quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Citricultura: os mascotes

No Brasil, o "Canarinho Pistola", o urubu do Flamengo, o periquito (para os de mais idade) e o porco (para os de menos idade) do Palmeiras, a macaca da Ponte Preta, o mosqueteiro do Corinthians, o São Paulo (literalmente), a raposa do Cruzeiro, o galo do Atlético-MG, o "Manequinho" do Botafogo... no exterior, a águia do Benfica-POR, o diabo vermelho do Manchester United-ING, até a cabra do Colônia-ALE. Vários clubes mundo afora têm seu mascote, e não é diferente no futebol holandês.

Não são todas as agremiações que os têm. Além do mais, eles passam em branco para os torcedores adultos, sendo atração mais para os torcedores menores: os mascotes são os "garotos-propaganda" de eventos de fidelização das crianças aos clubes. O que não quer dizer que não apareçam: quase sempre, antes de cada jogo, lá estão eles, tentando mobilizar os torcedores. Até mesmo em partidas da seleção holandesa. Hora de você conhecer os mascotes do futebol holandês.

Kicky (à esquerda), leoa mascote da seleção feminina, e Dutchy (à direita), leão mascote da seleção masculina 

(Onsoranje.nl)
Lucky Ajax (raposa), mascote do Ajax

(Real Time)
Phoxy (raposa), mascote do PSV

(Aaron van Zandvoort/Soccrates/Getty Images)
Coentje (garoto, nomeado em homenagem ao ídolo Coen Moulijn), mascote do Feyenoord

(instagram.com/coentje1908)

Heero (garoto), mascote do Heerenveen

(VI Images/Getty Images)

Vito (águia), mascote do Vitesse

(VI Images/Getty Images)
Kingo (urso), mascote do Willem II

(VI Images/Getty Images)
Zwolfje (lobo), mascote do Zwolle

(Soccrates/Getty Images)

Bikkel (cavaleiro), mascote do NEC

(Broer van den Boom/Soccrates/Getty Images)

Storky (garça), mascote do ADO Den Haag

(Angelo Blankenspoor/Soccrates/Getty Images)

Guus (cavalo), mascote do De Graafschap

(VI Images/Getty Images)

Bultje (coelho), mascote do Heracles Almelo

(santosonline.nl)
Woutje Stein (garoto), mascote do Excelsior

(Cees van Hoogstallen/Soccrates/Getty Images)
RiKCy (leão), mascote do RKC Waalwijk

(Broer van den Boom/Soccrates/Getty Images)
Koempeltje (minerador), mascote do Roda JC

(Jeroen Houwsen/Soccrates/Getty Images)
MVV Maastricht

(Marcel Bonte/Soccrates/Getty Images)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 19ª rodada da Eredivisie

NAC Breda 1x1 ADO Den Haag (sexta-feira, 25 de janeiro)



Heracles Almelo 0x2 Zwolle (sábado, 26 de janeiro)



Excelsior 2x0 De Graafschap (sábado, 26 de janeiro)


PSV 2x1 Groningen (sábado, 26 de janeiro)



VVV-Venlo 2x3 Emmen (sábado, 26 de janeiro)



Fortuna Sittard 2x1 Vitesse (domingo, 27 de janeiro)

Feyenoord 6x2 Ajax (domingo, 27 de janeiro)



Utrecht 0x1 Willem II (domingo, 27 de janeiro)



Heerenveen 0x2 AZ (domingo, 27 de janeiro) 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Um jogo, um tuíte, um vídeo: a 18ª rodada da Eredivisie

Vitesse 3x2 Excelsior (sexta-feira, 18 de janeiro)

AZ 3x0 Utrecht (sábado, 19 de janeiro)




ADO Den Haag 2x4 VVV-Venlo (sábado, 19 de janeiro)




Zwolle 3x1 Feyenoord (sábado, 19 de janeiro)




Groningen 3x0 Heracles Almelo (sábado, 19 de janeiro)




Willem II 3x0 NAC Breda (domingo, 20 de janeiro)




De Graafschap 5x1 Fortuna Sittard (domingo, 20 de janeiro)



Emmen 2x2 PSV (domingo, 20 de janeiro)




Ajax 4x4 Heerenveen (domingo, 20 de janeiro)


terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: PSV

Lozano continua simbolizando os aplausos que o PSV mereceu, num esplendoroso primeiro turno (ANP/Pro Shots)
Posição: 1º lugar, com 48 pontos
Técnico: Mark van Bommel
Time-base: Zoet; Dumfries, Schwaab, Viergever e Angeliño; Rosario, Hendrix e Pereiro; Lozano, Luuk de Jong e Bergwijn
Maior vitória: ADO Den Haag 0x7 PSV (5ª rodada)
Maior derrota: Feyenoord 2x1 PSV (14ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado na segunda fase, pelo RKC Waalwijk (segunda divisão)
Competição europeia: Liga dos Campeões (eliminado na fase de grupos)
Artilheiro: Luuk de Jong (14 gols)
Destaques: Luuk de Jong (atacante) e Hirving Lozano (atacante) 
Objetivo do início: título
Avaliação: Só faltou vencer o Feyenoord para que o PSV fizesse o melhor primeiro turno da história do Campeonato Holandês. A eliminação na Copa da Holanda foi desnecessária, e a atuação na Liga dos Campeões sofreu com o azar prévio do grupo difícil. Ainda assim, o saldo dos Boeren é muito positivo. Seguem muito favoritos ao bicampeonato
Intertemporada em... Doha, no Catar, entre 4 e 11 de janeiro

Mesmo que o PSV tivesse terminado a temporada passada nas nuvens, com um título holandês conquistado sem dar margem a questionamentos sobre a superioridade, só o fato de começar a temporada 2018/19 sem Phillip Cocu, que aceitara a proposta do Fenerbahçe, já trazia algumas dúvidas. Que aumentavam de intensidade ao se saber que Mark van Bommel já receberia a chance para treinar o time adulto, após alguns anos de "ensaio" como técnico da equipe sub-19. Havia algum ânimo em saber que só os laterais (Arias e Brenet) haviam saído, e que a base campeã seguiria firme em Eindhoven. Mas como seria?

A derrota na Supercopa da Holanda trouxe alguma preocupação. Que logo passou, com a estreia no Campeonato Holandês já trazendo a goleada por 4 a 0 no Utrecht. Foi melhorando, melhorando, vieram goleadas (7 a 0 no ADO Den Haag, 6 a 1 no Willem II), o PSV só vencia, e os categóricos 3 a 0 sobre o Ajax mostraram como o time continuava soberano na Eredivisie. Na defesa, Jeroen Zoet seguro no gol, o miolo de zaga tinha mais segurança, e as laterais seguiram bem com os reforços - tanto com a vitalidade de Denzel Dumfries na direita, quanto com a ofensividade e velocidade de Angeliño na esquerda. No meio, Jorrit Hendrix dava a segurança de sempre, enquanto Pablo Rosario se revelou aposta certa de Van Bommel. No ataque, Steven Bergwijn enfim explodiu, muito veloz e goleador na esquerda. Até os reservas ajudavam, personificados em Donyell Malen e Esteban Gutiérrez. Mas os destaques eram os de sempre: o goleador e lider Luuk de Jong, o habilidoso Hirving Lozano.

