segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Fichário: os jogos e os vídeos da 4ª rodada da Eredivisie 2022/23

NEC 1x1 Groningen (sexta-feira, 26 de agosto de 2022)

Local: De Goffert (Nijmegen)
Árbitro: Allard Lindhout
Gols: Laros Duarte, aos 75', e Ibrahim Cissoko, aos 88'
Jogo resumido: Durante boa parte dos 90 minutos, a partida transcorreu sem emoções. O belo gol do Groningen animou a reta final, coroada com o empate do NEC nos últimos minutos

NEC
Jasper Cillessen; Bart van Rooij, Ivan Márquez, Joris Kramer e Souffian El Karouani; Dirk Proper (Ibrahim Cissoko, aos 79'), Lasse Schøne e Mikkel Duelund; Oussama Tannane, Jordy Bruijn (Pedro Marques, aos 67') e Elayis Tavsan. Técnico: Rogier Meijer

GRONINGEN
Michael Verrips; Neraysho Kasanwirjo, Mike te Wierik, Radinio Balker e Isak Määttä; Joey Pelupessy, Laros Duarte e Tomas Suslov; Cyril Ngonge (Romano Postema, aos 90'), Jorgen Strand Larsen e Paulos Abraham. Técnico: Frank Wormuth



Go Ahead Eagles 0x1 Sparta Rotterdam (sábado, 27 de agosto de 2022)

Local: De Adelaarshorst (Deventer)
Árbitro: Jochem Kamphuis
Gol: Tobias Lauritsen, aos 18'
Jogo resumido: Um gol precoce e uma expulsão no Go Ahead Eagles fundamentaram as bases para a primeira vitória do Sparta na temporada.

GO AHEAD EAGLES
Jeffrey de Lange; Jamal Amofa (Pim Saathof, aos 85'), Nick Bakker, Bas Kuipers e Jay Idzes; Philippe Rommens, Enric Llansana e Oliver Edvardsen (Evert Linthorst, aos 46'); Rashaan Fernandes, Isac Lidberg e Bobby Adekanye (Nathangelo Markelo, aos 66'). Técnico: René Hake

SPARTA ROTTERDAM
Nick Olij; Shurandy Sambo (Dirk Abels, aos 78'), Bart Vriends, Adil Auassar e Mica Pinto; Jonathan de Guzmán (Jeremy van Mullem, aos 78'), Younes Namli (Arno Verschueren, aos 78') e Sven Mijnans (Mario Engels, aos 90' + 4); Joshua Kitolano, Tobias Lauritsen e Vito van Crooij (Jason Lokilo, aos 68'). Técnico: Maurice Steijn


Vitesse 2x2 RKC Waalwijk (sábado, 27 de agosto de 2022)

Local: GelreDome (Arnhem)
Árbitro: Pol van Boekel
Gols: Florian Jozefzoon, aos 35', Iliass Bel Hassani, aos 50', Matus Bero, aos 61', e Ryan Flamingo, aos 71'
Jogo resumido: Mais eficiente ao longo de boa parte do jogo, o RKC Waalwijk ficou perto da vitória. Todavia, na última meia hora de bola rolando, o Vitesse reagiu, para empatar e ganhar seu primeiro ponto no campeonato. E a partida terminou bem animada

VITESSE
Kjell Scherpen; Melle Meulensteen, Enzo Cornelisse e Ferro (Mo Sankoh, aos 55'); Carlens Arcus, Ryan Flamingo, Matus Bero, Million Manhoef e Maximilian Wittek; Thomas Buitink (Kacper Kozlowski, aos 55') e Nikolai Baden Frederiksen (Romaric Yapi, aos 83'). Técnico: Thomas Letsch
 
RKC WAALWIJK
Etiënne Vaessen; Juriën Gaari, Julian Lelieveld, Lars Nieuwpoort, Shawn Adewoye e Thierry Lutonda; Yassin Oukili (Pelle Clement, aos 55'), Patrick Vroegh (Vurnon Anita, aos 80') e Iliass Bel Hassani (Saïd Bakari, aos 72'); Florian Jozefzoon (Julen Lobete, aos 72') e Michiel Kramer. Técnico: Joseph Oosting


Feyenoord 4x0 Emmen (sábado, 27 de agosto de 2022)

Local: De Kuip (Roterdã)
Árbitro: Bas Nijhuis
Gol: Quinten Timber, aos 60', Santiago Giménez, aos 85', Jacob Rasmussen, aos 88', e Sebastian Szymanski, aos 90' + 2
Jogo resumido: O Feyenoord dominou a partida desde o começo, mas não conseguia muitas finalizações diante de um fechado Emmen. Quando conseguiu, enfim, disparou rumo à goleada, em bom dia do estreante Dávid Hancko

FEYENOORD
Justin Bijlow; Marcus Pedersen, Gernot Trauner, Jacob Rasmussen e Dávid Hancko (Quilindschy Hartman, aos 84'); Lutsharel Geertruida, Orkun Kökcü (Sebastian Szymanski, aos 72') e Quinten Timber; Patrik Wålemark (Oussama Idrissi, aos 72'), Danilo (Santiago Giménez, aos 63') e Javairô Dilrosun (Alireza Jahanbakhsh, aos 84'). Técnico: Arne Slot

EMMEN
Eric Oelschlägel; Keziah Veendorp, Miguel Araujo (Michael Heylen, aos 83'), Jeroen Veldmate e Jeff Hardeveld (Lorenzo Burnet, aos 46'); Lucas Bernadou e Jari Vlak (Jasin-Amin Assehnoun, aos 65'); Rui Mendes, Mark Diemers e Ole Romeny; Richairo Zivkovic (Fernando Pacheco, aos 86'). Técnico: Dick Lukkien


Heerenveen 2x1 Fortuna Sittard (sábado, 27 de agosto de 2022)

Local: Abe Lenstra (Heerenveen)
Árbitro: Dennis Higler
Gols: Sydney van Hooijdonk, aos 22', Milan van Ewijk, aos 44', e Burak Yilmaz, aos 84'
Jogo resumido: O Heerenveen teve um começo melhor e mais seguro, conseguindo conter a pressão do Fortuna Sittard no final, em busca do empate, para conseguir mais uma vitória

HEERENVEEN
Andries Noppert; Milan van Ewijk, Joost van Aken, Sven van Beek, Pawel Bochniewicz e Mats Köhlert (Rami Kaib, aos 75'); Anas Tahiri, Thom Haye e Tibor Halilovic (Simon Olsson, aos 75'); Sydney van Hooijdonk (Alex Timossi, aos 81') e Amin Sarr. Técnico: Kees van Wonderen

FORTUNA SITTARD
Ivor Pandur; Mickaël Tirpan (Rémy Vita, aos 85'), Rodrigo Guth, Dimitrios Siovas e George Cox; Cole Bassett (Tijjani Noslin, aos 46'), Deroy Duarte e Dogan Erdogan (Arijanet Ferati, aos 66'); Burak Yilmaz, Mats Seuntjens e Iñigo Córdoba (Paul Gladon, aos 46'). Técnicos: Jeroen Schepens/Dominik Vergoossen (interinos) 


Utrecht 0x2 Ajax (domingo, 28 de agosto de 2022)

Local: De Galgenwaard (Utrecht)
Árbitro: Danny Makkelie
Gols: Steven Berghuis, aos 10', e Brian Brobbey, aos 45' + 1
Jogo resumido: Num jogo truncado dentro de campo e turbulento fora dele, o Ajax conseguiu a vantagem já no primeiro tempo, conseguindo manter fora de casa os 100% de aproveitamento, coisa que não lhe vinha no Campeonato Holandês desde 2015

UTRECHT
Vassilis Barkas; Hidde ter Avest, Mark van der Maarel (Ruben Kluivert, aos 75'), Nick Viergever e Djevencio van der Kust (Django Warmerdam, aos 75'); Othman Boussaid (Taylor Booth, aos 59'), Jens Toornstra e Luuk Brouwers (Rocco Shein, aos 75'); Moussa Sylla, Bas Dost e Daishawn Redan (Anastasios Douvikas, aos 66'). Técnico: Henk Fräser

AJAX
Remko Pasveer; Devyne Rensch (Jorge Álvarez, aos 39'), Jurriën Timber (Lisandro Magallán, aos 82'), Calvin Bassey e Daley Blind (Youri Baas, aos 57'); Edson Álvarez, Dusan Tadic e Kenneth Taylor; Steven Berghuis (Davy Klaassen, aos 82'), Brian Brobbey (Mohammed Kudus, aos 82') e Steven Bergwijn. Técnico: Alfred Schreuder


Excelsior 1x6 PSV (domingo, 28 de agosto de 2022)

Local: Van Donge & De Roo/Woudestein (Roterdã)
Árbitro: Jeroen Manschot
Gols: Joey Veerman, aos 2', Ibrahim Sangaré, aos 29' e aos 45', Xavi Simons, aos 55 e aos 84', Cody Gakpo, aos 59', e Siebe Horemans, aos 74'
Jogo resumido: Com mais eficência no primeiro tempo, com mais velocidade no segundo, o fato é que o PSV chegou à goleada em Roterdã com tremenda facilidade

EXCELSIOR
Stijn van Gassel; Siebe Horemans, Sven Nieuwpoort (Nathangelo Markelo, aos 63'), Redouan El Yaakoubi e Nathan Tjoe-A-On; Kenzo Goudmijn, Yassin Ayoub (Adrian Fein, aos 63') e Joshua Eijgenraam; Marouan Azarkan (Mike van Duinen, aos 54'), Reda Kharchouch (Julian Baas, aos 63') e Couhaib Driouech (Jacky Donkor, aos 85'). Técnico: Marinus Dijkhuizen

PSV
Walter Benítez; Philipp Mwene, Jordan Teze, Armando Obispo (Jarrad Branthwaite, aos 61') e Philipp Max; Ibrahim Sangaré (Erick Gutiérrez, aos 46'), Xavi Simons e Joey Veerman; Johan Bakayoko (Savinho, aos 74'), Ismael Saibari (Carlos Vinícius, aos 46') e Cody Gakpo (Guus Til, aos 61'). Técnico: Ruud van Nistelrooy


Volendam 1x0 Twente (domingo, 28 de agosto de 2022)

Local: KRAS Stadion (Volendam)
Árbitro: Alex Bos
Gol: Lequincio Zeefuik, aos 83' 
Jogo resumido: Num jogo equilibrado, o Volendam teve mais felicidade na reta final, conseguindo uma surpreendente vitória - a primeira da "Outra Laranja" no campeonato

VOLENDAM
Filip Stankovic; Achraf Douiri (Dean James, aos 46'), Brian Plat, Damon Mirani e Derry John Murkin; Benaissa Benamar, Robert Mühren (Lequincio Zeefuik, aos 76') e Carel Eiting; Daryl van Mieghem, Henk Veerman (Walid Ould-Chikh, aos 58') e Bilal Ould-Chikh. Técnico: Wim Jonk

