo, 1º de setembro)

Poucos nomes se destacaram no primeiro tempo em Enschede. Um deles, o atacante Aitor Cantalapiedra, mandara uma bola na trave aos 18'. E coube exatamente a Aitor fazer o único gol dos primeiros 45 minutos de jogo: aos 22', o espanhol fez 1 a 0 para o Twente, de pênalti (o zagueiro Willem Janssen colocara a bola na mão, e o juiz Jeroen Manschot apitou a penalidade após ouvir o VAR). Já no intervalo, o técnico John van den Brom mudou o Utrecht, colocando o atacante Adrián Dalmau. E este outro espanhol fez seu segundo gol em duas partidas pelos Utregs - aos 59', Dalmau recebeu de Issah Abass, errou o primeiro chute, mas conferiu o rebote. Todavia, o Twente voltou à frente aos 68': Calvin Verdonk veio pela esquerda, e só rolou a bola para Haris Vuckic fazer 2 a 1. Dalmau ainda teve uma grande chance aos 80', de cabeça. Mas nos acréscimos (90' + 3), o lateral Leon Guwara cometeu pênalti, foi expulso, e Aitor acertou outra cobrança: 3 a 1, confirmando o bom começo de um Twente ainda invicto, após cinco rodadas.



Sparta Rotterdam 1x4 Ajax (domingo, 1º de setembro)

No começo do jogo, o Sparta Rotterdam até se assanhou contra os visitantes de Amsterdã: foi ofensivo, criou chances, quase marcou aos 24' (após escanteio, o zagueiro Jurgen Mattheij cabeceou, e Hakim Ziyech tirou em cima da linha). Porém, no minuto seguinte à mais perigosa chance dos Spartanen, o Ajax foi mais eficiente: Lisandro Martínez, em boa atuação, lançou do campo de defesa, Quincy Promes dominou na área e bateu cruzado para marcar seu primeiro gol pelo clube de Amsterdã. Mais algum tempo, e aos 31', Dusan Tadic criou tudo, girando-se na direita e cruzando - só ficou para Ziyech o trabalho de escorar a bola na pequena área e fazer 2 a 0. Tranquilo, o Ajax também marcou seus gols na segunda etapa em pouco tempo. Aos 58', o lateral direito Dirk Abels tocou a bola com a mão, o juiz ouviu o VAR, foi ver as imagens... e deu o pênalti que Tadic acertou para o 3 a 0. Mais três minutos, e o esquema do segundo gol se repetiu: Tadic cruzou, Ziyech finalizou (bonito voleio), 4 a 0. Só restou ao Sparta o gol de honra de Halil Dervisoglu, aos 75'.



Vitesse 2x1 AZ (domingo, 1º de setembro)

Mesmo com muitos titulares carregando o desgaste do jogo de quinta pela Liga Europa - nomes como Calvin Stengs jogaram 120 minutos na quinta, e foram titulares neste domingo -, o AZ começou forte (tendo o estreante Dani de Wit entre os onze). E o time de Alkmaar chegou à vantagem, aos 32': Myron Boadu foi derrubado na área por Navarone Foor, o pênalti foi marcado, e Teun Koopmeiners acertou para o 1 a 0. Porém, quando se achava que a vantagem ficaria inalterada no intervalo, Tim Matavz disse não: aos 44', o atacante esloveno recebeu a bola de Jay-Roy Grot e chutou forte, quase sem ângulo, para o 1 a 1. No segundo tempo, o jogo foi equilibrado: Danilho Doekhi quase virou para o Vitesse aos 79' (cabeceou na trave), e o reserva Zakaria Aboukhlal teve voleio pego pelo goleiro Remko Pasveer. Mas aos 90' + 2, Aboukhlal pôs a mão na bola, e o pênalti foi marcado. Matus Bero cobrou para o Vitesse, o goleiro Marco Bizot espalmou, mas Oussama Darfalou aproveitou e fez 2 a 1. A festa aconteceu... mas o VAR pediu a repetição da cobrança, por invasão. Só adiou a festa: Bero converteu sem rebote daquela vez, fez 2 a 1, e o Vitesse terminou a rodada como líder da Eredivisie.



Willem II 0x1 Feyenoord (domingo, 1º de setembro)

Sobraram equilíbrio e chances para as duas equipes, no jogo em Tilburg. De um lado, era Orkun Kökcü recebendo a bola na entrada da área, e arriscando chute colocado, mandando a esférica no travessão de Timon Wellenreuther, aos 14'; do outro, era o zagueiro Sebastian Holmén cabeceando para fora, perto da meta defendida por Kenneth Vermeer, aos 36'. E continuava assim no segundo tempo. Aos 48', Mats Köhlert chutou cruzado, e mandou para fora; aos 63', Renato Tapia trouxe perigo pelo Feyenoord, arrematando de longe. Diante de um jogo equilibrado, uma falha seria decisiva. E a falha veio do lateral direito Justin Ogenia, que acabara de substituir Damil Dankerlui no Willem II: aos 74', Ogenia derrubou Luis Sinisterra, Kevin Blom marcou o pênalti inquestionável, e Steven Berghuis cobrou para o 1 a 0. Nos minutos finais, os reservas Elton Kabangu e Paul Gladon quase empataram (Kabangu aos 84', em boa defesa de Vermeer; Gladon perdendo chance com o gol vazio, aos 90'). Mas o Feyenoord se aliviou, com sua primeira vitória na Eredivisie.



RKC Waalwijk 1x3 PSV (domingo, 1º de setembro)

O primeiro tempo em Waalwijk teve pouquíssimas emoções. E a maioria delas veio do RKC. Os Católicos anfitriões ameaçaram primeiro no chute de Darren Maatsen, aos 25', na rede pelo lado de fora. Depois, aos 29', quando Stijn Spierings mandou para fora. Finalmente, aos 43', a surpresa: após um escanteio rebatido parcialmente, a bola foi cruzada, e o zagueiro Melle Meulensteen fez 1 a 0 completando na pequena área. De quebra, já na etapa final, o RKC quase fez o segundo - Stanley Elbers chutou cruzado, e a bola passou rente à trave, aos 47'. Mas aos poucos, o PSV se assentou, mesmo sem brilho. E aos 65', o empate: Mohamed Ihattaren recebeu a bola na esquerda da área, fez a jogada, cruzou, e o lateral esquerdo Paul Quasten desviou, cometendo gol contra. Os visitantes de Eindhoven seguiram tentando, e afinal a virada veio, aos 76': após escanteio, Denzel Dumfries ajeitou para o zagueiro Timo Baumgartl fazer 2 a 1, chutando forte. Só para o RKC nem ousar buscar o empate, logo aos 78', num rápido contra-ataque, Bruma tocou para o meio da área, e Kostas Mitroglou completou para o gol vazio. Um triunfo que valeu apenas pelo esforço.