Houve alguns problemas, é verdade. A eliminação na Copa da Holanda trouxe críticas desnecessárias - não pela derrota em si (é um torneio menor), mas pelo menosprezo ao RKC, ao jogar com time reserva. E a atuação na Liga dos Campeões trouxe uma impressão agridoce: só dois pontos ganhos, mas mesmo num grupo difícil, os Boeren deram a impressão de que poderiam ter melhor sorte se fosse diferente (abriram o placar em cinco dos seis jogos, tiveram derrotas injustas). E a derrota para o Feyenoord deixou uma leve frustração: parecia próxima a realização do sonho de 17 vitórias em 17 jogos, igualando o melhor primeiro turno da história do Campeonato Holandês (o próprio PSV, em 1987/88). Ainda assim, a impressão unânime é de que, em seu primeiro trabalho como técnico adulto, Van Bommel - campeão por onde passou como jogador - deu ao time uma mentalidade vencedora como nem nos tempos de Cocu existia. O bicampeonato é a consequência que se aguarda, até porque os Eindhovenaren só têm a Eredivisie a disputar.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: Ajax

Saudado, Dusan Tadic simboliza a ambição do Ajax em busca dos títulos e do respeito nesta temporada (Getty Images)
Posição: 2º lugar, com 46 pontos
Técnico: Erik ten Hag
Time-base: Onana; Mazraoui, De Ligt, Blind e Tagliafico; Schöne, Van de Beek (David Neres) e Frenkie de Jong; Ziyech, Dolberg (Huntelaar) e Tadic
Maior vitória: Ajax 8x0 De Graafschap (16ª rodada)
Maior derrota: PSV 3x0 Ajax (6ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as quartas de final, nas quais enfrentará o Heerenveen
Competição europeia: Liga dos Campeões (classificado para as oitavas de final, nas quais enfrentará o Real Madrid)
Artilheiro: Dusan Tadic (meio-campista/atacante) e Hakim Ziyech (meio-campista), ambos com 10 gols
Destaque: Dusan Tadic (meio-campista/atacante) 
Objetivo do início: título
Avaliação: No Campeonato Holandês, o Ajax começou patinando nas primeiras rodadas: afinal, era mais importante se garantir nos grupos da Liga dos Campeões. Garantido o lugar, o time embalou de vez, e terminou o primeiro turno seguindo de perto o PSV. Há otimismo, mas de nada adiantará se a taça não vier
Intertemporada em... Orlando, nos Estados Unidos, entre 6 e 12 de janeiro

Na primeira rodada do Campeonato Holandês, o Ajax preocupou sua torcida: jogou lentamente, viu o Heracles Almelo atacar e fazer 1 a 0 já na reta final da partida, só empatou nos acréscimos. E mesmo no segundo jogo da campanha, o time de Erik ten Hag teve dificuldades para fazer 1 a 0 no VVV-Venlo - o gol de Tadic só veio aos 43 minutos do segundo tempo, de pênalti. Era um pouco preocupante. Mas era tolerável, porque a torcida sabia: mais importante ainda era garantir vaga na fase de grupos da Liga dos Campeões. E o Ajax conseguiu voltar à fase de grupos, após quatro anos, superando Standard Liège-BEL e Dynamo Kiev-UCR sem muitos problemas. Aí, tanto time quanto torcida puderam respirar aliviados.

E o Ajax embalou. Certo, no duelo direto contra o PSV pela liderança da Eredivisie, sofreu um 3 a 0 inapelável. Mas o time conseguiu se acertar, mais relaxado após diminuir a pressão. Dusan Tadic justificou plenamente os 12 milhões de euros que custou, simbolizando a maior ambição dos Ajacieden na temporada: habilidoso no ataque, sabido no meio-campo, inesperado goleador, é artilheiro do time no Campeonato Holandês (e é artilheiro na Liga dos Campeões). Hakim Ziyech continuou sendo o que sempre tem sido: armador habilidoso, capaz de passes precisos. Organizando o jogo no meio, Frenkie de Jong mostrou técnica e rapidez suficientes na saída de bola para virar um dos jovens mais badalados no futebol europeu. Assim como badalado é Matthijs de Ligt, cada vez mais imponente na zaga.

E o poder ofensivo do Ajax foi responsável por goleadas cada vez maiores, para subjugar os times médios/pequenos. 4 a 0 no Heerenveen; 5 a 1 no ADO Den Haag; 5 a 0 em Emmen e AZ; 7 a 1 no Excelsior; 8 a 0 no De Graafschap. Tomando os devidos cuidados na defesa, o Ajax também se agigantou para impor respeito a Benfica e Bayern de Munique, conseguindo voltar ao mata-mata na Liga dos Campeões, após 13 anos. E terminou 2018 badalado, como havia muito tempo o time não era. Só que a diretoria sabe: de nada adiantará essa badalação, se não vier algum título no final da temporada - até porque muita gente certamente sairá no fim da temporada. Na Liga dos Campeões, isso parece quase irreal de tão difícil. Resta ou a Eredivisie, ou a Copa da Holanda. Na Eredivisie, resta continuar jogando bem - e esperar por um tropeço do PSV...


domingo, 13 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: Feyenoord

Van Persie (à esquerda) vive seu final de carreira. Sempre confiável, o ídolo do Feyenoord vai abrindo caminho para novatos, como Dylan Vente (à direita) (ANP/Pro Shots)
Posição: 3º lugar, com 36 pontos
Técnico: Giovanni van Bronckhorst
Time-base: Bijlow; St. Juste, Van der Heijden, Eric Botteghin (Van Beek) e Malacia (Verdonk); Toornstra, Clasie e Vilhena; Berghuis, Van Persie (Jorgensen/Vente) e Larsson
Maior vitória: Feyenoord 4x1 VVV-Venlo (11ª rodada) e Emmen 1x4 Feyenoord (15ª rodada)
Maior derrota: Ajax 3x0 Feyenoord (10ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as quartas de final, nas quais enfrentará o Fortuna Sittard
Competição europeia: Liga Europa (eliminado pelo Trencín-ESQ, na terceira fase preliminar)
Artilheiro: Robin van Persie (atacante), com 7 gols
Destaque: Steven Berghuis (atacante) 
Objetivo do início: Título/vaga nas competições europeias
Avaliação: Após tropeços no começo, o Feyenoord chegou à posição com a qual já está acostumado no Campeonato Holandês: um "limbo" que é só dele, representado pela terceira posição. Muito acima do restante do Campeonato Holandês, e muito abaixo dos rivais Ajax e PSV
Intertemporada em... Marbella, na Espanha, entre 5 e 12 de janeiro

Poucos momentos desta temporada 2018/19 representaram tão bem o Feyenoord quanto as primeiras semanas. Antes do Campeonato Holandês começar, na Supercopa da Holanda, o Stadionclub comemorou um título sobre o PSV, em Eindhoven - e a decisão nas cobranças da marca do pênalti mostrou que a grande aposta do técnico Giovanni van Bronckhorst para os campeonatos (o goleiro Justin Bijlow, 20 anos, escolhido titular com a saída de Brad Jones) era promissora. Embalado, o time de Roterdã foi para a terceira fase preliminar da Liga Europa... e foi protagonista de um tremendo vexame contra o Trencín eslovaco, sendo goleado já na ida (4 a 0) e posteriormente eliminado. Na estreia pela Eredivisie, uma derrota por 2 a 0 para o De Graafschap, com um cartão vermelho tolamente levado por Jean-Paul Boëtius como símbolo da preocupação. O Feyenoord reagiria?