TWENTE
Lars Unnerstall; Joshua Brenet (Luca Everink, aos 76'), Davy Pröpper (Max Bruns, aos 46'), Mees Hilgers e Gijs Smal; Ramiz Zerrouki, Sem Steijn (Michel Vlap, aos 46') (Manfred Ugalde, aos 85') e Michal Sadílek; Christos Tzolis (Vaclav Cerny, aos 71'), Ricky van Wolfswinkel e Daan Rots (Virgil Misidjan, aos 71'). Técnico: Ron Jans


Cambuur 0x1 AZ (domingo, 28 de agosto de 2022)

Local: Cambuurstadion (Leeuwarden)
Árbitro: Rob Dieperink
Gol: Jordy Clasie, aos 90'
Jogo resumido: O Cambuur passou o primeiro tempo mais perto do ataque. Mas teve uma expulsão, e o AZ começou a atacar paulatinamente, até o gol da vitória, no último minuto, contando com falha do goleiro João Virgínia

CAMBUUR
João Virgínia; Sai van Wermeskerken, Floris Smand, Marco Tol e Alex Bangura; Jamie Jacobs, Mees Hoedemakers e David Sambissa (Michael Breij, aos 59'); Remco Balk (Jasper ter Heide, aos 84'), Roberts Uldrikis (Milan Smit, aos 76') e Mitchel Paulissen (Silvester van der Water, aos 76'). Técnico: Henk de Jong

AZ
Hobie Verhulst; Hakon Evjen (Yusuf Barasi, aos 88'), Pantelis Hatzidiakos (Yukinari Sugawara, aos 64'), Bruno Martins Indi, Sam Beukema e Milos Kerkez (Mees de Wit, aos 46'); Tijjani Reijnders, Dani de Wit e Jordy Clasie; Myron van Brederode (Mayckel Lahdo, aos 64') e Vangelis Pavlidis (Jens Odgaard, aos 46'). Técnico: Pascal Jansen

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Fichário: os jogos e os vídeos da 3ª rodada da Eredivisie 2022/23

Vitesse 0x4 Heerenveen (sábado, 20 de agosto de 2022)

Local: GelreDome (Arnhem)
Árbitro: Joey Kooij
Gols: Sydney van Hooijdonk, aos 5', 72' e 77', e Amin Sarr, aos 45' + 3
Jogo resumido: A dupla Amin Sarr-Sydney van Hooijdonk brilhou (principalmente Van Hooijdonk, com três gols), e impôs goleada fora de casa ao Vitesse, que viu seu novo goleiro falhar já na estreia, amargando três derrotas em três rodadas

VITESSE
Kjell Scherpen; Enzo Cornelisse, Ferro e Melle Meulensteen (Daan Huisman, aos 64'); Carlens Arcus, Toni Domgjoni, Matus Bero, Million Manhoef (Ryan Flamingo, aos 81') e Maximilian Wittek; Tomas Hajek (Mo Sankoh, aos 34') e Nikolai Baden Frederiksen (Thomas Buitink, aos 81'). Técnico: Thomas Letsch

HEERENVEEN
Andries Noppert; Milan van Ewijk, Joost van Aken, Sven van Beek, Pawel Bochniewicz e Mats Köhlert; Anas Tahiri (Syb van Ottele, aos 80'), Thom Haye (Rami Kaib, aos 80') e Tibor Halilovic (Simon Olsson, aos 71'); Sydney van Hooijdonk (Alex Timossi, aos 80') e Amin Sarr (Rami Al-Hajj, aos 82'). Técnico: Kees van Wonderen


Fortuna Sittard 1x4 Cambuur (sábado, 20 de agosto de 2022)

Local: Fortuna Sittard Stadion (Sittard)
Árbitro: Bas Nijhuis
Gols: Burak Yilmaz, aos 11', Michael Breij, aos 47', Mees Hoedemakers, aos 79' e aos 87', e Jasper ter Heide, aos 90' + 2
Jogo resumido: O Fortuna Sittard teve grandes esperanças ao sair rapidamente na frente. Mas o Cambuur frustrou todas elas no segundo tempo, indo à goleada unicamente com chutes de fora da área

FORTUNA SITTARD
Yanick van Osch; Mickaël Tirpan (Ivo Pinto, aos 46'), Rodrigo Guth, Dimitrios Siovas (Dogan Erdogan, aos 80') e George Cox; Arijanet Ferati, Deroy Duarte e Iñigo Córdoba (Tijjani Noslin, aos 60'); Mats Seuntjens, Paul Gladon (Cole Bassett, aos 60') e Burak Yilmaz. Técnico: Sjors Ultee

CAMBUUR
João Virgínia; Doke Schmidt (Sai van Wermeskerken, aos 46'), Léon Bergsma, Marco Tol e Alex Bangura; Jamie Jacobs (Michael Breij, aos 37'), Mees Hoedemakers e Mitchel Paulissen (Jasper ter Heide, aos 75'); Milan Smit (Ramon Hendriks, aos 83'), Roberts Uldrikis e Remco Balk (David Sambissa, aos 37'). Técnico: Henk de Jong


Emmen 3x2 Utrecht (sábado, 20 de agosto de 2022)

Local: De Oude Meerdijk (Emmen)
Árbitro: Jochem Kamphuis
Gols: Anastasios Douvikas, aos 10', Ole Romeny, aos 27', Bas Dost, aos 34', Rui Mendes, aos 59', e Jari Vlak, aos 79'
Jogo resumido: Mesmo ficando atrás duas vezes no placar, o Emmen se agigantou e partiu em busca da virada que o levou à primeira vitória na temporada, contra um Utrecht que ostenta somente um ponto, já preocupando a torcida

EMMEN
Eric Oelschlägel; Keziah Veendorp, Miguel Araújo, Jeroen Veldmate (Michael Heylen, aos 75') e Jeff Hardeveld; Lucas Bernadou, Jari Vlak e Rui Mendes; Mark Diemers (Azzedine Toufiqui, aos 74'), Ole Romeny (Fernando Pacheco, aos 88') e Richairo Zivkovic (Jasin-Amin Assehnoun, aos 74'). Técnico: Dick Lukkien

UTRECHT
Vassilis Barkas; Hidde ter Avest, Ruben Kluivert, Nick Viergever e Modibo Sagnan (Djevencio van der Kust, aos 46'); Othman Boussaid, Luuk Brouwers (Rocco Shein, aos 83') e Can Bozdogan (Taylor Booth, aos 68'); Daishawn Redan (Mimoun Mahi, aos 82'), Bas Dost e Anastasios Douvikas (Moussa Sylla, aos 68'). Técnico: Henk Fräser


Groningen 1x0 Go Ahead Eagles (domingo, 21 de agosto de 2022)

Local: Euroborg (Groningen)
Árbitro: Pol van Boekel
Gol: Jeffrey de Lange (contra), aos 3' 
Jogo resumido: Mesmo com o gol precoce num lance de sorte, que acabou garantindo a vitória, o Groningen ainda mostrou necessidade de melhoras contra o Go Ahead Eagles

GRONINGEN
Michael Verrips; Neraysho Kasanwirjo, Mike te Wierik, Radinio Balker e Isak Määttä (Yahya Kalley, aos 57'); Joey Pelupessy, Laros Duarte (Luciano Valente, aos 85') e Ramon-Pascal Lundqvist (Ramon-Pascal Lundqvist, aos 57'); Cyril Ngonge, Jorgen Strand Larsen e Ragnar Oratmangoen (Tomas Suslov, aos 57'). Técnico: Frank Wormuth

GO AHEAD EAGLES
Jeffrey de Lange; Jamal Amofa, José Fontán, Bas Kuipers e Jay Idzes; Philippe Rommens, Enric Llansana (Aventis Aventisian, aos 85'), Evert Linthorst e Oliver Edvardsen; Rashaan Fernandes (Bobby Adekanye, aos 63') e Isac Lidberg. Técnico: René Hake


Sparta Rotterdam 0x1 Ajax (domingo, 21 de agosto de 2022)

Local: Het Kasteel (Roterdã)
Árbitro: Jeroen Manschot
Gol: Steven Bergwijn, aos 37'
Jogo resumido: Sem Antony, cada vez mais ligado a uma transferência, o Ajax foi mais eficiente do que propriamente bom em campo. Até tomou sustos do Sparta Rotterdam, vez por outra. Mas um lance individual de Bergwijn rendeu o gol da terceira vitória em três jogos. 

SPARTA ROTTERDAM
Nick Olij; Shurandy Sambo (Dirk Abels, aos 67'), Bart Vriends (Charles-Andreas Brym, aos 87'), Adil Auassar e Mica Pinto; Joshua Kitolano, Jonathan de Guzmán (Mike Eerdhuijzen, aos 87') e Sven Mijnans; Jason Lokilo (Mario Engels, aos 78'), Tobias Lauritsen e Vito van Crooij (Younes Namli, aos 46'). Técnico: Maurice Steijn

AJAX
Remko Pasveer; Devyne Rensch, Jurriën Timber, Calvin Bassey e Daley Blind; Edson Álvarez, Dusan Tadic e Kenneth Taylor; Steven Berghuis (Davy Klaassen, aos 65'), Brian Brobbey (Mohammed Kudus, aos 73') e Steven Bergwijn. Técnico: Alfred Schreuder


RKC Waalwijk 0x1 Feyenoord (domingo, 21 de agosto de 2022)

Local: Mandemakers Stadion (Waalwijk)
Árbitro: Edwin van de Graaf
Gols: Danilo, aos 68'
Jogo resumido: O Feyenoord teve dificuldades para atacar, mas numa das únicas vezes em que o espaço apareceu, teve um pênalti a seu favor. E aproveitou, garantindo a vantagem que manteve, mesmo diante da pressão do RKC nos minutos finais

RKC WAALWIJK
Etiënne Vaessen; Juriën Gaari, Julian Lelieveld, Dario van den Buijs (Roy Kuijpers, aos 83') , Shawn Adewoye e Thierry Lutonda (Pelle Clement, aos 76'); Yassin Oukili (Julen Lobete, aos 83'), Patrick Vroegh e Iliass Bel Hassani (Vurnon Anita, aos 57'); Lennerd Daneels (Florian Jozefzoon, aos 57') e Michiel Kramer. Técnico: Joseph Oosting

FEYENOORD
Justin Bijlow; Lutsharel Geertruida, Gernot Trauner, Jacob Rasmussen e Quilindschy Hartman (Mohamed Taabouni, aos 77'); Quinten Timber, Sebastian Szymanski (Marcus Pedersen, aos 70') e Orkun Kökcü (Jens Toornstra, aos 46'); Javairô Dilrosun, Danilo (Santiago Giménez, aos 88') e Oussama Idrissi (Patrik Walemark, aos 46'). Técnico: Arne Slot


PSV 7x1 Volendam (terça-feira, 31 de agosto de 2022)

Local: Philips Stadion (Eindhoven)
Árbitro: Sander van der Eijk
Gols: Xavi Simons, a 1' e aos 67', Cody Gakpo, aos 25', 39' e 51', Jordan Teze, aos 47', e Henk Veerman, aos 40'
Jogo resumido: Naquela que provavelmente foi sua despedida do PSV, Cody Gakpo se dedicou, fez três gols e deverá sair com todo o respeito da torcida. Coube a Xavi Simons sinalizar que continuará havendo vida após Gakpo, confirmando o ótimo começo do time de Eindhoven na Eredivisie

PSV
Walter Benítez; Jordan Teze (Ki-Jana Hoever, aos 54'), Jarrad Branthwaite, Armando Obispo (André Ramalho, aos 46') e Philipp Max; Ibrahim Sangaré e Joey Veerman (Erick Gutiérrez, aos 54'); Johan Bakayoko, Guus Til e Cody Gakpo; Xavi Simons (Yorbe Vertessen, aos 68'). Técnico: Ruud van Nistelrooy

VOLENDAM
Filip Stankovic; Daryl van Mieghem (Ibrahim El Kadiri, aos 59'), Benaissa Benamar, Brian Plat (Achraf Douiri, aos 68'), Damon Mirani e Dean James; Carel Eiting (Imran Nazih, aos 68'), Bilal Ould-Chikh e Derry John Murkin; Robert Mühren (Walid Ould-Chikh, aos 68') e Henk Veerman. Técnico: Wim Jonk


Twente 4x0 Excelsior (terça-feira, 31 de agosto de 2022)

Local: De Grolsch Veste (Enschede)
Árbitro: Marc Nagtegaal
Gols: Denilho Cleonise, a 1', Christos Tzolis, aos 8', e Vaclav Cerny, aos 62' e aos 90' + 3
Jogo resumido: É verdade que o Excelsior teve o azar de um gol anulado. Mas nem isso ameniza o domínio inquestionável do Twente durante os 90 minutos, coroado com a goleada

TWENTE
Lars Unnerstall; Joshua Brenet, Mathias Kjolo, Mees Hilgers e Gijs Smal (Anass Salah-Eddine, aos 70'); Ramiz Zerrouki (Luca Everink, aos 84'), Max Bruns e Manfred Ugalde; Denilho Cleonise (Vaclav Cerny, aos 60'), Ricky van Wolfswinkel (Wout Brama, aos 60') e Christos Tzolis (Daan Rots, aos 70'). Técnico: Ron Jans

EXCELSIOR
Stijn van Gassel; Siebe Horemans, Redouan El Yaakoubi, Sven Nieuwpoort e Nathan Tjoe-A-On (Nathangelo Markelo, aos 80'); Joshua Eijgenraam (Adrian Fein, aos 61'), Yassin Ayoub (Jacky Donkor, aos 70'), Roland Baas e Kenzo Goudmijn (Raphael Eyongo, aos 80'); Reda Kharchouch (Mike van Duinen, aos 61') e Couhaib Driouech. Técnico: Marinus Dijkhuizen


AZ 1x1 NEC (quarta-feira, 1º de setembro de 2022)

Local: AFAS Stadion (Alkmaar)
Árbitro: Dennis Higler
Gols: Iván Márquez, aos 54', e Jens Odgaard, aos 57' 
Jogo resumido: O NEC teve um pouco mais a comemorar com o empate. Primeiro, por ter suportado as chances do AZ. Depois, por sair na frente do placar. Por fim, ao ver Cillessen evitar a virada do time da casa, com boas defesas

AZ
Hobie Verhulst; Myron van Brederode (Mayckel Lahdo, aos 78'), Pantelis Hatzidiakos (Yukinari Sugawara, aos 78'), Sam Beukema, Maxim Dekker e Milos Kerkez (Mees de Wit, aos 86'); Tijjani Reijnders, Dani de Wit e Jordy Clasie; Jens Odgaard (Yusuf Barasi, aos 83') e Hakon Evjen. Técnico: Pascal Jansen

NEC
Jasper Cillessen; Bart van Rooij, Iván Márquez, Joris Kramer e Souffian El Karouani; Dirk Proper, Lasse Schøne e Mikkel Duelund (Calvin Verdonk, aos 83'); Oussama Tannane, Elayis Tavsan (Landry Dimata, aos 76') e Pedro Marques (Jordy Bruijn, aos 68'). Técnico: Rogier Meijer

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

A Holanda nas Copas masculinas: 2014 - Uma surpresa agradável

Com a perda de jogadores e uma mudança de esquema às pressas, a Holanda esperava pouco da Copa de 2014. Robben foi decisivo, os novatos se esforçaram... e o prêmio foi um terceiro lugar marcante (Getty Images)

Do time altamente competitivo, que foi quase perfeito no vice-campeonato mundial de 2010, a seleção masculina da Holanda decaiu bruscamente na Euro 2012: um time desfocado, desunido, impaciente protagonizou o grande vexame daquele torneio, caindo logo na fase de grupos, com três derrotas em três jogos (para Dinamarca, Alemanha e Portugal, no grupo mais equilibrado daquela Euro). Precisou passar por reformulação no caminho até a Copa de 2014. Atraía poucas expectativas - na maioria das vezes, expectativas pessimistas. Pois a Laranja superou tudo isso, com o esforço de muitos e o brilho de poucos, para conseguir uma das surpresas mais agradáveis de sua história nos Mundiais masculinos, conseguindo o terceiro lugar no Brasil.

Ninguém poderia imaginar isso na época, mas a reação honrosa começou logo após o fracasso na Euro 2012. Foi quando Louis van Gaal, desempregado após a saída do Bayern de Munique, enfim aceitou voltar à seleção masculina. Até porque tinha uma espécie de "dívida pessoal" a pagar, tendo sido o treinador da malfadada campanha nas eliminatórias da Copa de 2002, uma das grandes manchas que sua carreira tinha até ali. Para tentar apagá-la, Van Gaal já começou a fazer a reformulação em sua reestreia à frente da seleção (amistoso contra a Bélgica, no dia 15 de agosto de 2012, em Bruxelas). Mesmo com a derrota neerlandesa - Bélgica 4 a 2 -, ali estrearam vários nomes na seleção: Ricardo van Rhijn, Stefan de Vrij, Bruno Martins Indi, Nick Viergever, Adam Maher... Se era formado por novatos em 2004, àquela altura o quinteto Arjen Robben-Wesley Sneijder-Rafael van der Vaart-Dirk Kuyt-Robin van Persie teria de guiar a nova geração que aparecia. Seria necessário, já que o grupo D das eliminatórias europeias para a Copa de 2014 teria algum risco em Turquia e Romênia - Hungria, Estônia e Andorra como prováveis coadjuvantes. Pelo menos nas eliminatórias, deu certo. Primeiro, porque a geração de novatos que surgia teve um tremendo impulso em 2013: na Euro sub-21, disputada naquele ano em Israel, chegou às semifinais, com nomes já convocados em 2012 (Van Rhijn, De Vrij, Martins Indi, Maher - até mesmo Kevin Strootman, que já tinha a Euro 2012 no currículo) somados a outros que estreariam pela Oranje adulta em 2013: Daley Blind, Jordy Clasie, Leroy Fer, Memphis Depay - este, campeão europeu sub-17 com a Laranja, dois anos antes. 

Após a gigante decepção dos Países Baixos na Euro 2012, Louis van Gaal voltou à Oranje. Até porque tinha uma insatisfação pessoal a solucionar (Koen van Weel/ANP/AFP via Getty Images)

Segundo, porque os veteranos justificaram a confiança dada a eles por Van Gaal: se Wesley Sneijder causava fortes desconfianças no técnico por sua queda física e técnica - e seu aparente pouco esforço em resolver isso -, Van Persie e Robben compensavam isso. E a seleção também dominou o grupo na qualificação, com mais facilidade do que se pensava antes. Ganhou da Turquia em casa (2 a 0 em Amsterdã, na primeira rodada, em 7 de setembro de 2012) e fora (já classificada, outros 2 a 0 em Istambul, em 15 de outubro de 2013). Da Romênia, idem: 4 a 1 em Bucareste, na quarta rodada da qualificação (16 de outubro de 2012), 4 a 0 em Roterdã, na sexta rodada (26 de março de 2012). Em 10 de setembro de 2012, a garantia da classificação à Copa, na oitava rodada - 2 a 0 em Andorra, fora de casa. E na penúltima rodada, em 11 de outubro de 2013, o 8 a 1 na Hungria, em Amsterdã, teve festa: afinal, Robin van Persie se transformou ali no maior goleador da história da seleção. Só um empate contra a Estônia - 2 a 2 em Tallinn, em 6 de setembro de 2013 - impediu, novamente, 100% de aproveitamento nas eliminatórias, como fora em 2010.

Quando o 2014 da Copa começou, Van Gaal tinha um time bem delineado, um esquema tático bem definido (4-3-3) e destaques (principalmente Van Persie). Mas os meses pré-Copa forçaram mudanças profundas. Todas, a partir de uma dura derrota em amistoso - 2 a 0 para a França, em Saint-Denis, no dia 5 de março de 2014. Justamente nessa partida, Strootman, tratado então como um intocável entre os titulares da Holanda, lesionou o joelho esquerdo. Mesmo sem forma total, Strootman entrou em campo pela Roma no fim de semana seguinte, contra o Napoli... e rompeu de vez o ligamento cruzado anterior do mesmo joelho. Estava fora da Copa. Começava ali a ideia de Van Gaal, para mitigar o impacto da perda no meio-campo: um estilo de jogo que protegesse mais a defesa - inspirado nos bons resultados que Ronald Koeman conseguia daquela maneira, no Feyenoord.

Esta lesão tiraria Strootman (camisa 8, sentado) da Copa de 2014 - e seria o ponto de virada para o planejamento de Van Gaal rumo ao torneio (VI Images/Getty Images)

Van Gaal chamou a sua lista de jogadores: poucos veteranos (os conhecidos), muitas apostas (em lugar de vários nomes que perderam espaço - por exemplo, na lateral direita, Daryl Janmaat ganhava espaço com a queda técnica de Gregory van der Wiel). A reta final de preparação para a Copa, em Portugal, trouxe mais um dissabor: o corte de Van der Vaart, por lesão muscular. Pelo menos, ali o treinador começou a incutir e a entrosar o grupo dentro do 5-3-2 que tinha em mente para a Holanda na Copa. Convenceu os mais jovens, ganhou o respeito dos veteranos. Para o treinador, se resguardar mais era o único jeito da seleção dos Países Baixos ter alguma perspectiva na primeira fase, diante do difícil grupo B, em que reencontraria a Espanha, algoz na final da Copa de 2010, e pegaria o Chile, com a grande geração da história de sua seleção no auge. A ideia era que a maioria do time se esforçasse, para que o trio de destaque - Sneijder, Robben, Van Persie -, quem sabe, decidisse.