Claro que reagiria. Entre a segunda e a nona rodadas da liga, foram sete vitórias e dois empates. Bijlow ganhou ritmo de jogo no gol. Na defesa, mesmo que não dessem segurança total, os escalados se entrosavam - e o lateral esquerdo Tyrell Malacia até agradava. No meio-campo, Tonny Vilhena seguiu como o principal nome do setor, voltando a jogar bem após temporada irregular, enquanto Jens Toornstra quase sempre trazia perigo nos avanços - único ponto negativo do setor foi a demora de Jordy Clasie para voltar ao ritmo de jogo. Finalmente, no ataque, Steven Berghuis fazia por merecer destaque: preciso nos chutes cruzados de pé esquerdo, ágil nos ataques, era o mais confiável dos atacantes à disposição do clube. Na esquerda, mesmo criticado, Sam Larsson foi melhorando - o que culminou em excelente atuação nos 2 a 1 sobre o PSV, única derrota do líder da Eredivisie no primeiro turno.

No entanto, mesmo que ele não estivesse bem (e nem é o caso - goleador do time no campeonato), inegavelmente Robin van Persie ainda é a referência do clube. Mesmo sem jogar todas as partidas, ainda dá trabalho no ataque, e sua forma física ainda tem sido mais confiável do que a de Nicolai Jorgensen, sofrendo com lesões. Inclusive, nestes últimos seis meses de carreira, como um velho professor que ensina o caminho das pedras, Van Persie deverá ajudar muito em campo dois atacantes jovens. Um deles já é titular, de vez em quando: Dylan Vente. O outro entrou pela primeira vez - e já fez gol - contra o Emmen: Orkun Kökcu, badalado pelos Feyenoorders desde a base. Ainda não é suficiente para o time desafiar Ajax e PSV, e o 3 a 0 inapelável dos Amsterdammers no Klassieker provou isso. Mas o Feyenoord fez o suficiente para ocupar seu terceiro lugar tradicional. Quem sabe se não houvessem tantos tropeços (derrota para Fortuna Sittard em casa, empate com ADO Den Haag), a situação estivesse ainda melhor. Podem ser sinais da reformulação que virá no fim da temporada, com prováveis saídas de Vilhena e Van Bronckhorst.

sábado, 12 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: Utrecht

Os jogadores foram o destaque: Gustafson, Kerk, Venema. Mas o Utrecht só embalou quando Dick Advocaat chegou (ANP/Pro Shots)

Posição: 4º lugar, com 28 pontos
Técnico: Jean-Paul de Jong (até a 4ª rodada), Marinus Dijkhuizen (interino, na 5ª rodada) e Dick Advocaat (a partir da 6ª rodada)
Time-base: Jensen; Klaiber, Letschert, Willem Janssen e Gavory; Van Overeem, Gustafson e Emanuelson; Tannane, Van de Streek (Venema) e Kerk
Maior vitória: Utrecht 5x0 De Graafschap (13ª rodada)
Maior derrota: PSV 4x0 Utrecht (1ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado nas oitavas de final, pelo Feyenoord
Competição europeia: nenhuma
Artilheiros: Simon Gustafson (meio-campista), Nick Venema (atacante) e Gyrano Kerk (atacante), todos com 4 gols
Destaque: Gyrano Kerk (atacante) 
Objetivo do início: vaga nos play-offs pela Liga Europa
Avaliação: O Utrecht preocupou demais nas primeiras rodadas, dando a impressão de que decepcionaria. Uma pausa para jogos de seleções, uma correção de rota, e o time embalou para ser o "melhor do resto" no Campeonato Holandês - jogando diferente do estilo ofensivo dos últimos anos.
Intertemporada em... La Manga, na Espanha, entre 4 e 11 de janeiro

Quando a temporada 2018/19 começou, o Utrecht já preocupou sua torcida de cara, levando 4 a 0 do PSV. Diante do que o líder do Campeonato Holandês faria no primeiro turno, nem era nada desonroso. Mas o desempenho irregular nas quatro rodadas iniciais - uma vitória, dois empates, uma derrota - não animava. E os Utregs mostravam atuações medianas, longe da ofensividade das temporadas anteriores. Não se sabia o quê, mas algo precisava mudar. Pelo menos, depois da quarta rodada, veio uma pausa, para jogos de seleções, nas datas FIFA. Foi aí que o Utrecht tomou a decisão que mudou sua rota na temporada.

Por melhor que tivesse sido seu trabalho, o técnico Jean-Paul de Jong já parecia incapaz de reanimar o time. E foi demitido. Para seu lugar, chegou alguém que já anuncia há anos o fim da carreira: Dick Advocaat, de experiência inquestionável. Pois bem: na primeira partida do Utrecht sobre Advocaat, já ficou claro que o estilo de atuação do time mudaria. Contra o Feyenoord, fora de casa, os Utregs foram um time inesperadamente defensivo. Acabaram por levar 1 a 0, aos 43 minutos do segundo tempo. Mas deixavam claro, com a resistência: ainda tinha muito campeonato pela frente, e o time era capaz de melhorar. E melhorou: no resto do primeiro turno, só duas derrotas, e oito vitórias.

Priorizando os contra-ataques, Advocaat potencializou as qualidades ofensivas do Utrecht. Em campo, alguns nomes foram fundamentais para a melhora. Simon Gustafson, enfim com sequência de jogos, mostrou no meio-campo a qualidade técnica que já mostrava nas poucas chances no Feyenoord. A mesma coisa com o reforço Joris van Overeem, sem chances no AZ. Sander van de Streek era o elemento versátil no ataque, capaz de jogar no meio e na frente. Pela esquerda, ofensivo demais para ser lateral, Urby Emanuelson voltou a viver algo semelhante aos bons tempos de Ajax. Na frente, Gyrano Kerk enfim virou a referência que já ensaiava ser. Outro contratado, Oussama Tannane entrou bem. E desde que fez três gols contra o De Graafschap, o novato Nick Venema (19 anos) deixa a torcida esperançosa pelo que pode fazer. Voltando a ser difícil para os grandes, o Utrecht se acalmou: cumpre o objetivo de continuar bem, após um leve susto no começo.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: Vitesse

No meio de muitos destaques ofensivos, Odegaard conseguiu se destacar no Vitesse (ANP/Pro Shots)
Posição: 5º lugar, com 26 pontos (na frente pelo melhor saldo de gols)
Técnico: Leonid Slutsky
Time-base: Eduardo; Karavaev, Van der Werff, Clarke-Salter (Doekhi) e Büttner; Bero, Serero e Foor (Beerens); Odegaard, Darfalou (Matavz) e Linssen
Maior vitória: Vitesse 5x1 Groningen (1ª rodada)
Maior derrota: Vitesse 0x4 Ajax (4ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as quartas de final, nas quais enfrentará o AZ
Competição europeia: Liga Europa (eliminado na terceira fase preliminar, pelo Basel-SUI)
Artilheiros: Matus Bero (meio-campista), Tim Matavz (atacante) e Roy Beerens (atacante), todos com 5 gols 
Destaque: Martin Odegaard (atacante) 
Objetivo do início: vaga nos play-offs da Liga Europa
Avaliação: Demorou algumas rodadas para o Vitesse se assentar, mas o entrosamento não demorou. E o time de Arnhem, mostrando estilo ofensivo, segue bem na busca de seu objetivo principal na temporada
Intertemporada em... Algarve, região de Portugal

A goleada por 5 a 1 sobre o Groningen, na primeira rodada, deu a impressão de que o Vitesse chegava forte para a temporada 2018/19, já pronto para impor desde o início um ritmo capaz de fazer do time aurinegro "o melhor do resto" - posto até provado na temporada passada, com a conquista da vaga na Liga Europa via repescagem. Isso até ocorreu, mas demorou um pouco. E a goleada fácil do Ajax na quarta rodada (4 a 0, em pleno GelreDome) mostrou que havia muito a ser consertado pelo técnico russo Leonid Slutsky.