Entre gente que não convencia totalmente - como Jasper Cillessen, bem visto pela comissão técnica, mas desconhecido da maioria dos que acompanhariam a Copa -, gente que era bem vista por Van Gaal - como De Vrij, já absoluto na defesa, mesmo com pouca idade - e os veteranos, havia tensão antes da estreia na Copa, justamente contra a Espanha, na Fonte Nova de Salvador, em 13 de junho de 2014. Van Gaal notou. Pediu, e foi atendido: organizou-se um encontro dos jogadores com seus familiares, no hotel em Salvador. Pelo menos no início, pouco adiantou: a Espanha começou mais ofensiva, abrindo um placar num pênalti (duvidoso, é verdade), cobrado por Xabi Alonso. Mas aí, antes do intervalo... veio o peixinho de Van Persie, num lançamento de Blind, para um dos gols mais lembrados daquela Copa, da história da Holanda nas Copas, da história das Copas. No segundo tempo, motivada, a Laranja buscou a virada e a goleada, numa atuação irrepreensível de Robben e Van Persie. E os 5 a 1 - "de wraak van Salvador", a "vingança de Salvador", como aquela partida ficou conhecida no anedotário do futebol neerlandês - já foram entronizados imediatamente como uma das vitórias mais saborosas da história da Holanda em Copas.


A goleada foi útil até por indicar mudanças que logo Van Gaal consumaria: por exemplo, efetivar Georginio Wijnaldum entre os titulares, no lugar de Jonathan de Guzmán. Contudo, o segundo jogo afastou qualquer excesso de badalação que pudesse animar além da conta o ambiente receptivo que a delegação da Holanda vivesse no Brasil - mais precisamente, no hotel Caesar Park, de frente para a  Praia de Copacabana, quartel-general laranja naquele Mundial. Em 18 de junho de 2014, contra a Austrália, no Beira-Rio de Porto Alegre, o 1 a 0 de Robben parecia fazer prever outra vitória categórica. Mas os australianos, valorosos, empataram logo depois - em golaço de Tim Cahill. Viraram o jogo no segundo tempo, num pênalti convertido por Mile Jedinak - escolhendo o canto e pulando antes da cobrança, Cillessen perdeu ali o crédito com a comissão técnica para a possibilidade futura das disputas de pênalti. Mas aí, Van Persie reapareceu, empatando. E Memphis Depay, se convertendo na revelação neerlandesa da vez, marcou o gol da virada e da vitória por 3 a 2. Que não enganou ninguém: nem de longe o ambiente no avião da volta ao Rio de Janeiro lembrou as festividades após a goleada contra a Espanha.

Pelo menos, a classificação para as oitavas de final estava garantida. Restava buscar o primeiro lugar do grupo B, para escapar da perspectiva de ter o país-sede Brasil nas oitavas de final. Contra o Chile, em São Paulo, em 23 de junho de 2014, sem o suspenso Van Persie, a Holanda se segurou primeiro - incluindo a primeira mostra do esforço que Dirk Kuyt simbolizou naquela Copa, começando o improviso na lateral direita - para brilhar no fim: só após os 75' vieram os dois gols da vitória, com Leroy Fer, em cabeceio no seu primeiro toque na bola depois de substituir Sneijder, e Memphis Depay. 2 a 0, três jogos, três vitórias: as críticas seguiam contra aquela maneira que Van Gaal escolhera para tentar ir longe na Copa do Mundo, mas estava dando certo.

De todo modo, as oitavas de final seriam um teste bem mais sério para aquele time. Mais mudanças foram feitas para o jogo contra o México, em 29 de junho de 2014, no Castelão de Fortaleza - por exemplo, Paul Verhaegh para a lateral direita, nos seus primeiros e únicos 45 minutos naquela Copa. Não deu muito certo no começo: sofrendo sob o calor das 13h de Brasília, vendo o veterano Nigel de Jong precisar sair aos 9' (problema muscular), a Holanda viu os mexicanos serem superiores no primeiro tempo, e comprovarem isso já no começo do segundo, com o gol de Giovani dos Santos. Só aí o ataque da Laranja mostrou sua força: com a pressão de Van Persie, com as arrancadas de Robben, com a entrada de Memphis Depay. Tudo isso era bloqueado pelo goleiro Guillermo "Memo" Ochoa, tendo outra atuação marcante naquela Copa. Até Sneijder, aos 88', enfim empatar. Pouco depois, a polêmica queda de Robben após ser acossado por Rafa Márquez - alguns juízes marcariam, outros não. Para o azar mexicano, o português Pedro Proença marcou. E Huntelaar fez o 2 a 1 da virada, aos 90' + 2. A Holanda passara de seu teste, na última das últimas horas.

Teria mais um teste nas quartas de final, contra a Costa Rica, de novo na Fonte Nova, em 5 de julho de 2014. Nem tanto pelos ataques dos Ticos: a Holanda dominou, a Holanda mandou várias bolas na trave, a Holanda fez do goleiro Keylor Navas o melhor em campo. Mas exatamente por essa resistência dos costarriquenhos é que a Laranja poderia chegar desgastada à decisão por chutes da marca do pênalti. Qualquer erro poderia ser punido - e mesmo se não se errasse, a seleção centroamericana chegaria mais motivada para as cobranças. Então, um plano já tido desde que Cillessen se precipitou no pênalti com que a Austrália fizera seu segundo gol, na fase de grupos, foi colocado em prática. Tim Krul fora avisado no hotel em Salvador, ainda: caso a decisão da vaga nas semifinais fosse para os pênaltis, ele seria colocado. Minimizou a princípio, mas foi avisado mais enfaticamente. Krul estudou os batedores da Costa Rica no ônibus para a Fonte Nova. Acabou tendo de ir a campo, no último minuto da prorrogação. E defendeu as cobranças de Bryan Ruiz e Michael Umaña, levando a Laranja às semifinais da Copa, num lance tão surpreendente quanto pitoresco.


Mesmo com o trajeto irregular - muito boa na fase de grupos, altamente oscilante nas fases eliminatórias -, a Holanda chegava a uma semifinal a que não esperava chegar. Contra a Argentina, em 9 de julho de 2014, em São Paulo, o ataque holandês foi freado - assim como a defesa freou os avanços da Albiceleste. Robben ainda teve grande chance no minuto final do tempo normal, mas Javier Mascherano bloqueou a finalização. Já na prorrogação, Van Gaal começou a conversar com o auxiliar Danny Blind, sobre qual seria sua terceira alteração no jogo. Uma coisa era certa: não repetiria a troca Cillessen-Krul - achava que era possível ganhar a partida com bola rolando. Ouviu a opinião de Blind: talvez a entrada de Memphis Depay, veloz e jovem, pudesse ser o diferencial, contra uma defesa argentina que já estava se cansando. Porém, Van Gaal tomou a decisão da qual ainda se arrepende: preferiu colocar Klaas-Jan Huntelaar, no lugar de um cansadíssimo Van Persie, que sofrera com problemas de estômago entre as quartas de final e as semifinais.

A atuação de Huntelaar passou em branco na prorrogação. O 0 a 0 permaneceu no placar, após 120 minutos. E a decisão do lugar na final da Copa iria, de novo, para os chutes da marca do pênalti. Na Holanda, houve quem se negasse a ser batedor. De atuação elogiada com bola rolando, Ron Vlaar se apresentou para ser um dos cobradores - e abriu a série perdendo seu chute (o goleiro Sergio Romero pegou), para lamentação da família, que o via no estádio, e de Van Gaal, que aprendeu a admirar seu foco ao longo da Copa. Sneijder também perdeu seu chute - mais uma defesa de Romero. A Argentina teve todas as suas cobranças convertidas, fazendo 4 a 2. E o sonho de repetir uma final de Copa acabou ali para a Holanda. Poderia ser um tremendo trauma, como foi em 1998.

Não foi. Coube a Patrick Kluivert, auxiliar de Van Gaal na Copa, lembrar os 23 jogadores, no dia seguinte à derrota na semifinal: ele estivera na derrota para o Brasil em 1998, e perder a decisão de 3º e 4º lugares para a Croácia só aumentou a depressão. Se não era a final desejada, ganhar a partida de 12 de julho de 2014, em Brasília, contra um Brasil alquebrado pelos 7 a 1 para a Alemanha na semifinal, seria um final merecidamente honroso para uma campanha inesperadamente respeitável da Holanda. A palestra involuntária de Kluivert foi a injeção de ânimo de que o grupo precisava.

Mesmo na decisão da 3ª posição, o foco neerlandês seguiu. No vestiário, Van Gaal perguntou a De Vrij o que ele deveria fazer na partida. De Vrij explicou direito: marcaria Hulk, e deveria prestar atenção também a Oscar. Impressionado com o detalhismo do zagueiro, o treinador só deu dois afetuosos tapinhas no ombro e lhe disse: "Se você quiser, será um ótimo treinador". A atenção de De Vrij foi a atenção de Robben e Van Persie, no ataque. Foi a intensidade de todo o time. Premiado com a campanha invicta, coroada com o 3 a 0 no Brasil - e a entrada de Michel Vorm, o segundo goleiro, fazendo com que todos os 23 jogadores convocados tivessem pelo menos um minuto em campo.


Depois da Copa, Van Gaal se foi para o Manchester United. A seleção masculina da Holanda teve todas as falhas abertas, fracassando nas eliminatórias da Euro 2016, como já não fazia havia tempos. Uma queda que parecia surpreendente. Mas que, vista mais de perto, era até previsível, pelo fim de uma geração de veteranos. Talvez, só não tenha acontecido em 2014 porque uma equipe muito bem treinada, uma alternativa tática muito bem pensada e as atuações decisivas de Arjen Robben renderam uma campanha muito melhor do que se esperava.