Pelo menos, também havia alguns pontos que já ajudavam o trabalho. No gol, o veterano português Eduardo (emprestado pelo Chelsea) trouxe a segurança que faltou em alguns momentos da temporada passada. Já nas primeiras rodadas, o esloveno Tim Matavz indicava que seria competidor sério pelo posto de artilheiro do campeonato, antes da grave fratura na tíbia que sofreu durante o jogo contra o Feyenoord. Sem ele, o argelino Oussama Darfalou também foi útil no ataque - sem contar Bryan Linssen e Roy Beerens, tradicionais opções pelas pontas, velozes e capazes de bons passes e finalizações. De quebra, no meio-campo, também foi opção "surpresa" o eslovaco Matus Bero.

Mas poucos nomes simbolizaram tanto a evolução do Vites na temporada quanto Martin Odegaard. Não, o norueguês não virou o "craque" esperado quando foi ainda adolescente para o Real Madrid. Mas enfim ganhou ritmo de jogo, soube se transformar num jogador útil, que tanto pode criar no meio-campo quanto pode finalizar, se escalado na ponta esquerda. Com tudo isso, o time de Arnhem cresceu: fez jogo duro contra o líder PSV (perdeu só por 1 a 0), superou o concorrente direto Utrecht  (2 a 1), enfim se estabilizou onde queria se estabilizar - na zona de repescagem pela Liga Europa. Terminou o primeiro turno com uns solavancos, é verdade: não se esperavam derrota para NAC Breda e empate com De Graafschap. Mas o Vitesse tem sido um time agradável de se ver no Campeonato Holandês, e tem plenas condições de cumprir seu objetivo.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: Heracles Almelo

Peterson (em alvinegro, à frente) já fez muitos gols pelo Heracles no turno. E pode continuar fazendo, se ficar (ANP/Pro Shots)
Posição: 6º lugar, com 26 pontos
Técnico: Frank Wormuth
Time-base: Blaswich; Droste, Rossmann, Van den Buijs (Sama) e Van Hintum; Merkel, Kuwas e Osman; Duarte, Adrián Dalmau e Peterson
Maior vitória: Heracles Almelo 4x0 De Graafschap (6ª rodada)
Maior derrota: Willem II 5x0 Heracles Almelo (3ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado na segunda fase, pelo Vitesse
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Kristoffer Peterson (atacante), com 10 gols
Destaque: Kristoffer Peterson (atacante)
Objetivo do início: vaga nos play-offs pela Liga Europa/meio de tabela
Avaliação: Com início fulgurante, o Heracles deu a impressão de que ousaria na temporada, voltando a ser o "melhor do resto". Caiu um pouco de produção, e pode perder seu grande destaque. Ainda assim, faz um bom papel e pode reagir
Fará intertemporada em... sua própria cidade

Está certo que, no começo da temporada, o Ajax ainda se preocupava mais em chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões do que em começar bem o Campeonato Holandês. Mesmo assim, o Heracles Almelo surpreendeu o time de Amsterdã na rodada inicial da Eredivisie: foi ofensivo, abriu o placar e vendeu caro o empate em 1 a 1 (uma das únicas duas partidas do primeiro turno em que os Ajacieden perderam pontos). Parecia um começo promissor de campeonato para os Heraclieden. E a promessa se converteu em realidade.

Enquanto Feyenoord, AZ e Utrecht patinavam, o Heracles cresceu. Conseguiu quatro vitórias seguidas, entre a quarta e a sétima rodadas do campeonato, e ocupou a terceira posição. Tudo graças ao bom entrosamento dos titulares do ataque. Brandley Kuwas seguiu insinuante, bastante rápido e driblador, fosse na esquerda ou no meio-campo; o austríaco Alexander Merkel entrou bem no meio-campo, assim como o egípcio Mohammed Osman; Lerin Duarte foi outro nome que acelerou as jogadas ofensivas; e finalmente, o sueco Kristoffer Peterson se credenciou como um dos bons atacantes da Eredivisie, não só driblando pela ponta, mas também fazendo gols. Até mesmo a grave lesão do zagueiro Robin Pröpper teve o impacto minorado, pela boa entrada de Dario van den Buijs.

Aí, veio a queda de produção. E um resultado foi o marco para ela vir: os 4 a 0 que o Vitesse pespegou no time de Almelo, na oitava rodada. A partir daí, os resultados ficaram mais irregulares; ora o Heracles voltava a vencer, ora caía. A queda pareceu definitiva, com quatro derrotas seguidas na liga e a eliminação na Copa da Holanda. Mas o Heracles se recompôs na reta final do turno, e continua suficientemente satisfatório para se manter na zona de classificação à repescagem pela Liga Europa e até superar Vitesse, AZ, VVV-Venlo e Utrecht. Há o temor de perder Kristoffer Peterson (fala-se em interesse do Fenerbahçe). Se ele ficar, o time parece pronto para continuar bem no returno. E sonhar em ganhar outra vez um lugar na Liga Europa, como se fez em 2016/17.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

O Flamengo x Ajax de 1988: transição aqui e lá

Quando se enfrentaram, em 1988, Ajax e Flamengo estavam em transição. Mas o Flamengo estava um pouco melhor (Reprodução)
Nesta quinta, 10, o Ajax fará seu primeiro jogo em 2019, enfrentando o Flamengo, na Florida Cup. De certa forma, um cenário parecido com aquele em que os dois clubes fizeram seu primeiro - até agora, único - jogo, há pouco mais de 30 anos. Pois os clubes de Amsterdã e do Rio de Janeiro (mais precisamente, da Gávea) se enfrentaram, em 5 de agosto de 1988, uma sexta-feira, também num torneio amistoso, também num quadrangular: o Torneio de Amsterdã, tradicional competição amigável que o Ajax organizava em seu estádio, entre 1975 e 2009. Porém, as semelhanças entre 1988 e 2019 param por aí. Porque, naquela época, o cenário era de transição tanto num quanto noutro time.

Como estavam as equipes

Após ser derrotado na final do Campeonato Carioca pelo Vasco (pela segunda vez seguida, na célebre "final do gol do Cocada"), o Flamengo vivia uma fase de mudanças naquele torneio amistoso. Havia nomes de tempos mais alegres, como Leandro - já havia muito tempo como zagueiro. Havia novidades já emplacadas, como o goleiro Zé Carlos, o lateral direito Jorginho e o atacante Bebeto, todos nomes que disputariam o torneio olímpico de futebol, em Seul, em outubro. Sem contar nomes como Leonardo, na lateral esquerda, e Zinho, no ataque.