Os convocados da Holanda para a Copa de 2014

Goleiros
1-Jasper Cillessen (Ajax) - 7 jogos, 4 gols sofridos
22-Michel Vorm (Swansea-GAL) - 1 jogo
23-Tim Krul (Newcastle-ING) - 1 jogo

Defensores
3-Stefan de Vrij (Feyenoord) - 7 jogos, 1 gol
5-Daley Blind (Ajax) - 7 jogos, 1 gol
2-Ron Vlaar (Aston Villa) - 7 jogos
4-Bruno Martins Indi (Feyenoord) - 6 jogos
7-Daryl Janmaat (Feyenoord) - 5 jogos
13-Joël Veltman (Ajax) - 2 jogos
12-Paul Verhaegh (Augsburg-ALE) - 1 jogo
14-Terence Kongolo (Feyenoord) - 1 jogo

Meio-campistas
20-Georginio Wijnaldum (PSV) - 7 jogos, 1 gol
10-Wesley Sneijder (Galatasaray-TUR) - 6 jogos, 1 gol
6-Nigel de Jong (Milan-ITA) - 6 jogos
8-Jonathan de Guzmán (Swansea-GAL) - 3 jogos
16-Jordy Clasie (Feyenoord) - 2 jogos
18-Leroy Fer (Norwich City-ING) - 1 jogo, 1 gol

Atacantes
11-Arjen Robben (Bayern de Munique-ALE) - 7 jogos, 3 gols
9-Robin van Persie (Manchester United-ING) - 6 jogos, 4 gols
15-Dirk Kuyt (Fenerbahçe-TUR) - 5 jogos
17-Jeremain Lens (Dynamo Kiev-UCR) - 4 jogos
21-Memphis Depay (PSV) - 4 jogos, 2 gols
19-Klaas-Jan Huntelaar (Schalke 04-ALE) - 3 jogos, 1 gol

Técnico: Louis van Gaal

terça-feira, 16 de agosto de 2022

A Holanda nas Copas masculinas: 2010 - Quase perfeita

A Holanda foi mais pragmática na Copa de 2010. Mas teve em Robben e Sneijder dois craques. Venceu todos os jogos das eliminatórias. E quase fez uma Copa só de vitórias. Faltou só a final da consagração, que terminou sendo de violência (Getty Images)


Parece esquisito que uma seleção masculina europeia tenha pretendido usar a Copa do Mundo como "balão de ensaio" para brilhar numa Euro. Foi o que a Holanda fez: a participação da Laranja na Copa de 2006 serviu para preparar a geração iniciada anos antes - personificada em Rafael van der Vaart, Wesley Sneijder, Arjen Robben e Robin van Persie - rumo à Euro 2008. Em que pese mais uma eliminação, nas quartas de final, as ótimas atuações da Oranje na fase de grupos daquela Euro deixaram a promissora impressão de que aquela geração poderia chegar a grandes feitos. Poderia trazer os Países Baixos de volta a estágios decisivos em grandes competições. Foi o que aconteceu na Copa de 2010. Na África do Sul, uma geração amadurecida e bem treinada mostrou um lado pragmático, como pouco se vira na história da seleção. E conseguiu uma campanha histórica, após algum tempo. Só faltou o que sempre falta para a equipe neerlandesa até agora: o título mundial.

É bem verdade que a Holanda demorou um pouco para ostentar o entrosamento invejável visto na Copa. Terminada a Euro 2008, Marco van Basten deixou a seleção, Bert van Marwijk (de passagem vitoriosa pelo Feyenoord) chegou, e demorou um pouco a ter bons resultados. Basta dizer que os primeiros jogos da equipe sob seu comando foram um empate contra a Rússia - 1 a 1, em 20 de agosto de 2008 - e uma derrota para a Austrália - 2 a 1, em Eindhoven, em 6 de setembro de 2008. Porém, logo que as eliminatórias da Copa começaram, a Laranja se impulsionou no grupo 9 da qualificação europeia: três vitórias em três jogos, contra Macedônia (2 a 1), Islândia (2 a 0) e Noruega (1 a 0). 2009 começou ainda com alguns pontos de interrogação alaranjados. A incerteza sobre o desempenho de Maarten Stekelenburg, começando a suceder Edwin van der Sar no gol; o início hesitante de Gregory van der Wiel na lateral direita; e o próprio esquema a ser adotado (o 4-3-3 velho de guerra ou o 4-2-3-1, com dois volantes protegendo mais a defesa?). 

Todos, resolvidos nas eliminatórias. Stekelenburg chegou a perder a titularidade no Ajax, onde jogava, mas logo a retomou. Van der Wiel tomou a lateral direita para não perder mais - até pela falta de concorrência. Como dupla de volantes, Mark van Bommel (de volta à seleção, treinado pelo sogro Van Marwijk, após o afastamento voluntário nos tempos de Van Basten) e Nigel de Jong protegiam a zaga, de fato, fosse como fosse. No ataque, pouco havia a questionar: Rafael van der Vaart ia bem, Dirk Kuyt era dedicado como sempre, Wesley Sneijder decolava ao mudar do Real Madrid para a Internazionale, Arjen Robben também ganhava espaço para começar a brilhar após a transferência para o Bayern de Munique. Resultado? Goleadas (4 a 0 na Macedônia, na quinta rodada), um time cada vez mais entrosado, a primeira seleção europeia a garantir vaga na Copa de 2010 (em 6 de junho de 2009, já na sexta rodada, a classificação veio com um 2 a 1 na Islândia, fora de casa), e uma campanha com aproveitamento perfeito: oito jogos, oito vitórias. Desde a Alemanha nas eliminatórias europeias da Copa de 1982, não houvera campanha tão impressionante assim.

Os lances de Islândia 1x2 Holanda, pelas eliminatórias da Copa de 2010

A boa impressão só se consolidou mais ainda nos primeiros amistosos de 2010. Estados Unidos? 2 a 1, em Amsterdã (3 de março). México? Também 2 a 1, em jogo na Suíça (26 de maio), quando os 23 convocados já haviam sido selecionados. Gana? Uma goleada em Roterdã: 4 a 1 (1º de junho). A torcida já decorava o time (Stekelenburg; Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst; Van Bommel e De Jong; Robben, Sneijder e Kuyt; Van Persie), as expectativas eram cada vez mais otimistas (ainda mais sobre Robben e Sneijder, os destaques respectivos de Bayern de Munique e Internazionale, finalistas da Liga dos Campeões 2009/10), e o amistoso da despedida antes da Copa, contra a Hungria, tinha tudo para terminar num clima de ampla alegria, com a goleada por 6 a 1. Mas não terminou: nos últimos minutos daquela goleada, Robben tentou um toque de calcanhar... e sentiu dores imediatas no músculo posterior da coxa. Parecia a senha para um corte que abateria demais as expectativas holandesas na Copa.

A lesão no músculo posterior da coxa que quase tirou Arjen Robben da Copa de 2010 doeu em toda a Holanda (Toussaint Kluiters/AFP/Getty Images)

Aí apareceu o fisioterapeuta Dick van Toorn. Ele acalmou a comissão técnica, a federação, a torcida: ninguém precisaria cortar ninguém do Mundial. Os outros 22 convocados poderiam viajar normalmente para a África do Sul - e Robben ficaria com ele, num trabalho de recuperação de dia e noite, na semana de abertura da Copa, para só então viajar ao país-sede. Foi o que aconteceu: na estreia pelo grupo E, contra a Dinamarca (14 de junho de 2010, em Joanesburgo), e no segundo jogo, contra o Japão (19 de junho de 2010, em Durban), nada de Robben: Van der Vaart jogava na direita. Duas vitórias: 2 a 0 contra a Dinamarca, 1 a 0 contra o Japão. Mas a Holanda impressionava pouco. No terceiro jogo, contra Camarões, já eliminada no grupo, Robben já estava relacionado. A Laranja abriu o placar, com Van Persie; tomou o empate com Samuel Eto'o, já no segundo tempo. Aí, Robben entrou em campo, aos 73', no lugar de Kuyt. Num de seus únicos lances, giro para cima do zagueiro Rigobert Song, chute na trave, e Klaas-Jan Huntelaar aproveitou o rebote: 2 a 1, Oranje com 100% de aproveitamento na fase de grupos. O mais importante: Robben já podia voltar a ser titular.

O gol de Huntelaar, em jogada de Robben, em Holanda 2x1 Camarões, pela fase de grupos da Copa de 2010, na transmissão do SporTV, com a narração de Roby Porto

Nas oitavas de final, em Durban, contra a Eslováquia, em 28 de junho de 2010, Robben estava entre os 11 que começaram a partida. E foi dele a prova definitiva da recuperação (ainda que parcial): o gol do 1 a 0. O que não quer dizer que o jogo foi fácil: no segundo tempo, os eslovacos cresceram, criaram chances para o empate, só sendo impedidos por boas defesas de Stekelenburg. O alívio só veio quando Sneijder fez 2 a 0. Mesmo com um gol tardio contrário - Vittek marcou de pênalti, no último lance do jogo -, a Holanda já estava nas quartas de final daquela Copa. Mas ainda não atraía a confiança. Ainda não contentava a torcida. Ainda dava a impressão de que o caminho teria ponto final contra o Brasil, adversário das quartas de final, no dia 2 de julho de 2010, em Port Elizabeth.

Pelo menos no primeiro tempo, essa impressão se confirmou. Contra uma Holanda vitimada no aquecimento (lesionado, Mathijsen foi substituído às pressas por André Ooijer na escalação), o Brasil abriu o placar, envolvendo a Holanda com um desempenho veloz e eficiente - e poderia ter até conseguido um segundo gol, não fosse tremenda defesa de Stekelenburg, em arremate de Kaká. No intervalo, Van Marwijk foi enfático na crítica ao comportamento dos jogadores, falando coisas do tipo "vocês vieram aqui para jogar ou para vê-los jogar?!". E os holandeses voltaram, mais voluntariosos. Tiveram alguma sorte, no desacerto entre Júlio César e Felipe Melo que rendeu o empate, após lançamento de Sneijder que foi direto para as redes. Cresceram no jogo. E o "doorkopcorner", como se chama em holandês a jogada ensaiada típica de escanteios - cobrança desviada no primeiro pau para a finalização de outro -, rendeu a virada de Sneijder, se confirmando ali como o grande destaque neerlandês na Copa. A expulsão de Felipe Melo confirmava: mais do que o jogo, a Holanda ganhara na questão da mentalidade. Fora atrás da virada, e a conseguira. Estava nas semifinais da Copa, na vitória mais marcante daquela campanha. Já servia para entusiasmar a torcida. Nem tanto a imprensa, ainda reticente com aquele jeito pragmático.

Os melhores momentos de Holanda 2x1 Brasil, quartas de final da Copa de 2010, na transmissão da TV Globo, com a narração de Galvão Bueno

E a semifinal, em 6 de julho de 2010, no Green Point da Cidade do Cabo, contra o Uruguai, deu alguma razão às críticas. O belíssimo gol com que Van Bronckhorst abriu o placar, dos mais bonitos daquela Copa, fez crer numa vitória fácil. Nada mais enganoso, como mostrou o empate de Diogo Forlán - em falha de Stekelenburg, enganado pela bola - e o crescimento da Celeste Olímpica desde então. Aí, a impressão era de virada uruguaia. Coube à dupla que simbolizava aquela campanha, aquela perfeição pragmática vista desde as eliminatórias, resolver a chegada da Oranje à final: Sneijder fez 2 a 1, Robben marcou o terceiro. Maxi Pereira ainda devolveu leve esperança aos charrúas, diminuindo para 3 a 2 nos acréscimos (90' + 2), mas os Países Baixos alcançavam a terceira decisão de Copa do Mundo na história de seu futebol de homens. Contra a Espanha, outra seleção que nunca vencera um Mundial. Nunca a conquista fora tão possível.