Mas as coisas estavam se alterando na Gávea: Renato Gaúcho já havia ido para a Roma, Andrade logo tomaria o caminho do mesmo clube italiano (aquele seria o último jogo do meio-campista no Mengo, após 12 anos de muitos títulos), o zagueiro Edinho também logo retornaria ao Fluminense em que surgira, Zico já estava numa fase em que alternava atuações importantes com o tratamento das dores crônicas no joelho. Até por isso, não jogaria aquele torneio em Amsterdã: no meio, Luvanor tinha a camisa 10. Finalmente, naquela competição também estavam o volante Delacir (contratado em definitivo junto ao América-RJ, após empréstimo durante a Copa Kirin) e o atacante Renato (este, vindo já em definitivo do clube da Tijuca). Treinando a equipe, Candinho, que ficaria pouco: logo o técnico paulista deixaria o Rubro-Negro.

De todo modo, o Flamengo ainda ostentava a fama de campeoníssimo, pelas conquistas do início daquela década. De quebra, ainda tinha a conquista da Copa União/Campeonato Brasileiro, no ano anterior, para ser credenciado como um dos convidados do Torneio de Amsterdã (que até tivera o Atlético-MG campeão, em 1984), com Sampdoria-ITA e Benfica-POR. E por mais que viesse de derrota estadual, o Mengo estava em momento até superior ao do Ajax. Não que o clube de Amsterdã estivesse mal: fizera a final da Recopa Europeia, em 1987/88, na qual fora derrotado pelo Mechelen-BEL. Mas sofria ao ver o PSV, além de tricampeão holandês, ser campeão europeu na mesma temporada. Além disso, ainda doía a saída turbulenta de Johan Cruyff, já então técnico, que se fora para o Barcelona no começo daquele 1988, após brigas com a diretoria do Ajax.

O luxemburguês Antoine "Spitz" Kohn fora técnico interino na reta final da temporada 1987/88, mas logo dera seu lugar ao ex-zagueiro Barry Hulshoff, que treinou os Godenzonen na final da Recopa. Mas Hulshoff também estava afastado naquele momento. E coube ao treinador alemão Kurt Linder, recém-contratado, treinar aquele Ajax que vivia dolorosa transição. Havia nomes experientes: os meio-campistas Jan Wouters e Arnold Mühren haviam estado na Holanda campeã da Euro 1988, estavam fixos na defesa o goleiro Stanley Menzo e o lateral direito Danny Blind (pai de Daley, que jogará pelo Ajax contra o Flamengo em 2019). Havia nomes promissores, como o atacante Bryan Roy, 18 anos, o meio-campista Richard Witschge, 18 anos, e o volante Aron Winter, 21 anos (sem contar um tal Dennis Bergkamp, 19 anos, atacante reserva). Mas parecia faltar ao Ajax "o nome" capaz de comandar o time tecnicamente, como Marco van Basten havia sido até 1987. Os Amsterdammers tinham bons jogadores, outros nem tanto (como o atacante Ron Willems), e ninguém que chamasse a responsabilidade.

O jogo: Flamengo tranquilo no começo para garantir a vitória

Nomes que impusessem respeito sobravam no Flamengo, naquela partida amistosa no Estádio Olímpico de Amsterdã (aqui, a íntegra, na transmissão da Telemontecarlo italiana), logo após a Sampdoria estrear no torneio goleando o Benfica por 5 a 1. E por mais que o Ajax tentasse manter a bola, avançar pelas laterais - com Blind na direita, ou com Roy na esquerda - e até atacar (como num chute de Wouters, aos 11 minutos, para fora), o Flamengo era mais perigoso. Com dois chutes de Luvanor, no começo da partida. Ou aos 13, num toque de Renato Carioca, encobrindo Menzo, com a bola saindo rente à trave direita do goleiro

O rubro-negro também atacava preferencialmente pelas laterais, fosse com Jorginho e Delacir, na direita, fosse com Leonardo e Zinho, na esquerda. Assim saiu o gol, aos 19 minutos: Zinho (talvez o melhor em campo) recebeu a bola, e logo passou a Renato Carioca. Livre, o atacante arriscou o chute de fora da área. Nem saiu tão bem, mas Menzo "ajudou", deixando a bola passar para o 1 a 0 flamenguista no Estádio Olímpico de Amsterdã.

Logo após o gol, aos 21', Renato Carioca quase fez de novo, ao chegar à área - desta vez, Menzo rebateu a finalização. A superioridade flamenguista nos 45 minutos iniciais só foi interrompida aos 28: após escanteio afastado parcialmente por Leandro e Andrade, Blind arrematou de fora da área, mandando a esférica perto do gol, à esquerda de Zé Carlos. O Flamengo já respondeu no instante seguinte: cruzamento de Zinho, cabeceio de Renato Carioca, à direita de Menzo. Mais um minuto, e Renato quase marcou de novo: concluiu à queima-roupa, mas o goleiro do Ajax rebateu.

Na etapa final, com a entrada de Witschge, o Ajax tentou começar atacando, com quatro homens no meio-campo. Fez isso num chute de Arnold Scholten, fora da área, logo no primeiro minuto, forçando Zé Carlos a fazer boa defesa. Depois, já aos 47', o arremate foi de Arnold Mühren, à esquerda do goleiro. Ainda houve cabeceio de Aron Winter, aos 55', bem defendido por Zé Carlos. Finalmente, aos 64', um voleio de Witschge, pego pelo goleiro rubro-negro. E a insistência do Ajax diminuiu. Sorte do Flamengo, que manteve a vitória.

Como confirmação das diferenças nas transições, o Ajax teria mais dificuldades: não só sofreu outra derrota em sua segunda partida no Torneio de Amsterdã - 3 a 0 para a Sampdoria, campeã do quadrangular -, mas também veria o PSV (tri)campeão holandês naquela temporada 1988/89, além de cair já na primeira fase da Copa da UEFA, para o Sporting-POR. O Flamengo não teria um resto de 1988 brilhante, mas pelo menos venceria o Benfica por 2 a 0 em Amsterdã, só não ganhando aquele campeonato pelo maior saldo de gols da Sampdoria. E bem ou mal, pelo menos chegaria às quartas de final do Campeonato Brasileiro, sendo derrotado pelo Grêmio.

Cenário diferente deste 2019, em que o Ajax usará a Florida Cup só para pequenos acertos no time, rumo à segunda metade da temporada, vivo na Liga dos Campeões e no Campeonato Holandês. E em que o Flamengo também parece pronto, à espera do que Abel Braga pode fazer, para dar o título grande que a torcida deseja há alguns anos.



(O gol de Renato Carioca que decidiu a vitória do Flamengo sobre o Ajax, no Torneio de Amsterdã, em 5 de agosto de 1988. Transmissão da Telemontecarlo italiana, com narração de Bruno Longhi e comentários de José "Mazzola" Altafini)

Torneio de Amsterdã
Flamengo 1x0 Ajax-HOL

Data: 5 de agosto de 1988
Local: Estádio Olímpico de Amsterdã
Juiz: Michel Vautrot (França)
Gols: Renato Carioca, aos 19'

Flamengo
Zé Carlos; Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Delacir e Luvanor; Renato Carioca (Alcindo), Bebeto e Zinho. Técnico: Candinho

Ajax
Stanley Menzo; Danny Blind, Arnold Scholten, Peter Larsson e Mark Verkuyl;  Jan Wouters, Aron Winter e Arnold Mühren (Wim Jonk); John van't Schip, Ron Willems e Bryan Roy (Richard Witschge). Técnico: Kurt Linder

Parada obrigatória: AZ

Numa temporada até decepcionante do AZ, Idrissi é um raro ponto positivo (ANP/Pro Shots)

Posição: 7º lugar, com 25 pontos
Técnico: John van den Brom
Time-base: Bizot; Svensson, Hatzidiakos, Vlaar (Koopmeiners) e Ouwejan; Midtsjo, Til e Mats Seuntjens (Maher); Gudmundsson, Johnsen (Stengs) e Idrissi
Maior vitória: AZ 5x0 NAC Breda (1ª rodada)  
Maior derrota: Ajax 5x0 AZ (8ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as quartas de final, nas quais enfrentará o Vitesse
Competição europeia: Liga Europa (eliminado pelo Kairat-CAZ, na segunda fase preliminar)
Artilheiro: Oussama Idrissi (atacante), com 6 gols
Destaque: Oussama Idrissi (atacante)
Objetivo do início: vaga nos play-offs pela Liga Europa/vaga direta na Liga Europa
Avaliação: O nível técnico do AZ permite que o time fique na zona dos play-offs pela Liga Europa sem muito drama. No entanto, diante do poderio ofensivo mostrado na temporada passada, dá para dizer que o time de Alkmaar é uma das decepções da temporada. Está bem, mas poderia estar melhor
Fará intertemporada em... Belek, balneário na Turquia, de 6 a 11 de janeiro

Há pelo menos algumas temporadas, o AZ se estabilizou na confortável condição de "melhor do resto". Raramente pode sonhar com o título holandês, mas sempre está logo abaixo dos três grandes. No entanto, o time de Alkmaar começou esta temporada com pontos bons e ruins a serem considerados. Por um lado, estreou no Campeonato Holandês com duas vitórias, ensaiando repetir a boa sequência dos últimos anos. Por outro, viu o ataque, seu principal trunfo em 2017/18, ser enfraquecido pelas (previsíveis) saídas de Wout Weghorst e Alireza Jahanbakhsh, a dupla responsável pelos gols - Alireza, inclusive, foi o goleador da Eredivisie passada.

Nesse processo de tentar achar substitutos no ataque, os Alkmaarders amargaram a precoce, e até vexatória, eliminação na segunda fase preliminar da Liga Europa, para o Kairat, do Cazaquistão. Só depois da queda consumada é que a diretoria correu, acertando a contratação de Bjorn Johnsen, vindo do ADO Den Haag, que disputara a artilharia da Eredivisie com Alireza. Enquanto Johnsen vinha, mais um revés: uma grave lesão no joelho do jovem Myron Boadu, que vinha sendo escalado. Paralelamente, o AZ via mais problemas. A inconstância da zaga, que oferecia menos segurança do que em temporadas anteriores - várias coisas foram tentadas, como escalar cinco jogadores ou recuar o volante Teun Koopmeiners, mas nada deu certo; a queda de produção do meio-campista Guus Til, revelação no ano passado.

Acima de tudo, o grande problema era uma certa... fadiga. Como se o trabalho de John van den Brom tivesse chegado ao limite, com o grupo de jogadores à disposição. Esta impressão de "fim de ciclo" ficou clara em resultados como as derrotas para Heerenveen (3 a 2, na 10ª rodada) e Willem II (2 a 0, na 14ª), em pleno AFAS Stadion de Alkmaar. Por isso, foi também previsível o anúncio da saída de Van den Brom, logo que a temporada termine, para dar lugar ao auxiliar Arne Slot. Pelo menos, sinais de melhora aparecem aqui e ali. Oussama Idrissi é um ponto positivo no ataque, com velocidade; o jovem Calvin Stengs voltou de grave lesão, voltou a ser titular, e certamente será útil no returno; e o clube segue em outra campanha boa na Copa da Holanda, já nas quartas de final. É a tais sinais de melhora que o AZ tem de se agarrar. Porque, até agora, tem decepcionado. Não está mal: está seguro na sétima posição. Mas poderia estar fazendo bem mais.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: VVV-Venlo

Com os gols de Mlapa (na frente, à esquerda) e Ralf Seuntjens ajudando, o VVV-Venlo foi até além do que esperava (ANP/Pro Shots)

Posição: 8º lugar, com 23 pontos
Técnico: Maurice Steijn
Time-base: Unnerstall; Rutten, Promes, Röseler e Kum (Janssen); Seuntjens (Linthorst), Van Ooijen e Susic; Joosten, Mlapa e Grot
Maior vitória: VVV-Venlo 3x0 NAC Breda (6ª rodada)
Maior derrota: PSV 4x0 VVV-Venlo (8ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado na segunda fase, pelo AZ
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Peniel Mlapa (atacante), com 6 gols
Destaques: Tino-Sven Susic (meio-campista) e Peniel Mlapa (atacante)
Objetivo do início: escapar do rebaixamento/ficar no meio da tabela
Avaliação: O estilo de jogo retraído pode até desagradar a muita gente. Mas o VVV-Venlo repetiu o que fez no turno de 2017/18: impressiona positivamente. Se não decair fortemente como no returno passado, é capaz de garantir vaga na repescagem pela Liga Europa. Time para isso, tem
Fará intertemporada em... Haia, na própria Holanda, de 7 a 11 de janeiro

Quando a temporada começou, tudo que o VVV-Venlo gostaria de fazer era repetir o que fez na primeira metade do campeonato da temporada 2017/18, e corrigir o que fez na segunda metade. Ou seja: seria ótimo ficar a uma distância segura das últimas posições, mostrando um time aguerrido (capaz até de engrossar para alguns grandes), mas também seria de bom tom evitar o desleixo das últimas rodadas da Eredivisie passada, quando, afastada a ameaça de rebaixamento, os Venlonaren decaíram até a 15ª posição, primeira fora da zona de repescagem/queda. Ficava apenas a dúvida se o time aurinegro conseguiria fazer isso sem dois destaques do ano passado: Lennart Thy e Clint Leemans.

Pois conseguiu. Com os poucos reforços que teve à disposição (o volante Peter van Ooijen, o meio-campo Tino-Sven Susic, os atacantes Jay-Roy Grot e Martin Samuelsen), Maurice Steijn conseguiu manter o estilo tático do VVV em campo. Os jogadores se esforçavam na defesa, e aceleravam o jogo na hora dos contra-ataques. Nas partidas em casa, então, o time se valia do fato de estar mais habituado à grama sintética para poder se impor. Foi assim até na 2ª rodada, quando o Ajax só fez 1 a 0 no final do jogo. De quebra, alguns remanescentes cresceram de produção, como Peniel Mlapa, que se transformou na referência do ataque, com seu porte físico e capacidade de finalização. Outros mantiveram a importância: já emprestado ao clube, na última temporada que passa em Venlo antes de se transferir para o PSV, o goleiro alemão Lars Unnerstall continuou seguro.