Todavia, o modo como a Holanda escolheu tentá-la é que foi, no mínimo, polêmico. Ao invés de ser eficiente, a seleção abóbora foi até violenta na decisão do 11 de julho de 2010, em Joanesburgo - e a solada de Nigel de Jong no peito de Xabi Alonso, aos 28', foi a prova de como a equipe neerlandesa escolhera deter a Espanha, mais técnica, na força. No único momento de brilho daquela equipe pragmática durante a final, um momento que entraria para o anedotário do futebol holandês: aos 62', lançamento de Sneijder, Robben dominou perto da área, livre da marcação de Carles Puyol. Era ele e Iker Casillas, saindo do gol. O camisa 11 tocou; com o tornozelo, Casillas salvou a Espanha, desviando para fora. Assim como a bola de Robert Rensenbrink na trave, na final de 1978, "de teen van Casillas" ("o dedinho do pé de Casillas", em holandês) evitava a apoteose holandesa.

Apoteose que foi ficando mais longe, conforme o fim do jogo se aproximava. 90 minutos encerrados, vinha a prorrogação, a Holanda se defendia com mais afinco - e mais violência, conforme indicava a expulsão de Heitinga... até que veio o gol de Andrés Iniesta, a quatro minutos do encerramento dos 30 minutos extras. A geração espanhola, que já tirara a pecha de "perdedora" do país com o título europeu de 2008, se consagrava definitivamente com o título mundial.

Os melhores momentos de Holanda 0x1 Espanha, final da Copa de 2010, na transmissão da TV Bandeirantes, com a narração de Luciano do Valle

Para a Holanda, uma sensação controversa. Apesar das críticas de Johan Cruyff, que declarara torcer para a Espanha na final; apesar da sensação incômoda dos mais puristas com aquele estilo tão contrário ao Futebol Total - a revista Hard Gras chegou a lamentar que "duas horas haviam destruído uma tradição de quase 40 anos"; apesar da impressão de que uma eventual vitória traria discussões sobre "1974 ou 2010", como as que se têm no Brasil entre 1982 e 1994... a Holanda tivera ótimos jogadores em Sneijder e Robben, dois dos melhores daquela Copa. Tivera um esforço inegável. Merecia aplausos, como os que teve dos que lotaram a Museumplein, a Praça dos Museus, na festa da recepção aos vice-campeões, em 13 de julho de 2010.

Afinal, tratava-se de uma seleção que vencera todos os jogos das Eliminatórias. E quase todos os jogos da Copa em si - algo que só o Brasil de 1970 conseguiu. Foi uma seleção quase perfeita. Faltou só um jogo. O mais importante...

Os convocados da Holanda para a Copa de 2010

Goleiros
1-Maarten Stekelenburg (Ajax) - 7 jogos, 6 gols sofridos
16-Michel Vorm (Utrecht) - não jogou
22-Sander Boschker (Twente) - não jogou

Defensores
5-Giovanni van Bronckhorst (Feyenoord) - 7 jogos, 1 gol
3-John Heitinga (Everton-ING) - 7 jogos
4-Joris Mathijsen (Hamburgo-ALE) - 6 jogos
2-Gregory van der Wiel (Ajax) - 5 jogos
12-Khalid Boulahrouz (Stuttgart-ALE) - 2 jogos
13-André Ooijer (PSV) - 1 jogo
15-Edson Braafheid (Celtic-ESC) - 1 jogo

Meio-campistas
10-Wesley Sneijder (Internazionale-ITA) - 7 jogos, 5 gols
6-Mark van Bommel (Barcelona-ESP) - 7 jogos
8-Nigel de Jong (Manchester City-ING) - 6 jogos
23-Rafael van der Vaart (Real Madrid-ESP) - 5 jogos
20-Ibrahim Afellay (PSV) - 3 jogos
14-Demy de Zeeuw (Ajax) - 2 jogos
18-Stijn Schaars (AZ) - não jogou

Atacantes
9-Robin van Persie (Arsenal-ING) - 7 jogos, 1 gol
11-Arjen Robben (Bayern de Munique-ALE) - 5 jogos, 2 gols
7-Dirk Kuyt (Liverpool-ING) - 7 jogos, 1 gol
17-Eljero Elia (Hamburgo-ALE) - 5 jogos
21-Klaas-Jan Huntelaar (Milan-ITA) - 4 jogos, 1 gol
19-Ryan Babel (Liverpool-ING) - não jogou

Técnico: Bert van Marwijk

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Fichário: os jogos e os vídeos da 2ª rodada da Eredivisie 2022/23

Excelsior 3x1 Vitesse (sexta-feira, 12 de agosto de 2022)

Local: Van Donge & De Roo/Woudestein (Roterdã)
Árbitro: Pieter Bos
Gols: Reda Kharchouch, aos 14' e aos 20', Nikolai Baden Frederiksen, aos 29', e Kenzo Goudmijn, aos 76'
Jogo resumido: Novamente esbanjando eficiência nos ataques, o Excelsior já conseguiu sua segunda vitória na temporada, em grande dia de Reda Kharchouch, enquanto o Vitesse já amarga a falta dos destaques que saíram.

EXCELSIOR
Stijn van Gassel; Siebe Horemans, Sven Nieuwpoort, Redouan El Yaakoubi e Nathan Tjoe-A-On; Marouan Azarkan (Nathangelo Markelo, aos 86'), Julian Baas (Yassin Ayoub, aos 65'), Joshua Eijgenraam e Kenzo Goudmijn (Luuk Admiraal, aos 90' + 2); Reda Kharchouch (Raphaël Eyongo, aos 86') e Couhaib Driouech. Técnico: Marinus Dijkhuizen

VITESSE
Jeroen Houwen; Melle Meulensteen, Ferro (Thomas Buitink, aos 64') e Enzo Cornelisse; Carlens Arcus, Toni Domgjoni (Mohamed Sankoh, aos 82', Million Manhoef (Simon van Duivenbooden, aos 82'), Matus Bero, Sondre Tronstad e Maximilian Wittek; Nikolai Baden Frederiksen. Técnico: Thomas Letsch. 


Go Ahead Eagles 2x5 PSV (sábado, 13 de agosto de 2022)

Local: De Adelaarshorst (Deventer)
Árbitro: Danny Makkelie
Gols: Luuk de Jong, aos 3', Isac Lidberg, aos 14', Xavi Simons, aos 45' + 3 e aos 76', Armando Obispo, aos 45' + 10, Oliver Edvardsen, aos 80', Joey Veerman, aos 89'
Jogo resumido: Quando a partida em Deventer começou, o PSV pareceu encaminhar uma vitória fácil. Tomou sustos do Go Ahead Eagles, que melhorou e empatou. Mas a expulsão de Jay Idzes abriu caminho para o bom ataque dos Boeren levar à vitória, mesmo com problemas defensivos

GO AHEAD EAGLES
Jeffrey de Lange; Mats Deijl, José Fontán, Bas Kuipers e Jay Idzes; Philippe Rommens (Xander Blomme, aos 90' + 1), Enric Llansana (Rashaan Fernandes, aos 70'), Evert Linthorst (Jamal Amofa, aos 46') e Oliver Edvardsen; Finn Stokkers e Isac Lidberg. Técnico: René Hake

PSV
Walter Benítez; Philipp Mwene, Jordan Teze, Armando Obispo (André Ramalho, aos 81') e Fredrik Oppegard; Ibrahim Sangaré (Erick Gutiérrez, aos 60'); Richard Ledezma (Joey Veerman, aos 38'), Xavi Simons e Johan Bakayoko; Cody Gakpo (Ismael Saibari, aos 46') e Luuk de Jong (Guus Til, aos 46'). Técnico: Ruud van Nistelrooy 


Utrecht 0x0 Cambuur (sábado, 13 de agosto de 2022)

Local: De Galgenwaard (Utrecht)
Árbitro: Erwin Blank
Jogo resumido: O Utrecht tentou mais no primeiro tempo - e o goleiro João Virgínia trabalhou bem. O Cambuur tentou mais no segundo, e daí quem apareceu com destaque foi o goleiro Vassilis Barkas. Mas nenhum dos dois clubes conseguiu o gol

UTRECHT
Vassilis Barkas; Hidde ter Avest (Moussa Sylla, aos 70'), Mark van der Maarel, Nick Viergever, Modibo Sagnan (Ruben Kluivert, aos 46') e Djevencio van der Kust; Othman Boussaid (Albert Lottin, aos 75'), Luuk Brouwers e Taylor Booth (Can Bozdogan, aos 46'); Daishawn Redan e Bas Dost. Técnico: Henk Fräser

CAMBUUR
João Virgínia; Doke Schmidt, Léon Bergsma, Marco Tol e Alex Bangura; Robin Maulun, Mees Hoedemakers e Jamie Jacobs (Mitchel Paulissen, aos 77'); Milan Smit (David Sambissa, aos 61'), Roberts Uldrikis (Tom Boere, aos 85') e Remco Balk (Michael Breij, aos 77'). Técnico: Henk de Jong


Emmen 1x1 RKC Waalwijk (sábado, 13 de agosto de 2022)

Local: De Oude Meerdijk (Emmen)
Árbitro: Dennis Higler
Gols: Lucas Bernadou, aos 58', e Julen Lobete, aos 89'
Jogo resumido: Após um primeiro tempo de poucas emoções, o Emmen saiu na frente, na segunda etapa. E o RKC Waalwijk teve de mudar o ataque, e se esforçou muito até o empate, no penúltimo minuto

EMMEN
Eric Oelschlägel; Keziah Veendorp, Miguel Araujo, Jeroen Veldmate e Jeff Hardeveld; Lucas Bernadou, Jari Vlak e Rui Mendes; Ole Romeny, Jasin-Amin Assehnoun (Mark Diemers, aos 46') e Richairo Zivkovic (Fernando Pacheco, aos 75'). Técnico: Dick Lukkien

RKC WAALWIJK
Etiënne Vaessen; Juriën Gaari, Julian Lelieveld, Dario van den Buijs, Shawn Adewoye e Thierry Lutonda (Pelle Clement, aos 69'); Yassin Oukili (Roy Kuijpers, aos 81'), Patrick Vroegh e Iliass Bel Hassani (Vurnon Anita, aos 57'); Lennerd Daneels (Florian Jozefzoon, aos 57') e Michiel Kramer (Julen Lobete, aos 68'). Técnico: Joseph Oosting


Feyenoord 0x0 Heerenveen (sábado, 13 de agosto de 2022)

Local: De Kuip (Roterdã)
Árbitro: Serdar Gözübüyük
Jogo resumido: O Feyenoord tentou o gol desde o primeiro tempo, mas parou, primeiro, na fechada defesa do Heerenveen - e passando dela, parou no goleiro Andries Noppert. Além do mais, os visitantes da Frísia tiveram pelo menos duas boas chances. E conseguiram sair de De Kuip com um ponto.