Então o VVV-Venlo é uma surpresa agradável na Eredivisie? Nem tanto: ao contrário de times como Heracles Almelo e Vitesse, ofensivos, às vezes a equipe causa oposição, por ser "reativa" demais (no popular, "retranqueira"). Só que, por enquanto, é isso que faz dela oitava colocada, muito firme na disputa por vaga na repescagem rumo à Liga Europa. Ou seja: é isso que fez com que ela superasse suas expectativas no primeiro turno. No segundo, fica a tarefa de manter a força para conseguir ficar na parte superior da tabela.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: Fortuna Sittard

Demorou para o Fortuna Sittard embalar na temporada. Mas quando conseguiu, o impulso foi forte (ANP/Pro Shots)
Posição: 9º lugar, com 20 pontos (na frente pelo melhor saldo de gols)
Técnico: René Eijer
Time-base: Koselev; Ninaj, Dammers, Heerings (Ciranni) e Mica Pinto; Hutten, José Rodríguez, Diemers e Smeets; Stokkers e Novakovich (Lisandro Semedo/Lamprou)
Maior vitória: Fortuna Sittard 3x0 Zwolle (11ª rodada) e Fortuna Sittard 3x0 Heracles Almelo (13ª rodada)
Maior derrota: Fortuna Sittard 0x3 AZ (15ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as quartas de final, nas quais enfrentará o Feyenoord
Competição europeia: nenhuma
Artilheiros: Ahmed El Messaoudi (meio-campista), Andrija Novakovich (atacante) e Finn Stokkers (atacante), todos com 4 gols 
Destaques: Mark Diemers (meio-campista) e Ahmed El Messaoudi (atacante) 
Objetivo do início: escapar do rebaixamento
Avaliação: No começo, ainda à procura da melhor formação, o Fortuna tropeçou e rondou as últimas posições. Quando o time se consolidou, enfim decolou na tabela, terminando muito bem o primeiro turno e tendo direito a sonhar em surpreender ainda mais
Fará intertemporada em... Alicante, na Espanha, de 5 a 11 de janeiro

No começo da temporada, o Fortuna Sittard voltava à primeira divisão holandesa, após 16 anos. Só por isso, já era um clube cotado para apenas tentar escapar do bate-e-volta à segunda divisão. E pelo menos nas primeiras rodadas, deu a impressão de que era o mais fraco dos três promovidos à Eredivisie. Não que fosse saco de pancadas: na segunda rodada, por exemplo, só perdeu do líder PSV com um gol aos 47 minutos do 2º tempo, feito pelo volante reserva Dante Rigo. Todavia, a primeira vitória só veio na quinta rodada: 3 a 2 sobre o NAC Breda, fora de casa.

Era necessário melhorar. E era visível que o técnico René Eijer (e o seu auxiliar técnico, o ex-zagueiro Kevin Hofland, tão importante quanto Eijer na condução do time) ainda tateava à procura dos jogadores que melhor formassem uma equipe capaz de melhorar. Havia pontos pacíficos: o moldavo Alexei Koselev sempre foi o goleiro titular, Mark Diemers e Ahmed El Messaoudi sempre foram confiáveis no meio-campo, Finn Stokkers era o finalizador preferencial no ataque, sem contar as frequentes entradas dos reservas Lisandro Semedo e André Vidigal. De resto, ainda se procurava o melhor time. Só que, enquanto isso, a Eredivisie passava. E de nada adiantava ser um adversário difícil (como foi para o Ajax, nos 2 a 0 dos Godenzonen) se as derrotas mantinham o Fortuna nas últimas posições da tabela.

Porém, na metade do turno, as coisas se assentaram. Algumas conclusões surgiram do que se via em campo. O eslovaco Branislav Ninaj e o português Micael "Mica" Pinto eram laterais mais regulares; o atacante norte-americano Andrija Novakovich podia ser lento mas tinha força física para ajudar Stokkers na área; havia capacidade ofensiva no time. Uma vez concluídas essas coisas, o Fortuna embalou. Serviu para conseguir seis vitórias, que sobrepujaram as quatro derrotas e impulsionaram o time para o meio da tabela. Provas inequívocas da evolução do time de Sittard foram a classificação às quartas de final da Copa da Holanda e, acima de tudo, o inquestionável triunfo sobre o Feyenoord na Eredivisie - 2 a 0, em pleno De Kuip, na 16ª rodada. O Fortuna Sittard terminou 2018 como o mais fortalecido dos clubes vindos da segunda divisão. E pode, sim, ser a surpresa da temporada. Tentará continuar assim no returno.

domingo, 6 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: Heerenveen

Num Heerenveen que anda irregular na temporada, aos saltos, Michel Vlap é um dos únicos confiáveis (ANP/Pro Shots)
Posição: 10º lugar, com 20 pontos (na frente pelo melhor saldo de gols em relação ao ADO Den Haag)
Técnico: Jan Olde Riekerink
Time-base: Hahn; Floranus, Hoegh, Pierie (Bulthuis) e Woudenberg; Kobayashi, Vlap e Rienstra (Thorsby); Van Bergen, Lammers e Zeneli
Maior vitória: De Graafschap 0x5 Heerenveen (8ª rodada)
Maior derrota: Heerenveen 0x4 Ajax (9ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as quartas de final, nas quais enfrentará o Ajax
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Sam Lammers (atacante), com 6 gols
Destaques: Arber Zeneli (atacante) e Michel Vlap (meio-campista)
Objetivo do início: vaga nos play-offs pela Liga Europa
Avaliação: Aos trancos e barrancos, o Heerenveen se mantém perto do seu objetivo. Mas com uma defesa frágil, os times à frente se distanciando e os concorrentes ADO Den Haag e Willem II nos calcanhares, vale reagir imediatamente
Fará intertemporada em... La Manga, balneário na Espanha

Após uma temporada razoável em 2017/18 - quando foi à repescagem por vaga na Liga Europa e, mesmo com um time inferior, foi oponente difícil para o Utrecht até ser derrotado -, o Heerenveen esperava mostrar um desempenho firme. E tinha razões para essa esperança: não só ficara com boa parte do grupo que fez boa campanha, como trouxera um técnico experiente (Jan Olde Riekerink) e um atacante altamente promissor (Sam Lammers, cedido pelo PSV para ganhar experiência antes de voltar a Eindhoven). Não foi bem assim, pelo menos na primeira metade da temporada.

Então o Fean anda desastroso? Também não: bem ou mal, o time segue perto da zona que leva à repescagem. E tem jogadores que atuam bem. Lammers não brilha, mas entrega o que se esperava dele: gols. Pela esquerda, o kosovar Arber Zeneli continua sendo o melhor jogador da equipe, tecnicamente, com velocidade e boas jogadas. Finalmente, no meio-campo, Michel Vlap parece ganhar embalo na carreira adulta: embora um pouco lento, Vlap mostra capacidade de criar o jogo. E até de finalizar, como mostrou nos 3 a 2 sobre o AZ, fora de casa - talvez a melhor atuação do time alviazul da Frísia no campeonato, até aqui. No banco de reservas, outro jovem tem mostrado capacidade quando tem chances: o atacante Jizz Hornkamp

Porém, a defesa ainda mostra certas fragilidades. Curiosamente desnudadas no estádio do Heerenveen, o Abe Lenstra: o time é o quarto pior da liga jogando em seus domínios (quatro derrotas em oito jogos). Tem uma defesa irregular: se o miolo de zaga está entrosado, o goleiro Warner Hahn traz desconfianças. Não é à toa que é a terceira zaga a ter levado mais gols na Eredivisie: 39 - só em casa, foram cinco do Feyenoord e quatro do Ajax. Para piorar, o útil volante Morten Thorsby deve sair: com seu contrato se encerrando, o norueguês tem propostas da Sampdoria. Mesmo assim, aos solavancos, o Heerenveen segue perto de seu objetivo. Mas precisa parar de tropeçar para seguir na frente, porque atrás vem gente - ou melhor, vêm concorrentes (ADO Den Haag e Willem II). 