FEYENOORD
Justin Bijlow; Lutsharel Geertruida, Gernot Trauner, Jacob Rasmussen e Marcus Pedersen (Alireza Jahanbakhsh, aos 85'); Fredrik Aursnes, Quinten Timber (Jens Toornstra, aos 85') e Sebastian Szymanski (Orkun Kökcü, aos 63'); Javairô Dilrosun, Danilo (Santiago Giménez, aos 78') e Patrik Walemark (Oussama Idrissi, aos 63'). Técnico: Arne Slot

HEERENVEEN
Andries Noppert; Milan van Ewijk, Joost van Aken, Sven van Beek, Pawel Bochniewicz e Mats Köhlert (Rami Kaib, aos 80'); Anas Tahiri, Thom Haye (Ali, aos 90') e Tibor Halilovic (Simon Olsson, aos 63'); Amin Sarr e Sydney van Hooijdonk (Alex Timossi, aos 63'). Técnico: Kees van Wonderen
 


Volendam 1x4 NEC (domingo, 14 de agosto de 2022)

Local: KRAS Stadion (Volendam)
Árbitro: Ingmar Oostrom
Gols: Daryl van Mieghem, aos 10', Elayis Tavsan, aos 17', Oussama Tannane, aos 19', Mikkel Duelund, aos 76', e Jordy Bruijn, aos 90'
Jogo resumido: O NEC saiu atrás, e viu o Volendam começar pressionando, mas se valeu do seu ataque mais técnico para virar rapidamente,  chegando à goleada no segundo tempo. Bom resultado no jogo que marcou o retorno de Jasper Cillessen ao clube de Nijmegen, 11 anos depois

VOLENDAM
Filip Stankovic: Brian Plat, Damon Mirani, Billy van Duijl (Bilal Ould-Chikh, aos 59') e Derry Murkin; Benaïssa Benamar (Walid Ould-Chikh, aos 83'), Robert Mühren e Carel Eiting (Gaetano Oristanio, aos 59'); Daryl van Mieghem, Henk Veerman e Francesco Antonucci (Ibrahim El Kadiri, aos 36'). Técnico: Wim Jonk

NEC
Jasper Cillessen; Bart van Rooij, Iván Márquez, Joris Kramer e Souffian El Karouani; Dirk Proper, Lasse Schöne e Mikkel Duelund; Oussama Tannane (Andri Baldursson, aos 90' + 2), Pedro Marques (Jordy Bruijn, aos 63') e Elayis Tavsan (Ibrahim Cissoko, aos 87'). Técnico: Rogier Meijer 


Ajax 6x1 Groningen (domingo, 14 de agosto de 2022)

Local: Johan Cruyff Arena (Amsterdã)
Árbitro: Bas Nijhuis
Gols: Steven Bergwijn, aos 4', 45' e 57', Cyril Ngonge, aos 10', Antony, aos 28', Kenneth Taylor, aos 66', e Steven Berghuis, aos 88'
Jogo resumido: Nem o susto passageiro do empate sofrido perturbou tanto o domínio do Ajax, que contou com atuações inspiradas de Antony e Steven Bergwijn para chegar à goleada

AJAX
Remko Pasveer; Devyne Rensch (Perr Schuurs, aos 84'), Jurriën Timber, Daley Blind e Owen Wijndal; Kenneth Taylor (Davy Klaassen, aos 69'), Dusan Tadic (Mohammed Kudus, aos 84') e Edson Álvarez; Antony, Brian Brobbey (Lorenzo Lucca, aos 69') e Steven Bergwijn (Steven Berghuis, aos 70'). Técnico: Alfred Schreuder

GRONINGEN
Michael Verrips; Neraysho Kasanwirjo (Liam van Gelderen, aos 90' + 2), Mike te Wierik, Radinio Balker e Isak Määttä; Joey Pelupessy, Ramon-Pascal Lundqvist (Paulos Abraham, aos 46') e Laros Duarte (Leandro Valente, aos 79'); Cyril Ngonge (Patrick Joosten, aos 62'), Jorgen Strand Larsen e Tomas Suslov (Ragnar Oratmangoen, aos 46'). Técnico: Frank Wormuth 


Twente 3x0 Fortuna Sittard (domingo, 14 de agosto de 2022)

Local: De Grolsch Veste (Enschede)
Árbitro: Martin van den Kerkhof
Gols: Ricky van Wolfswinkel, aos 22', Joshua Brenet, aos 43', e Virgil Misidjan, aos 54'
Jogo resumido: O Twente mostrou sua força com mais intensidade do que na primeira rodada: vitória inquestionável, construída com belos gols - principalmente o de Misidjan

TWENTE
Lars Unnerstall; Joshua Brenet, Robin Pröpper, Julio Pleguezuelo e Gijs Smal: Ramiz Zerrouki (Mathias Kjolo, aos 69'), Michel Vlap (Sem Steijn, aos 69') e Michal Sadílek; Virgil Misidjan (Christos Tzolis, aos 83'), Ricky van Wolfswinkel (Manfred Ugalde, aos 76') e Daan Rots (Vaclav Cerny, aos 83'). Técnico: Ron Jans

FORTUNA SITTARD
Yanick van Osch; Mickaël Tirpan, Rodrigo Guth, Dimitrios Siovas (Roel Janssen, aos 82') e George Cox; Arijanet Ferati (Burak Yilmaz, aos 46'), Deroy Duarte e Dogan Erdogan (Vassilis Sourlis, aos 82'); Tijjani Noslin (Iñigo Córdoba, aos 46'), Paul Gladon e Mats Seuntjens.. Técnico: Sjors Ultee 


Sparta Rotterdam 2x3 AZ (domingo, 14 de agosto de 2022)

Local: Het Kasteel (Roterdã)
Árbitro: Jannick van der Laan
Gols: Vito van Crooij, a 1' (oito segundos) e aos 59', Vangelis Pavlidis, aos 45' + 1, Dani de Wit, aos 56', e Milos Kerkez, aos 64'
Jogo resumido: Começar com o gol mais rápido da história do Campeonato Holandês já foi um bom sinal. Confirmado pelo resto do tempo regulamentar: partida equilibrada, só decidida pelo poder de reação do AZ - e de seu ataque

SPARTA ROTTERDAM
Nick Olij; Dirk Abels (Shurandy Sambo, aos 75'), Bart Vriends, Adil Auassar e Mica Pinto; Jonathan de Guzmán (Sven Mijnans, aos 75'), Younes Namli (Charles-Andreas Brym, aos 83') e Arno Verschueren (Jeremy van Mullem, aos 46'); Jason Lokilo (Joshua Kitolano, aos 46'), Tobias Lauritsen e Vito van Crooij. Técnico: Maurice Steijn

AZ
Hobie Verhulst; Myron van Brederode (Mayckel Lahdo, aos 67'), Pantelis Hatzidiakos (Mees de Wit, aos 67'), Sam Beukema, Bruno Martins Indi e Milos Kerkez (Aslak Witry, aos 67'); TijjaniI Reijnders, Dani de Wit e Jordy Clasie (Peer Koopmeiners, aos 82'); Hakon Evjen e Vangelis Pavlidis (Yusuf Barasi, aos 75'). Técnico: Pascal Jansen

sábado, 13 de agosto de 2022

A Holanda nas Copas masculinas: 2006 - Uma segunda entressafra

No caminho para a Copa de 2006, a Holanda passou por uma reformulação, bem conduzida nas eliminatórias. Porém, quando o Mundial chegou, as turbulências explodiram com alguns veteranos (Getty Images)

A geração que havia brilhado pela seleção da Holanda na Copa de 1998 passou pela gigantesca frustração da derrota nas semifinais da Euro 2000, co-sediada pelos Países Baixos com a Bélgica. A "depressão" contribuiu - com mais alguns fatores, como as brigas daquela geração com o técnico Louis van Gaal - para a ausência na Copa de 2002. E a campanha criticada na Euro 2004 (mesmo semifinalista, a Laranja foi considerada "medrosa" demais para o gosto futebolístico do país) representou o início de uma mudança. Entretanto, essa mudança não estava bem equilibrada dentro da Oranje quando chegou a Copa de 2006. O que resultou em mais uma participação neerlandesa turbulenta em Mundiais: entre veteranos que já preparavam o adeus e novatos ainda sem tanta preponderância, o resultado foi um desempenho discreto. Só não mais discreto por causa do modo como a eliminação nas oitavas de final se deu.

A mudança citada no parágrafo inicial foi simbolizada por um nome: Marco van Basten, a escolha surpreendente da federação para treinar a seleção, após a Euro 2004 (e a saída de Dick Advocaat). Considerado mais escolhido por ser indicação aberta de Johan Cruyff, seu tutor futebolístico, do que pela experiência no cargo - só treinara equipes de base no Ajax, desde 2001 -, Van Basten voltava ao olhar público naquele momento, após o encerramento precoce da carreira em 1995. Ainda assim, já chamaria a responsabilidade. Boa parte da geração dos anos 1990 não teria vez com "San Marco" no comando. Michael Reiziger, Jaap Stam, Frank de Boer, Boudewijn Zenden, Marc Overmars, Patrick Kluivert: todos eles eram considerados "estrelas" demais por Van Basten, todos eles terminaram sua carreira na seleção com a Euro. Só Edwin van der Sar, Giovanni van Bronckhorst, Phillip Cocu e Edgar Davids - este, por pouco tempo - ficariam para a nova fase, sob o comando do novo técnico. Haveria gente um pouco mais nova, mas já experiente, como Wilfred Bouma, Mark van Bommel e Ruud van Nistelrooy. Mas nas eliminatórias para voltar a uma Copa, a hora seria do coletivo. E de novos destaques.

O anúncio de Marco van Basten como técnico da Holanda, em 2004, surpreendeu meio mundo (Barrington Combes/PA Images/Getty Images)

Alguns deles já haviam estreado anos antes, é verdade: o meio-campo Rafael van der Vaart abrira o caminho em 2001, Wesley Sneijder e Arjen Robben começariam suas trajetórias na Laranja em 2003 - e já se destacariam a ponto de irem à Euro 2004, bem como John Heitinga, uma novidade na zaga. Nas eliminatórias da Copa, Van Basten abriria mais espaço nas convocações para novatos. Os zagueiros Joris Mathijsen e Khalid Boulahrouz, o lateral Jan Kromkamp, os atacantes Dirk Kuyt e Romeo Castelen: todos eles tiveram sua primeira chance na Laranja no segundo semestre de 2004. Os estreantes não precisavam nem ser novos de idade: o meio-campo Barry van Galen, do AZ, aos 34 anos de idade, foi o mais velho jogador a estrear na história da seleção masculina holandesa naquela época (só perderia a primazia para Sander Boschker, em 2010). Chegou 2005, e mais nomes estrearam pela equipe dos Países Baixos ao longo daquele ano na campanha de qualificação para a Copa: Barry Opdam (29 anos) na zaga, Hedwiges Maduro no meio-campo, Ryan Babel e Robin van Persie no ataque... 