sábado, 5 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: ADO Den Haag

No ADO Den Haag, quem dominou a bola e atraiu as atenções foi El Khayati (ANP/Pro Shots)
Posição: 11º lugar, com 20 pontos
Técnico: Alfons "Fons" Groenendijk
Time-base: Zwinkels (Groothuizen); Troupée, Beugelsdijk, Kanon e Meijers; Immers, El Khayati e Malone; Becker, Necid (Falkenburg) e Hooi (Lorenzen)
Maior vitória: Willem II 0x3 ADO Den Haag (16ª rodada)
Maior derrota: ADO Den Haag 0x7 PSV (5ª rodada)
Copa da Holanda: eliminado na segunda fase, pelo Feyenoord
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Abdenasser "Nasser" El Khayati (meio-campista), com 12 gols
Destaque: Abdenasser "Nasser" El Khayati (meio-campista)
Objetivo do início: meio de tabela/vaga nos play-offs pela Liga Europa
Avaliação: Até agora, tudo certo nos auriverdes de Haia. Mas pode melhorar: se a defesa controlar algumas irregularidades em seu nível técnico e se o time seguir turbinado pelo ótimo desempenho de El Khayati, dá para alcançar a repescagem por vaga no torneio continental, cumprindo a parte mais ambiciosa do objetivo
Fará intertemporada em... Belek, balneário na Turquia

Assim como o Willem II, o ADO Den Haag tem um destaque absoluto na campanha que faz até aqui: Nasser El Khayati. O meio-campista seguiu em 2018/19 como já estava em 2017/18: comandando as ações ofensivas dos auriverdes de Haia, armando as jogadas de ataque, finalizando bem, chamando a responsabilidade. O destaque do holandês de ascendência árabe foi inegável em partidas como os 4 a 2 sobre o Excelsior, na quarta rodada, quando ele fez os quatro gols do Den Haag (feito inédito na história do clube no Campeonato Holandês). Ou em fatos como o de que, com seus 12 gols, El Khayati disputa firmemente a artilharia da Eredivisie. Ou mesmo por ter estado envolvido em 17 dos 23 gols do time na temporada (12 gols, 5 passes para gols). E ele deixou claro por quê é tão importante no último jogo do primeiro turno: no empate com o Feyenoord, marcou os dois gols no 2 a 2.

Mas é justo dizer que El Khayati não teria o mesmo brilho se não fossem coadjuvantes úteis. No time que "Fons" Groenendijk leva a campo, os pontas costumam ter utilidade nos avanços, e Sheraldo Becker provou isso com boas atuações na esquerda. De quebra, no miolo do ataque, Erik Falkenburg garante a experiência, e alguns gols também. No meio-campo, o experiente Lex Immers procurou ser mais controlado em seus avanços (e em algumas impetuosidades), ampliando a liberdade de El Khayati em campo. Porém, a defesa ainda sofre. No miolo de zaga, por vezes Tom Beugelsdijk exagera nas faltas, levando muitos cartões. No gol, o jovem Indy Groothuizen ficou por boa parte do primeiro turno, mas acabou sucumbindo a algumas falhas, possibilitando a volta de Robert Zwinkels.

Por tudo isso, o Den Haag seguiu no vai-e-volta. Ora deu a impressão de que pode chegar firme para uma vaga da repescagem pela Liga Europa. Ora preocupou bastante - como no começo do campeonato, quando levou 7 a 0 do PSV na quinta rodada, com uma atuação muito pior do que o nível técnico da equipe faz supor. De todo modo, aparentemente, o time verde e amarelo parece ter embalado, junto de seu destaque El Khayati. Acima de tudo, a torcida espera que ele não deixe o clube nesta janela de transferências - já disse estar aberto a negociações...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Parada obrigatória: Willem II

Fran Sol é um dos melhores atacantes da temporada na Holanda. O Willem II ainda pode melhorar um pouco (Pro Shots)
Posição: 12º lugar, com 19 pontos
Técnico: Adrie Koster
Time-base: Wellenreuther; Lewis, Heerkens, Meissner (Dankerlui) e Palacios Espinoza; Pol Llonch, Daniel Crowley e Anita; Özbiliz, Fran Sol e Avdijaj
Maior vitória: Willem II 5x0 Heracles Almelo (3ª rodada)
Maior derrota: PSV 6x1 Willem II (4ª rodada)
Copa da Holanda: classificado para as quartas de final, nas quais enfrentará o Twente
Competição europeia: nenhuma
Artilheiro: Fran Sol (atacante), com 13 gols
Destaque: Fran Sol (atacante)
Objetivo do início: escapar do rebaixamento
Avaliação: Dá para resumir a temporada dos Tricolores em uma frase: se a defesa estivesse vivendo uma fase esplendorosa como a que o ataque viveu neste primeiro turno, o Willem II poderia estar surpreendendo na Eredivisie. Mas ainda não decolou definitivamente
Fará intertemporada em... Portugal, proximamente ao balneário de Faro, no Algarve

O sol já tinha brilhado no Willem II, na temporada passada. Pelo menos, Fran Sol: o atacante espanhol tivera um tumor testicular quando já balançava as redes, entrara em recuperação, voltara a campo... e quase fora goleador do Campeonato Holandês, com 16 gols. A Eredivisie atual começou, e Fran Sol continuou brilhando: demorou duas rodadas para marcar, mas quando voltou a balançar as redes, fez três gols nos 5 a 0 diante do Heracles Almelo, na terceira rodada. E quem marcou o gol da honra que restou na goleada do PSV - 6 a 1, na 4ª rodada? Quem marcou o gol do empate em 1 a 1 contra o Feyenoord, na oitava rodada? Quem fez os dois gols da ótima vitória sobre o AZ - 2 a 0, na 14ª rodada? Pois é: estes foram apenas alguns dos 13 gols do atacante espanhol pelos Tricolores nesta temporada, que o levaram a disputar a artilharia do campeonato de igual para igual com a dupla do PSV, Luuk de Jong e Hirving Lozano. Além do mais, já é o estrangeiro a ter feito mais gols num só ano com a camisa do clube de Tilburg.

Para melhorar a situação, Fran Sol tem a seu lado alguns nomes que melhoraram o nível técnico do time na temporada. Como o meio-campista Dan Crowley, bem na criação de jogadas. Ou como o alemão Donis Avdijaj, acertada contratação, que se movimenta para abrir espaços ao colega - isso, quando o próprio Avdijaj não faz os gols. Tal volúpia ofensiva ajuda o Willem II a fazer campanha promissora: quarto melhor time nos jogos fora de casa, rondando o meio da tabela, sempre ensaiando decolar rumo à disputa da repescagem por vaga na Liga Europa. Então, por quê a "decolagem" ainda não aconteceu?

Porque o Willem II ainda tem algumas fragilidades na defesa - a começar pela lateral esquerda, na qual falta uma opção a Diego Palacios (experiente, Vurnon Anita já é mais um meia-esquerda). De quebra, na última rodada, quatro jogadores (o goleiro Timon Wellenreuther, o zagueiro Thomas Meissner, o meio-campo Atakan Akkaynak e o citado Avdijaj) foram suspensos por alguns dias, após má conduta. Voltarão para a intertemporada após o "castigo". E a partir daí, o Willem II buscará fazer no resto do time o que Fran Sol já faz no ataque.