Pelo menos naquele momento, o equilíbrio entre a experiência de alguns e a novidade de muitos deu certo. Porque, no grupo 1 das eliminatórias europeias, a Holanda retomou a autoridade. Mesmo reencontrando a República Tcheca, semifinalista da Euro 2004 (que até derrotara os holandeses na fase de grupos dela), a Laranja foi líder absoluta. Tinha no ataque o símbolo da mudança de gerações: Ruud van Nistelrooy provou que era a referência ofensiva holandesa daquele momento - 7 gols na qualificação -, enquanto Robben se afirmou como um grande talento técnico, muito rápido pela ponta direita. De certa forma, o jogo da classificação para a Copa - 2 a 0 na República Tcheca, em 8 de outubro de 2005, na cidade de Praga - indicou a utilidade das duas faixas etárias da Holanda. Inquestionável no gol, capitão da seleção, o veterano Edwin van der Sar defendeu um pênalti de Tomas Rosicky, ainda no primeiro tempo; logo depois, Van der Vaart, o primeiro daquela nova geração a vestir laranja, abriu o placar que Opdam completaria. E em plena capital tcheca, a Laranja foi quem celebrou - a República Tcheca teria de passar pela repescagem para também comemorar a ida à Copa.


Quando 2006 começou, a Holanda já tinha o peso de saber que estaria no "grupo da morte" daquela Copa: o grupo C, com Argentina, Costa do Marfim e Sérvia & Montenegro. Viriam mais pesos ao longo daquele primeiro semestre pré-Copa. O primeiro, na verdade, já vinha de 2005: a desconfiança sobre o nível técnico da zaga. Sem Frank de Boer, nenhum defensor tinha muita técnica - fossem Mathijsen e Opdam, a dupla preferencial de titulares nas eliminatórias, fossem novatos como Ron Vlaar (AZ), que estreou aos 20 anos, num amistoso contra a Itália ainda em 2005, e foi presa fácil para os 3 a 1 da Azzurra. Além disso, a restrição de Van Basten a veteranos fez mais um ausência na Laranja: sem garantias de que seria titular, com somente quatro jogos nas eliminatórias, Edgar Davids preferiu abandonar a seleção antes mesmo da convocação para a Copa. Nos amistosos, o time era considerado pouco criativo, pouco ofensivo - e os resultados provaram: 1 a 0 no Equador (1º de março de 2006, em Amsterdã), 1 a 0 em Camarões (27 de maio de 2006, em Roterdã). Na convocação dos 23 jogadores para o Mundial, Van Basten até surpreendeu: nomes frequentes nas eliminatórias, como Barry Opdam e Romeo Castelen, ficaram fora do Mundial - mas a ausência mais reclamada foi a de um nome que brilhava no título europeu sub-21, conquistado pela Holanda pouco antes das disputas começarem na Alemanha: Klaas-Jan Huntelaar, artilheiro daquela Euro jovem.

Mais dois amistosos vieram antes da viagem à Alemanha para a Copa- 2 a 1 no México (1º de junho de 2006, em Eindhoven), e 1 a 1 com a Austrália (a despedida, em 3 de junho de 2006, em Roterdã). As más atuações, algumas lesões - pisado no tornozelo contra a Austrália, Sneijder escapou do corte por muito pouco -, tudo isso trazia uma forte desconfiança sobre as possibilidades holandesas. Desconfiança que diminuiu um pouco com a estreia, contra Sérvia & Montenegro em crise dentro e fora de campo (dentro, pelo corte do zagueiro Dusan Petkovic, filho do técnico Ilija Petkovic, após críticas do grupo; fora, pelo plebiscito que já decidira a separação das duas nações, pouco depois da Copa). E naquele 11 de junho de 2006, em Leipzig, um nome brilhou: Arjen Robben. Foi ele o autor do gol do 1 a 0 da vitória, foi ele que causou alvoroço na defesa sérvia-montenegrina, foi ele o grande destaque da Holanda. Tão destacado que causou até críticas dos próprios companheiros. Após a partida, Van Persie opinou abertamente: "Robben precisa considerar seus colegas. Às vezes, ele faz escolhas que são boas para ele, mas não são para o time. Todos precisamos nos tocar que estamos fazendo isso juntos". 

Os melhores momentos de Holanda 1x0 Sérvia e Montenegro, na Copa de 2006, na transmissão da TV Globo, com a narração de Galvão Bueno

As críticas voltaram, porém, com força total no segundo jogo da Laranja pela Copa. Em Stuttgart, contra a Costa do Marfim, em 16 de junho de 2006, o começo foi até promissor: dois gols rápidos, de Van Persie e Van Nistelrooy, uma vantagem segura. Mas o belo gol de Bakary Koné iniciou a superioridade da Costa do Marfim: estreantes em Copas, os marfinenses encurralaram a defesa laranja, assustaram mais vezes, tiveram até um pênalti não marcado pelo juiz colombiano Oscar Ruiz. O 2 a 1 assegurou a classificação holandesa às oitavas de final, já foi motivo de comemoração para a torcida laranja (em quantidade bem maior no estádio Gottlieb-Daimler) e para os jogadores, mas mantinha a impressão pragmática demais para a torcida. E a saída de Van Nistelrooy, substituído por Denny Landzaat aos 73', era o início de uma discussão que envenenaria o ambiente daquela delegação.


Os melhores momentos de Holanda 2x1 Costa do Marfim, na Copa de 2006, na transmissão da TV Globo, com a narração de Luis Roberto

Seguiria envenenando após o terceiro jogo pela fase de grupos: 0 a 0 para cumprir tabela, contra a Argentina também já classificada, no dia 21 de junho de 2006, em Frankfurt. Com uma escalação mista - meio e ataque titulares, defesa com laterais novatos em Kew Jaliens (direita) e Tim de Cler (esquerda) -, a Holanda teve inferioridade leve à Argentina. Só Van der Sar teve algum motivo para celebrar aquele empate: além de boa defesa em chute de Juan Riquelme, o goleiro se tornava ali o recordista de partidas pela seleção (112, igualando a marca de Frank de Boer). Porém, de novo Van Basten substituiu Van Nistelrooy, considerado a grande esperança holandesa antes da Copa começar - Babel entrou em seu lugar. De quebra, o técnico da seleção criticou o camisa 9, dizendo que ele precisava provar mais para merecer a titularidade.


Os melhores momentos de Holanda 0x0 Argentina, na Copa de 2006, na transmissão da TV Globo, com a narração de Cleber Machado

Era só o começo. Internamente, a relação entre Van Bommel e Van Basten também piorava: deixado de fora contra a Argentina, o meio-campista também ficaria de fora contra Portugal, nas oitavas de final - e terminou aquela Copa prometendo (e cumprindo) não jogar mais pela Holanda enquanto Van Basten fosse o treinador. Com Van Nistelrooy, a paciência acabara: Robben, Kuyt e Van Persie formariam o trio de ataque holandês contra Portugal, no dia 25 de junho de 2006, em Nuremberg.

Toda essa polêmica ficaria em segundo plano, diante do que se viu naquela partida das oitavas de final da Copa: um dos jogos mais violentos da história dos Mundiais - 12 cartões amarelos, quatro vermelhos. A sucessão de faltas, aliás, começou com um holandês: titular na lateral direita, no lugar de Heitinga, Boulahrouz deu um verdadeiro coice na coxa de Cristiano Ronaldo, já levando o amarelo aos sete minutos de jogo - e inviabilizando a permanência de Cristiano, substituído em lágrimas aos 34'. Daí em diante, Portugal respondeu. A Holanda se enervou. E o jogo foi uma sucessão de brigas, faltas, gritos... só uma notável exceção: Van Basten, que passou os 90 minutos impassível na área técnica, sem reagir.

Com bola rolando, Portugal teve leve superioridade. Principalmente no primeiro tempo, com o gol decisivo de Maniche - e outras boas chances, como uma com Simão, defendida à queima-roupa por Van der Sar. No segundo tempo, a Holanda reagiu levemente. Phillip Cocu teve a grande chance, numa bola no travessão. Dirk Kuyt quase empatou, já na reta final. Mas seguiu marcante o nervosismo da Laranja em campo, diante de um time português que também se enervava, também fazia faltas, mas sabia melhor se portar naquele tipo de jogo - até pela experiência de Luiz Felipe Scolari, o técnico português, em partidas assim. Monótona demais no ataque (Van Nistelrooy ficou no banco durante os 90 minutos, em decisão massivamente criticada), também violenta na defesa, a Holanda foi eliminada em baixa da Copa do Mundo.


Os melhores momentos de Portugal 1x0 Holanda, na Copa de 2006, com imagens da Sky Sports inglesa e áudio da TV Globo, com a narração de Galvão Bueno

Uma baixa que causou consequências: além de Van Bommel, Van Nistelrooy também anunciou que deixaria a seleção pouco depois da Copa, após tantas discordâncias com Van Basten (pazes feitas, voltaria em 2007). Além daquilo, a Copa tinha sido o capítulo final pela seleção de mais um veterano, Phillip Cocu. E a troca de geração, que começara tão bem sob Van Basten, terminou muito mal. Assim como em 1994, diante de tão poucos veteranos (e das turbulências com alguns deles), a nova geração ainda não tinha protagonistas. Tinha nomes talentosos, é verdade: Robben e Van Persie jogaram bem naquela Copa. Mas ainda não tinham estofo para serem decisivos.

O consolo viria em 2010, quando os novatos de 2006 já teriam maturidade para levar a Holanda a momentos marcantes em Copas.

Os convocados da Holanda para a Copa de 2006

Goleiros
1-Edwin van der Sar (Manchester United-ING) - 4 jogos, 2 gols sofridos
22-Henk Timmer (AZ) - não jogou
23-Maarten Stekelenburg (Ajax) - não jogou

Defensores
3-Khalid Boulahrouz (Hamburg-ALE) - 4 jogos
13-André Ooijer (PSV) - 4 jogos
4-Joris Mathijsen (AZ) - 3 jogos
14-John Heitinga (Ajax) - 3 jogos
5-Giovanni van Bronckhorst (Barcelona-ESP) - 3 jogos
2-Kew Jaliens (AZ) - 1 jogo
15-Tim de Cler (AZ) - 1 jogo
12-Jan Kromkamp (Liverpool-ING) - não jogou

Meio-campistas
8-Phillip Cocu (PSV) - 4 jogos
20-Wesley Sneijder (Ajax) - 4 jogos
10-Rafael van der Vaart (Hamburg-ALE) - 3 jogos
18-Mark van Bommel (Barcelona-ESP) - 3 jogos
6-Denny Landzaat (AZ) - 3 jogos
16-Hedwiges Maduro (Ajax) - 1 jogo

Atacantes
17-Robin van Persie (Arsenal-ING) - 4 jogos, 1 gol
11-Arjen Robben (Chelsea-ING) - 3 jogos, 1 gol
9-Ruud van Nistelrooy (Manchester United-ING) - 3 jogos, 1 gol
7-Dirk Kuyt (Feyenoord) - 3 jogos
19-Jan Vennegoor of Hesselink (PSV) - 1 jogo
21-Ryan Babel (Ajax) - 1 jogo

Técnico: Marco van Basten